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Habitação Renascentista
O RENASCIMENTO desenvolveu-se do século XV ao XVI, quando os modelos da cultura
grecorromana passaram a inspirar todos os artistas e novos padrões de vida foram adotados
na maioria das vilas e cidades europeias.
Contrapondo-se aos interesses medievais dos proprietários de terra e do clero, os primeiros
BURGUESES modificaram a moradia; e foram incorporando gradativamente as ideias de
privacidade e conforto.
Depois de uma fase de transição, ocorrida no fim do período medieval, as formas clássicas passaram a inspirar todos os artistas italianos, em
sua grande maioria patrocinados por famílias abastadas (mecenato) e
fundamentados nos grandes
ideais do HUMANISMO.
Palazzo Canossa (1530/37, Verona It.)
Michele Sanmicheli (1484-1559)
Hieronymus Bosch (1450-1516) Crucificação com Doador
(1480/85)
EUROPA EM 1453
Início da ERA MODERNA
(1453-1789)
Predomínio de vários reinos
fragmentados
Início do processo de unificação em
Estados monárquicos
ESTRUTURA SOCIAL RENASCENTISTA
Reis e Príncipes
Papas e Cardeais
NOBREZA
BURGUESIA
CLERO
Artesãos e Artistas
Cavaleiros e Escudeiros
Camponeses
PLEBE
Bispos e Arcebispos
Duques, Marqueses, Condes e Viscondes
Barões, Lordes e Mercadores
Freis, Monges e Vigários
Principais MONARQUIAS
Renascentistas:
Portugal Espanha
França Inglaterra
Escócia Irlanda
Hungria
Sagrado Império Romano
Império Otomano
Sardenha Sicília
Nápoles Veneza
Lombardia Toscana
Estado Papal
Foi a riqueza dos barões e mercadores da Itália que modificaram a paisagem
urbana, construindo palacetes que chegavam a ter mais de 30 compartimentos, incluindo aposentos para filhos casados
e suas famílias.
Decorados com afrescos, óleos e estátuas em bronze e
mármore, os PALAZZI
tinham salas de até 12 m de pé-direito.
Palazzo Massimo (1532/36, Roma) Baldassarre Peruzzi (1481-1536)
Palazzo Strozzi (1483/89, Firenze)
Benedetto da Maiano (1442-97) & Giuliano
da Sangallo (1443-1516)
Palazzo Piccolomini (1459/62, Pienza) Bernardo Rosselino (1409-64)
A composição dos palazzi italianos caracterizava-se por:
Volume retangular fechado, centrado em um pátio circundado por duas ou três fileiras superpostas de arcadas;
Exterior pesado e coroado por cornijas, apresentando pilastras sobre estilóbatos, entablamentos superiores (frisos e molduras) e, em alguns casos, corpos salientes de motivo vitruviano (arcos encimados por frontões e ladeados de meias-colunas).
Palazzo Medici Riccardi (1444/60, Firenze)
Michelozzo di Bartolomeo (1391-1472)
Na Holanda do século XVI, o CASARIO URBANO
passou a ser construído com tijolos e madeira, em lotes estreitos, com telhados empinados cobertos de telhas
vermelhas e frontões desnivelados. Mais simples e iluminados, seus interiores tinham pisos cerâmicos,
paredes forradas e móveis leves.
Cotidiano nos Países Baixos no séc. XVII
A exploração de terras distantes trouxe ainda
especiarias, objetos e tecidos e, com a ascensão do
MERCADO DE LUXO,
as classes abastadas encontraram uma nova
forma de se isolar.
No século XVII em diante, tanto os nobres como os burgueses passaram a exigir uma arte, moda e decoração exclusivas.
O anseio crescente
por ESPAÇOS PERSONALIZADOS
cada vez mais amplos e decorados, associado à
demonstração de superioridade social, atingiu diretamente a arquitetura e
mobiliário dos palácios reais e mansões burguesas
na Itália e na França.
Do século XVII em diante,
as RESIDÊNCIAS BARROCAS passaram a
ser construídas para manifestar luxo e pompa, através de imponentes
escadarias curvas e longas vistas internas, criadas pela
sequência de galerias interligadas a salões. Além disso, a decoração tornou-se exuberante e luminosa.
Palais de Versailles (1668/1710, França)
A elite francesa foi a primeira a exigir aposentos espaçosos e ricamente decorados, seguida pela inglesa e
demais cortes europeias. O mobiliário especializou-se progressivamente e ficou mais requintado, surgindo os
primeiros sistemas de aquecimento e fabrico de móveis.
Tabouret d’aisance
appareil de chauffage
Poltrone
Bergère
Criado no início do século XVII, por Catherine de Rambouiller (1588-
1665), o SALÃO (Salon) –
um espaço grandioso e profusamente decorado –, permitiu que as mulheres frequentassem o mesmo
ambiente dos homens, em condições de igualdade intelectual, recebendo e comparecendo a festas.
Marquesa de Rambouiller
Renascença Italiana
Afirmando a dimensão terrestre do homem
através de sua representação nas artes, o Renascimento na Itália estendeu-se pelos séculos XV (Quattrocento) e XVI
(Cinquecento), tendo como principais centros de difusão, respectivamente,
Florença e Roma.
Nos interiores, além da simetria e aspecto imponente, houve o
emprego sistemático das
ORDENS CLÁSSICAS
e o interesse pela ornamentação em
detrimento da estrutura: uso de colunatas, arcadas, abóbadas e galerias, além
da pintura fachadista e revestimento em materiais
coloridos.
Palazzo Ruccelai (1452/60, Firenze) Leon B. Alberti (1404-72)
Ordens Clássicas
Os ainda escassos móveis dos
PALAZZI constituíam-se de
arcas, camas, mesas e bancos, sendo na maioria pintados, com pátina ou douração.
Outras vezes, as peças eram realçadas com aplicação de
mármore e marfim (incrostazione) ou madeira
(intarsio), em mosaicos com desenhos geométricos.
Cadeiras
Intarsio
Incrostazione