49
 Técnico em Segurança do Trabalho Cristiano Corrêa 2014 Gerenciamento de Riscos e Emergências

Caderno de Segurança Do Trabalho (Gerenciamneto de Riscos e Emergências)

Embed Size (px)

Citation preview

  • Tcnico em Segurana do Trabalho

    Cristiano Corra

    2014

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

  • Presidenta da Repblica Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da Repblica Michel Temer Ministro da Educao Jos Henrique Paim Fernandes Secretrio de Educao Profissional e Tecnolgica Alssio Trindade de Barros Diretor de Integrao das Redes Marcelo Machado Feres Coordenao Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Aras Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto Csar Gonalves

    Governador do Estado de Pernambuco Joo Soares Lyra Neto

    Secretrio de Educao e Esportes de

    Pernambuco Jos Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira

    Secretrio Executivo de Educao Profissional

    Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

    Gerente Geral de Educao Profissional Josefa Rita de Cassia Lima Serafim

    Coordenador de Educao a Distncia

    George Bento Catunda

    Coordenao do Curso Manoel Vanderley dos Santos Neto

    Coordenao de Design Instrucional

    Diogo Galvo

    Reviso de Lngua Portuguesa Eliane Azevdo

    Diagramao

    Klbia Carvalho

  • INTRODUO ............................................................................................................................ 3

    1. COMPETNCIA 01 | IDENTIFICAR RISCOS E ESTABELECER PROCEDIMENTOS DE

    SEGURANA NAS OPERAES COM MQUINAS E EQUIPAMENTOS ...................................... 7

    1.1 Conhecendo, Analisando e Gerenciando os Riscos .............................................. 10

    2. COMPETNCIA 02 | ESTABELECER MEDIDAS DE CONTROLE DOS RISCOS PROFISSIONAIS,

    APLICANDO OS MAIS ADEQUADOS PROCEDIMENTOS DE LIBERAO DE SERVIOS E

    DISPOSITIVOS DE PROTEO INDIVIDUAL E COLETIVA ......................................................... 15

    2.1 Procedimento Operacional Padro ...................................................................... 15

    2.2 Permisso de Trabalho ......................................................................................... 17

    3. COMPETNCIA 03 | CONHECER E APLICAR ADEQUADAMENTE OS PROCEDIMENTOS DE

    ATENDIMENTO A EMERGNCIAS NOS CASOS DE ACIDENTES ............................................... 21

    3.1 Planos de Emergncia .......................................................................................... 21

    3.2 Plano de Abandono de rea................................................................................. 24

    3.3 Plano de Auxlio Mtuo ........................................................................................ 26

    4. COMPETNCIA 04 | PLANEJAR E ESTRUTURAR A ORGANIZAO PARA SUPORTAR

    PROCEDIMENTOS DE EMERGNCIA ....................................................................................... 28

    4.1 Construo dos Planos de Emergncia ................................................................ 28

    4.2 Construo e Fortalecimento de Planos de Auxlio Mtuo (PAM) ...................... 29

    4.3 Construo e Fortalecimento de Equipe Treinada ............................................... 30

    4.4 Construo de Planos de Abandono .................................................................... 32

    5. COMPETNCIA 05 | CONTROLAR AS PERDAS ACIDENTAIS QUE ENVOLVAM

    COLABORADORES, PARCEIROS, FORNECEDORES, CLIENTES, COMUNIDADE E A

    PROPRIEDADE ......................................................................................................................... 34

    CONSIDERAES FINAIS ......................................................................................................... 42

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................................................. 44

    CURRCULO DO PROFESSOR PESQUISADOR .......................................................................... 46

    Sumrio

  • 3

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    INTRODUO

    Ol!

    Sejam muito bem-vindos disciplina de Gerenciamento de Riscos e

    Emergncias. Aqui, trataremos de algo fundamental na atividade do Tcnico

    de Segurana no Trabalho: a identificao, minimizao e enfretamento dos

    riscos e emergncias.

    Teremos cinco competncias que nos acompanharo nas prximas semanas:

    1. Identificar riscos e estabelecer procedimentos de segurana nas

    operaes com mquinas e equipamentos;

    2. Estabelecer medidas de controle dos riscos profissionais, aplicando os

    mais adequados procedimentos de liberao de servios e dispositivos

    de proteo individual e coletiva;

    3. Conhecer e aplicar adequadamente os procedimentos de atendimento

    a emergncias nos casos de acidentes;

    4. Planejar e estruturar a organizao para suportar procedimentos de

    emergncia;

    5. Controlar as perdas acidentais que envolvam colaboradores, parceiros,

    fornecedores, clientes, comunidade e a propriedade.

    Antes de iniciarmos nossos estudos, seria bom que vocs lessem o conto

    abaixo, pois ele nos ajudar a entender bem os objetivos da disciplina.

    Uma grande empresa transnacional, com vrias instalaes espalhadas pelo

    Brasil, promove encontros de profissionais de todas as suas sedes, buscando a

    troca de experincias com a consolidao do aprendizado mtuo e

    consequentemente um crescimento nas boas prticas. Os funcionrios

    convocados para o encontro so de diversas reas, por isso, como dinmica

    inicial, o facilitador do encontro prope que as pessoas se apresentem

  • 4

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    informando o nome, de que parque industrial ou escritrio vm e o que fazem

    no local de trabalho.

    Figura 1 - Reunio de Trabalho Fonte: http//www.sidneyrezende.com

    O primeiro participante se identifica como um profissional que trabalha em

    uma das fbricas e est ligado rea de produo e qualidade industrial. Em

    sua fala, ele expressa:

    - Ns que trabalhamos na produo somos fundamentais para a empresa,

    pois sem produzir em quantidade e qualidade adequadas, nossa empresa

    perderia competitividade e clientes, diminuindo seu ritmo de crescimento.

    Dessa forma, estamos sempre trabalhando para que tenhamos ndices que se

    equiparam aos melhores resultados das empresas do setor no mundo!

    Todos ficaram muito impressionados com a fala do Gerente de Produo que

    relatava de forma convincente que seu setor era o motor de toda a

    engrenagem empresarial.

    O segundo a se apresentar trabalhava no escritrio financeiro e durante sua

    apresentao falou:

    - Sou do departamento de finanas e l tomamos as decises mais

    importantes para a empresa, pois sem uma anlise contbil correta, o caixa e

    as contas da empresa entrariam em declnio, promovendo uma crise que

  • 5

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    pode implicar a perda do valor das aes e ativos da empresa. Portanto,

    temos uma tarefa capital.

    Mais uma vez, toda a audincia que o ouvia atentamente pde perceber a

    importncia deste setor para empresa.

    Posteriormente, foram se apresentando pessoas da Direo Geral, do

    Departamento de Recursos Humanos, do setor de Projetos e

    Desenvolvimento, do Departamento de Logstica, da Vigilncia Patrimonial,

    todos muito enfticos em relao importncia de seus setores como peas

    fundamentais no mosaico daquela grande empresa.

    Por fim, o colega no fundo da sala tinha a palavra, mas como j havia passado

    algum tempo e todas as reas vitais da empresa j haviam sido apresentadas,

    as pessoas presentes no demonstravam grande interesse naquele jovem ao

    fundo da sala. Porm, como todos deveriam apresentar-se para que a

    dinmica fosse encerrada, disse ele:

    - Fico muito impressionado com tudo que vi e ouvi nesta manh, pois percebo

    como existem departamentos importantes em nossa empresa. Realmente,

    no trabalho em um setor to importante como o da Produo que

    diuturnamente se preocupa em produzir mais e melhor. Tambm no sou do

    Departamento de Finanas e com astutos clculos contbeis mantenho a

    situao financeira em perfeita sanidade, tambm no trabalho com Recursos

    Humanos ou Logstica ou qualquer outros dos departamentos e centros to

    bem dissecados aqui nesta oportunidade. Trabalho apenas com riscos de

    emergncias. Sou um profissional de Segurana no Trabalho que tem por

    funo identificar os riscos, propor sua extino atravs de tcnicas coerentes

    e factveis, ou ao menos minimiz-los, trabalhar fortemente para que os riscos

    sejam no mximo potenciais, mas nunca reais. E, como os planos de controle

    de riscos podem no ser infalveis, tenho consequentemente a obrigao de

    pensar em como responder a essas emergncias. Porque, amigos, tenho a

    obrigao de devolv-los vivos e sos a suas famlias ao fim do expediente de

  • 6

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    trabalho, tenho como misso manter as estruturas e equipamentos da

    empresa intactos aos riscos para que possamos ter emprego e renda, tenho

    como funo defender a comunidade do entorno e a populao em geral de

    possveis emergncias surgidas na empresa. Portanto, caros colegas, conto

    com todos vocs, com todos os departamentos e setores, pois s com o

    compromisso de todos poderei bem cumprir a minha humilde tarefa!

  • 7

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 01

    1. COMPETNCIA 01 | IDENTIFICAR RISCOS E ESTABELECER

    PROCEDIMENTOS DE SEGURANA NAS OPERAES COM

    MQUINAS E EQUIPAMENTOS

    Sejam bem-vindos primeira competncia! Nela, trataremos de conceitos

    elementares para o gerenciamento de risco que acontece em etapas. Por fim,

    veremos de forma preliminar algumas preocupaes relacionadas operao

    de mquinas e equipamentos. Sendo assim, vamos em frente!

    Para inici-la, necessitamos definir o que vem a ser risco, um termo usado

    rotineiramente e que nem sempre bem empregado, devido multiplicidade

    de interpretaes. Vejamos:

    O Centro de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos, rgo

    responsvel pela apurao investigativa de todos os acidentes com aeronaves

    no Brasil, define que o risco o potencial avaliado das consequncias

    prejudiciais que podem resultar de um perigo, expressa em termos de

    probabilidade e severidade, tomando como referncia a pior condio

    possvel. (CENIPA, 2014, p.1).

    Nesta primeira definio, vemos que o risco, em tese, algo que pode

    acontecer e promover prejuzos materiais e/ou humanos. Tambm possui

    uma probabilidade, isto , uma chance percentual de acontecer. Sendo

    assim, quanto maior for a probabilidade, maior ser a possibilidade de o risco

    se concretizar.

    Outro termo importante severidade que representa o grau de dano(s) que

    o risco pode provocar. Portanto, quanto maiores forem as consequncias

    negativas advindas da concretizao do risco, maior ser a severidade.

    Neste ponto cabe um comentrio: quando o risco pode vir a acontecer ele

    chamado de risco potencial.

  • 8

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 01

    Outra definio importante da palavra risco encontrada no glossrio de

    Defesa Civil, Estudos de Riscos e Medicina de Desastres:

    medida de dano potencial ou prejuzo econmico expressa em termos de probabilidade estatstica de ocorrncia e de intensidade ou grandeza das consequncias previsveis. 2. Probabilidade de ocorrncia de um acidente ou evento adverso, relacionado com a intensidade dos danos ou perdas, resultantes dos mesmos. 3. Probabilidade de danos potenciais dentro de um perodo especificado de tempo e/ou de ciclos operacionais. 4. Fatores estabelecidos, mediante estudos sistematizados, que envolvem uma probabilidade significativa de ocorrncia de um acidente ou desastre. 5. Relao existente entre a probabilidade de que uma ameaa de evento adverso ou acidente determinado se concretize e o grau de vulnerabilidade do sistema receptor a seus efeitos.

    Vocs perceberam que nas cinco definies acima algumas palavras foram

    abordadas diretamente (probabilidade) e indiretamente (severidade)? Pois ,

    elas atestam a grandeza das consequncias e da intensidade dos danos.

    Apesar de as fontes serem diferentes, o conceito encontra amparo em

    princpios comuns!

    Outros conceitos como o de ameaa e vulnerabilidade tambm foram

    citados. Vejam agora suas definies.

    Ameaa Pode ser definida, sinteticamente, como indcio ou prenncio de

    um evento desastroso.

    Vulnerabilidade Condio de um determinado organismo (inclusive uma

    empresa), que interage com uma ameaa, de resistir ou suplantar esta

    ameaa. Pode ser entendida como o contrrio de segurana.

  • 9

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 01

    Outro conceito importante o de segurana:

    Segurana Por sua vez pode ser apresentada como: caracterstica a ser

    buscada nas pessoas e nos meios ou elementos de um processo produtivo"

    (BARBOSA FILHO, 2001).

    Por que citamos todas as palavras acima?

    As ameaas so os indcios ou possibilidades de eventos indesejados, que so

    maiores quando existe uma grande vulnerabilidade nas empresas. Por mais

    que voc acredite no contrrio, muitas empresas esto despreparadas para as

    ameaas e isso gera o risco.

    Figura 2 - Tancagem de Lquidos Inflamveis Fonte: http//fateclog.blogspot.com

    Observe!

    Exemplificando os conceitos acima: uma empresa que possui grandes tanques

    de substncias muito inflamveis, consequentemente possui uma ameaa

    real de incndio e exploso. Caso esta empresa possua sistemas preventivos

    eficientes e operantes, planos adequados e exequveis e treinamentos

    compatveis com esta ameaa, ela ter certo grau de segurana, diminuindo

    sua vulnerabilidade e consequentemente o risco de incndios e exploses.

    Mas, como gerenciar esses riscos a que muitas empresas esto submetidas?

  • 10

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 01

    1.1 Conhecendo, Analisando e Gerenciando os Riscos

    Regra geral: os riscos so inerentes a todas as atividades humanas, portanto,

    conhec-los algo fundamental para poder gerenci-los.

    Existem algumas fases importantes no gerenciamento de riscos. So elas:

    Identificao Identificar os riscos a primeira fase do gerenciamento e para

    alguns autores a mais importante. O profissional de segurana no trabalho

    deve lanar mo de um olhar analtico e cauteloso sobre todos os processos e

    procedimentos aplicados na empresa em que trabalha buscando identificar

    cada risco inerente a cada atividade.

    Aparentemente, aquilo que pequeno e insignificante pode tornar-se a causa

    de uma grande tragdia. Lembremo-nos dos grandes incndios causados por

    uma simples sobrecarga eltrica ou das exploses causadas pelo acendimento

    de lanternas sem compartimento anti-fascas.

    Sugere-se, alm da cuidadosa e diligente preocupao da equipe de

    segurana no trabalho, um canal de comunicao constantemente aberto

    para todas as pessoas que trabalham na empresa. Por vezes, alguns detalhes

    podem fornecer grande segurana aos processos laborais e podem ser

    sugeridos por funcionrios que esto diariamente exercendo as tarefas

    aparentemente mais simples.

    Portanto, ateno a todas as sugestes: lembrem-se de que a melhor

    consultoria sobre a segurana em sua empresa geralmente est dentro dela,

    nas observaes das pessoas que fazem a empresa.

  • 11

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 01

    Figura 3 Analisando os Riscos Fonte: http://www.safeworksst.com.br/apr.html

    Anlise Uma vez identificado o risco, a equipe de gesto de risco deve

    examin-lo criteriosamente, avaliando seu potencial de comprometimento da

    estrutura empresarial (gravidade/severidade) e a sua chance de acontecer

    (probabilidade). Logo, quanto maior for a gravidade e a probabilidade do

    risco, maior ser a ateno para sua eliminao, se possvel, ou sua mitigao.

    Observemos essa anlise graficamente:

    Figura 4 - Representao Grfica da Anlise de Risco Fonte: GOMES (2010, p.16)

  • 12

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 01

    V-se que os riscos com grande probabilidade e potencial de se tornarem

    graves devem ser adotados como prioritrios, caso contrrio, podero gerar

    grandes crises para a empresa.

    Uma vez realizada a anlise de risco, hora de decidir se fazemos a

    eliminao ou mitigao do risco:

    Eliminao Feita a anlise do risco, verifica-se a possibilidade de eliminao

    dos riscos potencialmente considerveis. O processo de eliminao de riscos

    nem sempre pode ser implantado, porm deve ser sempre perseguido

    No entendeu? Veja o exemplo abaixo

    Imaginemos que em nossa empresa trabalhamos no processo de

    beneficiamento de matrias-primas com uma substncia qumica bastante

    corrosiva e inflamvel. Em nossa anlise de risco, vemos que tal substncia, se

    manipulada de forma equivocada, pode trazer danos substanciais empresa e

    s pessoas que nela trabalham, inclusive pode promover o comprometimento

    de todo o parque fabril. Caso possamos substituir tal substncia por outra que

    seja inerte, isto , que no tenha potencial inflamvel, corrosivo, ou outro

    julgado indesejado, estaremos fazendo a eliminao do risco.

    Outro exemplo, porm mais simples, pode ser a troca de uma instalao

    eltrica antiga e danificada, por outra nova e adequada: os pontos suscetveis

    de curto-circuito que outrora poderiam promover choques eltricos,

    incndios e at exploses com fascas em ambientes com gases inflamveis

    so eliminados.

    A questo de eliminao de riscos to sria que algumas empresas

    simplesmente eliminam alguns produtos da sua cesta de ofertas quando sua

    produo torna as instalaes excessivamente vulnerveis, com riscos tidos

    como inaceitveis. Portanto, devemos identificar coerentemente os riscos,

    analis-los com critrio e, quando possvel, elimin-los.

  • 13

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 01

    Contudo, nem sempre os riscos podem ser eliminados, pois a maioria das

    empresas convive com riscos reais e potenciais durante toda sua existncia,

    sendo estes mesmos riscos fundamentais para seus processos de produo,

    armazenamento, transporte e distribuio. Ento, como fazer para conviver

    com os riscos em uma condio aceitvel?

    Quando no possvel a eliminao do risco, deve-se procurar sua mitigao.

    Mas o que vem a ser mitigao?

    Mitigao um termo que tenta expressar o esforo para tornar um risco

    aceitvel, o conjunto de processos que ser posto em prtica para diminuir

    a probabilidade e severidade do risco.

    Vejamos um exemplo: Em uma fabricao de mveis, as serras em disco ou

    fita so instrumentos muito usados para promover o corte nas pranchas e

    toras de madeira. Isto , so indispensveis neste tipo de servio. Aps

    analisar as estatsticas de acidentes e a gravidade de tais acidentes

    ocasionados por aqueles objetos em empresas com estas caractersticas, o

    analista de riscos recomendou a sua eliminao ou mitigao.

    Como ainda no foi criada uma alternativa vivel para a eliminao das serras,

    vrios profissionais passaram a trabalhar em processos de mitigao do risco

    de acidentes em serras na fabricao de mveis, criando dispositivos de

    confinamento das lminas, operao remota das serras, equipamentos de

    proteo individual e coletiva para proteo dos envolvidos, etc.

    Em sntese podemos concordar que a gesto de risco consiste na

    identificao, anlise e eliminao ou mitigao a um nvel aceitvel dos

    perigos, e os conseguintes riscos, que ameaam a viabilidade de uma

    organizao. (CENIPA, 2014)

  • 14

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 01

    A equipe de gerenciamento de riscos deve agir como algum que vai monitorar os perigos, como algum que adentra cuidadosamente na floresta, sempre com ateno e cuidado, mapeando a cada passo os sons e alertas que so emitidos, pois na floresta existem riscos e saber quais so e como evit-los fundamental aos seus exploradores. (GOMES, 2010)

    Por isso, vocs como tcnicos de segurana, precisam estar atentos a esse

    processo de que falamos at aqui! Tudo bem?

    Estamos concluindo nossa primeira competncia da disciplina de

    gerenciamento de riscos. Agora, vocs so capazes de compreender os

    conceitos de risco, ameaa, vulnerabilidade e segurana. Podem realizar a

    identificao preliminar dos riscos, efetuar sua anlise com base na

    probabilidade e severidade, podendo propor medidas que os eliminem ou no

    mnimo que os mitiguem.

    Participem da aula presencial, respondam atentamente aula-atividade e

    observem os detalhes da atividade semanal.

    Aprendizado: Exercite o olhar crtico, necessrio ao Tcnico de Segurana no

    Trabalho, busque identificar quais aes poderiam ser tomadas para eliminar

    ou mitigar os riscos que levaram ao incndio vivido na pelcula. Quais aes

    preventivas foram negligenciadas? Como uma Equipe de Gesto de Riscos

    poderia intervir preventivamente ao incndio e ao colapso da edificao?

    e

    Sugesto da Semana:

    Indico que vocs assistam

    ao filme INFERNO

    NA TORRE,

    que trata da sucesso de

    equvocos que levou a um

    sinistro. Acesse o link abaixo,

    leia a sinopse e veja o trailer http://www.

    adorocinema. com/

    filmes/ filme-34036/)

  • 15

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 02

    2. COMPETNCIA 02 | ESTABELECER MEDIDAS DE CONTROLE DOS

    RISCOS PROFISSIONAIS, APLICANDO OS MAIS ADEQUADOS

    PROCEDIMENTOS DE LIBERAO DE SERVIOS E DISPOSITIVOS DE

    PROTEO INDIVIDUAL E COLETIVA

    Como foi visto na semana anterior, a identificao, a anlise, a eliminao e a

    mitigao dos riscos so passos fundamentais para o gerenciamento

    responsvel e efetivo dos riscos.

    Nesta segunda semana, iremos entender mais sobre como podemos controlar

    os riscos atravs do uso de procedimentos e protocolos, associados a boas

    prticas de segurana, no apenas nas tarefas laborais dirias, mas sobretudo

    em relao a trabalhos especialmente perigosos.

    A Universidade de So Paulo (USP), ao editar seu manual de procedimento em

    manutenes, chama ateno para alguns pontos importantes na gesto e

    controle dos riscos profissionais, entre eles:

    2.1 Procedimento Operacional Padro

    Procedimento Operacional Padro (POP) - traz uma descrio detalhada de

    todos os passos para a realizao de um procedimento. Este POP torna-se

    ainda mais relevante quando se trata de uma atividade profissional que

    imputa em risco rotineiro ou especial. Em muitos casos, veem-se

    trabalhadores mal treinados acreditarem que as listas de checagem (checklist)

    contendo os equipamentos individuais obrigatrios, a instalao de aparelhos

    especficos e um procedimento aparentemente 'moroso' e 'desnecessrio' so

    algo dispensvel e sem importncia.

    Como exemplo da importncia dos POPs, a Agncia de Vigilncia Sanitria em

    seu Manual de Boas Prticas Farmacuticas prev que os procedimentos

    operacionais padro, em farmcias e drogarias, devem ser mantidos e

    fiscalizados, como fator de segurana primordial para estes estabelecimentos.

  • 16

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 02

    Figura 5 Selo da Anvisa para Boas Prticas Farmacuticas (Drogarias e Farmcias que seguem POPs) Fonte: http://m2farma.com/blog/pops-farmacia-e-drogaria-procedimentos-operacionais-padrao/

    Infelizmente, em muitos casos, veem-se trabalhadores mal treinados que

    acreditam que as listas de checagem (checklist) contendo os equipamentos

    individuais obrigatrios, a instalao de aparelhos especficos e um

    procedimento aparentemente 'moroso' e 'desnecessrio' so algo dispensvel

    e sem importncia.

    E geralmente quando deixamos de cumprir o previsto no procedimento

    operacional padro (POP), que os resultados so danos e emergncias por

    vezes irreversveis ou de difcil soluo. Veja mais na videoaula!

    O que vocs observaram, quanto ao gerenciamento de riscos, nas imagens

    exibidas?

    Comentrios Preliminares:

    visto em todos os postos de gasolina a proibio do uso de aparelho

    telefnico celular durante o abastecimento de combustvel. Esse

    procedimento recomendado porque os ditos telefones geralmente

    ocasionam pequenssimas fascas durante o acionamento. Quando h uma

    grande concentrao de gases inflamveis, com limites de inflamabilidade e

    explosividade adequados, teremos a presena de chamas e mesmo

    exploses.

    Para contextualizar

    nossa aprendizagem,

    faam uma pequena parada na leitura deste

    caderno e assistam ao breve vdeo

    disponvel em: http//www.

    youtube.com/ watch?v=Jh7DH

    Q-aTpc. Para

    contextualizar nossa

    aprendizagem, faam uma

    pequena parada na leitura deste

    caderno e assistam ao breve vdeo

    disponvel em: http//www.youtube.com/watch?v=Jh7DHQ-aTpc.

  • 17

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 02

    Na imagem, do vdeo indicado, o frentista do Posto de Gasolina usa o telefone

    celular, aps a abertura de uma das janelas de inspeo de um caminho-

    tanque. Naquele momento, a quantidade de gases inflamveis que existe no

    entorno do frentista enorme, por isso, a consequncia foi desastrosa.

    Figura 6 Posto de Gasolina aps uma Exploso Fonte: http://portalhseq.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html

    Ento, pergunto a vocs: qual seria o Procedimento Operacional Padro para

    aquela operao?

    Com certeza, o uso do telefone celular no previsto. Porm, quantas vezes

    os usurios e mesmo funcionrios dos postos de combustveis, transgridem a

    regra que probe o uso de telefonia mvel durante o abastecimento?

    Felizmente, na maioria dos casos, a concentrao de gases inflamveis no

    to alta quanto na cena exibida, porm, se o POP for sempre cumprido, os

    riscos sero minimizados e as emergncias evitadas.

    2.2 Permisso de Trabalho

    Um instrumento bastante usual na Gesto de Riscos o documento intitulado

    'Permisso de Trabalho' que um formulrio que visa a observar todas as

    condies de segurana para o perfeito desenvolvimento de determinada

    atividade tida como especial, com foco nos riscos potenciais associados. Busca

    formalizar e promover a corresponsabilizao dos executantes de atividades

    Os POPs so especficos para cada atividade.

    Para conhecer alguns destes

    procedimentos operacionais,

    recomenda-se a leitura em:

    http://www.usp.br/codage/files/circ015anex

    o2-drh-ago-2010.pdf

  • 18

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 02

    de risco, seus chefes imediatos e os responsveis dos setores onde est

    havendo a atividade. Assim, apresenta uma preocupao colegiada com a

    segurana e mitigao dos riscos.

    Geralmente, essas permisses esto associadas a atividades profissionais com

    riscos especiais, como trabalhos em altura, em ambiente confinado e em

    ambientes de alta Inflamabilidade, etc.

    A seguir, v-se um exemplar de uma Permisso de Trabalho:

    Figura 7 - Formulrio de Permisso de Trabalhos Especiais Fonte: http://pt.slideshare.net/anecosta30/modelo-de-pte

  • 19

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 02

    Frequentemente, a permisso de trabalho est vinculada existncia e

    operao de uma srie de condies. Entre elas, destacam-se os

    Equipamentos de Proteo Individual e Coletiva especficos quela atividade.

    Vocs, com certeza, j estudaram sobre EPI e EPC!

    Vamos voltar ao nosso exemplo do frentista...

    Na investigao inicial, as testemunhas disseram que o funcionrio do posto

    usou a funo lanterna do telefone mvel, para aferir visualmente a

    quantidade de combustvel existente no tanque do caminho. Supondo que o

    procedimento previsto fosse a dita aferio visual, ser que o frentista no

    deveria utilizar proteo respiratria e vestes especficas para tal atividade?

    Caso a visualizao necessitasse de iluminao, as lmpadas e lanternas

    usadas no deveriam ser intrinsecamente seguras, isto , possuir cmara anti-

    fasca?

    Figura 8 Equipamentos de Proteo Individual Fonte: ussilva.blogspot.com

    Reflitam sobre isso!

    Os profissionais de Segurana no Trabalho, sobretudo os que trabalharem

    com Gesto de Riscos, encontraro grande resistncia do pessoal envolvido

    com as operaes na empresa para usar equipamentos de proteo

    (individual e coletivo), pois tais equipamentos so tidos como inconvenientes,

    desconfortveis e at mesmo feios. Contudo, nada mais inconveniente do

  • 20

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 02

    que perder as instalaes da empresa por consequncia do descaso, nada

    mais desconfortvel do que perder movimentos pelo no uso de

    equipamentos obrigatrios e nada mais grave do que ver um colega morto

    devido negligncia.

    Estamos concluindo nossa segunda competncia da disciplina de

    gerenciamento de riscos. Agora, participem da aula presencial, respondam

    atentamente aula-atividade e observem os detalhes da atividade semanal.

    Agora, para aprofundarmos

    a questo de uma forma divertida,

    vejam esta pequena

    animao que fala um pouco sobre a adoo

    de uma conduta

    prevencionista, seguir os

    protocolos de segurana e o

    uso dos Equipamentos de Proteo,

    como fator de mitigao de

    riscos: https://www. youtube.com/ watch?v=5SDO

    HrxadAo

  • 21

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 03

    3. COMPETNCIA 03 | CONHECER E APLICAR ADEQUADAMENTE OS

    PROCEDIMENTOS DE ATENDIMENTO A EMERGNCIAS NOS CASOS

    DE ACIDENTES

    Nesta competncia, vamos entender melhor os procedimentos de

    enfrentamento a emergncias, pois mesmo com a constante vigilncia no

    controle e gesto de riscos, no podemos subestimar a possibilidade do

    acontecimento de emergncias. Por isso, devemos planificar e treinar as

    respostas para tais demandas indesejadas.

    3.1 Planos de Emergncia

    So planos especficos para ofertar resposta s diversas emergncias que

    podem vir a surgir numa empresa. Devem ser dotados de uma linha

    condutora, na qual as aes de resposta vo se encadeando coerentemente

    com o tamanho da emergncia. Podem ser setoriais ou gerais, isto , os

    setores crticos ou que tenham riscos especiais podem ter planos especficos

    de atendimento a emergncias, porm so geralmente de carter geral

    envolvendo todos os departamentos do empreendimento.

    Segundo Finocchio (2014, p.04), o Plano de Emergncia tem como objetivo

    principal fornecer um conjunto de diretrizes e informaes visando adoo

    de procedimentos lgicos, tcnicos e administrativos, estruturados de forma a

    propiciar resposta rpida e eficiente em situaes emergenciais.

    Alguns elementos so fundamentais para a formulao de tais planos. Sendo

    assim, o autor chama ateno para: identificao dos cenrios acidentais;

    reas vulnerveis; isolamento; sinalizao; pontos de encontro; rotas de fuga

    e localizao estratgica de recursos.

    Comentemos um pouco mais sobre esses pontos:

  • 22

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 03

    Identificao dos cenrios acidentais: sem dvida, a projeo de cenrios

    acidentais um exerccio fundamental para a planificao das respostas.

    Compreendendo onde podero acontecer os sinistros e quais suas possveis

    dimenses pode-se planejar mais corretamente;

    reas vulnerveis: rastrear as reas de maior vulnerabilidade ou ainda onde

    os riscos so mais iminentes algo fundamental para o enfrentamento da

    emergncia;

    Isolamento: manter a emergncia isolada, evitando que o comprometimento

    de um setor se propague por toda a instalao algo importante nas aes de

    combate emergncia;

    Sinalizao: a perfeita sinalizao ofertando o conhecimento onde esto os

    recursos, rotas e pontos de encontro outra ferramenta de sucesso;

    Pontos de encontro: so as referncias internas para o aglutinamento das

    primeiras respostas e providncias;

    Rotas de fuga, so fundamentais para uma possvel evaso em caso extremos,

    devendo estar completamente desobstrudas;

    Localizao estratgica de recursos: se os recursos existem, mas esto

    completamente fora de alcance das equipes, de nada serviro. Ento,

    devemos planificar criteriosamente onde estaro nossas bases de recursos

    para serem atingidas mesmo em situao de emergncia.

    Observem uma pequena planificao sobre a planta baixa de uma edificao

    de alguns elementos que constituem o plano de emergncia como rota de

    fuga, recursos hdricos, entre outros a serem usados na emergncia.

  • 23

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 03

    Figura 9 Planta Baixa, baseada em um Plano de Emergncia Fonte: http://www.inmasp.com.br/plano-de-emergencia.php

    Os planos de emergncia mais conhecidos so os de combate a incndio porque esto associados a um risco bastante relevante para a maioria das empresas, com uma probabilidade moderada e uma alta severidade ou gravidade.

    Os Planos de Emergncia Contra Incndio so norteados por uma Norma Tcnica Brasileira, a NBR 15219/2005, em que se destacam como pontos capitais a identificao do princpio de incndio, a disponibilizao e utilizao dos agentes extintores adequados e o treinamento da equipe de pronta resposta.

    Quanto ao treinamento das equipes, a formao e manuteno de Brigadas de Incndio um processo muitssimo aconselhvel. Trata-se de pessoal interno, preferencialmente da prpria empresa, porm admitem-se

    Para ver a imagem ao lado

    com uma melhor

    resoluo, acesse:

    http://www.inmasp.com.br/

    plano-de-emergencia.

    php

  • 24

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 03

    terceirizados, que so treinados anualmente para comporem a primeira resposta em situaes de incndio e primeiros socorros. A Formao de Brigadas de Incndio regulamentada atravs da NBR 14276.

    importante ressaltar que os planos de emergncia no se restringem a combate a incndio, havendo planos para o colapso estrutural (comprometimento de parte ou da totalidade das estruturas), planos de evaso ou abandono (retirada parcial ou total da populao do prdio), planos especficos, como emergncia por vazamento de gs txico ou lquido corrosivo, entre outros.

    Esses Planos de Emergncia tm, geralmente, objetivos limitados empresa e suas demandas emergenciais. Porm, devem ser amplificados com a previso de procedimentos de resposta no apenas no permetro da empresa, mas tambm que garantam a sanidade e recuperao de toda a rea atingida no entorno.

    Entendeu at aqui? Veja maiores esclarecimentos na videoaula!

    3.2 Plano de Abandono de rea

    Os termos Plano de Abandono de rea, Plano de Evaso e Plano de Abandono

    de Edificao so sinnimos e diferem apenas nos contextos nos quais so

    apresentados. So, em resumo:

    o procedimento realizado pelas pessoas que ocupam uma edificao (ou empresa) que apresente algum risco vida ou que esteja em eminncia de sofrer um acidente. De uma forma geral, uma ao de desocupao do prdio, que tem por objetivo minimizar e prevenir o mximo possvel a ocorrncia de acidentes que possam provocar danos pessoais." (DEFESA CIVIL PR, 2013, p. 14).

    Portanto, a construo de Plano de Abandono uma deciso refletida e

    tomada a partir de parmetros claros, pois as pessoas no devem abandonar

    a edificao (empresa) de uma forma confusa e descoordenada.

  • 25

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 03

    Para a evaso eficiente, necessrio que existam comandos (por voz,

    sistemas de som, eletrnicos ou luminosos) adequados e conhecidos por

    todos. Os pontos de encontro devem conter sinalizao e a rota de fuga deve

    estar completamente desobstruda e indicada, inclusive com iluminao e

    pintura visveis, mesmo durante a noite.

    Regra geral: sugere-se, inicialmente, a retirada das pessoas que no foram

    treinadas para o enfrentamento das emergncias e que no so fundamentais

    aos processos vitais de funcionamento da empresa, em sinistros que

    justifiquem tal procedimento. Deve-se manter o pessoal de primeiro combate

    e os operadores dos sistemas no atingidos.

    Para entendermos melhor, vejamos a seguir um pequeno esquema de

    abandono de um conjunto de edificaes:

    Figura 10 Esquema Resumido do Plano de Abandono da Universidade So Judas Tadeu. Fonte: http://www.usjt.br/cipa/mapa_abandono.html

  • 26

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 03

    3.3 Plano de Auxlio Mtuo

    O Plano de Auxlio Mtuo (PAM) um instrumento celebrado por duas ou

    mais empresas, privadas ou pblicas, que se comprometem mutuamente a

    ajudarem de forma sistemtica e efetiva em caso de emergncias ou

    desastres.

    Presume que a unio de esforos de empresas preferencialmente vizinhas, ou

    no mnimo prximas, ser mais eficiente do que apenas o esforo da empresa

    sinistrada. Assim, atravs de protocolos prprios, as empresas pactuam

    conservando equipamento e pessoal habilitado a socorrer as instalaes de

    qualquer um dos membros, multiplicando o poder de resposta em casos

    extremos. Para tanto, o treinamento conjunto, o conhecimento de todas as

    plantas fabris e comerciais, o comprometimento com a resposta rpida e

    parceria nas decises colegiadas fundamental.

    Em Pernambuco, existem alguns Planos de Auxlio Mtuo como o PAM

    SUAPE, com 18 empresas privadas, rgos pblicos como Corpo de Bombeiros

    e Polcia Rodoviria, no litoral Sul e o PAM - Curado em Jaboato dos

    Guararapes.

    Figura 11 - Fotografia - Area de Algumas Empresas do PAM - SAUPE Fonte: http://dc395.4shared.com/doc/VP-FdDFn/preview.html

  • 27

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 03

    Durante a formao do pacto do PAM, a empresa compromete-se a

    disponibilizar um conjunto mnimo de equipamentos e uma quantidade

    mnima de pessoas treinadas em caso de emergncia, tendo tambm o

    compromisso de manter um canal de recebimento de solicitaes de apoio

    contnuo (24 horas). Alm disso, deve socorrer, no menor tempo possvel,

    com o pessoal e equipamento, a empresa em dificuldades.

    Encerramos esta competncia e agora vocs j sabem o que so, para que

    servem e a importncia de: um Plano de Emergncia, um Plano de Abandono

    de rea e um Plano de Auxlio Mtuo. Na prxima competncia veremos

    algumas dicas de como elaborar e gerir esses planos. At l! Respondam com

    ateno s nossas atividades!

  • 28

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 04

    4. COMPETNCIA 04 | PLANEJAR E ESTRUTURAR A ORGANIZAO

    PARA SUPORTAR PROCEDIMENTOS DE EMERGNCIA

    Nesta competncia, iremos estudar a estruturao da empresa para o

    enfrentamento de emergncias.

    Como j vimos, existem planos de emergncia a serem construdos,

    treinamentos a serem vivenciados e o mais importante a educao para o

    enfrentamento de crises a ser implantada, que deve ser algo inerente a todas

    as pessoas que compem o time empresarial. Mas como fazer esta

    preparao? Aqui seguem algumas pistas.

    4.1 Construo dos Planos de Emergncia

    Inicialmente, importante que os planos de emergncia sejam construdos

    por pessoal tcnico, contando com a colaborao de todos os companheiros

    de trabalho, principalmente com aqueles que primeiramente iro identificar e

    combater possveis emergncias.

    No pode ser um documento complexo e guardado a sete chaves. Ao

    contrrio, deve ser de domnio de todos e no apenas na construo, mas na

    revalidao anual deve ser amplamente discutido. Pode conter mapas e

    croquis que facilitem o entendimento e a ao em situaes adversas.

    Lembrem-se de que o componente emocional pode ser minimizado a partir

    do conhecimento prvio e do treinamento.

  • 29

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 04

    Figura 12 - Croqui de Plano de Emergncia e Abandono (legendas em Espanhol) Fonte - http://prevencioncontraincendios.bligoo.cl

    Os Tcnicos de Segurana no Trabalho podem buscar manuais e subsdios

    para construo de Planos de emergncia em fontes confiveis e rgos

    reconhecidamente comprometidos com a segurana, por muitas vezes de

    forma gratuita e aberta. Como exemplo, o Corpo de Bombeiros Militar

    disponibiliza um manual para confeco do Plano de Emergncia de Combate

    a Incndio.

    4.2 Construo e Fortalecimento de Planos de Auxlio Mtuo (PAM)

    Observando o entorno de uma empresa, vocs vero que existem outras

    instituies que podero ajud-lo no processo de conteno de uma

    emergncia no seu parque empresarial. Nunca subestime a ajuda externa

    mesmo que a sua seja a maior e mais equipada empresa da localidade, pois

    nenhum de ns to bom, quanto todos ns juntos (RAY KROC, 1987).

    Da mesma forma, possvel que existam nas instituies da cercania,

    profissionais preocupados com uma efetiva resposta a emergncias e

    dispostos a unir foras para o enfrentamento de desastres, necessitando

    apenas, por vezes, de uma interveno para concretizar esta parceria.

    De forma gratuita e livre,

    vocs tm acesso ao manual de

    construo de Planos de

    Emergncias Contra

    Incndio, disponvel no

    endereo: http://www. bombeiros.pr

    .gov.br/ modules/ conteudo/

    conteudo.php? conteudo=142

  • 30

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 04

    Lembrem-se de que mesmo que no haja uma ligao direta entre a sua e a

    empresa vizinha, um sinistro naquela pode expandir-se para a sua. Logo, a

    segurana uma construo coletiva dentro dos muros e fora deles.

    Se j existe um PAM, mesmo que esteja pouco ativo, hora de atualiz-lo,

    contatar os parceiros, construir um calendrio de visitas e treinamento,

    verificar o sistema e forma de comunicao, recalibrar os kits bsicos de

    atendimento, pois a tecnologia de resposta se modifica, empresas tm

    demandas de emergncia que se alteram. Mas, sobretudo, prepare-se

    internamente, buscando os investimentos necessrios, sensibilizando a

    diretoria e treinando rotineiramente as manobras em situao de sinistros.

    4.3 Construo e Fortalecimento de Equipe Treinada

    De pouco adiantar possuir uma boa planificao em vrias situaes de

    emergncia, adquirir e fortalecer parceiros externos para o enfrentamento de

    crises emergenciais, se na empresa no existe pessoal motivado e treinado

    para atender s demandas.

    Logo, preparar no s o pessoal de primeira resposta, mas treinar todas as

    pessoas envolvidas na vida empresarial, estendendo-se a terceirizados,

    fornecedores e clientes uma das atividades mais nobres da equipe de

    Gesto de Riscos.

    Naturalmente, o treinamento vai ser balizado pelas necessidades corporativas

    que na fase de identificao e anlise de riscos devero aflorar.

    Recomendamos, no mnimo, dois planos de treinamento inicialmente.

    O primeiro que busque dotar, de conscincia e habilidades elementares em

    situao de desastre, todos os integrantes da empresa. Estas habilidades

    estaro ligadas, sobretudo, ao conhecimento e preveno dos riscos

    potenciais, como tambm aos procedimentos em situaes extremas. Todos

    devem conhecer as rotas de fugas e pontos de encontro, conhecer as

    Existem modelos

    disponveis na web que

    podem ser teis para a

    construo de um PAM, como

    exemplo: o Estatuto do

    PAM do Porto de Belm do

    Par. Observe-o com ateno:

    http://www2.cdp.com.br/arquivo/downloads/

    PAM_BELEM. pdf

  • 31

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 04

    checagens que devem aferir antes de iniciar o abandono e possuir um senso

    de coletividade que inclua as preocupaes de sobrevivncia com os colegas e

    comunidade do entorno.

    O segundo grupo dever compor a Brigada de Incndio (NBR 14.276) da

    empresa. Destaca-se que, apesar do nome, esta brigada constitui-se em

    pessoal treinado no s para prestar o primeiro atendimento s situaes de

    incndio, mas tambm ao enfrentamento de outros sinistros ocorridos na

    empresa, como primeiro atendimento a funcionrios feridos, orientao e

    coordenao de abandono da edificao, entre outros.

    Aquele grupo (Brigada de Incndio) dever ser dimensionado a partir de

    algumas variveis como a rea e a quantidade de pessoas que trabalham na

    empresa, quantos pavimentos (andares) ela possui, se constituda de um ou

    mais prdios, com um foco especial na produo, estocagem ou

    comercializao de seus produtos. Mas preciso tambm compreender que

    para cada processo produtivo ou comercial tm-se riscos especficos.

    Os treinamentos devem ser constantes, preferencialmente semanais,

    podendo em alguns casos ser mensais. Todos os anos, a brigada dever

    participar de treinamento de revalidao em que as tcnicas e procedimentos

    sero revisitados e outros aprendidos, pois o dinamismo dos conhecimentos

    para enfrentamento a sinistros grande.

    A Brigada constituda no apenas por profissionais que atuam

    exclusivamente na segurana da empresa como bombeiros privados (civis),

    segurana patrimonial e equipe de segurana no trabalho, mas por um

    contingente de funcionrios que atua em funes prprias de produo e

    escritrio, por exemplo. Em uma situao de emergncia, funcionrios dessa

    rea podem deixar suas funes originais e incorporar a condio de

    brigadista.

  • 32

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 04

    A norma brasileira (14276) aconselha que os brigadistas sejam

    preferencialmente: maiores de 18 anos, tenham boa sade, estejam a maior

    parte do tempo de trabalho na empresa, tenham um bom conhecimento das

    instalaes e dominem a linguagem escrita (alfabetizados), porm a falta

    destas condies no impedimento para a participao na equipe.

    Figura 13 Selo de Adequao a NBR 14276 Formao de Brigada de Incndio Fonte: http://inbraep.com.br/curso-combate-incendios.php

    4.4 Construo de Planos de Abandono

    Como foi visto anteriormente, o plano de abandono de rea, destina-se a

    promover de forma ordeira a evaso de pessoas de uma edificao, sendo um

    instrumento bastante importante, principalmente quando nos deparamos

    com as estatsticas de pessoas mortas em emergncias. Ao debruarmo-nos

    sobre as investigaes, vemos uma consistente quantidade de vidas que

    poderiam ser poupadas, se houvesse um plano de abandono previsto e

    treinado. Isso acontece porque pessoas ainda morrem presas em

    compartimentos fechados quando julgavam estar no encaminhamento da

    sada; outras vidas perdem-se em meio ao desespero, pisoteadas e

    intoxicadas por fumaa (gases txicos).

    Na busca da construo deste plano, sugerimos a leitura do manual criado

    pela Defesa Civil do Paran. Esta leitura ser importante tambm para sua

    atividade semanal.

    O Manual Completo que baliza o Plano de Evaso de Escolas est

    disponvel em: http://www. defesacivil.pr

    gov.br/ arquivos/File/

    Brigada Escolar/ Caderno

    Brigada_2013_1.pdf.

  • 33

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 04

    Naturalmente, esse plano especfico para escolas e deve ser adaptado para

    as variveis existentes em cada empresa, contudo os fundamentos podem ser

    adotados em qualquer empreendimento.

    Agora, vamos construir as atividades da semana!

    O Manual Vejamos

    outras dicas no cartaz

    organizado pelo Corpo de Bombeiros de Aveiro, cidade

    portuguesa, que busca

    prestar instrues

    para o abandono de uma escola. Cartaz com dicas para abandono

    seguro de uma escola no link: http://www cm-aveiro.

    pt/www/cache/imagens/XPQ5FaAXX14331aGdb9zMjjeZ

    KU.pdf .

  • 34

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 05

    5. COMPETNCIA 05 | CONTROLAR AS PERDAS ACIDENTAIS QUE

    ENVOLVAM COLABORADORES, PARCEIROS, FORNECEDORES,

    CLIENTES, COMUNIDADE E A PROPRIEDADE

    A competncia que iniciamos agora trata da fase de controle de perdas e

    recuperao, momento em que a instituio tenta administrar as

    consequncias indesejveis da emergncia.

    Sem dvida, a preveno a emergncias a melhor escolha, por isso,

    enfatizamos os procedimentos profilticos nas duas competncias iniciais.

    Mas, uma vez concretizado o sinistro, fingir que ele no aconteceu o pior

    dos procedimentos.

    Devemos ter em mente que a nossa responsabilidade reside

    fundamentalmente na manuteno das vidas, sobretudo humanas dentro e

    fora da empresa. Tratemos, por exemplo, de Bhopal na ndia, onde um

    vazamento de gs altamente txico da Union Carbide, empresa qumica l

    instalada, atingiu a populao que dormia inocentemente. Os ventos e o

    hbito de dormir em esteiras, ao nvel do solo, levaram milhares de vidas,

    muitas delas sem nenhuma relao direta com a empresa.

    A primeira questo a ser enfrentada nesses casos a comunicao interna e

    externa, que deve ser efetiva, mas no arrogante. compreensvel que as

    pessoas estejam nervosas e mesmo em pnico, devido insegurana gerada

    por uma emergncia. Portanto, os gestores devem ser diretos e verdadeiros,

    agindo com a tranquilidade necessria para dissipar o clima intranquilo.

    No se deve superestimar o tamanho ou o potencial da organizao,

    acreditando que nenhuma emergncia colocar a empresa em dificuldade. Se

    nos lembrarmos, por exemplo, do petroleiro Exxon Valdez

    (http://discoverybrasil.uol.com.br/navios/emergencias_desastres/derramame

    nto_exxon_valdez/index.shtml), veremos que ele estava a servio de uma das

    maiores petroleiras do mundo e isso no o impediu de derramar milhares de

  • 35

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 05

    litros de combustvel pesados no mar, gerando prejuzos financeiros e

    ambientais difceis de serem calculados.

    Utilizando esse exemplo, destacamos que, alm das perdas evidentes

    (milhares de animais marinhos, peixes e aves, bilhes de dlares para conter o

    vazamento e posteriormente tentar promover a limpeza necessria aps a

    contaminao), a Exxon Mobil foi atingida no ativo fundamental da

    credibilidade e confiana. Portanto, a repercusso na mdia tem tambm forte

    influncia na recuperao das emergncias, como sugerido no grfico

    abaixo:

    Figura 14 Repercusso Pblica e a Gravidade da Emergncia Fonte: GOMES (2010, p.15)

    Discutindo tal grfico, podemos dar o exemplo de um pequeno incndio em

    um dos gabinetes da Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde a

    frequncia muito baixa e a gravidade minimizada com a pronta resposta

    da brigada de profissionais altamente treinada. Contudo, a repercusso

    nacional e at mesmo internacional far da emergncia um acontecimento

    que exige respostas mais robustas.

    Em uma emergncia j deflagrada, onde os aparatos preventivos no foram

    possveis de evitar o sinistro, os objetivos passam a ser: a ateno s vidas

    humanas envolvidas, a conteno do acidente no menor permetro possvel, a

    operacionalizao do plano de combate e , se necessrio , abandono; a

  • 36

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 05

    manuteno das instalaes vitais sobrevivncia da empresa, a estabilizao

    e retorno normalidade e, finalmente, as providncias de recuperao.

    Na imagem abaixo, veem-se as primeiras providncias de conteno do

    derramamento do leo cru vazado do petroleiro Exxon Valdez:

    Figura 15 Trabalhos de Resposta ao Derramamento do Petroleiro Exxon Valdez Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Exxon_Valdez#mediaviewer/Ficheiro:OilCleanupAfterValdezSpill.jpg

    Em muitos casos, as despesas com indenizaes e reconstruo suplantam os

    recursos da empresa, levando-a a falir e encerrar as suas atividades. A

    emergncia ocorrida em uma mina no Chile, que culminou com o

    aprisionamento e posterior resgate de 33 (trinta e trs) mineiros, levou a

    empresa mineradora falncia.

    Analisemos este caso que, do ponto de vista humanitrio, obteve sucesso. Em

    uma mina na localidade de San Jose, a empresa de explorao de cobre

    Minera San Esteban, possua uma mina ativa que em 05 de agosto de 2010

    desmoronou parcialmente, deixando os mineiros presos a uma profundidade

    superior a 600 metros.

  • 37

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 05

    Figura 16 Mineiros Aprisionados Durante Emergncia em Mina no Chile. Fonte: http://noticias.r7.com/internacional/noticias/relembre-o-drama-dos-mineiros-no-chile-20101008.html

    Dois dias depois, as operaes de resgate foram iniciadas com a escavao de

    um duto de ventilao. O governo chileno encampou os esforos de resgate, a

    comunicao externa foi clara e direta. Os prazos para o salvamento e

    retirada dos trabalhadores foram equilibrados e sensatos, sendo o executado

    inferior ao previsto. As aes integradas foram adotadas e inmeras agncias

    inclusive internacionais participaram da operao.

    Figura 17 Cpsula de Resgate dos Mineiros do Chile Fonte: veja.abril.com.br

  • 38

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 05

    Toda esta conjuno de fatores levou ao xito do resgate, que retirou todos

    os mineiros com vida de uma situao aparentemente sem soluo.

    A Teoria de Kluber-Ross, que observou algumas reaes indesejveis comuns,

    baliza as aes das pessoas em situaes crticas, ou seja, quando esto

    submetidas ao stress das emergncias. So reaes do tipo: estupor/surpresa,

    negao, enfado e depresso. Vejamos alguns exemplos:

    Surpresa O que est acontecendo na empresa, no somos

    infalveis?

    Negao Foi um episdio isolado! No vai acontecer novamente!

    Enfado Estamos esgotados, no temos mais condies de

    continuar!

    Depreso Devemos desistir desta emergncia, pois grande demais

    para nossas foras!

    Figura 18 Reao das Pessoas aps o Atentado em 11 de Setembro de 2001 em Nova York. Fonte: http://noticias.band.uol.com.br/mundo/noticia/?id=183242

    Os especialistas em gerenciamento de crises chamam ateno para que

    resistamos a essas posturas, pois o desnimo e desequilbrio das lideranas

    podero provocar o fracasso de toda a fora de resposta.

  • 39

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 05

    Examinemos, por fim, os terremotos ocorridos nos ltimos anos no Haiti e no

    Japo, que tiveram consequncias distintas, muito em funo da preparao

    desses pases para o enfrentamento a emergncias complexas.

    O Japo sofre por ser a origem e o fim do Anel de Fogo do Pacfico. Um dos

    casos mais populares de preparao para emergncias o treinamento geral

    que feito periodicamente com a populao do Japo para casos de

    terremoto, maremotos e outros agravos naturais. Alm disso, os japoneses

    possuem estruturas e construes adaptadas aos abalos ssmicos, alm de

    uma cultura voltada para a preveno.

    Figura 19 Anel de Fogo do Pacfico. Fonte: http://redescrobrindoeuropa.blogspot.com.br/2012/10/circulo-de-fogo.html

    O Haiti, tambm em rea de tectonismo um dos pases mais pobres das

    Amricas, mas no possui estruturas, treinamento ou cultura prevencionista

    em larga escala.

  • 40

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    Competncia 05

    Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter,

    a mais usada para aferir abalos ssmicos (tremores de terra), provocou o

    desabamento de vrios edifcios inclusive parte do Palcio Presidencial do

    Haiti, promovendo uma tragdia humanitria sem precedentes no continente

    americano, com mais de 200 mil mortos, 250 mil feridos e mais de 1,5 milho

    de pessoas desabrigadas. Hoje, meados do ano de 2014, o pas ainda no se

    recuperou da tragdia. (FRANCISCO, 2014)

    Figura 20 Imagens da Destruio no Haiti aps o Terremoto de 2010 Fonte: http//revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca

    No Japo, pouco mais de um ano depois (maro de 2011), houve um tremor

    mais intenso, com 9 graus na escala Richter, gerando inclusive um Tsunami

    que atingiu uma de suas Usinas Termo Nucleares. Alm do terremoto, a onda

    gigante com altura de 10 metros e altssima velocidade atingiu as ilhas que

    compem o pas: dezenas de cidades foram atingidas, plantaes destrudas,

    uma parte considervel da indstria e da infraestrutura urbanas foram

    fortemente avariadas. Contudo, os mortos foram contabilizados em pouco

    mais de 9 mil pessoas e o pas iniciou seu processo de recuperao, quase que

    imediatamente aps a emergncia.

    Responder a uma emergncia nuclear, desocupar todo um territrio

    contaminado, mesmo sofrendo outros tremores secundrios e realizar um

    esforo de reconstruo rpido e bem sucedido so conquistas importantes

    do povo japons aps essa tragdia.

  • 41

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Competncia 05

    Figura 21 Conteno da Emergncia e Recuperao no Japo, Aps Terremoto e Tsunami. Fonte: www.japaoemfoco.com

    Portanto, independentemente do tamanho da empresa, dos seus processos

    produtivos e riscos associados, ela deve perseguir os modelos de sucesso no

    enfrentamento das emergncias.

    Nesse exemplo, a maior contribuio para a conteno e resposta de sinistros

    veio da preparao, com uma poltica prevencionista que envolvia todos os

    atores, uma planificao (construo de planos) coerente e adequada s

    necessidades nacionais (corporativas) e um treinamento intensivo e cotidiano

    que fortalece a condio de resposta do pas (empreendimento).

    Pois bem, chegamos ao final da nossa ltima competncia. Continuem

    assistindo videoaula e fiquem atentos s atividades desta semana!

  • 42

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    CONSIDERAES FINAIS

    Carssimos estudantes,

    Durante as cinco ltimas semanas, estivemos juntos em uma jornada de

    conhecimento e troca de experincias muito ricas, em que pudemos discutir o

    papel do Tcnico de Segurana no Trabalho no contexto da Gesto de Riscos e

    Emergncias.

    Neste material, pudemos ver conceitos fundamentais como Ameaa,

    Vulnerabilidade, Risco e Segurana, assim como compreender as fases

    elementares da gesto de risco, que se inicia no momento da identificao

    dos riscos, seguem pela anlise baseada na probabilidade e severidade,

    proporcionando duas condutas para eliminao do risco ou a sua mitigao

    para nveis aceitveis.

    Vimos a questo dos Procedimentos Operacionais Padro, Permisses de

    Trabalhos Especiais e o Uso dos Equipamentos de Proteo Individuais e

    Coletivos, como aes efetivas para o controle dos riscos.

    Juntos, estudamos a questo dos planejamentos que devem ser

    providenciados antes das emergncias acontecerem, como os Planos de

    Emergncia, Plano de Abandono da Edificao e Planos de Auxlio Mtuo. Em

    seguida, recebemos dicas de como construir ou melhorar estes planos.

    Confirmamos a importncia da instruo continuada para todos os

    colaboradores da nossa empresa, buscando instrumentaliz-los em uma

    situao de crise. E, principalmente, o treinamento de nossa equipe de

    primeira resposta que deve passar por requalificao anualmente e formao

    conforme norma prpria (NBR 14276).

  • 43

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    Finalmente, estudamos que empresas ou mesmo pases que passam por

    situaes de emergncias, tm muito mais sucesso quando possuem planos

    bem elaborados e conhecidos por todos e equipes que agem como um time

    contendo os sinistros de forma efetiva e eficiente.

    Contando que nos encontraremos em um futuro prximo, em novos estudos

    ou na vida profissional, desejo-lhes muito sucesso. At breve!

  • 44

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABNT, Associao Brasileira de Normas Tcnicas. Norma Tcnica Brasileira

    15219. Plano de Emergncia Contra a Incndios. Rio de Janeiro, 2005.

    _______________. Norma Tcnica Brasileira 14276. Formao de Brigadas de

    Incndio. Rio de Janeiro, 2006.

    BORGES, B. I. Crtica e Teorias da Crise. Porto Alegre: Edipucs, 2004.

    CBMPR, Corpo de Bombeiros Militar do Paran. Plano de Emergncia Contra Incndio. Disponvel em: . Acesso em 25 de jun. 2014. DATTILIO, Frauds M.; FREEMAN, Arthur. Estratgias cognitivo-

    comportamentais de Interveno em situaes de crise. s.l.: ARTMED, 2001.

    DEFESA CIVIL PARAN. Manual de Procedimentos do Plano de Abandono.

    Curitiba: PR, 2013.

    FINOCCHIO, Marcos A. F. Planificao de Emergncias e Atendimento a Catastrfes. Disponvel em: . Acesso em 08 de jul.2014. FRANCISCO, Wagner de C. O terromoto no Haiti. Disponvel em: Acesso em 02 de jun.2014. GOMES, Graa M. Gerenciamento de Crises. PosEADc, Braslia, 2010

    LUECKE, Richard. Gerenciando a Crise. Editora: RECORD, 2010.

  • 45

    Tcnico em Segurana do Trabalho

    SOUZA, Wanderley Marcarenhas. Gerenciando Crises de Segurana. Ed:

    Sicurezza, So Paulo, 2011.

  • 46

    Gerenciamento de Riscos e Emergncias

    CURRCULO DO PROFESSOR PESQUISADOR

    Sou o professor Cristiano Corra e antes de tudo sou um aprendiz como voc.

    Mestre em Gesto do Desenvolvimento Local Sustentvel e Especialista em

    Gesto Governamental, pela Universidade de Pernambuco, trabalhando como

    professor do curso tcnico em Segurana do Trabalho em algumas instituies

    no Estado, alm de colaborar em Instituies Superiores de Ensino como

    professor e pesquisador, estou a vosso dispor atravs do Sistema AVA ou

    ainda no endereo eletrnico: [email protected].