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Caderno Lingua Portuguesa - Ana Paula Teixeira Porto

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C122 PORTO, Ana Paula Teixeira

Caderno de Língua Portuguesa Dom Alberto / Ana Paula Teixeira Porto. – Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010.

Inclui bibliografia.

1. Administração – Teoria 2. Ciências Contábeis – Teoria 3. Língua Portuguesa – Teoria I. PORTO, Ana Paula Teixeira II. Faculdade Dom Alberto III. Coordenação de Administração IV. Coordenação de Ciências Contábeis V. Título

CDU 658:657(072)

Catalogação na publicação: Roberto Carlos Cardoso – Bibliotecário CRB10 010/10

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Apresentação O Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto iniciou sua

trajetória acadêmica em 2004, após a construção de um projeto pautado na importância de possibilitar acesso ao ensino superior de qualidade que, combinado à seriedade na execução de projeto pedagógico, propiciasse uma formação sólida e relacionada às demandas regionais.

Considerando esses valores, atividades e ações voltadas ao ensino sólido viabilizaram a qualidade acadêmica e pedagógica das aulas, bem como o aprendizado efetivo dos alunos, o que permitiu o reconhecimento pelo MEC do Curso de Administração em 2008.

Passados seis anos, o curso mostra crescimento quantitativo e qualitativo, fortalecimento de sua proposta e de consolidação de resultados positivos, como a publicação deste Caderno Dom Alberto, que é o produto do trabalho intelectual, pedagógico e instrutivo desenvolvido pelos professores durante esse período. Este material servirá de guia e de apoio para o estudo atento e sério, para a organização da pesquisa e para o contato inicial de qualidade com as disciplinas que estruturam o curso.

A todos os professores que com competência fomentaram o Caderno Dom Alberto, veículo de publicação oficial da produção didático-pedagógica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto, um agradecimento especial.

Lucas Jost

Diretor Geral

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Page 4: Caderno Lingua Portuguesa - Ana Paula Teixeira Porto

PREFÁCIO

A arte de ensinar e aprender pressupõe um diálogo entre aqueles que

interagem no processo, como alunos e professores. A eles cabe a tarefa de

formação, de construção de valores, habilidades, competências necessárias à

superação dos desafios. Entre estes se encontra a necessidade de uma

formação profissional sólida, capaz de suprir as demandas de mercado, de

estabelecer elos entre diversas áreas do saber, de atender às exigências legais

de cada área de atuação, etc.

Nesse contexto, um dos fatores mais importantes na formação de um

profissional é saber discutir diversos temas aos quais se aplicam

conhecimentos específicos de cada área, dispondo-se de uma variedade ampla

e desafiadora de questões e problemas proporcionada pelas atuais

conjunturas. Para que isso se torne possível, além da dedicação daqueles

envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, é preciso haver suporte

pedagógico que dê subsídios ao aprender e ao ensinar. Um suporte que

supere a tradicional metodologia expositiva e atenda aos objetivos expressos

na proposta pedagógica do curso.

Considerando esses pressupostos, a produção desse Caderno Dom

Alberto é parte da proposta pedagógica do curso da Faculdade Dom Aberto.

Com este veículo, elaborado por docentes da instituição, a faculdade busca

apresentar um instrumento de pesquisa, consulta e aprendizagem teórico-

prática, reunindo materiais cuja diversidade de abordagens é atualizada e

necessária para a formação profissional qualificada dos alunos do curso.

Ser um canal de divulgação do material didático produzido por

professores da instituição é motivação para continuar investindo da formação

qualificada e na produção e disseminação do que se discute, apresenta, reflete,

propõe e analisa nas aulas do curso. Espera-se que os leitores apreciem o

Caderno Dom Alberto com a mesma satisfação que a Faculdade tem em

elaborar esta coletânea.

Elvis Martins

Diretor Acadêmico de Ensino

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Sumário

Apresentação........................................................................................................

Prefácio...............................................................................................................

Plano de Ensino ....................................................................................................

Aula 1 COMUNICAÇÃO, LEITURA E ESCRITA Aula 2 LÍNGUA, LINGUAGEM E SOCIEDADE

............................................................

Aula 3 LINGUAGEM, FUNÇÕES DA LINGUAGEM E LEITURA Aula 4 TÓPICOS GRAMATICAIS: USOS DOS PORQUÊS Aula 5 ESTUDO DO PARÁGRAFO Aula 6 REDAÇÃO COESA E COERENTE Aula 7 CONTINUAÇÃO REDAÇÃO COESA E COERENTE Aula 8 CONCORDÂNCIA VERBAL Aula 9 REDAÇÃO OFICIAL ATA Aula 10 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL Aula 11 PONTUAÇÃO Aula 12 OUTROS SINAIS DE PONTUAÇÃO

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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.

Centro de Ensino Superior Dom Alberto

Plano de Ensino

Identificação Curso: Direito Disciplina: Língua Portuguesa

Carga Horária (horas): 60 Créditos: 4 Semestre: 1º

Ementa Comunicação. Linguagem. Língua oral e língua escrita. Linguagem e Direito. Linguagem forense. Funções da linguagem. Variação lingüística e adequação da linguagem. Níveis de linguagem. Vocabulário jurídico. Redação jurídica. Redação Oficial. Tópicos gramaticais.

Objetivos Geral: Ampliar a competência comunicativa do profissional da área jurídica, através do exercício da leitura, interpretação e produção de texto jurídico ou normativo, a fim de maximizar aprendizagens necessárias à prática da Ciência do Direito na sociedade. Específicos: Refletir sobre o uso da Língua Portuguesa nas diversas situações de interação social, promovendo a ampliação da competência lingüística na leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e documentos jurídicos ou normativos; Conhecer as relações entre Língua Portuguesa e Linguagem Forense a fim de elaborar textos com a devida terminologia jurídica ou da Ciência do Direito; Exercitar a leitura e a redação de textos e documentos jurídicos para solidificar a utilização de raciocínio jurídico, argumentação, persuasão e reflexão crítica; Promover o estudo de tópicos gramaticais para que se redija adequadamente textos jurídicos, obedecendo às normas gramaticais da língua culta; Estudar a redação oficial e a redação jurídica, considerando seu uso e linguagem a fim de preparar o discente para o exercício profissional.

Inter-relação da Disciplina Na medida em que a disciplina visa à competência comunicativa do profissional da área jurídica, através do exercício da leitura, interpretação e produção de texto jurídico ou normativo, a fim de maximizar aprendizagens necessárias à prática da Ciência do Direito na sociedade, está inevitavelmente inter-relacionada com todas as disciplinas do curso.

Competências Gerais Conhecer os pressupostos teórico-práticos que embasam o processo de leitura, compreensão e elaboração de textos próprios do âmbito jurídico.

Competências Específicas Desenvolver a capacidade de ler, interpretar e produzir textos e documentos jurídicos, servindo-se da linguagem técnico-jurídica e da modalidade padrão da língua; Identificar recursos linguísticos usados na redação argumentação bem como conhecer a estrutura dos gêneros textuais utilizados na área jurídica e dominar as regras da língua portuguesa culta; Conhecer as características da linguagem forense e sua relação com a língua portuguesa.

Habilidades Gerais Analisar textos, atas e documentos jurídicos ou normativos a fim de propiciar adequada interpretação e produção de diferentes gêneros textuais.

Habilidades Específicas Utilizar adequadamente a língua Portuguesa na produção de textos, atos e documentos jurídicos; interpretar textos, apontando recursos linguísticos e estruturais de sua construção; Utilizar de forma adequada a língua culta nas diversas situações de interações social.

Conteúdo Programático

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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.

Programa: 1. Comunicação 1.1 – Comunicação e linguagem 1.2 – Língua oral e língua escrita 1.3 – Linguagem e Direito 1.4 – Linguagem forense 1.5 – Funções da linguagem 1.6 – Variação lingüística 1.7 – Níveis de linguagem 2. Vocabulário Jurídico 2.1 – Conotação e Denotação 2.2 – Sinonímia e paronímia 2.3 – Polissemia e homonímia 2.4 – O verbo jurídico 2.5 – Dificuldades do Vocabulário Jurídico 3. Redação jurídica 3.1 – Parágrafo 3.2 – Narração 3.3 – Descrição 3.4 – Dissertação/Argumentação 3.5 – Coesão e coerência 3.6 – Coesão no discurso jurídico 3.7 – A redação da sentença jurídica 3.8 – A redação das peças processuais 4. Redação Oficial 4.1 – Características e qualidades da redação oficial 4.2 – Tipos de texto 4.3 – Ofício 4.4 – Requerimento 5. Tópicos gramaticais 5.1 – Concordância nominal e verbal 5.2 – Regência verbal e nominal 5.3 – Crase 5.4 – Pontuação

Estratégias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula) Aulas expositivo-interativas; atividades em grupo e/ou individuais; atividades de leitura e produção textual.

Avaliação do Processo de Ensino e Aprendizagem A avaliação do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma contínua, cumulativa e sistemática com o objetivo de diagnosticar a situação da aprendizagem de cada aluno, em relação à programação curricular. Funções básicas: informar sobre o domínio da aprendizagem, indicar os efeitos da metodologia utilizada, revelar conseqüências da atuação docente, informar sobre a adequabilidade de currículos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc. Para cada avaliação o professor determinará a(s) formas de avaliação podendo ser de duas formas: 1ª Avaliação – Peso 8,0 (oito): Prova; Peso 2,0 (dois): Trabalho. 2ª Avaliação: Peso 8,0 (oito): Prova; Peso 2,0 (dois): referente ao Sistema de Provas Eletrônicas – SPE

Avaliação Somativa A aferição do rendimento escolar de cada disciplina é feita através de notas inteiras de zero a dez, permitindo-se a fração de 5 décimos. O aproveitamento escolar é avaliado pelo acompanhamento contínuo do aluno e dos resultados por ele obtidos nas provas, trabalhos, exercícios escolares e outros, e caso necessário, nas provas substitutivas. Dentre os trabalhos escolares de aplicação, há pelo menos uma avaliação escrita em cada disciplina no bimestre.

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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.

O professor pode submeter os alunos a diversas formas de avaliações, tais como: projetos, seminários, pesquisas bibliográficas e de campo, relatórios, cujos resultados podem culminar com atribuição de uma nota representativa de cada avaliação bimestral. Em qualquer disciplina, os alunos que obtiverem média semestral de aprovação igual ou superior a sete (7,0) e freqüência igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) são considerados aprovados. Após cada semestre, e nos termos do calendário escolar, o aluno poderá requerer junto à Secretaria-Geral, no prazo fixado e a título de recuperação, a realização de uma prova substitutiva, por disciplina, a fim de substituir uma das médias mensais anteriores, ou a que não tenha sido avaliado, e no qual obtiverem como média final de aprovação igual ou superior a cinco (5,0).

Sistema de Acompanhamento para a Recuperação da Aprendizagem Serão utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantões Tira-Dúvidas que são realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h30min às 18h50min, na sala de aula.

Recursos Necessários Humanos

Professor. Físicos

Laboratórios, visitas técnicas, etc. Materiais

Recursos Multimídia.

Bibliografia

Básica VIEIRA, João Alfredo Medeiros. Português prático e forense. 7. ed. São Paulo: Ledix, 2002. HENRIQUES, Antônio e DAMIÃO, Regina Toledo. Curso de Português Jurídico. São Paulo: Atlas, 2007. KASPARY, Adalberto.. Hábeas verba: português para juristas. Porto Alegre: Edita, 1996.

Complementar KASPARY, Adalberto. O verbo na linguagem jurídica: acepções e regimes. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1990. PAIVA, Marcelo. Português jurídico: prática aplicada. São Paulo: Fortium, 2006. ANDRADE, Maria Margarida de; HENRIQUES, Antonio. Língua portuguesa: noções básicas para cursos superiores. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2004. AZEREDO, José Carlos. Fundamentos de gramática do português. 2.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lubia Scliar. Português instrumental: de acordo com as atuais normas da ABNT. 24. ed. São Paulo: Sagra Luzzatto, 2003. MEDEIROS, João Bosco. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2004. FERREIRA, Mauro. Aprender e praticar a gramática. São Paulo: FTD, 2003.

Periódicos Jornais: Zero Hora, Folha de São Paulo, Gazeta do Sul, entre outros. Jornais eletrônicos: Clarín (Argentina); El País (Espanha); El País (Uruguai); Le Monde (França); Le Monde Diplomatique (França).

Sites para Consulta www.tj.rs.gov.br www.trf4.gov.br www.senado.gov.br www.stf.gov.br www.stj.gov.br www.ihj.org.br www.oab-rs.org.br

Outras Informações Endereço eletrônico de acesso à página do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por Página 9

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Missão: "Oferecer oportunidades de educação, contribuindo para a formação de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento ético e visando ao desenvolvimento regional”.

Cronograma de Atividades

Aula Consolidação Avaliação Conteúdo Procedimentos Recursos

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10ª

11ª

12ª

13ª

2

2

3

Legenda

Código Descrição Código Descrição Código Descrição AE Aula expositiva QG Quadro verde e giz LB Laboratório de informática TG Trabalho em grupo RE Retroprojetor PS Projetor de slides TI Trabalho individual VI Videocassete AP Apostila SE Seminário DS Data Show OU Outros PA Palestra FC Flipchart

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FACULDADE DOM ALBERTO Cursos de Administração e Ciências Contábeis

Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto

AULA 1

1. COMUNICAÇÃO, LEITURA E ESCRITA O homem, sendo um ser social por excelência, porque vive em grupos e é dotado da capacidade de refletir, tem usado suas habilidades para manter relações com seus semelhantes, o que lhe possibilita partilhar pensamentos e emoções. E esse partilhar, antes da evolução do homem até o estágio homo sapiens, se estabelecia através de algumas “modalidades de significantes”, listadas por Vicente de Paulo Saraiva: pintura, escultura, música, dança. Mas a capacidade de pensar fez o homem criar outra ferramenta de comunicação - a palavra. A palavra, como um dos recursos mais fecundos da comunicação, é o instrumento que o homem possui para difundir idéias, expressar emoções e defender posições. Por isso, seu uso adequado tem sido amplamente defendido não só por profissionais ligados à área da comunicação, mas também por aqueles que vêem no domínio da palavra um requisito essencial para obtenção de sucesso no mercado de trabalho, independentemente do campo de atuação. Nessa linha de raciocínio, João Bosco Medeiros enfatiza: “O sucesso empresarial também depende de um sistema de comunicação eficaz, tanto interna, quanto externamente. A comunicação imprecisa, ambígua e insuficiente tem gerado a ruína de muitos empresários.” (MEDEIROS, 2005, p. 17) Diante disso, que estratégias adotar para estabelecer uma comunicação eficiente? Exercitar a leitura e a escrita e tornar-se um bom leitor.

Quais são as características do bom leitor?

►Um bom leitor cria possibilidades mais amplas de integração e ação social; ►Um bom leitor é aquele que capta o explícito e o implícito, as “entrelinhas” subjacentes ao texto, as intenções do autor; ►É aquele que constrói uma leitura crítica do mundo; ►É ainda aquele que aprecia a potencialidade da língua concretizada no texto e avalia o que se diz e como as coisas são ditas; ►Um bom leitor incorpora à leitura os seus conhecimentos prévios e as suas experiências de vida para atingir o significado do texto. Assim, em um mesmo texto diferentes possibilidades de leitura podem surgir. Mas é preciso ressaltar que uma leitura só é válida quando autorizada pelo texto e fundamentada por indicadores que permitem uma ou mais interpretações.

Que leituras podem ser feitas a partir do seguinte texto?

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto

ZERO HORA, 28 DE FEVEREIRO DE 2002.

Enfim, o bom leitor é aquele que constrói significado/sentido no texto. E a

atividade de leitura é um exercício que prepara o indivíduo para a vida em sociedade, devendo, por isso, ser cultivada e aperfeiçoada. Isso porque:

“Não basta, porém, ser alfabetizado para fazer da leitura um ato de ‘crítica’, que envolve constatação, reflexão e transformação de significados. [...] A leitura é uma atividade necessária no mundo de hoje e não deve restringir-se às finalidades de estudo. É preciso ler para se informar, para participar, para ampliar conhecimentos e alcançar uma compreensão melhor da realidade atual.” (ANDRADE; HENRIQUES, 1999, p. 49)

O domínio da leitura conduz ao domínio da escrita, prática indispensável

no contexto atual, já que o homem escreve para dar ordens, avisar alguém, receitar, registrar vivências, pedir, etc. inicio9-10). Para esses autores, “a escrita já nasceu com mil utilidades” (2003, p. 9-10) e a sua invenção foi um sucesso: “veio para ficar e se espalhar pelo mundo, e foi uma arma poderosíssima nas mãos dos povos que a dominavam, de tal forma que, hoje, os povos que não dispõem dela dependem da escrita dos outros para sobreviverem. E, mesmo dentro de países civilizados, o cidadão que não sabe escrever também depende dos que sabem para ficar vivo.” (2003, p. 10).

A dificuldade ou a ausência do culto à escrita pode tornar-se fator gerador de “exílio”, “colonização” e “dominação” do homem na sociedade, pois, segundo Faraco e Tezza,

O domínio da escrita é tão importante que, durante séculos, só se permitia que uma pequeníssima parcela da sociedade aprendesse a ler e a escrever. Escrever era uma questão de segurança social, política ou religiosa: só pessoas de determinadas classes ou castas tinham esse direito, exercido sempre sob estrito controle.” (2003, p. 10) Com o passar do tempo, a vigilância foi sendo amenizada e a escrita, popularizada de tal modo que é impensável “um mundo sem palavras escritas(FARACO; TEZZA, 2003, p. 9-11).

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto

Para Faraco e Tezza, a escrita é indispensável porque amplifica a

linguagem oral em dois aspectos: a escrita atravessa o tempo e atravessa o espaço. Por romper a linha temporal, faz história – na dupla acepção do termo. Ao ultrapassar barreiras geográficas, no envio de uma carta ou de um e-mail, por exemplo, a escrita possibilita a construção de uma memória de informações a serem compartilhadas por pessoas de/em diversos lugares. Essas duas peculiaridades da escrita, as quais são sintetizadas na noção de “permanência”, asseguram que “a escrita dominou o mundo” (FARACO; TEZZA, 2003, p. 12)

Se a escrita domina o mundo, o homem precisa dominá-la para se revelar apto a interagir socialmente.

Diante dessa necessidade de aprimoramento da capacidade de expressão escrita, algumas dicas são fundamentais:

►Ler atentamente bons textos, assumindo uma postura crítica; ►Ler autores da área que pretende seguir;

►Observar a forma de escrever dos autores;

►Corrigir deficiências do aprendizado da Língua Portuguesa;

►Dominar técnicas de redação e recursos lingüísticos básicos;

►Produzir textos.

É importante destacar que produzir bons textos não significa produzir

textos literários. Um texto bem elaborado é aquele que atende a determinados fins, seja no âmbito artístico, seja no profissional. Por exemplo, se o objetivo do redator é relatar pormenorizadamente tudo o que aconteceu numa reunião administrativa de uma empresa, ele precisará escrever uma ata, tipo de texto que se organiza segundo algumas normas específicas. Agora, se a intenção de um autor é produzir uma história a partir de acontecimentos do cotidiano e envolver o leitor numa narrativa literária, deverá escrever uma crônica. Portanto, quando se escreve um texto, é necessário atender aos objetivos da produção textual, obedecendo a um sistema de regras ligado não só a normas lingüísticas, mas também à tipologia textual.

Outro elemento importante na construção de um texto é a atenção ao contexto comunicativo. Quem será o leitor do texto? Que linguagem adotar para estabelecer comunicação com determinado leitor e para obedecer à característica do texto? Ao escrever um e-mail, por exemplo, o nível de linguagem usado quando se comunica com um amigo não é o mesmo quando o interlocutor é o chefe de trabalho.

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto

A atividade de escrita, então, pressupõe conhecimento do assunto a ser abordado, clareza das intenções/objetivos da produção textual, adequação à modalidade da língua e ao tipo de texto e ajuste de estrutura e expressão à característica do leitor/receptor. Além disso, o processo de escrita é baseado em noções de apresentação formal do texto, como a estrutura dissertativa - que exige a divisão do texto em, no mínimo, três parágrafos – e a estrutura da redação técnica – que possui linguagem e diagramação próprias.

Em síntese:

Organizar adequadamente a produção de um texto significa considerar o que se escreve, para que se escreve, como se escreve e para quem se escreve.

ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL

1. Imagine a seguinte situação: você é auxiliar administrativo de uma empresa do setor fumageiro e está trabalhando em sua sala. O telefone toca. É seu pai, pedindo que você vá depressa para o hospital porque sua mãe sofreu um acidente. Antes de sair do local de trabalho, você precisa deixar um aviso, informando que precisou sair mais cedo por motivos pessoais. Como você escreveria um aviso para o seu chefe, informando o ocorrido?

2. Diante da situação apresentada acima, considere que você ainda precisa avisar sua esposa. Que torpedo você enviaria a ela, noticiando os fatos?

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto

LER É UM EXERCÍCIO. UM CONVITE À LEITURA:

Nadando em letras

Estes dias, enquanto conversava com amigos, o assunto “literatura” veio à tona. Decepcionei-me ao saber que muitos detestavam ler e espantei-me com a razão: ler seria, na opinião deles, complicado, difícil. Sei lá, isso ficou lá num canto empoeirado da minha mente, até que reapareceu, e na hora certa; na hora em que nadava. Curioso, mas os atos de ler e de nadar têm muito mais comum do que aparentemente se pensa. Ler, assim como nadar, são atividades para as quais devemos treinar, aprender.

Algo gradual; não se começa nadando em uma piscina de 50 metros, assim como não se aprende a ler com um livro de Eco, mas com treino chegamos lá.

No princípio, mesmo uma piscina curta é um desafio. A borda oposta parece tão distante; uma eternidade marcada por lentas braçadas nos separa dela. De repente a gente vai e volta, as braçadas ficam rápidas e fortes; procuramos uma piscina grande. Um dia aprendemos que, ao chegar perto da borda, basta dar uma meia cambalhota, impulsionar com os pés e daí nadar ainda mais rápido. Depois da velocidade, vem o gosto pela distância, este junto com as temidas cãibras – mais treino. Dois, três quilômetros são (quase) brincadeira. Próximo desafio: água aberta e fria, rio, correnteza; desafio! O melhor de tudo é que a qualquer momento podemos lembrar dos estágios anteriores, isto é, ter consciência de que melhoramos de fato.

Ler é similar. Quando começamos, qualquer textinho é um desafio. O ponto final não chega nunca, nos perdemos ao mudar de linha; nossa própria leitura mental não consegue encontrar a entonação certa. Enfim, é um calvário de letrinhas. Quando os textos ficam curtos, pulamos para livretos e aos poucos desenvolvemos consciência do conteúdo que expõem, assim como na piscina quando aprendemos seus truques; em resumo, adquirimos experiência, a qual é vital para ir adiante. Então pulamos para livros complicados, grandes, clássicos de autores famosos ou não.

Eles dão um nó na gente e não é raro que tenhamos que ler determinadas partes duas vezes, ou retornar alguns capítulos para compreender o contexto. São as “cãibras gramaticais”, digamos assim – mais treino.

O que vem depois: outras línguas, outros autores, mais desafios .... quem sabe até mesmo escrever? E assim como a natação, o nostálgico “olhar para trás” é gratificante e neste caso, culturalmente impagável.

Pessoalmente, leio muito. Sou do time do Luís Fernando Veríssimo: se não tenho nada para ler, corro para a torneira do banheiro para ler “quente/fria”. Talvez por isso repudie aquela imagem esterotipada que fazem dos leitores, com seus pesados óculos, pele pálida, característica apatia, chatice e aversão a convívio pessoal e afins. Ela apenas intimida aqueles que lêem, nutre um preconceito, que assim como a maioria, é detestável e infundado. E chegou aquela hora de passar a mensagem final e se tenho uma, ela é: leiam! Ler é mentalmente saudável; nadar (ou praticar qualquer forma de esporte) é fisicamente saudável e como o ditado latino prescreve, mens sana incorpore sano, isto é, mente sã em corpo são.

Rafael Accorsi/Universidade de Freiburg, Alemanha

(Gazeta do Sul, 7 ago. 2002)

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto

1. A exemplo dos amigos do autor do texto, que detestavam ler, apresente outras razões possíveis para tanta resistência à leitura. 2. Na visão do autor do texto, a leitura também é complicada e difícil? Explique. 3. Considere a seguinte afirmação: “Ler, assim como nadar, são atividades para as quais devemos treinar, aprender”. Segundo o texto, como se desenvolve o processo de leitura? 4. Que estratégia lingüística o autor utiliza para explicar como se desencadeiam os estágios de leitura? 5. A partir da leitura do texto, explique o que são “calvário de letrinhas” e “cãibras gramaticais”. 6. O autor se opõe a uma visão tradicional de leitor, definida como ”aquela imagem esterotipada que fazem dos leitores, com seus pesados óculos, pele pálida, característica apatia, chatice e aversão a convívio pessoal e afins”. Qual a razão dessa oposição? 7. A referência a Luís Fernando Veríssimo não é casual. Por que Rafael Accorsi o citou? 8. No final do texto, o autor propõe uma reflexão-síntese construída pela analogia entre nadar e ler e pela citação de um provérbio latino. Explique, com suas palavras, essa reflexão.

DOMÍNIO DA LÍNGUA PORTUGUESA E MERCADO DE TRABALHO

A Língua Portuguesa e o Mercado de Trabalho Vanessa Loureiro Correa*

O programa de televisão "O Aprendiz 3", transmitido pelo canal fechado People and Arts e retransmitido pela TV Pampa, mostra a luta de doze candidatos por uma vaga na empresa de Roberto Justus, âncora do programa. Esse emprego é em Nova York e o salário é em torno de U$ 250.000 anuais, além de todos os confortos, ou seja, carro, apartamento, alimentação e outras vantagens. Para

serem merecedores da vaga, os candidatos precisam mostrar liderança, criatividade, conhecimento técnico e, também, domínio da língua materna e de

uma língua estrangeira.

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FACULDADE DOM ALBERTO Cursos de Administração e Ciências Contábeis

Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Ana Paula Teixeira Porto

Vários estudiosos da língua portuguesa escreveram sobre a importância de se saber mais de um nível de linguagem para a conquista da vaga. Justus não

perdoou os competidores que, em algum momento, usaram termos ou aspectos gramaticais inadequados. Foi incisivo e falou, por alguns minutos, sobre a

importância das línguas nas empresas. Provou que um excelente executivo não pode contar somente com o conhecimento da secretária para que a comunicação ocorra. O próprio Roberto demonstrou, em todos os programas, um alto nível de

domínio das línguas portuguesa e inglesa.

Muitos podem estar pensando que isso só ocorreu no programa porque o emprego era bom. Porém, revistas especializadas como Você S/A informam que, atualmente, o domínio lingüístico está sendo usado como fator de seleção, tendo em vista o bom currículo dos candidatos. Há empresas que pedem a conjugação de um verbo, outras fazem "ditado" de palavras portuguesas e inglesas, mas a grande maioria pede mesmo é a elaboração de uma redação. Sem sombra de

dúvida que a escritura de um texto é, de fato, a melhor maneira de se avaliar o candidato. Além dos aspectos gramaticais, pode-se verificar se ele sabe coesão,

coerência, partes textuais e outros elementos que constituem uma produção textual.

Sendo assim, torna-se evidente que a inserção no mercado de trabalho não

depende mais de um domínio somente técnico. Aqueles que ainda têm problemas com a língua materna terão de correr atrás do prejuízo se quiserem encontrar colocação. Ainda que se possa usar o nível coloquial com os amigos e

em situações informais, tem-se que dominar o culto para apresentar um diferencial. Não tem escapatória, a mensagem é clara: mãos à obra!

* Mestre em Lingüística Aplicada pela PUCRS, professora do Curso de Letras da ULBRA e tutora de Língua Portuguesa no ULBRA EAD. Coordenadora das Licenciaturas do ISEE.

Texto disponível em: http://www.ulbra.br/ead/linportuguesa.htm

Acesso em: 16 ago. 2008.

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FACULDADE DOM ALBERTO Cursos de Administração e Ciências Contábeis

Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Luana Teixeira Porto

AULA 02 2. LÍNGUA, LINGUAGEM E SOCIEDADE 2.1. CONCEITOS DE LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA

A comunicação em nossa sociedade pode ser realizada de diversas formas: através da palavra, do corpo, do gesto, da imagem, do som. Essas formas de comunicação são linguagens que se valem de diversos recursos para produzir significados. A linguagem é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem entre si. Além da linguagem verbal, cuja unidade básica é a palavra (falada ou escrita), existem também as linguagens não verbais. Há ainda linguagens mistas, que intercalam a verbal com a não verbal. Veja os exemplos:

Linguagem Verbal Texto opinativo (editorial), poema, ata, ofício, requerimento Linguagem não verbal

Música, dança, pintura, fotografia, escultura

Linguagem mista (verbal e não verbal)

Notícia de jornal (texto escrito e imagem, fotografia), sites da Internet, história em quadrinhos, cinema, teatro, novela

Segundo Dileta Martins e Lúbia Zilberknop (2003), no mundo moderno o

homem não vive sem a comunicação, que é uma “força de extraordinária vitalidade na observação das relações humanas e no comportamento individual [...] Provado está que a comunicação é um processo social e, sem ela, a sociedade não existiria” (2003, p. 23). Como processo indispensável à sobrevivência do homem na sociedade, é preciso ter domínio da comunicação e esta se estabelece através de diversos recursos, como a palavra, os gestos, os movimentos, os símbolos, o silêncio, etc. Mas de todos esses recursos, a palavra é o instrumento que tem sido preferido pelo ser humano para expressar seu pensamento, interagir com o outro e se fazer compreender.

O uso da palavra como instrumento de comunicação é regido por um código específico, que é dominado por um grupo de pessoas ou por toda uma comunidade e que possibilita a troca e a construção de mensagens. Esse código é a língua.

O que é língua? “Língua é um código que possibilita a comunicação. É um sistema de signos, combinações e de sons, de caráter abstrato, utilizado na fala.” (MEDEIROS, 2005, p. 28)

A língua portuguesa é o código que brasileiros usam nas diversas situações de comunicação e interação social. Por isso, quanto maior for o domínio da língua portuguesa, maiores serão as possibilidades de obter uma comunicação eficiente. Dominar de forma competente uma língua não significa somente conhecer o seu vocabulário; é necessário dominar

A língua portuguesa, assim como outras línguas neolatinas, originou-se do latim vulgar. Durante a expansão marítima, no século XV, foi levada pelos portugueses a outros continentes. Hoje é falada por 200 milhões de pessoas. Habitantes de Portugal, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Macau, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau falam a língua portuguesa.

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as suas leis combinatórias, isto é, fazer uma combinação de palavras que propicie sentido.

O falante de língua portuguesa pode conhecer o sentido das palavras, mas se não respeitar as leis de combinação das palavras, não produzirá significado, sentido.

Como código que possibilita a comunicação na sociedade, a língua assume um caráter social, pois o indivíduo sempre recorre ao mundo dos signos lingüísticos para formular suas mensagens. Dino Pretti (1984) sintetiza a relação entre língua e sociedade:

“Nas grandes civilizações, a língua é o suporte de uma dinâmica social, que compreende não só as relações diárias entre os membros da comunidade, como também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos meios de comunicação de massa até a vida cultural, científica e literária.” (PRETTI, 1984, p. 53)

É preciso destacar que a língua pertence a toda uma comunidade, evolui e transforma-se historicamente. Quando se fala em língua, deve-se abandonar a busca da homogeneidade e da instabilidade. A língua é mutável. Como exemplo dessas mudanças, pode-se observar o vocabulário: algumas palavras perdem ou ganham fonemas (sons); outras deixam de ser utilizadas; outras palavras são criadas de acordo com as necessidades das pessoas – é o caso dos neologismos e dos empréstimos de outras línguas com as quais uma comunidade tem contato.

Como podemos observar a flexibilidade e as mudanças da língua? Vejamos os textos: Texto 1: Em nossa última conversa, dizia-me o grande amigo que não esperava viver muito tempo, por seu um “cardisplicente”. _ O quê? _ Cardisplicente. Aquele que desdenha do próprio coração. Entre um copo e outro de cerveja, fui ao dicionário. _ “Cardisplicente” não existe, você inventou - triunfei. _ Mas se eu inventei, como é que não existe? – espantou-se o meu amigo. Semanas depois deixou em saudades fundas companheiros, parentes e bem-amadas. Homens de bom coração não deveriam ser cardisplicentes. Questão: “Mas se eu inventei, como é que não existe?” Segundo se deduz da fala espantada do amigo do narrador, a língua, para ele, era um código aberto,

(a) ao qual se incorporariam palavras fixadas no uso popular. (b) A ser enriquecido pela criação de gírias. (c) Pronto para incorporar estrangeirismos. (d) Que se amplia graças à tradução de termos científicos. (e) A ser enriquecido com contribuições pessoais.

Texto 2: Explicação moderna para uma pergunta antiga _ Pai, como é que eu nasci? _ Boa pergunta, filhão. Muito bem, tínhamos mesmo que ter essa conversa um dia. O que aconteceu foi o seguinte: eu e sua mãe nos conhecemos após nos

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encontrarmos num Chat desses da net, que existem para se conversar. O papai marcou uma interface com a mamãe num cybercafé e acabamos plugados. A seguir, a mamãe fez uns downloads no joy-stick do papai e quando estava tudo pronto para a transferência de arquivo, descobrimos que não havia qualquer tipo de firewall conosco. Como era tarde demais par dar o ESC, papai acabou fazendo o upload de qualquer jeito com a mamãe e, nove meses depois, você apareceu. Entendeu?

(Gazeta do Sul, Gazeta Mix, 02 mar. 2006, p.6)

De que forma o pai explicou o nascimento do filho?

A língua é um código aceito por convenção. Por isso, um indivíduo, isoladamente, não consegue modificá-la. As transformações da língua são ocasionadas por alterações lingüísticas surgidas em comunidades ou grupos sociais.

Além disso, a língua é usada tanto na escrita quanto na fala. A fala, segundo Medeiros, “é regida pelo uso consensual que os falantes fazem dos elementos do sistema” (2005, p. 28). Além disso, a fala é um ato intencional e individual, de vontade e de inteligência. Tanto a fala quanto a escrita são “usos individuais da língua” (CEREJA; MAGALHÃES, 2005, p. 21), pois os indivíduos não falam e escrevem da mesma forma.

Como enfatiza Medeiros (2005), a língua escrita e a língua falada apresentam diferenças de forma, gramaticalidade e recursos expressivos:

Estabelece-se diferença fundamental entre língua falada e língua escrita. A primeira é livre, desativada de componentes situacionais; a segunda é presa às regras da gramática e ao padrão considerado culto. Uma é criativa, espontânea; outra cuidada, elaborada. Ainda que a língua seja a mesma, a expressão escrita difere muito da oral, podendo-se facilmente comprovar que ninguém fala como escreve, ou vice-versa. (2005, p. 29).

O autor também ensina que na língua falada há mais contato entre os falantes, enquanto na escrita há mais distanciamento, pois “o contato entre quem escreve e quem lê é indireto” (2005, p. 29). Nesse sentido, o autor afirma que a língua falada é concreta, não apresenta grande preocupação gramatical, tem vocabulário reduzido e constantemente renovado e pode contar com outros recursos extralingüísticos, como os gestos, as expressões faciais, a postura. A língua escrita, ao contrário, é abstrata, conservadora, refletida e exige maior esforço para elaboração e obediência às regras gramaticais. Seu vocabulário deve ser preciso e apurado.

DIFERENÇAS ENTRE LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA LÍNGUA FALADA LÍNGUA ESCRITA

Vocabulário restrito e repetições de palavras Vocabulário amplo e variado Emprego de gírias e neologismos Emprego de termos técnicos

Uso de onomatopéias Uso de vocabulários eruditos e abstratos Emprego restrito de certos tempos verbais Emprego do mais-que-perfeito, subjuntivo,

futuro do pretérito Ausência de rigor na colocação pronominal Rigor na colocação pronominal

Supressão de pronomes relativos, como cujo Emprego de pronomes relativos Subjetividade e uso de expressões emotivas Objetividade e ausência de expressões

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emotivas Frases feitas, clichês, chavões, provérbios Uso criativo de frases

Sintaxe simples Sintaxe elaborada Frases inacabadas Frases construídas com rigor gramatical

Formas contraídas e omissão de palavras no interior das frases

Clareza na redação, sem omissões e ambigüidades

Predomínio de orações coordenativas Uso de orações coordenadas e subordinadas Quadro adaptado de Medeiros (2005)

Medeiros ainda observa que tanto a língua falada/oral quanto a língua escrita

apresentam níveis ou registros:

Em situações formais, a expressão se dá coma utilização de uma língua mais gramatical, com pronúncia cuidada. Em situações menos tensas, como a do meio familiar, a língua adquire características de informalidade, e as preocupações com a clareza e a correção tornam-se menos rigorosas. (MEDEIROS, 2005, p. 29-30).

Exercícios:

1) Coloque V (verdadeiro) e F (falso) nas alternativas a seguir:

( ) A língua, como elemento de comunicação, sofre mudanças, que variam no tempo e no espaço. Por isso, o modo como falamos e escrevemos hoje não é o mesmo de épocas anteriores. ( ) Enquanto a língua falada necessita de nexos entre frases, a escrita dispensa esses elementos, pois sua comunicação dispõe de outros recursos (como a riqueza vocabular) que auxiliam a comunicação. ( ) A gíria é um elemento de criatividade e expressividade usada na língua e é admitida na fala. ( ) Na língua falada, é comum o uso de períodos subordinados, que são mais longos e demonstram mais cuidado na elaboração lingüística. ( ) A língua falada é mais espontânea, usa clichês, frases feitas, que, na língua escrita, são evitados.

2) Leia o diálogo estabelecido entre dois jovens, Viviane e Juliana, no telefone a respeito de um trabalho em grupo para a faculdade.

_ Oi, Ju, cê acabou o trabalho? _ Já detonei, Vi! Só que não deu para passar na facu! O Giba ficou pegando no meu pé pra arrumar uns lances nuns gráficos. _ Ah! Falei que ia dar zica. Mas cê tá ligada que tem que escrever uma carta pra secretaria para entrega fora do prazo, né? _ Desencana. O Giba disse que ia resolver essa parada... _ Ah, então beleza! Dá um toque pro Marquinho, falô? Bejão! a) Que expressões, palavras demonstram a oralidade da língua? b) Em que contextos comunicativos a língua falada deve se manter mais formal

ou se apresentar de forma espontânea, como acontece no diálogo entre os universitários do texto acima?

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No uso da língua, o locutor deve ajustar sua fala e/ou escrita ao contexto comunicativo e especialmente ao interlocutor, já que a língua oferece uma multiplicidade de possibilidades de uso. Medeiros explica como o locutor/redator deve proceder ao elaborar seu texto, considerando o interlocutor:

“Assim, o redator empresarial utiliza uma variante mais elaborada da Língua Portuguesa se o texto que escreve se destina a pessoas de grau elevado de instrução; se se dirige a um público de grau de escolarização reduzido, deve fazer uso de uma variante mais adequada a esse nível.” (MEDEIROS, 2005, p. 30)

Outro ponto a destacar é que a língua falada e a língua escrita são formas diferentes de comunicação. Nenhuma é melhor ou pior do que a outra. Cada uma delas é apropriada a uma determinada forma de comunicação.

Apesar de reconhecer as diferenças de níveis da língua oral e da língua escrita, Medeiros é categórico ao afirmar que é imprescindível o domínio da língua escrita na sociedade atual:

“Note-se que, no entanto, a falta de domínio da língua escrita é estigmatizante e que no atual momento é crescente a importância da língua escrita como meio de informação científica e tecnológica.” (MEDEIROS, 2005, p. 30)

2.2. INTENÇÃO COMUNICATIVA E FUNÇÕES DA LINGUAGEM Toda vez que se estabelece uma interação entre as pessoas ocorre uma situação comunicativa. Todo o ato de comunicação verbal envolve sempre seis componentes básicos, descritos nos anos 1960 pelo formalista russo Roman Jakobson: # o locutor (aquele que diz algo a alguém) # o interlocutor (aquele com quem o locutor se comunica) # a mensagem (o texto, isto é, o que foi transmitido entre os falantes) # o código (a língua portuguesa) # o canal (a língua oral, ou seja, o meio físico que conduz a mensagem até o interlocutor) # o referente (o assunto da mensagem) Esses elementos podem ser esquematizados:

Referente Mensagem

Locutor ....................................................................................Interlocutor Canal

Código

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Quando as pessoas interagem por meio da linguagem, há sempre uma intenção, explícita ou implícita, de modificar o pensamento ou o comportamento do interlocutor. Não existe texto neutro. Não há fala ou escrita vazia de sentido. Assim, é possível dizer que toda situação comunicativa é pautada em uma intenção comunicativa. E o sucesso das interações verbais, seja na condição do locutor, seja na do interlocutor, depende da capacidade de o falante lidar com a intencionalidade, pois, por meio dela, é possível impressionar, ordenar, ofender, persuadir, informar, pedir, implorar, solicitar, etc.

Dependendo da intenção comunicativa do falante, ele organizará a linguagem embora a maioria das pessoas acredite que o uso da linguagem se dá de modo automático. Segundo Cereja e Magalhães, é por isso que “raramente se percebe que o modo como se organiza a linguagem está diretamente ligado à função que se deseja dar a ela, isto é, à intenção do locutor.” (2005, p. 33)

A linguagem desempenha sempre uma função na comunicação de acordo com a ênfase que o falante queira dar a um dos componentes do ato comunicativo. Nas palavras de Medeiros, “A linguagem estrutura-se em função do fator de comunicação (referente, emissor, receptor, canal, mensagem, código) a que se inclina” (2005, p. 41). Dependendo do objetivo da comunicação, o locutor recorrerá a determinados elementos da linguagem.

“Função pode ser entendida como serventia. Assim a linguagem serve para comunicar, para exprimir emoções, para levar o receptor a uma ação, para agradar, embelezar, para esclarecer algo da própria linguagem ou, simplesmente, para manter viva a comunicação.” (MEDEIROS, 2005, p. 41)

Assim como são seis os componentes da comunicação, são também seis as funções da linguagem: emotiva, conativa, referencial, metalingüística, fática e poética.

Função referencial

“Fundamento de toda comunicação; sua principal preocupação é estabelecer relação entre a mensagem e o objeto a que se refere. Por isso, denota, referencia, informa. É uma função que procura essencialmente dar à linguagem qualidades de objetividade, verificabilidade, evitando ambigüidades e confusões entre a mensagem e a realidade codificada. [...] é utilizada para produzir textos impessoais, objetivos”. (MEDEIROS, 2005, p. 41)

Função emotiva

“Estabelece relação entre a mensagem e o emissor. Quando utiliza essa função, o redator, embora também exponha idéias sobre o referente (função referencial), tem em vista, principalmente, exteriorizar emoções, apresentar sua atitude em relação ao objeto, que poderá ser bom, ruim, belo, feio, agradável, desagradável. Não há preocupação com o referente nem com o receptor, mas com as afirmações do eu.” (MEDEIROS, 2005, p. 41-42)

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Função conativa

“É a função que está centrada no destinatário; tem como objetivo influenciar-lhe o comportamento; estabelece relação entre a mensagem e o receptor, uma vez que toda comunicação objetiva obter do receptor uma reação.” (MEDEIROS, 2005, p. 42)

Função poética

“Função da linguagem que consiste na atualização das potencialidades estruturais da língua. Estabelece relação da mensagem consigo mesma. As características físicas do signo (som e visualização) são valorizadas; o sentido que daí advém não é previsto em uma mensagem convencional, utilizada nas relações diárias.” (MEDEIROS, 2005, p. 42)

Função fática

“O objetivo da função fática é estabelecer comunicação, controlar sua eficácia, prender a atenção do receptor, ou cortar a comunicação. Está centrada no contato físico ou psicológico. Apenas aproxima receptor e emissor.” (MEDEIROS, 2005, p. 44)

Função metalingüística

“Essa função está centrada no código, isto é, seu objeto é a própria linguagem e seu objetivo é definir o sentido dos signos que dificultam a compreensão do receptor. Serve para dar explicações ou precisar o código utilizado pelo emissor.” (MEDEIROS, 2005, p. 45)

IMPORTANTE: As funções da linguagem não existem isoladas em cada texto. Embora uma delas acabe predominando, elas convivem, mesclam-se, entrecruzam-se o tempo todo, obtendo-se de suas combinações os mais diferentes efeitos.

EXERCÍCIOS

1) Identifique qual função da linguagem predomina nos fragmentos: a) “Oh! Que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais!” (Casimiro de Abreu) b) Apesar de todas as oportunidades oferecidas pela organização, o funcionário não demonstrou crescimento, pois continua desempenhando suas atividades de modo inadequado, além de desperdiçar tempo, o que dificulta o alcance das metas. Portanto, senhor, tenho convicção de que, para o sucesso de nossa empresa, é necessário diminuir a carga horária dele e substituí-lo aos poucos por outro profissional, cujo perfil se aproxima das nossas expectativas. c) Pessoal! A OAB acaba de divulgar a lista dos candidatos aprovados no exame. Consegui! Fui aprovada!

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d) Aos dezesseis dias do mês de março do ano de dois mil e seis, às dezenove horas, na sala de reuniões da empresa Fontoura SA, situada na Rua Silva Jardim, 82, Porto Alegre, reuniram-se o diretor geral, Adonildo da Silva, o coordenador administrativo e financeiro, Felipe Ferreira, e a secretária administrativa, Caroline dos Santos, para discutir as novas metas da organização. O diretor destacou que a principal meta da empresa para o ano seguinte é o aumento nas vendas de produtos alimentícios, principal foco da organização. e) Alô! Como vai? Você está me ouvindo? f) “Veja Não diga que a canção está perdida Tenha fé em Deus, tenha fé na vida Tente outra vez Beba Pois a água viva ainda está na fonte Você tem dois pés para cruzar a ponte Nada acabou, não, não” (Raul Seixas) g) Estrangeirismo é a utilização na língua oral ou na escrita de palavra ou expressão de língua estrangeira. Shopping center é um exemplo. 2) A maioria dos textos de jornais e revistas especializadas na área de Administração são construídos seguindo uma função da linguagem. Leia uma parte de um artigo sobre a história da Administração no Brasil para responder às questões: Qual função da linguagem é dominante no texto? Por que tal função predomina nesse tipo de produção textual? “O início da valorização da ciência da Administração no Brasil está relacionado a uma necessidade de aprimoramento da Administração Pública Federal para a adoção de mudanças e reformas sociais que permitissem alavancar o desenvolvimento do país. Transformações, idealizadas durante a gestão do presidente Getúlio Vargas, que a burocracia existente até então não era capaz de processar pelo seu despreparo técnico-profissional. Foi na Era Vargas, nas décadas de 30 e 40, que a Administração começou a ganhar espaço, importância e status como atividade profissional e campo de ensino, pesquisa e documentação. A criação da Lei 4.769, em 1965, que regulamentou a profissão, foi o resultado de um processo de amadurecimento dos primeiros administradores brasileiros, que perceberam a incapacidade de evoluir sem a proteção legal de seus direitos e da definição clara das atividades privativas do Administrador. Até 1930, o ensino da Administração Pública era sempre agregado aos cursos de Comércio, Direito, Ciências Sociais ou Engenharia. Mas é nessa época que começam a chegar no país as idéias de Frederick M. Taylor e Henry Fayol sobre a então chamada Administração Científica. Com o objetivo de preparar a máquina do Poder Executivo para as metas e propósitos da Revolução de 30, tornando-as duradouras e eficientes, o regime de Vargas trouxe consigo o fortalecimento de uma nova área de estudos que, por conseqüência, terminou resultando em uma nova profissão: Técnico de Administração. Embora o termo hoje nos remeta a uma qualificação de nível médio, na época referia-se aos postos máximos do serviço público, aos experts em Administração.” (Revista Brasileira de Administração, nº 50, set. 2005)

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3. Na internet e nas bibliotecas, há um grande acervo de textos que dão dicas de como o contabilista deve se comportar para obter sucesso profissional. Leia um texto, extraído do site http://www.multiempresa.com.br/_etiqueta001.htm, em 2 de agosto de 2006.

ETIQUETA EMPRESARIAL

Saiba como fazer do marketing pessoal uma estratégia dentro e fora do mundo dos negócios

Todo mundo quer aparecer na mídia. Andy Warhol já dizia que todos têm os seus 15 minutos de fama; alguns querem mais. Um bom marketing pessoal faz milagres. Mas deve ser sutil, discreto, inteligente. Não pense que um armário cheio de marcas de grife fará de você o "bam-bam-bam" do qual todos querem informações. Roupa não é tudo. Você precisa ter o que falar. A exposição excessiva aos holofotes da imprensa pode ser desastrosa. Abaixo, damos algumas dicas para quem quer levar sua imagem até a imprensa: Marketing de sucesso

- Fale na mídia, de preferência sobre a sua área de atuação profissional; - Não use chavões; - Participe de entidades de classe; - Se for capaz, publique livros e artigos; - Freqüente cursos de pós-graduação; - Mantenha a mídia informada sobre os seus projetos empresariais e pessoais relevantes; - Procure um caminho original quando seus conhecimentos forem requisitados; - Conserve amizades dos tempos de colégio e universidade; - Não se deixe picar pela mosca da vaidade; - Mantenha a vida pessoal fora das pautas dos jornalistas.

Caso você queira um trabalho mais profissional, contrate uma assessoria de imprensa. O trabalho do marketing eficiente envolve um conjunto de ações de comunicação que procura ordenar a aparição do cliente na imprensa em ocasiões pontuais. E, para isso, nada melhor que um jornalista para mostrar o caminho das pedras.

a) Qual a intenção do autor ao produzir esse texto? b) Que função da linguagem predomina no texto? Que marcas lingüísticas podem justificar sua resposta? c) De todas as dicas apontadas para obter sucesso na área da Contabilidade, qual é a mais importante no seu ponto de vista? Por quê?

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AULA 03

LINGUAGEM, FUNÇÕES DA LINGUAGEM E LEITURA A identificação das funções da linguagem é um exercício para ampliar a competência de leitura, que depende não só do reconhecimento das inter-relações das linguagens, mas também da capacidade de apontar a intenção de um texto e de considerar dos gêneros textuais

EXERCÍCIOS 1. (ENADE-2005)

(Laerte. O condomínio)

(Laerte. O condomínio)

(Disponível em: http://www2.uol.com.br/laerte/tiras/index-condomínio.html) As duas charges de Laerte são críticas a dois problemas atuais da sociedade brasileira, que podem ser identificados pela crise (A) na saúde e na segurança pública. (B) na assistência social e na habitação. (C) na educação básica e na comunicação. (D) na previdência social e pelo desemprego. (E) nos hospitais e pelas epidemias urbanas. 2. (ENADE-2005) Leia e relacione os textos a seguir. O Governo Federal deve promover a inclusão digital, pois a falta de acesso às tecnologias digitais acaba por excluir socialmente o cidadão, em especial a juventude.

(Projeto Casa Brasil de inclusão digital começa em 2004. In: MAZZA, Mariana. JB online.)

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Comparando a proposta acima com a charge, pode-se concluir que (A) o conhecimento da tecnologia digital está democratizado no Brasil. (B) a preocupação social é preparar quadros para o domínio da informática. (C) o apelo à inclusão digital atrai os jovens para o universo da computação. (D) o acesso à tecnologia digital está perdido para as comunidades carentes. (E) a dificuldade de acesso ao mundo digital torna o cidadão um excluído social. VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS Segundo Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza (1992), a língua “é um imenso conjunto de variedades” (1992, p. 11). As diferenças perceptíveis no uso de uma língua caracterizam as diferenças lingüísticas, que são decorrentes de distintos fatores. Mauro Ferreira (2003) explica que já na Antigüidade Clássica, Horácio, grande poeta e intelectual latino, indicava a possibilidade de os usuários de uma determinada língua usarem-na de forma diferente embora todos tenham conhecimento das estruturas gerais de funcionamento desse código:

Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da idade; se uma matrona autoritária ou uma ama dedicada; se um mercador errante ou um lavrador de pequeno campo fértil [...]

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(Horácio, Arte poética)

O fragmento de um poema de Horácio explicita a idéia de que, dentro de um mesmo idioma, a estrutura da língua possa sofrer variação devido a uma série de fatores, como a idade do falante, o grupo social a que pertence, a relação entre ele e o ouvinte, etc. Algumas dessas variações são facilmente perceptíveis, outras são mais sutis. Tais variações são chamadas variações lingüísticas. As variações lingüísticas são causadas por três fatores principais: o tempo histórico, o ambiente geográfico e o grupo sociocultural.

VARIAÇÃO HISTÓRICA Como a língua não é estática nem imutável, com o passar do tempo é natural ocorrer mudança na forma de falar, na grafia de palavras e no significado dos vocábulos. Essas transformações surgidas ao longo do tempo recebem o nome de variações históricas. Veja como Carlos Drummond de Andrade comenta a variação histórica de uma língua:

Antigamente Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não

faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando asas, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. [...] Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam em camisa onze varas, e até calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água.

[...] Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados; chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não: verdadeiros cromos, umas tetéias.

[...] Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos lombrigas, asthma os gatos, os homens portavam ceroulas, botinas e capa-de-goma [...] não havia fotógrafos, mas retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam. Mas tudo isso era antigamente, isto é, outrora.

Carlos Drummond de Andrade VARIAÇÃO GEOGRÁFICA Observe os versos: “E o coração vazio voa vadio Como uma pipa no ar.” (Boca Livre, CD Songboca, 1994)

“O céu povoado de inquietas pandorgas. Outros meninos

erguem-nas, o dia inteiro.” (Osman Lins)

Conforme explica Ferreira (2003), os termos pipa e pandorga são variações

de nome de um brinquedo, o qual também ser chamado de papagaio, tapioca, maranhão, arraia ou quadrado, dependendo da região do falante. Nesses casos em que num determinado lugar o objeto recebe um nome e em outro lugar esse mesmo objeto é conhecido por outra expressão tem-se um exemplo de variação geográfica no vocabulário: “o nome do brinquedo muda de lugar para lugar, de região para região” (2003, p. 77).

Ferreira ainda destaca que “Além de estar presente no vocabulário, a variação geográfica pode ser constatada também em certas estruturas de frases e principalmente na pronúncia. A pronúncia característica dos falantes de uma região

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é comumente chamada de sotaque: sotaque nordestino, sotaque mineiro, sotaque gaúcho, etc.” (2003, p. 77) VARIAÇÃO SOCIOCULTURAL

A variação sociocultural, segundo Ferreira (2003), não é difícil de ser constatada. O autor explica essa variação da seguinte forma:

Suponha, por exemplo, que alguém diga a seguinte frase: • Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão. [Frase 1]

Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos caracterizá-la, por exemplo, pela profissão: um advogado? um trabalhador braçal da construção civil? Um médico? Um garimpeiro? Um repórter de televisão?

E quem usaria a frase a seguir? • Obviamente faltou-Ihes coragem para enfrentar os ladrões. [Frase 2]

Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes de grupos sociais economicamente mais pobres. Pessoas que, muitas vezes, não freqüentaram a escola, ou, quando muito, fizeram-no em condições não-adequadas.

Já a frase 2 é mais comum aos falantes que tiveram possibilidades socioeconômicas melhores e puderam, por isso, ter um contato mais duradouro com a escola, com a leitura, com pessoas de um nível cultural mais elevado e, dessa forma, "aperfeiçoaram" seu modo de utilização da língua.

Para Ferreira (2003), “a comparação entre as duas frases permite concluir, portanto, que as condições sociais influem no modo de falar dos indivíduos, gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mesma língua” (p. 78). Essas variações recebem o nome de variações socioculturais. É nesse tipo de variações que estão incluídos os estrangeirismos e as gírias.

EXERCÍCIOS

1. Leia este relato de um professor português que, em 1960, mudou-se de seu país e veio morar no Brasil: “Vim em 1960 e fui dar aula no Colégio Salesiano de Recife. Logo na primeira semana, fui chamado pela direção: um pai se queixara de que eu ofendera sua filha. É que eu dissera ‘cale-se, rapariga’, sem saber que, no Nordeste, rapariga significa prostituta.” a) Com que significado o professor pretendeu utilizar a palavra rapariga, ao falar com a aluna? b) Que tipo de variação lingüística gerou o problema? Justifique. 2. (ENADE) Samba do Approach Venha provar meu brunch Saiba que eu tenho approach Na hora do lunch Eu ando de ferryboat

Eu tenho savoir-faire Meu temperamento é light Minha casa é hi-tech Toda hora rola um insight Já fui fã do Jethro Tull

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Hoje me amarro no Slash Minha vida agora é cool Meu passado é que foi trash Fica ligada no link Que eu vou confessar, my love Depois do décimo drink Só um bom e velho engov Eu tirei o meu green card E fui pra Miami Beach Posso não ser pop star

Mas já sou um nouveau riche Eu tenho sex-appeal Saca só meu background Veloz como Damon Hill Tenaz como Fittipaldi Não dispenso um happy end Quero jogar no dream team De dia um macho man E de noite uma drag queen. (Zeca Baleiro)

I - “(...) Assim, nenhum verbo importado é defectivo ou simplesmente irregular, e todos são da primeira conjugação e se conjugam como os verbos regulares da classe.” (POSSENTI, Sírio. Revista Língua. Ano I, n.3, 2006.) II - “O estrangeirismo lexical é válido quando há incorporação de informação nova, que não existia em português.” (SECCHIN, Antonio Carlos. Revista Língua, Ano I, n.3, 2006.) III - “O problema do empréstimo lingüístico não se resolve com atitudes reacionárias, com estabelecer barreiras ou cordões de isolamento à entrada de palavras e expressões de outros idiomas. Resolve-se com o dinamismo cultural, com o gênio inventivo do povo. Povo que não forja cultura dispensa-se de criar palavras com energia irradiadora e tem de conformar-se, queiram ou não queiram os seus gramáticos, à condição de mero usuário de criações alheias.” (CUNHA, Celso. A língua portuguesa e a realidade brasileira. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1972.) IV - “Para cada palavra estrangeira que adotamos, deixa-se de criar ou desaparece uma já existente.” (PILLA, Éda Heloisa. Os neologismos do português e a face social da língua. Porto Alegre: AGE, 2002.) O Samba do Approach, de autoria do maranhense Zeca Baleiro, ironiza a mania brasileira de ter especial apego a palavras e a modismos estrangeiros. As assertivas que se confirmam na letra da música são, apenas, (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III.

(D) II e IV. (E) III e IV.

O “CERTO” E O “ERRADO” NO IDIOMA

Observe novamente as frases:

“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” “Obviamente faltou-lhes coragem para enfrentar os ladrões.”

Qual dessas frases é gramaticalmente correta? Mas, se tanto a frase 2 como a frase 1 dizem a mesma coisa, se qualquer pessoa que seja falante de nosso idioma pode compreendê-las perfeitamente, por que considerar uma frase correta e outra errada? Como determinar o que é certo e o que é errado em um mesmo idioma?

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Ferreira enfatiza que, “de modo geral, os falantes de um idioma são levados a aceitar como ‘correto’ o modo de falar do segmento social que, em conseqüência de sua situação econômica e cultural privilegiada, tem maior prestígio na sociedade. Assim, o modo de falar desse grupo social passa a servir de padrão, enquanto as demais variedades lingüísticas, faladas por grupos sociais menos prestigiados, passam a ser consideradas ‘erradas’.” (2003, p. 81)

É importante estar ciente de que, em princípio, não existe uma forma melhor ("mais certa") ou pior ("mais errada") de falar. Trata-se apenas de uma diferenciação que se estabelece com base em critérios sociais e em situações de uso efetivo da língua. (FERREIRA, 2003, p. 81)

Nessa mesma linha de raciocínio, Faraco e Tezza defendem a idéia de que há atribuição de valor diferente entre uma e outra variedade lingüística e que essa valoração está ligada a condicionamentos históricos e sociais:

as variedades mantêm uma relação de valor umas com as outras. Em bom português, a verdade é que todas as sociedades humanas estabelecem uma hierarquia entre suas variedades, atribuindo valores a este ou àquele traço da fala. Por motivos sociais e históricos, algumas variedades são consideradas boas (a essas damos o nome técnico de variedades padrões ou língua padrão) e outras más. (FARACO; TEZZA, 1992, p. 13).

Assim, proferir a frase "Eles não teve peito de encará os ladrão" está

lingüisticamente correto, já que é possível compreender as idéias que expressa, mas está gramaticalmente incorreto, pois o enunciado não obedece aos padrões definidos pela gramática normativa.

LÍNGUA CULTA E LÍNGUA COLOQUIAL

As proposições de Ferreira (2003) sinalizam que, convencionalmente, é considerada "certa" ou "modelar" a variedade lingüística utilizada pelos falantes que integram o grupo de maior prestígio social. Essa é a chamada língua culta, falada e escrita em situações mais formais, pelas pessoas de maior instrução e é difundida principalmente pela ação da escola e dos meios de comunicação.

Já a língua coloquial “é uma variante mais espontânea, utilizada nas relações informais entre os falantes. É a língua do cotidiano, sem muita preocupação com as normas. O falante, ao utilizá-la, comete deslizes gramaticais com freqüência considerável. Outra característica da língua coloquial é o uso constante de expressões populares, frases feitas, gírias, etc”. (FERREIRA, 2003, p. 81)

Numa comparação entre a língua culta e a língua coloquial, é possível constatar que, em certos aspectos, as diferenças entre as duas são bem evidentes, mas, em outros, os limites não são tão claros, ficando difícil, nesses casos, definir uma "fronteira" entre o que é culto e o que é coloquial.

As diferenças percebidas com mais facilidade entre a língua coloquial e a língua culta são as mesmas observáveis entre a língua falada e a língua escrita.

IMPORTANTE! Empregar a língua culta não significa, necessariamente, “falar difícil”, usando palavras e expressões raras. Usar a língua culta significa falar (ou escrever) obedecendo às regras da gramática normativa.

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ADEQUAÇÃO E INADEQUAÇÃO LÍNGÜÍSTICA Quando uma pessoa se comunica com outra(s), para que esse ato se

realize de forma eficiente, é necessário que ela faça a adequação da linguagem. Há situações em que a relação entre os interlocutores é mais descontraída, mais informal ou pessoal, casos em que fica mais adequado o emprego de uma linguagem informal, mais "solta". Outras vezes, essa relação é mais impessoal, mais distanciada, o que requer uma linguagem mais formal, “mais cuidada”" .

São vários os fatores que, isoladamente ou combinados, levam o falante a adequar sua linguagem às circunstâncias do ato de comunicação. Entre esses fatores, destacam-se:

# o interlocutor (não se fala do mesmo modo com um adulto e com uma

criança);

# o assunto (não se fala sobre a morte de uma pessoa amiga da mesma maneira que' se fala sobre a derrota do time de futebol);

# o ambiente (não se fala do mesmo jeito em um templo religioso e em um churrasco com amigos);

# a relação falante-ouvinte (não se fala da mesma maneira com um amigo e com um estranho; ou em uma relação informal e em uma relação formal).

Em um ato de comunicação, a influência desses e de outros fatores resulta num

maior ou menor grau de formalidade ou informalidade na linguagem. O grau de formalidade do redator empresarial, por exemplo, deve ser alcançado considerando-se o “público-alvo” do texto. Se o interlocutor for um sujeito com pouca escolarização, a variedade lingüística utilizada dever ser menos formal. Agora se o falante for um indivíduo culto, a língua culta deve ser adotada para a comunicação.

Observando as variantes lingüísticas adotadas no meio empresarial, João Bosco Medeiros (2005) constata que os profissionais desse ramos têm usado geralmente um “nível comum tenso”, ou seja, não têm redigido textos em linguagem só compreensível para doutores, nem escrito textos com uma variedade que agrida o padrão culto da língua. E essa é uma saída correta para adequar a língua ao contexto de comunicação?

EXERCÍCIOS

1. Em cada situação a seguir, indique se a linguagem utilizada pelo falante está adequada ou inadequada. a) Um advogado, num tribunal de júri, diz: “Tá na cara que a testemunha ta enrolando”. b) Um advogado, num tribunal de júri, diz: “É evidente que a testemunha está faltando com a verdade.” c) Um advogado, batendo um papo com um amigo, diz-lhe, a respeito de um julgamento: “Tava na cara que a testemunha tava enrolando.” Leia o texto a seguir para responder às questões 2 a 4.

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2. (MEC) Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em: a) situações formais e informais b) diferentes regiões do país c) escolas literárias distintas d) textos técnicos e poéticos e) diferentes épocas 3. (MEC) No poema, a referência à variedade padrão da língua está expressa no seguinte trecho: a) “A linguagem / na ponta da língua” (v. 1 e 2) b) “A linguagem / na superfície estrelada de letras” (v. 5 e 6) c) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” (v. 14) d) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (v. 15) e) “[a língua] do namoro com a priminha” (v. 17) 4. Analise as assertivas.

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I. Embora o sujeito-lírico afirme que “figuras de gramática, esquipáticas” (v. 11) o atropelam, ele parece dominar regras do padrão culto da língua, como se percebe no uso dos pronomes no verso 12. II. O verso 14 poderia receber o pronome “mim” depois da preposição “para” na expressão “para ir lá fora” e essa alteração não provocaria inadequação em relação às regras da língua culta. III. O uso reiterado de pronomes de primeira pessoa indica um posicionamento pessoal do sujeito-lírico acerca da língua portuguesa e de suas variações lingüísticas. Qual(is) da(s) alternativa(s) está(ao) correta(s)? a) Apenas I. b) Apenas I e II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) Todas estão corretas 5. (ENADE – 2006)

Jornal do Brasil, 3 ago. 2005.

Tendo em vista a construção da idéia de nação no Brasil, o argumento da personagem expressa (A) a afirmação da identidade regional. (B) a fragilização do multiculturalismo global. (C) o ressurgimento do fundamentalismo local. (D) o esfacelamento da unidade do território nacional. (E) o fortalecimento do separatismo estadual. 6. (ENADE – 2007) Vamos supor que você recebeu de um amigo de infância e seu colega de escola um pedido, por escrito, vazado nos seguintes termos: “Venho mui respeitosamente solicitar-lhe o empréstimo do seu livro de Redação para Concurso, para fins de consulta escolar.” Essa solicitação em tudo se assemelha à atitude de uma pessoa que (A) comparece a um evento solene vestindo smoking completo e cartola. (B) vai a um piquenique engravatado, vestindo terno completo, calçando sapatos de verniz. (C) vai a uma cerimônia de posse usando um terno completo e calçando botas. (D) freqüenta um estádio de futebol usando sandálias de couro e bermudas de algodão. (E) veste terno completo e usa gravata para proferir uma conferência internacional.

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TÓPICOS GRAMATICAIS: PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS Algumas palavras confundem tanto no momento de escrever quanto no de falar, porque, embora sejam diferentes no sentido, apresentam semelhança na escrita e na pronúncia – as parônimas – ou apresentam diferença na escrita e semelhança na pronúncia – as homônimas. As palavras parônimas e homônimas mais comuns são: Acender: pôr fogo Ascender: subir

Vou acender meu cigarro. Vou ascender profissionalmente quando tiver um diploma de curso superior.

Atuar: agir Autuar: processar, lavrar auto de infração

Eu vou atuar como administrador em empresa do ramo fumageiro. O fiscal vai autuar todas as empresas que estiverem com contabilidade fraudulenta.

Comprimento: extensão Cumprimento: saudação; ato de cumprir

O comprimento da mesa é 1m. Aceite meus cumprimentos pela formatura.

Caçar: perseguir a caça Cassar: anular, tirar os direitos políticos de

Que tal caçar os pássaros que estão invadindo a lavoura de arroz? Alguns políticos ameaçaram cassar o presidente Lula.

Censo: recenseamento Senso: juízo claro

O último censo realizado no Brasil mostrou diminuição da desigualdade social. Nem todo mundo tem bom senso.

Cessão: ato de ceder, doação Seção ou secção: corte, divisão Sessão: reunião, assembléia

A cessão de brinquedos para entidades carentes foi uma excelente atividade promovida pelo Lions. A seção de esportes da Gazeta do Sul apresenta reportagens especialmente sobre futebol Iremos amanhã à sessão do filme de Elizabeth Taylor

Concerto: harmonia; composição musical Conserto: reparo

Concerto de música clássica nem sempre atrai grande público. O conserto do sapato ficou excelente.

Delatar: denunciar Dilatar: estender, retardar; aumentar de volume

O presidente da câmara vai delatar quatro políticos envolvidos no mensalão. Os pulmões contraem-se e dilatam-se.

Descrição: representação; ato ou efeito de descrever Discrição: ato de ser discreto, reserva

Você já fez a descrição da turma de alunos? Guardando sigilo, tu agirás com discrição.

Emergir: vir à tona Imergir: mergulhar

Emergiu o escândalo do mensalão na política brasileira. Preciso imergir na piscina para pegar meu óculos que caiu enquanto nadava.

Eminente: alto, excelente Iminente: que está prestes a ocorrer

Aquele é um eminente conferencista. O parto de uma mulher com quase nove meses de gestação está iminente.

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Flagrante: ato de ser surpreendido em alguma situação; evidente; patente Fragrante: perfumado, aromático

O criminoso foi apanhado em flagrante. Como esse sabonete é fragrante!

Infligir: aplicar (pena ou repreensão) Infringir: violar, transgredir, desrespeitar

O delegado infligiu-lhe um duro castigo. Um guri infringiu a lei ao arrombar uma casa.

Mandado: ordem judicial Mandato: período de missão política

O mandado de prisão foi levado até o acusado. Acabam em 2006 os mandatos de deputados.

Ratificar: confirmar Retificar: corrigir

A palestrante ratificou sua presença no evento. Preciso retificar o texto do redator da CPI.

Soar: dar ou produzir som ; ecoar Suar: transpirar

O sino da igreja soa todas as manhãs. Quem corre muito, sua.

Tachar: censurar, notar defeito em Taxar: estabelecer preço ou imposto; avaliar, julgar

Márcio T. Bastos tachou o presidente de mentiroso. O governo taxou fortemente as bebidas e cigarros.

Tráfego: trânsito Tráfico: comércio ilícito

O tráfego de caminhões é proibido nas principais ruas da cidade. O tráfico de drogas é proibido, mas existe.

Vultoso: volumoso Vultuoso: atacado de vultuosidade (congestão da face)

Fez um negócio vultoso essa semana. Seu rosto estava vultuoso e irreconhecível.

EXERCÍCIOS 1. Qual das alternativas completa adequadamente o período: “O guarda ________ em ________ o motorista que _________ as normas de trânsito. a) atuou – fragrante – infringiu b) autuou – fragrante – infringiu c) atuou – fragrante – infligiu

d) atuou – flagrante – inflingiu e) autuou – flagrante – infringiu

2. Preencha os espaços com seção, sessão ou cessão: a) “Durante a ___________ parlamentar, uma _____________ do partido do Governo manifestou-se contrária à ____________ de terras a imigrantes do Japão. b) Na _________ plenária estudou-se a __________ de direitos territoriais a estrangeiros. 3. Complete as lacunas com uma das opções indicadas entre parênteses: a) Cidadãos ___________________ antecederam-me neste cargo. (eminente – iminente) b) Ao fim das investigações, a verdade ______________ , e tudo ficou bem esclarecido. (emergiu – imergiu) c) É inadmissível que se ______________ pessoas por religião, sexo ou cor. (descriminem – discriminem) d) Se as leis forem ____________________, as penas terão de ser aplicadas. (infligidas – infringidas) e) As despesas com a reforma do prédio serão __________. (vultosas – vultuosas)

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f) Por sua solidariedade, ______________-no de benfeitor da humanidade. (taxaram – tacharam) g) Está ________________ a mudança da legislação salarial. (eminente – iminente) h) O _________________ dos representantes classistas, em todas as instâncias, é de três anos. (mandado – mandato) i) Quando, algum tempo depois, ele voltou, trazia as orelhas vermelhas e o rosto ____________. (vultuoso – vultoso) 4. Leia as frases abaixo: I – Assisti a um _______ de meu computador. II – Ele fez ao filho a ___________ de uma parte das terras. III – De tempo em tempo se faz um novo ________ da população. Escolha a alternativa que oferece as seqüência certa de vocábulos para a seqüência das lacunas.

a) conserto, sessão, censo b) concerto, seção, senso c) conserto, secção, censo

d) conserto, cessão, censo e) concerto, cessão, senso

5. Assinale a alternativa em que o significado não corresponde à palavra dada:

a) Expiar: pagar (a culpa), remir b) Sela: arreio c) Seção: corte, divisão

d) Ratificar: confirmar e) Flagrante: perfumado

6. Escolha, entre as alternativas abaixo, a que propõe a substituição dos termos ou expressões em destaque, sem que haja alteração no sentido da sentença apresentada abaixo: Parecia estar prestes a acontecer a punição do réu, visto que os fatos já indicavam que ele realmente teria desrespeitado as leis e, nesse sentido toda a população já está censurando de indevida a atitude do acusado. a) iminente – porquê – infringido – taxando b) iminente – porque – infligido – tachando c) eminente – por que – infringido – tachando d) eminente – porque – infligido – tachando e) iminente – porque – infringido - tachando 7. Assinale a alternativa correta:

a) Trouxeram-me um ramalhete de rosas brancas flagrantes. b) O governo, cada vez mais, procurar controlar o tráfico no trânsito. c) Os ladrões, apesar das tentativas de fuga, foram pegos em flagrante. d) As despesas de mudança será vultuosas. e) Os jogadores espanhóis soaram muito na partida contra o Brasil, pois

fizeram muitos esforços físicos para acompanhar o ritmo dos brasileiros.

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AULA 04

TÓPICOS GRAMATICAIS: USOS DOS PORQUÊS O domínio no uso da língua, pela sua diversidade, exige atenção a diversos fatores (quem fala, o que fala, para que se fala, como se fala, em que ambiente se fala, etc). outra condição básica é saber distinguir a língua culta da língua coloquial, reconhecendo em que situações elas são adequadas ou não.

Em relação ao uso da língua culta, para evitar inadequações, são necessários conhecimentos gramaticais. É a gramática normativa que orienta a exploração da língua culta. Nessa perspectiva, na língua portuguesa, algumas palavras e expressões, por apresentarem a mesma pronúncia, costumam deixar dúvidas quanto à forma de escrevê-las. É o caso, por exemplo, dos porquês. EMPREGO DOS PORQUÊS

USA-SE POR QUE: a) nas interrogativas diretas e indiretas: Por que você demorou tanto? Quero saber por que você demorou tanto. b) sempre que estiverem expressas ou subentendidas as palavras motivo, razão: Não sei por que ele se ofendeu. Eis por que não lhe escrevi antes. c) quando a expressão puder ser substituída por para que ou pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais: A estrada por que passei está esburacada.

USA-SE POR QUÊ:

Quando a expressão aparecer em final de frase ou sozinha: Ria, ria, sem saber por quê. Brigou de novo? Por quê?

USA-SE PORQUE: Quando a expressão equivaler a pois, uma vez que: Não responda, porque ele está com a razão.

USA-SE PORQUÊ: Quando a expressão for substantivada, situação em que é precedida de artigo ou pronome: O diretor negou-se a explicar o porquê de sua decisão.

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A ministra mencionou outro porquê da mudança de horário.

EXERCÍCIOS 1. Complete adequadamente as lacunas com por que, por quê, porque ou porquê: a) O setor agrícola brasileiro se desenvolve ___________ investe em novas tecnologias. b) Sua ausência revelou-me o ____________ de tanta saudade. c) _______________ o homem interfere cada vez mais no meio ambiente? d) As passagens para Salvador não foram compradas _____________? e) Indaguei-lhe ___________ aquela viagem lhe faria bem. f) A apresentação do show ______________ aguardávamos há tempos será neste fim de semana. g) A última eleição para prefeito foi anulada ______________ houve fraude. h) ___________ você não trabalha? i) Ele não estuda _________________ não quer. j) Não trabalhas _______________? l) Não entendo o _____________ de semelhantes atitudes. m) Gostaria de saber _________________ não vieste à aula. n) Eis a razão _______________ não gosto de tirar conclusões apressadas. o) Não temos _____________ desistir. p) De onde viera, como viera, ___________ viera, poucos o saberiam dizer.

2. Leia os períodos que seguem: I. Como os homens não aceitam as mudanças, sofrem mais do que as mulheres. II. Os homens sofrem mais do que as mulheres por qual motivo? III. Os motivos pelos quais os homens sofrem mais os estudiosos não esclarecem. Os termos grifados podem ser substituídos sem prejuízo de sentido pelas palavras: a) porque – por quê – por que b) por que – por quê – por que

c) porque – porquê – por quê d) por que – por quê – por quê

3. A expressão em destaque está corretamente usada em:

a) Porquê estava cansado, o namorado dormiu sem dar atenção à conversa. b) Não sabemos o porque de sua dúvida. c) Você me evita não sei por quê. d) Porque você me evita não sei. e) Não sei por quê você me evita.

4. Considere o destaque: “Entrou na fila e começou a chatear o camarada da frente, perguntando por que a fila era maior”. Em qual das alternativas caberia a expressão destacada, com exatamente a mesma função? a) Ela não veio hoje, _____ estava doente. b) A rua ____ passei estava alagada. c) Paula não me disse _____ não pode ir ao baile. d) Já sei o _____ de todo esse mistério. e) Você não estudou ______ ? 5. (Unimep) – “Perguntei ..... ele não veio. Ele disse que não veio ...... choveu.” A alternativa que preenche corretamente as lacunas é: a) porque - porque b) por que – porque c) por que – por que

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d) por quê – porque e) porquê – por que 6. (Fesp – SP) – Considere as frases: I – O porquê da evasão escolar parece muito claro. II – Por que você não veio? III - você não veio por quê? IV – O motivo porque ele saiu não interessa. V – Irei porque em agrada sua companhia. a) Todas corretas. b) Todas corretas, menos a IV c) I, III e IV. d) II e IV corretas. e) Todas incorretas. TÓPICOS GRAMATICAIS: DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS Na língua portuguesa existem certas palavras e expressões que costumam gerar dúvidas quanto à escrita, ao uso, ao sentido. Dependendo do contexto em que são usadas devem ser grafas de uma ou de outra forma, obedecendo às leis de sentido e de gramática. A seguir são apresentadas algumas dessas palavras: MAU OU MAL

Na dúvida, adote esta regra prática: mal é oposto de bem; mau é oposto de bom. Observe a substituição: mal-humorada (bem-humorada), mal-estar (bem-estar, mau-agouro (bom-agouro). Mau é adjetivo e, portanto, modifica um substantivo: Ele é um mau companheiro. Ela é má-criada. Mal pode ser:

a) Substantivo: Não há mal que sempre dure. (Não há males que durem para sempre.)

b) Advérbio: O Jogador comportou-se mal. E dormiu mal. c) Conjunção (corresponde a quando): Mal cheguei, ele saiu. d) Prefixo: mal-educado, mal-criado

A FIM DE OU AFIM

A fim de indica finalidade, com objetivo de, com intuito de; corresponde a para: Cheguei cedo a fim de terminar o meu serviço. Afim corresponde a semelhante ou parente por afinidade: A Economia e a Estatística são disciplinas afins.

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HÁ OU A Emprega-se há: a) com referência a tempo passado. Equivale a faz: Não o vejo há muito tempo. b) quando se trata de forma do verbo haver: Há um artigo interessante nesta revista. Emprega-se a: a) com referência a tempo futuro: A dois minutos da peça, o ator ainda retocava a maquilagem. b) com referência a distância: Morava a cinco quadras daqui. MEIO OU MEIA

Meio é advérbio quando equivale a mais ou menos, um pouco: A janela meio aberta deixava ver o interior da casa. Hoje eu estou meio cansada, por isso não vou à aula. Meia é adjetivo quando equivale a metade. Nesse caso é variável: Comprei meio quilo de carne e meia dúzia de ovos. Já é meio-dia e meia (hora). MAS OU MAIS

Mais indica quantidade; é o contrário de menos. Converse menos e trabalhe mais. Mas é conjunção; equivale a porém, todavia, contudo, entretanto. Ele pretendia apoiá-la, mas na última hora desistiu.

IMPORTANTE! Empregue sempre menos para indicar em quantidade menor: Diga menos mentiras, Ari!

“Menas” é palavra que não existe na língua portuguesa. AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A

A expressão ao encontro de é uma locução prepositiva que significa em busca de, em favor de. Sua ação beneficente vai ao encontro de necessidades da população carente. A expressão de encontro a também é uma locução prepositiva e significa oposto, contra. O aumento proposto pelo governo Rigotto ao magistério vai de encontro aos propósitos da greve dos professores da rede pública.

EXERCÍCIOS 1. A expressão em destaque está incorretamente usada em:

a) Não sabemos por que a venda dos produtos não alcançou o resultado esperado.

b) Os fiscais de trânsito da Prefeitura Municipal estão autuando todos os motoristas que estacionam em lugares proibidos.

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c) A maioria dos alunos estão a fim de ampliar o número de disciplinas no próximo semestre.

d) Ela está meia triste pela reprovação no vestibular. e) A seção esportiva dos telejornais destaca muitas notícias sobre a Copa. 2. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das frases. I. Estamos chegando. São Paulo fica ........... apenas 50 Km daqui. II. O governo federal vai realizar o ....... da população. III. No início do século, muitos italianos ...... para o Brasil. IV. João parece muito .....-educado. a) a – censo – imigraram – mal b) à – censo – emigraram – mau c) há – senso – imigraram – mau

d) a – senso – emigraram – mal e) à – senso – imigraram – mau

3. Complete as lacunas com uma das palavras indicadas entre parênteses: a) Preciso _______________ (ratificar – retificar) algumas palavras do meu texto para apresentá-lo na _______________ (sessão – cessão – seção) que elegerá os trabalhos científicos que serão publicados. b) Seco, o procurado nº 1 da polícia gaúcha está atrás das grades. E sua atuação em roubos de grande porte tem sido motivo de polêmica na Internet através de comunidades no Orkut. Para algumas pessoas, que o classificam como herói falta bom __________ (senso – censo), já para outras, que o ____________ (tacham – taxam) de bandido, o não ____________ (comprimento - cumprimento) de várias leis é fator suficiente para que ele seja _____________ (delatado – dilatado) por suas infrações e seja castigado com uma dura pena. (Adaptado de Jornal de Candelária, 20 abr. 2006) c) A ex-estudante de Direito Suzane von Richthofen retornou à prisão _____________ (porque – porquê - por que – por quê) a Justiça atendeu a um pedido do Ministério Público. Suzane, que já permaneceu presa por mais de dois anos e ________ (meia – meio), estava ________ (a – há) nove meses aguardando em liberdade o julgamento. d) Talvez nunca se saiba _____________ (porque – porquê – por que – por quê) Seco cometeu tantos crimes embora familiares venham tentando sustentar a tese de que ele age violentamente devido à revoltas em relação ao autoritarismo do pai e às dificuldades de relacionamento entre os dois. e) Na _________ (sessão – seção – cessão) da _________ (Câmara – Câmera) de Vereadores desta segunda-feira, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul, Sérgio Pacheco, vai apresentar um panorama nada otimista em torno do setor. (Gazeta do Sul, 22 e 23 abr. 2006) f) Polícia investiga agora o destino de explosivos utilizados em assalto. Os sete detidos foram presos em ____________ (fragrante – flagrante) por formação de quadrilha e posse ilegal de armas, de munição e de explosivos. 4. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das frases:

a. Sabia que, se ___ as normas da escola, poderia sofrer punições. b. Na campanha política, fez ___ oposição aos candidatos de direita. c. Economistas e políticos aguardam com interesse a divulgação dos

resultados do último ___ .

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a) infringisse – fragrante - senso b) infringisse – flagrante - censo c) infringisse – fragrante - censo d) infligisse – flagrante - senso e) infligisse – flagrante - censo

ESTUDO DO TEXTO FATORES DE TEXTUALIDADE O que é um texto? Como se produz um texto? Quais as qualidades de um texto? Quais os principais problemas na redação de textos? Essas são perguntas que devem fazer parte das reflexões de qualquer redator, independentemente da área de atuação, pois a qualquer sujeito deve interessar uma redação clara, objetiva, coesa e coerente. Uma das noções básicas do produtor de texto é o seu entendimento acerca do conceito de texto. Texto é uma manifestação lingüística dotada de sentido que se caracteriza pela coesão, pela coerência e pela interação comunicativa, ou seja, um texto não é um amontoado de palavras e frases desprovido sentido para o leitor/ouvinte. A clareza de idéias é obtida com o uso de palavras bem selecionadas e de construções bem elaboradas, para que o texto se torne conciso, coerente, sem ambigüidades indevidas ou indesejadas. A maneira como são articuladas as idéias por meio das palavras e das frases é que determina se há uma unidade de sentido ou apenas um ajuntamento de frases desconexas. Mas há outros fatores que determinam a construção de um texto.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16

AAA ttteeerrrccceeeiiirrraaa ooonnndddaaa

Dolores Orosco e Juliana Vilas

Mais arrojada, nova geração de mulheres corteja os homens, reclama de sua performance, mas ainda espera o príncipe encantado. Surge uma nova classificação da atitude feminina: são as andróginas. Elas acreditam que o príncipe encantado está a caminho e que um dia serão felizes para sempre. Mas, enquanto isso não acontece, o negócio é viver cada experiência livre e sem culpa. Suas avós eram consideradas mulheres de verdade: cuidavam dos filhos e da casa, tal qual a Amélia da canção de Mario Lago e Ataulfo Alves, de 1942. A geração seguinte exorcizou a Amélia e deu passos largos na luta pela igualdade de direitos entre os sexos, deixando para as filhas um campo menos minado no trajeto para o sucesso profissional. Às herdeiras dessa geração restou a tarefa de resolver a equação carreira + filhos + amor + sexo. Elas não foram criadas para ser donas-de-casa – muitas, inclusive, são chefes de família – e o caminho para o mercado de trabalho foi natural. Mais seguras e independentes financeiramente, sentiram-se à vontade para mudar o modelo de etiqueta sexual. Essa nova mulher corteja os homens, transa

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sem compromisso e até flerta com o bissexualismo. No século XXI, surge de forma expressiva a terceira onda do comportamento feminino: a “mulher andrógina”. Essa mulher une características tradicionalmente femininas, como o desejo de ser mãe e de encontrar o homem ideal, e masculinas, como a postura competitiva no mercado de trabalho. Derrubou velhas regras do jogo da conquista: a andrógina toma, sem pudores, o primeiro passo e é atirada em suas atitudes. Para a psicóloga especializada em comportamento feminino Cris Linnares, autora dos livros Divas no divã e Cinderela de saia justa, o desejo da mulher da terceira onda é harmonizar vida pessoal e carreira. “É o momento de tentar o caminho do meio. O movimento feminista injetou a energia masculina nas mulheres. Agora elas procuram unir as energias dos dois sexos, pois entendem que homens e mulheres têm necessidades diferentes”, diz a psicóloga. Ela explica ainda que o termo andrógina vem do mito do andrógino, citado por Platão no clássico O banquete. De acordo com a explicação mitológica, houve um tempo em que não havia homens e mulheres, mas seres superiores aos humanos, os andróginos, dotados de quatro braços, quatro pernas, uma cabeça com duas faces opostas e dois sexos. Providos de força e agilidade sobre-humanas, tornaram-se orgulhosos e, inconseqüentes, empreenderam uma escalada até o céu. Zeus não gostou da ousadia e, zangado, dividiu cada andrógino em dois. Desde então, a humanidade ficou dividida em duas partes que se procuram para voltar ao original. Para a terapeuta sexual Márcia Bittar, da PUC-SP, o movimento andrógino descortina um comportamento que sempre existiu. “O processo de emancipação feminina fez ‘cair o pano’. (...) A anti-Amélia, incentivada desde criança a estudar, trabalhar e “não depender de ninguém”, adquiriu segurança para perseguir seus objetivos e fazer o que tem vontade, sem as preocupações moralistas que tinham suas avós. E, na hora da paquera, não espera o homem fazer a corte. (...) O movimento andrógino é também, de certa forma, um resgate da “Amélia” interior que toda mulher tem, por mais independente e liberada sexualmente. (...) Esse anseio feminino por conciliar sucesso profissional e romance foi traduzido na voz das rappers do Fulerô o Esquema. As letras das músicas das paulistanas Adriana Pires, 32 anos, e Paula Preta, 30, satirizam tanto a pose pretensiosa de alguns machões quanto a atitude “Amélia” que algumas mulheres tomam para conquistá-los. “Se eu lavo, passo, cozinho, por que será que eu não tenho namorado?”, diz um dos versos das moças. Adriana, que é casada e mãe de um bebê de nove meses, explica: “Não achamos que existe essa dicotomia entre filhos e sucesso na profissão. Queremos os dois.” Paula, mãe da pequena Esmeralda, nove anos, endossa a opinião da parceira de rap. “Nossa geração briga para ser mãe, trabalhar, estudar e se divertir livremente. Tudo ao mesmo tempo.”

(texto adaptado) Disponível em: http://www.terra.com.br/istoe/1820/comportamento/1820_terceira_onda.htm. Acesso em: 18 ago. 2008

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O texto se caracteriza pela textualidade, que faz com que um texto seja realmente texto e não apenas soma de frases. São esses fatores que devem ser observados ao se ler um texto, pois as condições de produção de texto estão relacionadas às de recepção (leitura). “Estar bem preparado para enfrentar qualquer tipo de texto significa, como leitor, adaptar-se às condições criadas pelo autor do texto, de tal modo que se tenha condições, ao final, de formar um juízo sobre o que se leu.” (ABAURRE; PONTARA, FADEL, 2003, p. 295) Os principais fatores de textualidade são: contextualização, intencionalidade, coesão e coerência. ● Contextualização: refere-se à expectativa em relação ao texto e à antecipação ao leitor do assunto de que o texto vai tratar. Nesse sentido, cabe observação ao local e à data de publicação de um texto, ao autor do texto, título do texto, imagens do texto. Através da observação ao título e ao autor do texto abaixo, você pode prever o assunto de que tratará o texto?

Correspondência e atos oficiais Redação oficial é o meio pelo qual se procura estabelecer relações de serviço na administração pública. Para que tais relações obtenham efetividade, traçam-se normas de linguagem e padronização no uso de fórmulas e estética para as comunicações escritas.

João Bosco Medeiros, Correspondência. São Paulo, 2004. ● Intencionalidade: refere-se ao objetivo do texto. Nesse sentido, é importante observar os elementos lingüísticos que sinalizam a intencionalidade no próprio corpo do texto. Qual a intenção do seguinte texto?

(Zero Hora, 14 fev. 1998)

● Coesão: refere-se aos elementos lingüísticos que unem ou retomam palavras, orações, frases, parágrafos, estabelecendo relações de sentido e articulando entre si as várias partes do texto. As conjunções, preposições, advérbios e os pronomes são os principais elementos de coesão entre orações e frases. Observe o texto:

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A chuva salvou o GP do Brasil. Vinte minutos de toró, mais uma brilhante corrida de Ayrton Senna, transformaram um passeio de Alain Proust num pesadelo molhado. O francês da Willians foi derrotado pela água. (...) Para ganhar a corrida de Interlagos, o brasileiro contou com sorte, perícia, uma tática bem traçada e, sobretudo, uma burrada, sem tamanho de seu adversário, que perdeu o controle do carro, batendo no Minardi de Christian Fittipaldi. (Adaptado de Folha de São Paulo, 29 mar. 1993.) Para usar adequadamente os elementos de coesão (ou conetivos), é preciso observar o sentido que cada termo carrega. A relação entre as idéias num texto deve ser precisa e realizada por meio de conetivos que ajudem o leitor compreender o que se pretende dizer. Por isso, leia o quadro com conetivos e seus valores semânticos:

Conetivo Relação de sentido Exemplo Porque, pois, como, por isso, já que, visto que, uma vez que

Causa

Os bancários fizeram greve porque desejavam aumento de salário.

Mas, porém, todavia, contudo, entretanto, embora, ainda que, mesmo que, apesar de

Contradição/oposição

Apesar de o aluno estar com febre alta, foi à aula.

Se, caso, contanto que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que

Condição

Os bancários só receberão aumento se fizerem greve.

E, também, além de, não só, nem

Adição

Além de encontrar uma estrada movimentada, o motorista pegou chuva no caminho.

Ontem, hoje, amanhã, antes, depois, cedo, tarde, primeiramente, em seguida, a seguir, finalmente, quando, sempre, nunca, enquanto

Tempo

Quando alcançarmos as metas da empresa, seremos premiados com viagens para o exterior.

Logo, dessa forma, portanto, assim, então

Conclusão

Sempre estudei muito durante o curso e fiz vários estágios; por isso, consegui uma vaga de trainee.

Principalmente, sobretudo

Prioridade/relevância

Dedicar-se integralmente a um curso de graduação é essencial para quem quer ascensão social e, principalmente, para quem quer ingressar em programas de mestrado.

Por exemplo, ou seja, isto é

Esclarecimento

A geração canguru, isto é, a geração de filhos que retardam a saída da casa materna, tem se mostrado cada vez mais resistente à idéia de casamento. Será por que está muito difícil abandonar o amor familiar ou por que a independência financeira custa a chegar?

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Segundo, conforme, assim como, do que, tanto (ou tão) quanto

Comparação/semelhança

O Curso de Administração está atualmente tão concorrido quanto os cursos de áreas da saúde, como o de Odontologia.

Se esses elementos coesivos forem empregados de forma equivocada, o texto provavelmente será uma junção desconexa de frases e apresentará uma linguagem ambígua e incoerente. Portanto, é preciso ficar atento para a escolha do conetivo adequado na união e organização das diversas partes que compõem um texto. No texto abaixo, observe os elementos de coesão e identifique as relações de sentido expressas por eles:

A oferta de produtos não acompanha a demanda; os preços vão subir e, com eles, as taxas de inflação; logo é preciso reprimir a demanda.

EXERCÍCIOS 1. Escolha, nos parênteses, o elemento de coesão adequado para preencher a lacuna de cada frase. a) Quase nada conseguimos entender ______ tivéssemos o máximo interesse. (por conseguinte, uma vez que, quando, embora) b) ______ afirmaram algumas testemunhas presentes, o problema dele era falta de dinheiro. (se, segundo, conquanto, desde que) c) Não teríamos problemas maiores ______ tudo fosse como pensas. (pois, visto que, apesar de, porquanto, por isso) d) Somos de paz, ______ deves parar com as provocações. (pois, caso, se, todavia) 2. Assinale a seqüência de elementos de coesão que estabelecem, entre as orações de cada item, uma correta relação de sentido.

1. Correu demais, � caiu. 2. Dormiu mal, � os sonhos não o deixaram em paz. 3. A matéria perece, � a alma é imortal. 4. Leu o livro, � é capaz de descrever as personagens com detalhes. 5. Guarde seus pertences, � podem servir mais tarde.

a) porque, todavia, portanto, logo, entretanto

b) por isso, porque, mas, portanto, que c) logo, porém, mas, portanto, que

d) porém, pois, logo, todavia, porque e) entretanto, que, porque, pois, portanto

3. Você tem a seguir um pequeno parágrafo: Todo mundo sabia que a inflação era um imposto perverso que impedia as pessoas de planejar sua vida. Dê continuidade a esse parágrafo a partir de um desses elementos de coesão: mas, além disso, dessa forma. 4. Observe os versos de Chico Buarque e aponte a relação de significado estabelecida entre as duas declarações. Deixa em paz meu coração, Que ele é um pote até aqui de mágoa.

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a) causa e conseqüência b) Explicação c) Condição

d) Finalidade e) Proporcionalidade

● Coerência: refere-se ao estabelecimento de um sentido para o texto e à relação harmônica entre as idéias apresentadas em um texto. Assim, a coerência engloba a forma e o conteúdo do texto, remetendo à seqüência ordenada das opiniões ou fatos expostos de forma coerente, sem contradições ao que se afirma para os interlocutores. Observe a coerência do texto abaixo:

Aparência enganosa A foto de FHC e Mário Covas sorridentes, feita após a conversa de ambos na sexta, não expressa o clima de encontro. O governador recebeu o presidente de forma protocolar e gélida.

(Painel - Folha de São Paulo, 30 mar. 1998)

EXERCÍCIOS 1. Sublinhe onde ocorre incoerência no trecho que segue e explique por quê.

O Brasil é o 2º do mundo em desemprego O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial do desemprego, perdendo apenas para a Índia. A partir dos anos 90, com a globalização, a desigualdade aumentou. Os países mais desenvolvidos obtiveram melhores resultados econômicos e sociais, mas registraram aumento na avaliação do desemprego mundial. As nações não-desenvolvidas perderam participação no PIB e houve menor desemprego. Isso prova que a inovação tecnológica traz o desemprego nos países mais ricos. 2. Os princípios de coesão e coerência não foram violados em: a) A quaisquer ilações tendenciosas acerca das medidas que possibilitaram a privatização de muitas empresas estatais deve-se no entanto procurar conhecer as verdadeiras e fundamentadas razões que, por isso, as determinam. b) Sempre que possível os impostos dever ter caráter pessoal; devem, portanto, ser graduados segundo sua capacidade econômica. c) Foi realmente surpreendente a desclassificação de crime hediondo no caso do índio Pataxó, pois o judiciário é conivente com o genocídio dos indígenas desde 1500. d) A proximidade pedestre, a praça, os parques são instrumentos essenciais do insubstituível papel civilizados da humanidade. As grandes cidades brasileiras, porém, pautadas pelo paradigma americano, fazem todas as concessões absurdas ao imperativo do automóvel.

3. Leia o trecho seguinte: “Isso porque não é necessário que nesse estágio o Planalto não precisa ainda representar sua defesa”. Sobre o fragmento acima é correto afirmar que: a) não apresenta nenhum problema de redação, pois não há repetição de palavras nem de idéias. b) há duas expressões de sentido equivalente e uma delas deveria ser eliminada para tornar o texto mais coeso.

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c) a expressão “sua” retoma “estágio”. d) o fragmento não necessita de reescrita, já que as idéias estão bem articuladas e não há erro de redação. e) o termo “isso” é uma palavra referencial que está antecipando uma idéia que aparecerá na seqüência do enunciado. 4. Assinale a única alternativa que não pode substituir o termo em destaque e completar a lacuna no trecho abaixo: “Um novo relatório da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) indica que quase metade da população mundial vive em cidades, onde está conectada a uma rede econômica global em franca expansão. O _________ foi divulgado em vários países com o objetivo de preparar as cidades para enfrentar essa nova realidade, pois antes somente 30 por cento da população vivia na zona urbana. a) documento b) parecer

c) texto d) aspecto

e) atestado

5. Leia as frases abaixo e identifique os problemas de construção, relacionando-os com os itens a seguir. a) O trânsito apresenta inúmeros acidentes graves. É preciso saber-se suas causas para descobrirmos as possíveis soluções. b) Pelé foi o melhor jogador de futebol que o mundo já viu. Maradona também foi o melhor. c) Quando fazia chuva nas minhas férias, eu pensava que até é bom para descansar. d) O progresso tecnológico avança a cada dia. A internet é o carro-chefe de todo esse avanço. Hoje, poucas pessoas ainda usam tevê sem controle remoto. As pessoas estão cada vez mais comodistas. Com base no texto a seguir, responda às questões seguintes.

Pega na mentira Enganar e dissimular são atitudes muito mais comuns do que gostamos de

admitir. Sim, a verdade é que mentimos. Saiba por que (e como) esse hábito pode se tornar uma compulsão capaz de prejudicar a nossa vida.

Basta dar uma espiada no noticiário da televisão para ter aquela incômoda sensação de que estamos sendo enganados. Como os políticos podem mentir tanto e com tamanha desfaçatez? Qual deles está contando algo próximo da verdade, o que acusa o colega de corrupção ou aquele que jura de pés juntos que nunca teve uma conta bancária num paraíso fiscal? Mas, entre os pontos positivos nesse diz-que-diz de pura embromação, no teatro das CPIs a peça que está em cartaz diz muito sobre o comportamento humano e confirma algo que os psicólogos já sabem, mas não se cansam de estudar: nós todos (e não apenas os políticos) somos mentirosos por natureza.

"A enganação está em todo lugar porque ela oferece vantagens àqueles que sabem utilizá-la", acredita o psicólogo David Smith, da Universidade de New England, nos Estados Unidos, e autor do livro Why We Lie (Por Que Mentimos), que será lançado no Brasil até o final deste ano. "A mentira pode ser encontrada em qualquer lugar onde existam conflitos de interesse e seja vantajoso manipular os outros", diz, com franqueza.

Mentir, portanto, é perfeitamente natural. Parece uma visão cínica do problema, mas a própria natureza se encarrega de confirmar isso. São inúmeros os

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casos de animais e plantas que dissimulam para conseguir alimento ou se livrar dos predadores. O exemplo mais conhecido é o do camaleão, cuja pele tem a valiosa capacidade de se confundir com o ambiente para enganar os seus algozes. Entre os seres humanos, claro, é tudo mais complexo. É bem verdade que usamos perfume para disfarçar o odor e as mulheres passam batom para parecer mais desejáveis. Mas também lançamos mão da linguagem, em palavras ou gestos, para enganar. "Existem dois motivos principais. Nós mentimos para parecer melhores do que realmente somos e também para evitar uma punição ou uma crítica", afirma o psicólogo americano Jerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia. A maioria dessas mentiras são coisas pequenas, como abrir aquele sorriso quando vê alguém de quem, na verdade, nem gosta. Ou mandar dizer que não está em casa quando toca o telefone. O grande problema é quando a mentira mergulha na má-fé. No trecho “A enganação está em todo lugar porque ela oferece vantagens...”, as palavras PORQUE e ELA, são, respectivamente: a) Um anafórico de explicação e um articulador cujo referente é “vantagens”. b) Um articulador de conclusão e um anafórico cujo referente é “enganação”. c) Um articulador de explicação e um anafórico cujo referente é “enganação”. d) Um anafórico cujo referente é “enganação” e um articulador de explicação. e) Um articulador de finalidade e um anafórico cujo referente é “vantagens”. 6. O articulador PORTANTO, em “Mentir, portanto, é perfeitamente natural.”, poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por: a) LOGO ou TAMBÉM b) ENTÃO ou ENTRETANTO c) ENTRETANTO ou NO ENTANTO d) LOGO ou ASSIM e) Nenhuma das alternativas está correta. 7. As expressões CUJA e MAS TAMBÉM, nos trechos “O exemplo mais conhecido é o do camaleão, cuja pele tem a valiosa capacidade de se confundir com o ambiente...” e “É bem verdade que usamos perfume para disfarçar o odor e as mulheres passam batom para parecer mais desejáveis. Mas também lançamos mão da linguagem, em palavras ou gestos, para enganar.”, são, respectivamente: a) Um anafórico cujo referente é “exemplo” e um articulador de adição. b) Um anafórico cujo referente é “camaleão” e um articulador de concessão. c) Um articulador de adição e um anafórico cujo referente é “camaleão”. d) Um articulador de conformidade e um anafórico cujo referente é “exemplo”. e) Um anafórico cujo referente é “camaleão” e um articulador de adição. 8. Analisando a relação entre os anafóricos e os referentes relacionados abaixo, verifique qual das alternativas está incorreta: a) “esse hábito” – referente: “enganar e dissimular”. (primeiro parágrafo) b) “deles” – referente: “os políticos”. (segundo parágrafo) c) “mentira” – referente: “enganação”. (terceiro parágrafo) d) “utilizá-la” – referente: “enganação”. (terceiro parágrafo) e) “onde” – referente “Universidade de New England”. (terceiro parágrafo)

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AULA 05 ESTUDO DO PARÁGRAFO

Nas diversas situações do nosso cotidiano, convivemos com textos. Estes podem ser uma conversa entre amigos, uma propaganda, uma história em quadrinhos, um ata, um resumo, um ofício, uma resenha. Cada um desses textos tem um modo específico de elaboração com estrutura, linguagem e objetivos distintos. Um texto pode ser mais narrativo, enquanto outro serve-se especialmente da descrição ou da argumentação. E é por isso que, no ensino fundamental e médio, são estudados os modos de organização de um texto: narração, descrição e dissertação/argumentação.

A escolha por um desses modos de organizar um texto depende da intenção e das necessidades comunicativas do redator. Nesse sentido, se o objetivo do locutor é, por exemplo, instruir seu interlocutor, ele produz um texto que se organiza em torno de argumentos, uma vez que seu objetivo é convencer. Se o objetivo é contar fatos reais ou fictícios, ele pode optar por produzir um texto que apresente em sua estrutura os fatos, as pessoas ou personagens envolvidas, o momento e o lugar em que os fatos ocorreram. Se é transmitir conhecimentos, o locutor deve construir um texto que exponha os saberes de forma eficiente. Dependendo da situação de produção de texto, este pode ser extenso ou curto. O importante é organizar adequadamente as idéias do texto e, para isso, existe o parágrafo, que é uma unidade de composição, uma microestrutura de uma totalidade, o texto. Estruturalmente, os parágrafos são blocos ou parcelas de texto que estabelecem seqüência de informações, mantendo a unidade de sentido. Os parágrafos, à semelhança das orações que os compõem, mantêm relações de sentido entre si. Por isso, os parágrafos têm funções importantes em relação à coerência do texto: eles contribuem para assegurar a unidade e para possibilitar a progressão das idéias. Qual a importância do parágrafo no texto? A divisão do texto em parágrafos é uma estratégia para facilitar a compreensão do leitor, fazendo com que o receptor acompanhe a linha de raciocínio do autor. Além disso, segundo Faraco e Tezza (2003), “O parágrafo tem, antes de tudo, uma importância visual. O texto dividido em parágrafos ‘descansa’ a vista do leitor, impedindo que o olhar se perca num emaranhado sem fim de linhas” (2003, p. 208) Um texto dissertativo-argumentativo é formado, geralmente, por um parágrafo que introduz o tema da redação, outros que o desenvolvem e um último que conclui o texto. A paragrafação serve para o autor indicar o movimento de um texto.

ESTRUTURA DO PARÁGRAFO-PADRÃO A estrutura do parágrafo-padrão em um texto dissertativo compreende três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

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a) introdução: consiste em um período que expressa, de maneira geral e suscinta, a idéia-núcleo do parágrafo, ou seja, contém a frase-chave do resto do parágrafo. b) desenvolvimento: é formado por períodos secundários, que constituem explicações, detalhes e desenvolvimento da idéia-chave. c) conclusão: é um período que anuncia o clímax do parágrafo ou sintetiza seu conteúdo.

Observe um exemplo de parágrafo-padrão e as partes que o compõem.

O futebol da várzea está em extinção. A prática quase centenária do jogo de bola nos terrenos vazios e nos saudosos “campinhos” é escassa nos dias de hoje. Nos anos 30 eram comuns as peladas que reuniam jovens de todas as idades, dos 10 aos 50 anos e times que disputavam o poder da pelota. Primeiro veio a especulação imobiliária e muitos dos terrenos destinados à prática do esporte se foram na construção de edifícios. Depois vieram os anos de denúncias vazias e a falta de moradias populares. Conseqüentemente, aumentaram as ocupações de áreas urbanas não construídas, o que acarretou a diminuição radical dos jogos de bola nos campinhos.

O parágrafo-padrão apresenta Introdução Exposição da idéia central do parágrafo. Objetivos: apresentar

a idéia-núcleo e estimular a continuação da leitura.

Desenvolvimento Desdobramento da idéia núcleo. Objetivo: expor idéias secundárias que explicam ou esclarecem a idéia central, através de exemplos, comparações, etc.

Conclusão

Conclusão ou fechamento do parágrafo. Objetivo: finalizar o parágrafo, propondo uma retomada das idéias, um questionamento, uma opinião, etc.

Exercícios

1. Identifique as partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) dos parágrafos a seguir:

a) A realidade brasileira deixa claro que o país é palco de grandes contradições sociais, culturais e econômicas. A origem disso pode ser procurada e provavelmente será encontrada na exploração do Brasil pelas grandes potências, que contavam com o apoio de nossa elite e com a falta de voz ativa dos menos favorecidos. Além disso, é preciso considerar que o país tem sido governado de maneira irresponsável por alguns políticos. A atuação de Fernando Collor de Mello é exemplar nesse sentido, pois permitiu que os “anões do orçamento” desviassem verbas públicas que poderiam minimizar os problemas sociais da grande maioria da população em vez de aumentar os cofres de uns poucos privilegiados. Diante dessas contradições e dessas injustiças, os brasileiros precisam encontrar uma forma de tornar o país menos contraditório e socialmente e economicamente mais justo.

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b) Hoje não se diz mais “cercou um frango”, diz-se “engoliu um frango”. Há quem confunda uma coisa com outra e, confundindo-as, chegue a achar que noutros tempo o torcedor tinha mais graça. A expressão “cercou um frango” era realmente perfeita. Quando alguém, na arquibancada, pela primeira vez, gritou ”cercou um frango”, todo mundo viu o frango, o gesto familiar de cercar um frango, o quíper de braços abertos, acocorado, cerca a bola daqui, cerca a bola dali, a bola aos saltos, fugindo, como um frango. Não se sente o mesmo no ”engoliu um frango”, embora o torcedor vá ao ponto de, às vezes, medir ou pesar o frango. Este não foi frango, foi uma galinha, e das gordas. Ou este foi um peru, e argentino. A verdade é que antes, muito antes de se dizer “cercou um frango”, o torcedor, em relação ao gol, já pensava no verbo engolir ou comer, mais em comer do que engolir. A prova está no apelido de “Guloso” que se deu a um quíper da Mangueira. (Mário Filho, 1994, p. 150) 2. Analise o parágrafo abaixo. As frases de que se compõem constituem o desenvolvimento de uma idéia anterior. Escolha, entre as alternativas abaixo, a frase que contém a orientação básica do parágrafo, isto é, a introdução. .................................................................. Temos criado, nesse país, uma geração-tartaruga, uma geração medrosa, recolhida para dentro de si. E estamos todos impregnados por esse espírito de tartaruga. Não temos coragem para contestar nossos dirigentes, para nos opor às suas idéias e criar soluções alternativas. Agimos apenas de maneira reativa, negativa, covarde. a) Precisamos assumir o desafio de educar nossas crianças para desenvolver o instinto da águia. b) Com o atual sistema de ensino, estimulamos o espírito do medo e da covardia e dele nos contaminamos. c) Procuramos em nossas escolas fazer com que nossas crianças se recolham para dentro de si e percam a agressividade – o instinto próprio do homem corajoso, capaz de vencer o perigo que se lhe apresenta. 3. Os dois parágrafos a seguir encontram-se fora da ordem dada pelos autores. Restitua a ordenação original, numerando, em ordem crescente, os períodos. a) ( ) O quebra-quebra dominou o centro da cidade, e o governo perdeu o controle da situação. ( ) No saldo final do protesto, 700 pessoas presas, 65 feridas e 20 mortas. ( ) Era a rebelião popular contra a vacinação antivariólica obrigatória. ( ) Arandelas de gás partidas, postes de iluminação vergados, fragmentos de vidro por toda parte, paralelepípedos arrancados, bondes virados e incendiados. ( ) Entre 11 e 14 de novembro de 1904, o Rio de Janeiro transformou-se em praça de guerra. ( ) A população montou barricadas para enfrentar os vacinadores e os soldados, que foram agredidos com latas e pedras. b) ( ) No decorrer desse período, suas faturas conosco chegaram ao montante de centenas de milhares de cruzados. ( ) A nossa fábrica de cinzeiros Prudentina & Irmãos, de Presidente Prudente, negocia com a empresa Comercial São José há 15 anos. ( ) Declaramos que as contas foram todas pagas até agora e tão prontamente quanto as condições comerciais permitem. ( ) A Comercial São José nunca fez

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negócios conosco que não pudesse saldar e dela podemos afirmar que é honesta e merecedora de crédito. Nas questões 4 e 5, numere os períodos de modo a constituírem um texto coeso e coerente e, depois, indique a seqüência numérica correta. 4. ( ) Por isso era desprezado por amplos setores, visto como resquício da era do capitalismo desalmado. ( ) Durante décadas, Friedman - que hoje tem 85 anos e há muito aposentou-se da Universidade de Chicago - foi visto como uma espécie de pária brilhante. ( ) Mas isso mudou; o impacto de Friedman foi tão grande que ele já se aproxima do status de John Maynard Keynes (1883-1945) como o economista mais importante do século. ( ) Foi apenas nos últimos 10 a 15 anos que Milton Friedman começou a ser visto como realmente é: o mais influente economista vivo desde a Segunda Guerra Mundial. ( ) Ele exaltava a ‘liberdade’, louvava os ‘livres mercados’ e criticava o 'excesso de intervenção governamental.' (Baseado em Robert J. Samuelson, Exame, 1/7/1998) a) 4, 2, 5, 1, 3 b) 1, 2, 5, 3, 4 c) 3, 1, 5, 2, 4 d) 5, 2, 4, 1, 3 e) 2, 5, 4, 3, 1 5. ( ) Na verdade, significa aquilo que um liberal americano descreveria (sem estar totalmente correto, porém) como conservadorismo. ( ) Nos Estados Unidos, liberalismo significa a atuação de um governo ativista e intervencionista, que expande seu envolvimento e as responsabilidades que assume, estendendo-os à economia e à tomada centralizada de decisões. ( ) A guerra global entre estado e mercado contrapõe ‘liberalismo’ a ‘liberalismo’. ( ) No resto do mundo, liberalismo significa quase o oposto. ( ) Esta última definição contém o sentido tradicional dado ao liberalismo. ( ) Esse tipo de liberalismo defende a redução do papel do Estado, a maximização da liberdade individual, da liberdade econômica e do papel do mercado. (Exame, 1/7/1998) a) 1, 5, 3, 4, 2, 6 b) 3, 1, 4, 5, 6, 2 c) 2, 4, 5, 3, 6, 1 d) 4 , 2, 1, 3, 6, 5 e) 1, 3, 2, 6, 5, 4

FORMAS DE ELABORAÇÃO DA INTRODUÇÃO DO PARÁGRAFO Há várias formas de começar a redação de um parágrafo, de introduzir a idéia central a ser desenvolvida. Os modos mais comuns de iniciar um parágrafo são: interrogação, declaração inicial e divisão.

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a) interrogação: o parágrafo começa com uma pergunta, seguindo-se o desenvolvimento sob forma de resposta ou de esclarecimento.

O que fez do Betinho o Betinho? Sua capacidade de reduzir a vida pública a um serviço em benefício dos excluídos. Nada mais. Isso pode soar banal, ou mesmo laudação de necrológico. Desde que foi descoberta a banalidade do mal, deixou-se de prestar atenção na fome, casa para quem não tinha morada e trabalho para o desempregado. São coisas que, pela ordem moral das coisas, todo mundo deveria ter.... (ZH, 11 ago. 1997) b) declaração inicial: o autor afirma ou nega alguma coisa para, a seguir, justificar ou fundamentar a asserção. É a forma mais tradicional de formular a introdução.

Em junho deste ano, a luz de Betinho começou a enfraquecer. Sem poder se alimentar, o sociólogo acabou internado com pneumonia bacteriana, infecção oral e insuficiência hepática, mas o tratamento não adiantou. Tanto insistiu que retornou para casa, onde foi montada uma UTI portátil. (...) (ZH, 11 ago. 1997)

c) divisão: consiste em apresentar a idéia-núcleo do parágrafo sob a forma de discriminação das idéias a serem desenvolvidas. Duas realizações se destacam do rico legado deixado por Betinho: a criação do Ibase e a campanha de Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida. O Ibase, Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, é uma das mais atuantes organizações não-governamentais do país. (...) A campanha contra a fome, lançada em 1992, foi um obstinado trabalho em favor dos 32 milhões de brasileiros totalmente desamparados. (...)

Exercício

Identifique o tipo de introdução dos parágrafos a seguir: a) O caos se instalou no transporte coletivo. Acompanhando um estudante que embarca no ônibus no centro e se desloca até o Campus, poderemos perceber a situação. Os ônibus estão sucateados e os estudantes não têm onde sentar porque todos os bancos já estão ocupados por pessoas que moram em regiões distantes do centro, nas quais a lotação passa antes. Os estudantes precisam fazer acrobacias para passar na roleta e manter consigo os materiais diante de batidas e pisões dos outros passageiros. Ao final do trajeto, o estudante chega ao seu destino, mas está cansado e atrasado. b) O que é violência cotidiana? Os exemplos são muitos. É a crescente concentração de renda em privilégio dos 20% mais ricos, que aumentou não só entre 1960 e 1970, mas também entre esta data e 1976. É a exploração do trabalho. Talvez o exemplo mais flagrante daquilo que pode ser chamado de violência cotidiana pode ser encontrado no tempo de locomoção diária entre a residência e o trabalho, que em média para quem mora nas zonas periféricas de São Paulo é de 4 horas. A observação a um desses exemplos mostrará claramente a violência por que passam aqueles que levam adiante as engrenagens produtivas.

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c) Para obter sucesso profissional, duas práticas devem ser seguidas à risca: o estudo contínuo e seriedade. Um profissional que não mantém uma educação continuada pode perder espaço no mercado de trabalho por ignorar teorias e ações recentes sobre determinada função de seu ramo de atuação. Aquele sujeito que não mantém uma postura correta e brinca durante os exercícios de suas atividades demonstra aos seus superiores e colegas que não tem a seriedade necessária para o trabalho. Assim, estudar e manter seriedade são requisitos básicos para quem quer alcançar êxito profissional.

FORMAS DE ELABORAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO

O desenvolvimento do parágrafo pode ser feito de várias formas. A principais maneiras de desenvolver a idéia-chave da introdução são: a) comparação: consiste em desenvolver a idéia-núcleo através de uma comparação que pode apontar semelhanças ou diferenças entre as idéias apresentadas na introdução. Nos 1.143,017 Km do território sul-africano, é possível encontrar atrações turísticas tão variadas como as existentes no Brasil, que é oito vezes maior. A região vinícola da Província do Cabo lembra muito a zona do vinho do Rio Grande do Sul; as matas e savanas do interior do país correspondem aos cerrados e florestas da Amazônia e do mato Grosso. Diante de tantas semelhanças, só um olhar ingênuo ignora que África e América são terras parecidas. b) exemplificação: consiste na apresentação de casos, fatos, ocorrências que ilustram o que se está tratando. Muitos poluidores químicos contribuem para degradar os rios. Os resíduos industriais são o exemplo mais dramático do prejuízo causado às fontes naturais de água, pois contêm uma série de elementos químicos altamente prejudiciais à vida aquática, como o benzeno, o aldeído e várias espécies de ácidos. Os agrotóxicos são também poluidores que alcançam os rios, envenenando e matando vários organismos, principalmente os peixes. Além desses, os esgotos residenciais transportam para os rios diversos tipo de poluidores químicos, dentre os quais o mercúrio. Assim, com vários agentes nocivos, o rio tende a desaparecer, pois não há vida que suporte tanto mal. c) apresentação de causas e/ou efeito: consiste na apresentação de razões, motivação ou conseqüências relacionadas à idéia central anunciada na introdução. As florestas tropicais vêm desaparecendo rapidamente. As motivações e as conseqüências da destruição dessas matas estão sendo denunciadas constantemente pelos ecologistas, preocupados com o futuro do planeta. Destrói-se a floresta porque ela é um banco potencial para a fabricação de medicamentos e uma fonte de matéria-prima para a satisfação de inúmeras necessidades: alimentação, utensílios, móveis, energia. A destruição das

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matas também resulta da agricultura intensiva, que destrói a vegetação nativa das áreas cultivadas. A destruição da floresta provoca o desaparecimento de plantas, animais e da cultura de muitos povos. Diante dessa quadro lamentável, cabe a nós buscar uma estratégia para impedir que as florestas desapareçam pó completo e que parte de nossa “memória ambiental” mantenha-se viva para o conhecimento de gerações posteriores. d) apelo ao testemunho de autoridade: consiste na recorrência a frases, citações, relatos proferidos por um especialista ou uma autoridade para conferir ao texto maior credibilidade. Quantos diabos há? O número é infinito. Segundo o célebre doutor em demonologia, Dr. Blook, o cálculo é simples, porque cada homem tem um diabo que o acompanha sempre como sua própria sombra, devendo, portanto, o número de diabos ser igual ao número de criaturas de que se compõe a humanidade e isso sem contar os demônios vadios, que andam pelo ar, pelo solo, pelas águas, sem ocupação, passando..... Assim, fica fácil perceber que o número de diabos é igual ao número de homens, vadios ou não, existentes no mundo.

EXERCÍCIOS 1. Leia os excertos a seguir e identifique como são desenvolvidos os parágrafos. a) A prática de redação é muito importante para a formação profissional. Não é apenas pela necessidade de redigir cartas, relatórios, ofícios que um administrador, por exemplo, precisa saber escrever. A prática da redação é fundamental porque é um excelente treinamento para a organização do raciocínio e para o desenvolvimento da capacidade de expressão. Nesse sentido, todos devem aperfeiçoar a competência comunicativa. b) A violência é um dos problemas mais graves no Brasil e pode estar associada ao desnível social, econômico e cultural da população. Constantemente jovens, crianças e adultos são expostos a agressões, roubos e morte, por exemplo. Segundo a professora de Sociologia da Universidade de São Paulo, a violência deve ser entendida como um fenômeno atrelado à desigualdade social: quanto mais dificuldades maiores são as chances de se cometer violência.. Nesse sentido, pode-se concluir que ações violentas são motivadas pro questões sociais, motivadas pelas pelo altos índices de miséria e injustiça social. c) As estratégias que a sociedade adota para combater a violência são diversas. Um exemplo dessas medidas são as baseadas na emoção, na ação impulsionada pelo sentimento. Outra forma encontrada busca resolver a violência com base no conhecimento popular, já que o conhecimento científico sobre o tema raramente é levado em consideração. Como reflexo, o tratamento das pessoas violentas evoluiu muito pouco no decorrer do século XX. Como se percebe, ainda não existem soluções definitivas para acabar com a violência. 2. Dê continuidade aos enunciados apresentados a seguir, estabelecendo a relação lógica indicada entre parênteses e usando elemento de coesão adequado para unir as informações. a) A China tem apresentado crescimento sócio-econômico altíssimo. (causa)

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) A China tem apresentado crescimento sócio-econômico altíssimo. (exemplificação) ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. Elabore um desenvolvimento para o parágrafo a seguir: A realidade brasileira é marcada por contradições sociais, culturais e econômicas. ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ Diante dessas contradições, os brasileiros precisam se perguntar qual é de fato o significado do dia 7 de setembro para o nosso país. 4. VAMOS DESENVOLVER A HABILIDADE DE DESENVOLVER PARÁGRAFOS? (ENADE 2007) Leia os textos a seguir:

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Agora é vero. Deu na imprensa internacional, com base científica e fotos de satélite: a continuar o ritmo atual da devastação e a incompetência política secular do Governo e do povo brasileiro em contê-la, a Amazônia desaparecerá em menos de 200 anos. A última grande floresta tropical e refrigerador natural do único mundo onde vivemos irá virar deserto. Internacionalização já! Ou não seremos mais nada. Nem brasileiros, nem terráqueos. Apenas uma lembrança vaga e infeliz de vida breve, vida louca, daqui a dois séculos. A quem possa interessar e ouvir, assinam essa declaração: todos os rios, os céus, as plantas, os animais, e os povos índios, caboclos e universais da Floresta Amazônica.Dia cinco de junho de 2005. Dia Mundial do Meio Ambiente e Dia Mundial da Esperança.A última. (CONCOLOR, Felis. Amazônia? Internacionalização já! In: JB ecológico. Ano 4, no 41, jun. 2005, p. 14, 15. fragmento) A tese da internacionalização, ainda que circunstancialmente possa até ser mencionada por pessoas preocupadas com a região, longe está de ser solução para qualquer dos nossos problemas. Assim, escolher a Amazônia para demonstrar preocupação com o futuro da humanidade é louvável se assumido também, com todas as suas conseqüências, que o inaceitável processo de destruição das nossas florestas é o mesmo que produz e reproduz diariamente a pobreza e a desigualdade por todo o mundo. Se assim não for, e a prevalecer mera motivação “da propriedade”, então seria justificável também propor devaneios como a internacionalização do Museu do Louvre ou, quem sabe, dos poços de petróleo ou ainda, e neste caso não totalmente desprovido de razão, do sistema financeiro mundial. (JATENE, Simão. Preconceito e pretensão. In: JB ecológico. Ano 4, no 42, jul. 2005, p. 46, 47. fragmento) A partir das idéias presentes nos textos acima, expresse a sua opinião, fundamentada em dois argumentos sobre a melhor maneira de se preservar a maior floresta equatorial do planeta. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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FORMA DE ELABORAÇÃO DE CONCLUSÃO DO PARÁGRAFO

A redação da conclusão de um parágrafo pode reorganizar enfaticamente as principais idéias do desenvolvimento. Isso pode ser feito através da elaboração de uma frase expressiva, de uma frase que reafirma a tese do parágrafo, de uma frase interrogativa que deixa questões ao leitor, etc. Por isso, a conclusão pode ser do tipo síntese, proposta ou pergunta.

Nos parágrafos a seguir, observe as conclusões: a) Os problemas encontrados no Gol (Grande Ônibus Lotado) não são poucos. Depois de muitos minutos em uma parada de ônibus, chega o GOL. Logo na entrada, é aquele empurra-empurra e, como música ao fundo, ouve-se “um passinho pra frente pessoal”. Todos respiram o mesmo gás carbônico, porque num contexto como esse o oxigênio já nem existe mais. Chegando ao destino, um alívio: finalmente a viagem acabou. Após o término das aulas, o sufoco recomeça. E pode contar, no outro dia, novamente tudo irá se repetir. b) A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. Somente na última década, segundo informações da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, o paulista se infartou vinte vezes mais do que no decênio anterior. O stress causado pela vida intensa acelera os batimentos cardíacos, por intermédio da injeção exagerada de adrenalina, e apressa o surgimento de doenças do coração. Assim, nesse contexto, há como não sofrer problemas cardíacos?

Na redação de um parágrafo, devem-se observar algumas características para que o texto tenha qualidade. E quais são essas qualidades? • O parágrafo deve ter unidade: as idéias e frases devem ser coerentes. Isto é,

as frases devem estar intimamente inter-relacionadas de tal modo que todas relacionem-se ao tema.

• As frases podem ser ligadas por elementos de coesão conforme o sentido que

expressam:

Elementos de coesão Idéia que expressam Mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto

Adversidade

Enquanto, ao passo que, à proporção que, à medida que

Proporção

Tanto... quanto, como, assim como, do que Comparação Embora, ainda que, se bem que, mesmo que Concessão Porque, visto que, uma vez que, já que Causa Conseqüentemente, por conseguinte, de modo que Conseqüência Logo, portanto, desse modo, assim, então Conclusão

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• Evitar a redação de frases muitos longas, como também somente o uso de frases curtas. A variação no comprimento das frases do parágrafo é um procedimento para realçar as idéias. • A simplicidade deve prevalecer sobre a linguagem rebuscada. Não usar palavras cujo significado não seja familiar. Exemplo: O Senhor Mauro da Costa é um quiropedista. Pedicuro) • Evitar repetições de palavras e idéias. Exemplos: Isto acontece com os velhos já idosos há 20 anos atrás. O poder aquisitivo de adquirir bens. O trabalho apresenta um estudo pertinente sobre o perfil do contabilista. Nesse trabalho, são apresentadas dez competências necessárias ao contabilista no século XXI. • Evitar ambigüidades. A especialidade da loja é vender cama para crianças de ferro. Despediram-se os empregados. È proibido dirigir um carro ébrio. O funcionário obteve licença por doença de dez dias. • Evitar chavões, lugares-comuns: O presente trabalho apresenta.... Desde os tempos mais remotos,.... A cada dia que passa.... Eu não tenho palavras para dizer.... Hoje em dia este é um assunto muito debatido. • Observar a norma culta da língua portuguesa: cuidar ortografia, concordância, regência, etc. • Empregar corretamente a pontuação. A pontuação inadequada pode alterar o sentido da frase. Exemplo: Meu amigo saiu, não está aqui. Meu amigo? Saiu não, está aqui. Meu amigo saiu? Não está aqui? • Evitar o uso de abreviaturas. • Evitar fragmentos de frases: escrever frases sempre com sentido completo.

Exemplo: “Embora não tenhamos vendido muito.” Observe-se que a frase ficou inacabada; é um fragmento apenas. Estaria completa com a oração principal: “Embora não tenhamos vendido muito, recebemos elogios do diretor.”

PROPOSTA DE REDAÇÃO ENADE 2006 QUESTÃO 10 – DISCURSIVA Leia com atenção os textos abaixo. Duas das feridas do Brasil de hoje, sobretudo nos grandes centros urbanos, são a banalidade do crime e a violência praticada no trânsito. Ao se clamar por solução, surge a pergunta: de quem é a responsabilidade?

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São cerca de 50 mil brasileiros assassinados a cada ano, número muito superior ao de civis mortos em países atravessados por guerras. Por que se mata tanto? Por que os governantes não se sensibilizam e só no discurso tratam a segurança como prioridade? Por que recorrer a chavões como endurecer as leis, quando já existe legislação contra a impunidade? Por que deixar tantos jovens morrerem, tantas mães chorarem a falta dos filhos?

(O Globo. Caderno Especial. 2 se!. 2006.)

Diante de uma tragédia urbana, qualquer reação das pessoas diretamente envolvidas é permitida. Podem sofrer, revoltar-se, chorar, não fazer nada. Cabe a quem está de fora a atitude. Cabe à sociedade perceber que o drama que naquela hora é de três ou cinco famílias é, na verdade, de todos nós. E a nós não é reservado o direito da omissão. Não podemos seguir vendo a vida dos nossos jovens escorrer pelas mãos. Não podemos achar que evoluir é aceitar crianças de 11 anos consumindo bebidas alcoólicas e, mais tarde, juntando esse hábito ao de dirigir, sem a menor noção de responsabilidade. ( ... ) Queremos diálogo com nossos meninos. Queremos campanhas que os alertem. Queremos leis que os protejam. Queremos mantê-Ios no mundo para o qual os trouxemos. Queremos - e precisamos - ficar vivos para que eles fiquem vivos.

(O Dia, Caderno Especial. Rio de Janeiro, 10 set. 2006.)

Com base nas idéias contidas nos textos acima, responda à seguinte pergunta, fundamentando o seu ponto de vista com argumentos.

Como o Brasil pode enfrentar a violência social e a violência no trânsito? Observações: • Seu texto deve ser dissertativo-argumentativo (não deve, portanto, ser escrito em forma de poema ou de narração). • O seu ponto de vista deve estar apoiado em argumentos. • Seu texto deve ser redigido na modalidade escrita padrão da Língua Portuguesa. • O texto deve ter entre 8 e 12 linhas.

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AULA 06

REDAÇÃO COESA E COERENTE Exercícios

1. Leia os excertos seguir sobre tema “Drogas nas escolas”: Considerando os excertos sobre o tema, apresente um desenvolvimento de um parágrafo-padrão, composto por:

a) Apresentação de conseqüência DROGAS: O PERIGO RONDA AS ESCOLAS

As drogas cada vez mais estão invadindo os espaços escolares. ____________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Exemplificação DROGAS: O PERIGO RONDA AS ESCOLAS

As drogas cada vez mais estão invadindo os espaços escolares. ____________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c) Apelo a testemunho de autoridade DROGAS: O PERIGO RONDA AS ESCOLAS

As drogas cada vez mais estão invadindo os espaços escolares. ____________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Assinale a alternativa que corretamente estabelece coesão do parágrafo a seguir:

Incentivar os alunos a se exercitar não evita somente problemas como a obesidade, ________melhora o desempenho escolar dos estudantes. _________ é a conclusão de um estudo americano _________ sugere que os alunos em boa forma tendem a apresentar melhores notas na escola.

a) mas também – Essa – que

"É ali que os jovens aprendem a beijar e têm sua iniciação sexual, mas também pode ser ali o lugar onde eles terão o primeiro contato com as drogas", afirma Ronaldo Laranjeira, psiquiatra e coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

"Já experimentei maconha, ecstasy, LSD e lança perfume, sempre em festas e na companhia de amigos. Na minha escola, entre os mais velhos, difícil é achar quem nunca usou nenhuma dessas coisas", diz uma garota de apenas 14 anos, que estuda em um colégio de classe média de São Paulo.

A experiência começa com drogas legais, como álcool, tabaco e cola de sapateiro. Em seguida, entram as drogas ilícitas e, entre essas, a maconha está em primeiro lugar quando se trata de ambiente escolar

Devido à sua ação sobre o sistema nervoso central, o crack gera aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores, excitação, maior aptidão física e mental. Os efeitos psicológicos são euforia, sensação de poder e aumento da auto-estima.

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b) todavia – Essa – porque c) mas – Essa – que d) porém – Essa – que e) como também – Esta – que

3. Uma pessoa está sendo acusada de homicídio. Ao ser presa, faz a seguinte declaração:

“Podem acusar-me: estou com a consciência tranqüila”.

Os dois pontos poderiam ser substituídos por uma conjunção, o que foi feito nas frases abaixo. Selecione aquela que você acha que faz sentido, levando em consideração o contexto em que ela foi dita e tentando justificar suas escolhas.

a) Podem acusar-me, porque estou com a consciência tranqüila. b) Podem acusar-me, mas estou com a consciência tranqüila. c) Podem acusar-me, portanto estou com a consciência tranqüila. d) Podem acusar-me, e estou com a consciência tranqüila. e) Podem acusar-me, ou estou com a consciência tranqüila.

4. “...mesmo nesses casos, é visto como pecado e, portanto, inadmissível. No mundo jurídico de um Estado laico, porém, as coisas não funcionam assim”; os termos que substituem, de forma adequada, respectivamente, os sublinhados no segmento dado, são: (A) logo / entretanto; (B) por isso / pois; (C) assim / visto que; (D) então / embora; (E) logo que / todavia. (CONCURSO - DELEGADO DE POLÍCIA) Texto II 1. Os faróis quebrados e os grafites assinalam que ninguém se importa. E, se ninguém se importa, tudo é permitido. 2. Experiência básica em psicologia social: se abandono um carro num bairro de classe média, ele será depenado só depois de oito semanas. 3. Outra: num metrô coberto de grafite a criminalidade é muito mais alta do que no mesmo metrô se ele for lavado e limpado a cada noite. Por quê? 4. A teoria das janelas quebradas, nos anos 90, revolucionou nossas idéias em matéria de manutenção da ordem social (George Kelling e Catherine Coles, "Fixing Broken Windows", Arrumando janelas quebradas). 5. Se, antes de abandoná-lo, aplico algumas boas marteladas nos faróis e na lataria, ele será depenado em três dias. (CALLIGARIS, C. Folha de São Paulo. Ilustrada. 08/09/2005.) 5. Marque a ordem que devem assumir os trechos para que esse texto seja coerente e coeso. A) 2, 4, 3, 5, 1 B) 5, 1, 4, 3, 2 C) 4, 3, 1, 2, 5 D) 2, 1, 4, 5, 3 E) 4, 2, 5, 3, 1 (CONCURSO - DELEGADO DE POLÍCIA) 6. Na sentença Outra: num metrô coberto de grafite a criminalidade é muito mais alta do que no mesmo metrô se ele for lavado e limpado a cada noite., a oração grifada expressa sentido de A) condição.

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B) concessão. C) comparação. D) conseqüência. E) conclusão. 7. (AUX. ENF) No trecho – ... e já humilhei alguns. Mas sempre aparece alguém para dizer... – a palavra Mas expressa a idéia de (A) adição. (B) alternância. (C) conclusão. (D) oposição. (E) explicação. 8. (AUX. OPE) Na frase – Não executei o trabalho, já que não me pagariam. – a conjunção já que expressa o sentido de (A) causa. (B) conseqüência. (C) tempo. (D) condição. (E) comparação. 9. (AG. ADM) Assinale a alternativa que substitui adequadamente a expressão além disso em: Além disso, as vassouras foram trocadas pelos jatos de água quente... (A) Apesar disso. (B) Ademais. (C) Contudo. (D) Em virtude disso. (E) Ao contrário. 10. (AG. ADM)Assinale a alternativa em que a palavra manteria o mesmo sentido de mas em: Frescura e motivo de piada para alguns, mas sofrimento legítimo para muitos... (A) inclusive. (B) exceto. (C) pois. (D) consequentemente. (E) todavia. 11. (AG. OPE) Na frase – Algumas medidas já foram adotadas para combater essa vergonhosa realidade – a preposição para expressa a idéia de (A) causa. (B) conseqüência. (C) condição. (D) tempo. (E) finalidade. 12. Quando o governo decidiu construir o maior estádio do mundo, para servir de palco principal da Copa de 1950, seu nome ganhou a honra de batizá-lo: Mário Filho, vulgo Maracanã. As expressões em destaque, Quando e para, no texto, estabelecem, respectivamente, relação de (A) causa e conclusão. (B) explicação e concessão. (C) tempo e finalidade. (D) proporção e conseqüência. (E) comparação e adversidade.

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13. (AG. ADM) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a lacuna das frases. I. Entre ________ e os funcionários deste setor, não há pontos discordantes. II. Para ________ aceitar essa oferta, é preciso haver aumento substancial de salário. III. As informações referentes aos novos funcionários não chegam até ____________ . IV. Para __________ , não foi motivo para demissão. (A) eu ... mim ... mim ... mim (B) mim ... eu ... eu ... mim (C) eu ... mim ... eu ... eu (D) mim ... eu ... mim ... mim (E) eu ... eu ... mim ... eu 14. (AG. ADM)Leia as frases. I. A empresa está ___________ atrasada com o pagamento do salário dos funcionários. II. As notas fiscais estão ___________ ao processo. III. A entrega das encomendas deve acontecer com ____________ demora. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, a lacuna das frases. (A) meia ... anexas ... menos (B) meio ... em anexas ... menos (C) meia ... anexo ... menas (D) meio ... anexas ... menos (E) meia ... em anexo ... menos 15. Qual é a ordenação coerente e coesa das frases abaixo, retiradas da Veja,com,? ( ) Apesar do insistente discurso pró-educação do governo, a taxa de analfabetismo no Brasil permaneceu praticamente inalterada em 2008 em relação ao ano anterior. ( ) Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia cerca de 14,2 milhões de analfabetos com mais de 15 anos de idade no Brasil em 2008, quando a taxa foi estimada em 10%. ( ) Em 2007, a taxa foi de 10,1%. ( ) As disparidades regionais, no que diz respeito ao analfabetismo, não diminuíram no ano passado, quando a região Nordeste apresentava uma taxa de 19,4%, quase o dobro da nacional. ( ) Porém, segundo destaca o documento de divulgação da Pnad, o Nordeste foi "a única região a apresentar queda expressiva" na taxa de analfabetismo no ano passado em relação a 2007, quando chegava a 19,9%. ( ) Já a taxa de analfabetismo funcional, representada pela proporção de pessoas de 15 anos ou mais de idade com menos de quatro anos de estudos completos, foi estimada em 21% em 2008, ante 21,8% em 2007. ( ) No ano passado, ainda havia 30 milhões de analfabetos funcionais no Brasil. COESÃO PRINCIPAIS PROBLEMAS DE COESÃO

AMBIGÜIDADE A ambigüidade pode ser usada para obter um efeito de sentido no receptor. Se ela for produzida de forma involuntária e não tiver essa finalidade como recurso textual, será considerada indevida e inadequada por dificultar a compreensão do texto pelo interlocutor. Para obter coesão e coerência é preciso, portanto, evitar essa ambigüidade, causada por pontuação imprópria, por problemas de construção textual e por emprego de palavras com mais de um sentido, que podem gerar, de forma não intencional, mais de uma possibilidade de interpretação. Veja:

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O computador tornou-se um aliado do homem, mas esse nem sempre realiza todas as suas tarefas. O sentido da frase ficou ambíguo, porque as palavras esse e suas podem referir-se tanto a “computador” quanto a “homem”. Tanto este quanto aquele podem não realizar o seu trabalho por completo.

Para que não ocorra ambigüidade, pode-se escrever essa frase assim: O computador, apesar de ser um aliado do homem, não consegue realizar todas as tarefas

humanas. Observe alguns casos freqüentes de ambigüidade, que podem ser problemáticos:

a) problemas com o uso de pronomes possessivos Raquel preparou a pesquisa com Sílvio e fez sua apresentação. b) problemas com o uso de pronomes relativos Visitamos o teatro e o museu cuja qualidade artística é inegável. c) problemas com o uso de formas nominais O pai viu o filho chegando em casa bem tarde. d) colocação inadequada de palavras O cliente aborrecido recusou o vinho por causa da safra.

EXERCÍCIO O texto a seguir refere-se às questões 1 e 2.

Crime hediondo Promotor usa informática para reproduzir homicídio

1. A manchete publicada pelo jornal O Estado de São Paulo apresenta a possibilidade de uma interpretação absurda. a) Que interpretação é essa? b) Qual a expressão que dá margem a essa leitura? 2. Qual é a interpretação adequada da manchete transcrita? 3. No texto a seguir, extraído da revista Veja, em 10 de março de 2004, há uma ambigüidade. Identifique-a e refaça o trecho, procurando desfazer a ambigüidade. “Gastou mais de 12 milhões de dólares herdados do pai, cuja família fez fortuna no ramo de construção de estradas de ferro, com festas, viagens, bebidas e mulheres.”

4. Assinale a alternativa que apresenta ambigüidade: a) O Sport pega o Náutico sem cinco titulares. b) Grevistas exigem aumento salarial e mais apoio do governo. c) Cada aluno desta sala leu dois livros. d) A homenagem ao governador foi emocionante. e) A compra dos livros ocorreu durante a feira.

5. Assinale a alternativa que não apresenta ambigüidade:

a) O pai espera que o filho seja sempre como ele é. b) Brasil chega à vice-liderança após vencer o Chile, em seu estádio. c) Veja as fotos da capela que fiz para minha avó. d) A secretária disse ao chefe que a sua viagem estava marcada. e) Encontrei a caderneta, na qual eu anoto todos os meus gastos.

REDUNDÂNCIA A redundância pode dificultar o entendimento do texto em virtude do uso de idéias e palavras repetidas ou desnecessárias, que comprometem a clareza da mensagem. Para evitar essa repetição, é preciso tirar palavras supérfluas a fim de sintetizar informações e não comprometer a qualidade do texto. A repetição pode ser um recurso estilístico quando há uma intenção especial em repetir palavras ou idéias, como é perceptível em textos humorísticos, publicitários, literários, etc. Mas há

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casos em que se deve evitá-la, para que a linguagem não se torne inadequada. Veja alguns casos comuns de redundância: a) palavras próximas e idênticas O povo exige seus direitos, os direitos do povo devem ser respeitados. b) repetições exageradas O ministro apresentou sua proposta de trabalho, mas o ministro não foi claro em várias questões e as argumentações do ministro não foram aceitas.

EXERCÍCIOS 1. Reescreva estas frases, eliminando a redundância. a) Atualmente, nos grandes centros urbanos, ocorre uma onda de violência que vem causando um pânico crescente, nos dias de hoje, entre as pessoas. b) É preciso coragem! Encare as dificuldades de frente. c) Este mês ganhei um brinde grátis pela assinatura de uma revista. d) na volta das férias, tivemos uma surpresa inesperada: o caso das provas desaparecidas chegara a seu desenlace final. e) Entre dentro de casa e fique aqui ou saia já para fora. Não quero esse vaivém. f) há poucos dias atrás seriam aceitas estas evidências tão claras como provas do atentado. 2. Identifique a ambigüidade nas frases e reescreva cada uma, optando por um dos sentidos possíveis. a) O médico examinou o cliente preocupado. b) A diretora contratou a professora. Ela reside próximo à escola. c) Michele telefonou para Rodrigo e avisou-lhe sua amiga ia chegar naquela semana. d) Peguei o ônibus correndo. e) Vi um desfile andando pela cidade. 3. Assinale a ÚNICA frase em que a ordem de colocação das palavras NÃO produz ambigüidade. a) Rossi pede ao STF processo por calúnia contra Motta. b) É só colocar as moedas, girar a manivela e ter a escova já com pasta embalada nas mãos. c) Casal procura filho seqüestrado via Internet. d) Câmara torna crime porte ilegal de armas. e) Regressou a Brasília depois de uma cirurgia cardíaca com cerimonial de chefe de Estado. 4. Observe o seguinte texto:

Perigo Árvore ameaça cair em praça do Jardim Independência

Um perigo iminente ameaça a segurança dos moradores da Rua Lúcia Tonon Martins, no Jardim Independência. Uma árvore, com cerca de 35 metros de altura, que fica na Praça Conselheiro da Luz, ameaça cair a qualquer momento. Ela foi atingida, no final de novembro do ano passado, por um raio e, desde este dia, apodreceu e morreu. A árvore, de grande porte, é do tipo Cambuí e está muito próxima à rede de iluminação publica e das residências. “O perigo são as crianças que brincam no local”, diz Sérgio Marcatti, presidente da Associação de Bairro.

(Jornal Integração, 16 a 31 ago. 1996) a) O que pretendia afirmar o presidente da Associação? b) O que ele afirma, literalmente? c) Na placa abaixo, podemos encontrar o mesmo tipo de ambigüidade que havia na declaração de Sérgio Marcatti. O que tornaria divertida a leitura da placa?

CUIDADO ESCOLA! NOTA: Para responder, leve em conta as seguintes acepções do termo “perigo”, constantes do Novo dicionário de Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira: Perigo: 1. Circunstância que prenuncia um mal para alguém ou para alguma coisa. 2. Aquilo que provoca tal circunstância; risco. 3. Estado ou situação que inspira cuidado; gravidade.

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ESTRATÉGIAS PARA ELIMINAR PROBLEMAS DE COESÃO ELIPSE

É o apagamento da segunda ocorrência do termo, que fica, assim, subentendido no enunciado. Tive dois grandes amigos na vida, além de meus filhos. Um deles foi Guilherme da Silveira, patrono de Bangu. O outro, o professor Flávio Costa. Muitos dizem que fui um grande jogador. Não tenho motivos para discordar. (Domingos da Guia, ex-jogador de futebol da Seleção Brasileira)

PALAVRAS REFERENCIAIS

São palavras usadas para retomar expressões ou frases anteriores, evitando a repetição desnecessária de vocábulos. Fabiano Gonçalves ouvira falar em juros e prazos. Isto lhe dera uma impressão bastante penosa: sempre que os homens sabidos lhe diziam palavras difíceis, ele saía logrado.

EXERCÍCIOS

1. Leia o fragmento seguinte, extraído de notícia publicada em jornal sob o título Separatistas do Quebec mudam estratégia. Em uma desafiante mudança de estratégia, os separatistas do Quebec anunciaram ontem que permanecerão no Parlamento federal - apesar de sua recente derrota no referendo sobre a secessão – a fim de lutar contra as propostas que sejam apresentadas com o objetivo de manter o Quebec como parte integrante do Canadá. (Gazeta do Povo, 3 nov. 1995) O pronome possessivo sua, que aparece no fragmento, refere-se ao antecedente: a) secessão b) recente derrota c) separatistas do Quebec d) Parlamento federal e) desafiante mudança de estratégia LEIA O TEXTO A SEGUIR:

As profissões mais bem pagas

01

Desejo de ficar rico pode não ser um critério determinante em testes vocacionais, mas é prudente saber quais são as perspectivas financeiras de uma profissão antes de investir nela tempo e dinheiro. Um dos estudos mais completos sobre salários é o da Fundação Getulio Vargas. Com base nele, foi elaborado o ranking desta reportagem. O critério utilizado para revelar os campeões da remuneração foi o salário médio de cada profissão em todo o país. Algumas variáveis tendem a puxar os valores para cima. Entre elas, viver nos estados do Sudeste e em metrópoles. Para ganhar bem, no entanto, não basta escolher uma das carreiras que encabeçam a lista. "Médicos, advogados e engenheiros podem ter bons salários na média, mas mesmo eles não vão muito longe sem vocação, competência e um bom nível de conhecimento profissional", diz Marcelo Ferrari, consultor sênior da área de capital humano da Mercer, em São Paulo. Ou seja, de nada adianta optar por direito, sonhando em ser um dia um juiz com ótimo salário inicial, se não se tem gosto pelo estudo das leis, pelo debate de ideias e pela leitura. Outra regra que vale para todas as profissões: rendimentos mensais de seis dígitos são privilégio de muito poucos. Guiar-se por eles na escolha da profissão possivelmente levará a incômodas decepções no futuro. Por mais competente que alguém seja e por mais que se empenhe na carreira, há sempre no percurso uma infinidade de condições que ajudam a chegar ao topo - ou atrapalham. Aliar-se com as pessoas certas, ter bons chefes, deparar com as oportunidades no momento ideal, atuar em um setor de atividade que subitamente cresce em relevância econômica - enfim, há circunstâncias que, em geral, não podem ser previstas e quase sempre têm impacto na evolução profissional. "Por isso, o melhor é não ficar enjaulado em

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uma carreira: aprenda outras atividades e tenha sempre um plano B", diz César Souza, presidente da consultoria Empreenda, de São Paulo.

Há três caminhos que, em geral, levam a bons salários. O primeiro é procurar vagas nas empresas líderes de cada setor, pois costumam ser as que mais crescem e, portanto, as que oferecem as melhores oportunidades e pagam melhor. Um analista financeiro júnior que começa ganhando mais que a média de mercado em uma empresa pequena, por exemplo, pode demorar até sete anos para ser promovido. Em uma companhia líder, em quatro anos, em média, ele já passa a ocupar o cargo de analista sênior, com um salário maior. O segundo caminho, válido para profissionais liberais, é conquistar bons clientes e assumir a propriedade do próprio nariz. Os médicos, arquitetos e advogados mais bem-sucedidos (leia-se, com os melhores rendimentos) quase sempre atendem em consultório ou escritório próprio. O terceiro caminho é optar por carreiras do serviço público com bons salários iniciais, como fiscal da Receita Federal ou juiz.

Para ganhar bem, não se pode parar de estudar nunca. A pesquisa da FGV acrescenta novas comprovações à já consolidada tese de que o investimento em educação aumenta salários e reduz a possibilidade de desemprego. A taxa de ocupação entre os brasileiros em idade ativa que nunca passaram de um ano de estudo é de 60%. Entre os que estudaram dezoito anos ou mais, 91% têm trabalho. Quanto aos salários, cada ano de estudo adicional representa um aumento médio de 15% no valor recebido no fim do mês. O ideal, portanto, é não ficar só no diploma universitário. Cursos de especialização e pós-graduação fazem diferença no contracheque de carreiras em que o conhecimento técnico é essencial, como medicina e análise de sistemas. "Uma experiência sólida no exterior, seja acadêmica, seja profissional, também influencia positivamente no nível salarial e no rumo que a carreira toma", diz Renato Bagnolesi, headhunter da Robert Wong Consultoria Executiva. Trata-se de um investimento com um alto retorno na vida pessoal. Afinal, um bom salário costuma ser diretamente proporcional à satisfação no trabalho. (Disponível em: http://veja.abril.com.br/111109/profissoes-mais-bem-pagas-p-190.shtml. Acesso em 30 mar 2010)

1. “Desejo de ficar rico pode não ser um critério determinante em testes vocacionais, mas é prudente

saber quais são as perspectivas financeiras de uma profissão antes de investir nela tempo e dinheiro.” O conetivo em destaque poderia ser substituído por todos os exemplos a seguir, exceto: a) No entanto b) Visto que c) Porém d) Todavia e) Entretanto

2. “Para ganhar bem, não se pode parar de estudar nunca.” A frase pode ser reescrita, sem alteração

de sentido e mantendo-se os princípios de coesão e coerência por todas as alternativas a seguir, exceto: a) Estudar sempre é necessário para quem quer ganhar bem. b) A fim de obter uma boa remuneração, é necessário estudar sempre. c) Se o objetivo é ganhar bem, é imprescindível não parar de estudar. d) Não se pode parar de estudar quando se quer ganhar bem. e) Mesmo ganhando bem, não se pode parar de estudar.

3. Em “O ideal, portanto, é não ficar só no diploma universitário.”, o elemento de coesão em destaque

pode ser substituído sem alteração de sentido por: A) Por isso B) Porque C) Porém D) Mas E) No entanto

4. O segundo parágrafo do texto é um exemplo de parágrafo-padrão. Explique por que, justificando

sua resposta e apontando os conetivos usados pelo autor para estabelecer a coesão entre frases e idéias.

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5. Qual é a tese do texto e como ela é defendida, ou seja, a que procedimentos de redação argumentativa o autor recorre? Explique.

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AAUULLAA 0088

CCoonnccoorrddâânncciiaa VVeerrbbaall Regra geral: o verbo concorda com seu sujeito em pessoa e número.

Os novos recrutas mostraram muita disposição. Eu mostrei meu trabalho na Feira do Livro. (você (ou ele) mostrou, nós (eu

e...) mostramos...). João e Maria assinaram o contrato hoje. Vossa Senhoria pode ir à reunião no dia de março?

REGRAS ESPECIAIS 1) Nomes próprios de lugar ou títulos de obras: __ verbo no plural se precedido de artigo; __ verbo no singular se não houver artigo precedendo-o ou se o artigo estiver no singular.

Os Estados Unidos concederam ajuda financeira àquele país. Contos Novos é uma das obras de Mário de Andrade.

Em títulos de obras, com o verbo “ser” e predicativo do singular, admite-se também o verbo no singular:

Os Sertões é um livro muito interessante. 2) Pronome de tratamento: usa-se o verbo na 3ª pessoa. Vossa Senhoria está melhor agora? Você está bem? 3) Em frases com sujeito inexistente, o verbo fica na terceira pessoa do singular. É o caso de verbos que indicam fenômenos da natureza: sempre na 3 pessoa do singular.

Choveu ontem. Ventou muito nessas noite. Geou em Santa Cruz do Sul.

4) Verbo haver: sempre na 3ª pessoa quando é empregado no sentido de existir ou de tempo transcorrido.

Haverá descontentes no governo e na oposição. Havia cinco anos não ia a Brasília. Faz dez dias que não durmo. Semana passada fez dois meses que iniciou a apuração das irregularidades.

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5) Verbo + pronome se: Os verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos, quando apassivados, concordam com o sujeito:

Vendem-se apartamentos funcionais e residências oficiais. Vendem-se casas e terrenos a prazo. Para obterem-se resultados são necessários sacrifícios.

6) Verbo + pronome se: Verbo transitivo indireto (isto é, que rege preposição) fica na terceira pessoa do singular; o se, no caso, não é apassivador pois verbo transitivo indireto não é apassivável:

Precisa-se de serventes de pedreiro. Assiste-se a mudanças radicais no País. Precisa-se de homens corajosos para mudar o País. (E não *Precisam-se

de...) Trata-se de questões preliminares ao debate. (E não *Tratam-se de...)

1. Indique qual das formas verbais entre parênteses preenche adequadamente as frases a seguir, de acordo com a variedade padrão.

a) A rádio e a televisão local ________________ (interrompia – interrompiam) a todo momento a programação para anunciar a tempestade que se aproximava da cidade. b) Nem um nem outro comentário ________ (abalou – abalaram) sua decisão. c) Dentro de alguns minutos _________________ (será divulgada – serão divulgadas) a nota de avaliação final e a lista dos aprovados) deste ano. d) O diretor, ela e eu ______________ (participarão – participaremos) do curso de especialização em Marketing.

2. Assinale a opção em que o verbo haver é impessoal e, portanto, não deveria estar no plural: a) Os infratores se haverão com a Justiça. b) No último final de semana, houveram muitos assassinatos na periferia de São

Paulo. c) Alguns políticos hão de cumprir suas promessas. 3. Complete as lacunas com uma das opções indicadas: a) com essas medidas, acredito que não ____ (haverá – haverão) mais problemas

de ordem econômica. b) Já ___ (faz –fazem) três dias que ele não aparece por aqui. c) Penso que ___(deve – devem) existir meios para que vocÊ possa atingir seu

objetivo. d) ____ (há – a) muito tempo, __________( aconteceu - aconteceram) ali alguns

fatos estanhos. e) O relógio da sala __________ (bateu – bateram) quatro horas. Agora, _______-

(falta - faltam) apenas trinta minutos para ele chegar com as novidades.

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4. Os enunciados a seguir apresentam infração às regras de concordância exigidas para a escrita. Identifique tais infrações e reescreva os trechos em que eles ocorrem de acordo com a norma culta. a) um dos sinais de desespero é a incoerência. Fala-se coisas que antes eram ditas de outra forma. O governo está com esse sintoma. (Folha de São Paulo, 28 maio 2001) b) Como se tratam de documentos protegidos pelo sigilo bancário, a comissão decidiu não divulgar a ata da reunião. (Folha de São Paulo, 24 ago. 2001) 5. Assinale a alternativa em que tanto A quanto B estão adequadas à modalidade escrita padrão. 1) a. O juiz havia assinado o mandado na véspera. b. O juiz tinha assinado o mandado na véspera. 2) a. Tem vários pontos de vista diferentes. b. Trata-se de vários pontos de vista diferentes. 3) a. Havia várias pessoas descontentes com a polícia. b. Existiam várias pessoas descontentes com a polícia. 4) a. O sorteio foi suspenso porque houveram muitas reclamações no Procon. b. O sorteio foi suspenso porque ocorreu muitas reclamações no Procon. 6. Observe a concordância estabelecida na construção “verbo + se” em dois textos da seção “Classificados”. Vende-se terras 12ha s/ benf. Rincão da Lagoa; 20ha s/ benf.. R$ 7.000,00 por ha. F. 9785 2165. Vende-se terreno na Prainha, lugar alto e cercado. 3743-2143.

a) Um dos textos não obedece a regra de concordância. Qual? Por quê? b) Procure explicar qual seria a razão para o erro de concordância no texto.

7. Complete as lacunas com uma das formas verbais indicadas entre parênteses. a) Quando cheguei à cidade, _____ (havia – haviam) apenas dois apartamentos disponíveis para aluguel. b) ________ (deve haver – devem haver) muitos feridos no acidente da viaduto. c) ________ (deve existir – devem existir) muitas razões para o divórcio. d) _______ (vai fazer – vão fazer) cinco anos que não viajo. 8. Marque a frase absolutamente inaceitável, do ponto de vista da concordância nominal: a) É necessária paciência. b) Não é bonito ofendermos aos outros. c) É bom bebermos cerveja. d) Não é permitido presença de estranhos. e) Água de Melissa é ótimo para os nervos.

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9. (CESCEM – SP) – Já ... anos, ... neste local árvores e flores. Hoje, só ... ervas daninhas.a) fazem/havia/existe b) fazem/havia/existe c) fazem/haviam/existem

d) faz/havia/existem e) faz/havia/existe

10. Qual a alternativa em que as formas dos verbos bater, consertar e haver nas frases abaixo, são usadas na concordância correta? - As aulas começam quando ... oito horas. - Nessa loja ... relógios de parede. - Ontem ... ótimos programas na televisão. a) batem – consertam-se – houve b) bate – consertam-se – havia c) bateram – conserta-se – houveram

d) batiam – conserta-se-ão – haverá e) batem – consertarei – haviam

REDAÇÃO TÉCNICA

A redação técnica pode ser definida como qualquer produção textual que usa uma linguagem objetiva, dando preferência à eficácia e a exatidão da comunicação e eliminando marcas da subjetividade do autor (opiniões pessoais, crenças, deduções subjetivas, etc). Conforme destaca Othon Garcia (2002), “Nesses casos, a redação oficial, a correspondência comercial e bancária, os papéis e documentos notariais e forenses constituem redação técnica” (p. 394).

A redação técnica pode englobar variados tipos de texto, que combinam descrição, narração e argumentação, dependendo de quem escreve, para que escreve, o que escreve. Pertencem, portanto, à redação técnica textos como manuais de instrução, pareceres, relatórios, atas, bulas, ofícios, etc.

Neste capítulo, serão destacados apenas os textos que fazem parte do cotidiano do Administrador ou do Contador, priorizando o esclarecimento sobre aquilo que realmente será utilizado nas atividades práticas dessas profissões. As correspondências oficiais e comerciais fazem parte da chamada redação técnica e há vários autores que se dedicam ao estudo de textos administrativos, cartas comerciais, correspondência oficial, dentre os quais João Bosco Medeiros, Dileta Martins e Lúbia Scliar Zilberknop.

Conforme Medeiros (2001), as correspondências podem ser de vários tipos:

• Particular, pessoal ou social: trocada entre particulares. Os assuntos são íntimos, particulares.

• Bancária: enfoca assuntos relacionados à vida bancária; • Comercial: ocupa-se da transação comercial ou industrial; • Oficial: tem origem no serviço público, civil ou militar.

Os textos comerciais e oficiais servem para a comunicação empresarial, para o registro de reuniões, para a solicitação de recursos, documentos, etc. Para cada um desses objetivos existe um tipo de texto: ofício, mensagem eletrônica, ata, requerimento.

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No contexto da redação empresarial, ou seja, produção de textos administrativos, são necessárias algumas observações. Estas variam desde o cuidado aos objetivos do autor e observação à estrutura de cada tipo de texto até às qualidades da redação técnico-administrativa.

Para que essa comunicação seja eficiente é necessário ficar atento a algumas particularidades da redação técnica, as quais seguem os princípios básicos de qualquer tipo de composição textual. A bibliografia atual sobre o assunto destaca algumas exigências para se escrever um bom texto:

• Concisão: evitar detalhes e palavras desnecessários como também o uso de adjetivação excessiva e de muitos advérbios; observar o meio termo: não ser tão conciso a ponto de a informação não ser suficiente.

• Precisão vocabular: termos com sentido preciso vocabulário amplo.

• Uso de palavras simples e conhecidas: evitar palavras prolixas.

• Uso de frases simples e diretas: evitar frases intercaladas e com sintaxe complexa; optar por orações coordenadas em vez de subordinadas.

• Uso limitado de verbos no gerúndio e no particípio e de tempos compostos. Evitar iniciar frases com “sendo...”.

• Uso da língua culta: observar as regras da gramática normativa e não utilizar gírias, chavões, expressões estereotipadas.

• Ênfase na informação.

• Exatidão: evitar palavras vagas, compridas, difíceis que podem não ser entendidas pelo receptor. Nesse sentido, evitar o uso de alguns, quase todos, muitos, poucos, há dias... que são palavras e expressões vagas.

• Coerência de idéias: enfatizar os pontos-chave convenientemente; fazer uma transição natural entre uma frase e outra; construir frases com sentido completo.

• Clareza: o texto deve ser tão claro que até um estrangeiro que conheça um pouquinho a língua portuguesa possa entender a mensagem.

• Cortesia: ser educado, agradável e cortês na redação para suscitar reações positivas no receptor.

• Atenção ao receptor: um dos elementos mais importantes numa correspondência é o receptor. Evitar, portanto, excesso de pronomes pessoais, como eu, nós.

• Simplificação: restringir a redação ao essencial. Veja:

a) Acusamos o recebimento → Recebemos b) Anteriormente citado → Citado c) Segue anexo a esta → Anexamos d) Será prontamente atendido → Será atendido e) Um cheque nominal no valor de → Um cheque de f) O corrente mês de julho → Neste mês

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ATENÇÃO! Na redação dos textos empresariais, deve-se chamar atenção para algumas expressões que devem ser banidas da redação:

a) Agradecemo-lhe antecipadamente... b) Venho por meio deste.... c) Ansiosamente aguardamos resposta... d) Lamentamos informar... e) Permita-me dizer... f) O presente ofício... g) No devido tempo... h) Cordiais abraços... i) Cordiais saudações... j) Manifestando nossas considerações e apreço, despedimo-nos.

Na redação técnica, também é preciso observar a estética: distribuir de modo harmônico o texto na folha; não encaminhar ofícios ou requerimentos, por exemplo, em folhas cuja impressão não é de qualidade ou em folhas amassadas. Além disso, o redator deve dominar a estrutura de cada tipo de texto. Como o objetivo das relações comerciais é criar, manter e encerrar negociações, a correspondência comercial, para atingir seus objetivos, submete-se à exigência de certas normas e orientações quanto à elaboração e circulação de documentos próprios ao mundo do trabalho. Vamos conhecer a estrutura de uma ata, de um ofício, de um requerimento e de uma mensagem eletrônica, que são os textos mais comuns nos contextos administrativo e contábil.

Por Paulo Botelho

TÉCNICAS DE REDAÇÃO EMPRESARIAL

"O conhecimento é o único recurso econômico que faz sentido".

Peter Drucker, consultor americano.

Tem razão Peter Drucker com esta lúcida afirmação. Na chamada "Era do Conhecimento", as empresas mais bem sucedidas serão aquelas com a capacidade de aprender mais rápido que seus concorrentes. Para isso, é fundamental que elas se comuniquem, mais e melhor - interna e externamente - utilizando-se de linguagem objetiva, correta e concisa.

Escrever é comunicar-se. Escrevemos para comunicar alguma coisa a alguém. E o que significa comunicar-se? Pela própria etimologia da palavra, significa tornar comum uma informação, uma idéia, um projeto. Ora, se redigirmos um e-mail, um relatório, um memorando ou qualquer tipo de texto, queremos que outras pessoas compreendam e assimilem nossa mensagem; o que estamos querendo dizer. E como proceder para que essa meta se concretize? Inicialmente, todo texto precisa ser claro e objetivo, isto é, a mensagem tem que ser facilmente assimilada pelo

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leitor e deve ir direto ao ponto, sem assuntos periféricos que dificultam a compreensão.

Ao escrever não precisamos ficar obcecados em demonstrar erudição e cultura gramatical. Se quisermos escrever bem, de modo eficaz, devemos direcionar a nossa preocupação para três funções básicas de uma redação: produzir uma questão ou resposta, tornar o pensamento comum e persuadir, convencer.

Disponível em: http://www.guiarh.com.br/x6.htm

Observe, então, que, para escrever com adequação, é preciso demonstrar habilidade tanto na escrita quanto na fala e ainda conhecer não só o assunto do qual irá tratar, mas também a estrutura do texto e não tropeçar na língua, pois o conhecimento que o redator tem dela pode indicar a sua competência. Observe a redação do memorando. MEMORANDO

O memorando é a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em níveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Outras características ►Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc. a serem adotados por determinado setor do serviço público. ►Sua característica principal é a agilidade. ►A tramitação do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. ►Para evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação. Forma e Estrutura Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplo: Mem. 118/DJ

Em 12 de abril de 1991.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Assunto: Administração. Instalação de microcomputadores

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1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria

verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento.

2 Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas,que o ideal seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos, e outro gerenciador de banco de dados.

3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização,cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito.

4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

João Alves Diretor da Empresa

EXERCÍCIOS

1. O memorando a seguir é um texto redigido por um funcionário de uma biblioteca que queria informar a professores de uma instituição escolar que havia livros novos a serem consultados.

DE: Biblioteca Central PARA: Prof. Santinho Palhano e Prof. Rubem Souza

DATA: 16-12-08 Assunto: Livros

Preciso informar aos senhores o recebimento dos livros novos e que vocês podem passar a retirar eles na próxima semana, pois, como não vai dar tempo para mim registrar todos até sexta-feira, eles só ficarão disponíveis na semana que vem.

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Camilo Franco Bibliotecário

Considerando as características do memorando e da redação no âmbito empresarial, aponte: 1. a (in)adequação da linguagem 2. a estrutura desse tipo de texto

3. os problemas de redação 2. Como você deve ter observado, o bibliotecário usou as seguintes expressões: “não vai dar tempo para mim registrar todos até sexta-feira” e “vocês podem passar a retirar eles na próxima semana”. a) O que essas expressões em destaque sugerem? b) Qual a maneira adequada de estudar a colocação desses pronomes sem cometer esses pecados da língua? "Para mim fazer" ou "para eu fazer"? “Entre mim e ti..." ou “Entre eu e você..."? "Consigo" ou "com você"?

EXERCÍCIOS 1. Qual das frases apresenta uso inadequado de pronome pessoal? a) Vamos levar ele para sair conosco? b) Para mim, sair sozinho à noite é perigoso. c) Todos os critérios de seleção ao cargo são favoráveis a mim. d) Para eu sair à noite, preciso de companhia. e) Existem muitos obstáculos entre mim e ti. 2. (UFV – GO) Das alternativas abaixo, apenas uma preenche de modo correto as lacunas das frases. Assinale-a. Quando saíres, avisa-nos que iremos ____.

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Meu pai deu um livro para _____ ler. Não se ponha entre _____ e ela. Mandou um recado para você e _____. a) contigo, eu, eu, eu b) com você, mim, mim, mim c) consigo, mim, mim, eu d) consigo, eu, mim, mim e) contigo, eu, mim, mim 3. (Unimep – SP) Eu não __ vi na festa do clube ontem. Os diretores não __ convidaram? Não __ disseram que era ontem? Eu __ avisei de que não podia confiar neles! a) o, o, o, o b) o, lhe, lhe, o c) o, o, lhe, o d) lhe, lhe, lhe, lhe e) lhe, lhe, o, o REQUERIMENTO

Quando alguém deseja solicitar alguma coisa a uma entidade, órgão, setor, deve escrever um tipo de texto específico: o requerimento, que deve ser claro e objetivo.

Requerimento é um documento específico de solicitação e, através dele, a pessoa física ou jurídica requer algo a que tem direito (ou pressupõe tê-lo), concedido por lei, decreto, ato, decisão, etc.

O requerimento, assim como os demais textos técnicos, possui uma estrutura particular. São elementos que o compõem:

a) Invocação: os termos devem ser escritos por extenso (coloca-se a função profissional do receptor, não o nome dele);

b) Texto: inicia-se o pelo nome do requerente, sua qualificação (ou representação se for pessoa jurídica), exposição do ato legal em que se baseia o requerimento e o objeto desse requerimento (quando o pedido for amparado por uma lei específica).

c) Fecho: em que entram as expressões Nesses termos ou Nesses termos Pede deferimento Aguarda deferimento Após a expressão, deve ser mencionar a data e apresentar a assinatura do requerente (ou seu representante legal).

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Senhor Prefeito Municipal de Vacaria /RS,

Prodesa – Indústria e Comércio S.A., com sede na Avenida Assis Brasil, 2069, em Porto Alegre, por seu Presidente e Representante Legal, Luís Carlos Soares, industrial, brasileiro, casado, residente em Porto Alegre, na Rua Filadélfia, 1260, nos termos do Decreto nº 45/2000, assinado por V. Exª. em 10 de maio de 2000, em que concede isenção de impostos sobre serviços de qualquer natureza, por dez anos, a indústrias que venham a instalar-se nesse município no ano 2000, vem requerer que Vossa Excelência outorgue à Prodesa a referida isenção. Para isso, consta em anexo toda documentação exigida no decreto citado.

Nesses termos Pede deferimento

Vacaria, 30 de junho de 2006.

Luís Carlos Soares Luís Carlos Soares

Presidente

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Senhor Presidente, Analice da Silva, brasileira, solteira, Secretária Executiva da Mols & Mols Ltda., residente e domiciliada na Rua Ernesto Alves, nº 412, em Santa Cruz do sul, tendo em vista que: a) é funcionária efetiva na empresa desde 1995; b) participou de todos os cursos de qualificação profissional

oferecidos pela empresa, alcançando ótimo desempenho conforme avaliação dos instrutores;

c) busca aperfeiçoamento contínuo, através de curso superior, para ampliar sua formação

vem solicitar a Vossa Senhoria uma bolsa de estudos para que o curso universitário seja realizado com mais proveito e em um período mais curto. Nesses termos Pede deferimento

Santa Cruz do sul, 24 de setembro de 2006.

Analice da Silva Analice da Silva

Secretária Executiva

EXERCÍCIOS 1. Assinale a alternativa que apresenta uma informação errada sobre a linguagem da redação técnica: a) Simples, evitando-se preocupação com enfeites literários. b) Atual, isto é, inteligível à época presente. c) Precisa, a saber, própria, específica, objetiva. d) Correta, com exata observância das normas gramaticais. e) Pessoal, com o máximo de subjetividade, pois a carta comercial é lugar adequado para manifestações subjetivas e sentimentais. 2. Suponha que você é supervisor de uma empresa e deseja fazer um curso de qualificação, para o qual precisará se afastar das atividades profissionais por duas semanas. Redija um requerimento ao Diretor da empresa onde você trabalha, solicitando tal afastamento. Para isso, argumente para que seu pedido seja deferido. MENSAGEM ELETRÔNICA

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No contexto atual, a Internet tem se constituído como uma das ferramentas de trabalho e, considerando essas circunstâncias, as mensagens eletrônicas são usadas para estabelecer comunicação à distância com maior rapidez, substituindo o telefone, a carta, o telegrama. Através dessas mensagens (os populares e-mails) são feitas comunicações, inclusive as empresariais, pois proporcionam rapidez e eficiência e podem ser enviadas e recebidas a qualquer instante, conforme a conveniência do destinatário. Nesse sentido, mensagens eletrônicas são formas atuais de comunicação. A mensagem eletrônica, criada a partir do uso intenso da Internet, deu origem a um tipo de texto, que apresenta características de outros tipos de texto, como o memorando, a carta, o bilhete, a conversa face a face. A predominância de uma dessas características depende da maneira como e-mail é usado.

Mensagem eletrônica (e-mail) é uma mensagem recebida através de um sistema de correio eletrônico.

IMPORTANTE!

☻Como o e-mail é utilizado em diversas situações comunicacionais, formais e informais, a linguagem pode variar. ☻ Em geral, os parágrafos são curtos para dar maior clareza e fluência na leitura do texto. ☻ A mensagem eletrônica apresenta estrutura-padrão de uma carta. Assim, a estrutura de uma mensagem eletrônica compreende:

→ Vocativo →Texto → Despedida → Assinatura

☻ Não se pode esquecer de colocar o destinatário (link “para”) e preencher o tema da mensagem (link “assunto”).

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AULA 09 REDAÇÃO OFICIAL ATA A ata é um registro em que se relata os acontecimentos de uma reunião, assembléia ou convenção. As atas podem ser de vários tipos: ata de assembléia geral extraordinária, ata de assembléia geral ordinária, de condomínio, de posse, de fundação de entidade, etc. Uma das particularidades da ata é que deve ser assinada pelo presidente ou secretário sempre e pelos participantes da reunião em alguns casos. Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembléia, sessão ou reunião para um determinado fim.

1. Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de abertura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela autoridade delegação de poderes para tanto. A autoridade também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.

Termo de abertura

Este livro contém 100 (cem) folhas numeradas de 1 (um) a 100 (cem), por mim rubricadas, e se destina ao registro das Atas das Reuniões da Diretoria da Sociedade Amigos Fraternos, com sede no município de Ribeirão Preto, na Rua Visconde das Silva, número vinte e três. A minha rubrica é a seguinte SApp.

Ribeirão Preto, 23 de janeiro de 2004.

Sadi Appel SADI APPEL

Presidente

Este livro, que contém cinqüenta folhas, todas numeradas, destina-se às anotações, em forma solene de registro, de todos os atos necessários à fundação, instalação e desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Direito Médico, cuja sigla anotar-se-á como SODIME. Esta empresa está localizada na Avenida Osvaldo Aranha, 425, Natal. Os atos iniciados à existência jurídica da SODIME vão por mim anotadas, Joelmir Mendes, brasileiro, divorciado, médico e advogado inscrito no CREMERN sob o número 2.025, na OAB/RN sob o número 3.174 e no CPF/MF sob o número 105.477.044-01, RG. 247.707 SSP/RN, residente e domiciliado em Natal/RN na Rua Rui Barbosa, 1110, Condomínio Milano bloco "B", apartamento 802, bairro Lagoa Nova. Este livro está contém minha rubrica - JM - em todas folhas .

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Natal, 23 de agosto de 1998.

Joelmir Mendes JOELMIR MENDES

Presidente

Termo de encerramento

Este livro contém 100 (cem) folhas numeradas de 1 (um) a 100 (cem), que, rubricadas pelo Presidente Sadi Appel, destinaram-se ao registro das Atas das Reuniões da Diretoria da Sociedade Amigos Fraternos, com sede no município de Ribeirão Preto, na Rua Visconde das Silva, número vinte e três, conforme se lê no Termo de Abertura.

Ribeirão Preto, 29 de outubro de 2005.

Sadi Appel SADI APPEL

Presidente

Este livro, que contém cinqüenta folhas, todas numeradas, destinou-se às anotações, em forma solene de registro, de todos os atos necessários à fundação, instalação e desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Direito Médico, cuja sigla é SODIME. A empresa, localizada na Avenida Osvaldo Aranha, 425, Natal, tem como representante jurídico Joelmir Mendes, brasileiro, divorciado, médico e advogado inscrito no CREMERN sob o número 2.025, na OAB/RN sob o número 3.174 e no CPF/MF sob o número 105.477.044-01, RG. 247.707 SSP/RN, residente e domiciliado em Natal/RN na Rua Rui Barbosa, 1110, Condomínio Milano bloco "B", apartamento 802, bairro Lagoa Nova, conforme descrito do Termo de Abertura deste livro.

Natal, 10 de março de 2000.

Joelmir Mendes JOELMIR MENDES

Presidente

2. A ata é um documento de valor jurídico. Portanto, deve lavrada de tal forma que nada lhe

poderá ser acrescentado ou modificado. 3. Deve-se sintetizar de maneira clara e precisa as ocorrências verificadas (os fatos e

decisões). 4. O texto deve ser compacto, sem parágrafos e sem espaços para evitarem-se acréscimos.

Pode ser digitado, manuscrito ou datilografado, mas sem rasuras. 5. Se houver engano no momento de escrever e o secretário notar, deve escrever a

expressão “digo”, retificando a idéia mencionada. Página 88

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Exemplo: Poderão tomar parte da Sociedade Brasileira de Direito Médico – SODIME, como sócios, as pessoas jurídicas, digo físicas, cuja atividade profissional de nível superior se encaixe dentro do âmbito do Direito Médico e da Legislação da Saúde, ou manterem um concreto interesse por este ramo de Direito. 6. Se o engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão “Em tempo: onde se

lê....., leia-se.....”. Exemplo: Ficaram determinadas para o dia vinte e sete deste mês, no local acima referido, a instalação solene da Sociedade Irmã da Luz, a discussão e a aprovação dos seus Estatutos e a eleição de sua Diretoria. Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada esta ata, que vai assinada pelos seus sócios ou seus representantes por procurações. Em tempo: onde se lê “aprovação de seus Estatutos”, leia-se “aprovação de seu Regimento”. 7. Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as

abreviações. 8. O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo. 9. A ata dever ser assinada. Deverão assiná-la todas as pessoas presentes na reunião ou,

quando deliberado, apenas o presidente e o secretário. 10. É permitida a transcrição da atas em folhas digitadas, desde que sejam convenientemente

arquivadas, impossibilitando a fraude. 11. Em casos muitos especiais (como atos rotineiros), usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais. 12. A ata é redigida por um secretário efetivo. No caso de sua ausência, nomeia-se outro secretário ad hoc designado para essa ocasião. Ad hoc significa para isso, para este caso. 13. A ata deve conter: • introdução: contextualização (dia, mês, ano e hora da reunião por extenso; local da

reunião e relação dos participantes) • síntese dos fatos e decisões: exposição da ordem do dia, dos fatos mais importantes,

das pautas discutidas e das decisões tomadas; declarações dos participantes; • encerramento: apresentação dos encaminhamentos finais da reunião, fechamento do

texto da ata e assinaturas. Os fechos podem ser redigidos de diferentes formas. Modelos de Fechos .... Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou a sessão e convocou outra reunião para o dia dez de janeiro, às quatorze horas, quando serão examinados os assuntos em pauta. E, para constar, lavrei esta ata que subscrevo e vai assinada pelo Senhor Presidente depois de lida. (assinaturas do Presidente e do Secretário) .... Nada mais havendo a tratar, Fulano de Tal agradeceu a presença do Sr. Beltrano, do Sr. Ciclano, das demais autoridades presentes e declarou encerrada a reunião, da qual eu, Janice Pereira, Secretária em exercício, lavrei esta ata, que vai assinada pelo Sr. Presidente e por mim. (assinaturas do Presidente e da Secretária) .... A sessão encerrou-se às quatorze horas. Eu, Angélica Ramos, Secretária, lavrei, transcrevi e assino esta ata. (assinaturas do Presidente, da Secretária e dos demais presentes) Exemplos de atas

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ATA DE FUNDAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIREITO MÉDICO (SODIME)

Aos vinte e cinco dias do mês de outubro de dois mil, na cidade do Recife, estado de Pernambuco, durante a realização do Brasil Forense 2000, congresso multidisciplinar, no qual dar-se-á o I CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO MÉDICO, nas instalações do Mar Hotel Recife, foi criada e fundada a Sociedade Brasileira de Direito Médico, que identificar-se-á pela sigla de SODIME, que consistirá numa sociedade de caráter privado para agrupar quantos profissionais de nível superior manifestarem interesse concreto na questão relativa ao Direito Médico e à Legislação Sanitária ou da Saúde. Esta entidade que ora se constitui, desempenhará suas atividades em todo o território brasileiro, terá uma duração indefinida e sua dissolução tão-somente realizar-se-á por causas previstas nos seus Estatutos. A Sociedade Brasileira de Direito Médico – SODIME, tem a finalidade de favorecer, mediante as atividades que realizará, a promoção e difusão dos estudos relativos ao Direito Médico e à legislação da Saúde, para as quais desempenhará, entre outras, as seguintes atividades: a) promover os conhecimentos teórico-prático dos profissionais relacionados ao Direito Médico e a Legislação da Saúde, proporcionando uma relação médico-paciente adequado às devidas circunstâncias; b) estimular o interesse do conhecimento do Direito Médico e da Legislação da Saúde; c) promover e defender a formação e aperfeiçoamento de especialistas nesta área jurídica; d) promover contatos e intercâmbios científicos inter-disciplinares entre as diversas pessoas e instituições interessadas em Direito Médico e na Legislação da Saúde; e) organizar, por si só ou em colaboração com outras organizações ou entidades, Congressos Simpósios e reuniões ou outras atividades científicas de Direito Médico ou da Legislação da Saúde; f) editar publicações relacionadas com o Direito Médico e a Legislação da Saúde, assim como manter e promover a formação de estudos e bibliotecas especializadas sobre esta matéria; g) promover o incentivo da criação da disciplina "Direito Médico" nas Escolas de Medicina e de Direito. Poderão tomar parte da Sociedade Brasileira de Direito Médico – SODIME, como sócios, as pessoas físicas cuja atividade profissional de nível superior se encaixe dentro do âmbito do Direito Médico e da Legislação da Saúde, ou manterem um concreto interesse por este ramo de Direito. Fica determinado o dia vinte e sete deste mês, no mesmo local acima referido, a instalação solene da Sociedade, a discussão e a aprovação dos seus Estatutos e a eleição de sua Diretoria. Nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada esta ata, que vai assinada pelos seus sócios ou representados por procurações. (Assinaturas).

ATA DA 52ª SESSÃO ORDINÁRIA DE 1995

Aos quatorze duas do mês de junho do ano de mil novecentos e noventa e cinco, às quatorze horas, na Sala de Reuniões da Fundação Souza Becker, quinto andar, sala quinhentos e vinte e três, do Edifício do Ministério da fazenda, na cidade de São Paulo, reuniu-se o Conselho da Fundação Souza Becker, em Sessão Ordinária, presidido pelo Conselheiro-Presidente, Senhor Adalberto Silva, e com a presença dos Conselheiros Senhores: Antonio Lopes, Carlos Becker, Giovane Melchior e Adão Morales. Também participou da reunião o Procurador-Presidente da Fazenda Nacional, Senhor Tomás Pilleti. Iniciados os trabalhos, o Conselheiro-Presidente remeteu aos Conselheiros um projeto de convênio entre a empresa Max Seguros e a Fundação. Solicitou que todos avaliassem a proposta para identificar a viabilidade do acordo. A seguir, o Procurador-Presidente da Fazenda Nacional fez uma exposição do Programa de Ação Social desenvolvido pela Fazenda Nacional, destacando as metas do programa. Após a explanação e a leitura da pauta da próxima reunião, o Conselheiro-Presidente encerrou a sessão, da qual, para constar, eu, Alice Ferreira, lavrei esta ata, que segue assinada por mim e pelos presentes. (assinaturas).

OFÍCIO

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O ofício é uma correspondência oficial emitida por órgãos públicos. É proveniente de uma autoridade e consiste em uma comunicação de qualquer assunto de ordem administrativa ou estabelecimento de uma ordem. Distingue-se da carta por apresentar caráter público e só poder ser emitido por órgão da administração pública, como uma secretaria, um ministério, uma prefeitura e outros. O destinatário pode ser órgão público ou cidadão qualquer. Ofício é uma correspondência externa usada principalmente pelos órgãos de governo e autarquias. Deve ser impresso ou datilografado em papel tamanho ofício. Seu conteúdo é de caráter oficial. São partes de um ofício: Timbre ou cabeçalho: dizeres impressos na folha, símbolo da empresa,

entidade, do órgão que emite o ofício.

Número do ofício: número de ordem do documento. Exemplo: Of. nº 601-99 (= ofício número 601, do ano de 1999).

Local e data: coloca-se ponto após ao ano.

Vocativo: tratamento ou cargo do destinatário, seguido de vírgula. Exemplos: Senhor Presidente, Senhor Diretor. Exemplos: Senhora Ministra, Senhor Chefe de Gabinete, Excelentíssimo Senhor Presidente da República

Texto: exposição do assunto, devendo apresentar uma introdução (exposição do assunto: se houver mais de um assunto, cada idéia deve ser abordada em um parágrafo distinto), um desenvolvimento (detalhamento do assunto) e uma conclusão (reafirmação do assunto).

Fecho ou cumprimento final: serve para encerrar o texto e saudar o destinatário. Formas de fecho: Atenciosamente para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior; Respeitosamente para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República.

Assinatura: nome do autor da comunicação, cargo ou função. Exemplo: (espaço para assinatura) JARBAS PASSARINHO

Ministro da Justiça

Anexos: se for necessário

Endereço: fórmula de tratamento, nome civil do receptor e cargo ou função do receptor, seguidos da localidade e destino.

É muito comum encontrar ofício com introduções e fechos superados. Portanto observe as formas adequadas de iniciar e encerrar a redação de um ofício.

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Expressão desgastada

Expressão atual

Intr

oduç

ão • Vimos, por intermédio do presente, levar

ao conhecimento de V. Sa. que... • Este ofício tem por finalidade levar ao

conhecimento de V. Sa. que.... • Tenho a honra de informar que... • Cumpre-me informar que...

• Comunicamos a V. Sa. que...

• Informamos a V. Sa. que.. • Informo Vossa Excelência.

de que.... • Encaminho a V. Sa....

Fech

o

• Com protestos de estima e apreço... • Com os protestos de elevada estima e

distinta consideração. • Aproveitamos o ensejo para reafirmar a

V. Sa. nossos protestos de estima e apreço.

• Aproveitamos o ensejo para reafirmar a V. Sa. nossos votos de estima e apreço.

• Cordiais saudações.

• Atenciosamente, • Respeitosamente,

Na redação de ofícios, são utilizados os pronomes de tratamento. Veja os principais para fazer a escolha correta na hora de se dirigir ao prefeito, ao Presidente, etc:

Pronomes de Tratamento

Abreviatura Emprego Singular Plural

Senhor Sr. Sres. Trato respeitoso Senhora Sra. Sras. Trato respeitoso Senhorita Srta. Srtas. Trato respeitoso (usado só para mulheres

solteiras) Você, vocês v. - Trato familiar Vossa Alteza V. A. VV.AA. Príncipes, arquiduques e duques Vossa Eminência V. Ema. V. Emas. Cardeais Vossa Excelência V. Exa. V. Exas. Autoridades superiores (presidentes,

ministros, deputados, etc) Vossa Magnificência V. Maga. V.

Magas. Reitores

Vossa Majestade V.M. VV.MM. Reis e imperadores Vossa Reverendíssima V.P. VV.PP. Superiores de ordem religiosa Vossa Paternidade V.P. VV.PP. Superiores de ordem religiosa Vossa Santidade V.S. - Papa Vossa Senhoria V.Sa. V.Sas. Pessoas que exercem cargos

importantes (cônsules, oficiais , chefes de seção, comerciantes, etc)

Exemplo de ofício:

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TIMBRE

Of. nº 97/98

Porto Alegre, 29 de setembro de 1998.

Senhor Secretário, temos satisfação em comunicar a V. Sa. que este centro comunitário realizará, no período de 20 de outubro a 20 de novembro do corrente ano, a Campanha de Prevenção do Câncer.

Solicitamos, pois, a V. Sa. a gentileza de indicar dois médicos dessa Secretaria para participarem da Campanha, que contará com o assessoramento técnico –pedagógico da Agência Brasileira da Organização Mundial da Saúde.

Contando com a colaboração, despedimo-nos.

Atenciosamente,

Ana Amélia Torres Presidente

Ilmo. Sr. José Tavares Lima Secretário Municipal de Saúde Rua Marechal Floriano, 147 Santa Vitória do Palmar / RS

UM EXERCÍCIO DE LEITURA Para responder às questões de 1 a 8 leia o texto abaixo.

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

O Preço da Ignorância Ao longo dos últimos anos, os melhores cérebros do país têm buscado compreender ___ razões que levaram o Brasil a transformar-se numa espécie de lanterninha na corrida global pela prosperidade. Um grupo de pesquisadores do Banco Mundial acaba de fornecer uma peça-chave para decifrar parte da questão. O banco concluiu um estudo sobre as condições dos principais países emergentes para inserir-se na sociedade do conhecimento, considerada o estágio mais avançado do capitalismo. O resultado não poderia ser mais revelador. O sistema de ensino brasileiro levou uma surra - foi o pior colocado em toda a amostra analisada, que inclui China, Índia, México e Rússia, entre outros. A constatação diz respeito diretamente às chances que o país tem de virar o jogo na competição internacional, na qual vem cedendo espaço sistematicamente. “Há muito tempo, e isso faz parte da história do Brasil, as deficiências do Brasil na educação afetam a distribuição de renda e o crescimento pessoal dos indivíduos”, diz Alberto Rodríguez, especialista em educação do Banco Mundial e coordenador do estudo. “Essas deficiências também provocam a perda de competitividade do país em relação a economias com as quais disputa o mercado global.” Tradução: enquanto a educação brasileira não der um salto qualitativo, o país continuará patinando – e comendo poeira dos rivais. “O baixo crescimento do PIB brasileiro nos últimos anos está intimamente associado à baixa qualidade do ensino”, diz Edward Glaeser, professor de economia da Universidade Harvard e estudioso dos efeitos da educação sobre o desenvolvimento das sociedades. “A educação é um dos motores do crescimento, e no Brasi1 esse motor funciona _____.” O fato, mostrou a pesquisa, é que o brasileiro aprende muito pouco na escola. Carrega por toda a vida uma herança pesada, o despreparo e a ignorância – e essa herança tende a ser repassada para a geração seguinte. Página 93

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FACULDADE DOM ALBERTO CURSO DE DIREITO

DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA JURÍDICA PROFA. MS LUANA TEIXEIRA PORTO

20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52

Quando se analisam os dados sobre o desempenho brasileiro no terreno da educação, a primeira deficiência visível é o número de anos passados nas escolas. O brasileiro estuda em média cinco anos, contra onze do coreano, nove do argentino e dez da população da maioria dos países desenvolvidos. Estima-se que, se os brasileiros permanecessem na escola os 12 anos que ficam os americanos, a renda nacional seria mais que o dobro da atual. “A maioria dos brasileiros abandona a escola ainda na infância, especialmente por causa da repetência, que atinge 21 % dos alunos”, diz Rodríguez, do Banco Mundial. Levantamentos mostram que, a cada hora, 31 estudantes brasileiros desistem de estudar. Nos anos 90, foi feito um esforço para manter as crianças na escola e ocorreram avanços, mas em ritmo aquém do necessário. Segundo estudo da Unesco, mantido o passo atual, o Brasil demorará mais de 30 anos para alcançar o nível educacional que as maiores economias têm hoje. É uma realidade assustadora no momento em que o mundo demanda gente cada vez mais capacitada e que economias como a chinesa ou a indiana – concorrentes diretas do Brasil – fazem um esforço hercúleo para educar e preparar sua população para o mercado global. “O emprego do século 21 requer habilidades mentais”, diz Célio da Cunha, representante da Unesco no Brasil para a área de educação. “Exige raciocínio rápido, interpretação e análise da informação. Atributos que só são adquiridos com ensino de qualidade.” Ainda que o país passe a reter os jovens por mais tempo nas salas de aula, teria pela frente um desafio que, à primeira vista, pode parecer elementar: garantir que os alunos efetivamente aprendam e fazer com que esse aprendizado vire riqueza. Atualmente, a maioria das crianças das escolas públicas se transforma em profissionais medíocres. O Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Básico mostra que a maioria dos estudantes de 4ª série são praticamente analfabetos e mal sabem calcular e que os de 8ª série têm dificuldades de elaborar textos mais complexos. Como conseqüência, cerca de 75% dos adultos têm alguma deficiência para escrever, ler e fazer contas, o que acarreta um efeito devastador sobre sua capacidade de se expressar. “O que está acontecendo nas nossas escolas é estarrecedor. As crianças ficam oito anos nas salas de aulas e saem tão ignorantes quanto entraram. Como vão disputar um lugar no mercado de trabalho?”, diz Paulo Cunha, presidente do grupo Ultra. Não se pode ignorar a revolução educacional pela qual o Brasil passou nos últimos anos. Até _____ poucas décadas, vivíamos num país de analfabetos, no qual educação era luxo. Hoje há mais de 40 milhões de crianças na escola. Cerca de 5 milhões delas entram no sistema todo ano. O feito, porém, é insuficiente para sustentar o crescimento numa economia globalizada, cada vez mais dependente de conhecimento e de inovação e na qual os parâmetros de comparação ignoram fronteiras. No jogo da competitividade mundial – um jogo que define o sucesso das empresas e do próprio país –, a má qualidade do ensino e sua incapacidade de entregar ao mercado os profissionais que ele demanda transformam-se num veneno mortal. Isso fica evidente na dificuldade que empresas de quase todos os setores vivem para recrutar em larga escala seu bem mais precioso – capital humano de boa qualidade. Esse é exatamente um dos grandes desafios das economias que perseguem o crescimento sustentável: garantir o suprimento de massas de pessoas qualificadas.

(texto adaptado de SALOMÃO, Alexa. In: EXAME, 27 set. 2006, p. 21-23). 1. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 01, 17, e 43. a) as – mau – a b) às – mal – há c) as – mal – à d) às – mau – a e) as – mal – há 2. Tendo em vista as conseqüências, apresentadas no texto, acerca do estado de ignorância do brasileiro, considere as afirmativas abaixo: I. O Brasil possui um desempenho insignificante quanto ao seu crescimento econômico e social. II. O Brasil é um país pouco competitivo no cenário internacional. III. A probabilidade de o Brasil vir a fazer parte da sociedade do conhecimento é mínima se for considerado o nível de educacional no Brasil. IV. Os jovens brasileiros não têm condições de enfrentar a concorrência no mercado de trabalho porque não têm qualificação. Está(ão) correta(s): a) apenas I b) apenas II

c) apenas III e IV d) apenas I, II e IV

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DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA JURÍDICA PROFA. MS LUANA TEIXEIRA PORTO

e) I, II, III e IV 3. Considerando as idéias apresentadas no texto como um todo, analise as afirmativas abaixo, assinalando com V a(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s): ( ) O pouco tempo de escolaridade do brasileiro é o responsável pelo baixo desempenho econômico do país. ( ) A pequena participação, no mercado de trabalho, de mão-de-obra especializada é resultado direto da baixa qualidade do ensino. ( ) A baixa qualidade da aprendizagem no Brasil é resultado, exclusivo, do pouco tempo de escolaridade da população. ( ) A qualidade da educação no Brasil não contribui para desenvolver as habilidades mentais que o mercado de trabalho exige. ( ) A inserção do Brasil no mercado internacional depende de medidas que valorizem a educação, com investimento na sua qualidade.

A seqüência correta é: a) F V F V V b) V F F V F c) F F V F V

d) V F V V V e) F V F F F

4. Há, no decorrer do texto, citações de opiniões de diferentes especialistas em educação. Considerando a argumentação geral do texto, é correto afirmar que esses depoimentos a) apresentam-se redundantes, tendo em vista que todos ressaltam o mesmo ponto de vista sobre os problemas educacionais brasileiros. b) reforçam o ponto de vista do autor do texto, uma vez que são argumentos de autoridade. c) demonstram que o autor do texto sente-se inseguro ao tratar do assunto, motivo pelo qual recorre a fontes autorizadas. d) revelam-se meros enfeites retóricos, perfeitamente dispensáveis. e) descaracterizam a natureza do texto dissertativo-argumentativo.

5. Observe o trecho: “Nos anos 90, foi feito um esforço para manter as crianças na escola e ocorreram avanços, mas em ritmo aquém do necessário.” (linhas 26-27). A palavra destacada poderia ser substituída, sem acarretar mudança de sentido, por: a) Ainda bem que b) Com mais razão c) Porque d) Por isso e) Porém

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6. Assinale a opção que apresenta o verbo cuja regência NÂO é a mesma do verbo em destaque no seguinte trecho: “Não se pode ignorar a revolução educacional” (l. 43). a) perseguem (l. 51) b) fornecer (l. 4) c) acarreta (l. 40) d) define (l. 48) e) desistem (l. 26)

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LÍNGUA PORTUGUESA Administração e Ciências Contábeis

Prof. Ms. Ana Paula Porto

AULA 10 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL Na língua portuguesa, há vários verbos e nomes que exigem a presença de outros termos

(especialmente preposição) para formar sentido.

Regência verbal Para saber a regência de um verbo, é indispensável analisar a transitividade verbal e o significado do verbo. Geralmente a diversidade de regência corresponde a uma diversidade de significados do verbo. Ontem assisti a um filme francês.

O médico assiste o doente.

Veja um quadro com alguns verbos cuja regência costuma suscitar dúvidas: VERBO CLASSIFICAÇAÕ SIGNIFICADO EXEMPLO

aspirar VTD

VTI

Sorver, respirar Pretender, desejar

Os atletas aspiravam o ar das montanhas. O vereador recém-eleito aspirava a um alto cargo público.

Assistir

VTI

VTD ou VTI

Presenciar Acompanhar

Ontem assisti a um filme francês. O médico assiste o doente.

Chegar e vir VI Exigem a preposição quando indicam lugar

Cheguei ao cinema vinte minutos atrasado. Vou ao cinema amanhã.

Morar e residir

VI Exigem adjunto adverbial com a preposição EM

Moro em Santa Cruz do Sul.

Obedecer e desobedecer

VTI Exigem a preposição A

O bom motorista obedece às leis do trânsito.

Preferir VTDI Querer antes, escolher entre duas ou várias coisas

Prefiro o amor à guerra.

Simpatizar, antipatizar

VTI Exigem a preposição COM

Simpatizava com a idéia.

Visar VTD

VTI

Mirar, pôr visto Pretender (exige a

Visou o alvo e atirou. Ele visa a um bom emprego.

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preposição A)

EXERCÍCIOS 1. Reescreva as frases a seguir, substituindo os verbos destacados pelos verbos indicados para cada grupo de frases e fazendo as adaptações necessárias: Assistir

a) Você viu o jogo final do Mundial de Tênis? b) O rapaz socorreu as vítimas do acidente.

Preferir

c) Gosto mais de carnes do que de verduras.

Querer d) O rapaz desejava uma moto mais moderna e potente. e) Sempre o estimei como a um irmão.

2. Há algum tempo, pela televisão, foi veiculada uma campanha publicitária que incentivava a compra de discos. No texto, havia a seguinte frase:

Disco: o presente que todos gostam Essa frase utiliza uma estrutura característica da língua coloquial, desviando-se da norma culta. a) Reescreva a frase segundo os padrões da norma culta. b) Procure explicar qual teria sido a intenção do autor da frase ao optar pelo uso da linguagem coloquial. 3. De acordo com o exemplo, substitua o verbo em destaque pelo indicado entre parênteses. Se o novo verbo exigir preposição, coloque-a antes do pronome relativo.

Comprei alguns livros que você conhece. (gostar) Comprei alguns livros de que você gosta.

a) A cidade que visitamos é muito calma. (morar) b) O cargo que desejo permitirá minha ascensão política. (aspirar) c) O desenvolvimento que objetivamos será alcançado. (visar) 4. (FGV-SP) Leia com atenção: "Apesar da insistência dos repórteres, o candidato não respondeu as perguntas." Nessa frase, uma falha de acentuação gráfica indica erro de: a) regência nominal b) concordância nominal c) concordância verbal d) silepse de grau e) regência verbal 5. Assinale a alternativa correta. a) Os professores visam à formação dos alunos. b) O fiscal visou os documentos. c) O atirador visa o alvo. d) Visamos a um futuro mais feliz. e) Os desempregados visam melhores condições de vida.

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6. Assinale a opção em que o verbo chegar apresenta regência censurada pela gramática. a) Ele chegou na hora do almoço. b) Ao chegar a casa, o filho pródigo foi bem recebido. c) Era muito tarde quando cheguei ao hospital. d) O noivo chegou atrasado na igreja. 7. No trecho “Ao considerar que a energia é um dos bens mais valiosos que a Nação dispõe”, o Diário de Pernambuco, de 17 de setembro de 1898, registra um tipo de regência comum na linguagem coloquial. De acordo com a norma-padrão, a regência seria: a) a que a Nação dispõe b) por que a Nação dispõe c) de que a Nação dispõe d) contra que a Nação dispõe e) em que a Nação dispõe 8. O pronome QUE, devidamente empregado, só não seria regido de preposição na opção: a) O cargo _______ aspiro depende de concurso. b) Eis a razão _______ não comparecemos. c) Rui é colega _______ mais aprecio. d) O jovem ________ referiste foi aprovado. e) Alis está o abrigo _______ necessitamos. 9. Os depoimentos _______ teve acesso comprovaram que a República não cumpriu, nesses cem anos, as promessas ______ foi portadora. a) a que – de que b) aos quais – de cujas c) pelos quais – às quais d) os quais – das quais e) que – que 10. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas abaixo. A enfermeira procede ______ exame do paciente. O gerente visa ______ cheque do cliente. A equipe visa ______ primeiro lugar no campeonato. O conferencista aludiu ______ fato. Não podendo lutar, preferiu morrer _______ viver. a) ao, ao, o, ao, do que b) ao, a, o, o, que c) o, a, ao, ao, à d) a, ao, o, ao, que e) ao, o, ao, ao, a 11. Se você preferir ler ___ sair, não deixe de folhear os livros ___ conteúdo o professor fez referência. a) a, a cujo b) a, cujo c) do que, cujo o d) do que, cujo

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e) do que, de cujo o 12. Identifique a frase em que o a destacado deve receber o acento grave indicador de crase. a) Obedeça as regras do trânsito. b) Encontram-se face a face. c) Dirijo-me a Vossa Excelência. d) É uma campanha digna, a cuja disposição me ponho. e) n.d.a. 13. Qual das alternativas a seguir apresenta regência verbal incorreta em relação à norma culta da língua? a) Simpatizamos com os colegas. b) Preferimos sorvetes a cremes. c) Ontem,chegamos à fazenda de nossos avós. d) Juliana visa a uma nova função. e) Assistimos o espetacular jogo da seleção. Regência nominal Ocorre quando um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exige um termo para completar seu sentido.

Há, a seguir, um quadro com alguns nomes e as preposições que comumente eles exigem.

REGÊNCIAS DE ALGUNS NOMES A Acessível, adequado, alheio, análogo, apto, avesso, benéfico,

cego, conforme, desatento, desfavorável, desleal, equivalente, fiel, grato, guerra, hostil, idêntico, inacessível, inerente, indiferente, infiel, insensível, nocivo, obediente, odioso, oposto, peculiar, perniciosos, próximo (de), superior, visível.

DE Amante, amigo, ansioso, ávido, capaz, cobiçoso, comum, contemporâneo, curioso, devoto, diferente, digno, dessemelhante, dotado, duro, estreito, fértil, fraco, incerto, indigno, inocente, menor, natural, nobre, orgulhoso, pálido, passível, pobre, temeroso, vazio, vizinho.

COM Afável, amoroso, aparentado, compatível, conforme, cruel, cuidadoso, descontente, furioso (de), inconseqüente, ingrato, intolerante, liberal, misericordioso, orgulhoso, parecido(a), rente (a, de).

CONTRA Desrespeito, manifestação, queixa. EM Constante, cúmplice, diligente, entendido, erudito, exato, fecundo,

fértil, fraco, forte, hábil, incansável, incerto, inconstante, indeciso, lento, morador, parco (de), perito, prático, sábio, sito, último (de, a), único.

ENTRE Convênio, união. PARA Apto, bom, diligente, disposição, essencial, idôneo, incapaz, inútil,

odioso, pronto (em), próprio (de), útil. PARA COM

Afável, amoroso, capaz, cruel, intolerante, orgulhoso.

POR Ansioso, querido, responsável, respeito (a, de). SOBRE Dúvida, influência, triunfo.

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EXERCÍCIOS

1.Complete as lacunas com a preposição adequada, contraindo-a com os artigos, quando necessário: a) Fez um discurso vazio ______ significado. b) O escritório é sito ______ rua Faria Lima, ______ Largo da Saudade. c) Ele não se sente capaz ______ assumir a direção da empresa neste momento de crise. d) A mãe está ávida _______ notícias do filho. e) Mariano sempre foi bom _______ todos. f) Como estava apto _____ dirigir, recebeu a carteira. g) No jornal, fazia-se alusão _____ vinda do conjunto musical. h) Demonstrou atenção ______ todos os hóspedes. 2. Assinale a alternativa em que o emprego da preposição está correto. a) A equipe está constituída em notáveis cientistas. b) A transação foi benéfica para com o Brasil. c) Notamos sua antipatia por todos os presentes. d) Voltou aflito de resolver os problemas pendentes. e) considerou sua aversão para com ela apenas um disfarce. 3. Assinale a alternativa que apresenta um desvio no domínio da regência nominal. a) Estava ansiosa para saber se podia gerar filhos. b) Ela precisava domar os caprichos, dirigir suas forças para se sentir apta àquela situação conjugal. c) Bernardo moera com alegria o punhado de milho no salão contíguo à fazenda. d) Ávido de esperanças, abandonou seu abrigo e lançou-se entre os perseguidores. e) Com espírito ambicioso com verdades, aplacou a ira daquele momento.

Regência nominal e verbal - Exercícios de concurso público:

01)ACCESS – TRIB. REG. DO TRABALHO – ATENDENTE JUDICIÁRIO A substituição do termo grifado por um pronome pessoal está INCORRETA em:

a) A empresa recebe os incentivosA empresa recebe-

. os

b) O governo deu prioridade .

às questões ecológicasO governo deu prioridade

. a elas

c) Eles destacaram .

o problema do desempregoEles destacaram-

. no

d) As autoridades do governo não queriam .

nenhuma discussãoAs autoridades do governo não

. lhe

e) O país não quis realizar queriam.

políticas compensatóriasO país não quis realizá-

. las

.

02) ACCESS – TRIB. REG. DO TRABALHO – ATENDENTE JUDICIÁRIO A lacuna da frase “Fui visitar o lugar _____ nasci” só pode ser preenchida,

CORRETAMENTE, por: a) do qual b) no qual c) o qual d) na qual

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e) que

03)FESP – TRIB. DE ALÇADA CÍVEL – AUXILIAR JUDICIÁRIO A alternativa em que se pode condenar a construção que envolve o pronome relativo é:

a) Ligue o rádio para ouvir as canções que gosta. b) Não são poucas as pessoas que visitastes. c) O filme a que assistiremos é imperdível. d) O livro que li está esgotado.

04)ACCESS – TRIB. REG. DO TRABALHO – OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR

Os termos sublinhados foram CORRETAMENTE substituídos por um pronome pessoal, EXCETO na frase da alternativa:

a) Deixaram as chavesDeixaram-

no carro. nas

b) Comuniquei o fato no carro.

ao diretorComuniquei o fato

ontem. a ele

c) Já pagaram ontem.

ao empregadoJá pagaram-

o salário? no

d) Ele tem de permitir o salário?

a saída do carroEle tem de permiti-

. la

e) Pusemos .

o livroPusemo-

na estante. lo

na estante.

05) ACCESS – TRIB. REG. DO TRABALHO – AGENTE DE SEGURANÇA JUDICIÁRIA Segundo a norma culta, há ERRO de regência com o verbo sublinhado na alternativa:

a) Eu devo obedecer ao meu amigo. b) Esqueci-me do nome dele. c) Ao falarem de Imortalidade disse que aspirava a ela. d) Prefiro ouvir música do que ver televisão. e) Os deputados acusados já não podiam renunciar a seus mandatos.

06) ACCESS – TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO – AGENTE DE SEGURANÇA

JUDICIÁRIA A substituição do termo sublinhado por um pronome pessoal só está CORRETA, de acordo

com a norma culta, na seguinte alternativa: a) O movimento visa encontrar soluções

O movimento visa encontrar .

elasb) A campanha apresentou

. vários desdobramentos

A campanha apresentou-.

lhesc) Esses momentos históricos apresentam

. facetas negativas

Esses momentos históricos apresentam-.

asd) Assistimos

. ao desfile de corruptos

Assistimo-.

loe) O movimento busca reverter

. a deterioração social

O movimento busca revertê-.

la

.

07)ACCESS – TRIB. REG. DO TRABALHO – AUXILIAR JUDICIÁRIO A regência nominal está INCORRETA em:

a) Fiquei próximo da entrada do edifício. b) Esta determinação era contrária das anteriores. c) Tal tarefa era incompreensível a todos.

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d) Era um romance vazio de emoções. e) Não estava atento às explicações do mestre.

08) FESP – TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA FIM

De acordo com a norma culta, a regência do verbo sublinhado está incorretaa) O sucesso, quem não o

em: aspira

b) Ele ?

preferec) Os objetivos a que eles

ser preso a ir para a guerra. visam

d) Você são torpes.

assistiue) Ninguém tinha coragem de

a todos os jogos do Flamengo? desobedecer

a ele.

09) FESP – TRIB. REG. ELEITORAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA FIM Há erro

a) Os cheques no emprego do pronome sublinhado, de acordo com a regência verbal, em: que

b) Os prêmios ele visava eram de outra agência.

a quec) São várias as cláusulas do contrato

ele aspirava não serão concedidos. das quais

d) Os programas ele desconfia.

a cujae) As propostas

elaboração ele assistira foram elogiados. que

o advogado se refere não explicitam as condições de venda.

10) FESP – TRIB. REG. ELEITORAL – AUXILIAR JUDICIÁRIO Das alternativas abaixo, a que apresenta o termo sublinhado substituído, incorretamente

a) Basta seguir

, por um pronome pessoal é:

o exemplo do SupremoBasta seguir-lhe.

.

b) Lembremos o caso da nomeação de parentesLembremo-lo.

.

c) Os magistrados solicitaram recursos extrasOs magistrados solicitaram-nos ao Tesouro.

ao Tesouro

d) Os juízes tentaram repor as perdas do plano BresserOs juízes tentaram repô-las.

.

e) O julgamento do mérito da ação talvez acate a acusação do Procurador-GeralO julgamento do mérito da ação talvez a acate.

.

11) FESP – TRIB. REG. ELEITORAL – AUXILIAR JUDICIÁRIO

Há erro

a) Desconheço a artista

no emprego do pronome relativo sublinhado (preposicionado ou não) na seguinte frase:

de queb) Este é o livro

falas. de cujo

c) Os crimes autor ele faz alusão.

pelos quaisd) O juiz

ele foi julgado eram antigos. de cujas

e) As decisões do STF sentenças ele recorreu vai entrar de licença.

às quais

ele se referia eram todas de grande utilidade.

12) FESP – MAGISTÉRIO – PROFESSOR Se se levar em conta que “regência verbal é a maneira de um verbo relacionar-se com

seus complementos”, a resposta adequada às exigências da gramática normativa encontram-se na opção

a) O aluno vai na escola e desaprende a argumentar. b) O aluno respeita quem lhe ensina a viver. c) Alunos aspiram a uma escola de melhor qualidade. d) A escola prefere mais alunos passivos do que contestadores. e) A turma assistiu o torneio mundial de vôlei.

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13) EMAP – PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI – FISCAL DE POSTURA De acordo com a norma culta contemporânea, a alteração da regência dos verbos das frases

abaixo só é indevidaa) “O guarda-noturno olha para as casas ...” / O guarda-noturno olha as casas ...

na seguinte alternativa:

b) “Às dez e meia, o guarda-noturno entra de serviço.” / Às dez e meia, o guarda-noturno entra em serviço.

c) “ Passo a passo, o guarda-noturno vai subindo a rua.” / Passo a passo, o guarda-noturno vai subindo pela rua.

d) “O guarda-noturno caminha com delicadeza, para não acordar ninguém.” / O guarda-noturno caminha com delicadeza, para não acordar a ninguém.

e) “E as pessoas adormecidas sentem, dentro de seus sonhos, que o guarda-noturno está tomando conta da rua ...” / E as pessoas adormecidas sentem, dentro de seus sonhos, de que o guarda-noturno está tomando conta da rua.

14) UFRJ – CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO – ASSESSOR TÉCNICO PARLAMENTAR

Considerando-se as normas de regência da língua escrita culta, pode-se afirmar que está INCORRETA a frase:

a) Não há quem não aspire a um emprego seguro, como bom salário. b) O fiscal procedeu à leitura da lista de empregados. c) Daniel tem uma atividade que o distrai, graças à qual faz amigos e esquece um pouco suas

preocupações. d) A noção de polissemia, à qual está associado o conceito de conotação, é fundamental em teoria

semântica. e) O fim desta é informar a Vossa Senhoria sobre as novas regras vigentes na instituição.

CRASE Crase é a fusão escrita e oral de duas vogais idênticas. É a fusão da preposição a com o artigo a(s). A crase é indicada pelo acento grave [`]. Condições para ocorrência de crase

1) O termo regente deve exigir a preposição a. 2) O termo regido tem que ser uma palavra feminina que admita o artigo a(s). Exemplo: Ele se dirigiu a + a fazenda. → Ele se dirigiu à fazenda.

↓ ↓ Prep. Art.

Empregos da crase

Dependendo de certos fatores presentes na estrutura da frase, o emprego do sinal de crase pode ser obrigatório, opcional ou proibido. Veja:

Emprego

Casos

Exemplos

Crase obrigató

Em locuções adverbiais femininas de tempo, modo e lugar

Saí às pressas e cheguei às dez horas. Voltaremos à vila em breve.

Em locuções prepositivas (à+ palavra feminina + de) e conjuntivas (à + palavra feminina + que)

Ela saiu à procura de ajuda. Esfriava à medida que escurecia. À proporção que se aproximava

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ria o dia da entrega do prêmio, mais ansiosos ficavam os atores.

Quando estão subentendidas as expressões à moda de, à maneira de ou palavras como faculdade, empresa, companhia, mesmo que seja diante de palavras masculinas.

Refiro-me à UFRJ. (à universidade). Ele fez bifes à milanesa.

Crase opcional

Com pronomes possessivos (minha, sua, nossa, etc)

Ele se dirigiu à minha irmã. Ele se dirigiu a minha irmã.

Com nomes de mulher Eu me refiro à Patrícia. Eu me refiro a Patrícia.

Com a palavra até A estrada vai até à praia. A estrada vai até a praia.

Crase proibida

Antes de palavras masculinas Escreva o texto a lápis. As vendas a prazo aumentaram.

Antes de verbos Ele começou a gritar. Passou a acreditar em milagres.

Antes de essa(s), esta (s), cuja(s) Dou valor a essa vitória. Antes de pronomes pessoais (inclusive os de tratamento)

Obedeço a ela, não a V. Sa.

Quando há preposição no singular seguida de um substantivo no plural

Não vamos a festas do clube. Assistimos a manifestações públicas em Brasília. Referia-se a pessoas ricas.

Entre palavras repetidas Estávamos frente a frente. Antes de nomes de lugar que não admitem artigo ou sem especificação.

O vocalista irá a Curitiba para uma apresentação. Somente na outra semana voltará a Diamantina. Importante! O vocalista irá à bela Curitiba para uma apresentação. Somente na outra semana voltará à histórica Diamantina.

Antes da palavra casa (se não houver especificação)

Chegamos cedo a casa. Chegamos cedo à bela casa. Importante! Vamos à casa de meus amigos.

Antes da palavra terra (no sentido oposto ao de “água”)

O náufrago chegou a terra. Importante! “Terra” com sentido de planeta e de terra natal admitem crase. A espaçonave voltará à Terra em um mês. Sempre sonhou retornar à terra em que nasceu.

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EXERCÍCIOS 1. Reescreva as frases a seguir, completando-as com a, à ou às:

a) O supermercado vende ___ atacadistas ____ vista e ____ prazo e ainda faz entrega em domicílio ____ pedido do freguês.

b) Saboreamos um tutu ___ mineira, num restaurante aconchegante ___ pouca distância do hotel, mas ou menos ___ sete horas.

c) Sentou-se ____ mesa e pôs-se ___ reescrever uma ___ uma ____ páginas do relatório.

d) Garanto ___ você que compete ____ ela, pelo menos ___ meu ver, tomar ____ providências necessárias para resolver o caso, pois ____ qualquer momento estará ____ entrada do prédio ____ comissão parlamentar.

2. Considerando que você aprendeu sobre o assunto, tente explicar por que,

nestas frases, não ocorre crase. a) O ricaço gastava dinheiro a rodo. b) Rapidamente aprendeu a ler. c) Não me submeto a uma ordem desse tipo. d) Ele não conseguiu responder a nenhuma questão de interpretação de

texto. e) Os dois rivais estavam face a face.

3. Complete as frases com A, AS, À ou ÀS. a) Voltou ___ fazenda no final de semana para andar ____ cavalo. b) A reunião será ____ uma hora, na sala da diretoria. c) Encontrei Maria debruçada ____ janela, esperando ___ hora de viajar. d) Comunico ____ Vossa Senhoria ____ transferência de acordo para ___ próxima semana. e) O gerente foi ____ Inglaterra ____ negócios e não ____ passeio. 4. Indique a frase em que a presença ou ausência do acento grave está INCORRETA. a) Fui à casa de meu professor. b) A transmissão do evento começa às dez horas. c) Costumava-se vestir à moda italiana. d) Logo percebi a quem você se referia, naquele momento. e) Foi à Bruxelas para assistir à uma conferência sobre o aquecimento global. 5. Ele não chegará __ entender a questão, como nunca chegou __ compreensão dos mais simples problemas que atingem __ todos. 6. (FCL-SP) Identifique a alternativa que completa esta frase: diga __ essa menina que estou __ fazer o exercício __ risca. a) a, a, à b) à, a, à c) a, à, a d) a, à, à 7. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: Nesta oportunidade, volto __ referir-me __ problemas já expostos __ V. Sa. __ alguns dias. a) à – àqueles – a – há b) a – àqueles – a – há c) a – aqueles – à – a d) à – àqueles – a – a

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e) a – aqueles – à – há 8. A frase em que falta acento indicativo de crase é: a) Aquela jornalista é surpreendida pela repercussão da notícia. b) Aquele jornalista é atribuída a melhor versão do fato. c) Aquele jornalista é auxiliado pela comunidade. d) Aquela jornalista é elogiada por seu trabalho. e) Aquele jornalista é destacado por sua imparcialidade. 9. (MACK-SP) I. Em relação a renda familiar, o emprego intensivo de mão-de-obra não é a melhor solução. II. Desde a última década, sinistros presságios atormentam-lhe a mente. III. Os investidores americanos, habituados à lentidão do ritmo inflacionário, conseguem acumular fortuna. De acordo com o emprego adequado da crase, deduz-se que: a) estão corretos os períodos II e III. b) somente o período III está correto. c) estão corretos os períodos I e II. d) nenhum dos três está correto. e) todos os períodos estão corretos. 10. (ESPM-SP) Identifique o caso em que nunca pode ocorrer a crase: a) nas expressões adverbiais b) na indicação de número de horas c) antes de verbo d) antes do feminino 11. (TRE-MG) O acento grave, indicador de crase, está empregado incorretamente em: a) Tal lei se aplica, necessariamente, à mulheres de índole violenta. b) As novelas, às quais assisti, problematizam a questão da droga. c) Entregou as chaves da loja àquele senhor que nos desacatou na praça. d) O delegado disse ao prefeito e aos vereadores que estava à procura dos foragidos. e) O bom atendimento às pessoas pobres deve ser prioridade da nova administração. 12. (BANESPA) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto ao lado: "Recorreu ....... irmã e ....... ela se apegou como ....... uma tábua de salvação."

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PROFA. MS ANA PAULA TEIXEIRA PORTO

a) à - à - a b) à - à - à c) à - a - à d) à - a - a e) a - a - a

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Ana Paula Porto

AULA 11

PONTUAÇÃO

Quando falamos, precisamos fazer certas pausas mais ou menos prolongadas entre as partes do nosso discurso. algumas dessas pausas servem para retornarmos o fôlego; outras, no entanto, devem ser feitas obrigatoriamente, caso contrário, ou não seremos entendidos, ou nossa mensagem será interpretada de forma diferente.

A língua escrita, não dispondo dos recursos de ritmo e melodia próprios da fala, serve-se de sinais de pontuação para marcar o sentido dos enunciados. Um texto escrito sem pontuação não tem sentido preciso. Uma frase adquire sentidos diferentes quando pontuada de diferentes formas. Os sinais de pontuação servem para marcar a pausa, o ritmo e a entonação na leitura e também para substituir outros componentes específicos da língua falada, como os gestos e a expressão facial. A pontuação facilita a leitura e torna mais claro e preciso o texto. A pontuação marca, na escrita, as diferenças de entonação, contribuindo para tornar mais preciso o sentido que se quer dar ao texto.

Veja as frases a seguir e observe o emprego de sinais de pontuação e o conteúdo de cada mensagem.

É favor não sentar: pintado. É favor não sentar pintado. É favor não sentar, Pintado. Qual é o sentido que se depreende em cada uma das frases? As pausas e entonações do texto escrito são marcadas por sinais de pontuação:

dois-pontos, vírgula, ponto-e-vírgula, ponto, travessão, ponto de exclamação, ponto de interrogação, aspas, parênteses, reticências.

Os sinais de pontuação são sinais gráficos usados para indicar as pausas, a entonação e o ritmo da leitura de um texto.

EMPREGO DA VÍRGULA

Emprega-se a vírgula para: 1. SEPARAR ENUMERAÇÃO Sua observação foi agressiva, irônica, antipática. 2. SEPARAR APOSTO Fernanda Montenegro, atriz talentosa, foi homenageada. 3. SEPARAR ORAÇÕES ADJETIVAS EXPLICATIVAS

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Seus olhos, que eram negros, brilhavam muito. 4. SEPARAR O VOCATIVO Você ouviu, Maria, que notícia estranha? Prezado diretor, comunico que a sua empresa será notificada por infringir leis trabalhistas.

EXERCÍCIOS 1. Pontue as frases abaixo: a) João Bosco Medeiros autor de livros sobre redação técnica publicou recentemente mais uma obra sobre correspondências. b) Ele já morou em Santos em Brasília em Porto Alegre em Recife. c) Rubem Braga o maior cronista brasileiro nasceu no Espírito Santo. d) Senhor João da Silva comunico que a palestra foi adiada. e) Curso de Português Jurídico que é um dos manuais de Língua Portuguesa mais vendidos já está na sua 30ª edição. 2. Aponte a alternativa que justifica as vírgulas do seguinte período. Ele é um guri que finta banco, escritório, repartição, fita, balcão, pedido de certidão, imposto a pagar. a) separar aposto b) separar oração adjetiva explicativa c) separar vocativo d) separar termos enumerados e) separar orações coordenadas OUTRAS REGRAS PARA EMPREGO DA VÍRGULA 5. ISOLAR ADJUNTO ADVERBIAL DESLOCADO OU EXTENSO À noite, faço um curso de inglês intensivo. Na manhã do dia 15 de março, ladrões invadiram um supermercado na zona sul da cidade. 6. ISOLAR EXPRESSÕES EXPLICATIVAS, COMO ISTO É, OU SEJA, A SABER, POR EXEMPLO, OU MELHOR, ETC O diretor titubeou, isto é, não concordou de pronto com a decisão. 7. SEPARAR NOMES DE LUGAR, EM DATAS E ENDEREÇOS Santa Cruz do Sul, 25 de maio de 2006. Rua do Ouro, 228. 8. INDICAR ELIPSE DO VERBO Hoje nós preferimos café e ontem, chá.

EXERCÍCIOS

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1. Coloque vírgulas quando necessário:

a) Meu marido faz aniversário em maio e eu em setembro. b) Santa Cruz do Sul 22 de junho de 2006. c) Eu você e todo o pessoal vamos ao churrasco da turma. d) Santa Cruz do sul que é uma cidade de colonização germânica realizará festa para

homenagear colonizadores. e) Meu filho saiba que numa situação dessas é necessário acima de tudo muita

discrição. f) À noite todos os gatos são pardos.

2. Observe os períodos. I. Com muito cuidado os advogados analisaram o documento. II. Os advogados analisaram o documento com muito cuidado. III. Os advogados com muito cuidado analisaram o documento. Qual ou quais dos períodos precisa receber vírgula? Por quê? 3. (CESCEM-SP) Assinale a alternativa em que o texto abaixo está corretamente pontuado. a) Eram frustradas, insatisfeitas; além disso, seus conhecimentos eram duvidosos. b) Eram frustradas; insatisfeitas, além disso seus conhecimentos eram duvidosos. c) Eram frustradas, insatisfeitas, além disso seus conhecimentos eram duvidosos. d) Eram frustradas, insatisfeitas; além disso, seus conhecimentos eram duvidosos. e) Eram frustradas insatisfeitas; além disso seus conhecimentos eram duvidosos. OUTRAS REGRAS PARA EMPREGO DA VÍRGULA 9. SEPARAR ORAÇÕES COORDENADAS QUE NÃO SÃO LIGADAS PELO CONECTOR “E” Viajou no fim de semana, foi visitar os pais. Talvez seja engano meu, mas acho que ela está mais serena agora. OBSERVAÇÃO: separar as orações coordenadas pelo conector “e” quando o sujeito das orações não for o mesmo: A criatura desviou-se, e as linhas se moveram. 10. SEPARAR ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS ANTEPOSTAS À ORAÇÃO PRINCIPAL Embora vivesse no interior, vinha muito à capital. Quando eu era menino, ouvia muitas histórias macabras. 11. QUANDO APARECER UMA ORAÇÃO INICIADA COM GERÚNDIO, ESTA ORAÇÃO DEVERÁ SER SEPARADA, OBRIGATORIAMENTE, POR VÍRGULA Jamais conseguirá o apoio de seus pais, agindo impensadamente.

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12. SEPARAR ORAÇÕES INTERCALADAS Esses fatos, conforme informou o jornal, são falsos.

Não se emprega vírgula entre o sujeito e o predicado de uma oração nem se usa

vírgula para separar o verbo de seus complementos.

A Mata Atlântica está perdendo um campo de futebol a cada quatro minutos.

EXERCÍCIOS 1. (F. C. Chagas-PR) Aponte a alternativa corretamente acentuada: a) Como explicar, que as estruturas lógicas se tornam necessárias, num dado nível ? b) Como explicar, que as estruturas lógicas se tornam necessárias num dado nível ? c) Como explicar, que as estruturas lógicas, se tornam necessárias num dado nível ? d) Como explicar que as estruturas lógicas se tornam necessárias num dado nível ? e) Como explicar que as estruturas lógicas, se tornam necessárias num dado nível ? 2. Nos itens a seguir, as frases originais são reescritas, alterando-se a ordem de seus termos. Observando essas transformações, coloque as vírgulas que julgar necessárias:

a) Os hóspedes saíram rapidamente do hotel para apreciar a discussão entre os dois homens tão educados. I) Para apreciar a discussão entre os dois homens tão educados os hóspedes saíram rapidamente do hotel. II) Os hóspedes para apreciar a discussão entre os dois homens tão educados saíram rapidamente do hotel. b) Por que o coração se enche de ardor quando vagamos pela cidade vazia? (Arnaldo Jabor, Folha de S.Paulo, 18 ago. 1991) I) Por que quando vagamos pela cidade vazia o coração se enche de ardor? II) Por que o coração quando vagamos pela cidade vazia se enche de ardor? III) Quando vagamos pela cidade vazia\por que o coração se enche de ardor? 3. Leia o texto e responda às questões. Uma vírgula esquecida ou mal usada afeta o sentido da frase. A maldita pode mudar o sentido ou deixar a frase sem sentido. Observe a importância da vírgula no exemplo a seguir: “Os técnicos foram à reunião acompanhados da secretária do diretor e de um coordenador.” Se usarmos uma vírgula, mudaremos o sentido da frase.

a) Onde a vírgula deve ser colocada para que o sentido da frase seja alterado? b) Explique a alteração de sentido produzida com a utilização da vírgula.

4. Observe o texto:

Iguais e diferentes

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Do lado de fora, somos bastantes diferentes no que se refere à cor da pele e dos cabelos, à estrutura física, à altura. Internamente, porém, parecemos verdadeiros gêmeos. Se você pudesse embarcar numa micronave e entrar no corpo humano, como no filme Viagem insólita, o que você veria? Centenas de ossos, quilômetros de veias e trilhões de cédulas, trabalhando em conjunto para pôr em funcionamento essa máquina. (O Guia dos Curiosos) As vírgulas foram empregadas no texto por razões diversas. Justifique o uso da vírgula nas seguintes situações:

a) Do lado de fora, b) à estrutura física, à altura c) trabalhando em conjunto

5. Observe as frases: I. Ele foi, logo eu não fui. II. O menino, disse ele, não vai. III. Deus, que é Pai, não nos abandona. IV. Saindo ele e os demais, os meninos ficarão sós. Identifique a alternativa correta: a) Em I, há erro de pontuação. b) Em II e III, as vírgulas podem ser retiradas sem que haja erro. c) Na I, se se mudar a vírgula de posição, muda-se o sentido da frase. d) Na II, faltam dois-pontos depois de “disse”. e) n. d. a.

6. (F. C. Chagas-PR) Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta. a) Pouco depois, quando chegaram, as outras pessoas a reunião ficou mais animada. b) Pouco depois quando chegaram as outras pessoas a reunião ficou mais animada. c) Pouco depois quando chegaram as outras pessoas, a reunião ficou mais animada. d) Pouco depois quando chegaram as outras pessoas a reunião, ficou mais animada. e) Pouco depois quando chegaram as outras pessoas a reunião, ficou, mais animada. 7. Assinale a alternativa em que o emprego da vírgula segue a mesma orientação do uso da vírgula em “Por causa de sua profissão, Tereza vive recebendo diversas ameaças de morte”: a) Quando sair à noite, tome cuidado especial com a segurança. b) Devido à forte chuva, dois carros perderam o controle e colidiram na RST 471. c) Depois de encarar as gravações e Sinhá moça, Bruno Gagliasso já está cotado para trabalhar na próxima novela das oito. d) Para dar um susto em Rafa, Bodão empurra o Ogromóvel ladeira abaixo. e) Juba chega, dá uma pedrada na cabeça do capanga e todos fogem.

8. (FUVEST) Assinale o período que está pontuado corretamente:

a. Solicitamos aos candidatos que respondam às perguntas a seguir, importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares.

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b. Solicitamos aos candidatos, que respondam, às perguntas a seguir importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares.

c. Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas, a seguir importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares.

d. Solicitamos, aos candidatos que respondam às perguntas a seguir importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares.

e. Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas, a seguir, importantes para efeito de pesquisas relativas aos vestibulares.

(CESCEM) Nas questões seguintes, os períodos foram pontuados de cinco formas diferentes. Leia-os todos e assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:

9.

a. Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque, conhece pouco os deveres da hospitalidade.

b. Entra a propósito disse Alves, o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade.

c. Entra a propósito, disse Alves o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade.

d. Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco os deveres da hospitalidade.

e. Entra a propósito, disse Alves, o seu moleque conhece pouco, os deveres da hospitalidade.

10.

a. Prima faça calar titio suplicou o moço, com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou.

b. Prima, faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou.

c. Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou.

d. Prima, faça calar titio suplicou o moço com um leve sorriso que imediatamente se lhe apagou.

e. Prima faça calar titio, suplicou o moço com um leve sorriso que, imediatamente se lhe apagou.

11.

a. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias, trazem impresso constante sorriso.

b. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que mesmo sérias trazem, impresso constante sorriso.

c. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem impresso, constante sorriso.

d. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias trazem impresso constante sorriso.

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e. Era um homem de quarenta e cinco anos, baixo, meio gordo, fisionomia insinuante, destas que, mesmo sérias, trazem impresso constante sorriso.

12.

a. Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do canto.

b. Deixo ao leitor calcular quanta paixão a bela viúva empregou na execução do canto.

c. Deixo ao leitor calcular quanta paixão, a bela viúva, empregou na execução do canto.

d. Deixo ao leitor calcular, quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do canto.

e. Deixo ao leitor, calcular quanta paixão a bela viúva, empregou na execução do canto.

13.

a. Bem te dizia eu, que não iriam a bons resultados as tuas paixões simuladas. b. Bem te dizia eu que, não iriam a bons resultados as tuas paixões simuladas. c. Bem te dizia eu que não iriam a bons resultados, as tuas paixões simuladas. d. Bem te dizia eu que não iriam, a bons resultados as tuas paixões simuladas. e. Bem te dizia eu que não iriam a bons resultados as tuas paixões simuladas.

14.

a. Eram frustradas, insatisfeitas; além disso, seus conhecimentos eram duvidosos.

b. Eram frustradas, insatisfeitas, além disso seus conhecimentos eram duvidosos. c. Eram frustradas; insatisfeitas: além disso, seus conhecimentos eram

duvidosos. d. Eram frustradas, insatisfeitas; além disso, seus conhecimentos eram

duvidosos. e. Eram frustradas, insatisfeitas, além disso, seus conhecimentos eram

duvidosos.

15.

a. Escancarou-as, finalmente; mas a porta, se assim podemos chamar ao coração, essa estava trancada e retrancada.

b. Escancarou-as finalmente; mas, a porta se assim podemos chamar ao coração, essa estava trancada e retrancada.

c. Escancarou-as, finalmente; mas a porta se assim podemos chamar ao coração, essa estava trancada, retrancada.

d. Escancarou-as finalmente; mas a porta, se assim podemos chamar ao coração, essa estava trancada e, retrancada.

e. Escancarou-as finalmente, a porta, se assim podemos chamar ao coração, essa estava trancada e retrancada.

16.

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Ana Paula Porto

a. E, tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo enquanto na sala o pai continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas tenaz.

b. E tornou a olhar para a rua inclinando-se, sorrindo, enquanto na sala, o pai continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas tenaz.

c. E tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo, enquanto na sala o pai continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas tenaz.

d. E tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo, enquanto na sala o pai continuava a guiar o Rubião para a porta, sem violência, mas, tenaz.

e. E tornou a olhar para a rua, inclinando-se, sorrindo, enquanto, na sala o pai continuava a guiar o Rubião para a porta sem violência, mas tenaz.

17.

a) Esqueceu-me apresentar-lhe, minha mulher, acudiu, Cristiano. b) Esqueceu-me, apresentar-lhe minha mulher, acudiu Cristiano. c) Esqueceu-me, apresentar-lhe: minha mulher acudiu Cristiano. d) Esqueceu-me apresentar-lhe minha mulher, acudiu Cristiano.

e) Esqueceu-me, apresentar-lhe; minha mulher acudiu, Cristiano.

Instrução: As questões 18 a 26 referem-se ao texto abaixo. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27

Se escapar do bombardeio ________ está sendo submetido, um achado divulgado anteontem por pesquisadores do Reino Unido poderá mudar a história da ocupação humana da América. Segundo eles, pegadas de pessoas descobertas no centro do México teriam 40 mil anos - embora os registros mais antigos de presença humana no continente não ultrapassem ______13 mil anos. A equipe, liderada pela geoarqueóloga mexicana Silvia González, achou os rastros na beira de um antigo lago assolado por chuvas de cinza vulcânica. Imagina-se que, depois de um desses episódios, um grupo de pessoas (entre as quais crianças, a julgar pelas dimensões das pegadas) teria caminhado sobre a cinza, deixando sua marca. Usando uma série de métodos diferentes, o grupo britânico datou fósseis de animais no mesmo nível da pegada, assim como sedimentos em volta da própria, chegando à data de por volta de 40 mil anos antes do presente. Hoje, o sítio arqueológico das Américas mais antigo cujas datas são aceitas pelos cientistas é Monte Verde, no extremo sul do Chile, com seus 12,5 mil anos. Poucos pesquisadores põem em dúvida a idéia de que os primeiros americanos cruzaram o estreito de Bering, vindos do extremo nordeste da Ásia, para chegar ao Novo Mundo. "Novas rotas de migração que expliquem a existência desses sítios muito mais antigos precisam ser consideradas. Nossos achados reforçam a teoria de que esses primeiros colonos tenham vindo pela água, usando a rota da costa do Pacífico", disse González em comunicado. "Nunca se deve dar a conhecer um achado tão importante numa entrevista coletiva", critica o antropólogo argentino Rolando González-José, do Centro Nacional Patagônico. O pesquisador já chegou a estudar os antigos mexicanos junto com a arqueóloga, mas teve "divergências inconciliáveis" com ela. "Uma data de 40 mil anos não necessariamente leva _____ modelos alternativos do povoamento, muito menos recorrendo _____ rotas transpacíficas", diz.

Adaptado de: LOPES, Reinaldo José. Folha de S. Paulo, 6 jul. 2005, p. 16.

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18. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 01, 05, 26 e 27. a) ao qual – os – há – a b) que – aos – a – à c) no qual – a – à – às

d) a que – os – a – a e) que – aos – a – às

19. Considere as seguintes afirmações. I – A descoberta de fósseis permitiu a localização de pegadas de um grupo de pessoas que teria caminhado sobre a cinza proveniente de um episódio de chuvas de cinza vulcânica. II – Foram descobertos, no centro do México, fósseis de pessoas cujas pegadas têm mais de 40 mil anos. III – A possível datação de 40 mil anos para o achado da equipe de González exige, segundo a arqueóloga, que se considerem novas rotas de migração dos primeiros povoadores da América. Quais estão de acordo com o texto? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III.

d) Apenas I e II. e) Apenas II e III.

20. Considere as seguintes afirmações sobre referentes de segmentos do texto. I – O substantivo bombardeio (linha 01) refere-se às freqüentes chuvas de cinza vulcânica que atingem o achado. II – O substantivo marca (linha 10) refere-se essencialmente a pegadas de crianças. III – A expressão esses primeiros colonos (linhas 19 e 20) refere-se a migrantes que deixaram suas pegadas no centro do México. Qual(is) está(ão) correta(s)? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III.

d) Apenas I e II. e) Apenas II e III.

21. O uso das vírgulas na linha 06 justifica-se por se tratar de: a) Vocativo b) Termo deslocado c) Aposto

d) Supressão de verbo e) Oração adjetiva explicativa

22. Considere as seguintes afirmações sobre expressões indicativas de tempo usadas no texto. I – A palavra anteontem (linha 2) remete à antevéspera do dia em que a reportagem foi escrita. II – A palavra depois (linha 8) está relacionada a um dos episódios de chuvas de cinza vulcânica. III – A expressão antes do presente (linhas 13) significa “antes do momento da descoberta”. Qual(is) está(ão) correta(s)?

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Ana Paula Porto

a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III.

d) Apenas I e II. e) Apenas II e III.

23. Assinale o nexo (elemento de coesão) que poderia expressar o tipo de relação semântica que a frase iniciada na linha 15 estabelece com a frase anterior (linhas 13-15). a) Ainda bem que b) Com mais razão c) Isto é

d) Por isso e) Além disso

24. Observe o período: “Imagina-se que, depois de um desses episódios, um grupo de pessoas (...) teria caminhado sobre a cinza, deixando sua marca” (linhas 7-10). I – As duas primeiras vírgulas do texto são colocadas para indicar uma circunstância. II – A última vírgula do trecho é motivada pela presença de um verbo no gerúndio. III – As duas primeiras vírgulas do texto poderiam ser retiradas do fragmento sem provocar incorreção gramatical. Qual(is) está(ão) correta(s)? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III.

d) Apenas I e II. e) Apenas II e III.

25. Considere o fragmento do texto: “Hoje, o sítio arqueológico das Américas mais antigo cujas datas são aceitas pelos cientistas é Monte Verde, no extremo sul do Chile, com seus 12,5 mil anos.“ As expressões em destaque estão separadas por vírgula por qual motivo? a) Vocativo b) Termo deslocado c) Aposto

d) Supressão de verbo e) Oração coordenada

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AULA 12 OUTROS SINAIS DE PONTUAÇÃO

2. PONTO FINAL Emprega-se no final de frases declarativas: Os livros foram danificados pelas traças. 3. DOIS-PONTOS É usado para:

• introduzir uma fala num diálogo escrito: A aeromoça aproximou-se: _ Os passageiros devem permanecer sentados até o pouso da aeronave.

• introduzir uma citação: Pois estava escrito em cima do jornal: em São Paulo, a polícia proibira comícios na rua e passeatas embora se falasse vagamente em motins na tarde no Largo da Sé.

• introduzir palavras ou orações que servem para enumerar ou esclarecer o que se afirmou anteriormente:

Lembrei-me do nome e do tipo: era João Francisco Gregório, caboclo robusto, desconfiado. 4. RETICÊNCIAS Indicam a interrupção da frase, feita com a finalidade de sugerir:

• dúvida, hesitação, surpresa: Qualquer dia destes, embarco pra .... pra ... pra China.

• suspensão do pensamento ou quebra de seqüência na fala: _ Vá pra casa, menino! ... aí vem temporal...

• supressão de trecho em textos: Com os descobrimentos marítimos dos séculos XV e XVI, os portugueses ampliam enormemente o império de sua língua ... 5. PONTO DE INTERROGAÇÃO Emprega-se no final de frases interrogativas diretas: Os homens precisam andar armados? 6. PONTO DE EXCLAMAÇÃO É usado após uma interjeição ou frase exclamativa para expressar chamamento, emoções, ordem ou pedido:

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Disciplina de Língua Portuguesa Aplicada Profa. Ms. Luana Teixeira Porto

Epa! Alguma coisa está errada no trabalho. Saia do meu quarto! 7. ASPAS Empregam-se as aspas para:

• indicar o início e o final de uma citação: Machado de Assis disse: “Deve ser um vinho enérgico a política.”

• destacar uma palavra ou expressão (como palavra estrangeira, gíria, neologismo):

Os “anjinhos” já estão prontos? O ônibus escolar chegou. Você sabe fazer “downloads” de arquivos? 8. PARÊNTESES Empregam-se os parênteses:

• para intercalar uma idéia acessória ou explicativa na frase: Depois do jantar (mal servido) ele saiu daquele hotel e não voltou mais.

• nas indicações bibliográficas: “Mas quando olhar a mancha viva na minha camisa, talvez faça uma careta e me deixe passar.” (Chico Buarque) 9. TRAVESSÃO Emprega-se o travessão para:

• indicar a fala ou a mudança de interlocutor nos diálogos escritos: _ Quer saber de uma coisa? O melhor é nós terminarmos. _ Terminarmos? Ele sentiu um frio. _ Não combinamos mais mesmo.

• enfatizar expressões ou orações nas frases: Foi poeta – e sonhou – e amou na vida. 10. PONTO-E-VÍRGULA Emprega-se o ponto-e-vírgula para:

• separar, em um período de certa extensão, as partes que tenham orações já separadas por vírgulas:

Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas, mas acabei me cansando de tê-los e perdê-los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu.

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• separar os itens em uma enumeração: A prova constará de: a) um estudo de texto; b) cinco questões gramaticais contextualizadas; c) uma redação sobre o tema abordado no texto.

EXERCÍCIOS 1. Pontue adequadamente os enunciados a seguir: a) A vida para uns é bela é alegre só traz felicidade para outros um fardo pesado a carregar. b) duas coisas pretendo conseguir neste ano um bom emprego e uma vaga numa faculdade. c) Em entrevista à Veja o candidato tucano à presidência da república disse Lula é um cara-de-pau. Essa afirmação marcada por uma agressividade e uma linguagem inadequada a um candidato foi considerada muito ofensiva pelos próprios colegas de Geraldo Alckmin. d) Beto tinha esse apelido desde criança não gostava de viajar.

2. Identifique a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem substituir os asteriscos da frase a seguir:

Quando se trata de trabalho científico * duas coisas devem ser consideradas * uma é a contribuição teórica que o trabalho oferece * a outra é o valor prático que possa ter. a) dois-pontos, ponto-e-vírgula, ponto-e-vírgula. b) dois-pontos, vírgula, ponto-e-vírgula. c) vírgula, dois-pontos, ponto-e-vírgula. d) ponto-e-vírgula, dois-pontos, ponto-e-vírgula. e) ponto-e-vírgula, vírgula, vírgula. 3. Identifique a frase que apresenta pontuação correta: a) O mais velho, dos viajantes, disse subitamente, estou muito cansado, vamos, descer aqui. b) O mais velho dos viajantes disse subitamente, estou muito, cansado, vamos, descer aqui? c) O mais velho dos viajantes; disse subitamente _ Estou muito cansado; vamos descer aqui. d) O mais velho dos viajantes disse subitamente: _ Estou muito cansado; vamos descer aqui. e) O mais velho dos viajantes, disse subitamente: Estou muito cansado vamos, descer aqui? 4. (IBGE) Assinale a opção que apresenta erro de pontuação: a) Sem reforma, social, as desigualdades entre as cidades brasileiras, crescerão sempre... b) No Brasil, a diferença social é motivo de constante preocupação. c) O candidato que chegou atrasado fez um ótimo teste no IBGE. d) Tenho esperanças, pois a situação econômica não demora a mudar. e) Ainda não houve tempo, mas, em breve, as providências serão tomadas. 5. (CESGRANRIO) Assinale o texto de pontuação correta: a) Não sei se disse, que, isto se passava, em casa de uma comadre, minha avó. b) Eu tinha, o juízo fraco, e em vão tentava emendar-me: provocava risos, muxoxos, palavrões. c) A estes, porém, o mais que pode acontecer é que se riam deles os outros, sem que este riso os impeça de conservar as suas roupas e o seu calçado. d) Na civilização e na fraqueza ia para onde me impeliam muito dócil muito leve, como os pedaços da carta de ABC, triturados soltos no ar. e) Conduziram-me à rua da Conceição, mas só mais tarde notei, que me achava lá, numa sala pequena.

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6. (TTN) Das redações abaixo, assinale a que não está pontuada corretamente: a) Os candidatos, em fila, aguardavam ansiosos o resultado do concurso. b) Em fila, os candidatos, aguardavam, ansiosos, o resultado do concurso. c) Ansiosos, os candidatos aguardavam, em fila, o resultado do concurso. d) Os candidatos ansiosos aguardavam o resultado do concurso, em fila. e) Os candidatos, aguardavam ansiosos, em fila, o resultado do concurso. (CARLOS CHAGAS-BA) Instruções para as questões de números 7 e 8: Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação, assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta: 7. a) Pouco depois, quando chegaram, outras pessoas a reunião ficou mais animada. b) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou mais animada. c) Pouco depois, quando chegaram outras pessoas, a reunião ficou mais animada. d) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião, ficou mais animada. e) Pouco depois quando chegaram outras pessoas a reunião ficou, mais animada. 8. a) Precisando de mim procure-me; ou melhor telefone que eu venho. b) Precisando de mim procure-me, ou, melhor telefone que eu venho. c) Precisando, de mim, procure-me ou melhor, telefone, que eu venho. d) Precisando de mim, procure-me; ou melhor, telefone, que eu venho. e) Precisando, de mim, procure-me ou, melhor telefone que eu venho. 9. (SANTA CASA) Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta: a) José dos Santos paulista, 23 anos vive no Rio. b) José dos Santos paulista 23 anos, vive no Rio. c) José dos Santos, paulista 23 anos, vive no Rio. d) José dos Santos, paulista 23 anos vive, no Rio. e) José dos Santos, paulista, 23 anos, vive no Rio.

10. (FUVEST) Assinale a alternativa em que o texto está pontuado corretamente:

a. Matias, cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão quando começou o idílio psíquico.

b. Matias cônego honorário, e pregador efetivo estava compondo um sermão quando começou o idílio psíquico.

c. Matias, cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão, quando começou o idílio psíquico.

d. Matias cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão, quando começou, o idílio psíquico.

e. Matias, cônego honorário e, pregador efetivo, estava compondo um sermão quando começou o idílio psíquico.

11.

a. Em suma poderia haver algumas atenções, mas, não devia um real ninguém. b. Em suma, poderia dever algumas atenções, mas não devia um real ninguém.

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c. Em suma poderia dever algumas atenções, mas não devia um real a ninguém. d. Em suma poderia dever, algumas atenções, mas não devia um real a ninguém. e. Em suma, poderia dever, algumas atenções, mas, não devia um real a ninguém.

12.

a. A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e derradeira surpresa da natureza humana.

b. A velhice ridícula é porventura a mais triste e, derradeira surpresa da natureza humana.

c. A velhice ridícula é, porventura a mais triste, e derradeira surpresa da natureza humana.

d. A velhice ridícula é porventura, a mais triste e, derradeira surpresa da natureza humana.

e. A velhice ridícula é, porventura, a mais triste e, derradeira surpresa da natureza humana.

13.

a. Um deles muito menor, que todos, apegava-se às calças de outro taludo. b. Um deles, muito menor que todos, apegava-se às calças de outro, taludo. c. Um deles, muito menor que todos apegava-se, às calças de outro, taludo. d. Um deles - muito menor - que todos, apegava-se às calças de outro taludo. e. Um deles muito menor que todos, apegava-se, às calças de outro taludo.

14. a) Ensina-o a, converter cada espinho, em flor. b) Ensina-o, a converter, cada espinho em flor. c) Ensina-o a converter, cada espinho em flor. d) Ensina-o, a converter cada espinho, em flor. e) Ensina-o a converter cada espinho em flor

15. (CARLOS CHAGAS-PR) Assinale o período de pontuação correta:

a. Se alguém vier com perguntas a que você não sabe responder, será mais honesto dizer que vai estudar o assunto.

b. Se alguém, vier com perguntas a que você não sabe, responder, será mais honesto dizer que vai estudar o assunto.

c. Se alguém vier, com perguntas a que você não sabe responder será, mais honesto, dizer que vai estudar o assunto.

d. Se, alguém vier com perguntas, a que você não sabe responder, será, mais honesto, dizer que vai estudar o assunto.

e. Se alguém vier com perguntas a que, você não sabe responder, será mais honesto dizer, que vai estudar o assunto.

16. (CARLOS CHAGAS-PR) Aponte a alternativa pontuada corretamente:

a. Como explicar, que as estruturas lógicas se tornam necessárias, num dado nível? b. Como explicar, que as estruturas lógicas se tornam necessárias num dado nível? c. Como explicar, que as estruturas lógicas, se tornam necessárias num dado nível?

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d. Como explicar que as estruturas lógicas se tornam necessárias num dado nível? e. Como explicar que as estruturas lógicas, se tornam necessárias num dado nível?

17. (UF-RS) Assinale o texto de pontuação correta:

a) Eu, posto que creia no bem não sou daqueles que negam o mal. b) Eu, posto que creia, no bem, não sou daqueles, que negam, o mal. c) Eu, posto que creia, no bem, não sou daqueles, que negam o mal. d) Eu, posto que creia no bem, não sou daqueles que negam o mal. e) Eu, posto que creia no bem, não sou daqueles, que negam o mal.

18. (CARLOS CHAGAS-BA) Assinale o período de pontuação correta:

a. As folhas amarelecidas durante o outono, estão caídas ao pé, da árvore. b. As folhas amarelecidas durante o outono estão caídas ao pé da árvore. c. As folhas, amarelecidas durante o outono estão caídas, ao pé da árvore. d. As folhas amarelecidas durante, o outono estão caídas, ao pé da árvore. e. As folhas, amarelecidas durante, o outono, estão caídas ao pé da árvore.

19. (AFTN) Indique o trecho que apresenta erro

a. "Interferências demagógicas de governos, levaram o Sistema Brasileiro de Habitação à falência em que hoje se encontra." (Folha de São Paulo, 05/10/89, p. A-4).

quanto ao emprego dos sinais de pontuação:

b. "Mas a disputa pelos direitos do livro - a ser editado no Brasil, evidentemente, pela Marco Zero, da qual Márcio de Souza é diretor - apenas começou." (Leia, agosto / 89, p. 14)

c. "O convite veio de Jofre Rodrigues, sócio principal da produtora J. N. Filmes. Assim que a notícia foi divulgada na Europa, editoras alemãs, francesas e americanas começaram a assediar o agente literário Thomas Colchio, que responde pelo escritor brasileiro na França." (Leia, agosto / 94, p. 14).

d. "Ao lado da disputa pelos direitos de filmagem da vida do líder seringueiro Chico Mendes, arma-se uma outra briga: o alvo, agora, é o argumento do filme, que será escrito pelo romancista amazonense Márcio de Souza." (Leia, agosto / 94, p. 14).

e. "O bom humor voltou à vida de Arraes depois do encontro com Brizola na semana passada. Exatamente o que conversaram os dois políticos ninguém sabe." (Folha de São Paulo, 05/10/89, p. A-4).

20. (FCMSC-SP) Assinale o período de pontuação correta:

a) Embora soubessem quem era não abriram a porta. b) Embora soubessem quem era, não abriram a porta. c) Embora, soubessem quem era, não abriram, a porta. d) Embora soubessem, quem era, não abriram a porta. e) Embora, soubessem quem era não abriram, a porta.

21. (FCMSC-SP) Os períodos seguintes apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta:

a. Entreguei àquele rapaz, o filho do farmacêutico, a receita que, devia ser aviada. Página 124

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b. Entreguei àquele rapaz, o filho do farmacêutico - a receita, que devia ser, aviada. c. Entreguei àquele rapaz, o filho do farmacêutico, a receita que devia ser aviada. d. Entreguei àquele rapaz o filho do farmacêutico, a receita que devia ser aviada. e. Entreguei àquele rapaz - o filho do farmacêutico, a receita que devia, ser aviada.

UMA PAUSA PARA A LEITURA E A INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

A tirania da experiência

Acompanhei as dificuldades de um jovem que, ao terminar sua formação, saiu à procura de um emprego. Ele esbarrou em recusas que só os jovens recebem. Os entrevistadores apreciavam seu diploma, gostavam de sua apresentação e perguntavam: “Você tem experiência?”. Meu jovem amigo sentia-se num círculo vicioso: era rechaçado por falta de uma experiência que nunca poderia adquirir, pois não conseguia emprego justamente porque lhe faltava experiência. Parece um pretexto para condenar os jovens a um salário simbólico. Eternos estagiários, eles seriam obrigados a trocar seu trabalho pelo “privilégio” de aprender o ofício. Mas não é só isso: nossa cultura, em princípio, venera a experiência. Salvo em momentos nostálgicos, duvidamos das sabedorias sagradas ou ancestrais. Preferimos confiar e acreditar nas coisas em que podemos colocar o dedo e o nariz. A autoridade, em suma, abandonou a tradição e veio para a experiência. Se sou um adolescente, como afirmo minha liberdade? Sou obrigado a me aventurar em terrenos completamente novos. Para me esquivar da autoridade dos pais e dos adultos, tento fazer algo que não esteja no campo de experiências dos que me precederam. A novidade, a originalidade tornam-se verdadeiros valores, porque prometem libertar-me da experiência dos outros. Se fizer algo que ninguém nunca fez, quem poderia ditar minha conduta, dizendo-se sábio e experiente? Recomendação aos pais de adolescentes: se, discutindo com seus filhos, você achar bom evocar a sabedoria que vem de sua experiência, seja humilde e modesto. Quanto mais você justificar sua autoridade pela experiência, tanto mais seu rebento estará a fim de aventurar-se por terrenos pouco ou nada mapeados.

(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo, 07/03/2002)

1. De acordo com o texto, para escapar à tirania da experiência um adolescente de hoje sente-se impelido a (A) reconhecer a sabedoria antiga e sólida dos nossos ancestrais. (B)) aventurar-se em situações inteiramente novas e originais. (C) ratificar os valores culturais que nortearam a geração precedente. (D) corresponder à expectativa dos entrevistadores das empresas. (E) repisar os caminhos em que seus pais se sentiram livres. 2. Considere as seguintes afirmações: I. As empresas se valem da pouca ou nenhuma experiência de um jovem para se aproveitarem de seu trabalho na precária condição de estagiário. II. A responsabilidade pelo círculo vicioso a que o texto se refere deveria ser assumida pelos adolescentes, que não dão valor a nenhum tipo de experiência. III. As dificuldades enfrentadas por um jovem que esteja buscando trabalho demonstram que está em baixa o prestígio da experiência.

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Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A)) I, somente. (B) II, somente. (C) I e II, somente. (D) II e III, somente. (E) I, II e III. 3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto em: (A) rechaçado por falta de uma experiência = absorvido pela inexperiência. (B) eternos estagiários = aprendizes eventuais. (C))salvo em momentos nostálgicos = à exceção dos instantes de nostalgia. (D) evocar a sabedoria = protelar o conhecimento. (E) seu rebento estará a fim de aventurar-se = seu ímpeto o levará a ousadias. 4. Observe o trecho: “A autoridade, em suma, abandonou a tradição e veio para a experiência.” (linhas 12-13). As vírgulas no período são usadas por se tratar de: (A) aposto (B) vocativo (C) oração adjetiva explicativa (D) elipse de verbo (E) termo deslocado 5. Observe a expressão em destaque: “Se fizer algo que ninguém nunca fez, quem poderia ditar minha conduta, dizendo-se sábio e experiente?“(l. 18-19) Qual o valor semântico do vocábulo sublinhado? (A) conseqüência (B) adversidade (C) adição (D) condição (E) conclusão 6. Os jovens bem que tentam, mas não se dá aos jovens a oportunidade de um trabalho que recompense os jovens pelos esforços despendidos. Evita-se a repetição de palavras da frase acima, substituindo-se os elementos sublinhados, respectivamente, pelas formas: (A) a aqueles - recompense eles (B) eles - recompense-lhes (C))a eles - os recompense (D) os dá - os recompense (E) a eles - recompense eles 7. O verbo indicado entre parênteses adotará obrigatoriamente uma forma do plural ao se flexionar na seguinte frase: (A) É irrisório o que nas empresas se (oferecer) aos jovens estagiários. (B) Os terrenos novos nos quais (dever) se aventurar o jovem de hoje são seu grande desafio. (C) Se não (haver) outras razões, a juventude e o entusiasmo deveriam bastar para se valorizar o jovem. (D)) Como não se (valorizar), num jovem, as qualidades naturais da mocidade, ele sai prejudicado. (E) Quanto aos adolescentes, nenhuma época lhes (parecer) tão injusta quanto a nossa.

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8. Observe o trecho: “Eternos estagiários, eles seriam obrigados a trocar seu trabalho pelo “privilégio” de aprender o ofício..” (linhas 07-09). A vírgula no período é usada por se tratar de: (A) vocativo (B) aposto (C) oração adjetiva explicativa (D) elipse de verbo (E) termo deslocado 9. Está correto o emprego da expressão sublinhada na frase: (A)) Os bons salários a que os jovens aspiram são cada vez mais improváveis. (B) É mínimo o salário no qual os empresários julgam retribuir o esforço dos estagiários. (C) O assunto de cujo se trata no texto diz respeito às exigências que se colocam aos jovens. (D) São desafiadores os novos terrenos com que os jovens se prontificam a explorar. (E) Seria preciso de que se oferecessem oportunidades reais aos jovens pretendentes a um emprego. 10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período: (A)) Garçom, nós queremos conversar; poderia pedir para baixar um pouco o volume do rádio, por favor? (B) Se a maré subir, logo, os turistas ficarão ilhados naquelas pedras e, terão que esperar até amanhã, para voltarem. (C) Admita, que você nos traiu, ao tomar uma atitude que contrariou inteiramente, nossa decisão da véspera. (D) Durante a projeção do filme, que você me recomendou as pessoas iam saindo, mostrando assim, seu desagrado e desinteresse pelo final. (E) Você deve ser condescendente, uma vez que, se não renegociar minha dívida, dificilmente, poderei pagá-la.

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