17
298 17 Reações de álcool, éteres e epóxidos 17.1 Reatividade do álcool A reatividade do álcool é baixa e esta presente nas ligações sigmas formadoras das moléculas simples. Cisão heterolítica da ligação - O - H C O R H H H Cisão heterolítica da ligação - C - O - C O R H H H 17. 2 Formação de alcóxidos O álcool é um ácido fraco ( pKa = 15,5 a 19 ) capaz de desenvolver reação com metais ativos para formar alcóxidos. C O H H H H 2 + 2 Na C O Na H H H 2 + H 2 Metanol Metóxido de sódio C O H H H CH 3 2 + 2 Na C O Na H H 2 + H 2 CH 3 Etanol Etóxido de sódio

CAP 17quimidist2010

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  • 298

    17 Reaes de lcool, teres e epxidos

    17.1 Reatividade do lcool

    A reatividade do lcool baixa e esta presente nas ligaes sigmas formadoras das molculas simples.

    Ciso heteroltica da ligao - O - HC OR

    HH

    H

    Ciso heteroltica da ligao - C - O -C

    OR

    HH

    H

    17. 2 Formao de alcxidos

    O lcool um cido fraco ( pKa = 15,5 a 19 ) capaz de desenvolver reao com metais ativos para formar alcxidos.

    CO

    HH

    HH2 + 2 Na C

    O Na

    HH

    H2 + H2

    Metanol Metxido de sdio

    CO

    HH

    H

    CH3

    2 + 2 Na CO Na

    HH

    2 + H2CH3Etanol Etxido de sdio

  • 299

    As bases fortes como hidreto e amideto transformam o lcool em alcxido atravs de uma reao cido-base.

    CO

    HH

    H

    CH3

    + Na H CO Na

    HH

    + H2CH3

    Etanol - cido de LewisEtxido de sdioHidreto de sdiobase de Lewis

    CO

    H

    CH3

    + Na NH2 CO Na

    + NH3

    CH3

    cido de Lewisbase de Lewis

    CH3 CH3CH3 CH3

    lcool t-butilico

    Amidetode sdio

    t-butxido de sdio

    A solvatao um parmetro importante na determinao da acidez dos lcoois. Alcxidos volumosos dificultam a solvatao, desta forma, se torna mais fcil conexo de um prton oriundo de uma espcie acida. Sendo assim, o t-butxido uma base mais forte que o metxido. A ordem de basicidade pode assim ser escrita: alcxido tercirio > alcxido secundrio > alcxido primrio > metxido.

    CO

    H

    CH3

    CH3 CH3

    lcool t-butilico

    COCH3

    CH3 CH3

    t-butxido

    CO

    H

    CH3

    CH3

    lcool isoproplico

    H

    CO

    H

    CH3 lcool etlico

    HH

    CO

    H

    lcool metlico

    HH

    H

    lcool tercirio lcool secundrio lcool primrio

    COCH3

    CH3

    isopropxido

    H

    COCH3

    HH

    etxido

    CO

    HH

    metxidoH

    Acidez crescente

    Basicidade crescente

    17.3 lcool gerando haloalcano primrio

    Os lcoois e teres possuem baixa reatividade quando submetidos a reaes de substituio e eliminao. Isto acontece pelo fato das estruturas do lcool e do ter possurem grupo de sada como -OH e RO- que so bases fortes e, portanto pssimos grupos de sada em uma reao de substituio. Desta forma para que uma reao de substituio ocorra no lcool e no ter preciso melhorar o grupo de sada transformando-o em uma base fraca e para que isto seja possvel a reao tem que ocorrer em meio cido. A presena do cido promove a protonao do lcool e do ter deixando o grupo de sada na forma de gua e de lcool.

  • 300

    Primeira etapa: preparao do grupo de sada

    OH

    H

    HH

    H- Br

    H

    HH

    OH2 + Br-

    lcool lcool protonadocido Base fraca

    Como o nuclefilo uma base fraca, nion brometo, a reao lenta e precisa de aquecimento.

    Segunda etapa: ataque do nuclefilo pela retaguarda do substrato.

    H

    HH

    OH2Br- Br

    H

    HH

    + H2O

    Nuclefilo atacando o substrato e liberando como grupo retirante a gua que uma base fraca.

    Quando o cido clordrico utilizado, o processo se torna mais lento pelo fato do cido clordrico ser o mais fraco da srie de halohidrcidos, isto se deve ao efeito da fora da ligao entre o hidrognio e o halognio, (HI > HBr > HCl ). Para melhorar a velocidade da reao utiliza-se junto com o HCl o catalisador cloreto de zinco, ZnCl2, que por ser um cido de Lewis recebe o par de eltrons do oxignio.

    CH3CH2OH + HClZnCl2

    CH3CH2Cl + H2O

    Na primeira etapa do mecanismo, o cloreto de zinco prepara o grupo de sada.

    ZnCl2

    CH3H

    H

    OH

    H

    HCH3

    OH

    Zn

    Cl

    ClOH

    ZnCl + Cl-

    Par de eltrons do oxignio deslocado para o orbital vazio do zinco.

    Substrato com um bomgrupo de sada

    CH3H

    H

    Segunda etapa: ataque do nuclefilo pela retaguarda do substrato.

    OH

    ZnCl

    Substrato com um bomgrupo de sada

    CH3

    H

    H

    Cl

    Cl

    CH3H

    H

    + HO ZnCl

    Produto

    Terceira etapa: recuperao do catalisador.

    Cl - Zn - OH + H - Cl Cl - Zn - OHH

    Cl

    ZnCl2 + H2O

  • 301

    Este reagente HCl / ZnCl2 conhecido com o nome de reagente de Lucas e serve para diferenciar a posio da hidroxila na cadeia carbnica atravs do turvamento da soluo do produto formado e pelo tempo de reao. lcool tercirio, mecanismo SN1, a soluo torna-se turva imediatamente. lcool secundrio, mecanismo SN1, a soluo torna-se turva depois de alguns minutos. lcool primrio, mecanismo SN2, a soluo no fica turva. O tipo de reao de substituio depende do lcool. lcool primrio reage com HI,HBr e HCl atravs de mecanismo SN2. lcool secundrio e tercirio fornecem reao SN1. Na reao SN1 forma-se o carboction que pode levar a produto de substituio e eliminao. Sendo que neste caso o produto de eliminao (olefina) reage com o hidrcido presente no meio reacional e forma haloalcano.

    17.4 lcool gerando haloalcano secundrio e tercirio

    Este mecanismo acontece preferencialmente em lcoois secundrios e tercirios. O mecanismo a seguir mostra a transformao do ciclopentanol em bromociclopentano.

    OH+ H - Br

    Br

    + H2O

    Ciclopentanollcool secundrio Bromociclopentano

    Primeira etapa: preparao do grupo de sada.

    OH

    + H - BrOH2

    + Br-

    Segunda etapa: formao do carboction.

    OH2

    El+ + H2O

    Terceira etapa: conexo do nuclefilo no carboction.

    + + Br-

    Br

    ER

    Produto de eliminao.

    B-r

    +

    H

    + H - BrBr

  • 302

    O produto de eliminao ao se formar reage com o cido bromdrico levando a formao do bromociclopropano.

    O lcool tercirio reage com o cido bromdrico de forma mais rpida que o lcool secundrio, isto acontece pelo fato do carboction tercirio se formar com mais facilidade que o secundrio. O mecanismo a seguir ser desenvolvido para a reao do lcool tercirio 1-hidrxi-1-metilcicloexano com o cido ioddrico. uma reao rpida por se tratar de um lcool tercirio.

    CH3

    OHH I

    CH3

    OH2

    lcool tercirio protonado

    + I-

    Prxima etapa, a determinante da velocidade da reao, sendo portanto, denominada de etapa lenta. Aqui ocorre a formao do carboction tercirio, intermedirio da reao.

    CH3

    Carboction tercirio

    CH3

    OH2

    lcool tercirio protonado

    E L

    Na ltima etapa, o nuclefilo faz a conexo no carboction gerando um haloalcano tercirio cclico.

    CH3CH3

    I-I

    E R

    Vamos agora colocar o produto formado na conformao cadeira, e em seguida, avaliar qual a conformao mais estvel. A estrutura I a mais estvel pelo fato da interao 1,3-diaxial entre o iodo e os hidrognios trs e cinco ter menor valor energtico.

    I

    CH3CH3

    IH

    HH

    H

    I I I

  • 303

    17.4.1 Rearranjo molecular

    Quando o carbono conectado a hidroxila, for vicinal a um carbono tercirio ou quaternrio ocorrer rearranjo molecular.

    CH3

    OH

    Este carbono tercirio, ent ocorrer rearranjo.

    OH

    CH3

    H Br

    CH3Br

    CH3

    Br2 2

    2 H2O+

    Esta reao leva a formao de dois produtos diferentes, ocasionados pela formao do carboction que passou pelo processo de rearranjo.

    Acompanhe o desenvolvimento do mecanismo.

    OH

    CH3

    H Br

    H3C

    OH2

    Primeira etapa, protonao do lcool

    + Br

    A protonao do lcool ocorre atravs de uma reao cido-base. O par de eltrons livre do oxignio captura o hidrognio ionizvel do cido bromdrico. Em seguida liberada para o meio reacional a base conjugada nion brometo.

    OH2

    CH3 H3C

    Segunda etapa, formao do carboction. Etapa lenta

    H2O +E L

    Observe que o carboction formado secundrio e se encontra vizinho a um carbono tercirio, quando isto acontece ocorre o processo de rearranjo com migrao de hidreto, e assim, o carboction secundrio d origem a um tercirio.

    CH3 H3CH

    Carboction secundrio Carboction tercirio

    Rearranjo do carboction

  • 304

    Conexo dos carboctions no nuclefilo nion brometo.

    H3CCarboction secundrio

    Br-

    H3C

    Br

    E R

    1- bromo -2- metilcicloexano

    H3CCarboction tercirio

    Br-

    H3C Br

    E R

    1- bromo -1- metilcicloexano

    Conexo do nuclefilo no carboction.

    17.5 Reao com o cloreto de tionila.

    O cloreto de tionila, SOCl2, tambm tem a finalidade de transformar o grupo hidroxila do lcool em um grupo de sada que possa ser rapidamente deslocado pelo on haleto. Utiliza-se no meio reacional piridina como solvente para evitar a liberao de cido clordrico.

    CH3H

    H

    OH S

    O

    ClCl

    CH3H

    H

    OH

    S

    O

    ClCl

    CH3H

    H

    OH

    S

    O

    Cl

    + Cl-

    O par de eltrons do oxignio faz a conexo no centro eletroflico do enxofre no momento em que os eltrons pi se deslocam para o oxignio.

    No momento seguinte os eltrons pi retornam do oxignio para formar novamente a ligao pi com o enxofre expulsando o cloro da estrutura na forma de nion cloreto.

    CH3H

    H

    O

    H

    S

    O

    Cl

    CH3H

    H

    O S

    O

    Cl

    Grupo clorosulfito, bom grupo de sada

    Base piridina

    HN

    +

    Piridina protonada

    Nesta prxima etapa o nuclefilo nion cloreto ataca pela retaguarda liberando o grupo de sada clorosulfito.

  • 305

    CH3H

    H

    O S

    O

    Cl

    Grupo clorosulfito, bom grupo de sada

    Cl-

    CH3 H

    H

    Cl + SO2 + Cl-

    17.6 Reao com o trialeto de fsforo.

    O trialeto de fsforo favorece um melhor rendimento e ao interagir com a hidroxila do lcool forma o grupo de sada halofosfito. A piridina utilizada como solvente.

    CH2OHP

    Br

    Br BrCH2O

    H

    PBr2

    Tribrometode fsforo

    N CH2O PBr2

    +

    HN

    Piridina

    + Br

    Na prxima etapa do mecanismo, o nuclefilo brometo faz o ataque pela retaguarda em um processo SN2.

    PBr2

    HH

    OBr -

    Grupo de sadabromofosfito

    HH

    Br + -OPBr2

    O ataque do nuclefilo brometo promove o deslocamento do grupo de sada bromofosfito, levando a formao do haleto de alquila. Observe novamente o processo no exemplo seguinte.

    N

    +N

    Piridina

    + BrOH

    H3C

    H H

    Br P Br

    Br

    O

    H3C

    H HH

    PBr2

    OPBr2

    H3C

    H H

    H

  • 306

    OPBr2

    H3C

    H H Grupo de sadabromofosfito

    Br

    CH3

    Br

    HH

    + OPBr2

    17.7 Reao de haloidrina com cido bromdrico

    O lcool halogenado, com halognio e hidroxila em posio vicinal, reagem com o acido bromdrico formando dialetos vicinal. Esta reao acontece com reteno de configurao.

    Br

    OHH CH3

    H CH3 Br

    CH3H

    H

    CH3

    toroOH2

    3 em C-2 toro em C-3

    Br

    CH3

    H

    OH H

    CH3

    CH3

    CH3

    HO H

    H Br

    Substrato (2R,3R)- 3 -bromo-2-butanol

    R

    R

    Desenvolvimento do mecanismo.

    Br

    OHH CH3

    H CH323

    H - Br

    Br

    OH2H CH3

    H CH323 + Br

    Primeira etapa: o cido protona o lcool.

    Br

    OH2H CH3

    H CH3

    Participao do bromo no processo de retirada da gua da estrutura.

    Br

    H CH3

    H CH3

    + H2O

    O nuclefilo nion brometo promove a abertura do anel de trs membros.

    Br

    Br

    H CH3

    H CH3

    Br

    Br

    H CH3

    H CH3

    Dialeto vicinal2,3-dibromobutano

    aa

    Produto obtido pelo caminho a

    A abertura do anel de trs membros pode ser efetuada pelo caminho (a) e pelo caminho (b), desta forma ocorrer a formao de dois produtos que devem apresentar a configurao do centro quiral diferente. O produto obtido pelo caminho (a) apresenta

  • 307

    configurao 2R, 3R , enquanto que, o obtido pelo caminho (b) apresenta configurao 2S,3S. Os dois produtos formam um par de enancimeros ou par d,l.

    Br

    Br

    H CH3

    H CH3

    Br

    HCH3

    HCH3 Dialeto vicinal

    2,3-dibromobutano

    Brb

    b

    Produto obtido pelo caminho b

    O produto 2,3 dibromobutano obtido pelo caminho (a), ser colocado em projeo de Fischer.

    Br

    H CH3

    H CH3 Br

    CH3H

    H

    CH3

    toro2

    3 em C-2 toro em C-3

    Br

    CH3

    H

    H

    CH3

    CH3

    CH3

    H

    H Br

    R

    RBr

    BrBr

    Br

    O produto 2,3 dibromobutano obtido pelo caminho (b), ser colocado em projeo de Fischer.

    Br

    Br

    HCH3

    HCH3

    Produto obtido pelo caminho b

    2

    3

    toro no C-2 CH3

    H Br

    H CH3

    Br

    toro no C-3CH3

    H Br

    H

    CH3

    Br

    CH3

    CH3

    H Br

    Br HSS

    O desenvolvimento do mecanismo a seguir ser realizado com o substrato (2R,3S)-3-bromo-2-butanol, o resultado esperado ser (2R, 3S)-2,3-dibromo butano, que um meso-dibrometo.

    OH

    Br

    CH3H

    CH3 H

    H - Br OH2

    Br

    CH3H

    CH3 H

    + Br

    Primeira etapa: protonao do lcool.

    Segunda etapa: formao do anel de trs membros.

  • 308

    OH2

    Br

    CH3H

    CH3 HBr

    CH3H

    CH3 H

    + H2O

    Terceira etapa: abertura do anel pelo ataque do nuclefilo.

    Br

    CH3H

    CH3 H

    Br

    Br

    a

    b

    a

    Br

    CH3 HBr

    H CH3

    CH3

    H Br

    CH3

    H Br

    toro em C-2e em C-3

    CH3

    CH3

    H Br

    BrH

    Substncia meso

    Br

    CH3H

    CH3 H

    Brb

    CH3

    HBr

    CH3

    HBr

    toro em C-2e em C-3

    CH3

    CH3

    HBr

    Br H

    Substncia meso

    S

    Rb

    Br

    Br

    CH3 H

    H CH3

    17.8 Reatividade dos teres

    Os teres tanto quanto os lcoois apresentam baixa reatividade diante da substituio nucleoflica, por esta razo so utilizados como solventes nas reaes orgnicas.So mais facilmente atacados por cidos e resistentes ao ataque de base. O cloreto de tionila e o trialeto de fsforo no servem como ativadores para ter.

    CH3 CH2 O CH3CH3 OH / H2O

    No ocorre reao

    OCH3 / CH3OH

    No ocorre reaoNH2 / NH3liq

    No ocorre reao

    ROR1

    17.9 ter gerando haloalcano

    A reao de substituio ocorre em presena de hidrcido, que protona o ter promovendo a ativao necessria para a reao ocorrer.

    R2OHSN1 ROH + R Carboction secundrio ou tercirioHO

    R R1NuSN2 Nu - R + R1OH

  • 309

    A reao do ter metlico em presena cido ioddrico segue um mecanismo de substituio nucleoflica bimolecular.

    CH3H

    H

    OCH3 + H - I

    CH3H

    H

    OCH3H+ I

    Primeira etapa : protonao do ter.

    Ataque do nuclefilo pela retaguarda. Reao SN2.

    CH3H

    H

    OCH3H I

    H

    HCH3

    + CH3OH

    I

    No momento em que o grupo de sada abandonar a estrutura importante verificar o tipo de carboction que pode ser formado. Se formar carboction secundrio ou tercirio o mecanismo aps a protonao ser SN1.

    CH3

    OCH3 + H - I

    CH3

    OCH3H + I

    Protonao do ter.

    CH3

    CH3

    CH3

    CH3

    CH3

    OCH3H + CH3OH

    CH3

    CH3

    CH3

    CH3CH3

    Formao de carboction tercirio. Mecanismo SN1.

    Conexo do nuclefilo no carboction

    CH3

    CH3CH3

    + I

    CH3

    CH3

    CH3

    I

  • 310

    17.10 Preparao de ter

    A reao de preparao de um ter conhecida com o nome de sntese de willimson e consiste na reao entre um alcxido ou um fenxido com um halogeneto de alquila.

    R O M + R1 X R- O - R1 + M X

    CCl

    COCH3

    HH

    CO NaCH3

    HH

    H

    H H

    + C

    HH

    H+ Na Cl

    Etxido de sdioCloreto de metila Etil-metil-ter

    CCl

    CH3

    HH

    CH3 Cloreto de etila

    O K

    Fenxido de potssio

    OC

    H

    H

    Etil-fenil-ter

    + KCl

    O ter pode ser formado atravs da reao com cido sulfrico em temperatura de 140oC. Nesta temperatura ocorre a desidratao intermolecular.

    2 CH3CH2OHH2SO4

    140oC CH3CH2OCH2CH3 + H2O

    2 CH3CH2OHH2SO4

    180oC 2 CH2 = CH2 + 2 H2O

    17.11 Nomenclatura de epxidos

    O nome usual de um epxido se faz atravs do nome usual do alceno precedido da palavra xido.

    O

    H2C CH2xido de etileno

    O

    H2C CHCH3xido de propileno

    O

    xido de ciclopenteno

    A nomenclatura sistemtica do epxido realizada de duas formas. A primeira nomenclatura chama o anel de trs membros de oxirano e considera a posio do oxignio como sendo a 01 do anel.

  • 311

    2,3- dietiloxirano

    O

    2-metil-3-propiloxirano

    O

    A segunda nomenclatura utiliza o prefixo epxi para indicar os carbonos aos quais o oxignio esta ligado e a cadeia carbnica recebe o nome do alcano correspondente.

    OO

    1

    234

    5

    3,4-epxi-2-metilexano

    61

    23

    4

    5

    2,3-epxipentano

    Os epxidos so reativos devido tenso angular existente no anel de trs membros.

    17.12 Reao de epxidos com haletos de hidrognio

    A reao inicia com a protonao do epxido. O par de eltrons do oxignio captura o hidrognio do cido atravs de um processo cido base. O nion brometo base conjugada do acido bromdrico faz a abertura do anel protonado. O produto formado mostra hidroxila e bromo em lados diferentes na molcula. Se o produto for colocado em projeo em cela, a hidroxila e o bromo estaro em posio antiperiplanar.

    OCH3

    CH3

    CH3

    H3C

    H - Br

    OCH3

    CH3

    CH3

    H3C

    H

    Br

    CH3 CH3

    Br

    OH

    CH3CH3

    Protonao do epxido Abertura do anelHaloidrina. Bromo e hidroxila em posio antiperiplanar

    17.13 Reao de epxido catalisada por cido

    A reao em meio cido promove a protonao do epxido que pode ter o anel de trs membros aberto por qualquer nuclefilo fraco tal como lcool e gua.

    O H - OH2 OHH

    OH2

    OH

    OH

    H

    ++

    +

    Epxido protonadoAbertura do anel

    lcool protonado

  • 312

    OH

    OH

    H OH2

    OH

    OH

    + H3O+

    +

    Produto trans diaxialtrans-1,2-cicloexanodiol

    Desprotonao

    Quando o anel do epxido contiver substituintes diferentes nas posies dois e trs a reao levar a dois produtos diferentes.

    O

    H2C CHCH2CH3

    CH3OH

    H

    O

    H2C CHCH2CH3

    H

    + CH3OH

    Protonao do epxido

    O produto principal acontece com a abertura do anel pelo carbono menos hidrogenado. O nuclefilo ataca no carbono que contiver carga parcial positiva mais estvel e neste caso ser o que contiver mais ligantes alquilas.

    O

    H2C CHCH2CH3

    H

    CH3OH CH3OHab

    ab

    H2C CHCH2CH3a

    b

    H2C CHCH2CH3

    CH3O - H

    OH

    OH

    CH3O - H

    CH3OH

    CH3OH

    H2C CHCH2CH3

    OH

    CH3O + CH3OH2

    H2C CHCH2CH3CH3O

    OH

    + CH3OH2

    Produto principal

    17.14 Reao de epxido catalisada por base

    O mecanismo comea com a base, geralmente um alcoolato, atacando o epxido e provocando a abertura do anel de trs membros.

    Depois da abertura do anel, o oxignio fica com carga negativa e recebe um prton do metanol atravs de um processo cido-base.

    A base ataca o anel no carbono com menor bloqueio que ser o carbono mais hidrogenado.

  • 313

    O

    H2C C(CH3)2

    CH3O

    Ataque da base no carbono menos impedido levando a abertura do anel.

    H2C C(CH3)2CH3O

    O

    CH3 - O - H

    CH3OH

    H2C C(CH3)2CH3O

    O

    O composto formado captura um prton do metanol.

    H2C C(CH3)2CH3O

    OH

    1-metxi-2-metil-2-propanol

    17.15 Preparao do epxido

    A formao do epxido pode ocorrer quando o halogeneto caracterizado como grupo de sada, e o alcxido se encontram na mesma molcula. Esta situao promove uma reao de substituio nucleofilica intramolecular, por ataque dos eltrons situados no oxignio ao carbono conectado ao halognio.

    O substrato em projeo cela estrelada foi colocado em projeo de Fischer. Como o -Br e o ONa esto voltados para o mesmo lado na projeo de Fischer, so denominados de estereoismero eritro.

    CH3

    CH3H

    H Br

    ONa

    Estereoismero (2S, 3R)

    toro em C-2e C-3

    CH3

    Br H

    ONa

    CH3

    H

    CH3

    CH3

    Br H

    NaO H

    R

    S

    Projeo de Fischer

    Cela estrelada

    Cela eclipsada

    Estereoismero eritro

    Desenvolvimento do mecanismo SN2 intramolecular.

    CH3

    CH3H

    H Br

    ONa

    Estereoismero (2S, 3R)CH3

    CH3H

    H

    O

    trans-2,3-dimetil-oxirano

    + Na Br

    O estereoismero ( 2R,3R) leva a formao do cis-2,3-dimetil-oxirano. O -Br e o ONa esto voltados para lados diferentes da molcula em projeo de Fischer, so denominados de estereoismero treo.

  • 314

    CH3

    CH3H

    H Br

    ONa

    Estereoismero (2R, 3R)

    toro em C-2e C-3

    CH3

    Br H

    ONa

    CH3

    H

    CH3

    CH3

    Br H

    H

    R

    Projeo de Fischer

    Cela estrelada

    Cela eclipsada

    ONaR

    Estereoismero treo

    CH3

    CH3H

    H Br

    ONa

    Estereoismero (2S, 3R)CH3

    CH3H

    H

    O

    cis-2,3-dimetil-oxirano

    + Na Br

    O epxido pode tambm ser obtido atravs da reao entre um percido orgnico e um alceno. Os percidos orgnicos so espcies eletrofilicas e reagem com maior velocidade com alcenos que trazem na estrutura quatro substituintes alquila.

    R R1

    R1R

    OO C

    R2

    HO

    R R1

    R1R

    O O CR2

    HO

    +

    Alceno com quatrosubstituintes alquila

    Epxido cido carboxlico

    H3C CH3

    CH3H3C

    OO C

    CH3

    HO

    H3C CH3

    CH3H3C

    O O CCH3

    HO

    +

    Alceno com quatrosubstituintes alquila Epxido

    cido carboxlico