13
CAPÍTULO 8 – O FIM DA IDADE MÉDIA E O SURGIMENTO DA IDADE MODERNA Segundo a divisão da História, a Idade Moderna inicia-se com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, em 1453, e termina com a Revolução Francesa, em 1789. No Plano Cultural, ocorreram diversas modificações na forma de pensar e de produzir do homem europeu. O Renascimento Cultural gerou para a humanidade artistas imortalizados como Leonardo da Vinci, Michelangelo e cientistas como Galileu, Kepler e Newton. A religiosidade do povo europeu sofreu mudanças com o surgimento da Igreja Protestante. A economia européia modificou-se. O comércio europeu atingiu o mundo com a Expansão Marítima. O capitalismo comercial desenvolveu-se sustentando-se pela exploração do mundo colonial integrado ao interesse da burguesia. Todas essa modificações eram acompanhadas de perto por um grande número de reis que, dotados de poderes sobre seus súditos, tornaram-se monarcas absolutos. Tempos de mudanças e de acumulação de capital: assim foi a Idade Moderna. CULTURA MEDIEVAL: O PAPEL DA IGREJA CATÓLICA. A Igreja Católica constituiu-se a mais poderosa instituição da Idade Média na Europa Ocidental. Assim, como a sociedade feudal, a Igreja com seus membros também tornaram-se senhores feudais. Além disso, essa instituição detinha o monopólio do conhecimento. O clero secular, isto é, que vive no mundo dos homens, pois estavam ligados às coisas terrenas era composto por: Papa, Cardeais, bispos, arcebispos e padres.

Cap

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Cap

CAPÍTULO 8 – O FIM DA IDADE MÉDIA E O SURGIMENTO DA IDADE MODERNA

Segundo a divisão da História, a Idade Moderna inicia-se com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, em 1453, e termina com a Revolução Francesa, em 1789. No Plano Cultural, ocorreram diversas modificações na forma de pensar e de produzir do homem europeu. O Renascimento Cultural gerou para a humanidade artistas imortalizados como Leonardo da Vinci, Michelangelo e cientistas como Galileu, Kepler e Newton. A religiosidade do povo europeu sofreu mudanças com o surgimento da Igreja Protestante.A economia européia modificou-se. O comércio europeu atingiu o mundo com a Expansão Marítima. O capitalismo comercial desenvolveu-se sustentando-se pela exploração do mundo colonial integrado ao interesse da burguesia. Todas essa modificações eram acompanhadas de perto por um grande número de reis que, dotados de poderes sobre seus súditos, tornaram-se monarcas absolutos. Tempos de mudanças e de acumulação de capital: assim foi a Idade Moderna. CULTURA MEDIEVAL: O PAPEL DA IGREJA CATÓLICA.A Igreja Católica constituiu-se a mais poderosa instituição da Idade Média na Europa Ocidental. Assim, como a sociedade feudal, a Igreja com seus membros também tornaram-se senhores feudais. Além disso, essa instituição detinha o monopólio do conhecimento. O clero secular, isto é, que vive no mundo dos homens, pois estavam ligados às coisas terrenas era composto por: Papa, Cardeais, bispos, arcebispos e padres.

Page 2: Cap

Já o clero regular, aquele que está mais ligado a vida espiritual e isolado nos mosteiros, que eram compostos por Monges e abades. Assim, estada organizada a Igreja Católica.A função o clero regular era: preservação e recuperação e reprodução de obras religiosas e até filosóficas da Antiguidade, além de trabalhos artesanais e ainda converter camponeses pagãos. Havia os monges copistas responsáveis pela confecção de livros feitos a mão. Até a invenção da prensa por Gutenberg. A Igreja de Roma esteve bastante ativa no trabalho de conversão dos povos bárbaros ao cristianismo. Em decorrência disso, os elementos ligados ao clero secular passaram a envolver-se com frequência em questões políticas e administrativas do reino medieval. Desde o início da Idade Média, após a expansão do cristianismo, era frequente o surgimento de heresias, ou seja, doutrinas que contrariavam os dogmas estabelecidos pela Igreja Católica. Para coibir as heresias, o papa Gregório IX criou, em 1231, os Tribunais de Inquisição, cuja função era descobrir os heréticos, os inquisitores os entregavam às autoridades do Estado para que fosse executada a sentença. As penas iam desde a perda dos bens materiais até a condenação à morte na fogueira. Setores das artes, como escultura, pintura, arquitetura e música, assim como a filosofia, também estiveram a serviço da Igreja Católica durante praticamente toda a Idade Média. ASPECTOS CULTURAIS DA ALTA IDADE MÉDIAA Igreja monopolizava o saber e fazia valer sua superioridade como instituição para

Page 3: Cap

Controlar a mentalidade social. O temor, o pessimismo, a instabilidade generalizada e a preocupação como o extraterreno marcaram a cultura européia durante a chamada Alta Idade Média, ou, pelo menos, parte dela. Os filósofos, teólogos, literatos e poucos cientistas centravam seus estudos naquilo que era considerado vontade de Deus. A Filosofia, as Artes e as Ciências eram pensadas como finalidade religiosa. Essa foi a chamada cultura teocêntrica que marcou o pensamento medieval. O grande destaque dessa fase foi a Filosofia, que teve em Santo Agostinho uma síntese entre o pensamento clássico de Platão e os dogmas da Igreja.Segundo o pensamento agostiniano, o homem já nasce dotado de uma natureza corrompida e pecaminosa, sendo a fé em Deus a sua única possibilidade de salvação. A razão humana era um instrumento dado ao homem por Deus para que ele pudesse alcançar a fé. Não é a toa que a expressão “crer para compreender, compreender para crer” sintetiza bem o pensamento de Agostinho. A conciliação entre fé e razão desenvolvida por Agostinho influenciou todo o pensamento católico por séculos, porém, colocava a razão submetida à fé. Essa linha de entendimento do assunto religioso ficou conhecida como Patrística. ASPECTOS CULTURAIS DA BAIXA IDADE MÉDIACom as transformações ocorridas na Europa a partir do século XI, como Renascimentos Comercial e Urbano, os europeus foram sendo tomados por um espírito mais voltado para a liberdade de ação e de criação.Na arquitetura destacou a partir do século XI, a Europa Ocidental foi coberta de Igrejas, que demonstravam a força do catolicismo. Essas obras foram feitas em

Page 4: Cap

Dois estilos: o românico – predominante entre os séculos XI e XII e o gótico –presente nas construções do séculos XII e XVI.Na literatura, até o século XII, procurava enaltecer a figura do cavaleiro defensor do pobres, da justiça, do amor e, evidentemente, da cristandade. Essas manifestações literárias ficou conhecida como poemas épicos, essas escrituras foram escritas em línguas nacionais, isso era considerado revolucionário para a época, pois a língua oficial era o Latim. No século XII, um novo estilo literário surgiu na Europa: o Trovadorismo, as chamadas poesias líricas, marcadas pela exaltação da figura feminina pelos cavaleiros. Já no século XIII, alguns autores marcaram o advento de novos tempos para a cultura européia ocidental. Destaque para Dante Alighieri, com a Divina Comédia, Francisco Petrarca com De África, e Giovani Boccaccio com Decameron. Essas obras retrataram o amor terreno e a crítica social, moral e religiosa da época, marcando, assim, o início de uma nova era no plano da cultura: o humanismo. Na Filosofia, o pensamento da Baixa Idade Média foi marcado pela Escolástica, cuja maior expressão foi São Tomás de Aquino. Estava concentrava na busca de conciliar o pensamento racionalista com as propostas vinculadas a Igreja, onde sustentava que a razão era a chave para a busca de todo conhecimento. Quanto a Ciência que pouco se desenvolveu durante a alta Idade Média, devido o impedimento da Igreja sobre as experimentações, seus lideres defendiam o conhecimento através da experimentação ( Roger Bacon, Guilherme de Ockham)A Educação os jovens se educavam convivendo com adultos nos locais de

Page 5: Cap

De trabalho, oficinas, mosteiros etc. O analfabetismo era predominante em quase toda a sociedade, até mesmo entre os nobres. A escrita era quase um privilégio do clero católico. Mas com o renascimento Urbano e Comercial surgiram as escolas e, depois as universidades. As universidades surgiram a partir de associações de estudantes e mestres parecidas como as corporações profissionais e buscavam promover estudos, independentes dos realizados por religiosos.A Cultura da Baixa Idade Média acompanhou as mudanças nos setores econômicos, sociais e políticos do período. Podemos afirmar que o renascimento Cultural e Científico ocorrido na passagem da Idade Média para a Idade Moderna foi uma continuação dessas transformações que vinham se processando desde o século XII. RENASCIMENTO CULTURALMovimento de renovação artístico-intelectual, que refletiu a transição dos valores dominantes na Idade Média européia para a mentalidade burguesa da Idade Moderna.A sociedade na Idade Média, estava vinculada a ordens o que bloqueava os indivíduos, que era dependente, as realizações eram limitadas pela mentalidade de que tudo na vida dos homens depende da vontade de Deus. O florescimento do comércio, o crescimento das cidades e a formação dos Estados nacionais dariam à decadente sociedade feudal uma nova dinâmica. As ideias de lucro, enriquecimento e prosperidade, próprias da burguesia em ascensão, contribuíam para despertar o espírito de competição. Assim, sustentados no

Page 6: Cap

humanismo, movimento iniciado na Baixa Idade Média, que buscava exaltar e glorificar o homem (antropocentrismo), além de valorizar a Antiguidade Clássica –em cujas obras buscavam inspiração -, um grande número de artistas e cientistas promoveria uma verdadeira revolução na cultura européia. ITÁLIA: O BERÇO DA RENASCENÇAO Renascimento cultural deu-se na Itália.Alguns fatores explicam o pioneirismo italiano: durante a Baixa Idade Média, após as Cruzadas, a Itália se manteve como um centro ativo do comércio, o que possibilitou o desenvolvimento de uma poderosa classe mercantil que possuía dinheiro para atuar como mecenas, além do que permitiu a integração de muitos italianos com os grandes centros urbano-comerciais, como Constantinopla. Hátambém o fato de as obras da Antiguidade greco-romana estarem presentes muito mais na península Itálica do que em qualquer outra região europeia. Da Itália, o movimento renascentista expandiu-se para vários países da Europa, atingindo Holanda, França, Inglaterra, Portugal, Espanha, Suíça, Polônia. CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTOOs homens da Renascença se opunham a toda forma de pensar da Idade Média. Dessa forma, o Renascimento apresentou como elementos fundamentais o humanismo – que propunha a substituição do teocentrismo pelo antropocentrismo, - o racionalismo – uso da razão e não da fé, para explicar os fenômenos, o naturalismo – em oposição ao espiritual, o experimentalismo – proposta científica, - o universalismo a busca permanente do conhecimento, - o hedonismo –valorização dos prazeres da vida e o individualismo que consiste na supervalorização da ação individual e das diferenças entre as pessoas .

Page 7: Cap

A LITERATURA RENASCENTISTAMuitos escritores da Renascença escreveram suas obras nas línguas que falavam, reforçando a ideia de nação existente no período da formação dos Estados nacionais e contrariando o uso oficial do latim instituído pela Igreja Católica. Destacamos: Dante Alighieri, nascido em Florença Itália – escreveu a Divina Comédia; Francesco Petrarca, Nascido em Arezzo na Itália – escreveu a obra Cancioneiro; Giovani Boccaccio, italiano – sua obra Decameron ; Nicolau Maquiavel, nasceu em Florença, sua obra O Príncipe; François Rabelais, francês, sua obra Gargantua e Pantagruel; Thomas Morus, inglês, seu livro Utopia; Miguel de Cervantes, espanhol, satirizou a cavalaria medieval em Dom Quixote; Luís de Camões, português, escreveu Os Lusíadas; Erasmo de Roterdâ, holandês, sua obra Elogio da Loucura; William Shakespeare, nascido na Inglaterra, suas obras Romeu e Julieta, Hamlet, Sonho de uma noite de Verão.O RENASCIMENTO NAS ARTESEquilíbrio, elegância e rigor nos detalhes são algumas características da arte renascentista. Inspirando-se nas obras greco-romanas, os artistas exploravam temas religiosos e cenas do cotidiano. Principais artistas:Leonardo da Vinci, italiano – pintura, arquitetura, escultura, música, matemática, física, astronomia, química e geologia; Michelangelo Buonarroti, italiano- pintou os afrescos da Capela Sistina; Rafael Sanzio, italiano, tornou-se celebre por ter pintado diversas Madonas.A REVOLUÇÃO CIENTÍFICAAo longo da Idade Média, os métodos e condutas de estudo estiveram sob o controle da Igreja Católica, conforme já vimos. A visão teocêntrica de mundo não

Page 8: Cap

dava importância aos experimentos mais avançados, além do que colocava a razão em segundo plano, apenas como um instrumento da fé. A dissecação de cadáveres, por exemplo, era proibida, o que não permitia o avanço da Medicina. Em suma, as ações humanas e suas relações com a natureza eram vistas como uma determinação de Deus, daí ser considerado desnecessário o entendimento mais racionalizado das coisas.Consequentemente, durante o período do renascimento Cultural houve grande desenvolvimento no campo das ciências. Pesquisas e descobertas científicas promoveram avanços em áreas como a Física, Astronomia, Matemática e Medicina, entre outras. Os renascentistas não estavam preocupados em negar a existência de Deus, mas, sim, em demonstrar a capacidade que o ser humano tem em conhecer as coisas por meio da razão. Alguns nomes do Renascimento Científico:Nicolau Copérnico, polonês; Leonardo da Vinci, italiano desenhou o primeiro mapa-múndi, projetou inventos voadores; Francis Bacon, fundador da ciência moderna; Galileu Galilei, italiano, foi matemático, físico e astrônomo; Johannes Kepler, alemão, astrônomo, apresentou as leis referentes ao movimento dos planetas em torno do Sol; Isaac Newton, inglês, matemático, físico e astrônomo. A reação da Igreja católica ao pensamento e às descobertas dos cientistas renascentistas nem sempre foi pacífica. EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL EUROPEIAA Expansão Marítima europeia, configurada por meio das Grandes Navegações iniciadas pelos portugueses.

Page 9: Cap

FATORES QUE PROVOCARAM A EXPANSÃOVários fatores contribuíram para as chamadas Grandes Navegações, destacando-se, em primeiro lugar, a escassez de metais (ouro e prata).Além disso, os produtos orientais as especiarias, eram vendidos na Europa pelos mercadores italianos, que, por sua vez compravam essas mercadorias nos portos do Mediterrâneo oriental, cujos comerciantes tinham uma forte ligação comercial com os árabes muçulmanos, que eram os responsáveis por trazer os produtos do Oriente. Tanta gente envolvida nesse negócio fazia com que o preço final das mercadorias pagas com o preço final das mercadorias pelos europeus fosse excessivamente alto. Portanto, era interessante para os europeus a busca de novas rotas para o Oriente, a fim de se estabelecer um comércio direto com os asiáticos, libertando-se assim, dos intermediários. Os avanços técnicos e científicos foram fatores importantes para a chamada empresa ultramarina. Surgiram, então as Caravelas, embarcações mais leves e ágeis; o astrolábio, instrumento importante para orientação dos navegantes; os mapas; a bússola; instrumentos que facilitaram a navegação a longa distância. Deve-se destacar, ainda, o espírito aventureiro e investigativo do homem renascentista, que muito contribuiu para o enfrentamento de uma situação totalmente nova e arriscada. Por fim, ressaltemos o interesse da Igreja Católica na expansão do catolicismo para outras terras fora da Europa, principalmente a partir do século XVI, quando teve início a Reforma Protestante. O PIONEIRISMO PORTUGUÊS

Page 10: Cap

Portugal foi o primeiro país europeu a se lançar nas Grandes Navegações e, por isso, tornou-se a primeira grande potência naval da Idade Moderna. Fatores que contribuíram para isso:• A existência de um Estado centralizado.• A necessidade que o Estado e burguesia tinham de buscar metais preciosos.• A paz interna e externa vivida por Portugal, as nações vizinhas estavam envolvidas em guerra ( Espanha Guerra da Reconquista e França e Inglaterra na Guerra dos Cem Anos).• A posição geográfica privilegiada.• A longa experiência que os portugueses acumulavam na arte de navegar. • O desejo de uma monarquia católica, em aliança com Roma, de promover a expansão da fé.• A carência de uma produção agrícola.• Por iniciativa do infante D. Henrique, havia um local, ao sul de Portugal, no qual os navegadores trocavam experiências e ensinavam aos mais jovens a arte de navegar. Este local ficou conhecido como Escola de Sagres. A EXPANSÃO PORTUGUESAO projeto de navegação feito por Portugal foi elaborado em Sagres e tinha como objetivo chegar à Índia pelo périplo africano. A Índia era a principal fonte de especiarias – que tinham uma grande aceitação no mercado europeu. O início do périplo africano deu-se com a conquista de Ceuta, em 1415, no norte da África, a conquista de Ceuta serviu a dois propósitos para os lusos: dominar uma região rica por causa do comércio e para combater os infiéis muçulmanos.

Page 11: Cap

Em 1434, ocorreu a conquista do cabo Bojador, apesar das crendices que se contavam na época. Em 1488, Bartolomeu Dias contornou o cabo da Boa Esperança, chegando ao oceano Índico. Em 1498, seguindo a mesma rota de Bartolomeu Dias, Vasco da Gama prolongou-a até Calicute, na Índia. Com a viagem de Vasco da Gama, que, aliás, foi extremamente lucrativa, Portugal estabeleceu uma rota alternativa de comércio entre o Ocidente e o Oriente, rompendo, dessa maneira, o monopólio que os italianos e os turcos tinham sobre tal atividade.No final de 1499, o então rei português D. Manuel I, o Venturoso, montou uma nova esquadra, com a finalidade de organizar o comércio português no Oriente, fundando fortalezas e feitorias na região de Calicute. Escolheu, para comandar tal expedição, o fidalgo Pedro Álvares Cabral, que partiu de Lisboa em 08 de março de 1500. Entretanto a expedição desviou-se do litoral africano, rumando para o sudoeste, chegando ao Brasil em 22 de abril de 1500. Esse desvio da rota é explicado por um documento escrito por Duarte Pacheco Pereira, no qual menciona a intenção de tomar o rumo sudoeste a fim de certificar-se da existência de terras no Atlântico, dentro dos domínios portugueses estipulados pelo Tratado de Tordesilhas, elaborado em 1494. A EXPANSÃO ESPANHOLAEm 1492, o Estado espanhol uniu força com o casamento de Fernando de Aragão e Isabel de Castela e deram início as grandes navegações. Cristóvão Colombo navegador genovês, pretendia chegar as Índias navegando pelo Ocidente, acreditando na esfericidade da Terra – Os reis espanhóis cederam a Colombo três

Page 12: Cap

três caravelas , com as quais ele chegou às Antilhas, na América, em 12 de Outubro de 1492, acreditando ter chegado ao oriente. Mas coube a Américo Vespúcio constatar que a região encontrada não era as Índias e sim um novo continente, cujo o nome foi dado em homenagem a Américo. A descoberta da Espanha era uma ameaça para Portugal, que poderia declarar guerra a Espanha, mas a solução encontrada foi o Tratado de Tordesilhas . Este tratado estabelecia que Portugal ficaria com todas as terras que estivessem até 370 léguas marítimas a oeste da ilha de Cabo Verde enquanto o restante pertenceria a Espanha. Portanto, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, Portugal tinha a posse de parte do território brasileiro, antes mesmo da chegada de Cabral. Em 1513, Vasco Nunes Balboa, descobriu o oceano Pacífico.Em 1519, Fernão de Magalhães, português iniciou a viagem de circunavegação da Terra, que foi concluída em 1522 por Sebastião Del Cano. As Expansões TardiasSomente no século XVI, França, Inglaterra e Holanda deram início às Grandes Navegações. Muitas foram as contestações dessas potências mas, esses países não respeitaram o Tratado de Tordesilhas.Na Inglaterra era comum a prática da pirataria, onde eles saqueavam os galeões espanhóis repletos de metais preciosos vindos da América. A Inglaterra ocupou-se definitivamente na América do Norte, fundando ali suas colônias.A França contestava o Tratado de Tordesilhas. Os franceses lançaram-se as grandes navegações encaminhando-se para a América do Norte, o navegador Jacques Cartier penetrou pelo rio São Lourenço e tomou posse da região da ilha de

Page 13: Cap

Montreal. Os franceses também tentaram estabelecer-se no Brasil, enviando esquadras que se estabeleceram no Rio de Janeiro, fundando a França Antártica em 1555, foram expulsos em 1567, os franceses voltaram a invadir o Brasil em 1612, desta vez na região do Maranhão, sendo novamente expulsos.O holandeses fundaram, na América a Nova Amsterdã ( atual Nova York) em 1614. Conquistaram o atual Suriname (antiga Guiana Holandesa) e Curaçau, e, ainda, atacaram o Brasil, ocupando a Bahia (1624 - 1625) e Pernambuco (1630 – 1654). Na África, os holandeses ocuparam a região do Cabo ( atual África do Sul). Consequências da ExpansãoAs Grandes Navegações europeias podem ser consideradas uma das maiores revoluções realizadas pelo homem, pois interferiram na vida dos homens do planeta. Para os povos que se viram dominados e conquistados pelos europeus, a expansão representou a desarticulação social, a aculturação, a desorganização econômica, a pilhagem de riquezas, a escravidão e, em muitos casos, a eliminação física, um verdadeiro genocídio. A América teve sua população local reduzida em milhões de seres humanos. Para os europeus o significado foi outro, descobertas possibilitaram um crescimento do comércio, atividade que se estenderia a todas as regiões da Terra