Caderno Dh

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CADERNO DE ORIENTAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, SEDUC-PE

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  • Orientaes CurricularesEducao em Direitos Humanos

  • Rede Estadual de Ensino de Pernambuco

    Caderno de Orientaes Pedaggicas para a Educao

    em Direitos Humanos

    Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres

    (Rosa Luxemburgo)

  • PeR BPE 012-0313

    P452c Pernambuco. Secretaria de EducaoCaderno de orientaes pedaggicas para a educao em direitos humanos : rede estadual de ensino

    de Pernambuco / Secretaria de Educao ; colaboradores Andra ris Maciel Cardim ... [et al.] ; coordenao pedaggica do caderno Luciano Carlos Mendes de Freitas Filho ... [et al.]. Recife : A Secretaria, 2012.

    160p. : il.

    Inclui referncias.Inclui anexos.

    1. EDUCAO BRASIL ASPECTOS SOCIAIS. 2. DIREITOS HUMANOS BRASIL ASPECTOS SOCIAIS. 3. DIREITOS HUMANOS ENSINO. 4. CIDADANIA ENSINO. 5. PATRIMNIO IMATERIAL ENSINO. 6. CURRCULO ESCOLAR PERNAMBUCO ME-TODOLOGIA. 7. DIDTICA. 8. PRTICA PEDAGGICA. 9. EDUCAO RECURSOS AU-DIOVISUAIS. 10. MSICA NA EDUCAO. 11. INTERDISCIPLINARIDADE. I. Cardim, Andra ris Maciel. II. Freitas Filho, Luciano Carlos Mendes de.

    CDU 37.014.53 CDD 370.19

    PeR BPE 012-0313

  • Eduardo CamposGovernador do Estado

    Joo Lyra NetoVice Governador

    Anderson GomesSecretrio de Educao

    Ana SelvaSecretria Executiva de Desenvolvimento da Educao

    Margareth ZaponiSecretria Executiva de Gesto de Rede

    Paulo DutraSecretrio Executivo de Educao Profissional

    Shirley MaltaGerente de Polticas Educacionais de

    Educao Infantil e Ensino Fundamental

    Marta LimaGerente de Polticas Educacionais em

    Direitos Humanos, Diversidade e Cidadania

    Raquel QueirozGerente de Polticas Educacionais do Ensino Mdio

    Cludia AbreuGerente de Educao de Jovens e Adultos

    Cludia GomesGerente Geral de Correo de Fluxo

    Vicncia TorresGerente de Normatizao do Ensino

    Albanize GomesGerente de Polticas Educacionais de Educao Especial

    Epifnia ValenaGerente de Avaliao e Monitoramento

    Zlia Granja PortoWellcherline Miranda de Lima

    Colaborador ExternoAlcileide Cabral do Nascimento (UFRPE)

    Coordenao Pedaggica do CadernoLuciano Carlos Mendes de Freitas Filho

    Maelda de Lacerda BarrosMaria Candida Srgio

    Rosinete Salviano FeitosaVnia de Moura Barbosa

    Vera Lcia Braga de Moura

    Equipe de ColaboradoresAndra ris Maciel Cardim

    Ana Francinete Vieira CavalcantiAna Lucia Cavalcanti NetoAna Rita Franco do Rgo

    Cdia Fernanda Santa Cruz SilvaJacineide Gabriel Arcanjo

    Lisa Lisieux Dantas da SilvaMaria Candida Srgio

    Maria da Conceiao Borba de AlbuquerquePatrcia Couto Barreto

    Sueli Tavares de Souza e SilvaVnia de Moura Barbosa

    Reviso Ortogrfica Janana ngela da Silva AciolyMaria Claro Catanho MansoMaria da Conceio Borba

    Salmo Sostenes PontesWanda Braga Cardoso

    Reviso de Contedo Luciano Carlos Mendes de Freitas Filho

    Maelda de Lacerda BarrosVera Lcia Braga de Moura

    Arte e diagramaoAline de Lima Morais

  • O Caderno de Orientaes Pedaggicas para a Educao em Direitos Humanos Rede Estadual de Ensino de Pernambuco inicia uma coletnea de Cadernos Tem-ticos elaborados pela Secretaria de Educao, com objetivo de oferecer mais subsdios para o trabalho pedaggico do professor(a). Ele foi construdo a par-tir do princpio norteador da poltica educacional do Estado, a Educao em Direitos Humanos, e a necessidade de transversalizar esta temtica em todos os componentes curriculares do Ensino Fundamental e Mdio, bem como das diversas modalidades de ensino. O Caderno ainda considera o Plano de Governo do Estado de Per-nambuco que entende como um de seus eixos estruturadores uma educao de qualidade para todos, que promova, dentre outras coisas, a formao de seus professores e gestores para a difuso dos contedos de formao cidad. As-sim, esse material didtico prope a articulao de diversos contedos e temas referentes aos Direitos Humanos e cidadania, a partir de jornadas pedaggicas, sequncias didticas e sugestes de atividades suplementares. importante que o professor(a) perceba que este Caderno apresenta su-gestes para a prtica pedaggica, mas no esgota as possibilidades do professor para a construo de outras atividades ou possveis prticas didticas referentes aos contedos de Direitos Humanos. Os eixos temticos apresentados neste Caderno configuram-se como algumas proposies metodolgicas que no li-mitam a atuao do docente no tocante ao trato dos Direitos Humanos e Cida-dania, permitindo a possibilidade, inclusive, de acrscimos de outras temticas, contedos, bem como adaptaes metodolgicas consoantes s especificidades educacionais de cada escola. O Caderno divide-se em 8 eixos temticos e apresenta contedos dos diversos componentes curriculares que potencialmente estimulam a transversa-lidade da Educao em Direitos Humanos. Os eixos temticos so: Eixo temtico 1: Enfrentamento da pobreza e da fome; Eixo temtico 2: Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual; Eixo temtico 3: Garantia da sustentabilidade socioambiental; Eixo temtico 4: Reconhecimento e garantia da preservao do patrimnio

    material e imaterial da humanidade; Eixo temtico 5: O direito terra como condio de vida; Eixo temtico 6: Prtica pedaggica e as relaes tnico-raciais na socie-

    dade brasileira; Eixo temtico 7: Garantia do bem estar fsico, emocional e social; Eixo temtico 8: Os tempos humanos e as garantias dos direitos.

    Apresentao

  • Por fim, o Caderno dispe de dois textos anexos para orientao com-plementar. O primeiro texto apresenta contedos que norteiam o trabalho da Educao em Direitos Humanos na condio de Componente Curricular e que, por sua vez, podem contribuir com os componentes curriculares de Lngua Por-tuguesa, Lngua Estrangeira, Biologia, etc. O segundo texto traz uma discusso sobre a temtica do gnero e do enfrentamento ao machismo, possibilitando maior aprofundamento das discusses realizadas no Eixo Temtico 2. Esperamos que este Caderno contribua para a formao do professor(a) e para sua prtica pedaggica.

    Ana SelvaSecretria Executiva de Desenvolvimento da Educao

  • Eixo Temtico 1Enfrentamento da pobreza e da fome

    Eixo Temtico 2Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

    Eixo Temtico 3Garantia da sustentabilidade socioambiental

    Eixo Temtico 4Reconhecimento e garantia da preservao do patrimnio material e imaterial da humanidade

    Eixo Temtico 5O direito terra como condio de vida

    Eixo Temtico 6Prtica pedaggica e as relaes tnico-raciais na sociedade brasileira

    Eixo Temtico 7Garantia do bem estar fsico, emocional e social

    Eixo Temtico 8Os tempos humanos e as garantias dos direitos

    Anexos Eixos estruturantes da Educao em Direitos Humanos eCidadania da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco

    O bonde do desejo: O Movimento Feminista em Recife e odebate em torno do sexismo na poltica republicana (1927-1931)

    Sumrio10

    30

    44

    50

    66

    78

    90

    98

    121

  • Eixo Temtico 1

    Enfrentamento da pobreza e da fome

    Refletir sobre as possibilidades de afirmao dos direitos humanos e cidadania em face das questes sociais que levam a populao situao

    de pobreza e fome nas diversas sociedades.

    Objetivo Geral

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    TEXTO 1 | A Fome

    Denunciei a fome como flagelo fabricado pelos homens, contra outros homens.

    Mais grave ainda que a fome aguda e total, devido s suas repercussessociais e econmicas, o fenmeno da fome crnica ou parcial, que corri

    silenciosamente inmeras populaes do mundo. Josu de Castro

    A fome , conforme tantas vezes tenho afirmado, a expresso biolgica de males sociolgicos. Est intimamente ligada com as distorses econmicas, a que dei, antes de ningum, a designao de subdesenvolvimento. A fome um fenmeno geograficamente universal, a cuja ao nefas-ta nenhum continente escapa. Toda a terra dos homens foi, at hoje, a terra da fome. As investigaes cientficas, realizadas em todas as partes do mundo, constataram o fato inconcebvel de que dois teros da humanidade sofrem, de maneira epidmica ou endmica, os efeitos destruidores da fome. A fome no um produto da superpopulao: a fome j existia em massa antes do fenmeno da exploso demogrfica do aps-guerra. Apenas esta fome que dizimava as populaes do Terceiro Mundo era escamoteada, era abafada era escondida. No se falava do assunto que era vergonhoso: a fome era tabu. No mangue, tudo , foi ou ser caranguejo, inclusive o homem e a lama. No foi na Sorbonne, nem em qualquer outra universidade sbia que travei conhecimento com o fenmeno da fome. A fome se revelou espontaneamente aos meus olhos nos mangues do Capiberibe, nos bairros miserveis do Recife - Afogados, Pina, Santo Amaro, Ilha do Leite. Esta foi a minha Sorbonne. A lama dos mangues de Recife, fervilhando de caranguejos e povoada de seres humanos feitos de carne de caranguejo, pensando e sentindo como caranguejo. So seres anfibios - habitantes da terra e da gua, meio homens e meio bichos. Alimentados na infncia com caldo de caranguejo - este leite de lama -, se faziam irmos de leite dos caranguejos. Cedo me dei conta desse estranho mi-metismo: os homens se assemelhando em tudo aos caranguejos. Arrastando-se, acachapando-se como caranguejos para poderem sobreviver. A impresso que eu tinha, era de que os habitantes dos mangues - homens e caranguejos nascidos beira do rio - medida que iam crescendo, iam cada vez se atolando mais na lama. Foi assim que senti formigar dentro de mim a terrvel descoberta da fome. Pensei a princpio que era um triste privilgio desta rea onde eu vivo - a rea dos mangues. Depois verifiquei que, no cenrio de fome do Nordeste, os mangues eram uma verdadeira terra da promisso, que atraa homens vindos de outras reas de mais fome ainda - das reas da seca e da monocultura da cana-

    Texto de Apoio

    Enfrentamento da pobreza e da fome

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    -de-acar, onde a indstria aucareira esmagava, com a mesma indiferena, a cana e o homem, reduzindo tudo a bagao. V-los agir, falar, lutar, viver e mor-rer, era ver a prpria fome modelando com suas despticas mos de ferro, os heris do maior drama da humanidade - o drama da fome. E foi assim que, pelas histrias dos homens e pelo roteiro do rio, fiquei sabendo que a fome no era um produto exclusivo dos mangues. Que os man-gues apenas atraram os homens famintos do Nordeste: os da zona da seca e os da zona da cana. Todos atrados por esta terra de promisso, vindo se aninhar naquele ninho de lama, construdo pelos dois e onde brota o maravilhoso ciclo do caranguejo. E quando cresci e sa pelo mundo afora, vendo outras paisagens, me apercebi com nova surpresa que o que eu pensava ser um fenmeno local, era um drama universal. Que a paisagem humana dos mangues se reproduzia no mundo inteiro. Que aqueles personagens da lama do Recife eram idnticos aos personagens de inmeras outras reas do mundo assolados pela fome. Que aquela lama humana do Recife, que eu conhecera na infncia, continua sujando at hoje toda a paisagem de nosso planeta como negros borres de misria: as negras manchas demogrficas da geografia da fome.

    Fonte: CASTRO, Josu. A Fome. Disponvel em: http://www.josuedecastro.com.br/port/index.html.Acesso em 16 de novembro de 2011. (Fragmento de texto sobre as obras de Josu de Castro.).

    TEXTO 2 | A dimenso da pobreza, da fome e da desnutrio no brasil

    Carlos Augusto MonteiroDefinindo Conceitos: So pobres as pessoas que no suprem permanentemente necessida-des humanas elementares como comida, abrigo, vesturio, educao, cuidados de sade etc. Tm fome aqueles cuja alimentao diria no aporta a energia requerida para a manuteno do organismo e para o exerccio das atividades or-dinrias do ser humano. Sofrem de desnutrio os indivduos cujos organismos manifestam sinais clnicos provenientes da inadequao quantitativa (energia) ou qualitativa (nutrientes) da dieta ou decorrentes de doenas que determinem o mau aproveitamento biolgico dos alimentos ingeridos. Ainda que compartindo terreno comum, os trs conceitos descritos diferenciam- se. Esta diferenciao torna-se mais evidente atravs de exemplos. Um indivduo, ou toda uma so-ciedade, poder estar livre da fome e ainda assim ser pobre, bastando que sua pobreza se expresse atravs do no-acesso a educao e a cuidados de sade, de condies insalubres de moradia ou atravs de outras carncias materiais igualmente importantes. A situao inversa, ocorrncia de fome na ausncia de uma situao de pobreza, ocorre apenas excepcionalmente e sempre por tempo determinado, como por ocasio de guerras, cercos e cataclismas. Fome e des-

    Enfrentamento da pobreza e da fome

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    nutrio tampouco so conceitos equivalentes uma vez que, se toda fome leva obrigatoriamente desnutrio, nem toda desnutrio se origina da deficincia energtica das dietas, sobretudo na populao infantil. A deficincia especfica de macro e micronutrientes, o desmame precoce, a higiene alimentar precria e a ocorrncia excessiva de infeces so causas bastante comuns da desnutrio infantil. Ainda que no equivalentes, os conceitos de pobreza e desnutrio so os que mais se aproximam, uma vez que o bom estado nutricional, sobretudo na criana, pressupe o atendimento de um leque abrangente de necessidades humanas, que incluem no apenas a disponibilidade de alimentos, mas tambm a diversificao e a adequao nutricional da dieta, conhecimentos bsicos de higiene, condies salubres de moradia, cuidados de sade, entre outras.

    Professor e professora, aps a anlise dos textos de apoio 1 e 2, observe quais as disciplinas e suas categorias que possibilitam um trabalho interdisciplinar nessa temtica. Nesta jornada pedaggica as atividades propostas tm como objetivos: Identificar, nos diversos segmentos sociais e nas diversas escalas territoriais, as diferentes formas de apropriao dos alimentos; Elaborar cardpios equilibrados do ponto de vista nutricional para o de-senvolvimento saudvel das pessoas, relacionando-os ao direito alimentao como um direito humano; Propor um debate em torno do Artigo XXV da Declarao Universal dos Direitos Humanos enfatizando o direito de uma alimentao saudvel para si e sua famlia; Relacionar a questo da fome com o direito alimentao, tendo como base a Constituio Cidad Brasileira de 1988.

    Enfrentamento da pobreza e da fome

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    1. Na roda de conversa, vamos cantar e refletir:

    Situao problematizadora 1Refletindo sobre a msica Comida, de Tits, podemos articular os conhecimentos prvios dos educandos e educandas promovendo um debate a partir dos seguin-tes questionamentos: Voc, caro aluno, tem fome de qu? Que tipo de fome retratado na msica? De comida? Lazer? Prazer? De acordo com a msica, podemos afirmar que todas as pessoas tm fome

    e sede em uma mesma proporo? Voc acha que todas as pessoas tm conseguido saciar sua fome? Que fatores influenciam para que as pessoas no saciem sua fome? No trecho abaixo, ao afirmar: A gente no quer s comida, a que tipo de

    fome o autor se refere?Bebida gua!

    Comida pasto!Voc tem sede de que?

    Voc tem fome de que?...A gente no quer s comida

    A gente quer comidaDiverso e arte

    A gente no quer s comidaA gente quer sada

    Para qualquer parte...A gente no quer s comida

    A gente quer bebidaDiverso, bal

    A gente no quer s comidaA gente quer a vidaComo a vida quer...

    Aps a reflexo que as questes proporcionaram, poder ser realizada uma ati-vidade na qual os alunos sero convidados a socializar os diversos tipos de fome e sede existentes a partir de suas realidades. Professor ou professora, proponha a criao de um painel, onde os estudantes possam registrar e refletir sobre suas fomes e sedes.

    Professor e professora! Sugerimos que a partir desse levantamento, novas es-tratgias sejam utilizadas, possibilitando a insero dos conceitos cientficos re-ferente ao contedo abordado.

    Enfrentamento da pobreza e da fome

    Problematizao da prtica social

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    Professora e professor! Sugerimos que a partir desse debate novas estratgias sejam utilizadas possibilitando a insero dos conceitos cientficos referente desnutrio, doenas ocasionadas pela falta de alimentao, falta de saneamento bsico, bem como doenas causadas por uma alimentao no balanceada e a relao dessas doenas com as desigualdades sociais.

    2. Abordando contedos como: Importncia dos alimentos, Nutrio, Des-nutrio e demais doenas, para fortalecer a reflexo sobre o enfrenta-mento da pobreza, vamos elaborar, individual ou coletivamente, questes para desenvolver um projeto de pesquisa.

    Professor e professora utilizem como subsdio diversos gneros textuais, en-trevistas, aula passeio, pesquisa na internet. Importante que as questes levan-tadas para a pesquisa considerem aspectos observados e analisados na famlia, na comunidade, na escola e em outros espaos. Utilize o dirio etnogrfico para registrar essa pesquisa!

    Dirio etnogrfico um registro de experincias e de observaes ao longo de um perodo de tempo.

    (BOLIVAR DOMINGO; BERNANDEZ apud SOUZA, 2006)

    Como sugesto, apresentamos algumas questes: Pesquise como esto as condies de alimentao de sua famlia e comu-

    nidade: Que tipo de alimentos so mais utilizados? Na hora da compra, os critrios, como: preo, validade e teor nutricional so observados? A renda suficiente para atender os hbitos alimentares?

    Retomando os registros das questes de pesquisa que so enriquecedoras para a ampliao e apropriao da aprendizagem, vamos :

    3. Sntese das aprendizagens esperadas Construir texto individual e coletivo que pode ser em forma de cordel, poesia,

    narrativa etc., sobre o direito a uma alimentao adequada para toda a populao. Representar, atravs de teatro, uma assembleia da associao de moradores,

    discutindo sobre os encaminhamentos necessrios para os problemas rela-cionados a uma alimentao digna e acessvel a todas as pessoas;

    Produzir boletim informativo que relacione o direito humano a uma alimen-tao adequada para a sade das pessoas;

    Enfrentamento da pobreza e da fome

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    Produzir uma carta s autoridades competentes chamando ateno neces-sidade de providncias quanto garantia do direito alimentao e moradia de qualidade.

    4. Vamos partilhar os saberes socializando as produesApresentao comunidade escolar sobre o resultado do projeto de pesquisa atravs de: Leitura dos textos produzidos; Msica e dana; Teatros; Painel com as imagens e fotografias do percurso da pesquisa; Distribuio do Boletim Informativo; Eleio de representantes da comunidade escolar para entrega da carta s

    autoridades, reivindicando a garantia do direito alimentao e moradia de qualidade.

    Professores e professoras das diversas reas:Considerando a abordagem interdisciplinar e a garantia do direito ao enfrenta-mento da Pobreza e da Fome, a jornada poder ser desenvolvida, tendo como suporte norteador os gneros textuais abaixo.

    ARTIGO | Conscincia Ambiental e os Catadores de Lixodo Lixo da Cidade do Carpina PE

    Analisando o texto de Manuel Bandeira, Vi ontem um bicho, Na imun-dcie do ptio, Catando comida entre os detritos, Quando achava alguma coisa, No examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho no era um co, No era um gato, No era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem, onde, de maneira potica, o autor traz discusso os problemas sociais, podemos imaginar o grau de excluso que ora assola uma parcela significativa da sociedade brasileira. O desemprego um srio problema que afeta grande parcela da popu-lao, uma vez que atinge de forma especial queles que possuem baixa escola-ridade, pouca ou nenhuma qualificao tcnica, mulheres, negros, idosos e defi-cientes fsicos. A resposta encontrada por esses atores, por no terem condies de competir por vagas no mercado formal, o subemprego, a ocupao precria do espao urbano resultando no inchao da economia informal. O que se encontra na coleta do lixo uma alternativa de sobrevivncia encontrada por alguns desses grupos. Como no atingem a qualificao exigida pelo mercado, vem nessa funo uma estratgia de sobrevivncia. Nesse sentido, Gonalves (2001) afirma que o lixo uma questo a ser abordada de forma

    Enfrentamento da pobreza e da fome

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    complexa, pois envolvem, alm de aspectos econmicos, polticos e ambientais, tambm aspectos sociais e psicolgicos. Os catadores dos lixes so pessoas que se encontram marginalizadas por desenvolverem uma atividade inferior no con-ceito da sociedade. Isso resulta em indivduos com a auto-estima baixa, e com conceito de cidadania distorcido. O lixo, matria prima das quais estes catadores sobrevivem definida por Lima (1995, p.9) como todo e qualquer resduo que resulte das atividades dirias do homem na sociedade. A disposio final de lixo sem qualquer tratamento chama-se lixo. O lixo depositado a cu aberto em vrios cenrios das cidades brasileiras representa uma das principais fontes causadoras do desequilbrio do ambiente. Uma das conseqncias marcantes a produo de chorume, lquido escuro resultante da decomposio de material orgnico presente no lixo, e que ao ser absorvido pelo solo atinge diretamente os lenis freticos, contaminando-os com os mais variados microorganismos patolgicos. Outra conseqncia o surgimento de vetores tais como: moscas, ratos, urubus e bichos peonhentos que se instalam no local e se espalham pe-las residncias, depsitos e comunidades cercanias aos lixes, alm dos riscos constantes de incndios e pequenas exploses provocadas pelos gases expelidos constantemente, dos aterros. Todavia, ainda que represente uma forma de tra-balho vista como degradante pela sociedade, os catadores fizeram do lixo uma maneira de obter a renda para o prprio sustento. No entanto, estes catadores medida que esto buscando seu susten-to e ao mesmo tempo lutando contra a excluso social, esto desenvolvendo uma atividade de grande importncia ao meio ambiente e conseqentemente sociedade. Nesse sentido cabe destacar o papel do catador como agente disse-minador de uma cultura ambientalista e analisar a sua prpria conscincia como importante agente ambiental. Neste contexto, e analisando a relao desses tra-balhadores com o ambiente, pressupe-se que estes catadores apresentam uma conscincia ambiental.

    Fonte: Rev. eletrnica Mestre. Educ. Ambiental. ISSN 1517-1256, v.19, julho a dezembro de 2007

    REPORTAGEM | Brasil faz mais pelos mais pobresDbora Yuri

    O Brasil est diminuindo a extrema pobreza em um ritmo quase duas vezes maior que a pobreza, como indica uma anlise de dois relatrios que acompanham o desempenho do pas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milnio (ODM), uma srie de metas socioeconmicas que as naes da ONU se comprometeram a atingir at 2015, abrangendo as reas de renda, educao, sade, gnero e meio ambiente). Quanto mais baixa a linha de pobreza adotada, melhor se sai o Brasil.

    Enfrentamento da pobreza e da fome

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    O governo federal no focou seus esforos nos extremamente pobres, foi uma consequncia de vrias polticas. Os pobres tambm esto melhorando sua condio, mas num ritmo mais lento em relao aos primeiros, diz Sergei Soares, pesquisador do IPEA (Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada). A meta do governo acabar com a pobreza geral, mas os mais pobres tm mais urgncia de ajuda.

    Soares foi um dos pesquisadores responsveis pela anlise da variao da pobreza no Brasil Relatrio Nacional de Acompanhamento dos ODM 2007, do IPEA, lanado em agosto. O estudo, feito com apoio do PNUD, classifica como extremamente pobre quem vive diariamente com menos de 1 dlar PPP (paridade do poder de compra, que elimina a diferena de custo de vida entre os pases), o mesmo critrio usado pelo Banco Mundial. Entre 1990 e 2005, a pro-poro de brasileiros abaixo dessa linha (equivalente a R$ 40 em 2005) recuou 52%: de 8,8% para 4,2%. J a Coleo de Estudos Regionais sobre os ODM 2007, feita em con-junto por cinco universidades do pas, tambm com apoio do PNUD, usa valo-res um pouco mais altos para classificar extrema pobreza: menos de um quarto do salrio mnimo. Sob esse critrio, o estudo, lanado na semana passada, con-clui que a proporo de brasileiros nesse grupo caiu 44% entre 1990 e 2005: de 19,98% para 11,11%. Esse relatrio tambm avaliou a variao da proporo de pessoas que vivem com at meio salrio mnimo. Nesse caso, a diminuio foi de 27% no mesmo perodo: de 42% para 30,7%. Diferentes programas nacionais atingiram diferentes grupos da popula-o, afirma Soares, do IPEA. Entre os extremamente pobres, o Bolsa Famlia foi fundamental; em relao aos pobres, o aumento do salrio mnimo e a Pre-vidncia Social; para os que esto um pouco acima dessa linha, a expanso na

    Enfrentamento da pobreza e da fome

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    educao que permitiram acesso a escolas e universidades e a conseqente insero de jovens no mercado de trabalho. Para o pesquisador do IPEA, o Brasil hoje redistribui renda de uma ma-neira quase linear. , de longe, a maneira mais virtuosa de distribuir renda, que vem sendo elogiada por vrios pases. No estamos tirando do meio termo para melhorar a condio social dos mais pobres, estamos tirando dos mais ricos embora estes estejam ganhando dinheiro tambm, diz. Mrcio Salvato, pesquisador e coordenador do Instituto de Desenvolvi-mento Humano da PUC Minas, uma das universidades responsveis pela Cole-o de Estudos Regionais sobre os ODM 2007, enfatiza a expanso da econo-mia. O crescimento econmico do pas foi importante, porque assim possvel redistribuir essa renda para os mais necessitados. Em programas do governo, como o Bolsa Famlia, o Bolsa Escola, o Vale Gs, voc tributa uma parte da economia e transfere o dinheiro para quem mais pobre, aponta. Mas a classe mdia, e no os mais ricos, que est sendo atingida, pois vem sendo mais tributada. Salvato afirma que, na ltima dcada, a pobreza foi afetada mais pela transferncia de renda do que pelo crescimento de renda. E defende polticas de longo prazo, que incluam a educao. Apenas transferir renda, como o Bolsa Famlia faz, uma medida de curto prazo, e ilusria. E se voc tira esse benefcio do cidado? Ele volta situao anterior, avalia. Para reduzir a pobreza tanto quanto a extrema pobreza, necessrio combinar crescimento econmico e polticas educacionais, sugere Salvato. Se-no, ocorre o que antes se via no Brasil: crescimento econmico, mas alta con-centrao de renda. No vejo problema em focar primeiro nos extremamente pobres, ou indigentes, em quem est l embaixo. A poltica correta uma que consiga reduzir a pobreza e o hiato de pobreza [distncia entre a linha de pobre-za e a mdia da renda de quem est abaixo dessa linha]. Nos ltimos anos, quem mais ganhou foram os 10% mais pobres, con-corda Sergei Soares. Quanto mais baixa a mdia de renda do domiclio, mais esta famlia est aumentando seu ganho. Quanto mais baixa a linha, maior a quantida-de de pessoas que saram da situao de extrema pobreza, resume. Alm do estrato da populao que vive em condies de pobreza ou extrema pobreza, Mrcio Salvato cita o que chama de enorme contingente de brasileiros que vivem em situao de extrema miserabilidade, margem da so-ciedade eles esto abaixo dos que vivem em extrema pobreza. Eles moram em pequenos municpios de zonas rurais, onde as prefei-turas no tm verba, e tambm em zonas urbanas so mendigos, moradores de rua, de favelas dominadas pelo trfico, de prdios invadidos, enumera. Como no tm moradia fixa nem acesso a informao, no conseguem se cadastrar num sistema para receber os benefcios do governo. necessrio fazer uma

    Enfrentamento da pobreza e da fome

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    poltica especfica para isso, mais focalizada. Voc tem de ir at eles, e no espe-rar que eles venham atrs dos benefcios, diz o pesquisador da PUC Minas. Ele calcula que um quarto dos extremamente pobres vive em extrema miserabilida-de, ou cerca de 2,5% dos brasileiros.

    Fonte: YURI, Dbora. Brasil faz mais pelos mais pobres. Disponvel: http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=2805&lay=pde. Acesso

    em 17 de agosto de 2011.

    VDEO | Crianas InvisveisAnalisar o filme Crianas Invisveis e relacionar com a apropriao de riquezas no mundo, a m distribuio de renda e a excluso social das crianas retratadas no filme (All The Invisible Children).

    ...O acesso alimentao um direito humano em si mesmo, na medida em que aalimentao constitui-se no prprio direito vida. Negar este direito antes de mais

    nada, negar a primeira condio para a cidadania, que a prpria vida.

    Sueli Tavares de Souza SilvaRelatrio Brasileiro para a Cpula Mundial da Alimentao, Roma, novembro 1996. In Valente, F.L.S,

    Direito Humano Alimentao: desafios e conquistas. Cortez Editora, So Paulo, 2002. p. 137.

    Enfrentamento da pobreza e da fome

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    TEMA: Alimentao e Nutrio nas diversas Culturas

    Objetivos Diferenciar alimentao de nutrio reconhecendo a finalidade de cada uma

    para a manuteno das funes do organismo e a relao com a apropriao dos alimentos pelas sociedades.

    Identificar quais alimentos fazem parte do cardpio de diversos povos, reco-nhecendo as dietas saudveis presentes nas vrias sociedades.

    Destacar a importncia dos alimentos como fonte de energia e de matria para a constituio corporal e valorizar atitudes que relacionem a dignidade humana com o acesso alimentao e sade.

    Relacionar as dietas de diversos povos com a cultura e o meio ambiente, reconhecendo a gastronomia local e as possibilidades de acessibilidade s diversidades gastronmicas.

    Reconhecer que existem hbitos alimentares peculiares de cada cultura nas diversas sociedades e relacion-los diversidade da cultura alimentar como um direito humano de cada povo.

    Conhecer as tcnicas de conservao, os cuidados com a higiene e manipu-lao dos alimentos e relacion-los s garantias de consumo para proporcio-nar uma vida humana saudvel.

    Promover momentos onde os estudantes reconheam a importncia do di-reito humano alimentao adequada (DHAA) para, com base neste pres-suposto, propor medidas que combatam problemas sociais relacionados alimentao, tais como desnutrio e obesidade.

    Recursos Didticos Documentrio: Alimentao e Nutrio http://www.youtube.com/watch?v=

    44lfcH23q2M (data: 24.11.11; hora: 17h46min). Documentrio: Alimentao e Cultura (Coleo: Salto para o Futuro). Livro paradidtico: Nutrio. Artigo: Alimentao adequada e saudvel: uma questo de direito huma-

    no http://www.slowfoodbrasil.com/content/view/164/95/ (data: 22.11.11; hora: 22h09min)

    Artigo: Comida revela nossos valores culturais. http://www.oei.es/divulga-cioncientifica/reportajes_006.htm (data: 23.11.11, hora: 15h49min).

    Jornais e revistas. Livros didticos. Aparelho de DVD. Aparelho de televiso.

    Enfrentamento da pobreza e da fome

    Etapas Didticas

  • 23

    Computador. Data show. Site da Internet.

    Metodologia1 Etapa Inicie a atividade desenvolvendo, no grande grupo, uma avaliao do que

    os estudantes sabem sobre o que alimentao e nutrio, a partir da exi-bio do Documentrio: Alimentao e Nutrio (http://www.youtube.com/watch?v=44lfcH23q2M).

    Forme pequenos grupos e distribua tiras de papel 40 Kg para que os estu-dantes escrevam as suas consideraes sobre o tema proposto, em seguida solicite que os grupos apresentem suas respostas no coletivo, promovendo um debate. Aps todas as apresentaes e intervenes, sistematize as infor-maes utilizando slides.

    2 Etapa Exiba o documentrio: Alimentao e Cultura (Coleo: Salto para o Fu-

    turo). Divida a turma em pequenos grupos, distribua imagens de alimentos, alimentao e pessoas de diversas nacionalidades e solicite que os estudantes lancem mo das pesquisas que realizaram contendo imagens e textos sobre a alimentao em diversas culturas.

    Em seguida, solicite que as equipes produzam painis que contenham in-formaes importantes sobre os tipos de alimentao de diversos povos, a partir da pesquisa extraclasse e da exibio do vdeo. Promova um crculo de cultura, solicitando que as equipes apresentem seus painis no grande grupo e entreguem um texto em forma de relatrio.

    Em seguida, distribua entre os estudantes o artigo: Comida revela nossos valores culturais (http://www.oei.es/divulgacioncientifica/reportajes_006.htm), solicite que eles realizem uma leitura compartilhada, propondo que cada estudante retire frases ou palavras do texto que considere importante, no que diz respeito aos tipos de alimentos que cada povo utiliza em seus card-pios, registrando em seu caderno. Solicite que as equipes produzam, a partir das informaes adquiridas e do conhecimento construdo, uma histria em quadrinhos. Organize as produes em uma coletnea e promova a divulga-o desse material na biblioteca escolar.

    Distribua entre os estudantes cartolinas e imagens de cardpios. Divida a classe em equipes e solicite aos estudantes que elaborem slogans utilizando as informaes que anotaram a partir do artigo: Alimentao adequada e saudvel: uma questo de direito humano. Oriente os estudantes para

    Enfrentamento da pobreza e da fome

  • 24

    que os slogans elaborados por eles contemplem informaes sobre a im-portncia de uma boa alimentao (dieta) para a sade e, consequentemente, qualidade de vida. Depois pea que eles exponham os slogans elaborados em diversos espaos da escola.

    Entregue para os estudantes o artigo: Alimentao adequada e saud-vel: uma questo de direito humano (http://www.slowfoodbrasil.com/content/view/164/95/). Solicite que leiam nos pequenos grupos e que cada equipe elabore um artigo de opinio, destacando o acesso alimentao como fator importante de direito vida e dignidade humana, bem como os cuidados que deveremos ter com o desperdcio de alimentos, os porqus deste des-perdcio, juntamente com outros fatores que violam os direitos humanos e geram problemas sociais, tais como: desnutrio e fome.

    3 Etapa Realize incurses pedaggicas a restaurantes, a lanchonetes e cantina da

    escola, com a finalidade de obter maiores informaes sobre as tcnicas de conservao de alimentos, os cuidados com a higiene e manipulao dos alimentos, destacando a importncia de uma boa alimentao para a sade do corpo humano. Sistematize em equipe em forma de relatrio.

    Aps a incurso pedaggica, em sala de aula, distribua entre os estudantes diversos exemplares de panfletos, para que os estudantes conheam a estru-tura deste gnero textual. Divida a turma em pequenos grupos e solicite, aos mesmos, que elaborem um panfleto contendo informaes como ter sade, a partir de uma dieta saudvel e balanceada, e o acesso ao alimento como um direito humano, compreendendo quais os cuidados que se deve seguir para no ser includo na condio de desnutrido ou obeso.

    Promova uma campanha educativa na escola, solicitando que os estudantes distribuam com a comunidade escolar e do entorno os panfletos confec-cionados e elaborados por eles, com a finalidade de esclarecer a populao sobre o direito humano a uma alimentao saudvel como uma condio ao direito vida e quais as consequncias que a boa ou m alimentao produz no corpo humano.

    AvaliaoA avaliao ser formativa e processual a partir dos seguintes instrumentos ava-liativos: Participao nas atividades de oralidade e escrita. Produo em equipes de diversos gneros textuais (panfletos, slogans, pai-

    nis, artigos de opinio, revistas em quadrinhos entre outros). Produo e socializao de pesquisas realizadas.

    Enfrentamento da pobreza e da fome

  • 25

    Bibliografia

    BENABOU, J.E.; SALVADOR, E.; USBERCO, J. A Composio Qumica dos alimentos (A qumica envolvida na alimentao). Editora Saraiva, So Paulo, 2004, 80p.

    CHEIDA, L. E. Biologia Integrada. So Paulo : FTD, 2002.

    FAVARETTO, J.A. ; MERCADANTE, C. Biologia volume nico. Editora Moderna, 1 edio, 2005. 362p.

    GEWANDSZNAJDER, F. Nutrio. Editora tica, 13 edio, 2004.56p.

    LOPES, S.G.B.C. Bio. volume nico. 2 Edio, Editora Saraiva., 2008.

    PAULINO, W. Biologia Atual. V.310 ed. So Paulo: Editora tica, 1998.

    Relatrio Brasileiro para a Cpula Mundial da Alimentao, Roma, novembro 1996. In Valente, F.L.S. Direito Humano Alimentao: desafios e con-quistas. So Paulo: Cortez, 2002.137p.

    SiteArtigo: Alimentao adequada e saudvel: uma questo de direito huma-

    no. http://www.slowfoodbrasil.com/content/view/164/95/ (data: 22.11.11; hora: 22h09min)

    Artigo: Comida revela nossos valores culturais. http://www.oei.es/divulgacion-cientifica/reportajes_006.htm (data: 23.11.11; hora: 15h49min)

    Documentrio: Alimentao e Cultura (Coleo: Salto para o Futuro)

    Documentrio: Alimentao e Nutrio http://www.youtube.com/watch?v=44lfc H23q2M (data: 24.11.11; hora: 17h46min).

    Enfrentamento da pobreza e da fome

  • 26

    TEMA: A importncia da alimentao e nutrio equilibradas evariadas diariamente como direito humano

    Objetivos Conceituar: alimentos, fast foods, alimentao, nutrio, Segurana Alimentar

    e Nutricional SAN e relacionar a cultura alimentar com o direito a uma vida saudvel proposta pela Organizao Mundial da Sade e a poltica Uni-versal dos Direitos Humanos.

    Identificar os principais tipos de nutrientes associando-os aos alimentos co-muns da dieta diria.

    Explicar os princpios de uma alimentao saudvel, incluindo origens e funes dos alimentos.

    Conhecer algumas receitas saudveis. Relacionar o Direito Humano Alimentao Adequada DHAA destacando

    a importncia de ambos para a sade e a qualidade de vida. Reconhecer a importncia do Direito Humano Alimentao Adequada

    DHAA e da Segurana Alimentar e Nutricional SAN, como direito humano. Avaliar a importncia do DHAA e da SAN como estratgias de desenvolvi-

    mento social e reduo da pobreza.

    Recursos Didticos Xerox da Msica: Comida, dos Tits; http://letras.terra.com.br/titas/91453

    (data: 22.11.11, hora: 23h01min). Vdeo: Conhecendo os alimentos com o senhor Banana http://www.youtube.

    com/watch?v=qUN9i3RCYl8&feature=related (data: 27.11.11: hora: 18h25min). Xerox do Artigo: Segurana Alimentar: a qualidade do alimento no

    centro do debate http://www.slowfoodbrasil.com/content/view/165/95/ (data: 23.11.11, hora: 15h58 min).

    Vdeo: Dieta saudvel http://www.youtube.com/watch?v= 82qpNgrFoB4 (data: 24.11.11, hora: 22h35min).

    Xerox do Artigo: Segurana Alimentar e Nutricional (SAN) e o Direito Humano Alimentao Adequada (DHAA) http://www.abrandh.org.br/download/20101101121244.pdf. (data: 22.11.11; hora: 22h32min).

    Jornais e revistas Livros didticos Aparelho de DVD Aparelho de televiso Computador Data show Site da Internet.

    Enfrentamento da pobreza e da fome

  • 27

    Metodologia1 Etapa Realize o levantamento prvio das concepes dos estudantes sobre alimen-

    tos, a partir da explorao de imagens de alimentos. Em seguida, separe os estudantes em equipes e solicite que discutam e anotem em folhas de carto-linas as suas concepes, classificando as imagens dos alimentos em naturais ou artificiais e em construtores, plsticos e energticos.

    Inicie a atividade exibido o vdeo: Conhecendo os alimentos com o senhor Banana http://www.youtube.com/watch?v=qUN9i3RCYl8&feature=related. So-licite aos estudantes que comparem as suas anotaes com as informaes que o documentrio apresenta e promova um debate no grande grupo. Soli-cite que os estudantes criem cordis que destaquem a importncia de uma boa alimentao para a sade do corpo humano como condio para uma vida saudvel e digna.

    Aps a socializao dos trabalhos, sistematize as ideias numa aula expositiva utilizando vrios slides sobre as temticas propostas.

    2 Etapa Solicite aos estudantes que, em casa, faam a leitura do Artigo: Segurana

    Alimentar: a qualidade do alimento no centro do debate http://www.slow-foodbrasil.com/content/view/165/95/, para que os mesmos sejam capazes de emitir juzo de valor sobre os reflexos que uma boa ou m alimentao pode ocasionar sade, dignidade humana, registrando os principais conceitos sobre os assuntos abordados em forma de relatrios.

    Em sala, divida os estudantes em pequenos grupos e solicite que observem as anotaes que realizaram em casa sobre o Artigo: Segurana Alimentar: a qualidade do alimento no centro do debate. Depois, solicite que siste-matizem as suas consideraes em forma de um artigo de opinio.

    Leve para a sala de aula, livros didticos, revistas, jornais, artigos e textos que contenham assuntos sobre alimentos, alimentao saudvel e a fome, com a finalidade dos estudantes refletirem: Por que existe tanta fome no mundo se h muitos alimentos? Como as sociedades se apropriam da produo alimentar? Aps as reflexes relacione as formas de alimentao com a distribuio de renda. Forme equipes e solicite que cada uma pesquise, leia e crie slogans que destaquem a importncia de uma boa alimentao (dieta) para a sade e consequentemente qualidade de vida e dignidade humana e colem os slogans elaborados em diversos locais de sua escola.

    3 Etapa Exiba o Vdeo: Dieta saudvel http://www.youtube.com/watch?v=82qpNgrFoB4

    Solicite aos estudantes que registrem em seus cadernos o que entendem so-bre o direito humano a uma alimentao saudvel e registrem palavras que

    Enfrentamento da pobreza e da fome

  • 28

    considerem importantes. Em seguida, divida a turma em pequenos grupos para que criem textos a partir das anotaes realizadas sobre a dignidade humana e o direito a uma alimentao saudvel.

    Promova um debate e solicite aos estudantes que apresentem no grande grupo os textos criados por eles. Feche as consideraes sobre uma alimen-tao saudvel como condio para o direito vida com a palestra de uma nutricionista, especialista em direitos humanos, professor de Cincias ou Biologia, avaliando os textos criados pelos estudantes.

    4 Etapa Leve um CD player e um CD com a Msica: Comida, dos Tits. Em segui-

    da distribua com os estudantes a referida msica, ponha o CD para tocar e solicite inicialmente que todos escutem primeiro e depois cantem. Em se-guida, oriente os estudantes para que, em equipes, registrem as informaes ou conceitos contidos na msica, em forma de histria em quadrinho, des-tacando importncia do Direito Humano Alimentao Adequada- DHAA e da Segurana Alimentar e Nutricional SAN, como estratgias de desen-volvimento social e enfrentamento pobreza.

    Promova no grande grupo a apreciao de charges e ou cartuns para que os estudantes leiam, analisem e em seguida, produzam novas charges que estimulem a crtica acerca do direito humano a uma alimentao saudvel.

    Realize uma exposio com as charges produzidas pela turma com a fina-lidade de incentivar o respeito cultura alimentar de diversas sociedades, os cuidados com os desperdcios dos alimentos e divulgar o direito aces-sibilidade a uma alimentao equilibrada e de qualidade como um direito humano.

    AvaliaoA avaliao ser formativa e processual realizada a partir das atividades de ora-lidade e produo escrita. Elaborao de diversos gneros textuais: slogans, relatrios, receitas, cordis,

    charges, cartoons e artigos de opinio sobre as temticas propostas.

    Bibliografia BANDEIRA, M. O Bicho. http://www.webartigos.com/articles/9839/1/O-Poema-

    O-Bicho/pagina1.html#ixzz1N7NBKRwN. Acesso em 17 de agosto de 2011.

    BUARQUE, Chico. O guri. Disponvel em: http://www.vagalume.com.br/chico--buarque/o-meu-guri.html#ixzz1NSQ4Eu00. Acesso em 10 de agosto de 2011

    CASTRO, Josu. A Fome. Disponvel em http://www.josuedecastro.com.br/port/index.html. Acesso em 16 de novembro de 2011. ( Fragmento de texto sobre as obras de Josu de Castro.)

    Enfrentamento da pobreza e da fome

  • 29

    CHEIDA, L. E. Biologia Integrada. So Paulo: Editora FTD, 2002.

    FAVARETTO, J.A.; MERCADANTE,C. Biologia. volume nico. Editora Mo-derna, 1 edio, 2005, 362p.

    LOPES, S.G.B.C. Bio. volume nico. Editora Saraiva. 2 Edio, 2008. MONTEIRO, C.A. A dimenso da pobreza, da fome e da desnutrio no

    Brasil. Estudos Avanados. Vol.17. N48. So Paulo. Mai./Ago. 2003. Aces-so em 30 de maio de 2011.

    NETO, A. L. G.; RGO, A.R.F. do.; LIRA. A.; ARCANJO, J.G.; OLIVEIRA, M.M. de. Conscincia ambiental e os catadores de lixo do lixo da cidade do Carpina PE. In: Revista Eletrnica do Mestrado em Educao Ambien-tal. ISSN 1517-1256, v.19, jul./dez. 2007. Acesso em 30 de maio de 2011.

    PAULINO, W. Biologia Atual. V. 3. 10 ed. So Paulo: Editora tica, 1998Relatrio Brasileiro para a Cpula Mundial da Alimentao, Roma, novembro

    1996. In Valente, F.L.S, Direito Humano Alimentao: desafios e con-quistas. Cortez Editora, So Paulo, 2002. p. 137

    SOUZA, J. F. O dirio etnogrfico: um instrumento de pesquisa educa-cional para a formao da educadora e do educador. In: Saberes em construo na Escola da Zona da Mata Pernambucana. Projeto Educao Promata. Recife: NUPEP, 2006.

    YURI, Dbora. Brasil faz mais pelos mais pobres. Disponvel em: http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=2805&lay=pde. Acesso em 17 de agosto de 2011.

    SiteArtigo: Segurana Alimentar: a qualidade do alimento no centro do de-

    bate http://www.slowfoodbrasil.com/content/view/165/95/. (data: 23.11.11, hora: 15h58 min).

    Artigo: Mdulo I - Segurana Alimentar e Nutricional (SAN) e o Direito Hu-mano Alimentao Adequada (DHAA). http://www.abrandh.org.br/downlo-ad/20101101121244.pdf. (data: 22.11.11; hora: 22h32min)

    Msica: Comida, dos Tits. http://letras.terra.com.br/titas/91453 (data: 22.11.11, hora: 23h01min).

    Vdeo: Conhecendo os alimentos com o senhor Banana http://www.youtube.com/watch?v=qUN9i3RCYl8&feature=related (data: 27.11.11: hora: 18h25min).

    Vdeo: Dieta saudvel. http://www.youtube.com/watch?v=82qp NgrFoB4 (data: 24.11.11, hora: 22h35min).

    Enfrentamento da pobreza e da fome

  • Eixo Temtico 2

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

    Como construir a autonomia feminina? O respeito ao gnero e orientao sexual?

    Possibilitar a articulao entre os vrios conhecimentos e saberes com suas respectivas competncias e habilidades, promovendo um ensino

    interativo que possibilite o debate sobre a promoo da igualdade entre gneros, o combate violncia contra a mulher e o fortalecimento da sua

    autonomia, bem como o enfretamento da homofobia e a defesa da livre orientao afetivo-sexual.

    Objetivo Geral

  • 32

    As atividades que seguem sugerem:

    Reconhecer que o legado da cultura patriarcal instituiu a reproduo da domi-nao masculina em prticas cotidianas de poder, de violncia, preconceito e discriminao contra as mulheres e que precisa ser combatido com a valorizao da auto-estima feminina, da capacidade de luta e do empoderamento poltico das mulheres na perspectiva de uma sociedade mais justa e mais humana para homens e mulheres.

    Prezado professor, a partir do texto abaixo vamos promover uma breve re-flexo sobre a violncia contra a mulher, considerando no debate formas de superao desta violncia.

    TEXTO | O que violncia contra a mulher?Luciano Freitas Filho

    Violncia fsica contra a mulher o ato de agresso ou mesmo a omisso de socorro que lhe causa sofrimento fsico ou psicolgico. Quando a mulher so-fre qualquer tipo de agresso na rua, estar amparada, como todo cidado, pelas leis comuns, devendo procurar imediatamente a delegacia mais prxima.Quan-do a violncia praticada em casa, por familiares, por pessoas que convivem no mesmo ambiente domstico mesmo que no sejam parentes (ex.: agregados, hspedes etc.) ou pelo marido, Companheiro ou companheira, a mulher agre-dida ter a proteo da Lei no 11.340, que ficou conhecida como Lei Maria da Penha. De acordo com a Cartilha Direitos da Mulher (publicao conjunta da ACNUR em parceria com a OPAS/OMS, o UNAIDS, o UNFPA e o UNIFEM--ONU) a violncia contra a mulher pode ser fsica, psicolgica, sexual, moral e patrimonial. A violncia contra a mulher, em suma, pode ocorrer de diversas formas: a) fsica, quando ocorre por meio de tapas, empurres, chutes, bofetadas, tenta-tiva de asfixia, puxes de cabelo, mordidas e ameaa com armas; b) psicolgica, por meio de humilhao, ameaa de agresso, privao de liberdade para trabalhar e estudar, danos ou ameaas a pessoas queridas ou animais de estimao; c) vio-lncia sexual, do toque ou carcia indesejada, prostituio forada, exibicionismo e expresses corporais com tom sexual e violncia moral quando ocorre injria, calnia ou difamao da mulher e d) violncia patrimonial, quando ocorre por meio de ameaa ao patrimnio fsico e material da mulher.

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

  • 33

    Objetivos Conhecer a trajetria da persistncia histrica e geogrfica da cultura pa-

    triarcal que reproduz a violncia contra as mulheres nos pases ocidentais e orientais;

    Identificar as regies do Brasil onde a discriminao, o preconceito e a vio-lncia contra s mulheres apresentam maiores ndices e continuam a repro-duzir a dominao masculina;

    Analisar as prticas cotidianas, culturais e simblicas que reproduzem e es-timulam o preconceito, a discriminao e a violncia contra as mulheres na sua localidade;

    Identificar no mundo do trabalho as desigualdades salariais e de oportunida-des de ascenso profissional entre homens e mulheres.

    Desenvolvimento1 etapa:Solicitar a identificao, atravs de mapas e textos, de sociedades ocidentais, afri-canas, indgenas e islmicas que produzem e reproduzem a cultura da violncia contra a mulher. Em seguida, produzir textos correspondentes aos diversos es-teretipos que ignoram as lutas de resistncia e autonomia poltica das mulheres, localizando no mapa do mundo, no mapa do Brasil e nos diversos mapas regio-nais onde essas prticas se efetivam.

    2 etapaTEXTO | Salrio mdio da mulher

    27,7% inferior ao do homemBruno Boghossian (Agncia Estado)

    RIO - Mesmo com indicadores de escolaridade superiores aos apresen-tados pelo sexo masculino, as mulheres ganham salrios 27,7% inferiores aos dos homens, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). O estudo divulgado hoje, para marcar o Dia Internacional da Mulher, registrou que a diferena entre os rendimentos ainda maior entre trabalhadores de maior escolaridade. Os dados, baseados na Pesquisa Mensal do Emprego (PME) de 2009, mostram que a mdia salarial das mulheres representa 72,3% da mdia dos ho-mens. No caso de trabalhadores com nvel superior, no entanto, h uma discre-pncia maior. No comrcio, mulheres que concluram cursos em universidades ganham, em mdia, R$ 2.066 por ms o equivalente a 55,6% dos R$ 3.720 recebidos pelos homens com a mesma escolaridade. O cenrio o mesmo para as profissionais de outros segmentos, como construo (59,8% da mdia salarial dos homens), indstria (60,9%) e administrao pblica (62,6%).

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

    Etapas Didticas

  • 34

    Segundo o pesquisador Cimar Azeredo, do IBGE, os nmeros so um reflexo da atuao de homens e mulheres em diferentes funes no mercado de trabalho. No setor de sade, por exemplo, h muitas mulheres trabalhando como enfermeiras e muitos homens trabalhando como mdicos profisso que d um retorno financeiro maior. Da mesma maneira, h muitas mulheres traba-lhando como professoras do ensino bsico e muitos homens, como professores universitrios, explica. Ainda h carreiras em que mulher no est muito pre-sente. Considerando-se os trabalhadores de todas as escolaridades e grupos de atividades, a diferena entre as mdias de rendimento de cada sexo apresentou apenas uma leve queda entre 2003 e 2009, passando de 29,2% para 27,7%. Em relao qualificao dos profissionais, o IBGE constatou um au-mento da escolaridade dos trabalhadores dos dois sexos, com vantagem para as mulheres. No ano passado, 61,2% delas tinham, ao menos, o ensino mdio completo, contra 53,2% dos homens. A parcela de mulheres no mercado de trabalho com nvel superior era de 19,6%, superior dos homens (14,2%). A mulher tem mais escolaridade do que o homem por uma questo cultural. O homem sai mais cedo de casa para trabalhar e a mulher tem a chance de estudar mais, afirma Azeredo.

    Professor! Baseando-se no texto, promova as seguintes atividades:

    Pesquisas Os salrios das mulheres so menores em todos os pases? Promover a ela-

    borao de grficos que mostrem a situao mundial dos salrios das mulhe-res em diversos pases do mundo.

    Existem leis no Brasil que preveem multas para remunerao mais baixa das mulheres no campo de trabalho?

    3 etapa: A intensa utilizao da imprensa, do rdio e a criao de jornais e revistas e m-sicas falam de prticas de liberdade e de jogos de poder, que buscam redefinir as relaes de gnero.

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

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    Analisar as imagens e apontar as estratgias encontradas pelas mulheres para en-frentar a dominao masculina, produzindo painis sobre o tema da autonomia e liberdade femininas.

    Proposta metodolgica: produo e apresentao de msicas e peas teatrais com o objetivo de sensibilizar as educandas e os educandos sobre a importncia da autonomia das mulheres.

    4 etapa:1) As msicas Mulheres de Atenas, de Chico Buarque, Ai Que Saudades da Am-lia, de Ataulfo Alves e Mario Lago e Pagu, de Rita Lee, apresentam linguagem formal ou informal? No que compete lngua padro, adequao as normas cultas, todas as msicas citadas esto em conformidade?2) Na sua opinio, as msicas com linguagem mais formal, com letra em adequa-o norma culta, s regras gramaticais, esto livres de apresentar opinio ou contedo preconceituoso? Nos casos das msicas citadas, existe alguma delas com contedo machista?3) Na sua opinio, vocs acham que os autores das msicas contribuem com o machismo ou de forma irnica denunciam o machismo da sociedade? Existe al-guma metfora, ironia ou qualquer figura de linguagem nos textos que contribua ou denuncie o machismo?

    5 etapa

    Professora e professor, a partir do trecho abaixo, estimulem os estudantes e as estudantes a discutirem as igualdades e desigualdades entre homens e mulheres.

    Elas estudam, trabalham e ganham menos. Mas sua participao avana em todos ossetores da sociedade, quebrando resistncias e contribuindo para a modernizao e a

    democratizao. Porque sem as mulheres os direitos no so humanos.

    BRASIL, Presidncia da Repblica. Secretaria Especial de Direitos Humanos. 2008:A realidade do pas aos 60 anos da Declarao Universal. Braslia: SEDH, p. 75 , 2008.

    A partir do trecho acima, comente a afirmao: Porque sem as mulheres os di-reitos no so humanos? Quais as diferenas entre homens e mulheres? Por que importante a igualdade entre homens e mulheres? Vocs consideram impor-tante que os Direitos Humanos no sejam chamados de Direitos do Homem ou para voc a palavra homem pode contemplar a ideia da coletividade composta por homens e mulheres?

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

  • 36

    Professoras e professores, a partir dos questionamentos propostos para o de-bate, solicitem que os alunos e alunas apontem um quadro que apresente as conquistas das mulheres no tocante igualdade de direitos. Aps a construo do quadro, debatam com os mesmos como possvel superar tais desigualdades, ainda existentes no contexto do Sculo XXI.

    6 etapa:Ditados populares e provrbios so ditos populares (frases e expresses) que transmitem ideologias morais e filosficas de uma sociedade. Muitos deles da-tam de tempos antigos da humanidade e at ento esto relacionados aos fatos, experincia de vida e/ou cotidiano das pessoas, atravs, principalmente, da ln-gua falada. Quem nunca ouviu, por exemplo, que a pressa a inimiga da per-feio? Em geral, esses ditos so perpetuados na sociedade e esto presentes no discurso do senso comum social. Por meio da Lngua, esses ditos compem o acervo sociocultural de grupos humanos. Contudo, ser que, mesmo sendo um patrimnio valioso da Lngua fa-lada, alguns ditados ou provrbios enunciados pelas pessoas, sem uma anlise prvia crtica ou reflexiva, no podem perpetuar preconceitos? Leiam os ditos a seguir e reflitam:

    A galinha que canta como galo corta-lhe o gargalo.Onde canta galo, no canta galinha.

    A boca de uma mulher nunca tira friasJuntam-se as comadres, descobrem-se as verdades.

    Mulher no trnsito, perigo constante.Mulher sem homem, mulher sem nome.Mulher de cego, se direita no se enfeita.

    Como afirmado anteriormente, ditados populares e provrbios so gneros tex-tuais de grande importncia para a cultura e histria de um povo. Contudo, aqueles que reforam preconceitos e esteretipos, por meio do discurso, so vlidos para o processo cultural e histrico da humanidade? O que voc acha?

    RefernciasBASTERD, Leila Linhares. Gnero e desigualdades. www.cepia.org.br/doc/gene-

    roedesigualdade.pdf. Acesso em 13/05/2011.

    FISCHER, Izaura Rufino; MARQUES, Fernanda. Gnero e excluso social. http://www.fundaj.gov.br/tpd/113.html. Acesso em 13 de maio de 2011.

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

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    GROSSI, Miriam Pillar. Identidade de gnero e sexualidade. www.miriamgrossi.cfh.prof.ufsc.br/.../identidade_genero_revisado.pdf. Acesso em 13 de maio de 2011.

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,salario-medio-da-mulher-e-277-inferior--ao-do-homem, acessado em 21 de setembro de 2011.

    Professores, como a escola pode lidar com situaes ligadas orientao se-xual dos estudantes? A sexualidade dos estudantes uma questo da Escola? E a violncia que sofrem os jovens homossexuais dentro da escola? O que uma professora e um professor pode fazer diante de um ato de discriminao?

    Diversidade sexual e Direitos humanosSer ou no ser Gay, Lsbica, Bissexual e Transgnero? Eis uma questo!

    O que a escola, o professor e o estudante tm a ver com isso?

    TEXTO | Sexualidade por todos os cantosAlexandre Bortolini (UFRJ)

    Nos anos 60, teve incio um processo de aprofundamento das mudanas sociais com relao ao comportamento e sexualidade. Os dois movimentos que mais contriburam para essas transformaes foram o movimento feminista e, mais tarde, os movimentos gay e lsbico . Ainda hoje, vivemos um momento de transio, de transformao dos paradigmas de comportamento sexual e afe-tivo da nossa sociedade. Como em todo momento de mudana, a realidade de hoje guarda vrias contradies. Ao mesmo tempo em que vemos e convivemos cada dia mais com uma diversidade sexual cada vez mais rica e menos rotulada, se mantm e at se reforam atitudes preconceituosas, discriminatrias e violentas de pessoas, grupos e instituies conservadoras. Esse embate entre o novo e o conservador, entre a conquista dos direi-tos e a represso dos preconceitos se d em todo o corpo social, em diferentes lugares e momentos. Na famlia, no crculo de amigos, na comunidade, no tra-balho e, claro, na Escola. Mas a Escola fala sobre sexo? Fala sobre sexualidade? Michel Foucault, em seu livro Histria da Sexualidade, defende que, nos ltimos sculos, ao con-trrio de uma sistemtica represso sexual, o que houve foi uma produo mas-siva de discursos sobre o sexo. O sexo tornou-se objeto de anlise cientfica, alvo da medicina, da psi-quiatria, da pedagogia. Se antes as relaes de poder que perpassavam a questo sexual estavam focadas na aliana, nos laos de matrimnio e na oficializao de uma parceria, agora as relaes de poder se projetam sobre o corpo, sobre o prazer e suas manifestaes.

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

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    Produzem-se discursos sobre o corpo da mulher, a sua afetividade, o seu papel de me; a sexualidade infantil vista como algo precoce e se torna alvo da pedagogia; a reproduo e o sexo se tornam de interesse das polticas pbli-cas de sade e populao e a psiquiatria cria uma srie de categorias, conceitos e nomenclaturas especficas para descrever comportamentos sexuais perversos. Ou seja, a rede de poder que perpassa a sexualidade seria baseada, portanto, no em um movimento de represso, de silncio, de mutismo e at de invisibilidade. Mas, mais que isso, numa dinmica positiva de produo de discursos e compor-tamentos. Nesse contexto, a Escola, entendida como uma instituio formada por seres humanos, pais e mes, professores, alunos e funcionrios, muitas vezes no vista como um lugar onde a sexualidade deva ser expressada ou discutida. Em seu aparente silncio, na verdade, ela fala o tempo todo sobre sexualidade. O espao da sala, a forma das mesas, o arranjo dos ptios de recreio, a distribuio dos dormitrios, os regulamentos elaborados para a vigilncia do recolhimento e do sono, tudo fala silenciosamente da maneira mais prolixa da sexualidade das crianas. Para citar exemplos mais modernos, a diviso por sexo nas aulas de Educao Fsica - e os esportes atribudos a meninos ou meni-nas; as filas de meninos e de meninas na Educao Infantil; as distines sexistas de vesturio - meninos no podem usar brincos nem cabelo comprido; a forma dos professores tratarem alunos homens ou mulheres, com rispidez ou com delicadeza; a tolerncia da violncia, verbal e at mesmo fsica, entre meninos; a preocupao constante com a manifestao da sensualidade das adolescentes. S para citar alguns exemplos. Por outro lado, uma pesquisa recente da UNESCO levantou que,se para alguns pais a escola no lugar para ensinar salincias, a maior parte dos responsveis e, em maior escala, de educadores e estudantes, favorvel dis-cusso direta sobre sexualidade na Escola. Nesse debate se opem, de um lado, uma viso higienista, biologizante, onde se apresenta uma verdade nica e cien-tfica e ondecabe apenas a um professor, o de Cincias, a responsabilidade de tratar o tema. De outro lado, uma perspectiva interdisciplinar, onde a sexualida-de seja tratada em diferentes momentos e sob diversas perspectivas, em todos os seus aspectos (biolgicos, sociolgicos, culturais, afetivos, etc.) numa idia de pluralidade e tolerncia. Tudo isso nos mostra que a Escola, a despeito do que se creia, sim um espao onde a sexualidade se manifesta e mais, onde se produzem comporta-mentos, onde se instigam ou superam preconceitos, onde se difundem conheci-mentos e valores. E a Escola, com seu papel formativo, tem sobre si uma enorme respon-sabilidade, proporcional aos seus desafios, no que diz respeito superao dos preconceitos e defesa irrestrita dos direitos humanos.

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

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    Mas o que orienta as posies institucionais da Escola? Como cada esta-belecimento se coloca diante das questes da sexualidade e, especificamente, da diversidade sexual de seus/suas alunos/as e professores/as? Como cada escola lida com episdios de conflito, de agresso e de discriminao? A escola trabalha para a superao desses preconceitos ou, ao contrrio, adota, nas suas prticas cotidianas, regras, rtulos e posturas que tendem a reproduzir, afirmar e incre-mentar atitudes discriminatrias, sexistas e homofbicas?

    BORTOLINI, Alexandre. Cartilha Diversidade Sexual na escola. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.

    E voc, professor e professora da Rede Estadual de Ensino em Pernam-buco, j presenciou algum caso de homofobia em sua sala de aula? Na sua esco-la? Como contribuir para o enfretamento da homofobia? No projeto poltico--pedaggico e na prtica curricular de sua escola o respeito diversidade uma temtica importante?

    Prezado Professor e Professora da rede estadual de Pernambuco, voc sabia que a formao educacional em respeito diferena e livre orientao afe-tivo-sexual ao proposta no Programa de Governo do nosso Estado? No Programa Governo Presente? Como podemos contribuir com essas metas e aes propostas?

    Sugesto de Exerccio 1 O Debate sobre Diversidade Sexual apresenta um gama de letrinhas, palavras e expresses que compem um vocabulrio bem especfico, formado, dentre outras coisas, de variaes dialetais, de siglagens, prefixao e sufixao e figu-ras de linguagem. Por exemplo: homossexualidade, transexuais, heterossexuais, aliban, aqu e etc. Voc, caro aluno, conhece o sentido das palavras: homossexualidade, hete-

    rossexualidade, bissexualidade, transexualidade e homofobia? J ouviu falar? Se no, analisando os respectivos prefixos: homo, hetero, bi e trans, bem como os sufixos: dade e fobia o que voc entende?

    Segundo os militantes e acadmicos, quando debatemos sobre temticas re-ferentes aos homossexuais, debatemos homossexualidade e no homosse-xualismo, uma vez que o sufixo ISMO, para esse assunto, traz uma ideia equivocada e conservadora de doena, apontando homossexuais enquanto doentes. J o sufixo DADE traz um sentido de expresso, manifestao humana de identidade, felicidade, espontaneidade e etc. O que voc acha da troca do sufixo ISMO, em homossexualismo, pelo sufixo DADE, resultando

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

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    em homossexualidade? Voc concorda? Voc considera legtima a reivindi-cao do Movimento LGBT em no atrelar homossexuais a doentes? Uma simples troca do sufixo, morfologicamente falando, provoca uma mudana no sentido da palavra, altera a Semntica?

    Por falar em Movimento LGBT, voc sabe o que significa cada letrinha dessa? O que cada sigla dessa denomina?

    Sugesto de atividade 2 Professor e professora, na perspectiva de debater a Diversidade Sexual na sala de aula, que tal trabalhar com a msica Avesso, de Jorge Vercilo.

    MSICA | AvessoJorge Vercilo

    Ns j temos encontro marcadoEu s no sei quandoSe daqui a dois diasSe daqui a mil anos

    Com dois canos pra mim apontadosOusaria te olhar, ousaria te ver

    Num insuspeitvel bar, pra decncia no nos verPerigoso te amar, doloroso querer

    Somos homens pra saber o que melhor pra nsO desejo a nos punir, s porque somos iguais

    A Idade Mdia aquiMesmo que me arranquem o sexo, minha honra, meu prazer

    Te amar eu ousariaE voc, o que far se esse orgulho nos perder?

    No claro do luar, esperoC nos braos do mar me entrego

    Quanto tempo levar, quero saber se voc to forte que nem l no fundo ir desejar

    No claro do luar, esperoC nos braos do mar me entrego

    Quanto tempo levar, quero saber se voc to forte que nem l no fundo ir desejar

    O que eu sinto, meu Deus, to forte!At pode matar

    O teu pai j me jurou de mortepor eu te desviar

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

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    Se os boatos criarem razesOusarias me olhar, ousarias me ver

    Dois meninos num vago e o mistrio do prazerPerigoso me amar, obscuro querer

    Somos grandes para entender, mas pequenos para opinarSe eles vo nos receber mais fcil condenar

    ou noivados pra fingirMesmo que chegue o momento que eu no esteja mais aqui

    E meus ossos virem aduboVoc pode me encontrar no avesso de uma dor

    No claro do luar, esperoC nos braos do mar me entrego

    Quanto tempo levar, quero saber se voc to forte que nem l no fundo ir desejar

    No claro do luar, esperoC nos braos do mar me entrego

    Quanto tempo levar, quero saber se voc to forte que nem l no fundo ir desejar

    Fonte: http://www.vagalume.com.br/jorge-vercilo/avesso.html. Acesso em 08 de junho de 2012.

    Professora e professor, aps ouvir a cano, que tal apresentar alguns questio-namentos para reflexo:

    Qual o significado do ttulo da msica Avesso? O que avesso nessa situao? Existe alguma figura de linguagem presente no texto? Se sim , qual o sentido

    trazido para o debate da Sexualidade? Em algum momento o texto aborda a homofobia? Se sim, em quais versos

    existem relatos de homofobia ou possibilidades de violncia contra as rela-es afetivas entre homossexuais?

    Em sua opinio, qual o significado das expresses: A Idade mdia aqui, Se os boatos criarem razes, Dois meninos num vago e o mistrio do prazer, E meus ossos virem adubos, no avesso de uma dor.

    No verso ou noivados pra fingir, qual o sentido apresentado? Ele condiz com a vida real, com o contexto de muitos homossexuais ?

    Sugesto de atividade 3 Professor e professora, que tal debater a classe gramatical dos artigos, a partir do debate sociocultural de gnero?

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

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    Se a concordncia gramatical ou manuteno das formas determinadas pela gramtica so to importantes assim, pergunto: por que os guardies da norma culta, de um modo geral, no se incomodam com o fato de, notcia aps notcia sobre travestis no Brasil, a imprensa violar a sacrossanta regra gramatical quanto concordncia nominal? Se no, vejamos: ao tratar da morte da travesti Andra Albertini, o site da Folha de S. Paulo, em 09 de julho de 2009, apresenta a mat-ria do seguinte modo:

    Morreu nesta quinta-feira O travesti Andria Albertini, que se envolveuem polmica com o atacante Ronaldo, do Corinthians. Andr Luiz Ribeiro Albertini,

    nome verdadeiro do travesti, estava internado na UTI do Hospital Nardini,em Mau (Grande SP), havia dois dias.

    [Folha de S. Paulo, 09 de julho de 2009]

    Apenas como um exemplo das diversas notcias que tratam sobre traves-tis, vemos a insistncia de jornalistas manterem o artigo masculino, apesar de se referirem a nomes femininos conforme o texto. Segundo a Moderna Gramtica Portuguesa do professor Evanildo Bechara sobre concordncia nominal: A pa-lavra determinante ir para o gnero e nmero da palavra determinada. Assim, no exemplo citado a palavra determinada o substantivo prprio Andria, sendo o artigo e o adjetivo seus determinantes. O Dicionrio Aurlio, em sua segunda edio, que tenho em mos, indica o termo travesti como substantivo masculino. Ora, poderiam argumentar que, se travesti um subs-tantivo masculino, a concordncia est correta. Contudo, a funo desta palavra est de acordo com a definio dada por Bechara para a funo de adjetivo: (...) a classe de lexema que se caracteriza por constituir a delimitao, isto , as possibilidades designativas do substantivo, orientando delimitativa-mente a referncia a uma parte ou a um aspecto do denotado. (Idem, Ibidem). Logo, o termo travesti cumpre sua funo adjetivante ao nome prprio Andria. Nessa lgica, o artigo definido determina no o adjetivo travesti, mas o substantivo prprio, devendo, portanto, concordar em gnero com o nome. Desse modo, vemos constantemente a violao da regra gramatical pela impren-sa ao insistir em manter o uso do masculino, embora se refira a um substantivo feminino. Obviamente, tal prtica no se trata apenas de um erro de concordn-cia nominal da Lngua Portuguesa, mas resistncia de nossa cultura em aceitar que a identidade de gnero de um indivduo no deve ser determinada pelo fator biolgico, mas pela identidade social que o indivduo assume para si. Se nossas militantes Janana Lima ou Miriam Queirs, ambas de So Paulo, Fernanda Benvenutt, da Paraba, Keila Simpson, da Bahia, e muitas ou-tras transexuais e travestis do Brasil e do mundo se apresentam com o nome feminino, porque a imprensa no respeita essa identificao e utiliza o artigo no feminino conforme as regras gramaticais?

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

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    O movimento de travestis e transexuais tem lutado, com insistncia, para o uso legal de seus prenomes com os quais se identificam, tornando essa discusso relevante e fundamental, embora os gramticos e a imprensa no lhe deem o devido tratamento. Por considerar como salutar nossa sociedade a discusso em torno da concordncia nominal entre o artigo e o prenome de travestis e transexuais no meramente pelas regras do Portugus, mas por seu carter poltico e ideol-gico , convido tanto a imprensa, quanto os professores da Lngua Portuguesa a mudarem o foco do debate em torno da demanda presidencial e discutirem, de modo muito substancial, a violao gramatical dos direitos de travestis e transexuais como forma de propagar, no debate, uma educao fundada na to-lerncia, no respeito e na dignidade da pessoa humana.

    Drio Neto, membro do Conselho Municipal de Ateno Diversidade Sexual do Municpio de So Paulo, membro do Prisma USP, grupo universitrio de Diversidade Sexual, membro do Conselho Uni-

    versitrio da USP, doutorando em Literatura Brasileira pela USP e dicono da Igreja da Comunidade Metropolitana ICM-SP

    A partir do texto acima, respondam:1. Segundo o autor, o uso do artigo em referncia aos nomes de travestis est

    correto ao utilizar o gnero masculino ou deve considerar as normas no pla-no morfolgico e sinttico, bem como ideolgico, e garantir o uso do artigo no gnero feminino para travestis?

    2. Qual a sua opinio sobre isso?3. Voc acha que nesse debate do respeito ao gnero numa perspectiva socio-

    cultural , o nome social deve ser garantido no momento da chamada , em sala de aula?

    4. Nessa perspectiva de gnero proposta pelo autor, pensando o gnero a par-tir da auto-afirmao e da construo sociocultural, o que voc acha do uso do banheiro feminino por colegas travestis de sua sala de aula ou da escola?

    5. Nessa perspectiva de gnero proposta pelo autor, tambm, o que voc acha da importncia de se garantir o direito s alunas travestis e transsexuais de frequentarem as aulas com vestimentas femininas?

    AvaliaoSer realizada atravs das produes (releituras), bem como atravs dos debates.

    Promoo da igualdade entre gneros e diversidade sexual

  • Eixo Temtico 3

    Garantia da sustentabili-dade socioambiental

    Entender os discursos pela territorialidade e planetariedade ambiental e suas implicaes para a afirmao e garantia dos direitos humanos, considerando os sujeitos socioculturais, suas memrias e identidades,

    correlacionando-os com o desenvolvimento da cincia e da tecnologia em consonncia com a preservao e conservao dos recursos naturais.

    Objetivo Geral

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    compromisso da escola a formao para a cidadania tica voltada para a sustentabilidade socioambiental como garantia do direito humano ao ambien-te saudvel. Desse modo, o intuito da proposta deste projeto trabalhar sobre a sustentabilidade, buscando o conhecimento e a prtica cidad em torno de questes que possibilitem a sensibilizao das pessoas. Quando um ser humano aprende e entende sobre a importncia de preservar e cuidar do meio em que vive, ele exerce uma cidadania responsvel e comprometida com a sociedade da qual faz parte, sendo capaz de estabelecer relaes, interagir, transformar e reelaborar o seu entorno socioambiental.

    Integrando as disciplinas

    A sustentabilidade assume atualmente um papel central na reflexo sobre as di-menses do desenvolvimento e das alternativas que se configuram nas diversas escalas territoriais e socioambientais. A questo socioambiental, que caracteriza as sociedades modernas, revela que o impacto dos seres humanos sobre o meio ambiente tem acarretado danos que comprometem vida na Terra. Portanto, no estudo sobre o meio ambiente, devemos valorizar a abordagem interdisciplinar e transdisciplinar relacionando aos pressupostos da tica, da cidadania, dos sujei-tos histricos e dos valores socioculturais que envolvem as diversas sociedades.

    Situao-problema/Estratgia pedaggicaDe acordo com a temtica proposta, como pode ser garantida a sustentabilidade nas diversas escalas socioambientais do planeta?

    Estratgias1. Diagnosticar e avaliar as condies socioambientais da comunidade escolar

    e do seu entorno relacionando com o direito preservao dos patrimnios naturais e histricos;

    2. Realizar atividade de campo em: lixes, fbrica de reciclagem, barragens e rios com a finalidade de compreender a prtica correta do descarte de res-duos slidos como condio necessria para uma vida sustentvel;

    3. Criar aes que estimulem a arborizao e recuperao da rea no entorno da escola com o propsito de estabelecer relaes entre o ambiente local e a possibilidade de desenvolver condies saudveis vida humana;

    4. Conhecer e implantar programas de seleo, reciclagem e destino do lixo descartado nas escolas e suas comunidades , visando estimular uma cultura ambiental voltada para a conscincia cidad;

    5. Organizar campanhas sociais que incentivem a diminuio do uso de vecu-los motorizados, o uso de embalagens plsticas entre outros, a fim de desen-volver uma postura cidad diante das questes socioambientais;

    Garantia da sustentabilidade socioambiental

    Projeto Pedaggico

  • 47

    6. Realizar a produo e distribuio de jornais, murais, folders e textos, levan-do informaes comunidade escolar e ao entorno sobre a sustentabilidade e acessibilidade a um ambiente digno de vivncia humana;

    7. Realizar oficinas de reaproveitamento de resduos (sabo, sacolas etc.) a se-rem destinados comunidade escolar e entorno relacionando com a questo da sustentabilidade socioambiental.

    8. Elaborar livro de receitas alternativas de reaproveitamento de alimentos em benefcio da comunidade frequentadora da escola;

    9. Realizar palestras sobre o desenvolvimento da cincia e da tecnologia em consonncia com a preservao e conservao dos recursos naturais e so-cioculturais;

    10. Incentivar a leitura de textos complementares de livros, jornais, web etc so-bre a temtica da sustentabilidade socioambiental e os direitos humanos considerando os sujeitos socioculturais, suas memrias e identidades;

    11. Fazer seleo de msicas e construir pardias correspondentes a prtica mundial, regional e local de acesso ao direito humano a um ambiente sus-tentvel;

    12. Realizao de uma trilha ecolgica que promova o reconhecimento do am-biente natural e do patrimnio historicamente construdo como necessrio ao desenvolvimento humano saudvel e responsvel;

    13. Visitar aterros sanitrios lixes, com uma viso contextualizada que en-foque a m distribuio de renda da populao, seus costumes, hbitos e condies subumanas a que so submetidos os catadores de lixo;

    14. Produzir e apresentar peas teatrais com o objetivo de sensibilizar as pessoas sobre a importncia de considerar a memria socioambiental constituda pelos sujeitos histricos do lugar;

    15. Assistir documentrios que estabeleam relao entre a tica e a sustentabi-lidade socioambiental.

    Etapas do projeto pedaggico Sugestes

    1 Etapa:Sensibilizao: A sensibilizao acontecer nas salas de aula, onde cada professor e professora, dentro de sua disciplina e com sua respectiva metodologia, ir estabelecer uma abordagem interdisciplinar sobre o tema proposto. A temtica sobre a sustentabilidade socioambiental ajudar o aluno e a aluna a construir a sua fundamentao terica sobre o tema.

    Garantia da sustentabilidade socioambiental

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    2 Etapa:Proposta de sensibilizao e reflexo sobre a temtica abordada atravs de: Passeio no entorno da escola para analisar, refletir e avaliar os problemas

    socioambientais existentes, na perspectiva de promover uma postura cidad; Trabalhar o conceito de meio ambiente, a relao homem-natureza e a pers-

    pectiva sociocultural historicamente construda visando estimular a prtica da alteridade;

    Realizar pesquisa bibliogrfica em livros, revistas, web e em outras fontes sobre recursos naturais renovveis e no-renovveis levando a compreenso de que esses recursos so finitos;

    3 Etapa:Atividade de campo: Identificar nas comunidades do entorno escolar possveis problemas socio-

    ambientais e desenvolver uma reflexo sobre a condio humana e sua qua-lidade de vida;

    Realizar um estudo sobre os problemas socioambientais identificados na co-munidade e estabelecer relaes com as condies de uma sustentabilidade social correspondente ao contexto mundial;

    Realizar uma campanha de sensibilizao na comunidade local sobre a sus-tentabilidade socioambiental e os direitos humanos;

    Descrever as aes do nosso cotidiano que contribuem na minimizao do problema socioambiental;

    Construir um folheto informativo com ideias que ajudem a refletir sobre os problemas observados na comunidade, visando construir uma cultura cida-d correspondente sustentabilidade socioambiental.

    4 Etapa:Gincana Ambiental: A gincana ser realizada em diversos momentos pedaggicos. Para isso, os prprios professores e professoras se encarregaro de avaliar as tarefas reali-zadas, a partir de um consenso do grupo. Os critrios das atividades devem ser elaborados com clareza, objetivi-dade e devem ser apresentados no instante da sensibilizao. Diversas atividades podem compor o grupo de tarefas da gincana, tais como: Teste de conhecimentos sobre sustentabilidade; Construo de blogs; Exposio de mural informativo;

    Garantia da sustentabilidade socioambiental

  • 49Garantia da sustentabilidade socioambiental

    Montagem de painel interativo; Apresentao teatral; Mostra de fotografia; Produo da cartilha; Produo de documentrio; Festival de pardia; Produo de literatura de cordel etc.; Construo de produtos a partir de materiais reciclveis. Criao e seleo dos melhores projetos socioambientais, envolvendo toda

    comunidade escolar e do entorno.

    AvaliaoA avaliao ser feita de forma contnua atravs das atividades desenvolvidas.

  • Eixo Temtico 4

    Reconhecimento e garantia dapreservao do patrimnio material

    e imaterial da humanidade

    Promover o conhecimento de forma articulada com objetivos sociais, des-tacando as categorias de cada disciplina, ampliando estes saberes com os conceitos que permeiam os direitos humanos, possibilitando ao estudante

    o acesso aos bens patrimoniais da cultura material e imaterial

    Objetivo Geral

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    TEXTO | Trabalhando com projetos Vera Lcia Braga de Moura

    Patrimnio Histrico e cultural pode ser definido como um bem ma-terial, natural ou imvel que possui significado e importncia artstica, cultural, religiosa, documental ou esttica para a sociedade. Estes patrimnios foram construdos ou produzidos pelas sociedades passadas, constituindo o registro das experincias sociais e uma importante fonte de pesquisa e de representao das prticas culturais humanas. Atualmente, existe uma preocupao mundial em preservar os patrim-nios histricos da humanidade, atravs de leis de proteo e restauraes que possibilitam a manuteno das caractersticas originais. Em nvel mundial, a UNESCO - Organizao das Naes Unidas para a Cultura, Cincia e Educao - o rgo responsvel pela definio de regras e proteo do patrimnio histrico e cultural da humanidade. No Brasil, existe o IPHAN - Instituto do Patrimnio Histrico e Arts-tico Nacional. Este rgo tem como funo proteger e preservar o patrimnio histrico e artstico no Brasil. O imvel que passa pelo processo de tombamento no pode ser demo-lido, nem mesmo reformado. Pode apenas passar por processo de restaurao, seguindo normas especficas, para preservar as caractersticas originais da poca em que foi construdo. Assim, um patrimnio histrico significa um conjunto de bens materiais que esto intimamente relacionados com a identidade, a cultura ou o passado de uma coletividade. Historicamente, o patrimnio adquire um corpus no Sculo XIX, aps a Revoluo Francesa mostrar a necessidade de destacar monumen-tos que pudessem representar as memrias, prticas e aes das sociedades. Diante das correntes historiogrficas da poca, os monumentos deveriam mostrar os acontecimentos de natureza especfica e grandiosa. Assim, a preservao do passado colocava-se presa a uma noo evolucionista, personalista, positivista, evidenciando os heris e grandes feitos da humanidade levando a crer que os construtores da histria seriam apenas os sujeitos ligados a uma elite dominante. Essas primeiras noes sobre a representao da humanidade atravs de seus patrimnios expressavam um conceito de patrimnio articulado a um leque de valores artsticos e estticos. Nessa construo de monumentos e esculturas que representasse as diversas sociedades, o patrimnio deveria carregar em seu bojo a tradicional obrigao que a arte tinha em despertar o senso de beleza e harmonia entre seus expectadores. Dessa forma, as produes relacionadas s artes e s prticas culturais, que poderiam ressaltar a identidade e o passado das classes populares, ficavam excludas desse processo histrico. Contudo, no sculo XX, observamos que as noes sobre o espao urbano, a cultura e o passado foram ganhando outras

    Reconhecimento e garantia da preservao do patrimnio material e imaterial da humanidade

  • 53Reconhecimento e garantia da preservao do patrimnio material e imaterial da humanidade

    feies que interferiram diretamente na viso sobre aquilo que pode ser conside-rado patrimnio. Com base nesta nova forma de pensar as noes de patrimnio, podemos destacar que a ideia de o patrimnio reforar um passado e uma srie de valores comuns, levou a outras possibilidades que superaram de certa forma o interesse do Estado e de alguns segmentos da sociedade em impor as diretri-zes da cultura erudita como referncia para toda a humanidade. A conceituao atual do patrimnio passou por uma reelaborao, pos-sibilitando uma ampliao ideolgica ao estabelecer duas categorias de anlise. Uma mais antiga e tradicional refere-se ao patrimnio material ou tangvel, que engloba construes, obeliscos, esculturas, pinturas, acervos documentais, mu-seolgicos, entre outros. Paralelamente, temos o chamado patrimnio imaterial ou intangvel, que abrange regies, paisagens, comidas, bebidas tpicas, danas, festividades, manifestaes religiosas entre outras manifestaes culturais. Atualmente, vemos que os governos, atravs de suas polticas pbli-cas, assumem o papel de preservar e garantir o acesso aos bens patrimoniais e culturais de uma sociedade, bem como tcnicos, acadmicos, professores, pes-quisadores e vrios segmentos da sociedade civil que se destinam funo de preservar o patrimnio histrico, que articula e garante o acesso aos registros e experincias dos povos. Dessa forma, compreendemos que as noes sobre o conhecimento do patrimnio histrico se preocupam em democratizar os sa-beres, fortalecer a noo de cidadania e garantir o acesso aos bens patrimnios de uma sociedade, bem como a oportunidade dos grupos sociais de se verem representados pelos smbolos que retratam suas historiais e vivenciais. Com base nesta nova abordagem e na diversidade dos grupos que inte-gram a sociedade, podemos perceber que os patrimnios tambm podem incen-tivar e promover o dilogo entre as diferentes culturas. Atravs de uma visita pedaggica, passeio turstico, ou na visitao cultural temos a oportunidade de conhecer e refletir sobre os objetos e manifestaes que formam o patrimnio do lugar que visitamos. Nesse sentido, a observao e vivncia nos patrimnios abrem possibilidades para conhecermos nossa cultura, nos reconhecer como parte integrante de uma localidade, regio, pas e planeta e reconhecer que as outras pessoas tambm compem esta arquitetura geopoltica sociocultural. Portanto, neste contexto, entendemos a existncia de culturas diferentes e no a ideia de cultura superior ou inferior, mas culturas que atendem a questes dife-rentes e necessidades diferentes para povos tambm diferentes, compreendendo que nessas culturas tambm existem prticas culturais diversificadas a serem respeitadas e garantidas nas escolhas dos bens patrimoniais que iro representar as diversas sociedades.

    Fonte: MOURA, Vera Lucia Braga de. Doutora em Histria pela Universidade Federalde Pernambuco, Tcnica da Secretaria de Educao do Estado de Pernambuco,

    atua na Gerncia de Educao em Direitos Humanos.

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    MetaPossibilitar a articulao entre os vrios saberes com suas respectivas compe-tncias, promovendo um ensino interativo, de qualidade, como requisito para o reconhecimento da importncia do patrimnio material e imaterial.

    Estratgias Visitas pedaggicas aos patrimnios destacados para estudo. Ex.: Casa da

    Cultura, Mercado de So Jos, Centro Histrico de Olinda, Museu do Estado; Visitas a Igrejas barrocas do Recife: destacar a presena da colonizao Por-

    tuguesa nesses patrimnios; Elaborar um roteiro sobre locais na cidade que representem experincias

    positivas para cada grupo de alunos, discutir na sala os vrios roteiros pro-postos e escolher os que melhor representam a maioria para serem trabalha-dos; discutir conceitos sobre cidadania, alteridade, igualdade, acessibilidade, democracia entre outros;

    Cada grupo de alunos dever construir um dirio - roteiro com propostas sobre patrimnios que eles destacam como importantes para representar o seu grupo, a sociedade pernambucana, o Brasil e o mundo. Como resultado poderia ser construda uma cartilha coletiva, uma mostra de fotografia, en-tre