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Normalização CADERNOS TÉCNICOS AIMinho Associação Industrial do Minho

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CADERNOS TÉCNICOS

AIMinhoAssociação Industrial do Minho

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1. Introdução....................................................................................................................3

2. A Certificação

2.1. Organismos Acreditadores.......................................................................................4

2.2. Organismos Certificadores ......................................................................................4

2.3. O Processo de Cerificação........................................................................................4

2.4. Oque significa a sigla ISO 9000..............................................................................5

3. Qualidade

3.1. A ISO 9000................................................................................................................6

3.1.1. O que é a série ISO 9000 ................................................................................6

3.1.2. Que orientação se pode obter para implementar a ISO 9000 ......................6

3.1.3. A abordagem dos processos ...........................................................................6

3.1.4. A política da qualidade ....................................................................................8

3.1.5. O planeamento do controlo da documentação/informação..........................8

3.1.5.1. O controlo dos documentos .........................................................................8

3.1.5.2. O controlo dos registos ................................................................................10

3.1.6. Os recursos humanos .....................................................................................11

3.1.7. Produção e fornecimento do serviço ..............................................................12

3.1.8. Concepção e desenvolvimento........................................................................14

3.1.9. Controlo do produto/serviço não conforme...................................................19

3.1.10. Compras – Avaliação e reavaliação dos fornecedores..................................21

3.1.11. Satisfação do cliente .......................................................................................22

3.2. Auditoria interna .......................................................................................................23

3.2.1. As acções correctivas/preventivas ..................................................................24

3.2.2. Revisão pela gestão de topo ...........................................................................25

4. Ambiente ...................................................................................................................26

4.1. Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) .....................................................................26

4.1.1. Sistemas EMAS................................................................................................26

4.1.2. Normas da série ISO 14000 ...........................................................................28

4.2. Requisitos da ISO 14000 .........................................................................................30

4.2.1. Diagnóstico ambiental ....................................................................................30

4.2.2. Aspectos ambientais.......................................................................................31

4.2.3. Programa de gestão ambiental .......................................................................32

4.2.4. Prontidão e resposta a emergências ..............................................................33

4.2.5. Revisão pela gestão .........................................................................................33

5. A Segurança e Saúde no Trabalho / NP4397 ............................................................34

5.1. Controlo Operacional................................................................................................34

5.2. Requisitos da NP 4397..............................................................................................36

5.2.1. A identificação de perigos ...............................................................................36

5.2.2. A avaliação de riscos .......................................................................................36

5.2.3. A prevenção de riscos......................................................................................37

5.2.4. O plano de segurança e saúde........................................................................38

5.2.5. O plano de emergência ..................................................................................38

ÍNDICE

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1. Introdução

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3

As CT podem ainda organizar-se em Subcomissões (SC)

e/ou Grupos de Trabalho (GT), tendo em vista a realização de

trabalhos em áreas específicas dentro do âmbito definido para

a CT. Assim, a CT 150 reúne ainda as seguintes SC.

Não há, hoje em dia, praticamente nenhuma revista de

negócios ou dedicada a assuntos económicos, publicação

sectorial da indústria ou mesmo jornal diário, que não contemple

com alguma frequência (umas vezes numa perspectiva me-

todológica ou conceptual, outras vezes considerando envolventes

históricas ou de resenha, outras ainda orientadas para a aplicação

prática) a problemática da gestão da qualidade, ambiental, da

saúde e segurança no trabalho ou da responsabilidade social

nas organizações, apenas para ressalvar alguns exemplos. Este

manual apresenta desenvolvidas, um conjunto de metodologias

que pretendem esclarecer e apoiar a implementação de melhores

práticas de trabalho, nomeadamente Qualidade, Ambiente e

Saúde e Segurança no Trabalho.

As normas relativas ao ambiente podem constituir uma

ferramenta que permite satisfazer os objectivos de protecção

da qualidade ambiental, na medida em que permitem a realização

de medições harmonizadas, quer da qualidade do ambiente,

quer das emissões, quer das características de produtos de

forma comparável e reprodutível e com qualidade indispensável

à prossecução de uma Política Ambiental sustentada.

Em Portugal o Instituto do Ambiente (IA) é o Organismo

de Normalização Sectorial (ONS) no domínio do ambiente, no

âmbito de um Protocolo de Cooperação estabelecido com o

Instituto Português da Qualidade (IPQ), que é o Organismo

Nacional de Normalização (ONN). Assim, a informação apre-

sentada neste capítulo teve como fonte de referência fundamental

as indicações apresentadas pelo IA para este domínio.

O ONS/IA constitui a interface entre um conjunto de

Comissões Técnicas (CT) e o IPQ, cabendo-lhe a responsabilidade

de as coordenar e prestar todo o apoio logístico necessário ao

ct 28

ct 71

ct 72

ct 145

ct 150

CT

acústica, vibrações e choques

qualidade do ar

qualidade da água

gestão florestal sustentável

sistemas de gestão ambiental

ÁREA

seu funcionamento. As CT são órgãos técnicos que visam a

elaboração de normas portuguesas, e a emissão de pareceres

normativos e nas quais participam, em regime de voluntariado,

entidades interessadas nas matérias em causa, cuja represen-

tatividade permita considerar o resultado do seu trabalho como

traduzindo o consenso nacional nesse domínio. Actualmente

o IA coordena o funcionamento das seguintes CT.

É sobre os sistemas de gestão ambiental que iremos desen-

volver com mais detalhe o presente trabalho.

sc 1

sc 2

sc 3

sc 4

sc 5

sc 6

SC

sistemas de gestão ambiental

auditorias ambientais

rotulagem ecológica

avaliação de desempenho ambiental

ciclo de vida do produto

termos e definições

ÁREA ESPECÍFICA

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a competência técnica dos organismos certificadores. Só entidades

acreditadas pelo IPQ têm competência para certificar empresas ou

organizações segundo os referenciais ISO 9000.

Mas para que a certificação tenha valor para além fronteiras,

é necessário que o IPQ demonstre competência como entidade

acreditadora. Esse reconhecimento internacional processa-se

através da aplicação de normas internacionais aplicáveis aos

organismos acreditadores, no seio do International Acreditation

Forum (IAF). Esta organização internacional zela através de

exames/auditorias periódicos, para que os organismos acredi-

tadores se regam pelas normas internacionais em vigor.

O IPQ goza desta forma de duas legitimidades: por um

lado, legitimidade interna e legal atribuída pelo Estado Português,

por outro lado a legitimidade internacional atribuída e pelo IAF.

O IAF é subdividido em regiões sendo o IPQ membro de

uma, o European Acreditation (EA), logo uma entidade acredita-

dora reconhecida mundialmente.

Perante a proliferação, em número e diversidade, de produtos

e serviços no mercado mundial, os Estados confrontaram-se

com a necessidade de proteger os cidadãos nos seus consumos.

Utilizando metodologias de certificação, inspecção e experimen-

tação, os Estados, através de partes da sua estrutura organiza-

cional ou delegando a entidades independentes, garantiam

consumos com maior gozo e menor prejuízo.

Assim em Portugal, o IPQ é legalmente a entidade compe-

tente para gerir e implementar metodologias que garantam ao

consumidor, uma protecção mínima quando este goza de um

bem ou serviço.

O Sistema Português da Qualidade (nova denominação do

SNGQ a partir de 1993) e o subsistema da Qualificação, regem-se

desde de 1996 como no resto da Europa pela descentralização e

separação entre as funções de acreditação e de certificação. Assim,

a função de acreditação (“Certificação dos organismos certificados”)

é da responsabilidade exclusiva do IPQ. Este deve assegurar/avaliar

2.1 Organismos Acreditadores

2. A certificação

As entidades certificadoras, reconhecidas no âmbito do

Sistema Português da Qualidade (SPQ), desenvolvem as activi-

dades de certificação de sistemas da qualidade cumprindo

metodologias definidas e aprovadas pelo IPQ.

A delegação das funções de certificação por parte do IPQ,

a partir de 1996, criou em Portugal um cenário semelhante ao

dos nossos parceiros europeus. Assim, podemos observar que

existem várias entidades nacionais e internacionais acreditadas

pelo IPQ para certificar organizações no território nacional.

2.2 Organismos Certificadores

implementado se mantém activo. Estas auditorias, geralmente

de menor duração são denominadas por auditorias de acom-

panhamento e têm habitualmente uma periodicidade anual.

Aquando do termo da validade do certificado é realizada uma

nova auditoria global ao sistema de forma a permitir a reemissão do

certificado (auditoria de renovação) para um novo período de 3 anos.

Sempre que, como resultado de uma auditoria, se considere

que a organização não evidencia elementos que garantam a

confiança no sistema, compete ao organismo certificador propor

uma auditoria, denominada de seguimento, auditoria essa que

será realizada por forma a validar a reposição da conformidade

do sistema, tendo por base as acções correctivas decidas im-

plementar pela organização.

Em Portugal como nos restantes países existe uma uniformi-

zação nos processos de certificação.

Genericamente, os processos iniciam-se pela elaboração de

uma candidatura da organização ao organismo certificador

seleccionado. Naturalmente esta candidatura deve ocorrer após

a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade (segundo

o referencial). Depois de analisada a respectiva candidatura pelo

organismo é programada uma primeira avaliação do sistema,

conhecida como auditoria inicial/de concessão (ver Figura 1).

É com base nos resultados desta avaliação que é tomada

uma decisão sobre a certificação e emissão do respectivo

certificado. Este tem uma validade de 3 anos, sendo da respon-

sabilidade da entidade certificadora verificar se o sistema

2.3 O Processo de Certificação

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ISO significa Organização Internacional para Normalização

(International Organization for Standardization) localizada em

Genebra, Suíça. A sigla ISO é uma referência à palavra grega

ISO, que significa igualdade.

O propósito da ISO é desenvolver e promover normas e

padrões mundiais que traduzam o consenso dos diferentes

países do mundo de forma a facilitar o comércio internacional.

A ISO tem 136 países membros.

A ISO trabalha com 180 comités técnicos (TC) e centenas

de subcomités e grupos de trabalho.

2.4 O que significa a sigla ISO?FIGURA 1 | processo de certificação

candidatura

não

sim

even

tual

anulação docertificado

sim

ok

auditoria deconcessão

ok

certificado

auditoria deacompanhamento

(anual)

auditoria derenovação

renovação

análise dadocumentação

sim

não

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A série é composta pelas seguintes normas:

. ISO 9000

Sistemas de gestão da qualidade - Fundamentos e vocabulário

. ISO 9001

Sistemas de gestão da qualidade - Requisitos

. ISO 9004

Sistemas de gestão da qualidade - Linhas de orientação para

a melhoria de desempenho

A ISO 9000 é uma série de 3 normas internacionais para a

“Gestão da Qualidade”. A ISO 9000 não é orientada para um

“produto” nem para alguma indústria específica. Tem como

objectivo orientar a implementação de sistemas de qualidade

nas organizações.

As regras e os padrões de gestão da qualidade são com-

plementares aos padrões do produto, e são implementados

para melhorar a sua qualidade, com impacto na funcionalidade

do Sistema da Qualidade.

3.1 A ISO 9000

3. Qualidade

serão gradativamente substituídas por Relatórios Técnicos. A tabela

seguinte apresenta a relação de todas as normas ISO sobre o assunto:

A ISO publicou uma série de normas que complementam as

normas básicas, orientando a sua implementação. Essas normas

3.1.1 O que é a série ISO 9000?

3.1.2 Que orientação se pode obter para implementar a ISO 9000?

ISO 9000:2000

ISO 9001:2000

ISO 9004:2000

ISO 19011

ISO 10005:1995

ISO 10006:1997

ISO/DIS 10012

ISO 10012-2:1997

ISO 10013:1995

SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE – FUNDAMENTOS E VOCABULÁRIO

SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE – REQUISITOS

SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE – GUIA PARA MELHORAMENTO DA PERFORMANCE

LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA AUDITORIAS A SISTEMAS DA QUALIDADE E AMBIENTE

GESTÃO DA QUALIDADE - LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA PLANOS DA QUALIDADE

GESTÃO DA QUALIDADE – LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A GESTÃO DE PROJECTOS

REQUISITOS DE GARANTIA DA QUALIDADE PARA O EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO

PARTE 1: SISTEMAS DE CONFIRMAÇÃO METROLÓGICA PARA EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO

REQUISITOS DE GARANTIA DA QUALIDADE PARA O EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO

PARTE 2: LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA MEDIÇÃO DOS PROCESSOS

LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DE MANUAIS DE QUALIDADE

organização e, em particular, das interacções entre estes proc-

essos, é designada por “abordagem por processos”.

O modelo de sistema de gestão baseado em processos é apre-

sentado na norma ISO 9001:2000 conforme mostra a figura 2.

Esta representação evidencia a importância que se dá aos requisitos

e à satisfação do cliente.

A norma ISO 9001:2000 (norma de referência para o Sistema

de Gestão da Qualidade) define o termo “Abordagem por

Processos” da seguinte forma: “para o funcionamento eficaz

das organizações, estas têm de identificar e gerir numerosos

processos e interagindo entre si”. Frequentemente, o resultado

de um processo constitui a entrada do processo seguinte. A

identificação e a gestão sistemática dos processos de uma

3.1.3 A abordagem por processos

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MELHORIA CONTÍNUA DO SISTEMA DEGESTÃO DE QUALIDADE

responsabilidadeda gestão

gestão derecursos

medição, análisee melhoria

realizaçãodo produto

satisfação

clientes(e outras partes

interessadas)

clientes(e outras partes

interessadas)

requisitos produto

FIGURA 2 | modelo de um sistema de gestão da qualidade baseado em processos

mais processos. Desta forma é fulcral que se determinem a

sequência entre os processos e a respectiva interacção. Salien-

tamos que para uma correcta análise, se a interacção entre os

processos é consistente, será pertinente validar se as saídas

do(s) processos que está(ão) a montante, são suficientes como

entrada do(s) processo(s) que estão a jusante. Podemos afirmar

que as saídas dum determinado processo serão as entradas do

processo seguinte, tendo presente a sequência e interacção

estabelecida.

A interligação entre os processos representa o enfoque

sistemático. Esta norma define que a monitorização da satisfação

do cliente e da eficácia dos resultados, contemple a avaliação

de informações relativas à percepção pelos clientes de como a

organização tem atendido aos seus requisitos. Trata-se de um

sistema de avaliação permanente, que recomenda a análise

crítica e a busca de melhoria contínua na cadeia de processos

para todos os elementos do sistema.

As organizações funcionam numa lógica de sistema, pelo

que cada processo estará a montante ou a jusante de um ou

FIGURA 3 | estrutura de processos de uma organização

procedimento A

processo Ainput A

recursos A procedimento B

input Bprocesso B

output B

input C

recursos B

processo C

procedimento C

recursos C

output A

output C

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que atrai todos os colaboradores no atingir do propósito (missão)

da organização.

A política da qualidade deverá ser uma declaração escrita,

divulgada e compreendida por todos os colaboradores da

organização.

Num projecto de implementação de um SGQ, a redacção

da política da qualidade deve ser feita o mais cedo possível,

pois o planeamento do SGQ será realizado tendo por base as

intenções e orientações que forem estabelecidas.

A política da qualidade pode ser considerada como o eixo

de referência de todo o SGQ, pelo que o mesmo tem que ser

planeado e implementado de forma a lhe dar cumprimento. A

questão que pretendemos ver respondida é:

Qual o significado e utilidade da política da qualidade na

minha organização?

A política da qualidade deverá funcionar como o “íman”

3.1.4 A política da qualidade

a organização responda positivamente às expectativas da gestão

de topo e dos seus clientes.

É esperado que, como forma de comunicação, haja na

organização um conjunto de documentação (em função da

dimensão e tipo de actividades, complexidades dos processos

e suas interacções e competências dos colaboradores) que

defina e clarifique os resultados esperados, os métodos e critérios

de execução e controlo das actividades e processos.

Porque necessitamos de documentar o SGQ?

“Desenhar” uma estrutura hierárquica e funcional, não é

condição única e suficiente para o bom desempenho da

organização, pelo que o estabelecimento de processos formais

de comunicação interna de objectivos, dos responsáveis, dos

métodos e critérios de execução, das metas e resultados

esperados, torna-se num imperativo, quando se pretende que

3.1.5 O planeamento do controlo da documentação/informação

Com um método eficaz de gestão dos documentos, evitam-

se os erros e falhas muitas vezes ocorridas pela falta de

informação ou pela informação errada (ex: desactualizada,

correspondente a outra encomenda, de outro produto, de outro

posto de trabalho).

O processo ou actividade global de gestão dos documentos,

poderá ser estruturada, tal como apresentado na figura seguinte.

Nesta figura são apresentadas algumas das principais entradas,

principais actividades, e principais saídas.

Com conjunto de práticas a estabelecer, responsabilidades

a atribuir e meios a dispor, a organização passará a ser detentora

de métodos de gestão dos documentos e impressos que

asseguram a disponibilidade de informação actualizada e

adequada nos locais onde é necessária.

Desta forma haverá a garantia que os colaboradores detêm

a informação necessária ao desempenho das suas funções,

informação essa fornecida pela entidade com autoridade para

tal, e no seu estado actual de revisão.

3.1.5.1 O controlo dos documentos

. necessidade de alterar documentos/impressos

. necessidade de documentar novos processos/actividades relevantes para o sgq

. documentos actualizados,aprovados e correctamente identificados

. documentos de origem externa controlados

FIGURA 4 | estruturação do processo de controlo dos documentos

. determinar a necessidade dedocumentar/rever critérios e métodos

. elaboração/alteração do documento/ impresso

. análise da adequabilidade do documento/impresso

. aprovação e distribuição dos documentos

. recolha e controlo dos obsoletos

entradas actividades saídas

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9FIGURA 5 | processo de gestão e controlo dos documentos

determinação danecessidade de

documentar/revercritérios e métodos

definição da(s)entidade(s)

responsáveis pelaelaboração/alteração

de documento/impresso arquivo

não

É NECESSÁRIOREVER?

simelaboração/alteraçãode documento/impresso

recepção dedocumentos deorigem externa

análise e aprovação

APROVADO?não

sim

colocação da data derecepção e respectivo

detentor

informação aosdepartamentos

envolvidos

implementação depráticas, critérios

e métodos

análise daadequabilidade do

documento/impresso

O Sistema de Gestão da Qualidade deve estar na medida do

possível documentado e deve cobrir todos os requisitos da ISO

9001, assim como todas as outras actividades que possam ter

influência no cumprimento dos requisitos planeados para os

processos e produtos.

Na figura ao lado apresenta-se um exemplo de como a estrutura

documental (o Manual da Qualidade) poderá ser constituída.

FIGURA 6 | exemplo de organização da estrutura documental do sgq

manualde gestão

da qualidade(mgq)

manual deprocedimentos de

gestão da qualidade/manual de procedimentos

de gestão de processos

manual deresponsabilidades

e autoridadesinstruções de trabalho

(it’s) e outros documentos

registos da qualidade

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e períodos). Só com estes procedimentos sistematicamente

implementados se pode assegurar a recuperação, quando

necessária e pertinente, do histórico pretendido.

O processo ou actividade global de gestão dos documentos,

poderá ser estruturada, tal como apresentado na Figura 7. Nesta

figura são apresentadas algumas das principais entradas, as

principais actividades, e as principais saídas.

A gestão da informação (dados) que resulta da execução de

actividades, apresenta-se como um dos pilares que garante a

manutenção do histórico.

Gerir este conjunto de dados (informação), pressupõe a

definição clara e objectiva de procedimentos que regulem as

responsabilidades, os métodos e os critérios para o seu arquivo

e compilação e para a sua identificação e preservação (meios

3.1.5.2 O controlo dos registos

. registos da qualidade

. necessidades de alteração e criação de registos

. emissão do registo

. arquivo do registo conforme métodos de compilação definidos

. analisar a preservação dos registos

. destruir os registos conforme método e critério definido

. registos controlados, arquivados onde pré-definido

. registos preservados durante os prazospré-definidos

FIGURA 7 | estruturação do processo de controlo dos registos

Como exemplo elucidativo da interrelação e interactuação das

actividades, apresentamos na Figura 8 o potencial fluxo de actividades.

determinação denecessidades

É NECESSÁRIOALTERAR CRITÉRIOS

OU MÉTODOS?destruição dos registos

sim

PASSOU O TEMPODE ARQUIVO?

identificaçãodos registos

definição do arquivo eprotecção dos registos

definição do tempo deretenção e eliminação

dos registos

informação aosdepartamentos

envolvidos

implementação depráticas, critérios

e métodos

sim

manter os registosarquivados

não

FIGURA 8 | processo de gestão e controlo dos registos da qualidade

CONTROLO DE DOCU-MENTOS E IMPRESSOS

não

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entradas actividades saídas

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necessários ao “bom” desempenho de determinada função.

É pressuposto que quando se “desenha” uma organização,

um conjunto de processos, uma actividade, um “negócio”, se

“desenhe” também as competências necessárias para que a

organização cumpra com as políticas e objectivos estabelecidos.

Este conjunto de requisitos devem ser encarados como as com-

petências / qualificações mínimas necessárias para que um colabo-

rador atinja o desempenho esperado, não devendo apenas reflectir

o conjunto de requisitos para a integração de um novo colaborador.

O processo ou actividade global de gestão das competências

dos colaboradores, poderá ser estruturada, tal como apresentado

na figura seguinte. Nesta figura são apresentadas algumas das

principais entradas, as principais actividades, e as principais saídas.

Nesta tarefa a organização identifica as necessidades de com-

petência de todo o pessoal, cujas funções possam causar impactos

na conformidade do produto ou serviço, na satisfação dos clientes

ou nos objectivos e metas estabelecidas. A pergunta será:

As habilitações, formação, qualificações e experiência dos

colaboradores são importantes para o sucesso do SGQ ?

Os colaboradores de uma organização têm na mesma uma

“missão” a cumprir. No estabelecimento dessa “missão”, há

que ponderar se os mesmos são aptos a cumpri-la.

Convém assim, e ao mais alto nível, reflectir sobre o conjunto

de requisitos (qualificação, habilitações, formação e experiência)

3.1.6 Os recursos humanos

. necessidades dos colaboradores para o bom desempenho das suas actividades

. alterações a processos organizacionais

. avaliação do desempenho

FIGURA 9 | estruturação do processo de gestão de competências

qualificação dos colaboradores e devem ser desenvolvidas as

acções necessárias para qualificar esses colaboradores, de

acordo com os requisitos definidos e no mínimo aquando da

sua integração na função.

Há determinadas actividades e operações produtivas,

processos organizacionais, medições e ensaios, que exigem

pessoal com qualificações específicas. Sempre que se identificam

situações deste tipo, devem ser estabelecidos os requisitos de

pessoalárea

FIGURA 10 | exemplo de matriz de qualificações

responsáveisde produção

gestãode topo

operadores

conceitos de sgq

compreender

manter

utilizar

métodos estatísticos

gestão da qualidade

desenvolvimento de produto

métodos de produção/soldadura e pintura

pdca

. levantamento das necessidades de formação/colaboradores

. planeamento da formação

. execução do planeado

. avaliação da eficácia do executado

. recrutamento e selecção

. colaboradores aptos ao exercício das suas funções

. acções de formação e treino consideradas eficazes

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12 Por exemplo, a norma ISO 19011 define as qualificações que

os auditores do Sistema de Gestão da Qualidade devem possuir.

Como exemplo elucidativo da interrelação e interactuação

das actividades associadas à gestão de competências, apresen-

tamos na Figura 11 o potencial fluxo de actividades.

Para algumas actividades e tarefas de realização ou forne-

cimento, por exemplo: a soldadura, a montagem de instalações

eléctricas, o transporte de mercadorias perigosas, a realização

de ensaios laboratoriais, entre outras; as qualificações mínimas

dos colaboradores que as executam, estão definidas em normas

ou regulamentação estabelecida.

FIGURA 11 | processo associado à gestão de competências

relacionamento com os fornecedores. Podemos assim afirmar

que o resultado do planeamento de todas as actividades

inerentes a este(s) processo(s), terão um impacto directo nas

relações organização – fornecedor e organização – cliente.

Ver figura:

O(s) processo(s) de produção e de fornecimento do serviço,

são uma das partes, porventura a que tem um maior impacto,

da Cadeia de Valor/Fornecimento no “negócio” de uma organi-

zação. Este(s) processos(s) exercem a sua influência a montante

da entrega do produto ou serviço aos clientes, e a jusante do

3.1.7 Produção e fornecimento do serviço

É NECESSÁRIOREVER?

levantamentodas necessidades

de formação

recrutamentode pessoal

análise doplano de formação

avaliaçãoda eficácia

da formação

planeamentoda formação

execução doplano de formação

sim não

FIM

É NECESSÁRIOEFECTUAR CONTRATAÇÕES?

análise dasnecessidades de

recursos humanos

sim

não

processos dofornecedor

processos deprodução

processos docliente

output

input

output

input

feedback feedback

input

output

FIGURA 12 | cadeia de valor / fornecimento

requisitos requisitos

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entradas actividades saídas

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13

. encomendas de produção ou de fornecimento

. estado das encomendas e fornecimentos em curso

. disponibilidades de infra- estruturas e outros recursos

. prazos e quantidades a entregar

. métodos e critérios de produção e de fornecimento definidos

FIGURA 13 | estruturação do processo de produção e de fornecimento do serviço

O processo ou actividade global de produção e de fornecimento

do serviço, poderá ser estruturada, tal como apresentado abaixo.

Nesta figura são apresentadas algumas das principais

entradas, as principais actividades, as principais saídas.

Pela NP EN ISO 9001:2000, as orientações / requisitos explícitos

são de que a organização deve planear e levar a cabo a produção

e o fornecimento do serviço sob condições controladas.

FIGURA 14 | processo de produção e fornecimento do serviço

análise da capacidade deprodução/planeamento

confirmar datas deentrega ao cliente

emissão da ordem deprodução/serviço

definir/validarparâmetros

transmitir a ordemde produção/serviço

validar início deprodução/serviço

identificação dosprodutos / colocar os

produtos em localpré-definido

autocontrolar

monitorizaçãoe medição do

produto/serviço

ANOMALIA DETECTADANOS PRODUTOS/SERVIÇOS

não

rotulagem eembalagem

armazenagem/expedição

sim

re-inspecção

reajustar osparâmetros das

máquinas

tratar as não confor-midades conforme

definido

identificação dosprodutos/serviços

não conforme ecolocação destes emlocal pré-definido

Como exemplo elucidativo da interrelação e interactuação

das actividades, apresentamos na figura 14 o potencial fluxo de

actividades.

registar as não conformidades

. planeamento da produção

. análise da disponibilidade de infra- estruturas e outros recursos

. definição e validação de parâmetros de produção e de fornecimento

. produção, monitorização e medição

. identificação e rastreabilidade dos produtos

. embalagem, armazenagem e expedição dos produtos

. necessidades de aquisições

. produtos ou serviços produzidos ou fornecidos em conformidade com os requisitos acordados

. produtos ou serviços produzidos ou fornecidos não conformes e adequa- damente identificados para tratamento

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14

A prevenção dos problemas durante a REALIZAÇÃO /

TRANSFORMAÇÃO OU FORNECIMENTO passa, em larga

medida, pelo controlo que é efectuado ao nível da concepção,

de modo a eliminar, logo aí, eventuais insuficiências ou defeitos

que mais tarde se revelariam.

A concepção de um produto ou serviço assenta num princí-

pio básico, que é a conversão das necessidades dos clientes

(funcionais ou de utilização) em especificações técnicas (carac-

terísticas do produto e do fornecimento) relativas à organização,

aos processos e aos produtos ou serviços, de modo a satisfazê-

-las plenamente e assegurar também a rendibilidade dos inves-

timentos efectuados.

3.1.8 Concepção e desenvolvimento

FIGURA 15 | relação entre as necessidades do cliente (requisitos)e as características do produto ou serviço (especificações)

intrínseca a qualquer processo de fabrico ou de prestação de

serviço, e dos requisitos de montagem e interactuação de cada

fase de prestação do serviço ou inter mutabilidade de unidades

intervenientes num determinado conjunto. Realçamos que na

prestação de um serviço, a definição de critérios objectivos de

variabilidade do serviço torna-se ainda mais complexa.

No entanto, apesar da necessidade de estabelecer critérios

objectivos de variabilidade (tolerâncias) aos requisitos exigidos,

nem sempre na fase de projecto (concepção e desenvolvimento)

tal é tido em conta.

Por vezes, apertam-se demasiado as tolerâncias originando

uma qualidade excessiva (e mais dispendiosa) que pode ser

desnecessária, outras vezes, não se estabelecem tolerâncias, o

que impossibilita a monitorização e medição da sua qualidade.

Há ainda outras situações em que se estabelecem tolerâncias

individuais sem se fazer a análise de conjunto, o que se reflecte

em problemas de montagem ou de funcionamento do produto

ou de prestação do serviço.

Erros de concepção e desenvolvimento

As entidades responsáveis pela concepção e desenvolvimen-

to, podem cometer erros provocados por inadvertência ou por

falta de conhecimentos técnicos e que poderão afectar as

especificações do produto ou do serviço a prestar. Vamos dar

alguns exemplos desses erros:

. Erros ou omissões em documentos,

. Componentes ou matérias-primas que não são adequadas

aos objectivos estabelecidos,

. Deficiente especificação das competências e qualificações

do pessoal, necessárias à prestação do serviço,

. Fases de prestação do serviços, com resultados não com-

patíveis com o objectivo global do serviço a fornecer,

. Resistência de materiais mal determinada,

. Materiais que não são compatíveis entre si, dando origem

a degradação prematura do produto,

. Tratamento de superfície ou revestimentos metálicos que

não satisfazem os requisitos pretendidos relativamente à

protecção ambiental,

. Configuração do produto que dificulta a sua manutenção,

. Funcionamento deficiente nos limites ambientais definidos,

. Tempo de vida mais curto do que esperado.

Consideremos as seguintes fases, aplicáveis à generalidade

de concepções e desenvolvimentos dos produtos ou serviços:

Como é que a concepção e desenvolvimento pode afectar

a qualidade/conformidade do produto ou serviço?

Mesmo que todas as informações provenientes de estudos

do mercado e das necessidades expressas ou esperadas pelos

clientes/utilizadores, estejam correctas, pode acontecer que

durante o desenvolvimento do produto ou serviço, sejam

introduzidos desvios susceptíveis de virem a dar origem a um

produto ou serviço que é "pior" do que aquilo que se pretende,

ou que não cumpre as suas especificações em todas as circuns-

tâncias ou ainda que pode não ser apto ao uso como os da con-

corrência.

De seguida analisaremos alguns dos problemas surgidos

ao longo da fase de concepção:

Determinação das tolerâncias

A definição de tolerâncias para os materiais e produtos ou

serviços resulta da impossibilidade de eliminar a variabilidade

CARACTERÍSTICAS(PRODUTO)

dimensionaisestéticas

fiabilidademanutibilidade

custo

REQUISITOS(UTILIZADOR)

eficiênciabeleza

resistênciaassistência

preço

QUALIDADE

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15Fase de projecto preliminar

O projecto de concepção e desenvolvimento é entregue à

entidade nomeada para chefiar o mesmo, que deverá constituir

uma equipa e começar a rever e desenvolver o planeamento

efectuado anteriormente.

A equipa constituída elabora, assim, um planeamento deta-

lhado de todas as actividades, que são necessárias desenvolver

até à conclusão do estudo, define as fronteiras do desenvolvimento,

tendo em atenção o envolvimento da engenharia do produto, do

processo, da qualidade, etc., bem como as actividades de desen-

volvimento a serem efectuadas pelo cliente, por subcontratos ou

por outras entidades, sempre que aplicável.

As várias opções de desenvolvimento são exploradas nesta

fase, são construídos modelos experimentais das várias unidades,

que são submetidas a verificações e ensaios e corrigidas, se ne-

cessário. Devem ser seleccionadas as opções que melhor satis-

façam, sob o ponto de vista técnico e económico. Os objectivos

de fiabilidade e de manutibilidade devem ser comparados com

as estimativas efectuadas.

Fase de projecto detalhado

Nesta fase deve ser construído um protótipo final (pré-industrial),

que deverá ser verificado e ensaiado exaustivamente, de modo a

confirmar que satisfaz todos os requisitos exigidos, se funciona

perfeitamente em condições ambientais extremas, se a fiabilidade

e a manutibilidade estão dentro dos objectivos, etc.

A definição da configuração do produto ou do serviço e dos

componentes ou sub serviços a utilizar, são elementos funda-

mentais para a fiabilidade e manutibilidade do produto. Após

as verificações e testes efectuados e confirmada a configuração

do produto ou serviço, são seleccionados os materiais e com-

ponentes sob o ponto de vista tecnológico e qualidade. Sempre

que possível, devem ser escolhidos dentro do leque de compo-

nentes ou sub serviços e materiais normalizados na organização

ou já experimentados anteriormente.

Fase de produção - piloto

Esta fase consiste na produção de um certo número de

unidades, para serem analisadas e avaliadas pelos sectores da

empresa capazes de identificar eventuais deficiências do processo

ou do produto. No caso de serviços esta fase poderá ser levada

a cabo através da simulação da prestação do serviço a um cliente

piloto. Com base nos resultados obtidos nos testes e na expe-

riência de produção ou de prestação do serviço, o projecto pode

ser libertado para produção regular ou devolvido ao grupo de

projecto para corrigir.

As actividades fundamentais para a gestão da qualidade na

concepção e desenvolvimento, são:

Fase de definição

A concepção e desenvolvimento de um novo produto ou

serviço, tem origem em dados do mercado para definir a sua

dimensão, facilidade de penetração e concorrência. De um estudo,

deverá resultar uma definição precisa dos requisitos (utilizador)

do produto ou serviço a desenvolver, bem como indicações sobre

o preço, volume de vendas, desempenho, disponibilidade e outras

informações necessárias para fazer face à concorrência.

Fase de especificação

A especificação funcional é posteriormente analisada e

desenvolvida pelas funções de engenharia do produto e do

processo, dando origem a uma especificação detalhada, que

permita analisar a exequabilidade técnica e económica do novo

produto ou serviço. Um elemento importante desta análise é

o custo esperado para a empresa e para o cliente.

A estrutura básica do novo produto ou serviço e as várias

opções de projecto são estudadas nesta fase. Também é impor-

tante definir tipos de infra estruturas necessárias, meios ope-

racionais e materiais a utilizar.

Os objectivos de fiabilidade estabelecidos na especificação

comercial devem ser desdobrados em sub objectivos para as

diferentes unidades ou módulos do produto.

O planeamento da concepção e desenvolvimento deve

incluir a definição: das actividades a desenvolver, sua duração,

o número de pessoas envolvidas, a subcontratação necessária

e os investimentos necessários.

Esta fase culmina com a conclusão da factibilidade (ou não)

do produto e com a decisão de avançar (ou não) com a con-

cepção e desenvolvimento.

FIGURA 16 | sequência das fases de concepção edesenvolvimento

necessidades do mercado

definição

especificação

projecto preliminar

projecto detalhado

produção-piloto

produção regular

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entradas actividades saídas

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16 O processo ou actividade global de concepção e desenvol-

vimento, poderá ser estruturada/esquematizada, tal como

apresentado na figura seguinte. Nesta figura são apresentadas

algumas das principais entradas, as principais actividades, e as

principais saídas.

. Planeamento da concepção,

. Revisões do projecto,

. Verificação da concepção,

. Verificação da aptidão para a comercialização,

. Controlo de alterações,

. Preparação da documentação do produto,

. Validação do produto ou do serviço.

. necessidades de concepção(novos produtos e/ou novas funcionalidades)

. informações do mercado

. requisitos estatutários eregulamentares

FIGURA 17 | estruturação do processo/actividade de concepção e desenvolvimento

. planeamento da concepção e desenvolvimento. execução das actividades planeadas. revisão da concepção e desenvolvimento. verificação da concepção e desenvolvimento. validação da concepção e desenvolvimento. controlo das alterações da concepção e desenvolvimento

. produto/serviço concebido de acordo com os requisitos estatutários e regulamenta- res aplicáveis à funcionalidade pretendida

. produto/serviço especificado em termos de características e métodos de realização

. necessidades de compras e subcontratação

CONSIDERAÇÕES SOBRE AS ACTIVIDADES

Planeamento da concepção e desenvolvimento

O planeamento da concepção e desenvolvimento é um

procedimento que estabelece e especifica objectivos para a

concepção do produto ou do serviço, os métodos e actividades

para a sua realização e os responsáveis pela sua concretização.

Dentro destas actividades incluem-se todas as actividades

de controlo e garantia da qualidade. O plano elaborado é

fundamental para o acompanhamento das actividades de

concepção (cumprimento dos prazos estabelecidos e dos

resultados pretendidos por fase) e deve ser actualizado sempre

que necessário. Os passos principais para a execução deste

planeamento são os seguintes:

. Constituir uma equipa pluridisciplinar, responsável pela

elaboração do planeamento e seu controlo,

. Definir todas as actividades necessárias à realização da con-

cepção e do desenvolvimento. As acções e prazos incluídos

no plano devem ter o acordo de todos os membros da equipa.

. Determinar os requisitos da concepção e desenvolvimento,

relacionados com as necessidades e expectativas do cliente.

A responsabilidade da organização pode não terminar

quando entrega o produto, mas pode prolongar-se para além

da entrega, através da prestação dos serviços necessários à

manutenção da satisfação do utilizador.

Para que tal seja bem sucedido, é necessário levar a cabo

uma série de actividades, que deverão ser integradas no

planeamento atrás referido, pois devem ser executadas durante

a concepção e desenvolvimento. Entre essas actividades

destacamos as seguintes:

. Preparar os manuais de utilização, instalação e manutenção

do produto,

. Preparar a organização com meios humanos e de equi-

pamento para prestar um serviço após venda capaz,

. Treinar técnicos para assistência técnica,

. Adquirir os tipos e quantidades de peças de reserva que

os estudos de fiabilidade aconselharem,

. Efectuar ensaios de campo, no ambiente operacional do

produto em causa,

. Fazer a qualificação do produto, garantindo que o mesmo

satisfaz os requisitos do cliente,

. Preparar a especificação de embalagem e de identificação

do produto.

Estas actividades são acompanhadas, normalmente nas

revisões. No entanto, antes do início da comercialização do

produto ou da prestação do serviço, deve ser efectuada uma

revisão a estes pontos, confirmando a sua correcta execução.

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17Revisão da concepção e desenvolvimento

As revisões ao plano não têm por objectivo apreciar questões

relacionadas com tempo e custos do projecto, mas sim assegurar,

dentro das condicionantes de tempo e custos, que:

. O decurso da concepção e desenvolvimento satisfaz os

requisitos especificados no plano,

. Quaisquer problemas são identificados e são propostas

acções ou soluções para a sua resolução.

As revisões não são efectuadas para tomar decisões, mas

sim para efectuar recomendações. Espera-se, no entanto, que

estas recomendações tenham uma influência determinante na

tomada de decisões, que competem aos responsáveis nomeados

pela concepção e desenvolvimento.

As equipas de revisão, como já o referimos anteriormente,

deverão ser constituídas por representantes de várias funções,

como por exemplo:

. Comercial, qualidade, concepção, produção, engenharia

do processo, serviço de assistência técnica, ….

O número de revisões de projecto é variável, embora se

recomende que se faça uma no final de cada uma das fases

definida. Assim:

. A primeira revisão ocorre após a fase de definição, antes

de se entrar na fase de especificação. Aconselha-se que

seja presidida pelo responsável do Grupo de Concepção

e Desenvolvimento,

. A segunda revisão é efectuada após a preparação da es-

pecificação para o projecto. Aconselha-se que seja presidida

pelo responsável do Grupo de Concepção e Desenvolvimento,

. A terceira revisão é efectuada após o projecto preliminar

e deve ser presidida pelo responsável do Grupo de Con-

cepção e Desenvolvimento,

. A quarta revisão é efectuada após o projecto detalhado e

ensaio do protótipo e deve ser presidida pelo responsável

do Grupo de Concepção e Desenvolvimento,

. A quinta revisão é efectuada após a produção – piloto.

Aconselha-se que seja presidida pelo responsável do de-

partamento da produção e com a participação activa do

marketing e/ou comercial.

Verificação da concepção e desenvolvimento

As actividades da concepção e desenvolvimento, bem como

os resultados intermédios obtidos, deverão ser verificados para

confirmar que seguem aquilo que está planeado e que cumprem

as especificações intermédias pré-estabelecidas.

A verificação das actividades de concepção e desenvol-

vimento, pode ser realizada por auditorias e a verificação dos

resultados intermédios pode ser feita por ensaios aos protótipos

das unidades que irão integrar o produto ou a experimentação

dos resultados das fases desenvolvidas para a prestação do

serviço. Os resultados obtidos deverão ser registados e

apresentados em revisões de projectos.

Validação da concepção e do desenvolvimento

O objectivo da validação à concepção e desenvolvimento

do produto é garantir, após verificação, que o produto ou serviço

resultante possui as características necessárias para desempe-

nhar a função para a qual foi previsto (utilização ou funciona-

lidade pretendida).

As práticas de validação devem constituir uma análise metó-

dica e se possível científica dos requisitos especificados.

De um modo geral, as práticas de validação não são suficien-

temente exaustivas, de modo a garantir uma conformidade

“perfeita”. Por vezes, é mesmo impossível realizar análises que

verifiquem todas as condições susceptíveis de serem encontradas

no produto ou no serviço. Nestes casos, é preciso adoptar um

compromisso entre a exaustividade e os aspectos práticos

oferecidos por uma análise de duração limitada.

A especificação dos métodos e critérios de validação,

contemplam a monitorização e medição (inspecção e ensaio,

sempre que possível) de um conjunto de aspectos, entre os

quais destacamos os seguintes:

. Se todos as especificações do produto ou serviço estão

completas e são compatíveis,

. Se os processos de fabrico ou de fornecimento do serviço

a utilizar e utilizados estão validados e de acordo com es-

pecificações,

. Se as peças e componentes ou recursos humanos a utilizar,

estão devidamente avaliados, validados e qualificados e de

acordo com as especificações,

. Se o produto ou serviço e seus componentes e faseamento,

respectivamente estão conformes com as normas e regula-

mentação em vigor,

. Se o produto funciona nas condições de funcionamento

e de utilização normais e marginais,

. Se o produto resiste a todas as condições ambientais exigi-

das nas especificações,

. Se a fiabilidade e manutibilidade satisfazem os requisitos

exigidos,

. Se a embalagem especificada protege eficazmente o pro-

duto, quando submetida a actividades de transporte.

Durante a validação, deverão ser registados todos os resul-

tados, bem como deficiências de funcionamento e os defeitos ori-

ginados, de forma a permitir investigar as causas posteriormente.

Todas as falhas deverão ser reconhecidas como não siste-

máticas para que o resultado da validação possa ser considerado

positivo.

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18 Controlo de alterações na concepção e desenvolvimento

Ao longo do processo de concepção e desenvolvimento, vai

sendo gerada a documentação que estabelece a configuração

do produto (desenhos, listas de material, especificações de

fornecimento, requisitos de qualificação de pessoal, etc.). Esta

configuração pode ser alterada, quer durante a concepção, quer

durante a produção e utilização, devido a evolução técnica ou

devido a erros ou defeitos. Sempre que tal acontece, a

documentação deve ser alterada, de modo a continuar a

descrever com toda a fidelidade essa configuração.

A alteração destes documentos exige o cumprimento dum

certo número de passos:

. Estudo da alteração e seu impacto,

. Aprovação da alteração,

. Emissão de novos documentos e remoção dos obsoletos,

. Repetição de práticas de validação, conforme a profundidade

e impacto da alteração

Como exemplo elucidativo da interrelação e interactuação

de actividades de concepção e desenvolvimento, apresentamos

na Figura 18 o fluxo de actividades estabelecido por uma empresa

que concebe pinturas a colocar em louças decorativas.

FIGURA 18 | processo de concepção e desenvolvimento

solicitação deum novo produto

análise de amostra

desenvolvero produto

comunicar aocliente

É POSSÍVEL EFECTUARALTERAÇÕES?

não

enviar o solicitadoao cliente

EXISTE UMPADRÃO?

não

sim

É POSSÍVEL REALIZAR?

CUMPRE O PRETENDIDO?

sim

INICIAR PRODUÇÃO

sim

O CLIENTE SOLICITOUAMOSTRA/PROTÓTIPO

OU DESENHO

O CLIENTE APROVOU?

sim

sim

não

não

sim

registar resultadose as alterações a

introduzir

PRODUTO SOLICITADOPELO CLIENTE

não

comunicar ao cliente

sim

aprovação interna ecodificação do novo

produto

não

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Porque necessitamos de controlar os produtos ou serviços

não conformes?

“Assegurar que decorrente das práticas implementadas, os

produtos ou serviços não conforme são adequadamente identificados

e tratados, de forma a garantir que não há o uso inadvertido ou

indevido dos mesmos, como por exemplo a entrega ao cliente”

Um dos requisitos essenciais da garantia da conformidade

é o controlo que a organização faz ao produto ou serviço não

conforme, de modo a impedir a sua utilização indevida.

O processo ou actividade global de Controlo dos Pro-

dutos/Serviços Não Conformes, poderá ser esquematizado, tal

como apresentado na figura seguinte.

Nesta figura são apresentadas algumas das principais

entradas, as principais actividades, e as principais saídas.

Salientamos que, tal como referido para a monitorização e

medição dos produtos e serviços, as actividades inerentes ao

controlo do produto ou serviço não conforme, são por vezes

introduzidas como actividades interligadas no(s) processo(s)

de produção e fornecimento do serviço.

3.1.9 Controlo do produto/serviço não conforme

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19

entradas actividades saídas

. dados sobre não conformidades detectadas ao longo de todo o ciclo de produção (recepção, em curso, final, pelo cliente)

. desempenho esperado do processo não atingido

FIGURA 19 | estruturação do processo de controlo dos produtos e serviços não conformes

. recepção de informação sobre não conformidades detectadas

. identificação das não conformidades

. decisão do tratamento a dar à não conformidade

. execução das acções de tratamento da não conformidade definidas

. verificação da eficácia das acções de tratamento da não conformidade executadas

. produtos adequadamente identificados como não conformes

. acções de correcção analisadas

. informação/dados sobreas não conformidadespara análise

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20

FIGURA 20 | processo de controlo dos produtos e serviços não conformes

detecção denão conformidade

registo denão conformidade

informação aoresponsável

lixo

segue produção

contacto como cliente

identificação danc e segregação(sempre que possível)

análise da nc e tomadadecisão de correcção

sobre o produto

É PARA CORRIGIR?

É POSSÍVEL ESCOLHA?

escolha

HÁ PRODUTOCONFORME?

HÁ POSSIBILIDADEDE DERROGAÇÃO/DESCLASSIFICAÇÃO

DO PRODUTO

não

não

não

sim

não

registar a correcçãoa efectuar sobre o

produto

correcção

reinspecção

PRODUTO OK?

É POSSÍVELDERROGAR PARA OUTRAS

UTILIZAÇÕES

segue produção

não

análise

O CLIENTE AUTORIZA?

sim

não

sim

sim

sim

sim

Como exemplo elucidativo da interrelação e interactuação

das actividades, apresentamos na figura seguinte o potencial

fluxo de actividades.

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entradas actividades saídas

Que mais valias tem a organização em avaliar e reavaliar

o desempenho dos seus fornecedores?

É de capital importância que a selecção dos fornecedores

seja efectuada, tendo por base critérios que permitam obter a

mínima confiança de que o fornecedor seleccionado irá cumprir

com os requisitos necessários e estabelecidos pela organização.

A reavaliação deve assim ser considerada com o conjunto de

métodos e critérios estabelecidos, que permitem à organização

concluir do grau de confiança a ter no fornecedor, sendo que o

mesmo já tem um histórico de relacionamento com a organização.

O processo ou actividade global de reavaliação de forne-

cedores, poderá ser estruturada, tal como apresentado na figura

seguinte.

Nesta figura são apresentadas algumas das principais

entradas, as principais actividades, as principais saídas.

3.1.10 Compras – Avaliação e reavaliação dos fornecedores

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21

. fornecimentos no período

. resultados da monitorização e desempenho dos produtos ou serviços fornecidos no período. dados sobre o cumprimento dos pra- zos, quantidades e conformidade. tratamentos dados a pedidos de correcção e melhorias

FIGURA 21 | estruturação do processo de reavaliação de fornecedores

divulgação dosrespectivos resultados

aos fornecedores

O FORNECEDORFORNECEU NO

PERÍODO DEFINIDO?avaliação do fornecedor

consulta do históricodos fornecimentos do

período definido

OS RESULTADOSSÃO SATISFATÓRIOS?

não

comunicação dosresultados à gerência

com dados sobresituações penalizadoras

actualização da listade fornecedores qualifi-cados e respectivas fichas

divulgação interna

A GERÊNCIA DECIDE MANTER OFORNECEDOR QUALIFICADO?

sim

determinação desujestões de melhoriaa serem tomadas pelos

fornecedores

comunicação ao for-necedor para melhoriano prazo estabelecido

sim

tratamento eestudo de dados

não

FIGURA 22 | processo de reavaliação de fornecedores

Como exemplo elucidativo da interrelação e interactuação

das actividades, apresentamos na Figura 22 o potencial fluxo

de actividades.

. recolha de informações sobre os fornecimentos. ponderação sobre os impactos dos desvios que se tenham verificado nos fornecimentos. tratamento dos dados. emissão e comunicação da análise efectuada. aprovação dos fornecedores avaliados e aptos. divulgação interna e externa dos resultados obtidos, com sugestões de melhoria aos fornecedores

. fornecedor reavaliados e aptos a fornecer. sugestões de melhoria comu- nicadas aos fornecedores. decisões sobre alterações de métodos e critérios de monitorização dos produ- tos e serviços adquiridos.

sim

não

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entradas actividades saídas

3.1.11 Satisfação do cliente

Que mais valias tem a organização em recolher dados sobre

a satisfação dos seus clientes?

O principal objectivo de qualquer organização é gerar riqueza.

Não será possível sustentar este objectivo, caso a organização

não esteja presente no seu mercado e não tenha uma parte in-

teressada nos seus produtos e / ou serviços.

Avaliar a satisfação dos seus clientes, é uma ferramenta de re-

torno de informação sobre o desempenho da organização na pers-

pectiva dos clientes. Os clientes avaliam o seu fornecedor ou prestador

de serviços, com base na percepção obtida sobre a satisfação das

suas necessidades totais, ou as explícitas sejam as implícitas.

Este instrumento de recolha de “feed back” dos clientes,

apresenta-se assim como um dos meios de caracterização da

percepção dos clientes quanto à organização ter cumprido com

os seus requisitos.

Nesta figura são apresentadas algumas das principais entra-

das, as principais actividades, e as principais saídas.

. lista de clientes

. clientes que representam o maior volume de facturação. clientes em que se verifica haver decréscimo de encomendas. clientes que reclamaram em períodos passados

. definição dos critérios de amostragem

. definição do método de recolha de “feed back”

. recolha de “feed back”

. tratamento dos dados

. comunicação com clientes

. análise dos aspectos menos satisfatórios na percepção obtida dos clientes

. dados sobre o desempenho da organização na satisfação dos requisitos/ necessidades dos clientes

. oportunidades de melhoria para a organização

. clarificação de necessidades implícitas dos clientes

FIGURA 23 | estruturação do processo de avaliação da satisfação dos clientes

definição de metas deobtenção de feed-back

dos clientes

envio dos questio-nários aos clientes

planeamento e realiza-ção de contactos pes-soais com os clientes

definição/redefiniçãodo questionário doa.s.c. e periodicidade

de avaliação

recepção e análise documprimento das metas

de feed-back

AS METAS FORAMATINGIDAS?

recepção de dados

TRATAMENTO DERECLAMAÇÕES

COMPILAÇÃOTRATAMENTO E

ESTUDO DE DADOS

não

elaboração da listade clientes em

função dos critériosdefinidos pela gestão

HÁ CLIENTES EM QUE AAVALIAÇÃO É NEGATIVA?

sim

não

HÁ SUJESTÕES DEMELHORIA?

contacto com ocliente para analisar

as sujestões

sim

cad

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ação

22

Como exemplo elucidativo da interrelação e interactuação

das actividades, apresentamos na Figura 24 o potencial fluxo

de actividades.

FIGURA 24 | processo de avaliação da satisfação de clientes

não

sim

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entradas actividades saídas

Qual o papel das auditorias na manutenção e melhoria dos

Sistemas de Gestão da Qualidade?

É altamente provável que alguns dos processos do SGQ

implementado, não funcionem como planeado e não atinjam

os resultados esperados. A auditoria interna, tem o papel de

determinar em que medida os processos e o sistema global-

mente, cumpre com os requisitos pré definidos e atinge os

resultados / objectivos pretendidos. Os resultados das auditorias

deverão ser analisados e assim potenciarem os ajustes

organizacionais necessários, ou as melhorias que se considerem

pertinentes.

Nesta figura são apresentadas algumas das principais

entradas, as principais actividades, e as principais saídas.

3.2 Auditoria interna

FIGURA 25 | estruturação do processo de auditorias internas

FIGURA 26 | processo de auditorias internas

sujestões dasnecessidades de

auditorias

contacto einformação à ea

análise das constataçõese promoção de reuniões

de análise

aprovação e divulgaçãode auditorias

realizaçãoda auditoria

selecção da equipaauditora (ea)

emissãodo relatório

divulgação dosresultados às entidades

auditadas e análisedas causas

validação das causasdas nc e definição dasac/ap a implementar,responsáveis e prazos

divulgação das acçõesa implementar

acompanhamento eanálise da eficácia dasacções correctivas e

preventivas

PLANEAMENTOCONTÍNUO DO SGQ

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ação

23

Como exemplo elucidativo da interrelação e interactuação

das actividades, apresentamos na Figura 26 o potencial fluxo

de actividades.

. elaborar planeamento de auditoriase aprová-lo. preparação/realização de auditorias. realização das auditorias. registo dos resultados de auditorias. comunicação dos resultados dasauditorias

. estudo das causas das constatações. desencadeamento de acções correctivas

. análise da eficácia das acçõesempreendidas

. dados dobre constataçõesde não conformidades ousugestões de melhoria. conclusões sobre a eficá-

cia dos processos e do sgq. conclusões quanto àreocorrência de não

conformidades detectadasem auditorias

. necessidades de auditorias em função da importância da área a auditar

. novos processos/novos objecti-vos/novos resultados esperados

. histórico do desempenhodos processos

. informações sobre os resulta-dos das auditorias realizadasanteriormente

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entradas actividades saídas

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24

Como se define acção correctiva e acção preventiva?

“A organização deve empreender acções para eliminar a

causa das não conformidades com o fim de evitar repetições.

As acções correctivas devem ser apropriadas aos efeitos das

não conformidades encontradas”

“A organização deve determinar as acções para eliminar as

causas de potenciais não conformidades, tendo em vista prevenir

a sua ocorrência. As acções preventivas devem ser apropriadas

aos efeitos dos problemas potenciais”

O conjunto de actividades conducentes ao desenvolvimento

de acções correctivas e preventivas, quando considerado como

um processo, encerra em si a globalidade das fases do ciclo de

Deming (PDCA).

Na Figura seguinte são apresentadas algumas das principais

entradas, as principais actividades, e as principais saídas.

3.2.1 As acções correctivas/preventivas

. dados sobre não conformidades ou potenciais não conformidades

. dados sobre desempenhosnão satisfatórios ou tendênciasdos mesmos

. informações sobre aspectos que carecem de melhoria

. estudo das causas das não conformidades ou potenciais não conformidades ou dos desempe- nhos não satisfatórios ou dos aspectos que apresentam necessidades de melhoria. definição das acções correctivas ou preventivas a implementar. divulgação das acções pelos responsáveis pela sua implementação. acompanhamento da implementação das acções. análise da eficácia das acções empreendidas

. não conformidades não reocorridas. potenciais não conformidades não ocorridas. desempenho dos processos melhorados. requisitos satisfeitos e cumpridos

FIGURA 27 | estruturação do processo de desenvolvimento de acções correctivas/preventivas

FIGURA 28 | processo de estabelecimento de acções

correctivas e preventivas

Como exemplo elucidativo da interrelação e interactuação

das actividades, apresentamos na Figura 28 o potencial fluxo

de actividades.

recolha e registo dasnão conformidades,

das potenciais nc ou pos-sibilidades de melhoria

divulgação das acçõespelos responsáveis pela

sua implementação

estudo das causas dasnc, potenciais nc ou pos-sibilidades de melhoria

definição das acçõescorrectivas ou acçõespreventivas e/ou de me-lhoria a implementar

implementação dasacções correctivas ou

acções preventivas e/oude melhoria

acompanhamentoda implementação

das acções

análise da eficáciadas acções

registo pararevisão pela gestão

ACÇÃO DEFINIDAFOI EFICAZ?

sim

não

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entradas actividades saídas

A revisão do Sistema de Gestão da Qualidade por parte da

gestão de topo, implica que a informação a levar à revisão esteja

organizada de forma apropriada, devidamente documentada e

seja conclusiva quanto ao estado do SGQ, por forma a que seja

analisada com rigor.

Na figura seguinte são apresentadas algumas das principais

entradas, e as principais actividades, as principais saídas.

3.2.2 Revisão pela gestão de topo

FIGURA 29 | estruturação do processo de revisão pela gestão

FIGURA 30 | fluxo de actividades num processo de revisão pela gestão

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25

Como exemplo elucidativo da interrelação e interactuação

das actividades, apresentamos na figura seguinte o potencial

fluxo de actividades.

. resultados sobre satisfação/ insatisfação dos clientes. relatório das principais não conformidades e reclamações. eficácia ou não das acções implementadas. dados sobre o desempenho dos processos. informações sobre os resultados das auditorias realizadas anteriormente

. realização da reunião

. análise das principais nc ou potenciais nc

. decisão de eliminação das causas

. definição dos responsáveis por estabelecer acções correctivas e acções preventivas. definição dos aspectos a melhorar. discussão das causas/soluções. estudo das causas/soluções e determinação dos responsáveis pelo estudo

. necessidades de dar cum- primento a requisitos legais. decisão de eliminação das causas de nc, reclamações e potenciais nc. novos objectivos e indicadores de desempenho. decisões de alteração ou implementação de novos processos produtivos

compilaçãotratamento e

estudo de dados

formalização dos aspec-tos a melhorar

realização da reunião

decisão de eliminaçãodas causas

análise do ponto desituação do sistema

definição dosresponsáveis por

implementar ac e ap

acompanhamento eanálise da eficácia dasacções correctivas e

preventivas

HÁ CAUSAS/SOLUÇÕES PARANC, OU POTENCIAIS NC, AS-PECTOS QUE CAREÇAM DE

MELHORIA JÁ DETERMINADAS

discussão edeterminação dascausas/soluções e

definição de ac e apAS CAUSAS/SOLUÇÕES

SÃO CONCLUSIVAS

sim

não

não

sim

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O Sistema Comunitário de Eco-Gestão e Auditoria – EMAS,

encontra-se descrito no Regulamento (CE) n°761/2001 de 19/03,

publicado no JOC L114, que permite a participação voluntária

de organizações na implementação de um SGA. O EMAS sofreu

um processo de revisão na CE, através de uma proposta de

revisão adoptada pela Comissão a 30 de Outubro de 1998 [COM

(1998)622 final]. Os elementos principais do Regulamento actual

são:

. A extensão do âmbito do EMAS a todos os sectores de

actividade económica, incluindo autoridades locais;

. A integração da Norma ISO 14001 como sistema de gestão

ambiental requerido para o EMAS;

. A adopção de um logotipo visível e reconhecido que permita

às organizações registadas publicitar a sua participação

no EMAS de uma forma mais efectiva;

. O envolvimento de todos os colaboradores da organização

na implementação do EMAS;

. A importância do papel da declaração ambiental para melhorar

a transparência da comunicação do desempenho ambiental en-

tre as organizações registadas, as partes interessadas e o público.

A Comissão do Conselho da Europa definiu Sistema de

Gestão Ambiental – SGA, numa organização como:

“ A componente do sistema global de gestão que inclui a

estrutura organizacional, actividades de planeamento,

responsabilidades, práticas, processos, procedimentos e recursos

destinados a definir, aplicar, consolidar, rever e manter a política

ambiental”

Um SGA poderá representar para a organização uma

ferramenta importante de Eco-eficiência. Uma organização Eco-

eficiente pode ser resumida pela Figura 31

4.1 Sistemas de Gestão Ambiental (SGA)

4. Ambiente

as empresas deixarem de se reger apenas porcritérios de RACIONALIDADE ECONÓMICA

iniciarem um processo pelo qual aumentamo valor aos seus produtos utilizando MENOSRECURSOS produzindo MENOS RESÍDUOS E MENOS POLUIÇÃOpassarem a reger-se por critérios deRACIONALIDADE ECOLÓGICA

eficiência ECONÓMICA

eficiência ECOLÓGICA

ECO-EFICIÊNCIA

FIGURA 31 | a eco eficiência

Assim, um dos aspectos mais relevantes no funcionamento

das organizações modernas é a internalização de boas práticas

de gestão ambiental, sem que isto se traduza em limitações no

seu desenvolvimento.

Para a implementação de um SGA numa organização

poderão ser aplicadas várias metodologias. No entanto existem

dois modelos de SGA que se desenvolveram progressivamente,

com referências documentadas num conjunto de requisitos,

que estão a ser adoptados pela generalidade das organizações

quando decidem pela implantação de um SGA nas suas

actividades, produtos ou serviços:

O Sistema Comunitário de Eco-Gestão e Auditoria – EMAS

As Normas da Série ISO 14000

4.1.1 Sistema EMAS

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Em Novembro de 2000 verificou-se um acordo em reunião

do Comité de Conciliação, entre o Parlamento Europeu e o

respectivo Conselho, para um texto final do novo Regulamento

EMAS [PE-CONS 3658/00], adoptado pelo Conselho da CE e

pelo Parlamento Europeu em Fevereiro de 2001, que culminou

com a sua publicação no JOC L114 de 24/04 e está em vigor

desde 27 de Abril de 2001.

É um Regulamento Comunitário com carácter não vincu-

lativo. O objectivo do EMAS consiste em promover uma melhoria

contínua do comportamento ambiental das organizações através:

. Definição e aplicação de políticas, programas e sistemas

de gestão do ambiente pelas organizações

. O Anexo I do Regulamento descreve os requisitos que

devem ser verificados.

. O Levantamento Ambiental é uma análise preliminar dos

problemas do impacto e dos comportamentos ambientais

relacionados com as actividades desenvolvidas na organização.

. A Política de Ambiente engloba os objectivos e princípios

globais de acção da organização em matéria de ambiente,

incluindo o cumprimento de todas as disposições regulamen-

tares aplicáveis sobre o ambiente.

FIGURA 32 | modelo de sga de acordo com o emas

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27

levantamento ambiental

política de ambiente da organização2.

1.

3.

declaração sobre o ambiente4.

auditoria externa

registo emas

programa de ambiente

CICLO DE AUDITORIAMÁX. 3 ANOS

auditoria de ambiente

objectivosde ambiente

sistema degestão do

ambiente

. Da definição e aplicação de políticas, programas e sistemas

de gestão do ambiente pelas organizações nas suas activi-

dades;

. Da avaliação sistemática, objectiva e periódica dos resul-

tados dessas acções;

. Da informação do público sobre o comportamento ambiental;

. Da respectiva certificação ambiental

Iremos analisar estes aspectos em seguida. Genericamente,

o modelo de implementação de um SGA de acordo com o

EMAS apresenta-se na Figura 32

. A terceira fase do EMAS consiste na definição de um

Programa de Ambiente, no estabelecimento do SGA, bem como

de um programa de Auditoria Ambiental. O programa de ambi-

ente consiste na descrição dos objectivos e actividades específicas

da organização, de modo a garantir uma maior protecção do

ambiente, incluindo a descrição das medidas tomadas, previstas

para alcançar esses objectivos, bem como os prazos para a

aplicação de tais medidas. A auditoria ambiental, pela sua

importância na avaliação do desempenho do SGA, é analisada

a seguir.

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Avaliação sistemática, objectiva e periódica dos resultados

dessas acções

Trata-se do processo de Auditorias Ambientais à organização.

Os aspectos relacionados com o processo de Auditoria estão

descritos no Anexo II do Regulamento. A auditoria ambiental

é um instrumento de gestão que inclui a avaliação sistemática,

documentada, periódica e objectiva do funcionamento da

organização, do sistema de gestão e dos processos destinados

a proteger o ambiente. Tem como objectivos facilitar o controlo

da gestão das práticas com eventual impacto ambiental e verificar

a observância das políticas de ambiente.

Informação do público sobre o comportamento ambiental

Trata-se da Declaração Sobre o Ambiente que se traduz por

um relatório concebido para informação ao público sobre as

actividades da organização, do seu comportamento ambiental,

e da política, programa e sistema de gestão do ambiente nela

aplicados.

Registo no EMAS

A organização com um SGA implementado de acordo com

o EMAS, após a elaboração da declaração pública sobre o

ambiente, poderá efectuar o seu registo correspondente junto

do organismo nacional competente (Instituto do Ambiente –

Dec. Lei n° 83/99) para o que se submeterá a uma Auditoria

Ambiental Externa.

A declaração de participação no EMAS, é um certificado

reconhecido por todos os Estados Membros da União Europeia.

Rótulo 1

Gestão ambiental verificada

REG. N°:

A organização tem um

sistema de gestão ambiental

em conformidade com os

requisitos do EMAS

Rótulo 2

Informação validada

REG. N°:

A informação específica a que

se atribui este logotipo foi

validada segundo o EMAS

FIGURA 33 | versões do logotipo emas

Em 1993 a ISO cria o Comité Técnico ISO/TC 207 Environ-

mental Management, que tem como objectivo desenvolver

normas internacionais em Gestão Ambiental. Inicialmente foi

um objectivo alcançado por países não europeus, que progres-

sivamente se articulou com o Comité Europeu de Normalização

(CEN), no âmbito da aplicação do Acordo de Viena estabelecido

entre a ISO e o CEN. Esta articulação pretende basicamente

uma compatibilização das normas de gestão ambiental desen-

volvidas pela ISO, que se passaram a designar pelas Normas

da Série ISO 14 000, com o EMAS.

Genericamente, o modelo de implementação de um SGA

de acordo as normas da série ISO 14000 apresenta-se na Figura

34 e pode-se resumir como a estrutura da organização que se

ocupa dos efeitos imediatos, a curto, médio e longo prazo no

ambiente, das suas actividades, produtos e serviços.

Iremos utilizar a figura apresentada quando apresentarmos

os passos principais para a implementação de um SGA.

4.1.2 Normas da série ISO 14000

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28 O logotipo EMAS (revisão 2000) pode assumir duas versões

apresentadas no Anexo IV do Regulamento, que se encontram

na Figura 33. O logotipo EMAS pode ser utilizado na denomi-

nação da organização e das suas instalações, nos relatórios de

actividade e nos contactos a realizar com os parceiros de negócio

e com as instituições públicas. Não pode, contudo, ser utilizada

em publicidade de produtos, nos próprios produtos ou nas

respectivas embalagens.

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A Quem se aplicam

À maior parte das organizações: indústrias, serviços,

comércio, agências, que nas suas actividades possam ter directa

ou indirectamente relações com o Ambiente.

O tamanho da organização não é importante (quer em

termos de dimensão humana - excepto no processo de Auditoria,

quer em termos físicos).

O estado da organização também não é importante (projecto;

arranque; cruzeiro; ampliação; modificação). Crê-se que mesmo

numa fase de recessão, a certificação possa constituir um

instrumento de recuperação e viabilização.

As organizações certificadas no âmbito dos sistemas da

Qualidade (Normas ISO 9000) reunirão à partida melhores

condições para iniciar a implementação do SGA, sobretudo

numa perspectiva de certificação ISO 14001, devido:

À semelhança, transposição e adaptação de alguns

procedimentos documentais

À experiência em processos de Auditoria

As Normas ISO 14000 aplicam-se à organização como um

todo, a uma parte da organização e aos fornecedores. Poderão

de facto ser seleccionadas apenas algumas operações ou

componentes de uma organização, sem que no entanto não

decorram implicações negativas das áreas não abrangidas no

SGA. Os clientes poderão ter alguma influência no processo

de decisão.

As organizações que tenham um impacto físico negativo

visível no Ambiente, admitirão naturalmente mais vantagens

na implementação do SGA.

Que Normas Existem Documentadas?

As Normas da série ISO 14000 estão divididas nos grupos

apresentados na tabela seguinte.

SC 1 NOME DO SC - TC 207 NUMERAÇÃO

SC 1 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL 14000 - 14009

SC2 AUDITORIAS AMBIENTAIS 14010 - 14019

SC3 ROTULAGEM ECOLÓGICA 14020 - 14029

SC4 AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE AMBIENTAL 14030 - 14039

SC5 CICLO DE VIDA DO PRODUTO 14040 - 14049

SC6 TERMOS E DEFINIÇÕES 14050 - 14059

WG1 ASPECTOS AMBIENTAIS EM NORMAS E PRODUTOS 14060

# FUTURAS APLICAÇÕES 14061 - 14100

TABELA 1 | subdivisões e comités técnicos das iso 14000

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29

ANÁLISE DO SISTEMA DE GESTÃO

MELHORIA CONTÍNUA

ACÇÕES DE VERIFICAÇÃO E DE CORRECÇÃO. monitorização e medição

. não conformidades e acçõescorrectivas e preventivas

. registos. auditorias do sga

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

PLANEAMENTO. aspectos ambientais. requisitos legais e outros. objectivos e metas. programa de gestão doambiente

IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO. estrutura e responsabilidades. formação, sensibilização e competência

. comunicação

. controlo de documentos

. controlo operacional

. prontidão e resposta a emergências

POLÍTICA DE AMBIENTE

FIGURA 34 | modelo de sistema de gestão ambiental (ref. iso 14001)

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A tentativa de harmonização entre os dois modelos conduziu

à aceitação pelo EMAS do sistema de gestão ambiental ISO

14001 como modelo de base de SGA, considerando ainda

fundamental a realização de um Levantamento ou Diagnóstico

Ambiental Inicial detalhado, e a elaboração da Declaração

Ambiental devidamente validada, como elementos para uma

organização poder ser registada no âmbito do EMAS

(Figura 35).

INITIAL ENVIRONMENT REVIEWoptional so long as all those elements listed in ????

of the regulation are covered in the ems

ENVIRONMENTAL POLICYprovision for legal compliance

commitment to continual improvementof environmental performance

PLANNINGincludes all elements covered in

environmental reviewcompatibility of scope

IMPLEMENTATIONemployee involvement

compliance of suppliers and contractors

CHECKING AND CORRECTIVE ACTIONaudit cycle of 3 years or less

coverage of ems and environmental performance

MANAGEMENT REVIEW

CERTIFICATIONapproved accreditation scheme

ENVIRONMENTAL STATEMENTenvironmental statement that meets

the requirements of annex iii

VALIDATION OF ENVIRONMENTAL STATEMENTexternally validated annually and

accessible to the public

DIAGNÓSTICO AMBIENTALINICIAL

POLÍTICA DE AMBIENTE

PLANEAR

IMPLEMENTAR

VERIFICAR

REVER

CERTIFICAR

DECLARAÇÃO AMBIENTAL PÚBLICA

VALIDAÇÃO DA DECLARAÇÃO AMBIENTAL

CERTIFICAÇÃO ISO 14001

REGISTO EMAS

A realização de um Diagnóstico Ambiental inicial, incluindo

uma análise sobre os processos de gestão da energia, não sendo

requisitos obrigatórios na implementação de um SGA, de acordo

com o modelo ISO 14000, tornam-se numa ferramenta importante

para as fases seguintes da implementação do SGA, nomeada-

mente na fase de planeamento. Permite por outro lado, desen-

volver uma análise aprofundada da situação da organização face

ao ambiente, incluindo o sistema de gestão de energia, especificar

com rigor o plano de acção mais adequado à implementação do

SGA e facilitar a redacção da Política de Ambiente.

Existem várias técnicas para a realização de diagnósticos am-

bientais a organizações, que dependem essencialmente da pro-

fundidade do estudo de diagnóstico e das características da or-

ganização. Independentemente da metodologia utilizada, o dia-

gnóstico ambiental deverá contemplar uma análise detalhada de:

. Utilização de recursos

. Poluição resultante das actividades, produtos e serviços

da organização

. Aspectos indirectos

Balanços materiais

O diagnóstico ambiental será completado com o desenvolvi-

mento de balanços materiais às actividades da organização que

estão relacionadas com os aspectos ambientais identificados.

4.2 Requisitos da ISO 14000

4.2.1 Diagnóstico ambiental

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30

FIGURA 36 | processos de certificação iso 14001 e registo emas (fonte: the emas elpdesk)

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O diagnóstico ambiental efectuado previamente, irá facilitar

em grande medida e realização desta tarefa. A questão a

responder é:

Como é que a minha organização se relaciona com o

ambiente ?

Com efeito pretende-se que a organização estabeleça e

mantenha práticas para:

. Identificar todos os Aspectos Ambientais;

. Determinar aqueles que têm, ou podem ter Impactes

Ambientais Significantes, que se poderão designar por Aspectos

Ambientais Significantes. A relação entre aspecto e impacto

ambiental pode ser entendida como de causa efeito.

A tabela 2 apresenta um exemplo de uma metodologia

simples para a classificação da significância dos impactos

ambientais. Existem várias técnicas para se proceder a esta

classificação (análise de risco, análise de ciclo de vida, estudos

de impacte ambiental). Cada organização deverá desenvolver

ou aplicar a que melhor se enquadrar com as suas actividades,

produtos e serviços.

É pelo menos sobre os impactos ambientais significantes

(classes A e B da metodologia exemplificada) que serão

formulados os objectivos e metas ambientais. Não significa, no

entanto, que tenham de ter uma abordagem de gestão, controlo

e actuação simultâneas. Poderão existir várias razões (custos,

incertezas quanto às soluções tecnológicas, complexidade,

envolvimento das partes interessadas) para se estabelecerem

prioridades e acções diferenciadas. Esta é a razão principal para

a definição de objectivos e metas ambientais.

4.2.2 Aspectos ambientais

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ação

31FIGURA 36 | exemplo de componentes de um balanço material

emissões difusas. vibrações. gases+poeiras. odores

emissões gasosas

produto

sub-produtos, incluindoresíduos recuperáveis

águas residuais

resíduos semi-sólidos paraarmazenamento e/ou eliminaçãonoutro local

resíduos sólidos paraarmazenamento e/ou eliminaçãonoutro local

ACTIVIDADE(processo ou

operação unitária)

matérias primas

produtos auxiliares

água / ar

energia

reciclagem

resíduos reutilizáveisnoutra operação

ou produto

ruído

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TABELA 2 | exemplo de classificação da significância de um impacto ambiental

classe importância e acção critério *

A elevada acção imediata a.1 efeito massivo em termos de volume e/ou toxicidade e/ou controlo legal em operações normais

a.2 probabilidade elevada de ultrapassar os limitesmínimos de controlo estabelecidos

a.3 originam emergências em caso de acidentea.4 perigosidade potencial média a elevada ou elevadaa.5 investimentos ou custos financeiros elevadosa.6 probabilidade elevada de violar a legislaçãoa.7 resíduo perigoso (ler)

B significanteacção e/ou controlo b.1 tóxicos para humanos ou ambiente em operações anormaisrequeridos a curto prazo b.2 probabilidade média de ultrapassar os limites mínimos

de controlo estabelecidos em casos de problemas operacionaise a partir de uma probabilidade elevada de ocorrência e/oubaixa probabilidade de detecção

b.3 perigosidade potencial médiab.4 investimentos ou custos financeiros moderadosb.5 previsão de aumento dos efeitos em actividades planeadasb.6 sensibilidade ambiental (proximidade de aquíferos,

área protegida, residencial)b.7 reclamações constantesb.8 aumento de preocupação na gestão de topob.9 aspecto ambiental que não tendo impactos ambientais

significativos é muito importante para o funcionamentodas actividades da organização

b.10 ausência de conhecimento documentado sobre destinofinal do resíduo

C pequena ou desprezável c.1 probabilidade reduzida de ultrapassar os limites mínimosacção e/ou controlo recomendam-se, de controlo estabelecidos em problemas operacionais e efeitomas não exigidas a curto prazo; pequeno com baixa probabilidade de ocorrência e/ou elevadarevisão de classificação no futuro probabilidade de detecção é aconselhada c.2 perigosidade potencial reduzida

c.3 reclamações esporádicasc.4 efeitos mínimosc.5 probabilidade limitada de ocorrênciac.6 não verifica critérios a e b

* Um dos critérios mencionados é suficiente para classificar o efeito na classe correspondente. Entendem-se efeitos ambientais reais e potenciais.

4.2.3 Programa de gestão ambiental

Poderá colocar-se a questão:

Para que é que a minha organização precisa de um programa

de gestão ambiental?

O Programa de Gestão Ambiental pode ser definido como o

conjunto das acções e meios para atingirem os objectivos e metas

ambientais, que a organização estabeleceu e pretende manter.

O Programa de Gestão Ambiental inclui:

. A designação das responsabilidades em cada nível de função;

. Os meios e o cronograma necessários;

. Uma análise ambiental para novas actividades,

produtos e serviços;

. Um processo de avaliação e revisão periódica.

Alguns elementos importantes para o sucesso do Programa

de Gestão Ambiental são:

. O envolvimento de todos os colaboradores;

. A comunicação e divulgação das expectativas e responsabi-

lidades das partes;

. A sua integração com outros programas ou planos da orga-

nização (por exemplos da qualidade, higiene e segurança);

. A sua simplicidade, objectividade e focalização na prevenção

da poluição e melhoria contínua.

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Sempre que se verificarem desvios do programa de gestão

ambiental elaborado, deverão ser registados, avaliados e poderão

originar reformulações do Programa.

Devido à complexidade das inter-relações com o ambiente,

é possível a ocorrência de alterações com maior frequência que

a prevista.

Estas alterações poderão ter implicações diversas nos custos

efectivos do SGA.

As primeiras alterações deverão situar-se ao nível de sub-

tarefas das acções planeadas. Se não for suficiente, o processo

de alteração subirá progressivamente de importância, podendo

atingir o próprio objectivo conduzindo, se necessário, à sua

substituição.

Quando alterações atingem o nível do objectivo, deverá ser

avaliada a sua implicação em outros objectivos ou na própria

Política Ambiental.

4.2.4 Prontidão e resposta a emergências

Independentemente do grau de implementação de sistemas

de prevenção e controlo, é praticamente impossível eliminar

todos os problemas ou situações de emergência, incluindo

acidentes, fugas, desastres e descargas. Assim:

Como estar preparado para situações de acidentes

e emergências?

É importante criar Planos de Emergência Internas(PEI) para

resposta a situações de acidentes internos, Planos de Emergên-

cias Externas (PEE) para resposta a situações de acidentes

originados externamente à organização, mas com impactos

nesta e Planos de Recuperação de Desastres (PRD).

Os PE’s tratam de providenciar os mecanismos de resposta

imediata para auxílio de pessoas e protecção do ambiente.

Os PRD tratam dos mecanismos de recuperação e retoma

das actividades da organização.

Qualquer PE ou PRD deverá ser documentado – PGA.

Existem organizações, que pela sua complexidade e perigosidade

potencial (por exemplos indústria química pesada, petrolíferas),

ou ainda por requisitos legais (probabilidade de ocorrência de

acidentes industriais graves), desenvolveram departamentos

específicos para a gestão da área da segurança industrial.

Os PE’s e os PRD’s são apenas válidos para as situações

em que foram desenvolvidos (fogos, derrames de óleos, ruptura

de condutas, fugas de gases, explosão, etc.).

As acções de base são a análise do risco, desenvolvimento

dos planos, formação e treino, garantia dos meios de prevenção

e resposta e finalmente revisão dos procedimentos a partir de

simulações, troca de experiências ou actuação real.

4.2.5 Revisão pela Gestão

Como é garantida a viabilidade do SGA ?

A revisão do SGA por parte da gestão, implica a organização

apropriada de informação, devidamente documentada, sobre

o SGA, de modo a ser analisada com rigor. De facto, não é

necessário fornecer informação demasiado detalhada (tecnica-

mente por exemplo), pois não é este o objectivo nesta fase.

Existem dois tipos de intervenientes num processo de revisão:

. Os que possuem a informação adequada e conhecimento

do SGA;

. Os que podem tomar decisões

A informação a analisar pela gestão deverá ter em conta:

. A Política de Ambiente, Objectivos e Metas Ambientais;

. Os resultados de auditorias realizadas;

. Resultados de acidentes ou situações de emergência;

. Alterações de requisitos legais;

. As expectativas das partes interessadas;

. A adequação do SGA à mutação do contexto das actividades

da organização, incluindo o seu impacto nos resultados

financeiros e competitividade;

. A evolução do estado do conhecimento científico e tecnológico;

. Que circunstâncias (internas e externas) poderão afectar

o sucesso do SGA.

O processo de revisão não necessita de abordar todas as

componentes do SGA em simultâneo. Poderão ser repartidos por

áreas e analisados durante um determinado período de tempo.

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A certificação de Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde

é possível através dos referenciais OHSAS 18001:1999 e, a nível

nacional, NP 4397:2000.

OHSAS é uma especificação internacional de Sistemas de

Gestão de Higiene e Segurança.

A série de normas para a Avaliação da Segurança e Saúde

no Trabalho - OHSAS 18001 (Occupational health and safety

management systems) - foram desenvolvidas com o objectivo

de ajudar as organizações a formular políticas e objectivos de

Segurança e Saúde no Trabalho (SST), de acordo com os re-

quisitos legais e com os perigos identificados e avaliações de

5. A Segurança e Saúde no Trabalho | NP4397

5.1 Controlo Operacional

A organização deve identificar as operações e as actividades

que estão associadas aos riscos identificados e em que seja

necessário aplicar medidas de controlo. A organização deve

planear estas actividades, incluindo a manutenção, a fim de

assegurar que são realizadas sob condições especificadas

através:

. Da definição e manutenção de procedimentos documentados

que abranjam situações nas quais a sua inexistência possa

conduzir a desvios da política e dos objectivos da SST;

. Da definição de critérios operacionais nos procedimentos;

. Da definição e manutenção de procedimentos relacionados

com os riscos para a SST identificáveis em bens, equipa-

mentos e serviços adquiridos e/ou utilizados pela organi-

zação, e da comunicação dos procedimentos e dos requisi-

tos relevantes aos fornecedores e subcontratados;

. Da definição e manutenção de procedimentos para o

projecto dos locais de trabalho, processos de fabrico,

instalações, máquinas, procedimentos operativos e de

organização do trabalho, incluindo a sua adaptação às

capacidades humanas, a fim de eliminar ou reduzir os

riscos para a SST na fonte.

Entradas típicas

. Política e objectivos da SST;

. Identificação de perigos, avaliação e controlo de riscos;

. Requisitos legais e outros aplicáveis.

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34 risco associadas. As OHSAS 18001/ NP 4397 especificam os

requisitos para um sistema de gestão de Segurança e Saúde

no Trabalho.

A certificação em Sistemas de Gestão de Higiene e Segurança

demonstra o compromisso da organização em melhorar as

condições de trabalho dos seus colaboradores, controlar os

seus riscos e melhorar o seu desempenho.

Estes requisitos devem ser implementados pela organização

e verificados/auditados por um organismo de certificação, caso

a obtenção da certificação seja um objectivo.

Processo

Alguns exemplos de áreas em que geralmente surgem

riscos, e de algumas medidas de controlo:

. Compra ou transferência de bens e serviços e uso de

recursos externos

. Aprovação para compra ou transferência de químicos

perigosos, materiais e substâncias;

. Disponibilidade de documentação para o manuseamento

seguro de máquinas, equipamento, materiais, ou químicos

aquando da data de compra, ou necessidade de obter esta

informação;

. Avaliação, e re-avaliação periódica da competência em

termos de SST dos subcontratados;

. Aprovação do projecto das medidas de SST para novas

fábricas ou equipamentos.

Tarefas perigosas

. Identificação das tarefas perigosas;

. Pré-determinação e aprovação dos métodos de trabalho;

. Pré-qualificação do pessoal para as tarefas perigosas;

. Sistemas de licenças-para-trabalhar (permit-to-work), e

procedimentos para controlar entrada e saída de pessoal

dos locais de trabalho perigosos.

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e situações de emergência, e ser capaz de reagir por modo a

prevenir e minimizar as possíveis doenças e lesões que lhe

possam estar associadas.

A organização deve analisar e rever o seu estado de prontidão

para emergências, bem como, procedimentos e planos de

resposta, particularmente, após a ocorrência de acidentes ou

situações de emergência.

A organização deve ainda testar periodicamente tais

procedimentos, desde que tal se mostre praticável.

Entradas típicas:

. Identificação de perigos, resultados da avaliação e controlo

de riscos;

. Disponibilidade de serviços locais de emergência, e detalhes

acerca de medidas de resposta a emergências e consulta

adoptadas;

. Requisitos legais e outros;

. Experiências de acidentes anteriores, incidentes e situações

de emergência (lições aprendidas, melhores práticas);

. Revisões de exercícios práticos e de emergência efectuados

e os resultados das acções subsequentes.

Processo

. Definir um plano de emergência (ver exemplo prático

descrito no módulo 2);

. Identificação e providenciar equipamento de emergência

apropriado

. Testar regularmente a sua capacidade de resposta através

de exercícios práticos (principalmente simulações)

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35Manutenção da segurança de instalações e equipamentos

. Aquisição, controlo e manutenção das instalações e equi-

pamentos da organização;

. Aquisição, controlo e manutenção dos Equipamentos de

Protecção Individual;

. Limitação e controlo do acesso;

. Inspecção e teste do equipamento relacionado com a

Segurança e Saúde e sistemas integrados como:

. Sistemas de protecção de operadores;

. Protecção física e de resguardo;

. Sistemas de interromper/desligar;

. Equipamento de detecção e combate a incêndio;

. Equipamento de manuseio (guindastes/gruas,

empilhadores e outros equipamentos elevatórios);

. Fontes radiológicas e protecções;

. Dispositivos essenciais de monitorização;

. Sistemas de ventilação/exaustão locais;

. Serviços/instalações e materiais de assistência médica.

Materiais perigosos

. Identificação de inventários, e locais de armazenagem;

. Condições seguras de armazenagem e acesso controlado;

. Existência e acesso a fichas de dados de segurança do

material e outras informações relevantes.

Prevenção e capacidade de resposta a emergências

A organização deve estabelecer e manter procedimentos

para identificar o potencial de ocorrência de respostas a acidentes

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5.2 Requisitos da NP4397

Entende-se por Perigo toda a fonte ou situação com um

potencial para o dano, em termos de lesões ou ferimentos para

o corpo humano, ou de danos para a saúde, para o património,

para o ambiente do local de trabalho, ou uma combinação destes.

A identificação dos perigos é o processo de reconhecimento

da existência de um perigo e de definição das suas características.

Deverão ser identificados os perigos relacionados com

todos os aspectos do trabalho, nomeadamente:

. ambiente dos locais de trabalho

. instalações

. meios de transporte internos

. produtos químicos

. organização do trabalho

5.2.2 A Avaliação de riscos

Considera-se como avaliação de riscos, o processo global

de estimativa da grandeza do risco e de decisão sobre a sua

aceitabilidade.

Devemos, em primeiro lugar, ter em atenção e analisar a

definição de risco:

O Risco define-se como a combinação da probabilidade e

da(s) consequência(s) da ocorrência de um acontecimento

perigoso:

R – Risco

P – Probabilidade

S – Severidade (consequência, gravidade)

Definido desta forma, o risco varia na proporção directa da

probabilidade e da severidade. Quanto maior a probabilidade

e a severidade, maior é o risco e quanto menor for a probabilidade

e a severidade, menor será risco.

Na prática a probabilidade e a severidade têm curvas de

desenvolvimento inversas:

5.2.1 A Identificação de perigos

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s

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À medida que a probabilidade aumenta a severidade diminui,

assim como, com o aumento da severidade a probabilidade

diminui.

Como identificá-los?

. através do conhecimento teórico

. observação das actividades ou processos

. inspecção dos postos de trabalho

. consulta aos trabalhadores

Considera-se como trabalhador exposto, os trabalhadores

fixos, de manutenção e limpeza, contratados e temporários,

estagiários e pessoal administrativo.

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Poder-se-á definir “Risco Aceitável” da seguinte forma: Risco

que foi reduzido a um nível que possa ser aceite pela organização,

tomando em atenção as suas obrigações legais e a sua própria

política da SST.

A distinção teórica dos conceitos de “risco potencial” e

“risco efectivo”, revela-se igualmente importante para o estudo

e análise de riscos.

. O risco potencial está associado ao facto de a resistência

do corpo, eventualmente atingido, ser inferior a uma deter-

minada energia (causadora do acidente).

. O risco efectivo é a probabilidade do Homem estar exposto

a um risco potencial.

Tal como definido inicialmente, “R = P x S” em que a

severidade está relacionado com risco potencial, e o risco

efectivo é uma função da probabilidade e da severidade.

A análise dos indicadores estatísticos de sinistralidade laboral,

é uma ferramenta muito importante da função segurança desde

que estejam adequadamente definidos o seu âmbito e os critérios

de recolha, selecção e tratamento de elementos. A utilização de

índices generalizados, permite além do conhecimento do que se

passa na empresa, estabelecer a comparação com outras empresas,

com o sector de actividade em que se insere, com a realidade do

país ou mesmo com a de outros países. Os mais habituais são a

Taxa de Incidência, o Índice de Frequência e o Índice de Gravidade.

No entanto, é importante a recolha de outro tipo de elementos,

nomeadamente as causas dos acidentes, as partes do corpo

atingidas e o tipo de lesões provocadas, bem como a distribuição

dos acidentes em função da hora do dia, dos dias da semana,

idade e sexo dos trabalhadores.

A identificação das medidas de prevenção para eliminar

ou controlar os riscos identificados deve seguir os seguintes

princípios gerais:

1° Eliminar o risco sempre que possível ou, se tal não for

possível, minimizar os seus efeitos.

Esta é a medida mais efectiva. As metodologias que devem

ser utilizadas são:

. Escolher processos diferentes;

. Modificar processos existentes;

. Substituir substâncias perigosas por outras isentas de perigo;

. Melhorar o ambiente físico (ventilação, p.e.);

. Substituir ou modificar o equipamento ou ferramentas.

2° Rever procedimentos de trabalho

Podem ser obtidos bons resultados modificando operações

básicas perigosas, alterando a sequência ou acrescentando

operações adicionais, p.e. fechar ou isolar fontes de energia.

3° Envolver o risco

Se o risco não pode ser eliminado, o contacto com a fonte

de risco deve ser prevenido através de: encapsulamento, guardas

protectoras de máquinas, blindagens, etc...

4° Reduzir a exposição ao risco

Estas medidas são as menos efectivas e, por isso, só devem

ser utilizadas quando as soluções anteriores não são possíveis.

5° Utilização de Equipamento de Protecção Individual

Pode ser adicionalmente necessário a utilização de Equipa-

mentos de Protecção Individual (EPI), no caso de ser tecnica-

mente impraticável qualquer das soluções anteriores.

Nota: Ao listar as medidas preventivas, devem ser evitadas

o uso de expressões “deve ter cuidado” ou “ter atenção”. É pre-

ferível estabelecer procedimentos que descrevem o que deve

ser feito e como deve ser feito.

5.2.3 A Prevenção de riscos

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classificar as actividades de trabalho

identificar os perigos

determinar o risco

decidir se o risco é tolerável

preparar o plano de acção para o controlo de risco

(se necessário)

rever a adequabilidade do plano de acção

O processo de avaliação de risco é constituído pelas

seguintes fases:

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Após a avaliação de riscos devem ser estabelecidas as

prioridades nas acções preventivas, definindo uma ordem de

actuação sobre as situações de risco, em função da gravidade

e do número de trabalhadores expostos ao risco. Por outro

lado, devem ser adoptadas medidas preventivas de acordo com

os princípios gerais de prevenção.

O plano de segurança e saúde integra, a todos os níveis e

para o conjunto das actividades da empresa, a avaliação dos

riscos e respectivas medidas de prevenção, assim como um

programa de prevenção dos riscos profissionais.

Engloba, entre outros:

. A identificação e avaliação dos riscos para a segurança e

saúde nos locais de trabalho e controlo periódico;

. A organização dos meios destinados à prevenção e protecção,

colectiva e individual, e coordenação das medidas a adoptar

em caso de perigo grave e iminente;

. Medidas de promoção e vigilância da saúde dos traba-

lhadores.

O Manual de Prevenção, descreve:

. O sistema de prevenção de riscos adoptado

. A política estabelecida

. A estrutura organizativa

. As normas gerais de prevenção de riscos na empresa

. As inter-relações entre os elementos e actividades do sistema

. Documentação básica

5.2.4 O Plano de segurança e saúde

O Plano de Emergência deve conter:

. Identificação de potenciais acidentes e emergências;

. Identificação das pessoas responsáveis por comandar

durante a emergência;

. Detalhes das acções a efectuar pelo pessoal durante a

emergência, incluindo as acções a efectuar por pessoal

exterior que se encontram no local da emergência, como

subcontratados e visitantes (a quem pode ser pedido, por

exemplo, que se desloque para determinados pontos de

encontro);

. Responsabilidades, autoridades e obrigações do pessoal

com funções específicas durante a emergência (por ex.

brigada anti-fogo, pessoal de primeiros socorros, especia-

listas em derrames tóxicos);

. Procedimentos de evacuação;

. Identificação e localização de material perigoso, e das acções

requeridas;

. Interface com os serviços de emergência externos;

. Comunicação com os órgãos oficiais;

. Comunicação com a vizinhança e o público;

. Protecção de registos vitais e equipamento;

. Disponibilidade da informação necessária durante a emer-

gência (ex. plantas e layouts, dados acerca do material pe-

rigoso, procedimentos, instruções de trabalho, e números

de telefone de contacto.

ESTRUTURA DO PLANO

DE EMERGÊNCIA

O Plano de Emergência deve incluir os seguintes elementos:

. Caracterização do espaço e levantamento de riscos

. Instruções de segurança

. Plano de evacuação

. Plantas de emergência

. Plano de intervenção e organização da segurança

A INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO

COMPARATIVO DOS REFERENCIAIS

A estrutura da norma OHSAS 18001/NP 4397 está organizada

de forma a ser compatível com outras normas de sistemas de

gestão já existentes, concretamente a ISO 9001:2000 (Sistemas

de Gestão da Qualidade) e a ISO 14001:1996 (Sistemas de

Gestão Ambiental).

Esta norma é, também suficientemente abrangente e passível

de ser utilizada por toda e qualquer organização, independen-

temente do seu sector de actividade e dimensão.

Seguidamente apresenta-se uma comparação entre os re-

quisitos constantes das Normas ISO 14001:1996, ISO 9001:2000

e OHSAS 18001:1999/NP 4397:2001.

5.2.5 O Plano de emergência

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TABELA 1 | COMPARAÇÃO ENTRE OS REQUISITOS CONSTANTES DAS NORMAS ISO 14001:1996, ISO 9001:2000 E OHSAS 18001:1999/NP 4397:2001

iso 14001:96 ponto iso 9001:00 ponto ohsas 18001:99/ pontonp 4397: 2001

ÂMBITO 1 ÂMBITO 1 ÂMBITO 1

REFERÊNCIAS NORMATIVAS 2 REFERÊNCIA NORMATIVA 2 PUBLICAÇÕES DE REFERÊNCIA 2

DEFINIÇÕES 3 TERMOS E DEFINIÇÕES 3 TERMOS E DEFINIÇÕES 3

REQUISITOS DO SISTEMA 4 SISTEMA DE GESTÃO 4 REQUISITOS DO SISTEMA 4DE GESTÃO AMBIENTAL DA QUALIDADE DE GESTÃO DE SST

REQUISITOS GERAIS 4.1 REQUISITOS GERAIS 4.1 REQUISITOS GERAIS 4.1

POLÍTICA AMBIENTAL 4.2 POLÍTICA DA QUALIDADE 5.3 POLÍTICA DA SST 4.2

PLANEAMENTO 4.3 PLANEAMENTO 5.4 PLANEAMENTO 4.3

ASPECTOS AMBIENTAIS 4.3.1 FOCALIZAÇÃO NO CLIENTE 5.2 IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS, 4.3.1DETERMINAÇÃO DOS 7.2.1 AVALIAÇÃO E CONTROLOREQUISITOS DE RISCOSREVISÃO DOS REQUISITOS 7.2.2

REQUISITOS LEGAIS E OUTROS 4.3.2 FOCALIZAÇÃO NO CLIENTE 5.2 REQUISITOS LEGAIS 4.3.2DETERMINAÇÃO DOS 7.2.1 E OUTROSREQUISITOS

OBJECTIVOS E METAS 4.3.3 OBJECTIVOS DA QUALIDADE 5.4.1 OBJECTIVOS 4.3.3

PROGRAMA DE GESTÃO 4.3.4 PLANEAMENTO DO SISTEMA 5.4.2 PROGRAMA DE GESTÃO 4.3.4AMBIENTAL DE GESTÃO DA QUALIDADE DE SST

MELHORIA CONTÍNUA 8.5.1

IMPLEMENTAÇÃO 4.4 REALIZAÇÃO DO PRODUTO 7 IMPLEMENTAÇÃO E 4.4FUNCIONAMENTO PLANEAMENTO DA FUNCIONAMENTO

REALIZAÇÃO DO PRODUTO 7.1

ESTRUTURA E 4.4.1 RESPONSABILIDADE DA GESTÃO 5 ESTRUTURA ERESPONSABILIDADES GESTÃO DE RECURSOS 6 RESPONSABILIDADES 4.4.1

FORMAÇÃO, SENSIBILIZAÇÃO 4.4.2 COMPETÊNCIA, 6.2.2 FORMAÇÃO, 4.4.2E COMPETÊNCIA CONSCIENCIALIZAÇÃO SENSIBILIZAÇÃO E

E FORMAÇÃO COMPETÊNCIA

COMUNICAÇÃO 4.4.3 COMUNICAÇÃO INTERNA 5.5.3 CONSULTA E COMUNICAÇÃO 4.4.3COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE 7.2.3

DOCUMENTAÇÃO DO SISTEMA 4.4.4 MANUAL DA QUALIDADE 4.2.2 DOCUMENTAÇÃO 4.4.4DE GESTÃO AMBIENTAL

CONTROLO DE DOCUMENTOS 4.4.5 REQUISITOS DA 4.2 CONTROLO DE DOCUMENTOS 4.4.5DOCUMENTAÇÃO 4.2.1 E DOS DADOS

4.2.2

CONTROLO OPERACIONAL 4.4.6 REALIZAÇÃO DO PRODUTO 7 E 7.1 CONTROLO OPERACIONAL 4.4.6A 7.5.2

PREVENÇÃO E CAPACIDADE 4.4.7 CONTROLO DO PRODUTO 8.3 PREVENÇÃO E CAPACIDADE 4.4.7DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS NÃO CONFORME DE RESPOSTA A EMERGÊNCIAS

VERIFICAÇÃO E ACÇÕES 4.5 MEDIÇÃO, ANÁLISE 8 VERIFICAÇÃO E ACÇÕES 4.5CORRECTIVAS E PREVENTIVAS E MELHORIA CORRECTIVAS

MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO 4.5.1 CONTROLO DOS DISPOSITIVOS 7.6 MEDIÇÃO E MONITO- 4.5.1DE MONITORIZAÇÃO E MEDIÇÃO (8.1, 8.2, RIZAÇÃO DO DESEMPENHO

8.4)

NÃO CONFORMIDADES, ACÇÕES 4.5.2 CONTROLO DO PRODUTO 4.5.2 ACIDENTES, 4.5.2CORRECTIVAS E PREVENTIVAS NÃO CONFORME 8.5.2, NÃO-CONFORMIDADES E

ACÇÕES CORRECTIVAS 8.5.3 ACÇÕES CORRECTIVASE PREVENTIVAS E PREVENTIVAS

REGISTOS 4.5.3 CONTROLO DE REGISTOS 4.2.4 REGISTOS E GESTÃO 4.5.3DOS REGISTOS

AUDITORIA AO SISTEMA 4.5.4 AUDITORIA INTERNA 8.2.2 AUDITORIAS 4.5.4DE GESTÃO AMBIENTAL

REVISÃO PELA DIRECÇÃO 4.6 REVISÃO PELA GESTÃO 5.6 REVISÃO PELA DIRECÇÃO 4.6

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As Vantagens da Integração

A OHSAS 18001:99 e a Norma Portuguesa NP 4397 foram

desenvolvidas de forma a serem compatíveis com as normas

portuguesas NP EN ISO 9001:2000 e NP EN ISO 14001:1996,

significando isto que, na prática, os objectivos e processos dos

sistemas de gestão são similares. Todos os sistemas partilham

de uma abordagem preventiva em detrimento da correcção.

Por outro lado, um único sistema é mais eficiente, facilitando

a tomada de decisões e a gestão global dos recursos. Um

sistema integrado evita redundâncias e duplicações, sendo

mais facilmente utilizado como uma ferramenta efectiva de

gestão. A experiência indica que o sucesso de um dos subsis-

temas poderá levar, por arrastamento, ao sucesso dos outros

subsistemas. A partilha de experiências e conhecimentos favorece

ainda o desenvolvimento da organização.

É importante realçar que, no caso particular de transição

para um sistema integrado, é possível manter a integridade

dos subsistemas já existentes e que um problema num subsis-

tema não se estende necessariamente aos outros. Isto é possível

por exemplo, através da integração das políticas e das instruções

de trabalho operacionais e, em simultâneo, da manutenção de

procedimentos gerais da qualidade, ambiente e segurança e

saúde, numa primeira fase.

A integração dos sistemas de qualidade, ambiente e se-

gurança e saúde tem mais vantagens que desvantagens, mas

todas deverão ser debatidas pela organização. Poderão ser

colocadas questões como: quem vai dirigir o sistema único? ou

observações como: os sistemas actuais funcionam adequada-

mente, surgindo receios quanto à maior complexidade e buro-

cracia de um único sistema integrado.

Embora ambas as abordagens, sistemas independentes ou

sistema integrado, sejam ambas defensáveis, é de prever que

as organizações progressivamente alinhem e compatibilizem

os seus subsistemas com vista a uma integração final, como

opção estratégica para o seu desenvolvimento.

A integração de sistemas da qualidade, ambiente e a se-

gurança e saúde apresenta muitos benefícios potenciais e poderá

reforçar a coesão, eficácia e eficiência globais da organização.

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