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    ANEXOS I PNPG - Plano Nacional de Ps-Graduao

    MINISTRIO DA EDUCAO E CULTURACONSELHO NACIONAL DE PS-GRADUAODEPARTAMENTO DE DOCUMENTAO E DIVULGAO

    Presidente da Repblica Federativa do BrasilErnesto G eisel

    Ministro da Educao e CulturaN ey Braga

    I PNPG

    PlanoNacional dePs-Graduao

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    SUMRIO

    1- INTRODUO 119

    2 - ANLISE DA EVOLUODA PS-GRADUAO NO BRASIL 1202.1 - Dimenses das atividades 1212.2 - Processo de crescimento 1212.3 - Diagnstico da situao atual 124

    a) Problemas de estabilizao 124b) Problemas de desempenho 124c) Problemas de crescimento 125

    3 - 0BJETIVOS E DIRETRIZES GERAIS 125

    3.1 - Institucionalizao do sistema de ps-graduao 1273.1.1 - Conceito de sistema de ps-graduao 1273.1.2 - Diretrizes para consolidao institucional 1283.1.3 - Diretrizes para estabilizao financeira 1293.1.4 - Orientaes e medidas a nvel de universidade 130

    3.2 - Elevao dos padres de desempenho 1323.2.1 - Ensino de ps-graduao como sistema de trabalho 1323.2.2 - Diretrizes de desempenho a nvel de curso 133

    a) Condies de entrada e processo de seleo 133b) Regime de trabalho e concesso de bolsas aos alunos 135c) Processos pedaggicos e produo cientfica 135

    d) Regime de trabalho e seleo de docentes 1363.2.3 - Diretrizes de desempenho a nvel de universidade 137a) Programas institucionais de capacitao de docentes 138b) Intercmbio 139c) Racionalidade administrativa 139

    3.2.4 - Diretrizes de desempenho a nvel nacional 141a) Alocao de recursos 141b) Assessoria e assistncia tcnica 142c) Informaes 143d) Credenciamento e reconhecimento 143

    3.3 - Planejamento da expanso 143

    3.3.1 - 0bjetivo do planejamento 1443.3.2 - Natureza dinmica do crescimento 1453.3.3 - Diretrizes a nvel nacional 146

    a) Minimizao das linhas depresso 146b) Eficcia de investimento e acumulao 147

    3.3.4 - Diretrizes a nvel de universidade 150

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    4 - PROGRAMAS E METAS DE EXPANSO 1514.1 - Natureza da programao 151

    4.1.1 - Critrios e instrumentos 1514.1.2 - Condies iniciais 1524.1.3 - Limitaes e alternativas 159

    4.2 - Metas 1604.3 - Programas 1624.4 - Recursos financeiros 1664.5 - Medidas a curto prazo 168

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    1 INTRODUO

    Este documento, Plano Nacional de Ps-Graduao PNPG , a expresso dos trabalhos iniciais do Conselho Nacional de Ps-Graduao, institudo no Ministrio da Educao e Cultura peloGoverno Federal, atravs do Decreto n.o 73.411, de 4 de janeiro de1974. Tanto a criao do Conselho como a elaborao do Plano sodecorrentes de providncias sugeridas no relatrio do grupo detrabalho da Secretaria-Geral do Ministrio da Educao e Cultura, quedurante o ano de 1973 se constituiu para propor as medidas iniciaispara a definio da poltica de ps-graduao.

    O objeto deste Plano o conjunto de atividades desenvolvidas

    nas instituies de ensino superior e nas instituies de pesquisa, emnvel de ps-graduao. Este trabalho educacional e cientfico estdistribudo em vrios tipos de cursos, delimitados conforme o Parecern 977/65 do Conselho Federal de Educao, entre o sentidoestritocursos de mestrado e doutorado e o sentido lato cursos deformao avanada em nvel de especializao e aperfeioamento.

    A poltica educacional e a poltica cientfica esto representadas,no II Plano Nacional de Desenvolvimento II PN D , atravs do PlanoSetorial de Educao e Cultura PSEC e do Plano Bsico deDesenvolvimento Cientfico e Tecnolgico PBDCT , com os quais o

    presente plano est integrado do ponto de vista estratgico eoperacional. Como decorrncia, os distintos programas de recursoshumanos de nvel universitrio devem ser implantados de formaadequada aos conceitos e diretrizes de planejamento, aqui expressoscom a inteno de reorientar, em mbito nacional, as atividades deps-graduao.

    O conjunto de anlises e estratgias contido neste documentoservir como referncia para as medidas a serem tomadas em todosos nveis institucionais de coordenao, planejamento, execuo enormalizao das atividades de ps-graduao, durante 5 (cinco) anos,

    a partir de 1975. Sua implantao se concretizar atravs da participaoe do compromisso entre o Ministrio da Educao e Cultura, os demaisrgos governamentais nas reas de recursos humanos, cincia etecnologia, e as instituies de ensino superior e de pesquisa, pblicas eprivadas. Com tal poltica, pretende-se evoluir para uma nova etapa dosistema universitrio, durante a qual as atividades de ps-graduaoassumiro Importncia estratgica crescente.

    Para isto, o sistema nacional de ps-graduao deve consolidar-se do ponto de vista institucional e financeiro, elevar o seu desempenho

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    e ter a sua expanso orientada para cumprir com maior eficcia suasfunes. O efeito previsto e desejado destas estratgias a dinamizaodas atividades, em mbito nacional, com a participao permanente eregular da ps-graduao nas instituies de ensino superior.

    Ao aprovar e encaminhar este Plano, o Conselho Nacional dePs-Graduao explicita algumas hipteses de trabalho essenciais paraa formulao e a compreenso da poltica expressa neste documento:

    o ensino e a pesquisa devem estar integrados em todos osnveis, e os vrios nveis devem estar articulados entre si;

    o ensino superior um setor de formao de recursoshumanos para os demais nveis, de ensino e para a sociedade;

    os cursos de ps-graduao no sentido estrito mestradoe doutorado devem ser regularmente dirigidos para aformao de recursos humanos para o prprio ensinosuperior;

    a capacitao dos docentes das instituies brasileiras deveser programada em funo das capacidades de atendimentodos cursos aqui localizados; nos casos especficos deimpossibilidade de atendimento em mbito nacional, devemser programados convnios e intercmbios com instituiesestrangeiras.

    O documento apresenta inicialmente uma anlise da evoluoda ps-graduao no Brasil, apontando os seus principais problemasatuais. Com base neste diagnstico sucinto, prope as diretrizes bsicaspara a sua superao progressiva a partir de 1975. E, no ltimo captulo,so indicadas as metas e programas de expanso do sistema de ps-graduao durante o qinqnio 1975-1979 e apresentados os volumesnecessrios de recursos financeiros para a sua consecuo.

    Finalmente, este planejamento de naturezaindicativa, opo feitana convico de que as alternativas de implantao e de reformulaosero analisadas, discutidas e transacionadas a partir destas diretrizes,

    de acordo com a sua coerncia e adequao s condiesorganizacionais das instituies, s necessidades e s metas nacionais.

    2 - ANLISE DA EVOLUO DA PS-GRADUAO

    Este item descreve as principais caractersticas dimensionais dasatividades, analisa o processo de surgimento dos cursos e instituies,e diagnostica os principais problemas atuais da ps-graduao.

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    2.1 - Dimenses das atividades

    Dado o carter bastante recente das iniciativas de criao eimplantao dos cursos, o conhecimento estatstico de suas dimenses ainda precrio. Por isto, os valores apresentados a seguir soestimativas iniciais, extradas a partir de amostras incompletas e comcritrios no totalmente definidos de classificao e agregao.

    H cerca de 50 instituies de ensino superior onde se realizamcursos de ps-graduao: 25 federais, 10 estaduais e municipais e 15particulares. Nestas instituies, encontramos atualmente 158 reasde concentrao em mestrado e 89 reas de concentrao emdoutorado, reconhecidas pelo Conselho Federal de Educao; e 195

    ncleos de mestrado e 68 de doutorado esto indicados como centrosde excelncia pelo Conselho Nacional de Pesquisas.

    Em 1973, foram preenchidas cerca de 7.000 vagas nestes cursos,havendo, em suas vrias fases, cerca de 13.500 alunos, assim distribudos:5.000 nas instituies federais, 5.800 nas estaduais e municipais e 2.700nas particulares. Na mesma poca, estavam envolvidos com as atividadesde ps-graduao cerca de 7.500 professores, dos quais 50%doutores,20%mestres, 12%livres-docentes e catedrticos, e 18%sem titulao.

    O sistema titulou, at 1973, cerca de 3.500 mestres e 500

    doutores, dos quais cerca de 50%foram absorvidos pelo magistrio eos demais pelo mercado de trabalho profissional.

    2.2 - Processo de crescimento

    As caractersticas mais evidentes deste processo de crescimentoso: o isolamento e a desarticulao das iniciativas; o insuficiente apoioe orientao por parte, dos rgos diretores da poltica educacional; e,na maior parte dos casos, uma grande diversidade de

    fontes e formas de financiamento.

    certo que, de uma maneira ou outra, a ps-graduao atingiudimenses considerveis e tem contribudo efetivamente para aformao de recursos humanos qualificados. Porm, o processo peloqual cresceu at hoje revela uma extrema fragilidade institucional, almde comprometer o desempenho dos cursos e das pesquisas emandamento.

    Apenas em alguns casos os cursos de mestrado e doutorado seiniciaram e se mantiveram como atividades regulares e estveis nas

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    universidades. Quase sempre, as iniciativas foram tomadas por gruposde professores e pesquisadores que, face a dificuldades de ordempoltico-administrativa de seus departamentos e unidades, tm atuadosem a desejvel articulao com as instituies. Para implantar os cursos,tm sido utilizados recursos externos ao oramento das universidades,provenientes de vrias fontes, com vinculaes e prazos diversificados.A administrao de recursos heterogneos e instveis por parte degrupos relativamente isolados levou, em muitos casos, adoo deprocedimentos administrativos prprios, o que, somado s deficinciase problemas das universidades, tem caracterizado vrias reas dedesgaste e conflitos institucionais.

    Muitas iniciativas altamente louvveis conseguiram, com o apoio

    financeiro de diferentes rgos governamentais, implementar asatividades de ps-graduao no Brasil, possibilitando que este Plano jencontre considervel potencial de trabalho educacional e cientficoem muitas reas do conhecimento. Por outro lado, muitos cursos estoem condies precrias de estabilidade; as solues encontradas atagora tm-se dirigido para as necessidades e problemas imediatos; e aspossveis estratgias de prazo mais longo se encontram inibidas e semmuitas condies de implantao enquanto estes problemas no foremsuperados.

    Esses acontecimentos se deram ao nvel dos espaos

    universitrios, mas somente podem ser compreendidos comodecorrentes de todo o processo scio-econmico da atual sociedadebrasileira.

    As transformaes ocorridas em nosso Pas nas ltimas dcadas,notadamente a industrializao e a urbanizao, esto profundamentevinculadas aos processos de inovao tcnica e diviso social dotrabalho. Para que fossem atingidos nveis mais altos de organizao eprodutividade, novas profisses e especialidades tm sido exigidas, emquantidades e diversificao setorial e regional cada vez maiores. Todaa estrutura educacional se encontra submetida a uma presso de

    escolarizao, em todos os nveis, para atender a uma populao cadavez maior, sendo que, particularmente no ensino superior e, a organizaotradicional das instituies confere lentido e inadequao de respostaa estas solicitaes.

    Por outro lado, os problemas sociais e tcnicos de uma sociedade,onde coexistem vrios estgios de desenvolvimento e,conseqentemente, vrias distores e pontos de estrangulamento,necessitam de projetos e planos que encaminhem solues. Isto porsua vez estimula a absoro de tecnologia e de mtodos poltico-

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    administrativos novos e mais eficazes, o que tem sido parcialmentesuprido com a importao de conhecimentos e servios, mas, ao mesmotempo, estimula a produo cientfica prpria e regular. As universidadese os centros de pesquisa so instituies que poderiam ter aceito estesdesafios, no fosse a existncia de poucos ncleos de produo cientfica,isolados entre si, com poucos recursos e sem programas orientadores.

    Assim, houve, no perodo, duas linhas de forte demanda sobreestas instituies:

    1 formar, em volume e diversificao, pesquisadores, docentese profissionais;

    2 encaminhar e executar projetos de pesquisa, assessorando

    o sistema produtivo e o poder pblico.

    Face a estas linhas, o modo pelo qual o ensino superior sedesenvolveu tem dependido das formulaes da poltica educacional ecientfica, especialmente da repartio de atribuies e responsabilidadesentre os vrios organismos governamentais da esfera federal. Eraatribuio do Ministrio da Educao e Cultura, como principalfinanciador da formao de pessoal, atender ao primeiro tipo dedemanda, com capacidade e velocidade suficientes para suprir omercado de trabalho, renovar e ampliar o prprio corpo docente dasuniversidades e atender a necessidades dos centros de pesquisa. No

    atendimento ao segundo tipo de demanda, a responsabilidade desteMinistrio estaria compartilhada com diversos outros rgosgovernamentais, que tm como algumas de suas atribuies ofinanciamento, o amparo e o incentivo pesquisa.

    Neste quadro, a condio para deflagrar um processo autnomode pesquisa seria a formao de recursos humanos para constituir osncleos iniciais de pesquisadores e ampliar os poucos que havia emfuncionamento. A falta de previso adequada deste comportamento ea exigidade de recursos do setor educacional levaram a umprolongamento do papel das demais agncias financiadoras, que passaramtambm a se incumbir da formao do pessoal. De forma destacada, oBanco Nacional do Desenvolvimento Econmico (BNDE), o entoConselho Nacional de Pesquisas (CNPq) e a Financiadora de Estudose Projetos (FINEP) participaram deste processo e continuam a financiarmuitos cursos de mestrado e doutorado.

    Paralelamente a isto, necessidades especficas setoriais e regionaispassaram a ser atendidas por esquema institucional externo ao sistemauniversitrio. Vrios outros rgos e agncias implantaram cursos detreinamento para determinadas especialidades profissionais, dando-lhes

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    um carter de ps-graduao. Assim, para atender ao mercado detrabalho, as universidades e instituies isoladas de ensino firmaramconvnios com os mais diversos interessados e implantaram cursosdestinados a formar os profissionais requeridos.

    2.3 - Diagnstico da situao atual

    A ps-graduao deu uma indiscutvel contribuio para amelhoria do professorado universitrio e para o atendimento denecessidades conjunturais do mercado de trabalho; apesar disso, a faltade orientao do Ministrio da Educao e Cultura e a diversidade decritrios de implantao originaram alguns pontos de estrangulamento,

    resumidos a seguir.

    a. Problemas de estabilizao.

    Boa parte dos cursos ainda no estvel, nem do ponto de vistainstitucional, nem administrativo, nem financeiro. Sua continuidade, acurto prazo, se acha ameaada pela inexistncia de garantias, pelafragilidade dos vnculos entre os cursos e suas instituies, e pelaperspectiva de reduo ou cortes de verbas. Os desajustes resultantesdessa situao atingem uma profundidade considervel, sendo os maisevidentes: a expectativa gerada nos estudantes e candidatos ps-

    graduao; as interrupes de projetos e trabalhos didticos; ainstabilidade empregatcia e profissional dos docentes, tcnicos e pessoalde apoio; e a impossibilidade de compromissos de prazo mais longo.

    b. Problemas de desempenho.

    Os atuais cursos de mestrado e doutorado, no seu conjunto,so muito pouco eficientes. Alguns indicadores aproximados dodesempenho global mostram que a maioria dos candidatos admitidosno chega sequer a completar os crditos e, particularmente nomestrado, somente cerca de 15%atingem a titulao. Os prazos mnimos

    para a obteno dos graus tm sido por volta de 2 anos e meio para osmestres, e mais de 4 anos para os doutores. Estes nmeros so elevadosquando comparados com os padres internacionais e com as atuaisnecessidades e possibilidades do Pas. Contribuem para esta situao,dentre uma srie de outros fatores, a baixa proporo de alunos bolsistasem regime de tempo integral cerca de 40% e uma evaso muitogrande, ligada s necessidades do mercado de trabalho, que no tmsido adequadamente atendidas pelos cursos de especializao eaperfeioamento, sobrecarregando indevidamente os cursos demestrado e doutorado.

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    c. Problemas de crescimento.

    Muitos cursos, em algumas reas e setores, tm crescido sobpresso de candidatos em nmero superior ao de vagas. Esta expansotem provocado estrangulamento em setores que, apesar de essenciaise estratgicos, continuam impedidos de exercer o seu efeitomultiplicador na melhoria de desempenho do conjunto do sistemauniversitrio. Por outro lado, com a concentrao geogrfica verificada,tem ocorrido um indesejvel processo de migrao ps-universitriaem um nico sentido predominante -do interior para as reas dasgrandes capitais -sem a necessria contrapartida do retorno do pessoalaos seus locais de origem. Conseqentemente, os problemas daexpanso do sistema de ps-graduao se agravaram, uma vez que a

    abertura de novos cursos, a ampliao dos cursos existentes e oatendimento em escala nacional dependem, em grande parte, da fixaodos recursos humanos em todos os setores bsicos do trabalhocientfico e nas vrias regies geoeducacionais.

    3 - OBJETIVOS E DIRETRIZES GERAIS

    Dentre as funes gerais do sistema de ensino superior na atualsociedade brasileira, cabe particularmente ps-graduao:

    formar professores para o magistrio universitrio, a fim de

    atender expanso quantitativa deste ensino e elevaoda sua qualidade;

    formar pesquisadores para o trabalho cientfico, a fim depossibilitar a formao de ncleos e centros, atendendo snecessidades setoriais e regionais da sociedade;

    preparar profissionais de nvel elevado, em funo dademanda do mercado de trabalho nas instituies privadase pblicas.

    O objetivo fundamental do Plano Nacional de Ps-Graduao

    transformar as universidades em verdadeiros centros de atividadescriativas permanentes, o que ser alcanado na medida em que o sistemade ps-graduao exera eficientemente suas funes formativas epratique um trabalho constante de investigao e anlise em todos oscampos e temas do conhecimento humano e da cultura brasileira.

    Assim, o sistema de ensino superior como um todo deve:

    difundir e ampliar o saber e a cultura da sociedade;

    utilizar seus meios e instrumentos de ensino e pesquisa, para

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    transformao efetiva das condies materiais e culturaisda sociedade, no sentido de seu crescimento social eeconmico;

    formar, treinar e qualificar os recursos humanos de nvelsuperior em volume e diversificao adequados para osistema produtivo nacional e para o prprio sistemaeducacional.

    As diretrizes que iro orientar a ao dos organismosencarregados da execuo da poltica de ps-graduao se inspiram nodiagnstico sintetizado anteriormente neste plano e oferecem meiosde reparar as distores apresentadas. Tratando a ps-graduao como

    parte integrante do trabalho universitrio, o Plano Nacional de Ps-Graduao deve ser entendido como uma orientao das iniciativas edos esforos, no sentido de cumprir plenamente as funes citadas.

    Consideram-se essenciais e viveis as seguintes diretrizes:

    1 institucionalizaro sistema, consolidando-ocomo atividade regularno mbito das universidades egarantindo-lheum financiamento estvel(item 3.1 deste Plano);

    2 elevaros seus atuais padres de desempenho e racionalizar autilizao dos recursos, aumentandoo rendimento e a produtividade

    dos processos de trabalho, assegurandoa melhor qualidade possveldos cursos (item 3.2 deste Plano);

    3 planejarsua expanso em direo a uma estrutura mais equilibradaentre as reas de trabalho educacional e cientfico e entre as regiesdo Pas,minimizandoa presso atualmente suportada por esta parte dosistema universitrio, aumentando a eficcia dos investimentos, eampliando o patrimnio cultural e cientfico (item 3.3 deste Plano).

    Essas diretrizes so a seguir explicitadas, inicialmente atravs deuma conceituao, e, posteriormente, das principais medidas, segundo

    o nvel institucional em que atuam. importante destacar que as medidassero implantadas num prazo de 5 (cinco) anos, e que as estratgias deimplantao devero seguir a partir deste Plano, levando emconsiderao a participao das prprias instituies, as quaisprocuraro adequar estas diretrizes s suas dificuldades e circunstnciasespecficas.

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    3.1 - Institucionalizao do sistema de ps-graduao

    Este item apresenta as principais diretrizes para institucionalizartodas as atividades atuais e futuras. Inicia-se com uma concepoinstitucional destas atividades e prope-se, depois, a sua compatibilizaoadministrativa e financeira. As diretrizes se referiro a medidasinstitucionais em mbito nacional e a nvel de universidade.

    A orientao mais geral, neste item, consolidar o sistema,propondo-se uma repartio mais adequada das funes dos diversosrgos governamentais envolvidos. Assim, as funes normativas e asatribuies financeiras relativas s atividades regulares dos cursos demestrado e doutorado devem passar completamente ao Ministrio da

    Educao e Cultura, enquanto os demais rgos e agncias participarodo apoio aos programas e projetos de pesquisa.

    3.1.1 - Conceito de sistema de ps-graduao

    Dentro do complexo universitrio, a ps-graduao constitui umsistema de ensino que abrange as modalidades de mestrado edoutorado (ps-graduao stricto sensu) e as de aperfeioamento eespecializao (ps-graduao lato sensu) , de acordo com as normasdo Conselho Federal de Educao e a legislao em vigor.

    Os cursos das duas primeiras modalidades formam profissionaisgraduados, conferindo-lhes o ttulo de mestre e/ou doutor ao trminode um processo de ensino e pesquisa, regido por normas especficas.Os cursos de outras modalidades, preparam tambm profissionaisgraduados, atravs de processos acadmicos de contedo e prazo maisrestritos.

    O sistema de ps-graduao composto:

    do Conselho Nacional de Ps-Graduao, como rgocolegiado interministerial, com funes de formular a poltica

    geral de ps-graduao e coordenar a sua execuo; do Conselho Federal de Educao, como rgo do

    Ministrio da Educao e Cultura, com funes de normalizaros procedimentos jurdicos gerais e credenciar os cursos;

    do Departamento de Assuntos Universitrios -DAU -, comorgo do Ministrio da Educao e Cultura, com funo deexecutar as polticas e programas;

    do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico eTecnolgico CNPq , como rgo da Secretaria de

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    Planejamento da Presidncia da Repblica, com funes deassessorar a formulao da poltica de desenvolvimentocientfico e tecnolgico, coordenar e apoiar as atividades deproduo cientfica;

    de outros rgos e agncias, governamentais ou no, comfunes de apoio e estmulo s atividades de pesquisa eformao de recursos humanos;

    das instituies de ensino superior e dos centros de pesquisa,pblicos e privados, onde houver cursos de ps-graduao,com atribuies diretamente relacionadas ao funcionamentodos cursos.

    Nesta concepo, o sistema composto de vrios nveisinstitucionais de coordenao, planejamento e execuo, os quais devemser articulados para uma definio mais clara de funes eresponsabilidades, buscando sempre a compatibilidade administrativa efinanceira que caracteriza um sistema institucionalmente estvel.

    3.1.2 - Diretrizes para consolidao institucional

    As atividades atuais em quase todo o sistema encontram-se regidase constitudas por diferentes critrios de dependncia administrativa,

    autonomia, vinculao oramentria, regimes de trabalho,representatividade e deciso. Estas indefinies e sobreposiesinstitucionais foram tpicas da fase inicial da implantao e crescimentodo sistema e devem ser superadas nesta etapa, na medida em que aconsolidao agora pretendida se segue logicamente ao pioneirismo inicial.

    Deste ponto de vista, no se justificam, daqui para a frente, astendncias, observadas no perodo anterior, de isolar as atividades deps-graduao das demais atividades da universidade. O argumento deque a flexibilidade administrativa, reconhecidamente necessria aos cursosde mestrado e doutorado, exige autonomia em relao instituio inconsistente, em virtude da experincia histrica j relatada.

    A consolidao institucional e a estabilizao financeira sodiretrizes interdependentes, de ordem estratgica geral, cujainstrumentao indicada no item 3.1.4. Inicialmente, para que a ps-graduao seja consolidada nas instituies de ensino superior, faz-senecessrio o esforo de natureza poltico-administrativa para, em cadacaso, encontrar meios de:

    superar as instabilidadesatravs de compromissos maisamplos entre as vrias unidades e rgos envolvidos em

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    reas e situaes problemticas;

    minimizar os desgastes profissionais e institucionais, prejudiciaisao trabalho em equipe e coordenao das atividades,revendo os esquemas de discusso, delegao, deciso erepresentatividade;

    garant ir o xito na implantao de novos cursos, apoiando adinamizao da estrutura departamental, prevendo suasnecessidades futuras e acionando os mecanismos e recursosdos departamentos para interferir no futuro, diminuindo ograu de incerteza e improvisao de suas medidas poltico-administrativas.

    O sucesso destas estratgias poder evitar a repetio desituaes semelhantes s anteriores e atuais como:

    o aparecimento de corpo docente privado e, comoresultado, a elitizao de parte dos professores, em funodo ensino ministrado;

    a existncia de administrao independente e a adoo denormas acadmicas incompatveis com as adotadas nosdemais setores da instituio;

    a duplicao de meios para os mesmos fins;

    o distanciamento entre graduao e ps-graduao.

    Essas estratgias devem ter apoio e orientao a l1velgovernamental, pois a consolidao necessria e conveniente tambmneste nvel, para que as polticas mais gerais possam ser implantadas.

    3.1.3 - Diretrizes para estabilizao financeira

    Os suportes financeiros atuais dos cursos de ps-graduao soatendidos em propores variadas atravs de convnios, programas,projetos e dotaes oramentrias. Os recursos de natureza e

    vinculao diversificadas so aplicados num sistema de comportamentoeconmico-financeiro distinto das demais atividades universitrias emum importante aspecto: os custos da ps-graduao, normalmente maisaltos que os de graduao, so atualmente agravados por deficinciasoperacionais tpicas de implantao no consolidada. Face a isto,considera-se fundamental a estabilizao financeira dessas aplicaes,conferindo-lhes um carter regular e programado dentro do conjuntode aplicaes de recursos a nvel governamental, ministerial euniversitrio.

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    Todas as demais diretrizes ficaro comprometidas em sua realizaose no for atingido a curto prazo um nvel significativo de estabilizaofinanceira. Este processo se guiar pelas seguintes orientaes:

    a) no mbito do Governo Federal os recursos das agnciasgovernamentais devem continuar atuando comocomplementares aos recursos das universidades, sejampblicas ou particulares, na instalao de cursos, namanuteno de bolsistas de vrios nveis e no financiamentode projetos e pesquisas; por outro lado, devem desvincular-se progressivamente das demais atribuies.

    b) no mbito do Ministrio da Educao e Cultura esteMinistrio deve, gradualmente, absorver as atribuies com

    investimentos fsicos e verbas de pessoal e custeio, nasinstituies federais, incluindo a os auxlios e bolsasnecessrios aos programas de capacitao de docentes; e,alm disto, apoiar as iniciativas de ps-graduao em todo osistema de ensino superior.

    3.1.4 - Orientaes e medidas a nvel de universidade

    As duas diretrizes anteriores -consolidao institucional eestabilizao financeira devem levar a um processo de natureza

    poltico-administrativa no mbito das instituies, uma vez que implicamem mudanas e reorientaes de procedimentos atuais. Em muitoscasos, nem os cursos de ps-graduao nem os departamentos seencontram em condies de consolidar e estabilizar suas atividadesde maneira coerente e sintonizada nos mesmos critrios.

    Algumas orientaes gerais so aqui indicadas para uma resoluoharmnica deste processo:

    adequar os procedimentos atuais da ps-graduao a umaestrutura funcional e hierrquica j reconhecida, atualizada eoperada no ensino superior brasileiro, conforme a legislao

    da reforma universitria, sem forar o rompimento dasexpectativas comuns de alunos, docentes e administradores;

    aplicar considervel esforo no aperfeioamento doscritrios e mtodos de administrao financeira dasinstituies, para conseguir maior agilidade e flexibilidade namovimentao dos recursos e das pessoas;

    promover as modificaes necessrias reordenao dofinanciamento do sistema, cuidando que no sejam bruscase desorganizadas, sob pena de provocarem desequilbrio e,

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    solues de continuidade em muitos cursos, sustentadosatualmente apenas por recursos extra-oramentrios; nestatransio, deve-se considerar que os recursos deste tiposo mais instveis, no devendo repousar neles o atendimentode itens essenciais;

    prever as necessidades futuras de ampliao e diversificaode capacidade de atendimento em nvel de graduao; a partirdisto, assegurar regularmente a realizao dos programasde qualificao dos recursos humanos necessrios a mdioe longo prazo;

    promover a participao efetiva de toda a universidade emsuas atividades de graduao, ps-graduao e pesquisa, sendo

    regra geral que os docentes qualificados para o ensino deps-graduao participem do ensino de graduao; e que osalunos de ps-graduao, sempre que possvel e oportuno,apoiem estas tarefas na qualidade de monitores e auxiliaresde ensino, oficialmente designados e com direito a bolsa decomplementao;

    utilizar conscientemente o prazo de planejamento paraalcanar a consolidao institucional e a estabilizaofinanceira de forma integrada em toda a instituio. Namaioria dos casos, a dimenso da ps-graduao pequenase comparada a toda a graduao e esta integrao poder

    processar-se mais rapidamente. Onde a dimenso for maissignificativa, o prazo de cinco anos dever ser suficiente parauma integrao progressiva, coordenada e controlada pelainstituio universitria.

    Alm destas orientaes, de carter mais geral, considera-senecessrio que as universidades passem a tomar, adequando-as aosproblemas atuais, as seguintes medidas especificas:

    alocao de pessoal e recursos nos departamentos, emconjunto para a graduao e a ps-graduao, tanto nos casosde cursos de mestrado e doutorado prprios dodepartamento, como nos casos de cursosinterdepartamentais; a manuteno de docentes, tcnicos epessoal administrativo deve ficar a cargo do oramentoregular da instituio, sem prejuzo de eventuaiscomplementaes, provenientes de financiamentos aprojetos especficos;

    promoo de atividades regulares de representao ecoordenao conjunta para as atividades de graduao e ps-graduao, a nvel departamental e interdepartamental,

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    conforme as reas de interesse e as afinidades curriculares,temticas e profissionais;

    implementao dos rgos centrais, j previstos peloConselho Federal de Educao e pela reforma universitria,para coordenar as atividades de ps-graduao, a nvel desub-reitorias; e de rgos colegiados para ainstrumentalizao normativa interna universidade.

    3.2 - Elevao dos padres de desempenho

    Este item apresenta as principais diretrizes para a elevao dos

    padres atuais de desempenho, iniciando-se com uma conceituaodas atividades de ps-graduao como sistema de trabalho. A seguir,so indicadas vrias medidas a serem tomadas a nvel de curso, a nvelde universidade e a nvel nacional.

    Ao colocar a elevao dos padres de desempenho como umadas trs diretrizes fundamentais deste Plano, o Conselho Nacional dePs-Graduao considera que esta elevao essencial, pois, quaisquerque sejam as medidas e ndices adotados para representar odesempenho dos cursos, seu nvel global baixo. Esta situao tende acomprometer a eficcia de qualquer alternativa de crescimento quevenha a ser adotada, e deve ser superada de forma slida, progressivae consciente em todos os nveis em que as medidas sejam propostas.

    3.2.1 - Ensino de ps-graduao como sistema de trabalho

    A elevao dos padres de desempenho na ps-graduao aqui entendida como uma sucesso de mudanas nas condies detrabalho e na organizao das atividades educacionais e de produocientfica. Para que isto se concretize, importante que estas condiese esta organizao sejam analisadas e desenvolvidas a partir de umaviso conceitual do ensino de ps-graduao como um sistema de

    trabalho.

    Um curso de ps-graduao mobiliza recursos humanos emateriais de acordo com processos de trabalho de natureza pedaggicae de natureza cientfica. Alm dos aspectos institucionais descritos eanalisados em outras partes deste documento, cabe aqui ressaltar anatureza operacional do funcionamento de um curso:

    as atividades cientficas compreendem a organizao delinhas regulares de projetos de pesquisa, a produo de

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    trabalhos profissionais de comunicao, discusso eintercmbio de informaes e temas culturais, cientficos etcnicos, que so realizados por grupos, na maioria dos casosenvolvendo reas distintas de trabalho cientfico e, muitasvezes, com participao de diferentes instituies;

    as atividades profissionais compreendem, tambm emgrupos e com participao de vrias instituies, o preparoe a execuo de projetos tcnicos e organizacionaisespecficos para assessorar no desenvolvimento do sistemaprodutivo e na formulao de planos e polticasgovernamentais.

    Assim, os padres de desempenho de um curso socompreendidos como relaes lgicas e contbeis entre as formas, osvalores e os prazos dos recursos e atividades envolvidos. E a elevaodestes padres se far atravs de medidas que alterem a natureza destestipos de trabalho.

    3.2.2 - Diretrizes de desempenho a nvel de curso

    So propostas orientaes e medidas que na maioria dos casosdevem ser implantadas a nvel de cursos e a nvel de departamentosaos quais se vinculam. Estas medidas esto agrupadas nos quatro grupos

    de funes e reas de atuao: a) condies de entrada e processo deseleo; b) regime de trabalho e concesso de bolsas aos alunos; c)processo pedaggico e produo cientfica; d) regime de trabalho eseleo de docentes. Outras medidas de carter mais amplo, que devemsuportar e apoiar estas, so propostas nos itens seguintes (3.2.3 e 3.2.4).

    Inicialmente, comentada a importncia de cada grupo de funese a seguir so propostas vrias medidas, com um relativo grau de detalhe.Contudo, procurou-se conservar a amplitude necessria para as medidastticas em cada curso e em cada instituio, conforme as condies ea participao das pessoas envolvidas.

    a. Condies de entrada e processos de seleo

    Os conhecimentos, as aptides e os objetivos de seus candidatoscompem uma parcela significativa do sistema, uma vez que os recursossero mobilizados para atuar sobre estas caractersticas. Os candidatosso provenientes de duas situaes anteriores: a maioria (atualmentecerca de 70%) vem diretamente da graduao, os demais so docentesou profissionais, formados h algum tempo. Dificilmente os cursos deps-graduao modificaro diretamente as condies de entrada de

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    seus candidatos, e a experincia demonstra que o nvel de entrada temque ser, praticamente, tomado como dado.

    Por isto, o processo ideal de seleo deve levar em conta: asaptides, que dependem de caractersticas culturais e de personalidade;os conhecimentos anteriormente adquiridos na graduao e no trabalhoprofissional; e as expectativas dos candidatos em termos de realizaoprofissional e trabalhos de pesquisa.

    Alm disso, este Plano sugere algumas medidas preventivas decarter geral para melhorar a eficcia da seleo:

    os cursos de mestrado e doutorado devem obter melhores

    informaes sobre os cursos de graduao correlatos esobre os potenciais dos candidatos, para melhor planejarseu processo de seleo e seu trabalho com cada turma;

    os procedimentos de divulgao, contato, entrevista,admisso e matrcula devem ser aperfeioados paradispensar um tratamento mais cuidadoso aos candidatos ealunos, ampliando suas alternativas de opo profissional eprocurando atrair os alunos mais aptos e interessados;

    a instituio que oferece o curso de mestrado e doutoradodeve apresentar, por ocasio dos contatos pessoais com oscandidatos, as informaes sobre suas linhas curriculares e

    sobre os projetos de pesquisa em andamento e em preparo;com isto possvel elaborar, em conjunto com os candidatos,planos de trabalho na forma de um compromisso recproco,flexvel e responsvel.

    No se busca, com estas medidas, atingir uma uniformidade deprocedimentos, mas, chamar a ateno sobre o aspecto estratgicoda seleo, pois atravs deste processo que um curso preenche suacapacidade de atendimento, com pessoal apto e interessado.

    Alguns procedimentos atuais tm sido praticados para fazer face

    a presses excessivas de demanda, a estrangulamentos setoriais eregionais, e a deficincias dos cursos de graduao. Todos estesproblemas s podem ser superados com medidas estratgicas maisamplas de crescimento, conforme as indicadas no item 3.3 deste Plano.Mas, conforme surjam os efeitos de uma expanso mais orientada, teroque ser repensadas algumas atividades atuais de recrutamento e seleoe, neste caso, os chamados cursos de nivelamento ou revisopoderiam ter um carter mais individual, tanto na seleo como narecuperao que for necessria.

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    b. Regime de trabalho e concesso de bolsas aos alunos

    O desempenho acadmico dos alunos, dadas as condies deentrada e seleo, estar bastante determinado pelas caractersticasde seu regime de trabalho e dos mecanismos de concesso de bolsas.Como os alunos de psgraduao so profissionais formados, tmsempre a alternativa de escolha entre a continuao dos estudos e omercado de trabalho. Sendo assim, as alternativas do mestrado e dodoutorado devem colocar melhores condies de trabalho, e concederbolsas em um regime de manuteno estvel e em nvel suficiente.

    Assim, conveniente que:

    a maioria dos alunos, em cada curso, trabalhe em regime detempo integral com bolsa, tendo sua carga horriaconvenientemente repartida entre horas de estudo,atividades de pesquisa e atividades didticas;

    os critrios de rendimento, promoo e titulao levem emconta o seu desempenho acadmico global, aferindo-ocumulativamente a partir de um conjunto amplo deatividades;

    sejam destinados espaos fsicos e condies ambientaisadequadas para as atividades didticas e os demais trabalhosfeitos por alunos nas instituies;

    sejam designados, durante todas as fases do curso,orientadores acadmicos individuais para acompanhar deperto o trabalho de cada aluno; e que os vrios orientadoressejam coordenados ao nvel de curso e departamentos paraum melhor desempenho conjunto das linhas de trabalho epesquisa;

    as bolsas de estudo sejam concedidas e mantidas na formade compromissos entre os candidatos e as vriasinstituies envolvidas. Para os alunos provenientes deprogramas institucionais de capacitao de docentes, as

    bolsas e complementaes sejam concedidas atravs dainstituio de origem do candidato; nos demais casos, sejamconcedidas bolsas a quem apresente planos de trabalho,individuais ou em grupos, considerados relevantes pelasinstituies que ministram os cursos.

    c. Processos pedaggicos e produo cientfica

    Como os cursos atuam de maneira a transformar oconhecimento e as aptides de um grupo heterogneo de candidatos,

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    o seu processo pedaggico deve prever atividades variadas para aaprendizagem, o treinamento e a formao destes candidatos. O ensinode ps-graduao tem maiores exigncias de nvel e relevncias detemas, e , ao mesmo tempo, um processo intensivo de trabalho. Poristo, conveniente que:

    seja ampliado o espectro atual de mtodos pedaggicos edidticos, lanando mo de recursos mais adequados a cadacomunidade de alunos;

    o processo de produo cientfica seja aperfeioado parapermitir, ao mesmo tempo, o treinamento inicial dos futurospesquisadores, e a execuo de projetos com potencial deinovao tcnica e social;

    seja promovida uma articulao progressiva dos currculose temas de trabalho educacional entre os nveis de graduaoe ps-graduao;

    se coloque maior nfase no uso de laboratrios e escritriosde projetos para atividades conjuntas de graduao e ps-graduao, cuidando da metodologia cientfica envolvida, edo engajamento progressivo de equipes de alunos,professores e pesquisadores em linhas de pesquisa de maislongo prazo;

    sejam reformulados e aperfeioados os regimes de crditos

    e os critrios de promoo para aproveitar plenamente otempo, o contedo e os temas do prpric. curso naelaborao final de uma tese 9u dissertao; alm disto, queos alunos sejam, desde a sua admisso, preparados ematividades de pesquisa, investigao e produo de textos,como treinamento para o trabalho de tese, ao invs desimplesmente adi-lo para aps a obteno dos crditos.

    d. Regime de trabalho e seleo de docentes

    A continuidade do trabalho didtico e de pesquisa depende

    essencialmente do regime de trabalho dos docentes, pesquisadores etcnicos, e no se pode pretender executar planos e projetos de longoprazo se a carga de trabalho fragmentada no tempo e no espao. Poroutro lado, a seleo do pessoal neste nvel importante para que seeleve a potencialidade dos cursos de mestrado e dos ncleos depesquisa, em conjunto. Como as atividades de trabalho docente e depesquisa so tipicamente de grupos, a diversidade de aptides devecontribuir para uma melhor articulao das equipes, e no para a suaseparao.

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    Assim, considera-se necessrio que:

    os docentes, pesquisadores e tcnicos dos vrios cursostrabalhem, preferencialmente, em regime de tempo integral,contratados de acordo com os procedimentos usuais noquadro de pessoal das universidades;

    a integrao do ensino de graduao com o ensino de ps-graduao leve parte significativa do corpo docente dodepartamento a exercer atividades simultaneamente nos doisnveis, levando em conta a melhor distribuio de carga detrabalho;

    as atividades complementares e especficas, que no puderemser atendidas por pessoal em tempo integral, sejam exercidasatravs de intercmbio, servios temporrios, professoresde tempo parcial e visitantes;

    a seleo destes profissionais seja programada e sincronizadacom os planos de expanso e treinamento dos cursos euniversidades. Assim, a substituio dos docentes que seausentam da instituio, para treinamento e intercmbio, deveser planejada em funo das expectativas de expanso e dascondies que vinculam os elementos ausentes aos cursose departamentos;

    os critrios de seleo deste pessoal levem em conta seus

    planos e perspectivas em termos pedaggicos e cientficos,baseando-se em anlises abrangentes das aptides e dopotencial de produo cientfica dos candidatos.

    Para que todas estas medidas possam ser realmente implantadas, necessrio um elevado grau de compromisso de trabalho entre osdocentes, pesquisadores e a instituio que os emprega. Uma dasprincipais bases de sustentao deste compromisso ser alcanada coma promoo sistemtica dos docentes e pesquisadores s categoriascorretas de titulao e remunerao, cuidando tambm dosprocedimentos de complementao e incentivos associados produo

    cientfica e aos projetos desenvolvidos na instituio.

    3.2.3 - Diretrizes de desempenho a nvel de universidade

    O conjunto de diretrizes fornecido para a elevao dodesempenho a nvel de curso s se torna vivel se for articulado numnvel institucional mais amplo.

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    Conceitualmente, isto equivale a uma extenso do sistema detrabalho descrito no item 3.2.1 do nvel de curso para o nvel deuniversidade. Tratamos agora de um sistema constitudo de unidades,centros, institutos, departamentos e cursos relacionados s atividadesde graduao, ps-graduao e pesquisa. Cabe universidade coordenaros trabalhos em direo a objetivos definidos por seus componentes eunidades. Este Plano prope algumas diretrizes que pretendem influirpositivamente na elevao do desempenho da universidade atravs daelevao do desempenho do sistema de ps-graduao.

    So abordados os seguintes aspectos: a) programas de capacitaode docentes, visando a qualificao dos recursos humanos das prpriasuniversidades; b) iniciativas e programas de intercmbio interno e

    externo s universidades; c) racional idade econmica, financeira eorganizacional da universidade com relao as atividades de ps-graduao e suas relaes com as demais atividades.

    a. Programas institucionais de capacitao de docentes

    O treinamento de pessoal prprio, sem dvida, propicia elevaodo nvel de informao e intercmbio profissional nas diversas reas;contribui para a maior diversidade de aptides; e um forte incentivopara a promoo e o desenvolvimento do corpo docente dauniversidade. Por isto, conveniente que meream ateno especial

    por parte da universidades os Programas Institucionais de Capacitaode Docentes, alguns dos quais j se encontram em andamentoenvolvendo vrias universidades brasileiras.

    As instituies de ensino superior devem, a partir de agora,concentrar esforos e iniciativas para a melhoria de qualificao deseus recursos humanos, para poder cumprir, a mdio prazo, os objetivosde formao autnoma de grupos e ncleos capacitados a preencherreas deficientes e abrir reas novas em seus programas de ensino epesquisa. Estes programas de capacitao sero de iniciativa dasinstituies, e devero ser apoiados e coordenados pelo Ministrio daEducao e Cultura, dentro das seguintes orientaes gerais:

    dimensionar as necessidades de reciclagem de seu atualquadro docente, prevendo a sua ,substituio parcial parapoder compensar a ausncia temporria de professores queiro cursar o mestrado e doutorado em outras instituiese prevendo tambm a sua reabsoro aps os cursosconcludos;

    estimar o comportamento a mdio e longo prazo daexpanso da graduao, para preparar, com antecipao, osprofessores necessrios;

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    avaliar as deficincias atuais por departamentos e centros e,desde logo, preparar o pessoal necessrio para a elevaodos padres de desempenho nestas reas, buscando sempreo maior efeito multiplicador, atacando os pontos de maiorvolume de trabalho e valor estratgico para a estruturaeducacional e cientfica;

    estimular, dentro da prpria universidade, um maior fluxode pessoal entre as reas, cuidando que a absoro de pessoaltreinado e formado nela prpria no seja em proporo muitoelevada; isto poderia levar a processos de enclausuramentoe endogenia, com o risco de permanecer reforando asprprias deficincias;

    utilizar, da melhor forma possvel o sistema universitriobrasileiro e particularmente o potencial j instalado demestrados e doutorados, recorrendo a convnios,compromissos e programas comuns a mais de umainstituio, em mais de uma regio geoeducacional.

    b. Intercmbios

    Os intercmbios de pessoal e os grupos de trabalhointerdepartamentais e inter-institucionais tm um papel fundamentalna ampliao dos fluxos do conhecimento, alm de serem necessrios

    para o tratamento de temas complexos da sociedade e da cincia.

    Por isto, interessante que sejam estimuladas e orientadas asvrias formas de intercmbio entre cursos, departamentos e unidadesda universidade, procurando-se integrar reas bsicas e profissionaisem linhas mais coerentes de trabalho. Os cursos de mestra do edoutorado tm nisto uma importante funo, na medida em que devemoferecer condies para pesquisas e trabalhos de natureza complexa einter-disciplinar. Neste sentido, o desempenho da universidade, em seuconjunto, depender muito do grau de integrao e articulao entreos vrios grupos e esforos.

    Deve ser tambm incentivado o intercmbio entre asuniversidades, no sentido de implantar ou impulsionar iniciativas eminstituies que encontrariam, sozinhas, enormes dificuldades em iniciarou consolidar cursos.

    c. Racionalidade administrativa

    A utilizao de processos de trabalhos tpicos da ps-graduaorequer um aumento do volume de recursos mobilizados pela instituio,

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    porque os seus custos e dimenses operacionais so diferentes dos dagraduao. Para elevar o desempenho econmico-financeiro, importaracionalizar o uso dos seus recursos fsicos, humanos e financeiros.

    Para isto, fundamental aprimorar os instrumentos deadministrao desses fatores, prevendo a utilizao comum por vriasunidades, tanto de graduao como de ps-graduao, de recursosque tenham uma escala mnima de operao que s possam sersuportados pela universidade.]

    Por outro lado, o desempenho dos cursos tambm pode sercomprometido ou assegurado pela natureza e eficincia de seusprocessos administrativos e servios de apoio. O trabalho conjunto de

    ensino e pesquisa, requer uma melhoria sensvel nos padresadministrativos, sendo recomendvel a prtica de constantes anlisese reformulaes dos :mtodos e procedimentos a nvel dedepartamento e cursos, a fim de atender a alunos, docentes,pesquisadores e administradores.

    Neste sentido, so consideradas necessrias as seguintesiniciativas:

    incentivar e apoiar materialmente a produo e publicaode trabalhos didticos e

    cientficos, teses e projetos; incentivar a criao e operao de sistemas de informaes

    inter-departamentais para possibilitar um melhoracompanhamento e coordenao dos trabalhos;

    integrar e diversificar os servios de apoio, como biblioteca,museus, arquivos e editoria, todos eles de importncia crucialna qualidade do trabalho didtico e cientfico;

    reduzir os custos de instalao e operao destes servios,evitando sua pulverizao em ncleos com dimenses abaixode uma escala econmica, e colocando o potencial de

    recursos humanos dos prprios cursos e centros de pesquisa disposio para tarefas complementares na gesto destesservios;

    promover maior intercmbio dos vrios servios entredepartamentos e cursos afins, buscando no apoio mtuo umaforma de superar as suas deficincias;

    aumentar as taxas de utilizao destes servios, ampliandoracionalmente seu uso e acesso para todos os alunos,docentes e pesquisadores, em sincronia com as necessidades

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    pedaggicas e cientficas dos vrios cursos e projetos emandamento e em preparo.

    igualmente indispensvel a estruturao de uma carreira maispromissora para o pessoal tcnico (apoio administrativo, apoio didtico,tcnicos de laboratrio, oficinas, etc.). A estabilidade desse pessoal decisiva para a pesquisa e o ensino e no pode ser alcanada nascondies atuais, caracterizadas pelas incertezas decorrentes degratificaes e complementaes salariais por conta de recursos dasagncias financiadoras.

    3.2.4 - Diretrizes de desempenho a nvel nacional

    Para a elevao dos padres atuais de desempenho no mbitonacional essencial assegurar esta elevao no mbito das instituiese, para isto, o Conselho Nacional de Ps-Graduao prope que oMinistrio da Educao e Cultura e os rgos de poltica e financiamentode pesquisa elaborem linhas efetivas de apoio s medidas anteriormentecitadas. Estas linhas de apoio, a nvel nacional, compreendem 4 grandesgrupos de atividades a serem desenvolvidas por estes rgos: a) aalocao dos recursos financeiros no sistema de ps-graduao,especialmente nos casos de recursos governamentais; b) as atividadesde assessoria e assistncia tcnica para as vrias fases de implantao

    deste Plano e dos demais planos e programas de recursos humanos,cincias e tecnologia; c) as atividades de difuso e registro deinformaes nesta rea, em mbito nacional; d) os mecanismos dereconhecimento e credenciamento de cursos, instituies e ttulos.

    Para cada uma destas reas organizacionais em que o poderpblico deve apoiar a ps-graduao e a pesquisa, so propostas algumasdiretrizes gerais:

    a. Alocao de recursos

    Os recursos a serem alocados no sistema nacional de ps-graduao representam encargos adicionais para os vrios rgosfinanciadores, em relao aos seus oramentos atuais. So atribuiesrecentes, diferentes em volume e em natureza, porque h vrias fontese destinaes que so especficas deste sistema.

    A distribuio destas aplicaes entre as vrias reas de trabalho,os vrios tipos de formao e as vrias regies do Pas influi diretamenteno desempenho e requer alguns critrios mais eficazes. De incio, devemser consideradas:

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    as disponibilidades atuais e previstas das vrias agnciasfinanciadoras e do Ministrio da Educao e Cultura;

    as vrias caractersticas operacionais dos grandes setoresdo conhecimento e das

    grandes reas geoeducacionais;

    as deficincias e duplicaes existentes, seus atuais efeitos eas suas necessidades para uma resoluo a curto prazo dospontos de estrangulamento.

    As diretrizes mais amplas, para o financiamento futuro do sistema,so enunciadas no item 3.3, e o dimensionamento inicial da expansofsica e financeira apresentada no captulo 4 deste Plano.

    Uma parte essencial dos recursos dever ser aplicada para aelevao dos nveis e dos volumes de bolsas de estudo para alunos demestrado e doutorado -o que tem influncia direta e positiva nodesempenho e multiplica seus efeitos em prazos relativamente curtos.

    Neste sentido caber, principalmente ao Ministrio da Educaoe Cultura, a adoo dos sistemas de bolsas institucionais a seremdistribudas atravs das instituies interessadas em treinar e aperfeioarseu prprio pessoal docente.

    Os demais rgos fornecedores de bolsas, e dentre eles comdestaque o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico eTecnolgico, devem se comprometer com uma poltica harmnica debolsas e auxlios, para atender, em conjunto s demandas provenientesde cursos, programas de pesquisas e formao de pesquisadores.

    b. Assessoria e assistncia tcnica

    O desempenho global do sistema pode ser elevado atravs doestmulo e do incentivo que os rgos de poltica educacional ofereams instituies, no sentido de assessor-las para o encaminhamento de

    iniciativas e reformulaes de suas atividades. Algumas destas medidaspodem ser: a promoo dos programas de intercmbio para a formaode recursos humanos; a realizao de encontros e seminrios paradiscusso conjunta de assuntos de ps-graduao em nvel regional,setorial, nacional e internacional; servios de assistncia tcnica,administrativa, pedaggica, principalmente na implantao de novoscursos.

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    c. Informaes

    O desempenho se eleva a partir de utilizao efetiva, por partedas instituies e do Ministrio da Educao e Cultura, de amplo sistemade dados estatsticos, informaes. documentao e publicaes. Todasas atividades anteriormente descritas e sugeridas exigem um suportedeste tipo.

    A utilizao adequada deste suporte pode proporcionar sinstituies, e particularmente aos cursos de mestrado e doutoradomais recentes e sem tradio de intercmbio, um contato maior entresi. Para os rgos de poltica educacional e de pesquisa, fundamentala existncia e operao deste sistema para alimentar e refazer seus

    planos, e para registrar e difundir as vrias anlises e proposies.

    d. Credenciamento e reconhecimento

    O credenciamento dos cursos de ps-graduao, de competnciado Conselho Federal de Educao, constitui um procedimento formalpelo qual se reconhece a qualidade daqueles cursos e assegurada aosseus titulados as prerrogativas legais.

    O credenciamento tem sido um processo aposteriorie, por isso,de repercusso menos imediata na preservao da qualidade e nos

    padres de produtividade dos cursos, no obstante o empenho quenesse sentido tem posto o Conselho Federal de Educao. Tendo emconta a necessidade de expanso do Sistema Nacional de Ps-Graduao, de prever que o processo de credenciamento, por certonecessrio, venha a harmonizar-se gradualmente com as demaisdiretrizes deste Plano, em correspondncia com medidas de naturezapedaggica e administrativa aqui previstas.

    Situao anloga a da indicao pelo Conselho Nacional deDesenvolvimento Cientfico e Tecnolgico, de cursos ou entidades comocentros de excelncia, reconhecimento de alta qualidade fundado

    sobre tudo no padro das pesquisas que nelas se desenvolvem. Aindaneste caso de esperar que tal processo venha a adaptar-se s diretrizesdo presente Plano, pelas razes antes registradas.

    3.3 - Planejamento da expanso

    Este item apresenta as principais diretrizes para planejar eacompanhar a expanso do sistema de ps-graduao nos seus vriosnveis. Inicia-se com uma concepo do tipo de processo desejado,

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    apresentando depois uma viso da natureza deste processo decrescimento, para ento propor diretrizes para orient-lo, a nvel deuniversidade.

    Ao pretender interferir na evoluo futura do sistema, oConselho Nacional de Ps-Graduao considera que o processoobservado at agora tem sido parcialmente espontneo, e, nos casosem que foi induzido, o critrio predominante foi o de expanso fsicapressionada por motivos conjunturais. Deve-se caracterizar daqui paraa frente uma nova fase, um novo processo de crescimento mais slidoe mais equilibrado.

    3.3.1 - Objetivo do planejamento

    O sistema de ps-graduao, na forma definida no item 3.1.3deste Plano, torna-se, portanto, objeto de planejamento estatal,considerado como um subsistema do sistema universitrio, e este, porsua vez, parte integrante do sistema educacional.

    O processo de planejamento e controle deste sistema assegurara expanso orientada das reas de trabalho educacional e cientfico deps-graduao.

    Nesta concepo, para que o planejamento seja eficaz, considera-se essencial que:

    os vrios nveis institucionais estejam articulados paradesenvolver suas funes, e os vrios prazos e formas deapresentao, discusso, aprovao e execuo das iniciativassejam escalonados de acordo com as necessidades prpriasdo processo educacional-cientfico;

    estas prprias diretrizes sejam interpretadas com aflexibilidade necessria para, ao mesmo tempo, corrigirdistores e consolidar progressivamente o sistema;

    a implantao destas estratgias de crescimento durante osprximos cinco anos seja feita atravs de constantes reajustese replanejamento em funo das necessidades epossibilidades dos departamentos, instituies e rgosgovernamentais envolvidos;

    os critrios e parmetros de clculos de necessidades deexpanso fsica dos sistemas sejam construdos a partir dascaractersticas prprias e das funes formativas da ps-graduao dentro da universidade e da sociedade;

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    a programao dos recursos e as formas de aplicao destesrecursos levem em conta o comportamento econmico-financeiro deste nvel de ensino e as disponibilidades reaisdo conjunto de fontes financiadoras.

    Prev-se que a efetiva participao conjunta das instituiesvinculadas ao Sistema Nacional de Ps-Graduao e ao sistemauniversitrio, harmonizada por um conjunto de estratgias e articulaescomo estas descritas, poder garantir uma certa tcnica e poltica doplanejamento. Desta forma, o PNPG dever estar integrado com aspolticas de desenvolvimento social e econmico, na medida em que considerado um dos instrumentos destas polticas. Nesta concepo,este documento e as atividades de implantao que o seguiro devem

    orientar e apoiar a formao e diversificao dos recursos humanos,de maneira adequada aos propsitos nacionais de acumulao dopatrimnio cientfico e cultural a longo prazo.

    3.3.2 - Natureza dinmica do crescimento

    O crescimento do sistema se concretiza pela expanso das reasde trabalho cientfico-educacional, num processo cumulativo, gerado apartir de investimentos estatais na criao de novos cursos e centrosde pesquisa, e na ampliao e diversificao dos atuais.

    fundamental que o planejamento da expanso leve em conta anatureza deste trabalho, ou seja, a existncia de certas caractersticasprprias de estruturao do trabalho cientfico-educacional queindependem de prioridades. Duas delas so aqui consideradas, com ainteno de evitar que o sistema cresa de maneira estrangulada edesproporcional:

    I. a universidade forma os seus prprios recursos humanos,alm de participar na formao de pessoal para o sistemaeducacional e para o mercado de trabalho. Estas instituiesatendem, portanto, s demandas que a sociedade exerce de

    forma direta e indireta; a esta diversidade de funescorresponde uma gama caracterstica de regimes de trabalho,estruturas curriculares e tipos de cursos na universidade;

    II. a organizao do conhecimento humano e as estruturas daslinhas de pesquisa e dos mtodos educacionais definem, paraa universidade, uma matriz de interdependncia entre asreas bsicas, comuns a grandes ramos do conhecimento ea todas as linhas de trabalho cientfico, e reas profissionais.A agregao e a designao dos vrios tipos de trabalhos

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    profissionais, dos vrios temas e programas na forma dedisciplinas, definem as estruturas curriculares. Estasestruturas se caracterizam por relaes fundamentais dedependncia, necessidade lgica, seqncias e requisitosentre as reas bsicas e profissionais e todas asintermedirias.

    Como decorrncia destas duas caractersticas, as alocaesalternativas de recursos entre os vrios tipos de cursos e as vriasreas de trabalho conferiro diferentes graus de eficcia para alcanaros objetivos deste planejamento.

    Para que seja respeitada a natureza dinmica do processo e

    alcanada maior eficcia so adota das as orientaes seguintes, comoestratgias de expanso e diversificao dos vrios tipos de formaoque recursos humanos, nas vrias reas de trabalho e nas vrias regiesgeoeducacionais do Brasil.

    3.3.3 - Diretrizes a nvel nacional

    A orientao mais geral que o crescimento do sistemauniversitrio seja sustentado, em termos de recursos humanos, peloprprio sistema. Assim, os cursos de ps-graduao no sentido estrito

    devem crescer e se consolidar como agentes de formao de pessoalpara o setor gerador de recursos humanos para a sociedade, que auniversidade.

    Assim, estimada a capacidade atual do sistema de ps-graduaoe do sistema universitrio, e tomadas as vrias iniciativas de correo,expanso e diversificao, h necessidade de aplicar os recursos deforma adequada nos planos de expanso de pessoal docente para auniversidade e o ensino mdio e na formao de profissionais de nvelsuperior e ps-graduados para o mercado de trabalho. Para tanto, hduas estratgias bsicas: a) minimizao das linhas de presso; b) maior

    eficcia de investimento e acumulao.a. Minimizao das linhas de presso

    Pretende-se minimizar as linhas de presso sobre o sistema deps-graduao, atravs de sua integrao ao sistema universitrio,orientando a expanso para diversificar e ampliar a capacidade deatendimento dos vrios tipos de demanda.

    Isto se justifica porque as deficincias de recursos humanos tm

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    constitudo pontos de estrangulamento em muitos setores da sociedadebrasileira e tm gerado linhas conjunturais de presso sobre todo osistema universitrio e, particularmente, sobre reas especificas dosistema de ps-graduao. Entretanto ela prpria enfrenta o problemade estrangulamento por falta de pessoal docente e tcnico, o que, nestecaso, bem mais grave pelo seu carter de agente de formao denovos recursos e de agente produtor de trabalhos cientficos.

    Embora a minimizao das linhas de presso seja decorrentemais de medidas de ordem estratgica que financeira, prev-se tambm,para o perodo, a ampliao fsica do sistema e um aumento real dosrecursos a ele destinados.

    Considera-se essencial atender a toda a demanda, diversificando-a da seguinte forma:

    transformar os cursos de ps-graduao no sentido estrito mestrado e doutorado para os quais apresentado estePlano, em ncleos efetivos de formao de pessoal

    qualificado para a educao superior e a pesquisa;

    ativar e incentivar os cursos de ps-graduao no sentidolato aperfeioamento e especializao , atravs deprogramas especficos, para que possam atender de maneiramais eficiente e flexvel as necessidades conjunturais do

    mercdo de trabalho; buscar uma polarizao geoeducacional na implantao e

    ampliao de cursos de mestrado e doutorado, conscientecom as expanses geossociais previstas para o perodo nombito dos planos nacionais de desenvolvimento econmicoe social.

    Com isto prev-se que as reas profissionais da graduaodiretamente solicitadas pelo mercado profissional tero um melhornvel de oferta, aliviando muitas vezes a procura de melhor qualificaonos cursos de mestrado e doutorado, soluo provisria e desgastante,conforme se observa at hoje. E, com isto, uma melhoria a curto prazodas condies de trabalho em toda a universidade, sem o que no serpossvel crescer da forma pretendida mais a longo prazo.

    b. Eficcia de investimento e acumulao

    Para uma maior eficcia nos investimentos no sistemauniversitrio, e particularmente na ps-graduao em sentido estrito,sero consideradas, na ordenao das prioridades, as caractersticas

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    descritas da dinmica de crescimento. Alm disto, na escolha entrevrias opes de investimento, sero utilizados critrios de escalaeconmica de operao, dependncia jurdico-administrativa dasinstituies e seu potencial educacional-cientfico.

    Em primeiro lugar, o maior efeito multiplicador do crescimentoser alcanado quando for assegurado o atendimento das iniciativas decriao de cursos de mestra do e doutorado para a formao dedocentes e pesquisadores nas reas bsicas do trabalho educacional-cientfico. Com isto, passaria a universidade brasileira a atuar de formamais slida no seu prprio setor de recursos humanos e nas reas quelidam com instrumentos fundamentais de produo cientfica e daqualificao profissional. Esto a compreendidas: a educao, que

    transmite s demais reas os conceitos e as prticas de organizao doprprio trabalho educacional; as cincias exatas, as cincias naturais, ascincias biolgicas e as cincias sociais, que constituem o repertriocomum a todo o trabalho cientfico e ao preparo profissional nas reasde tecnologia, profisses da sade, profisses sociais e profisses agro-industriais.

    E, em segundo lugar, consideram-se as seguintes orientaesgerais, para aumentar aeficcia do investimento e da acumulao:

    I. escala econmica de operao: dentro da tica de

    investimento federal, importa considerar no somente oinvestimento adicional feito em uma instituio, em relaoao seu patrimnio ou oramento, mas a participao destainstituio no investimento global realizado pela Unio. Assim,expandir a ps-graduao em instituies de grande portepode representar investimentos adicionais menores, doponto de vista do governo federal. Nas opes de expansoentre instituies de portes diferentes, deve-se tambmconsiderar os possveis efeitos de escala: tanto as vantagens,como a pr-existncia de maior potencial de trabalho, comoas desvantagens, tais como os custos e dificuldades de

    coordenao numa aglomerao excessiva.II. dependncia jurdico-administrativa: o apoio governamental

    s iniciativas de abertura e ampliao de cursos nasinstituies de ensino e pesquisa da rede privada deverorientar-se para reas e casos especficos, uma vez que osaltos custos de muitos dos cursos de mestrado e doutoradosuperam as possibilidades de mant-los em bom nvel comrecursos oriundos de taxas escolares. Nos casos em que asentidades superem estas dificuldades, normalmente maiores

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    que as da graduao, o governo federal poder destinar partedos recursos totais para o pagamento de bolsas e anuidadesde alunos, para a implantao inicial dos cursos e para ofinanciamento de projetos e pesquisas.

    III. potencial educacional-cientfico: a expanso atravs da criaode cursos de mestrado e doutorado em universidades mais recomendvel, como regra geral, que a criao dosmesmos em centros de pesquisas. A razo desta orientaoest no fato de que a universidade, em geral, apresenta todasas atividades da matriz de trabalho educacional-cientfico,enquanto um centro de pesquisa isolado apresenta somenteum subconjunto desta atividade. Isto no significa

    exclusividade e, em casos particulares, o potencial de umncleo isolado poder ser maior que o potencial dauniversidade, mas os critrios de investimento devem levarem conta o maior efeito multiplicador possvel.

    Nas opes entre universidades, sero levadas em conta aspossibilidades de intercmbio e polarizao para que no se agrave aconcentrao regional e setorial. Nas instituies onde o potencial atualfor baixo, mas for estrategicamente conveniente a abertura de cursosde mestrado e doutorado, o investimento dever ser feito o quantoantes possvel para que as iniciativas futuras no sejam tolhidas porrestries de tal natureza. Para que estas orientaes se completem,

    numa perspectiva nacional, os esforos se dirigiro, de forma slida epositiva, fixao geoeducacional dos recursos humanos. Isto essencialpara o fortalecimento de regies e setores menos desenvolvidos, nosquais os mestrados e doutorados atuaro como plos geradores e seintegraro nas comunidades.

    Para justificar de maneira segura estas diretrizes e estes critriosde planejamento, conveniente assinalar, mais uma vez, que a ps-graduao tem um papel estratgico para a dinmica universitria, eque olongo prazo de maturao e reproduo destes investimentos uma caracterstica prpria da expanso descrita anteriormente. Face a

    isto, tanto a demora na aplicao planejada de recursos no setor, comoa aplicao em reas profissionais sem a necessria correspondncianas reas bsicas e intermedirias, tendero a multiplicar osestrangulamentos atuais. Da, inevitavelmente, os custos seriam maisaltos e o equacionamento dos problemas para planos futuros estariagravemente prejudicado.

    Por tudo isto, considerada fundamental a participao efetivade rgos de planejamento e financiamento a nvel interministerial,

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    durante os prximos cinco anos, de acordo com as caractersticas dasvrias fases e reas de expanso do sistema de ps-graduao.

    3.3.4 - Diretrizes a nvel de universidade

    A principal estratgia para o crescimento em nvel de universidadeconsistir em promover a consolidao e o crescimento mais eficaz,em termos de recursos humanos, na medida em que forem superadasas linhas de presso promovidas pelo crescimento do sistema at opresente. Assim, prioritariamente devero ser polarizadas as atividadesde ps-graduao conforme o espao scio-cultural onde atua cadainstituio. Tal alternativa visa evitar a excessiva diviso de esforos, de

    um lado, e, de outro, a excessiva concentrao de atividades emdeterminados setores e regies. Para tanto, devem ser previstos osefeitos de longo prazo das vrias alternativas de polarizao, e devemser programadas as iniciativas bsicas para que haja sincronia nasatividades de expanso e diversificao.

    As iniciativas de abertura de novos cursos e de ampliao ediversificao dos existentes podero partir tanto dos rgos da polticaeducacional, como dos rgos de apoio pesquisa, como dauniversidade, atravs de suas unidades acadmicas. Em qualquer caso,estas iniciativas, devero se concretizar pelos procedimentos aqui

    definidos:a) definir as suas caractersticas para atender s demandas atual

    e futura de pessoal docente para a graduao e ps-graduao, pesquisadores e profissionais para as instituiesde pesquisas e para o mercado de trabalho regional;

    b) definir os recursos requeridos, em termos de tipo e volume,analisar as possibilidades e as disponibilidades prprias e dasvrias fontes financiadoras, de acordo com as caractersticasde oramento, suplementao, convnios e auxlios e comas especificaes de utilizao dos recursos de cada fonte;

    c) elaborar projetos especficos para estas iniciativas, cuidandoclaramente de seus objetivos em termos de formao dencleos iniciais, e abertura e diversificao de reasinterdisciplinares. Estes projetos devero ser: elaboradosao nvel das instituies por grupos de alunos e docentesdiretamente interessados; coordenados pelosdepartamentos envolvidos; e assessorados pelasuniversidades, pelo MEC, e pelas demais agncias e rgosfinanciadores.

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    Com essas orientaes, pretende-se que os problemas reais decrescimento sejam debatidos, formulados e solucionados, desde o nveldo grupo de alunos, pesquisadores e docentes, at ao nvel dos rgosministeriais envolvidos no crescimento do sistema, considerandosempre as vrias estratgias possveis em cada caso, suas necessidadesinstitucionais e seus processos de trabalho.

    4 - PROGRAMAS E METAS DE EXPANSO

    Este captulo contm as linhas gerais de expanso projetadas parao qinqnio 1975/1979. De incio, so explicitados: a natureza destaprogramao, seus principais critrios, as condies iniciais e algumas

    importantes limitaes. A seguir, indicam-se as metas de titulao e deampliao de capacidade, no perodo, e trs programas necessrios implementao destas metas: concesso de bolsas, capacitaoinstitucional do corpo docente e admisso de docentes. Por ltimo,so dimensionados os recursos financeiros adicionais a serem aplicadosnos cursos de mestrado e doutorado, e apresentadas algumas medidasde curto prazo.

    A preocupao central deste captulo fixar valores viveis,obtendo-os a partir de esquemas de clculo que permitem dimensionaras necessidades do ensino superior, e reconsiderando-os a partir de

    limitaes reais existentes na condio atual.

    4.1 - Natureza da programao

    4.1.1 - Critrios e instrumentos

    A programao indicada utiliza critrios e parmetros construdosa partir das diretrizes do Plano, especialmente da diretriz 3.3, que defineem linhas gerais as estratgias de crescimento. Isto implica em:

    calcular a demanda de mestres e doutores partindo das

    necessidades de docentes para o ensino superior, inclusiveas necessidades dos prprios cursos de mestrado edoutorado;

    levar em conta a estruturao do trabalho educacional ecientfico, atravs da utilizao de uma matriz que representeas interdependncias entre as vrias disciplinas e os vrioscurrculos atualmente existentes;

    prever as condies de funcionamento e desempenho doscursos de maneira a estimar os seus nveis de produtividade,

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    as possibilidades de evaso de alunos sem titulao e deatendimento ao mercado de trabalho profissional.

    O Conselho Nacional de Ps-Graduao reconhece que oscritrios de clculo por si ss no induzem o crescimento do sistemana direo projetada e proclama a convenincia da utilizao dedeterminados instrumentos de poltica educacional para atingir oSvalores projetados. Destacam-se os seguintes:

    a) as alteraes nos regimes de trabalho dos docentes devemcontribuir para a melhoria da relao horas de professorpor alunos;

    b) o acionamento de programas institucionais de capacitao,

    conforme o item 3.2.3 a deste Plano, deve assegurar umaparte significativa da demanda de vagas nos cursos demestrado e doutorado no Pas e no exterior;

    c) as iniciativas de abertura de novos cursos e ampliao dosatuais devem ser induzidas atravs de programas de pesquisacientfica e tecnolgica e de programas de formao derecursos humanos, de carter regional e setorial, implicandoem certa seletividade na concesso de auxlios e nacelebrao de convnios;

    d) os mecanismos de concesso de bolsas devem ser agilizados

    e sistematizados para atender a uma demanda crescenteem volume e diversificao;

    e) os cursos de ps-graduao no sentido lato especializaese aperfeioamentos embora ausentes desta programao,devem ser ativados pelas instituies no sentido depreencher lacunas no atendimento demanda do mercadode trabalho.

    Em linhas gerais, as estratgias de implantao esto definidasnas trs diretrizes deste documento, devendo as pessoas e organismoscompromissados com esta implantao cuidar de compatibilizar as

    metas quantitativas aqui expressas com os aspectos mais qualitativosdas diretrizes. No se trata, portanto, de atingir a qualquer custo asmetas em termos numricos, mas ampliar de maneira planejada todoo sistema de ps-graduao, institucionalizando-o, consolidando-o e,ao mesmo tempo, elevando seu desempenho, sua qualidade e suaprodutividade.

    4.1.2 - Condies iniciais

    Como os clculos foram feitos a partir das necessidades de

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    docentes para a graduao, apresentada uma viso estatstica da suasituao em 1973.

    No Quadro 1-A, so apresentados os dados referentes ao nmero dealunos, nmero de professores e sua distribuio pelos vrios tipos decursos, por dependncia administrativa e regio geogrfica.

    No Quadro 1-8, apresentada uma comparao visual entre adistribuio percentual dos alunos matriculados nas disciplinas de cadarea de graduao e a distribuio percentual da capacidade deatendimento dos respectivos cursos de mestrado, permitindo visualizaro desequilbrio de oferta de vagas em algumas reas.

    importante frisar que o nmero de alunos de graduaoapresentado nos quadros 1-Ae1-8 no coincide com o nmero dealunos matriculados em cada curso, pois um determinado curso formado por um espectro de disciplinas de diferentes reas. Isto ocorreporque o esquema de clculo se baseia numa matriz curricular degraduao, construda a partir dos currculos mnimos do CFE, e quetraduz as dependncias relativas e articulaes curriculares. Destemodo, visa-se garantir a coerncia com a realidade da demanda deprofessores em cada rea e diminuir a probabilidade de umaprogramao distorcida, que poderia provocar estrangulamentossetoriais.

    Para o cmputo das vagas atuais de mestrado e doutorado foramutilizados registros e estimativas de vrias fontes e documentos oficiais,baseados em declaraes e respostas das prprias instituies. Osnmeros, portanto, representam estimativas de capacidade nominalde atendimento para alunos que iniciam o curso em 1975.

    A situao dos cursos de mestrado e doutorado e a distribuiode suas capacidades de atendimento por rea, regio e dependnciaadministrativa so apresentadas nos Quadros 2-Ae 2-8. A agregaofeita tambm esta baseada na matriz curricular, procurando-se agrupar

    as disciplinas em grandes reas, de acordo com a composio doscurrculos e com caractersticas do mercado de trabalho: quatro reasincluindo os chamados setores bsicos e outras cinco relacionadas aoschamados setores profissionais.

    Dada a situao da graduao em 1973, com o auxlio dasestimativas de 1974, foram supostas taxas de expanso de matrculas ealunos no sistema; e, com relao professor/aluno na base de 1/10 ou 1/15, conforme a rea, foram calculadas as necessidades de novosdocentes para a graduao no qinqnio 1975/1979, representadas no

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    Quadro 3. Com isto, identifica-se o componente de maior peso nademanda de mestres, segundo condies ideais de trabalho para todoo sistema de ensino superior, independentemente de regies oudependncia administrativa. Assim, para atender expanso dagraduao em condies de qualidade melhores que as atuais, seriamnecessrios cerca de 41.000novos docentes a serem formados e admit idosno qinqnio.

    Profes-sores

    Quadro 1-ASituao da Graduao em 1973

    Alunos Matriculados N de Cursos Existentes

    Cursos DistribuioTotal percentual N NE CO SE S Total

    F E/M P

    Educao 67.700 10 18 72 3.800 3 23 10 186 48 270

    Fsica 8.200 35 27 38 2.820 2 12 4 27 9 54

    Matemtica 29.300 17 20 63 4.690 3 21 9 113 31 177

    Qumica 7.400 42 15 43 2.340 3 15 3 31 10 62

    Geocincias 1.200 100 - - 530 1 4 1 6 2 14

    Cincias Biolgicas 12.000 23 21 56 3.770 2 11 4 41 13 71

    Soc./Ant./Pol. 14.200 23 18 59 2.420 1 8 4 49 13 75

    Filosofia 5.200 33 10 57 1.840 1 13 1 25 18 58

    Histria 14.500 26 26 48 1.740 1 19 6 69 22 117

    Geografia 12.100 29 22 49 1.360 1 17 8 44 20 90

    Economia 41.000 22 14 64 2.950 5 33 13 131 5 241

    Psicologia 24.900 28 6 66 920 1 6 4 36 9 56

    Engenharia 58.300 44 13 43 7.040 6 38 7 157 39 247

    Medicina 50.200 44 11 45 7.070 3 14 4 45 15 81

    Odontologia 14.500 45 21 34 2.160 2 12 3 26 9 52

    Farmcia 6.700 75 25 - 980 2 6 2 10 8 28

    Nutrio 1.200 67 33 - 80 - 2 - 5 1 8

    Enfermagem 6.300 31 32 37 1.590 2 15 2 18 9 46

    Administrao 67.500 8 8 84 3.470 2 19 6 112 38 177

    Direito 88.000 18 10 72 3.120 3 18 9 62 23 115

    Biblioteconomia 2.800 64 11 25 250 2 5 1 9 5 22

    Comunicao 14.500 22 3 75 800 1 9 2 27 9 48

    Arquit./Urbanismo 10.200 42 8 50 630 1 5 2 16 4 28

    Agronomia 10.600 62 26 13 2.200 1 10 2 13 18 34

    Veterinria 8.000 51 41 8 530 1 4 2 7 7 21

    Letras 71.400 16 18 66 6.230 1 10 2 13 8 34

    Total 647.900 25 15 60 65.330 64 460 139 1.801 660 3070Fontes: SEEC ; C atlogo geral das instituies de ensino superior, D A U /M EC , 1973;

    Legenda:F - instituies federais; E/M - instituies estaduais e m unicipais; P - instituies particulares;N - N orte; N E - N ordeste; C O - C entro-O este; SE - Sudeste; S - Sul.

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    ANEXOS I PNPG - Plano Nacional de Ps-Graduao

    Quadro 1-BComparao das distribuies percentuais de graduao e mestrado por

    reas

    Estimativas para 1975

    7.3 4.1 Educao

    2.7 4.1 Fsica

    9.0 5.6 Matmatica

    1.5 4.1 Qumica

    0.7 3.5 Geocincias

    6.6 8.4 Cinc. Biolg.

    4.7 4.7 Soc./Ant./Pol.

    5.6 1.7 Filosofia

    2.7 3.6 Histria

    0.9 1.2 Geografia

    6.6 3.1 Economia

    5.1 3.0 Psicologia

    5.2 19.5 Engenharia

    5.6 7.2 Medicina

    1.7 2.0 Odontologia

    1.0 1.1 Farmcia

    0.2 0.4 Nutrio

    0.6 0.6 Enfermagem

    6.3 3.3 Administrao

    12.6 3.3 Direito

    0.3 0.3 Bibliotec.

    1.6 0.8 Comunic.

    0.5 1.1 Ar./Urban.

    0.5 3.9 Agronomia

    0.8 0.8 Veterinria

    9.3 8.5 Letras

    100 100 Total

    - % dos alunos de todos os cursos de graduao matriculados em disciplinas da rea.

    - % das vagas atuais de mestrado para cursos na rea.

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    ANEX OS - Documentos OficiaisPNPG - 2005-2010

    Quadro 2-A

    Capacidade nominal de atendimento em cursos de mestrado e doutorado;estimativa para incio de 1975; distribuio percentual por dependnciaadministrativa

    Mestrado Doutorado

    % Total reas Total %F E/M P Vagas Vagas F E/M P

    54 22 24 290 1 - Educao - - - -

    52 36 12 290 2 - Fsica 35 29 42 2957 29 14 390 Matemtica 35 86 14 -59 34 7 290 Qumica 60 34 58 874 26 - 245 Geocincias 35 57 43 -

    63 34 3 595 3 - Cincias Biolgicas 95 37 63 -

    41 53 6 330 4 - Soc./Ant./Poltica - - - -33 33 34 120 Filosofia - - - -27 43 30 255 Histria - - - -- 70 30 85 Geografia - - - -73 18 9 220 Economia 5 100 - -19 21 60 215 Psicologia - - - -

    65 25 10 1.375 5 - Engenharia 50 70 20 10

    57 34 9 510 6 - Medicina 80 44 56 -35 48 17 145 Odontologia - - - -

    63 27 - 80 Farmcia 10 50 50 -100 - - 30 Nutrio - - - -- 100 - 40 Enfermagem - - - -

    25 36 39 235 7 - Administrao - - - -19 72 9 235 Direito 25 40 60 -100 - - 20 Biblioteconomia - - - -91 9 - 55 Comunicao - - - -87 13 - 75 Arquitetura/Urbanismo - - - -

    61 39 - 270 8 - Agronomia 35 28 72 -100 - - 55 Veterinria - - - -

    38 24 38 600 9 - Letras 20 75 25 -

    52% 33% 15% 7.050 Total 485 48% 48% 4%

    Fonte:C onvnio M EC /U FRG S, C atlogoa geral das I.E.S. - 1973, PBC D T - G rupos de trabalhosde pesquisa fundam ental e ps-graduao - 1974.

    O BS.: F = instituies federais; E/M = instituies estaduais e m unicipais;P = instituies particulares.

  • 7/24/2019 Brasil i Pnpg

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    ANEXOS I PNPG - Plano Nacional de Ps-Graduao

    Fonte:C onvnio M EC /U FRG S, C atlogoa geral das I.E.S. - 1973, PBC D T - G rupos de trabalhosde pesquisa fundam ental e ps-graduao - 1974.

    O BS.: N = N orte; N E = N ordeste; C O = C entro-O este; SE = Sudestes; S = Sul.

    Quadro 2-B

    Capacidade nominal de atendimento em cursos de mestrado e doutorado;estimativas para incio de 1975; distribuio percentual por regio

    Mestrado Doutorado

    % Total reas Total %N NE CO SE S Vagas Vagas N NE CO SE S

    - 3 12 47 38 290 1 - Educao - - - - - -

    - 10 12 71 7 290 2 - Fsica 35 - - - 86 14- 14 6 74 6 390 Matemtica 34 - - - 100 -- 14 10 64 12 290 Qumica 60 - - - 100 -6 29 4 35 26 245 Geocincias 35 14 14 - 58 14

    - 12 24 45 8 595 3 - Cincias 95 - - - 90 10Biolgicas

    - 8 25 48 19 330 4 - Soc./Ant./Poltica - - - - - -- 8 13 67 22 120 Filosofia - - - - - -- 10 - 69 21 245 Histria - - - - - -- - - 100 - 85 Geografia - - - - - -- 27 23 27 23 220 Economia 5 - - - 100 -- - - 72 28 215 Psicologia - - - - - -

    - 7 7 76 10 1.375 5 - Engenharia 50 - - - 100 -

    - 10 6 80 4 510 6 - Medicina 80 - - - 100 -- 7 - 69 24 145 Odontologia - - - - - -

    - - - 75 25 80 Farmcia 10 - - - 100 -- 67 - 33 - 30 Nutrio - - - - - -- - - 100 - 40 Enfermagem - - - - - -

    - - 13 74 13 235 7 - Administrao - - - - - -- 11 - 83 6 235 Direito 25 - - - 100 -- - - 100 - 20 Biblioteconomia - - - - - -- - 36 64 - 55 Comunicao - - - - - -

    - 4 24 44 28 270 8 - Agronomia 35 - - - 100 -- - 55 27 18 55 Veterinria - - - - - -

    - - 9 69 22 600 9 - Letras 20 - - - 100 -

    1% 9% 11%65% 14% 7.050 Total 485 1% 1% - 94% 4%

  • 7/24/2019 Brasil i Pnpg

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    ANEX OS - Documentos OficiaisPNPG - 2005-2010

    Quadro 3Necessidades de docentes para a expanso da graduao 1975-1979

    Obs: Clculo a partir da matriz curricular e dos dados de 1973 SEEC

    Educao 3.250

    Fsica 1.200

    Matmatica 4.300

    Qumica 750

    Geocincias 250

    Cincias Biolgicas 3.350

    Soc./Ant./Pol. 1.900

    Filosofia 2.350