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As CADEIRAS eram bastante simples e pobres, sem detalhes significativos, usando-se bancos em demasia, assim como banquetas individuais. Havia MESAS bastante longas, compostas por largas tábuas sobre cavaletes (“pôr a mesa”). Banqueta Cadeiras Mesa

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As CADEIRAS eram

bastante simples e pobres, sem detalhes

significativos, usando-se bancos em demasia,

assim como banquetas individuais.

Havia MESAS

bastante longas, compostas por largas

tábuas sobre cavaletes (“pôr a mesa”).

Banqueta

Cadeiras

Mesa

As CAMAS eram em geral

muito altas e dotadas de dossel. Já as ARCAS foram colocadas em pé, com uma divisória no centro e portas (credências ou aparadores).

A PAPELEIRA ou

escritório (Scriptorium) era utilizada nos monastérios,

correspondendo a um armário de duas portas,

geralmente com um frontão.

Credência

Dossel

Arca

Cama do vassalo

Papeleira

Estilo

Românico

Estilo Gótico

Iniciado em meados do século XII, nasceu da evolução técnica do Românico através das

abóbadas de aresta, arcos ogivais, arcobotantes e contrafortes de pedra, além dos vitrais,

chegando ao apogeu no século XIII.

Havia predominância de vazios sobre cheios e da linha vertical (transcendência), além da

simetria e impressão de força, grandiosidade e delicadeza, marcando os espaços através de uma escala heroica e de iluminação ampla.

Na BAIXA IDADE MÉDIA, as pequenas e

raras cidades não passavam de entrepostos comerciais, cercados de muralhas para

defesa e refúgio aos moradores da região.

A escassez de espaço fez

com que as CASAS URBANAS fossem

construídas apinhadas umas às outras, de pouca testada e

grande profundidade.

Com o térreo maior que os demais andares,

destinado ao, essas casas góticas possuíam

ALCOVAS como

quartos e sótãos para

hospedagem e depósito.

As condições sanitárias eram bastante precárias,

assim como de abastecimento e

manutenção.

Habitações urbanas Bourges, França

Os interiores continuaram sóbrios, predominando

MOTIVOS GEOMÉTRICOS (molduras em madeira e

mobiliário escasso), mas, a partir do século XIII, passou-

se aos MOTIVOS VEGETAIS, preferindo-se as

plantas com contornos tortuosos: o cardo, a

alcachofra e o repolho crespo (cogulhos ou

colchetes).

Os MÓVEIS mais usados na época gótica foram as

cadeiras, mesas, camas e arcas. Eram feitos em carvalho e ornamentados com pinturas, entalhes inspirados na

arquitetura (fenestragem), ogivas, tapeçarias e dourado, além da figura de animais, como dragões.

Credência

Fenestragem

Mesa

Cama

As CADEIRAS (cátedras ou

chayères) eram em madeira, com espaldar alto, e as

MESAS retangulares ou poligonais pequenas,

geralmente com pé central.

As CAMAS eram pesadas e

ficavam no canto dos ambientes. As credências passaram a ser comuns e

surgiu o arcaz, uma grande arca com

gavetões.

Arcaz

Cátedras

Mesa

Estilo Gótico

Estilo Islâmico

Também chamado de Sarraceno, Muçulmano ou Maometano, desenvolveu-se em várias regiões na Europa, África e Ásia, a partir do séc. VII, com muitas derivações, mas sempre se baseando nos ensinamentos do profeta Maomé ou Mohammed

(570-632).

1 Vestíbulo 2 Pátio principal 3 Pátio privado 4 Harem 5 Salas de repouso (Iwan) 6 Salas de estar (Majlis) 7 Banho turco (Hammam) 8 Salas de homens (Maq’ad) 9 Salas de mulheres (Qa’a) 10 Cozinha aberta

1

2

3 4

5 5

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9 9

9 7

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6 6 5

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8 6

5

8

5

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CASA MUÇULMANA

Os INTERIORES

islâmicos são exuberantes, marcados pela geometria e luxo,

com profusão de detalhes (rendilhados e arabescos) e uso abundante de arcos (de meio ponto ou pleno, otomano, ogival, mourisco ou lobulado), sempre sem elementos figurativos ou

humanos.

Rendilhado

Caligrafia muçulmana

Arabescos

De MOBILIÁRIO escasso, os espaços islâmicos são

fluidos e iluminados, dotados de colunas esguias e arcos rebuscados, além de policromia, obtida através de ladrilhos e rendilhados. Tapetes em arabescos são

também amplamente usados nos interiores.

Tapetes

Estilo Mudéjar

Em 711 dC, os povos árabes e berberes (mouros) do Norte

da África invadiram e dominaram a Península

Ibérica, criando AL-ANDALUS; país que existiu

até o século XI, quando os reis cristãos acabaram

expulsando os mulçumanos e reconquistaram a área .

Córdoba

Grande Mesquita de Córdoba (Andalucia, Espanha)

Durante essa dominação mulçumana de quase quatro

séculos, ocorreu a fusão da arte islâmica com a cristã, originando

o ESTILO MOURISCO ou

Mudéjar (do árabe mudaggin, que significa “ficar morando

árabes entre cristãos”).

Rica e suntuosa, esta decoração fez-se presente em cidades como

Granada, Sevilha, Córdoba e Zaragoza, entre outras.

Alcazar (Sevilha, Espanha)

Marcado pela escassez de móveis e profusão de almofadas, tapetes e

cortinas feitas com tecidos

riquíssimos, o MUDÉJAR

misturava elementos islâmicos, góticos e, mais

tarde, renascentistas.

Recriaram-se as geometrias (arabescos) e caligrafias islâmicas em azulejos e

estuques, além de usarem o arco em ferradura, herdado

dos visigodos.

El Alhambra (1333/54, Granada, Espanha)

O principal móvel mourisco era a ARCA, feita em

cedro, oliveira e nogueira, com apliques em couro (gravado ou pintado) e figuras geométricas, muitas vezes entrelaçadas, além de incrustações de metais,

marfim, madrepérola e madeira (marchetaria).

Arcas

Poltronas

As CADEIRAS tinham encostos altos, forrados com

couros policrômicos ou veludos guarnecidos com pregos à

vista, além de braços largos e pesados.

Surgiram os BARGUEÑOS

(vargeños): cômodas-escrivaninhas, cuja parte

anterior se abria de cima para baixo. Eram arcas móveis

sobre uma base de colunas torneadas, que às vezes

apresentava os pés em forma de ponte ou H.

Bargueños

Denominam-se

MOÇÁRABE (do ár.

mustarib; arabizado) a arte e a arquitetura

realizadas pelos cristãos da Península Ibérica, de

língua árabe, que conservaram sua religião sob a dominação islâmica entre os séculos X e XI.

Este estilo surgiu principalmente nas igrejas

de cidades espanholas como Burgos e Toledo, além de muitas outras.

Bibliografia

BRUNT, A. Guia dos estilos do mobiliário. Lisboa: Presença, Col. Habitat, n. 32, 1993.

DUCHER, R. Características dos estilos. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

KOCH, W. Dicionário dos estilos arquitetônicos. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

MALLALIEU, H. (Org.) História ilustrada das antiguidades. São Paulo: Nobel, 1999.

MONTENEGRO, R. Guia de história do mobiliário. Lisboa: Presença, 1995.

OATES, P. B. História do mobiliário ocidental. Lisboa: Presença, 1991.