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Breve Histórico da Epidemiologia

Breve Historico Da Epidemiologia

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Page 1: Breve Historico Da Epidemiologia

Breve Histórico da Epidemiologia

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Os Pilares da Epidemiologia

Clínica (Ciências Biológicas)

Estatística (Ciências Exatas)

Medicina Social (Ciências Sociais)

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Medicina Individual X Coletiva

desde os primórdios do pensamento ocidental na Grécia Antiga

As duas filhas do deus Asclépios:

Panacéia e Higéiapadroeira da medicina

curativa, realizada por meio de

manobras, encantamentos, preces e uso de

pharmakon

apregoava a saúde como resultante da harmonia dos homens e dos ambientes, por ações preventivas e coletivas

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Hipócrates

sempre considerar na avaliação do paciente:o clima, maneira de viver, hábitos de comer e

beber

estudou doenças epidêmicas e as variações geográficas das endemias

Seu Juramento: a ética médica e a importância do exame minuncioso para correto diagnóstico e fiel descrição da história natural da doença

doença: produto da relação complexaconstituição do indivíduo X ambiente que o

cerca

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Filhos de Hipócrates estabeleceram o individualismo e o senso

mercadológico para garantir a hegemonia de sua prática frente a inúmeras seitas

Roma: médicos eram escravos gregos valiosos, trabalhavam para a corte, exército e famílias nobres, “receitadores de muitos fármacos para poucos enfermos”

Contribuição romana para Epidemiologia:somente os sensos periódicos e registro compulsório de nascimentos e óbitos

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Idade Média Catolicismo romano e invasões dos bárbaros

práticas de saúde de caráter mágico-religioso

prática médica para os pobres exercida por religiosos (por caridade) e por leigos, boticários, barbeiros-cirurgiões (por profissão)

Durante este período a medicina árabe, sob os princípios hipocráticos, apresenta avanço tecnológico e caráter coletivo, com Avicena e Averroés

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Os Hospitais Eram originalmente hospedarias de ordens

religiosas (Cavaleiros Hospitalários) destinadas a viajantes e que recebiam doentes, assim, passaram a ser o local onde os médicos deixavam sua prática privada para ter contato com “séries” de pacientes e patologias (investigação sistemática de enfermos)

Luta contra os físicos, leigos e religiosos, criando uma corporação médica

construção de um saber técnico e instituição de práticas (início de uma clínica científica)

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Primeiras Quantificações Surgimento dos Estados: necessidade de

contar o povo (produção) e o exército (poder) com surgimento da Estatística (Estado=status + isticum=contar)

John Graunt em 1662: Tratado de tabelas mortuárias de Londres, proporção de crianças que morriam antes dos 6 anos de idade (pioneiro na utilização de coeficientes)

Primeiros registros anuais de mortalidade e morbidade realizados pelo estado (“SIS”)

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Início da Medicina Social Inglaterra: Revolução Industrial

Movimento hospitalário e o assistencialismo geraram a Medicina da “Força de Trabalho”

Alemanha: Polícia MédicaMedidas compulsórias de controle e

vigilância das doenças: Medicina de Estado (Policial)

França: Revolução SanitaristaNecessidade de sanear as cidades, ventilar

ruas e construções isolando os miasmas: Medicina Sanitarista (Urbana)

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Destaques (I) Pierre Louis ( 1787-1872) utilizou

método estatístico na investigação clínica de doenças e tratamentos, analisou a letalidade da pneumonia em relação à época que a sangria era realizada

Louis Villermé (1782-1863) investigou a pobreza, as condições de trabalho e suas repercussões sobre a saúde, foi um dos pioneiros nos estudos sobre a etiologia social das doenças

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Destaques (II) Willian Farr ( 1807-1883) Trabalhou no

Registro Geral inglês, seus relatórios permitiram verificar as desigualdades, regionais e sociais nos perfis de saúde, fazendo com que muitos estudiosos alardeassem estes problemas, como Engels e Chadwick, advogado de cujos relatórios deram subsídios à reforma sanitária inglesa

John Snow (1813-1858) Realizou grande investigação de epidemias de cólera em Londres, elucidando com um minucioso trabalho de campo a relação da cólera com o fornecimento de água (contaminada) de uma certa companhia de abastecimento londrina

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Teoria Miasmas X Germes

Miasmas: má qualidade do ar advindo da decomposição de material orgânico

(Malária = Mal + ar)

Germes: Louis Pasteur identifica e comprova que várias doenças são causadas por microorganismos transmissíveis (agente etiológico) comprovação laboratorial

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Conseqüências

Fortalecimento da medicina organicista em detrimento da medicina social com centralização novamente no “curativo” e não no “higiênico”

Criação de Institutos de Pesquisa, clínica e patologia subordinadas ao laboratório (identificação do agente etiológico)

Preocupação com saneamento ambiental, vetores e reservatórios de agentes

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Pós - II Guerra MundialÊnfase nas pesquisas:

Determinação das condições de saúde da população (indicadores / inquéritos)

Investigações de fatores causadores de doença

Estudos de Coorte: papel dos fatores de risco nas doenças não transmissíveis (Ex: d. cardiovasculares)

Estudos Caso-controle: conhecer a etiologia de doenças crônicas (Ex: tabagismo X CA pulmão)

Avaliação de Intervenções Medicina Baseada em Evidência

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Situação Atual: Multicausalidade

Fatores Físicos, Biológicos e Psicossociais Tornou-se claro que os agentes

microbiológicos e físicos não explicavam totalmente as questões de etiologia e prognóstico

Necessidade de incorporar conceitos e técnicas de outras áreas, como sociologia e psicologia

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Duas Tendências Atuais Epidemiologia Clínica:

MBE: aplicação da epidemiologia no diagnóstico clínico e no cuidado direto do paciente, com maior rigor científico na prática médica (“Panacéia”)

Epidemiologia Social: Renascer do estudo da determinação social da

doença, busca melhorar o atendimento à saúde da população, especialmente as mais subdesenvolvidas, de maneira multidisciplinar, procurando trabalhar na diminuição das desigualdades sociais e prevenção de doenças evitáveis (“Higéia”)

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É lançada a pergunta:

O que é a Epidemiologia para Você?

Qual a sua Utilidade?

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Epidemiologia

“É o estudo dos fatores que determinam a freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas”

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Suas Utilidades

Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas

Identificar fatores etiológicos das enfermidades

Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades

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Epidemiologia

“Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas,...

... analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, dos danos à saúde e dos eventos associados à saúde coletiva,...

... propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças,...

... e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde ” (Rouquayrol)

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Exemplos

Conhecer a distribuição de características de um grupo ou de uma população (sexo, idade, estatura, peso, cor, renda, etc)

Conhecer a morbidade e/ou mortalidade de uma certa doença em uma população

Compará-las entre populaçòes Conhecer a evolução de doenças durante

um período de tempo numa população

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Exemplos Descobrir quais são os principais

problemas de saúde de uma população Avaliar a melhora que uma intervenção

(p. ex. vacinas, pré-natal, educação em saúde) causa em uma população

Verificar qual a melhora que uma medicação pode trazer para uma doença ou agravo, e quais seus efeitos colaterais

Avaliar o quanto um exame realmente diagnostica uma doença existente ou deixa de diagnosticar

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Exemplos

Avaliar que comportamentos ou fatores podem influenciar na piora ou melhora da saúde de uma população

Avaliar o funcionamento e a satisfação gerada por um serviço implementado

Conhecer as opiniões e o entendimento que uma população tem a respeito de uma doença, tratamento, intervenção, serviço, etc.

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Medida da Saúde Coletiva

Valores relativos Taxa de Morbidade Coeficiente de Mortalidade

Coeficiente de mortalidade geral Coeficiente de mortalidade infantil Mortalidade por causas

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Medida da Saúde Coletiva

Valores relativos Coeficiente de Letalidade Morbidade Prevalência Incidência

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Obrigado !

Bibliografia:

Epidemiologia – Teoria e Prática de Maurício Gomes Pereira

Epidemiologia e Saúdede Maria Zélia Rouquayrol