71
1 Capítulo 4 – Cinemática dos Fluidos Como na física básica, estudaremos os movimentos de partículas fluidas sem nos preocuparmos com as suas causas. Isto é, sem nos preocuparmos com as forças que causam o movimento. 4.1 Campo de velocidades Como os fluidos tratados aqui são considerados meios contínuos, decorre que podemos considerar que as partículas fluidas são compactas. Significa que sua pressão, velocidade, aceleração e massa específica, entre outras, podem ser descritas em função da posição da partícula e do tempo. Isto leva à noção de campo, como discutido anterior- mente (capítulo 2 e na revisão de cálculo vetorial).

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1

Capítulo 4 – Cinemática dos FluidosComo na física básica, estudaremos os movimentos departículas fluidas sem nos preocuparmos com as suascausas. Isto é, sem nos preocuparmos com as forças quecausam o movimento.

4.1 Campo de velocidades

► Como os fluidos tratados aqui são considerados meioscontínuos, decorre que podemos considerar que aspartículas fluidas são compactas.

► Significa que sua pressão, velocidade, aceleração emassa específica, entre outras, podem ser descritas emfunção da posição da partícula e do tempo.

► Isto leva à noção de campo, como discutido anterior-mente (capítulo 2 e na revisão de cálculo vetorial).

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2

► A representação dos parâmetro de um fluido escoando emfunção das suas coordenadas espaciais é denominadarepresentação do campo de escoamento.

► Uma das variáveis mais importantes é a velocidade de umcampo de escoamento, cuja forma geral é

V = u(x,y,z)i + v(x,y,z)j + w(x,y,z)k

u, v e w são as componentes do vetor velocidade.

► u, v e w são funções das coordenadas espaciais do pontoconsiderado no escoamento.

► 222 wvuV V

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3

► Por definição

é a velocidade instantânea de uma partícula fluida A.

► é a aceleração da partícula A

provocada por umamudança de veloci-dade ( direção oumagnitude) no tem-po.

dtd A

ArV

dtd A

AVa

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4

Exemplo 4.1

O campo de velocidade de um escoamento é dado por

Onde Vo e l são constante. Determine o local no campo deescoamento onde a velocidade é igual a Vo e construa umesboço do campo de velocidade no primeiro quadrante(x ≥ 0 e y ≥ 0).

)(0 jiV yxV

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5

Solução

►Se

►Para termos V = V0, x2 + y2 = l2. Esta é a equação de umacircunferência (lugar geométrico dos pontos que estão auma distância l da origem).

220

20

2022

00

0

),(,),(

,,),(),()(

yxVV

yVxVvuV

eyVyxvxVyxu

entãoyxvyxuyxV

jijiV

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6

► A direção do vetor velocidade é tal que:

► Ilustração do campo,

xy

xy

xVyV

uv

1

0

0

tan

//tan

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7

Exercício 4.1

O campo de velocidade de um escoamento é dado por

Onde x, y e z. São medidos em metros. Determine avelocidade do fluido na origem (x = y = z = 0) e no eixo y,(x = z = 0).

)/(5)8()23( smzxy kjiV

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8

Solução

i) Velocidade na origem, x = y = z = 0.

jiV

kjiVkjiV

82

05)80()203(5)8()23(

zxy

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9

ii) Velocidade no eixo y, x = z = 0.

jiV

kjiVkjiV

8)23(

05)80()23(5)8()23(

y

yzxy

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10

4.1.1 Descrições Euleriana e Lagrangeana

► Leonard Paul Euler (lê-se Óilã) (Basiléia 1707 – SãoPetersburgo 1783).

Método de Euler

• Utiliza o conceito de campo;

• O movimento do fluido é descrito pela especificaçãodos parâmetros necessários em função das coordenadasespaciais:

- Pressão, p = p(x,y,z,t);- Velocidade, V = V(x,y,z,t);- Massa específica, ρ = ρ(x,y,z,t).

• Informações sobre o escoamento a partir de pontosfixos em instantes diferentes.

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11

► Joseph-Louis Lagrange (Turim 1736 – Paris 1813).

Método de Lagrange

• Identifica a partícula fluida no escoamento;

• O movimento do fluido é descrito pela especificaçãodos parâmetros necessários em função do tempo:

- Pressão, p = p(t);- Velocidade, V = V(t);- Massa específica, ρ = ρ(t);- Posição, P = P(x,y,z,t)

• Informações sobre o escoamento correspondem aosvalores determinados durante o movimento.

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12

Duas maneiras de ver o mundo dos fluidos

Euleriano• Usa o conceito de campo.

• Especificação completa:– Pressão (x,y,z,t),– Massa específica

(x,y,z,t),– Velocidade (x,y,z,t).

• Informações sobre o escoamento em pontos fixos no espaço.

Lagrangeano• Segue as partículas fluidas.

• Especificação da partícula:– Pressão (t)– Massa específica (t),– Velocidade (t),– Posição (x,y,z).

• Informações sobre o que acontece com a partícula ao longo do tempo.

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13

Exemplo

► Temperatura de gás saindo de uma chaminé

Instalar um termômetro num ponto

fixo!

Acompanhar a temperatura de uma partícula

fluida!

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14

Método de Euler► O termômetro instalado perto da abertura indicaria atemperatura de diversas partículas em instantes diferentes.Assim, obtém-se a variação da temperatura, T, nesse ponto,em função de suas coordenadas e do tempo, t.

► Vários termômetros instalados em pontos fixos doescoamento forneceria seu campo de temperatura.

Método de Lagrange► Um termômetro seria instalado em uma partícula fluidae, assim, registraria sua temperatura ao longo domovimento, isto é, T = T(t).

► Um conjunto de dispositivos para medir a variação datemperatura de várias partículas forneceria a história datemperatura do escoamento. Isto só seria possível se alocalização de cada partícula fosse conhecida em função dotempo.

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15

4.1.2 Escoamentos Uni, bi e tridimensionais

► Em geral, um campo de velocidade de um escoamento étridimensional, ou seja

► Em alguns casos, entretanto, uma ou duas componentessão muito menores que a(s) outra(s),

► Se u >> w e v >> w, então, temos um escoamentobidimensional.

► Se u >> v e u >> w, então, temos um escoamentounidimensional (não existem, mas pode ser usados paramodelar muitos escoamentos importantes).

kjiV ),,(),,(),,( zyxwzyxvzyxu

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16

4.1.3 Escoamentos em regime permanente e transitório

Regime permanente

► Velocidade não varia no tempo, , na prática.

Escoamento transitório

► Velocidade varia com o tempo de maneira aleatória. Isto é,não existe uma seqüência regular para a variação.

0/ tV0/ tV

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17

4.1.4 Linhas de corrente, de emissão e trajetórias

Linhas de corrente (streamline)

► Linha contínua que é sempre tangente à velocidade numponto do escoamento.

► Num escoamento permanente, nada muda com o temponum ponto fixo, nem o vetor velocidade, portanto, as linhasde corrente são fixas.

► Para escoamentos bidimensionais,

Esta equação pode ser integrada para fornecer as equaçõesdas linhas de corrente, desde que o campo de velocidadeseja dado em função de x, y e z, e t, se o regime fortransitório.

tanuv

dxdy

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18

Exemplo

Determine as linhas de corrente para o escoamentobidimensional em regime permanente cujo campo develocidades é,

)/()( smyxVo jiV

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19

Solução

xy

dxdy

xy

xVyV

vu

dxdy

correntedelinhasasPara

yVxV

yxV

o

o

)/()/(

,

)(

00

0

jiV

jiV

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20

► Integrando

► xy = C, ou xy = Ψ, representa uma família de curvas noplano xy (Figura).►Ψ é chamada função de corrente.

yxouCyxCCCyx

CxyconstCCxy

Logo

xdx

ydx

xy

dxdy

,)(lnln)ln(

)ln()ln(.)()ln()ln(

,

1

1

11

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21

Linhas de emissão (streakline)

► Consiste de todas as partículas do fluido que passam porum determinado ponto do escoamento.

► Se o regime de escoamento for permanente, a linhas deemissão coincidem com as linhas de corrente.

Trajetória (Pathline)

► É o caminho traçado por uma dada partícula que escoade um ponto para outro. É um conceito Lagrangeano e podeser visualizada a partir de uma fotografia de longaexposição.

► Se o regime de escoamento for permanente, a trajetóriae a linha de emissão coincidem com as linhas de corrente.

► Para regimes transitórios, nenhum destes três tipos delinha são necessariamente coincidentes.

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22

Exemplo

Um dispersor oscilante produz um fluxo de água cujo campode velocidades é dado por

onde u0, v0 e w são constantes.

Obtenha:a) A linha de corrente que passapela origem em t = 0 e t = π/2w.b) A trajetória da partícula que pas-sa pela origem em t = 0 e t = π /2w.c) A linha de emissão que passa pelaorigem.

jiV ˆˆ0

00 v

vytsenu

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23

a) A linha de corrente que passa pela origem em t = 0e t = π/2w.

.

cos

,

:

ˆˆ

00

000

00

00

0

00

0

00

0

integraçãodeconstanteumaéConde

Cxvvytvudxvdy

vytsenu

Integrando

vytsenu

vuv

dxdyAssim

vvevytsenuu

Temos

vvytsenu

jiV

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24

► A linha de corrente que passa pela origem em t = 0.

)()/cos()/cos(:

1cos,0cos

,

)0(cos

00cos0

cos

00,0

00

0

000

0

000

0000

0

000

0

000

parfunçãovyvyseLembre

vyuxou

wvu

vyvuxv

LogowvuCvuC

vvuCv

vytvuCxv

teyx

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25

► A linha decorrente quepassa pelaorigem emt = π/2w.

0

0

0

0

0

000

00

0

000

0

000

sen

2cos

2cos

,

02

cos

02

cos0

cos

2/0,0

vyux

vyu

vyvuxv

Logo

CvuC

vvuCv

vytvuCxv

teyx

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26

► Análise: de acordo com os resultados anteriores, as linhasde corrente não são as mesmas em t = 0 e t = π/2w, exata-mente, porque o escoamento é transitório.

0

0

vysenux

1cos

0

0

vyux

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27

b) A trajetória da partícula que passa pela origem em t = 0e t = π /2w.

00

0

00

0

00

0

,

ˆˆ

vdtdye

vytsenu

dtdx

equaçõesassãopartidadepontonossoAssim

dtdyve

dtdxu

vvevytsenuu

vvytsenu

jiV

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28

0

10

0

100

00

110

0

sen

,

sensen

,

)(

,

vCu

dtdx

Assim

vCtvtu

vytu

dtdx

Daí

integraçãodeconstanteumaéCCtvy

quevemvdtdyequaçãoaIntegrando

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29

)(sen

sen

,sen

,

220

10

0

10

0

10

integraçãodeconstanteCCtvCux

dtvCudt

dtdx

quevem

vCu

dtdx

equaçãoaintegrandoAgora

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30

► A trajetória da partícula que passa pela origem em t = 0.

000

,0

0sen0

sen

,

00

110

10

2

20

10

20

10

CCvCtvy

emdosubstituinSegundoC

CvCu

CtvCux

emdosubstituinPrimeiro

teyx

asparamétricequaçõestvy

x

sãotemorigemnaemstrajetóriaasAssim

0

0

,0,

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31

► A trajetória dapartícula que passapela origem emt = π/2w.

2

2)2/(sen0

sen

,22

0

,2/0

02

20

00

20

10

0110

10

uC

Cvvu

CtvCux

emdosubstituinSegundo

vCCv

CtvyemdosubstituinPrimeiro

teyx

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32

xuvyescreverpodemosaindaacimaequaçõesDas

asparamétricEquações

tvvtvy

e

tuutux

utv

v

senux

étemorigempelapassaquepartículadatrajetóriaaAssim

0

0

00

0

00

0

0

0

0

0

,,

22

22

22

2/,

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33

► Análise: de acordo com os resultados anteriores, as traje-tórias não são as mesmas em t = 0 e t = π/2w.

0

00

vyxt

xuvy

t

0

0

2/

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34

c) A linha de emissão que passa pela origem.

Como o escoamento é transitório, V = V(t), as linhas de corrente,Trajetória e emissão não são coincidentes.

► A linha de emissão que passapela origem é o lugar geométricodas partículas que passaram pelaorigem.

► São obtidas coma projeção dastrajetórias sobre as linhas de cor-rente.

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35

4.2 Campo de Aceleração

► Dado o campo de velocidades de uma partícula fluida A,

► Sua aceleração é, por definição,

► Lembrando que,

► Vem que

)),(),(),((),( ttztytxt AAAAAA VrVV

dtdz

zdtdy

ydtdx

xtdtdt AAAAAAAA

A

VVVVVa )(

dtdzwe

dtdyv

dtxdu A

AA

AA

A ,

zw

yv

xu

tt A

AA

AA

AA

A

VVVVa )(

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36

► Removendo o índice A da equação,

► Podemos generalizar a equação da aceleração paraqualquer partícula fluida do fluido,

zw

yv

xu

tt A

AA

AA

AA

A

VVVVa )(

zw

yv

xu

tt

VVVVa )(

Velocidade e posiçãode uma partícula fluidaA num instante t.

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37

► As componentes do campo aceleração

dtdz

zdtdy

ydtdx

xtt

VVVVa )(

zw

yv

xu

tt

VVVVa )(

zww

ywv

xwu

twa

zvw

yvv

xvu

tva

zuw

yuv

xuu

tua

z

y

x

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38

Derivada Material ou Substantiva

► O resultado,

► É muitas vezes escrito como

onde,

Sendo,

É denominada derivada material ou substantiva.

tDDt Va )(

)()()()()()()(

Vtz

wy

vx

utDt

D

zw

yv

xu

tt

VVVVa )(

z

wy

vx

u

)()()()(V

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39

Exemplos

1) A figura abaixo mostra um escoamento incompressível,invísicido e de regime permanente de um fluido ao redor deuma esfera de raio a. De acordo com uma análise maisavançada deste escoamento, a velocidade do fluido aolongo da linha de corrente entre os pontos A e B é dada por

Onde V0 é a velocidade longe daesfera. Determine a aceleraçãoimposta numa partícula fluidaenquanto ela escoa ao longo dadessa linha de corrente.

iiV

3

3

0 1)(xaVxu

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40

Solução

ia

iiiVVa

iiV

4

320

4

320

4

3

03

3

0

3

3

0

)/()/(13

,)/(

)/(13310

,

,

01)(

xaxa

aV

Assimxa

xaaV

xaV

xaV

xuue

tu

nteSeparadamexuu

tu

xuu

tu

xu

t

Daí

vxaVxu

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41

Continuando

► O gráfico a seguir mostra a variação da aceleração aolongo do eixo x. É possível verificar que a aceleraçãomáxima ocorre para x = -1,205a, e seu maior valor emmódulo é

0,)/(

)/(13)/(

)/(134

320

4

320

zyx aa

xaxa

aVa

xaxa

aVSe ia

20max

61,0 Va

a

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42

2) Considere o campo de escoamento bidimensional, e emregime permanente, cujo campo de velocidade é dado por,

Determine o campo de aceleração deste escoamento.

)(0 jiV yxV

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43

Solução

)(

,

00,,

)(

2

20

2

2000

2

2000

00

jiajjV

iiV

VVVVa

yxVyVyV

yyV

yv

xVxVx

xVx

u

Assim

tVewyVvxVu

zw

yv

xu

tt

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44

Continuando,

xy

aa

x

y tan

)(2

20

2

20

2

20

jiaj

iyxV

yVa

xVa

y

x

► a é radial!

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45

4.2.2 Efeitos transitórios

► A aceleração de uma partícula fluida A,

► O termo é chamado de aceleração local e encerraos efeitos da transitoriedade do escoamento.

zw

yv

xu

tt

VVVVa )(

Estes termos envolvem derivadas espaciais.

Este termo envolve derivadas temporais

tV /

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46

4.2.2 Efeitos Convectivos

► A aceleração de uma partícula fluida A,

► A aceleração convectiva está relacionada com a variaçãodos parâmetros devido à convecção, ou movimento dapartícula no campo de escoamento no qual há um gradientedeste parâmetro.

zw

yv

xu

tt

VVVVa )(

Corresponde à porção da aceleração denominada de convectiva.

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47

Exemplos

1) Aquecedor de água.

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48

2) Escoamento em um tubo (unidimensional).

fixodiâmetroxuuax 0

diâmetrodoreduçãoxuuax 0

diâmetrodoaumentoxuuax 0

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49

4.2.4 Coordenadas da Linha de Corrente.

► Muitas vezes é conveniente escrever a aceleração deuma partícula fluida A no sistema de coordenadas (s,n)definido em função das linhas de corrente do escoamento.

► Neste caso,

sV V

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► A aceleração de um escoamento bidimensional e queocorre em regime permanente pode ser, então, escrita emfunção das componentes s e n, que, de acordo com a seção3.1 do capítulo 3, é

► Em componentes,

representa a aceleração convectiva aolongo da linha de corrente.

representa a aceleração centrífuga normal àlinha de corrente.

sasVV

nsaR

VsVV

2

naR

V 2

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4.3 Sistemas e volumes de controle

► Sistema de controle:É Certa quantidade de materialcom identidade fixa, que podese mover, escoar e interagircom o meio.

► Volume de controle:Um volume no espaço fixo, cujasPropriedades são estudadas no tempo.

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► Nas investigações das interações de um fluido sobre umobjeto (ventilador, avião, automóvel, etc), práticaimportante da Mecânica dos Fluidos, sempre é necessárioidentificar um volume associado ao corpo.

► Portanto, a análise de um escoamento a partir de umvolume de controle é, em geral, mais adequada.

Exemplos

► Vamos discuti-los...

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► Escoamento de um fluido emum tubo. O volume de controle éformado pela superfície internado tubo e pelas seções (1) e (2).É um volume de controle fixo

► Escoamento ao redor de uma turbina de avião. O volumede controle engloba toda a turbina (linha tracejada). Se oavião está se movimentando, o volume de controle é fixopara um observador solidário ao avião, e móvel para umobservador fixo à terra.

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► Escoamento de ar de umbalão esvaziando. O volumede controle é a superfícieinterna do balão, que dimi-nui com o tempo.É um volume de controledeformável.

► Todas as leis matemáticas que modelam o movimentodos fluidos foram formuladas para a abordagem desistemas. Por exemplo,

• Conservação da massa de um sistema;• Taxa de variação do momento linear igual à

Resultante das forças sobre um sistema;• Etc.

► Por esse motivo, é importante converter esses modelos(e suas equações) para a abordagem via volumes decontrole.

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55

4.4 Teorema da transformação de Reynolds

► Princípio fundamental do teorema,

Modelos Matemáticos Modelos Matemáticosp/ abordagem de p/ abordagem deescoamentos via escoamentos viasistemas volume de controle

Definições importantes

► Em geral, as leis físicas são formuladas em função de váriosparâmetros físicos. Por exemplo, seja B um parâmetro físico eb a quantidade deste parâmetro por unidade de massa. Então,

B = mb

Onde m é a massa do sistema.

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56

Propriedades extensivas e intensivas

► Propriedade intensiva, b: não depende do tamanho dosistema. Por exemplo, densidade, calor específico, tempera-tura.

► Propriedade extensiva, Bsis: depende do tamanho dosistema. Por exemplo, massa, volume, momento angular.

► Em geral, uma propriedade extensiva de um sistema, Bsis, édeterminada pela somatória da quantidade intensiva, b,associada a cada partícula de volume δV e a massa ρδV. Istoé,

► O volume de integração cobre todo o sistema, usualmente,um volume de controle.

i sis

iiiVsis bdVVbB

)(lim0

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Teorema de Reynolds

► “A taxa de variação de uma propriedadeextensiva, B, de um fluido em um volumede controle é expressa em termos daderivada material.”

► Estabelece uma ligação entre os conceitos ligados aosvolumes de controles àqueles ligados aos sistemas.

Modelos Matemáticos Modelos Matemáticosp/ abordagem de p/ abordagem deescoamentos via escoamentos viasistemas volume de controle

Osborne Reynolds (1842–1912)

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Dedução do Teorema

► Análise de um escoamento unidimensional através de umvolume fixo.

Considerações:

• O volume de controle é estacionário;

• O sistema é o fluido que ocupa o volume no instante t;

• As velocidades são normais às superfícies (1) e (2).

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► Após um intervalo de tempo δt, o sistema se desloca para direita.

• A seção (1) se desloca de δl1 = V1 δt;

• A seção (1) se desloca de δl2 = V2 δt;

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60

► O escoamento para fora do volume de controle em t + δt é denominado volume II.

► O escoamento para dentro do volume de controle em t + δt é denominado volume I.

► Assim, o sistema no instante t consiste no volume VC(linha pontilhada azul). No instante t + δt é (VC – I) + II.

► O volume de controle permanece VC o tempo todo.

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► Seja B uma propriedade extensiva do sistema. Então,teremos:

• Antes:

• Depois:

• A variação de B durante t vale:

)()( VCSIS tBtB

)()()()( IIIVCSIS ttBttBttBttB

ttBttBttBttB

ttBttB

tB

)()()()(

)()(

SISIIIVC

SISSISSIS

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► Daí,

► Como , então,

► Tomando o limite quando δt -> 0,

ttBttBttBttB

tB

)()()()( SISIIIVCSIS

)()( VCSIS tBtB

tttB

tttB

ttBttB

tB

)()()()( IIIVCVCSIS

VCtbdV

ttB

ttBttB

VCVCVC

0

)()(lim

É a taxa com a qual o parâmetro extensivo B escoa do volume de controle através da superfície de controle.

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► Obtemos, portanto,

►E as taxas com que essas grandezas variam no tempo:

tVAbVbttB 1111I11I )(

tVAbVbttB 2222II22II )(

1111I

0

)(lim VAbt

ttBBt

entra

2222II

0

)(lim VAbt

ttBBt

sai

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64

►Finalmente,

entrasai BBt

BDt

DB

VCSIS

11112222VCSIS VAbVAbt

BDt

DB

“A taxa de variação de uma propriedade

extensiva, B, de um fluido em um volume

de controle é expressa em termos da derivada

material.”

► É importante notar que não é necessário que

saientra BB

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Exemplo

Considere o escoamento descarregado do extintor deincêndio mostrado na figura abaixo. Admita que apropriedade extensiva de interesse seja a massa dosistema (B = m é a massa do sistema, logo, b = 1). Escrevaa forma apropriada do teorema de Reynolds para esteescoamento.

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Solução

► Em t = 0, o volume de controle coincide com o sistema.Além disso, não existe seção de alimentação. Portanto,

► Aplicando o teorema de Reynolds

► Como BSis = m e b = 1

2222222 VAdVt

VAbt

mDt

Dm

VC

VCSIS

01111 bVA

11112222VCSIS VAbVAbt

BDt

DB

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► Levando em conta que a quantidade de massa de umsistema é constante (sistema = todas as partículas dofluido), tem-se que,

► Interpretação: A taxa de variação temporal da massa notanque (extintor) é igual à vazão em massa na seção dedescarga.

► A unidade dos dois lados da equação é kg/s.

22222

0

QVAdVt

DtDm

VC

SIS

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► Se existisse uma seção de alimentação, teríamos,

► Se o regime de escoamento for permanente,

► Corresponde a uma das formas do princípio daconservação da massa. Outras formas serão discutidas nocapítulo 5.

0

0

111222

VAVAdVt

DtDm

VC

SIS

1112220 VAVAdVt VC

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69

Um pouco mais sobre o teorema de Reynolds

► A equação,

Corresponde a uma forma simplificada do teorema deReynolds.

► É possível derivar uma versão mais abrangente doteorema.

► A idéia básica é considerar uma propriedade extensiva dofluido, B, e procurar determinar a taxa de variação de Bassociada ao sistema e relacioná-la, em qualquer instante,com a taxa de variação de B no volume de controle.

11112222VCSIS VAbVAbt

BDt

DB

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70

► Seguindo os mesmos passos semelhantes aos anteriores,chega-se a uma versão mais abrangente do teorema, dadapor,

Interpretações físicas

Representa a taxa de variação temporal de umparâmetro extensivo num sistema (massa, Q.movimento, etc.).

► Como o sistema está se movendo, e o volume de controle éestacionário, a taxa de variação da quantidade B no volumede controle não é necessariamente igual àquela do sistema.

SCVC

dAbbdVtDt

DB nVSIS

Dt

DBSIS

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Representa a taxa de variação temporal de Bnum dado instante.

Representa a vazão líquida do parâmetro Batravés de toda a superfície de controle. SeV.n > 0, a propriedade B é transportadapara fora do volume de controle. E se V.n<0,a propriedade entra no volume de controle.Se V.n = 0, tanto porque b = 0 ou V é nula,ou paralela à superfície de controle.

Observações finais► O volume de controle, a princípio, pode ser qualquer –finito ou infinito, mas uma escolha adequada pode simplificaro problema.

► Recomenda-se a leitura da seção 4.3 da referência - Young.

CV

bdVt

dAbSV

nV