Cap 6 - John Dewey e o Ensino de Arte no Brasil

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Reflexões sobre o Capítulo 6 do livro de Ana Mae Barbosa sobre "John Dewey e o Ensino de Arte no Brasil".

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  • Comment [LM1]: Perrelet vem da Europa para ORGANIZAR o ensino pblico de Minas Gerais. Ela compunha a equipe do Instituto Jean-Jacques Rousseau, era educadora, psicloga e pesquisadora. Minas Gerais passa por significativa reforma educacional, liderada por Francisco Campos.

    Comment [LM2]: Objetivos do Instituto Jean-Jacques Rosseau era extrair dos novos conceitos de psicologia consequncias prticas para a educao. Primeiro curso formado sistematizado para professores de arte de Goinia oferecia disciplinas da arte/educao e uma relacionada psicologia do desenvolvimento da criana (Teorias da Aprendizagem), ainda, enquanto Coordenao de Arte da Metropolitana, em 2002. A equipe de professores do Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte (2004) foi formada por professores de artes visuais, dana, msica, teatro e uma psicloga, tambm educadora. Anteriormente, prevalecia-se na rede o uso da disciplina arte sem nenhuma responsabilidade com a formao esttica dos estudantes. Eixos que sustentam o Ciranda da Arte:

    1.A formao continuada que se

    desenvolve por meio de cursos,

    oficinas, seminrios, assessorias

    pedaggicas e orientaes

    curriculares, partindo-se do

    pressuposto que ao qualificar os docentes, qualificam-se, tambm,

    suas prticas pedaggicas que,

    significativas e consistentes,

    capacitam os estudantes a conhecer,

    interagir, interpretar, compreender

    criticamente o mundo e a si

    prprios. (Alcntara, 2011, p. 10)

    2. A produo artstica tem como principal ao promover grupos

    artsticos formados por professores

    na perspectiva de valorizar e ...

  • Comment [LM3]: O Instituto alcana seus objetivos. Perrelet atuou em aes diferenciadas no Instituto. Foi professora de professores; professora de crianas em escolas; como pesquisadora, buscava novos mtodos para se ensinar arte, porm, no entendia a exclusividade de um mtodo como a nica opo usada para se ensinar, pelo contrrio, essa postura restringiria e prejudicaria o ensino

    Comment [LM4]: Ciranda da Arte, em sua funo de

    orientar e assessorar os professores da

    rede, vale-se dos tericos que

    embasam e do sustentao aos

    conceitos que se instituem como

    fundamentais para um ensino de arte

    delineado nos princpios

    metodolgicos do produzir, do

    compreender criticamente e do

    contextualizar as artes, configurando-

    se numa proposta de currculo voltado

    para a diversidade cultural e

    construo de identidades, resultando,

    portanto, nas matrizes curriculares de

    artes visuais, dana, msica e teatro

    adotadas em todas as unidades

    escolares da rede pblica estadual.

  • Comment [LM5]: .

    A psicologia reconhece que a criana representa sua realidade atravs de seus desenhos. Do ponto de vista da gentica O desenho do ponto de vista da gentica: Do ponto de vista da patologia: Do ponto de vista da pedagogia: os desenhos da criana sinalizam situaes sobre a realidade na qual a criana est inserida, que podem ajudar nas intervenes pedaggicas propostas pelos profissionais da educao. O desenho um aliado na construo do pensamento. Na arte/educao, a anlise de uma obra de arte, ou de um desenho, por um receptor, est no campo da interpretao que faz, da sua compreenso, da bagagem que traz. Busca-se na fruio compreender qual ideia o criador quis se expressar, sem nenhum intento de intervir em sua subjetividade, mas de servir-se do material artstico para ampliar suas sensaes, emoes, percepes. Quando o receptor afetado pela obra, a compreende e nela se reconhece, ela faz sentido para sua vida, pode-se dizer que houve uma experincia esttica.

  • Comment [LM6]: Importante ter os registros, documentos e publicaes que relatam sobre a arte/educao em Gois. Criar um acervo do Ciranda da Arte possibilita o acesso de pesquisadores a esse material e solidifica sua histria.

  • Comment [LM7]: Ciranda da Arte no tem oramento para sua gesto. O primeiro prdio destinado sua criao foi reformado com recursos pessoais da sua idealizadora/diretora, por emprstimo feito no Banco ITAU, no valor de R$ 7.500,00, no ano de 2004. O nico investimento financeiro da SEDUCE no Ciranda da Arte se refere aos salrios dos servidores. Todas as despesas com fotocopiadora, internet, servio de cmera eletrnica, assistncia tcnica e de manuteno emergencial continua sob a responsabilidade da diretora da instituio.

    Comment [LM8]: O Instituto era voltado para formao de crianas, formao de professores, formao de gestores educacionais, ensino especial, psicologia infantil, pedagogia experimental, educao e orientao profissional. Demonstra versalidade pedaggica.

  • Comment [LM9]: Fazer levantamento das publicaes de professores vinculados ao Centro de Estudo e Pesquisa Ciranda da Arte. Diversidade de publicaes de pesquisas demonstra o ecletismo do Instituto; nenhum mtodo dono da verdade; a diversidade possibilita a riqueza de possibilidades de aprendizagens e no restringe a percepo por meio de um olhar restrito.

  • Comment [LM10]: Perrelet condenou a ideia de arte pela arte. O projeto de Bandas Marciais e Musicais desenvolvidos nas escolas estaduais no visa apenas ensinar a msica pela msica, mas, cultivar um ambiente que promova a transformao social por meio da msica. Ciranda da Arte e o desafio de se pensar um currculo voltado para a diversidade cultural. Categorias que suscitam diferenciadas ideias e geram diferentes prticas.

    1.Ensino de Arte para o Ensino Regular 2. Ensino de Arte para Escolas de Tempo Integral 3.Ensino de Arte para Escolas Especiais 4.Ensino de Arte para Escolas Inclusivas 5.Ensino de Arte para Educao de Jovens e Adultos 6.Ensino de Arte para Educao Indgena 7.Ensino de Arte para Escolas Quilombolas 8.Ensino de Arte para Escolas Prisionais 9.Ensino de Arte para escolas gerenciadas por Organizaes Sociais 10.Ensino de Arte para Escola do Campo

    Respeito s ideias divergentes geram possibilidades de diferentes prticas. Restringir uma proposta curricular unificada, empobrece o conhecimento, reduz a capacidade inventiva, inibe as singularidades das experincias. Mtodos diferenciados devem ser desenvolvidos para situaes diferenciadas. Perrelet props um mtodo de ensino de desenho baseado na concepo deweyana sobre apreciao e integrao. Seu conceito de desenho como integrao trazido tendo como princpio o interesse de viver uma vida plena, rica e livre.

  • Comment [LM11]: A educao como um desenvolvimento contnuo comeando das funes inferiores para as superiores em integrao. O hiato que existe entre o professor compreender as orientaes curriculares para o ensino de arte, evidenciadas nos documentos oficiais para a rea de arte da rede estadual em Gois e a elaborao do currculo voltado para o contexto de cada escola se d no somente pela falta de professores com formao especfica em sala de aula. Muitos professores que tm a formao em arte tambm no conseguem elaborar uma proposta curricular, fazendo o encadeamento necessrio s etapas das aprendizagens dos estudantes. Ainda, lidar com as individualidades e ritmo de cada criana no de forma enrijecida.

  • Comment [LM12]: Mtodo centrado na ao e movimento facilita a sistematizao do conhecimento e base para a reflexo. Essa ideia de Perrelet faz conexo com o pensamento de Dewey em que [...] o movimento anterior sensao consciente.

  • Comment [LM13]: A importncia do movimento nas experincias com a arte deve ser um princpio que rege a escola para todas as reas do saber. O fazer/expresso precede e imprescindvel reflexo/impresso consciente.

  • Comment [LM14]: Percebe-se grande influncia de John Dewey nas propostas de educadores musicais do incio do sculo XX, em diferentes localidades, denominadas mtodos ativos. Apesar destas propostas serem estudadas nos cursos de licenciaturas e serem atuais os professores no as tm adotado nas escolas. Estes mtodos aproximam a criana e a msica por meio de suas experincias.

  • Comment [LM15]: Os mtodos ativos descartam a nfase na tcnica e na teoria. Trata o conhecimento simblico como resultado da sistematizao da experincia. Para Perrelet o conhecimento simblico no tem nenhum valor em si, mas que seu valor incide em us-lo na integrao de novas experincias. Este argumento desmonta o ensino tradicional de msica, fortemente valorizado nos conservatrios de msica, nos quais o conhecimento terico e a prtica musical so compartimentalizado.

  • Comment [LM16]: AS formas mecnicas de ensino no estabelecem a comunho entre sujeito e objeto. No tocante apreciao de arte, exige-se o mesmo raciocnio. E, Perrelet estabelece essa mesma relao no apenas na experincia esttica, mas para qualquer conhecimento.

  • Comment [LM17]: A interao das caractersticas do objeto e das caractersticas de experincias passadas que produz um novo conhecimento. O mtodo de Perrelet induz a experincia simblica a partir da experincia direta. O mtodo de Perrelet simplifica a passagem da experincia direta para a experincia simblica. O mtodo de Perrelet promove uma participao vital da criana.

  • Comment [LM18]: Um exemplo: ao estudar sobre a fisiologia da voz, aprende-se sobre o mecanismo para uma respirao diafragmtica, indicada para o canto. Neste estudo, fica caracterizado que esta tcnica de respirao facilita uma nota sustentada, ou uma frase musical mais extensa, quando usada corretamente. De forma ldica vivencia-se a experincia: deitada no cho, a criana percebe sua respirao diafragmtica, sentindo, com a mo sobre o abdmen, o movimento do prprio corpo, enquanto inspira e expira lentamente, dosando a sada de ar. Ela perceber que este jogo vai ajud-la no seu intento de cantar uma frase musical completa com o controle de sada de ar em suas expirao. Estes conhecimentos biolgicos devem vir memria ao se estabelecer relao destes elementos em uma nova experincia, a de executar uma msica cantando frase por frase, dominando a sada de ar. Para que serviria todo o conhecimento anterior se no fossem usados na consumao de uma experincia consumatria, e para dar sentido s novas experincias? O corpo como instrumento educacional. Dar uma noo expressiva dos elementos artsticos, assim, a criana compreender, no desenho, o valor e a significao das linhas. Na msica, compreender a significao das figuras musicais a partir da suas combinaes rtmicas e meldicas, ao transformar o objeto sonoro em musical. ...

  • Comment [LM19]: Dewey atribui o valor de uma atividade compreenso do seu significado no apenas no movimento muscular, mas tambm no exerccio da imaginao. Nutrir a imaginao da criana, atribuindo elementos para o exerccio da criatividade.

  • Comment [LM20]: Ampliar as experincias com diferenciados exemplos Provoca a compreenso de que uma ideia pode ser elaborada de diferentes formas. Uso de metodologias diferenciadas com um mesmo objetivo de expressar a ideia. O fracasso escolar passa por este vis, principalmente, no tocante escola de tempo integral que oferece aos alunos o apoio ao letramento e ao numeramento, repetindo as mesmas metodologias praticadas nas disciplinas especficas. So os mesmos professores, as mesmas tcnicas e, obviamente, os mesmos resultados pedaggicos.

  • Comment [LM21]: Exprimir ideias por meio de movimentos. Externalizar sentimentos por meio de movimentos do corpo. Propor situaes novas com os mesmos materiais pedaggicos a fim de aguar a imaginao.

  • Comment [LM22]: A educao do futuro se apoiar nos jogos, uma metodologia j adotada que desenvolve o poder de se trabalhar em equipe, nas tentativas dos erros e acertos e, acima de tudo, na possibilidade de trabalhar com formulaes. Professores que usam o jogo ativo em suas propostas pedaggicas obtm bons resultados nas aprendizagens dos estudantes. A experincia cm o prprio corpo facilita a interao do aluno com os elementos do aprendizado.

    Comment [LM23]: Uso do corpo nos jogos ativos como ponto de partida para o aprendizado/conhecimento. A experincia, primeiramente deve ser com o prprio corpo, para, posteriormente, ser exteriorizada. Buscar sequencias de atividades que despertem a percepo do significado. Este, poder ser ampliado se flexibilizada a significao do elemento grfico. Em vez de reforar a representao grfica, ampliar o significado do objeto que est sendo desenhado. O professor deve tecer comentrios sobre o desenho, a arte da criana, explicando como o desenho foi feito, valorizando o seu significado e no a sua perfeio. Compreender o objeto representativo a partir de aes/movimento, suas diversas possibilidades nas mos de um criador imaginativo. Com um cordo em movimento, construir significados. O professor deve valorizar o percurso de criao, enfatizando seu resultado e no motivar a perfeio do desenho.

  • Comment [LM24]: Muito do que se estuda na escola ocupa a camada da superficialidade. As vezes h exagero em um determinado contedo sem que o mesmo tenha sentido nenhum para o estudante. Prevalece aquela sensao que conhece bem do assunto mas no se consegue fazer uma aplicabilidade do mesmo. Outra questo a estagnao do aprendizado. O professor se apropria de um assunto e no o expande em busca de novos conhecimentos e de suas relaes com outras questes, em um processo de encadeamento, sequncia de aprendizados e maturidade cognitiva;

    Comment [LM25]: Ampliar a aprendizagem a partir de exemplos vivenciados na prtica facilita a compreenso de contedos mais complexos.

  • Comment [LM26]: Exemplos simples, porm, orgnicos, que demonstram por meio de recursos visuais a relao do terico compreendido por exemplos prticos que envolvem ao.

  • des

    Comment [LM27]: Schafer ouvido pensante o ouvido atento. Desenvolver a escuta significativa capturar sons e exprimi-los por meio de desenhos e na composio musical. Trazer para a arte as experincias do cotidiano.

  • Comment [LM28]: Apropriar dos contedos de forma orgnica, t-los introjectados nas entranhas, como sensaes vitais e de aplicabilidade autnoma.

    Comment [LM29]: As ideias das crianas devem ser valorizadas, todas elas so carregadas de carter que no deem ser desprezadas. Uma forma de extrair os sentimentos e impresses das crianas por meio de perguntas. Aguar sua imaginao e percepo. Por meio de brincadeiras e jogos ldicos as crianas so capazes de compreender contedos complexos. Sentir o ritmo no prprio corpo, internalizar o conhecimento. Ele acontece primeiramente no corpo, para depois ser externalizado. O sistema tradicional de representao simblica no possibilita bons resultados pedaggicos. Trago o ato da reflexo como o confeito de um bolo, o que d realce vida, ao ser. Refletir como uma luz que define contedo e emoo. Conhecimento que tem significado prtico para ser usado e vivenciado continuamente.

  • Comment [LM30]: Exemplos nos desenhos que denotam maturidade adquirida por meio de um conscincia crtica. Percebe=se a relao ideia e movimento e no de um ser esttico.

  • Comment [LM31]: Todas essas ideias nos foram passadas por Perrelet em seu livro, por acreditar e defender ideias que permeiam uma abordagem de uma pedagogia voltada para a valorizao do jogo como princpio gerador da modernizao do ensino.

    Comment [LM32]: O professor de arte deve estimular a percepo orgnica. A criana com sua capacidade de expresso aguada enxergar organicamente o inerte e o vivo, o animado e o material. Saber formular sobre o inesperado. Perrelet contribuiu significativamente para a educao brasileira.

  • Comment [LM33]: Perrelet influenciou a educao no Brasil. Ficou na histria por sua ndole de profissional dedicada. Suas ideias influenciaram a educao no Brasil, mesmo havendo apenas um exemplar de seu livro na Biblioteca Nacional. Sua influncia se deu por meio das atividades pessoais. A Escola de aperfeioamento de Belo Horizonte ficou conceituada por apresentar um dos primeiros grupos de professores com real preparao profissional, colocando a educao em Minas Gerais como referncia para outras regies do Brasil. Perrelet fez discpulos. O lder da reforma educacional em Minas Gerias, Francisco Campos, foi o criador do Instituto de Aperfeioamento que Perrelet ajudou a organizar.

  • Comment [LM34]: A reforma da Educao promovida por Francisco Campos em 1931 incorporou princpios defendidos por Perrelet. A crtica da poca reconheceu que o trabalho de Perrelet era srio. Em referncia elogiosa o jornal O Globo do Rio de Janeiro ressaltou que o desenho de Perrelet estimulava a inteligncia e a imaginao da criana.

  • Comment [LM35]: Perrelet lembrada como a professora que sempre relacionava os desenhos dos alunos com questes da realidade em suas diferentes abordagens; o seu mtodo de fundamental importncia na integrao entre filosofia e psicologia. Por meio da pesquisa de Perrelet sobre o desenho na formao da criana, podemos compreender e estender seus conceitos a todas as reas do conhecimento, de um ensino que faa conexo com a vida dos estudantes, que lhes promovam experincias singulares, um pensamento deweyano.

  • Comment [LM36]: Perrelet trouxe para o Brasil, juntamente com outras pessoas, mesmo que indiretamente, as ideias fundantes do pensamento de Dewey, fazendo ressoar na educao brasileira, seus princpios e influncia, embora no sentido restrito, pois, o trabalho de Perrelet coexistiu paralelamente ao de Dewey.Mas, sem a obra de Dewey os conceitos ocultos de Perrelet no seriam percebidos.