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|LIVROS | |Terror | Relançada no país, a famosa novela “A Volta do - --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Parafuso” assusta pelo poder de sugestão da narrativa de Henry James - --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Silêncios e possibilidades DIVULGAÇÃO GISELE ARANTES [email protected] nn Uma história de terror ou um suspense psicológico? Diante de “A Volta do Parafu- so”, do escritor Henry James, não existe uma resposta fácil. Desde sua publicação em for- ma de folhetim, em 1898, o conto recebeu grande reper- cussão justamente pela ambi- güidade da trama. O relança- mento da obra no país, em uma versão de bolso da edito- ra gaúcha L&PM, é uma opor- tunidade para que os leitores do país conheçam uma das mais respeitadas novelas da li- teratura mundial, mas ainda pouco conhecida no Brasil. Os debates acalorados em torno de “A Volta do Parafuso” se devem à maestria com que Henry James descreve uma história que poderia se tornar banal nas mãos de um outro escritor: uma governanta mu- da-se para um velho casarão nos arredores de Londres, on- de ocupa o posto de precepto- ra dos irmãos Miles e Flora. Em pouco tempo, a jovem per- cebe que as encantadoras crianças são alvo das investi- das de espíritos, dois ex-fun- cionários da casa. No entanto, analisar tais es- píritos puramente como uma influência sombria e maléfica, isolados da subjetividade das crianças e, principalmente, da preceptora, seria um ponto de vista simplista. Sozinhos, os fantasmas não têm força na narrativa de James. Ao contrá- rio dos contos e filmes de ter- ror apelativos, em que o medo se constrói por meio de obje- tos voadores, barulhos pertur- badores e corpos mutilados, em “A Volta do Parafuso” tudo é silêncio e possibilidade. DÚVIDAS É por baixo da superfície que se esconde o verdadeiro hor- ror. A primeira pedra no cami- nho do leitor é desvendar se as aparições são mesmo reais ou se não passam de invenções da mente sonhadora – ou doentia – de uma jovem inexperiente, filha de um pastor de uma co- munidade rural, às voltas com ingênuos ideais românticos por se ver, de repente, em um cenário de sonho, uma man- são à beira de um lago. Oscar Wilde, autor da obra-prima “O Retrato de Dorian Gray”, afir- mou que se trata de “uma pe- quena história maravilhosa, sinistra e peçonhenta.” O primeiro indício de que tudo pode não passar de um delírio ou uma jogada calcula- da – da protagonista ou do próprio James? – é o formato do livro: uma narrativa dentro de outra narrativa. Nesse pon- to, a novela se assemelha ao conto “O Espelho”, de Macha- do de Assis. Ambos retratam um ambiente afastado dos centros urbanos, em uma at- mosfera ao mesmo tempo in- trospectiva e eletrizante, e são marcados por essa narrativa dentro da narrativa. As angústias da preceptora, cujo nome não é revelado em momento algum, são lidas por um jovem em uma reunião de amigos em um velho casarão, em volta da lareira, depois que ele promete contar uma histó- ria “de uma feiúra ferrenha”, mais horripilante do que a re- latada pelos convidados. O desejo de superar os as- pectos macabros do conto an- terior – que também envolvia crianças e fantasmas – pode ser uma pista de que quem re- lata a trama do livro carrega nas tintas de propósito, um ar- tifício brilhante de Henry Ja- mes. O próprio autor mente sobre a veracidade da história, e não seus personagens? A partir daí, as dúvidas au- mentam: a sobrecarga de res- ponsabilidade da governanta resulta em um colapso nervo- so, ela sofre de algum distúr- bio psicológico ou as apari- ções são reais? A princípio, ninguém mais parece com- partilhar de suas visões. “A se- nhora Grose não vira nada, se- quer a sombra de uma sombra, e as agruras da governanta não eram compartilhadas por mais ninguém na casa; ainda assim, a senhora Grose acei- tou o que eu lhe disse como sendo a verdade, sem pôr a mi- nha sanidade em xeque”, diz um trecho da narrativa. ARTIFÍCIOS Até mesmo uma carta recebi- da por ela do colégio em que Miles estudava, em que se ex- plicam os motivos pelos quais ele foi expulso da escola sem possibilidade de volta, não é vista por mais ninguém, já que a senhora Grose, única funcio- nária da casa com quem ela mantém relações de amizade, não sabe ler. A narrativa em camadas de James envolve o leitor em uma trama de incertezas tamanhas que, à medida que a leitura avança, os personagens pare- cem estar cada vez mais se en- cobrindo em véus e dissimu- lações do que descortinando suas reais intenções. Diante de um novo fato, em vez de uma revelação, mais o leitor patina em uma trama miste- riosa e desconfortável. Entre as dubiedades que atravessam a trama, uma das que mais insuflam debates é de que a novela seria uma ale- goria sobre repressão sexual. A questão deu origem a um sem-número de ensaios, co- mo “A Ambigüidade de Henry James”, de Edmund Wilson (1938); e “Metaphors, Cogni- tion and Behavior: The Reali- ty of Sexual Puns in the Turn of The Screw”, de Sami Ludwig, bastante utilizado pa- ra a tradução de Guilherme da Silva Braga para a L&PM. Os críticos examinam, espe- cialmente, as passagens em que o fantasma de Peter Quint apa- rece – ele, que mantinha um ro- mance com a antiga preceptora e outra aparição a assombrar a casa, Miss Jessel, é sempre com- parado a um animal. Ao mesmo tempo, Quint é visto como um homem atraente, com “um jeito de ator”. Outras sugestões mui- to fortes são aos desejos que ela nutre pelo ge n t l e m a n que a con- tratou e pelo menino de cuja educação cuida. Por mais doen- tio que essa relação pareça, a to- do momento ela se relaciona com o menino como se fosse um pequeno sedutor. O livro serviu de base a uma meia dúzia de versões para o cinema. A mais famosa delas, “Os Inocentes” (1961), é dirigi- da por Jack Clayton. O escritor Truman Capote, um dos rotei- ristas, deu um final bem me- nos ambíguo, com a precepto- ra beijando a boca do menino, que morre em seus braços. Mas é válido destacar que se trata de uma liberdade exage- rada de Capote, uma vez que as incertezas marcam até mesmo o desfecho da trama. A edição da L&PM traz também o pequeno conto “Daisy Miller”, publicado em 1878 e o primeiro trabalho com que Henry James – norte-ame- ricano naturalizado britânico – obteve sucesso na Inglater- ra. Com a obra, um relato psi- cológico de uma outsider e um dos seus grandes retratos da mulher americana, o escritor tornou-se um dos precursores do gênero novela, por utilizar recursos como o flashback ea narração indireta. - ------------------------------------ Leia sem parar HENRY JAMES A Volta do Parafuso e Daisy Miller TRADUÇÕES: GUILHERME DA SILVA BRAGA (“A VOLTA DO PARAFUSO”) E HENRIQUE GUERRA (“DAYSE MILLER”) L&PM 224 PÁGINAS QUANTO: R$ 12, EM MÉDIA - ------------------------------------ nn LEIA NA WEB www.agazeta.com.br - ------------------------------------

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AGazeta - - 04/05/08 1a. Domingo [01/05/08 18:30:22] Por: rsrodrigues Pág: 3 - Cor:

Página: 3 CYAN MAGENTA YELLOW B L AC K

PÁGINA 3 - DOMINGO - 4/MAIO/2008 - 18:30

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A GAZETA Vitória (ES), domingo, 4 de maio de 2008n n n n nnnnn CA D E R N O 2 03

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Parafuso” assusta pelo poder de sugestão da narrativa de Henry James- ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Silêncios e possibilidadesD I V U LG A Ç Ã O

GISELE ARANTESg a ra ntes @ re d e g a zeta .co m . b r

n n Uma história de terror ouum suspense psicológico?Diante de “A Volta do Parafu-so”, do escritor Henry James,não existe uma resposta fácil.Desde sua publicação em for-ma de folhetim, em 1898, oconto recebeu grande reper-cussão justamente pela ambi-güidade da trama. O relança-mento da obra no país, emuma versão de bolso da edito-ra gaúcha L&PM, é uma opor-tunidade para que os leitoresdo país conheçam uma dasmais respeitadas novelas da li-teratura mundial, mas aindapouco conhecida no Brasil.

Os debates acalorados emtorno de “A Volta do Parafuso”se devem à maestria com queHenry James descreve umahistória que poderia se tornarbanal nas mãos de um outroescritor: uma governanta mu-da-se para um velho casarãonos arredores de Londres, on-de ocupa o posto de precepto-ra dos irmãos Miles e Flora.Em pouco tempo, a jovem per-cebe que as encantadorascrianças são alvo das investi-das de espíritos, dois ex-fun-cionários da casa.

No entanto, analisar tais es-píritos puramente como umainfluência sombria e maléfica,isolados da subjetividade dascrianças e, principalmente, dapreceptora, seria um ponto devista simplista. Sozinhos, osfantasmas não têm força nanarrativa de James. Ao contrá-rio dos contos e filmes de ter-ror apelativos, em que o medose constrói por meio de obje-tos voadores, barulhos pertur-badores e corpos mutilados,em “A Volta do Parafuso” tudoé silêncio e possibilidade.

D Ú V I DA SÉ por baixo da superfície quese esconde o verdadeiro hor-ror. A primeira pedra no cami-nho do leitor é desvendar se asaparições são mesmo reais ouse não passam de invenções damente sonhadora – ou doentia– de uma jovem inexperiente,filha de um pastor de uma co-munidade rural, às voltas comingênuos ideais românticospor se ver, de repente, em umcenário de sonho, uma man-são à beira de um lago. OscarWilde, autor da obra-prima “ORetrato de Dorian Gray”, afir-mou que se trata de “uma pe-quena história maravilhosa,sinistra e peçonhenta.”

O primeiro indício de quetudo pode não passar de umdelírio ou uma jogada calcula-

da – da protagonista ou dopróprio James? – é o formatodo livro: uma narrativa dentrode outra narrativa. Nesse pon-to, a novela se assemelha aoconto “O Espelho”, de Macha-do de Assis. Ambos retratamum ambiente afastado doscentros urbanos, em uma at-mosfera ao mesmo tempo in-trospectiva e eletrizante, e sãomarcados por essa narrativadentro da narrativa.

As angústias da preceptora,cujo nome não é revelado emmomento algum, são lidas porum jovem em uma reunião deamigos em um velho casarão,em volta da lareira, depois queele promete contar uma histó-ria “de uma feiúra ferrenha”,mais horripilante do que a re-latada pelos convidados.

O desejo de superar os as-pectos macabros do conto an-terior – que também envolviacrianças e fantasmas – podeser uma pista de que quem re-lata a trama do livro carreganas tintas de propósito, um ar-tifício brilhante de Henry Ja-mes. O próprio autor mentesobre a veracidade da história,e não seus personagens?

A partir daí, as dúvidas au-mentam: a sobrecarga de res-

ponsabilidade da governantaresulta em um colapso nervo-so, ela sofre de algum distúr-bio psicológico ou as apari-ções são reais? A princípio,ninguém mais parece com-partilhar de suas visões. “A se-nhora Grose não vira nada, se-quer a sombra de uma sombra,e as agruras da governanta nãoeram compartilhadas pormais ninguém na casa; aindaassim, a senhora Grose acei-tou o que eu lhe disse comosendo a verdade, sem pôr a mi-nha sanidade em xeque”, dizum trecho da narrativa.

A RT I F Í C I OSAté mesmo uma carta recebi-da por ela do colégio em queMiles estudava, em que se ex-plicam os motivos pelos quaisele foi expulso da escola sempossibilidade de volta, não évista por mais ninguém, já quea senhora Grose, única funcio-nária da casa com quem elamantém relações de amizade,não sabe ler.

A narrativa em camadas deJames envolve o leitor em umatrama de incertezas tamanhasque, à medida que a leituraavança, os personagens pare-cem estar cada vez mais se en-

cobrindo em véus e dissimu-lações do que descortinandosuas reais intenções. Diantede um novo fato, em vez deuma revelação, mais o leitorpatina em uma trama miste-riosa e desconfortável.

Entre as dubiedades queatravessam a trama, uma dasque mais insuflam debates éde que a novela seria uma ale-goria sobre repressão sexual.A questão deu origem a umsem-número de ensaios, co-mo “A Ambigüidade de HenryJames”, de Edmund Wilson(1938); e “Metaphors, Cogni-tion and Behavior: The Reali-ty of Sexual Puns in the Turnof The Screw”, de SamiLudwig, bastante utilizado pa-ra a tradução de Guilherme daSilva Braga para a L&PM.

Os críticos examinam, espe-cialmente, as passagens em queo fantasma de Peter Quint apa-rece – ele, que mantinha um ro-mance com a antiga preceptorae outra aparição a assombrar acasa, Miss Jessel, é sempre com-parado a um animal. Ao mesmotempo, Quint é visto como umhomem atraente, com “um jeitode ator”. Outras sugestões mui-to fortes são aos desejos que elanutre pelo ge n t l e m a n que a con-

tratou e pelo menino de cujaeducação cuida. Por mais doen-tio que essa relação pareça, a to-do momento ela se relacionacom o menino como se fosse umpequeno sedutor.

O livro serviu de base a umameia dúzia de versões para ocinema. A mais famosa delas,“Os Inocentes” (1961), é dirigi-da por Jack Clayton. O escritorTruman Capote, um dos rotei-ristas, deu um final bem me-nos ambíguo, com a precepto-ra beijando a boca do menino,que morre em seus braços.Mas é válido destacar que setrata de uma liberdade exage-rada de Capote, uma vez queas incertezas marcam atémesmo o desfecho da trama.

A edição da L&PM traztambém o pequeno conto“Daisy Miller”, publicado em1878 e o primeiro trabalho comque Henry James – norte-ame-ricano naturalizado britânico– obteve sucesso na Inglater-ra. Com a obra, um relato psi-cológico de uma outsider e umdos seus grandes retratos damulher americana, o escritortornou-se um dos precursoresdo gênero novela, por utilizarrecursos como o flashback e anarração indireta.

Le i t u radinâmica

M E R CA D O

Livros estrangeirosmais carosn n A competição entre aseditoras brasileiras, o maiorpoder de compra dos consu-midores e a valorização doreal têm inflacionado os pre-ços dos direitos autorais detítulos internacionais. Os va-lores oferecidos a obras deapelo comercial chegam aser dez vezes maiores do quehá dois anos. Esse movimen-to de alta nos preços é enca-beçado pela Ediouro e pelaSextante, editoras que têmlugar garantido na lista dosmais vendidos.–

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Leia sem parar

HENRY JAMESA Volta do Parafusoe Daisy Miller

TRADUÇÕES: GUILHERME DA SILVA

BRAGA (“A VOLTA DO PARAFUSO”) E

HENRIQUE GUERRA (“DAYSE MILLER”)

L&PM 224 PÁGINAS

QUANTO: R$ 12, EM MÉDIA

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n n LEIA NA WEBw w w . a g a z et a .co m . b r

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n n 1. A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS. Markus Zusak.I n t r i n s e ca .n n 2. QUEM ME ROUBOU DE MIM. Fábio de Melo. CançãoNova.n n 3. CASAIS INTELIGENTES ENRIQUECEM JUNTOS. G u s t av oCerbasi. Gente.n n 4. GO GIRL – FESTA DO PIJAMA. Rowan Mcauley.Fu n d a m e n t o .n n 5. UMA BREVE HISTÓRIA DO MUNDO. Geoffrey Blainey.Fu n d a m e n t o .n n 6. O CAÇADOR DE PIPAS. Khaled Hosseini. Nova Fronteira.n n 7. O PEQUENO PRÍNCIPE. Antoine de Saint-Exupéry. Agir.n n 8. O MONGE E O EXECUTIVO. James C. Hunter. Sextante.n n 9. A CIDADE DO SOL. Khaled Hosseini. Nova Fronteira.n n 10. 1808. Laurentino Gomes. Planeta.

Fonte: Livraria Leitura (Shopping Vitória)

n n 1. CONTOS COMPLETOS. Flannery O’Connor. Cosac Naify.n n 2. CRÔNICAS INÉDITAS I. Manuel Bandeira. Cosac Naify.n n 3. ESTRANHOS SINAIS DE SATURNO. Roberto Piva. Globo.n n 4. SEM DEIXAR RASTROS. Sean Doolitle. Rocco.n n 5. A CRIANÇA ROUBADA. Keith Donohue. Alfaguara.n n 6. ECHO PARK. Michael Connelly. Suma de Letras.n n 7. O PRESIDENTE NEGRO. Monteiro Lobato. Globo.n n 8. REBELDE ENTRE OS REBELDES. Arnaldo Baptista. Rocco.n n 9. PEIXE GRANDE. Daniel Wallace. Rocco.n n 10. UM PAÍS DISTANTE. Daniel Mason. Companhia das Letras.

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O que você está lendo?

NINA CIDA27 anos, jornalista

Gen – PésDescalçosKEIJI NAKAZAWA

n n Qual é o tema do livro?É um livro autobiográfico ilus-trativo, com quatro volumes emquadrinhos. O protagonista éum menino japonês de sete anos(Gen – pronuncia-se Guen) queviveu e sobreviveu à SegundaGuerra Mundial, após a bombaatômica. A história se passa em1945, em Hiroshima. Os perso-nagens são Gen e sua família:seu pai genioso e guerreiro, mascontra a guerra; sua mãe grávidade nove meses; e seus irmãos,que sofrem maus-tratos nasruas e escolas pelo fato de o painão ser a favor da guerra.

n n Por que vale a pena ler?O fato de o livro ser autobio-gráfico e ilustrativo não sódescreve como mostra cenaspouco mostradas até mesmopelo cinema, além de um óti-mo meio de conhecer o ladooriental na Segunda GuerraMundial.

n n A que estar atento?Sugiro não ler o prefácio doquarto volume antes do livro.Escrito pelo autor, o texto expli-ca os motivos pelos quais Na-kazawa decidiu realizar a obra erevela um fato importante queocorre na última história.

FRANCESC MIRALLESAmor em Minúscula

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Samuel vive fechado na solidãode seu apartamento, do qual sósai para dar aulas. Mas essemundo isolado que construiucomeça a desabar no dia em queum gato aparece à sua porta.

FABRÍCIO CARPINEJARUm Terno dePássaros ao Sul

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Edição revista, com poemas iné-ditos, do segundo livro do autor,lançado em 2000. A obra apre-senta o diálogo derradeiro deum filho com seu pai ausente.

TAKASHI MATSUOKAPonte de Outono

BERTRAND BRASIL 504 PÁGINAS

QUANTO: R$ 59, EM MÉDIA

Nesta obra, o autor apresentauma trama de honra e traição,que atravessa séculos e conti-nentes – do violento e majestosoJapão feudal às ruas da cidade deSão Francisco, no século XIX.

DONALD MCCAIGO Clã de Rhett Butler

ROCCO 512 PÁGINAS

QUANTO: R$ 46, EM MÉDIA

O célebre protagonista doclássico “...E o Vento Levou”está de volta neste romancehistórico, que desvenda a in-fância e a juventude do heróicriado por Margaret Mitchell.