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METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
88
CAPITULO III
METODOLOGIA
3.1 Introdução
A metodologia foi entendida como um processo heurístico que conduz a um
determinado produto de investigação. Assim, consiste numa actividade crítica que se
aplica aos diversos produtos e processos da pesquisa (Almeida, 1997).
O presente capítulo inclui, para além da presente introdução (3.1), mais sete
pontos: o primeiro (3.2) faz a descrição do estudo; o segundo (3.3) caracteriza a
população e amostra; o terceiro (3.4) justifica a selecção das técnicas de investigação; o
quarto (3.5) refere-se aos instrumentos, à sua elaboração e validação; o quinto (3.6) à
recolha de dados; o sexto (3.7) ao tratamento dos dados relativamente à FC dos
professores do 1º CEB na área de CN; o sétimo (3.8) à descrição e justificação dos
procedimentos de análise de dados, respectivamente, (3.8.1) a análise de dados do
questionário aos professores do 1.º CEB e (3.8.2) a análise de dados dos documentos
relativos às acções de FC realizadas pelos CFAE’s.
3.2 Descrição do estudo
Tendo em conta os objectivos que norteiam o estudo (Capítulo I – 1.5) e a sua
realização com o propósito de estudar de que modo a FC realizada pelos CFAE’s dos
distritos de Bragança e Vila Real na área de CN vai de encontro à percepção das
necessidades de formação dos professores do 1.º CEB dos referidos distritos, assim
como a percepção destes relativamente aos aspectos em que se deve centrar a FC dos
CFAE’s, às suas motivações e limitações para a frequência de acções de FC e às
metodologias de diagnóstico das necessidades de FC no âmbito das CN, optou-se por
um estudo empírico de natureza qualitativa e quantitativa segundo um plano de
investigação desenvolvido em duas partes (Quadro 4).
Pela análise do Quadro 4, verifica-se que a primeira parte (parte I) teve por
objectivo principal fazer emergir dados para a elaboração do questionário principal.
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Nesse sentido, foram escolhidas as técnicas de inquérito e análise documental. Como
instrumentos, na técnica de inquérito optou-se por entrevistas e questionários abertos e
na técnica de análise documental não se construiu um instrumento específico visto
tratar-se de uma actividade exploratória e se pretendia manter em aberto todas as
perspectivas sobre o tópico em estudo.
Quadro 4
Relação entre as finalidades das diferentes partes do plano de investigação e as técnicas
e instrumentos utilizados na recolha e análise de dados Técnicas/instrumentos para recolha e análise de dados
Partes Finalidades Técnica Instrumento Aplicação Análise
Directores dos CFAE’s Entrevistas Especialistas em CN Inquérito
Questionário Aberto
Professores do 1º CEB
I - Fazer emergir dados para a
construção do questionário principal.
Análise documental
Sem instrumento definido
Documentos dos CFAE’s
Qualitativa
1ª Fase
- Recolher e analisar dados relativos à FC realizada nos CFAE’s.
Análise documental
Grelha de organização de dados
Documentos relativos às acções de FC realizadas nos CFAE’s
II
2ª Fase
- Recolher e analisar dados relativos à percepção dos professores do 1º CEB relativamente à FC em CN.
Inquérito Questionário fechado
Professores do 1º CEB
Quantitativa
As entrevistas foram aplicadas a directores dos CFAE’s e a especialistas em CN
e os questionários abertos a professores do 1ºCEB. De acordo com Bogdan e Bicklen
(1994) considerámos poderem ser utilizadas em conjunto com a análise de documentos
dos CFAE’s na parte I. Neste contexto, tendo em conta a finalidade desta parte do
estudo, realizou-se análise qualitativa, por considerarmos ser a mais adequada.
Na segunda parte do estudo (Parte II), como se consideram duas finalidades,
distinguem-se duas fases.
Na primeira fase realizou-se a recolha e análise quantitativa de dados relativas às
acções de FC realizadas nos CFAE’s dos distritos de Bragança e Vila Real. Esta recolha
de dados norteou-se por uma estruturação que permitiu conhecer, relativamente a cada
acção de FC realizada – caso/turma: nome, CFAE, distrito, ano de realização, público-
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alvo/número de níveis de ensino abrangidos, domínio de formação, modalidade de
formação, e período de realização.
Na segunda fase procedeu-se à construção e aplicação do questionário de
perguntas fechadas (tipo escala de Likert) para recolha de dados quantitativos tendo em
vista os objectivos do estudo. Dadas as características desta fase do estudo e as suas
condições de realização, com recolha de informação num único momento, pode
classificar-se de transversal, tal como o definem Cohen e Manion (1990: 103): “um
estudo transversal é aquele que produz uma fotografia instantânea de uma população,
num determinado momento”.
3.3 População e amostra.
A recolha de dados por entrevista, foi orientada pelas sugestões de Quivy e
Campenhoudt (1998) sobre a categoria de pessoas que podem ser interlocutores válidos.
Assim, foram realizadas entrevistas a 2 investigadores especializados no domínio das
CN e a 2 directores de CFAE’s por se considerar serem testemunhas privilegiadas pela
sua posição, acção e responsabilidades respectivamente no ensino-aprendizagem das
CN e na FC de professores. Na escolha dos entrevistados, directores dos CFAE’s e
especialistas em CN, optámos por entrevistar um de cada distrito em que se seleccionou
a população em estudo, pelo facto de conhecerem melhor a realidade de cada região.
Quadro 5
Caracterização dos directores dos CFAE’s entrevistados
Directores Aspectos considerados importantes pelos directores dos CFAE’s, na sua caracterização no
âmbito da FC
D1 - 3 anos de experiência como director do CFAE; - Parte curricular do Mestrado em Extensão e Desenvolvimento Rural; - Participação em acções de formação do CFAE.
D2 - 10 anos de experiência como director do CFAE; - Formador do próprio CFAE de que é director e de outros Centros de Formação.
D1 – Director de um CFAE do distrito de Vila Real; D2 – Director de um CFAE do distrito de Bragança.
Pela análise ao Quadro 5 verifica-se que ambos os directores possuem
experiência de direcção no respectivo CFAE: D1 – 3 anos e D2 – 10 anos.
Por outro lado, D1 participou em acções de FC do CFAE de que é director e D2
foi formador no CFAE que dirige e noutros CFAE’s. A parte curricular do Mestrado em
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Extensão e Desenvolvimento Rural também é considerada por D2 como uma mais valia
no âmbito da FC.
Assim, as características dos directores de CFAE’s entrevistados reúnem, na
nossa opinião, as condições necessárias para serem interlocutores válidos no âmbito
deste estudo.
Quadro 6
Caracterização dos especialistas em CN entrevistados Aspectos considerados importantes pelos especialistas em CN, na sua caracterização no âmbito do
ensino-aprendizagem das CN
Espe
cial
ista
s
Formação
Académica Experiência Profissional
Experiência no âmbito da
FC
E1
- Licenciatura em Biologia;
- Mestrado em Metodologia do Ensino das Ciências – Variante de CN;
- Doutoramento em Ensino das Ciências.
- Docente do Ensino Médio na Escola do Magistério Primário: Biologia; Saúde; Ecologia e Geologia.
- Orientadora da Prática Pedagógica no âmbito das CN de alunos do Curso de Educadores de Infância.
- Docente do Ensino Superior na ESE, ao nível da formação inicial, nas disciplinas: Biologia Geral; Genética; Ecologia; Saúde; Etc. e nas Metodologias: Meio Físico e Ciências da Natureza e no Seminário de Ciências da Natureza.
- Orientadora da Prática Pedagógica a nível de CN do 2º CEB. - Envolvimento na formação de professores: Cursos de Complementos de Formação de Professores e Cursos de Estudos Superiores Especializados.
- Participação em projectos de investigação enquanto membro do Centro de Investigação em Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
- Intervenção no contexto da formação de professores na modalidade de “profissionalização em exercício”, enquanto docente da ESE.
- Orientação da prática pedagógica de alunos que frequentam a modalidade “profissionalização em exercício”.
- Formadora em diversas acções de formação para professores em profissionalização na ESE.
- Realização de diversas acções de FC no âmbito das CN para os 1º, 2º e 3º CEB’s (no âmbito do FOCO: 94; 95; 96; 97; 2000) nos CFAE’s de Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Bragança (da ESE) e promovidas pelo SPZN (1989) e ainda pelo DSPRJ (1985).
E2
- Licenciatura em Geologia.
- Mestrado em Ensino das Ciências
- Doutoramento em Ensino das Ciências
- Docente da UTAD nos seguintes cursos e disciplinas: - Bacharelato – Meio Físico – módulo de Biologia; - CESE – Educação e valores, Seminário de Projecto; - Profissionalização em serviço – Sociologia da Educação, Didáctica das Ciências Naturais;
- Licenciatura em Biologia/Geologia – Metodologia da Biologia, Metodologia da Geologia;
- Complementos de Formação – Didáctica do Estudo do Meio, Seminário;
- Mestrado – Metodologia da Biologia/Geologia; - Orientadora de estágio – da Licenciatura em Ensino da Biologia/Geologia durante 12 anos.
- Projectos de Investigação – projecto ESSA do Centro de Investigação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
- Consultoria científica – membro da comissão científica de vários congressos relacionados com o ensino das ciências; membro do conselho consultivo da Revista de Educação, Universidade de Lisboa.
- Realização de acções de FC de professores: Comunicação e Audiovisuais; Toxicodependência no meio escolar; Avaliação do rendimento escolar; Educação sobre o cancro e dádiva de sangue; Fundo social da avaliação; Observação de aulas; Planificação das actividades educativas; Microensino; O Darwinismo na escola – diferentes contextos de análise; O movimento das concepções alternativas e o sucesso dos alunos em ciências; A educação sexual na escola; A abordagem CTS no ensino/aprendizagem das ciências; Vygotsky e a aprendizagem cooperativa na aprendizagem das ciências
E1 – especialista em CN do distrito de Bragança; E2 – especialista em CN do distrito de Bragança.
A análise do Quadro 6, permite, na nossa opinião, constatar que ambos os
entrevistados possuem formação académica, experiência profissional e experiência no
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âmbito da FC que permite considerá-los(as) interlocutores válidos no âmbito deste
estudo.
Os questionários abertos foram aplicados a 10 professores retirados da
população em estudo, mas que não faziam parte da amostra do questionário principal.
Assim, os professores inquiridos nesta fase do estudo eram de duas escolas do 1º
CEB, uma do distrito de Bragança (5 professores) e outra do distrito de Vila Real (5
professores). A escolha das escolas de cada distrito seguiu os critérios: ser uma escola
suficientemente grande para fornecer a amostra desejada, pelo que se escolheram
escolas maiores, localizadas nas capitais de distrito (Bragança e Vila Real); nestas
cidades optou-se por escolas que permitissem maior facilidade ao investigador na
aplicação do questionário, quer pela abertura e colaboração manifestada pelos
respectivos Coordenadores de Escola, quer pela proximidade/facilidade de deslocação.
A opção por aplicar questionários abertos aos professores retirados da população
em estudo, prende-se com a maior facilidade de aplicação relativamente às entrevistas,
visto que possuem maior receptividade junto dos professores da amostra em estudo.
Tabela 1
Caracterização da amostra dos professores do 1º CEB respondentes aos questionários
abertos, quanto ao distrito, sexo, idade, tempo de serviço e situação profissional
Sexo Idade (Em anos)
Tempo de Serviço (em anos, até 31/08/02)
Situação Profissional
Dis
trito
M F < 30
30 a
40
41 a
50
51 a
60
> 60
0 a 5
6 a
10
11 a
15
16 a
20
21 a
25
> 25
Prof C
Prof QDV
Prof QG
Brag 5 2 3 1 1 3 3 2 V.R. 1 4 1 3 1 1 1 3 1 1 3 Total 1 9 3 6 1 1 1 2 6 4 5 Brag – Bragança; V. R. – Vila Real; Prof. C – professores contratados; prof. QDV – professores do Quadro Distrital de Vinculação; Prof. QG – Professores do Quadro Geral.
A análise da Tabela 1 permite-nos destacar: ser o “sexo” feminino o mais
representado, com 9 professores; o grupo dos 41 a 50 anos de idade é o mais
representado com 6 professores, sobressaindo o facto de os grupos com menos de 30 e
mais de 60 anos não estarem representados; no que diz respeito ao tempo de serviço, o
grupo com mais de 25 anos possui a maior representação com 6 professores e
salientamos não estarem representados os grupos que possuem 6 a 10 anos e 21 a 25
anos de tempo de serviço; relativamente à situação profissional, o grupo mais
representado é o dos professores do Quadro Geral (prof. QG), 5 professores.
Salientamos o facto de não estar representado o grupo de professores contratados e
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também o facto de um dos professores inquiridos não ter indicado a sua situação
profissional.
Apesar de se tratar de uma amostra reduzida (10 professores) e não abranger
todos os grupos das variáveis apresentadas na Tabela 1, consideramos esta recolha de
dados com possibilidade de ser usada para os fins desta fase da investigação.
Na recolha documental relativa às acções de FC realizadas nos CFAE’s dos
distritos de Bragança e Vila Real, procurou fazer-se uma recolha extensiva a todos os
CFAE’s dos dois distritos (14), desde a sua criação (a partir de 1993) até ao ano de
2002.
Quadro 7
Recolha de dados relativos às acções de FC realizada nos CFAE’s dos distritos de
Bragança e Vila Real em função dos anos de implementação da FC Anos em foi possível obter dados
Dist. CFAE 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Macedo de Cavaleiros – Nordeste Centro X X X X X X X X X Mirandela X X X X X X Planalto Mirandês (Mogadouro e Miranda do Douro) X X X X X X X Intermunicipal do Douro Superior (Torre de Moncorvo, AlFândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães)
Bra
ganç
a
Bragança e Vinhais X X X X X X Murça X X X X X X X X Fernão de Magalhães (Sabrosa) X X X X X X Alijó – CENFOPA X X X X X X X X X Aguiar de Pena (Vila Pouca de Aguiar) X X X X X X Vila Real X X X X X X X Montalegre X X X X X X X X X Valpaços X X X X X X X Socalco – Centro de Formação para a Educação (Régua, Santa Marta de Penaguião e Mesão Frio)
X X X X X X X X
Vila
Rea
l
Chaves e Boticas X X X X X X X X Nº de CFAE’s em que se fez recolha de dados 3 6 9 13 13 13 13 13 13
Notas: 1994 foi um ano de pausa na FC financiada pelo PRODEP; Não se conhece o público-alvo das acções realizada
no ano de 2002 nos CFAE’s de: Fernão Magalhães, Montalegre e Chaves e Boticas
Apesar dos esforços do investigador (descritos em 3.6), pela análise ao Quadro
7, verifica-se não ter sido possível recolher quaisquer dados relativos às acções de FC
realizadas no CFAE Intermunicipal do Douro superior (distrito de Bragança).
Relativamente ao período de 1993 a 1996, não se obtiveram dados de todos os
CFAE’s. Apenas se obtiveram dados nos anos de 1993 (3 CFAE’s), 1995 (6 CFAE’s) e
1996 (9 CFAE’s). Relativamente ao período de 1997 a 2002 obtiveram-se dados em 13
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CFAE’s, embora não fosse possível conhecer o público-alvo das acções realizadas no
ano de 2002 nos CFAE’s: Fernão Magalhães, Montalegre e Chaves e Boticas.
Como pretendíamos fazer uma análise que abrangesse todos os CFAE’s dos
distritos em estudo, embora com a limitação de não se possuírem dados do CFAE
Intermunicipal do Douro Superior, optámos por um estudo abrangendo as acções de FC
relativas ao período de 1997 a 2002.
Assim, nos dois distritos, durante o período considerado, foram recolhidos dados
relativos a 635 acções de FC realizadas nos diferentes CFAE’s.
Quanto ao questionário principal do estudo, salientamos que por ser difícil fazer
a investigação com toda a população, optámos pela técnica da amostragem, por motivos
que se prendem sobretudo com razões que podem ser colmatadas pelas vantagens da
referida técnica, tal como foram definidas por Arnal, Ricón e Latorre (1992: 75): “a)
poupança de tempo na realização da investigação; b) redução de custos, e c)
possibilidade de maior profundidade e exactidão nos resultados”.
Assim, procurámos os elementos disponíveis para a caracterização da população
junto dos Centros de Área Educativa (CAE’s) de Bragança e Vila Real. Estes foram
solicitados por carta e através do preenchimento de um quadro que forneceu dados
sobre a totalidade dos referidos Agrupamentos de Escolas/Delegações Escolares.
Pretendeu-se uma amostragem não probabilística pelo que não se utilizou o
critério da equiprobabilidade. No entanto, a fim de garantir uma amostra representativa
do número real de professores, foi utilizada uma amostragem por cotas (Arnal; Ricón e
Latorre 1992), pelo que foram seleccionados todos os Agrupamentos ou Delegações
segundo um critério que permitisse uma aproximação à proporcionalidade da amostra
entre os dois distritos.
Apesar de se desconhecer o desfasamento real no número de professores dos
dois distritos, optou-se por enviar mais um questionário para cada
Agrupamento/Delegação Escolar do distrito de Bragança, uma vez que as escolas, e
respectivos docentes, estavam distribuídos por menor número de Agrupamentos de
Escolas/Delegações Escolares relativamente ao distrito de Vila Real.
A análise da Tabela 2 permite verificar que da totalidade de 318 questionários
enviados para a população em estudo, apenas foram recebidos e utilizados 88 (27,7%),
dos quais 22 são do distrito de Bragança e 63 do distrito de Vila Real, tendo havido 3
respondentes que não indicaram o distrito em que leccionavam.
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Tabela 2
Distribuição dos questionários enviados/recebidos para/dos professores do 1º CEB dos
distritos de Bragança e Vila Real Questionários
recebidos mas
não usados
Total de Quest.
Recebidos e
usados Distrito Ag. ou D.E.
Quest. Enviados
por Ag. ou D.E.
Total de
Quest.
enviados f % f %
Bragança 17 8 136 4 2.9 22 16.2
Vila Real 26 7 182 4 2.2 63 34.6
Sem indicação de
distrito 3 1.7
Totais 43 318 8 2.5 88 27.7 Ag. – Agrupamentos de Escolas; D. E. – Delegações Escolares; Quest. – Questionários.
Esta amostra corresponde a 34,6% dos questionários enviados para o distrito de
Vila Real, uma vez que se excluíram 4 por não respeitarem as normas de preenchimento
recomendadas, aproximando-se dos valores esperados para investigações de
metodologia semelhante (Fox, 1981). No entanto, o mesmo não se verifica no distrito de
Bragança, em que os questionários recebidos e usados correspondem a 16,2%, pois
foram excluídos 4 por não respeitarem as normas de preenchimento recomendadas.
Na impossibilidade de indagar as razões para esta baixa percentagem de
devolução dos questionários relativos ao distrito de Bragança, apresentamos a hipótese
de que o prazo de 30 (trinta) dias indicado para a devolução dos mesmos poder ter sido
insuficiente, na distribuição atempada dos questionários aos professores. Neste distrito
os Agrupamentos/Delegações abrangem maior área geográfica do que no distrito de
Vila Real, sendo formados por escolas que se encontram bastante afastadas das sedes
dos referidos Agrupamentos/Delegações. Esta condicionante não prevista, na nossa
opinião, pode ser responsável pela não devolução dos questionários, visto que não
encontramos explicação para haver menor motivação/interesse pelo tema e colaboração,
quer dos professores quer dos Presidentes dos Conselhos Executivos dos
Agrupamentos/Delegações, do distrito de Bragança.
Esta limitação do reduzido número de respondentes no distrito de Bragança não
invalida o tratamento e análise de dados, na medida em que é possível aplicar os testes
estatísticos, apesar de constituir um factor a ponderar na sua generalização.
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Tabela 3
Caracterização da amostra em função das variáveis distrito e sexo
N = 88 Professores do 1º CEB
Variáveis f %
Bragança 22 25,0
Vila Real 63 71,6Distrito
Sem resposta 3 3,4
Masculino 19 21.6Sexo
Feminino 69 78.4
A Tabela 3 apresenta as frequências e percentagens da amostra em função das
variáveis que à partida nos pareceram poderem influenciar as percepções dos
professores relativamente à FC no âmbito das CN: distrito e sexo. Outras variáveis,
como habilitações académicas, tempo de serviço e situação profissional não foram
consideradas visto que pretendíamos a análise comparativa de todos os grupos de cada
variável independente e constatámos que a amostra apresenta um número reduzido de
respondentes nos diferentes grupos das referidas variáveis impossibilitando o respectivo
tratamento estatístico de dados.
3.4 Selecção das técnicas de investigação
Como já foi referido, na primeira parte do estudo usam-se as técnicas de
inquérito e de análise documental, pelo que se procedeu à realização de entrevistas e
análise documental e à aplicação de questionários abertos para recolha de dados
qualitativos, com o objectivo principal de recolher indicadores para a construção do
questionário fechado. Salientamos que as entrevistas, tal como os questionários abertos,
podem ser usadas no início do projecto porque ajudam a compreender melhor as
perspectivas sobre o tópico em estudo (Bogdan e Biklen, 1994) e como tal tornaram-se
adequadas a esta função.
Assim, tanto as entrevistas como o questionário aberto, tiveram carácter
exploratório servindo, essencialmente, para “encontrar pistas de reflexão, ideias e
hipóteses de trabalho” (Quivy e Campenhoudt, 1998: 70), pelo que, como referem os
mesmos autores, permitiram ganho de tempo e economia de meios. Também se teve em
consideração que as entrevistas e o questionário aberto deveriam ser direccionados para
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a construção do questionário principal (fechado), pelo que deveriam apontar
directamente para os aspectos da FC em estudo.
Nesta perspectiva, optou-se por entrevistas de características semi-estruturadas
por parecerem as que melhor se adequavam a este tipo de estudo, visto que desta forma
se obtêm indicadores para a construção do questionário principal e “fica-se com a
certeza de se obter dados comparáveis entre os vários sujeitos” (Bogdan e Bicklen,
1994: 135), podendo ser usadas em conjunto com a análise documental (Bogdan e
Biklen, 1994; Quivy e Campenhoudt, 1998).
Na primeira fase da segunda parte do estudo (ver Quadro 4, no ponto 3.2), os
dados obtidos por análise documental foram submetidos a tratamento estatístico, tendo
em conta os objectivos do estudo. Nesse sentido, realizou-se a recolha de dados
relativos às características das acções de FC realizada nos CFAE’s dos dois distritos em
estudo.
Na segunda fase da segunda parte da investigação, a técnica de recolha de dados
seleccionada foi o inquérito por questionário fechado.
Na selecção desta técnica de recolha de dados teve-se em conta a sua adequação
aos objectivos pretendidos para o estudo, uma vez que, no fundo, consiste numa recolha
de juízos de valor dos professores do 1.º CEB da população alvo e respectiva amostra.
Também se ponderou o tempo disponível e a facilidade de recolha de dados. Além
disso, assegurou-se o anonimato não influenciando, por isso, os inquiridos no momento
da recolha de dados. Tratando-se de uma amostra relativamente elevada e
geograficamente dispersa pareceu-nos ser a técnica mais adequada porque “permite
atingir em pouco tempo vastas populações, sendo ainda de fácil tratamento estatístico a
informação recolhida” (Rodrigues e Esteves, 1993: 34).
3.5 Instrumentos: elaboração e validação
Como já foi referido realizaram-se entrevistas semi-estruturadas a dois directores
dos CFAE’s e a dois especialistas em CN, para as quais se elaboraram dois guiões
correspondentes (Anexos 2 e 3), tendo em vista o seu uso como fonte de dados para a
construção do instrumento principal do estudo.
Como se tratava de guiões de entrevistas simples, o primeiro foi validado por um
director de um CFAE e o segundo por um especialista no domínio das CN, aos quais foi
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98
pedido parecer sobre a pertinência, correcção de forma, extensão e aspectos em
omissão.
Realizaram-se entrevistas individuais, constituídas por três fases: pré-entrevista,
que consiste na apresentação da investigação, da entrevista e das condições de recolha e
utilização de dados; entrevista, subdivide-se em duas partes, uma de aquecimento que
serviu para descontrair o entrevistado, informá-lo dos propósitos da entrevista, pedir
autorização para a gravação e criar o ambiente adequado à entrevista, e outra de
desenvolvimento que consiste na entrevista propriamente dita; uma terceira fase, que é a
fase de pós-entrevista e tem como objectivos agradecer a participação e importância da
colaboração e tranquilizar os entrevistados garantindo o cumprimento das condições
prévias definidas para a entrevista.
O questionário aberto (Anexo 4) aplicado a dez professores retirados da
população em estudo, foi elaborado tendo em conta os objectivos a que se proponha,
com base na revisão da literatura. Na sua validação intervieram dois especialistas em
CN e dois professores do 1º CEB.
Para a pesquisa documental relativa às acções de FC realizada nos CFAE’s dos
distritos de Bragança e Vila Real, também foi elaborado um quadro que contemplava a
estruturação das informações pretendidas (Anexo 5). Para a validação foi pedido parecer
de um director de um Centro de Formação de Professores no âmbito do programa
FOCO e posteriormente validado com a recolha de dados relativos a acções de FC
realizadas no Centro de Formação, do referido director.
Relativamente ao questionário principal (Anexo 6), a construção foi
direccionada para os objectivos deste estudo, pelo que se teve em conta a sua validade e
fiabilidade.
Das várias modalidades de validade escolheu-se a validade de conteúdo por
parecer a mais adequada, visto que permite estabelecer se os itens formam uma amostra
representativa de todos os itens disponíveis para medir os aspectos da FC em estudo no
âmbito das CN (Hill e Hill, 2000). Relaciona as variáveis do questionário com o
conteúdo ou conceito específico que se pretende analisar, garantido, desta forma, a
cobertura de uma amostra representativa.
De acordo com os objectivos pretendidos, o questionário principal inclui
perguntas concebidas para a obtenção da informação adequada ao levantamento das
percepções dos professores do 1º CEB relativamente à FC no âmbito das CN.
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A elaboração das questões do questionário teve por base a informação
proveniente da consulta e análise de vários estudos em dois campos: FC e CN, da
legislação e bibliografia existentes no âmbito da metodologia de investigação, da
análise documental e da realização das entrevistas e aplicação do questionário aberto.
Desta forma a validação do questionário foi concretizada no sentido de que os dados
fossem coerentes e fiáveis. De ketele e Roegiers (1996) defendem que as informações
recolhidas devem ser as “necessárias, suficientes e que reflictam a realidade”.
Nesta perspectiva, seguindo as indicações de Quivy e Campenhoudt (1998),
tivemos a preocupação de tornar as perguntas claras e precisas, isto é, formuladas de tal
forma que todas as pessoas interrogadas as interpretassem da mesma maneira,
estivessem em condições de lhes dar resposta, que a conhecessem e não estivessem
constrangidas ou inclinadas a escondê-la.
Para além disso, tivemos a preocupação de que a informação obtida se
apresentasse sob uma forma que se prestasse às operações de análise estatística.
O questionário foi testado junto de cinco professores da população em estudo,
que não faziam parte da amostra, aos quais foi pedido parecer sobre a pertinência de
cada um dos itens e variáveis independentes, clareza de texto, correcção de forma,
extensão e aspectos em omissão. “Este estudo prévio permite muitas vezes detectar as
questões deficientes, os esquecimentos, as ambiguidades e todos os problemas que as
respostas levantam” (Idem, Ibidem: 171).
Na sua versão final, o questionário é constituído por duas partes. Na primeira
parte (Parte I) solicita-se a indicação de alguns dados pessoais, profissionais e literários
dos professores que se pretendia constituírem as variáveis independentes. Na segunda
parte (Parte II), constituída por 10 questões, solicita-se a indicação da opinião dos
professores do 1º CEB sobre os 10 aspectos relativos à FC no âmbito das CN:
1. aspectos em que os CFAE’s devem centrar a formação;
2. metodologias de diagnóstico da FC no âmbito das CN;
3. motivações dos professores para frequentar acções de FC no âmbito das CN;
4. factores que limitam os professores a frequentar acções de FC no âmbito das
CN;
5. necessidades de FC em metodologia de ensino das CN;
6. necessidades de FC em temas da especialidade das CN;
7. conceito de necessidade de FC;
8. modalidades de formação;
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
100
9. período de realização;
10. horário de realização.
Os primeiros quatro aspectos (1, 2, 3, 4) referem-se à FC no âmbito das CN na
sua globalidade. Sobre as necessidades de FC em CN tratam os aspectos 5, 6 e 7 e sobre
características das acções de FC pretendida em CN tratam os aspectos 8, 9 e 10.
Assim, esta segunda parte do questionário é constituída por 10 (dez) questões
relativas aos diferentes aspectos da FC no âmbito das CN em estudo. Cada questão é
constituída por um conjunto de itens, que na totalidade perfazem 79.
Quadro 8
Itens do questionário por questão da FC no âmbito das CN e contribuição para a sua
selecção dada pela análise documental, directores dos CFAE’s, especialistas em CN e
professores do 1º CEB Directores
de CFAE’s
Especialista
em CN
Professores
do 1º CEB
Que
stõe
s
Itens do questionário A.D.
D1 D2 E1 E2 Brag V.R.
1.1- Na reorganização curricular e outras reformas educativas. X X 1.2- Nos projectos educativos das escolas/Resolução de problemas da escola. 1.3- Nas necessidades científicas e didácticas dos professores. X X X 1.4. Na promoção de contactos entre escolas/diferentes níveis de ensino. X X X 1.5- Na interacção teoria/prática educativa. X 1.6. Em acções generalistas. X 1.7- Em blocos de conteúdos programáticos, ao nível científico e pedagógico, por níveis de escolaridade.
1.8- Nos conhecimentos e competências a desenvolver nos alunos. X 1.9- Nas inovações tecnológicas e recursos educativos. X X 1.10. Na promoção das novas metodologias de ensino. X 1.11- Nas modalidades centradas nos contextos: círculo de estudos, oficina de formação, estágio e projecto. X X
1
1.12- Nas modalidades centradas nos conteúdos: cursos/módulos de formação e seminários. X
2.1- Por inquérito, aos professores do 1º ciclo do ensino básico. X X X X X X 2.2- Por orientações dos Conselhos Pedagógicos/Conselhos de Docentes a partir dos interesses específicos das escolas. X X X X
2.3- A partir das necessidades detectadas pelos organismos centrais ou regionais do Ministério da Educação para satisfazer as necessidades de formação resultantes de reformas do ensino.
X X
2.4- A partir das necessidades percepcionadas pelos especialistas em Ciências da Natureza. X X
2.5- A partir das propostas dos formadores/consultores de formação/comissão pedagógica/directores dos centros de formação. X X X X
2.6- A partir das “deficiências” de formação reveladas pelo diagnóstico aos alunos no final de cada ciclo de ensino. X
2
2.7- A partir da análise dos planos de estudo dos cursos de formação inicial dos professores. X
3.1- A relevância, originalidade e interesse pessoal pelos temas propostos. X X X X X 3.2- As implicações da formação na prática lectiva. X X 3.3- A ligação dos temas com as reformas introduzidas no sistema educativo X 3.4- O conhecimento prévio do formador. X X X X X 3.5- As metodologias e actividades propostas. X X X 3.6- As estratégias de avaliação propostas. X X X 3.7- O acompanhamento das novas tecnologias. X 3.8- A necessidade de aprofundar a formação científica e pedagógica. X X X 3.9- O desenvolvimento de competências profissionais. X X X 3.10- A necessidade de obtenção de créditos para progressão na carreira. X X X X X
3
3.11- O baixo grau de responsabilidade exigida. X A.D. – Análise Documental
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
101
Quadro 8 (Continuação) Directores
de CFAE’s
Especialista
em CN
Professores
do 1º CEB Q
uest
ões
Itens do questionário A.D.
D1 D2 E1 E2 Brag V.R.
4.1- A imposição pelo ME, PRODEP e outros organismos centrais de prioridades de formação. X X X
4.2- Conseguir o mínimo de formandos para as acções. X X X 4.3- A mobilidade anual dos docentes. X X 4.4- A apatia/desinteresse demonstrado pelos professores instalados. X X 4.5- A oferta de acções de formação nas modalidades desejadas pelos professores. X
4.6- O estabelecimento de horários pós laborais que agradem a todos os formandos. X X X X
4.7- A duração das acções de formação. X 4.8- O período de funcionamento das acções de formação. X 4.9- A localização/distância do local de formação. X 4.10- A necessidade de opção pela oferta do Centro de Formação mais próximo. X
4
4.11- A obtenção de informação sobre as características das acções oferecidas. X X
5.1- História e Filosofia da Ciência/Educação científica. X X X 5.2- Construtivismo social/Mudança conceptual. X X X 5.3- Contexto social na sala de aula. X X X 5.4- Ciência-Tecnologia-Sociedade. X X 5.5- Ensino Experimental das Ciências da Natureza. X X X 5.6- Resolução de problemas em Ciências da Natureza. X X 5.7- Metáforas e Analogias em Ciências da Natureza. X 5.8- Programas e manuais escolares. X X X 5.9- Recursos tecnológicos. X 5.10- Áreas curriculares não disciplinares no âmbito das Ciências da Natureza. X X
5
5.11- Investigação-acção/Professor prático reflexivo. X X X 6.1- Educação para a sexualidade. X X X X 6.2- Educação para a saúde. X X X 6.3- Fisiologia animal. X X X X 6.4- Fisiologia vegetal. X X X X 6.5- Geologia. X X X 6.6- Elementos de Física. X X X 6.7- Elementos de Química. X X X
6
6.8- Ecologia/Educação ambiental. X X X 7.1- Motivações/interesse pelo tema. X 7 7.2- Carências de formação sentidas. X 8.1- Círculo de Estudos X 8.2- Curso/Módulo de Formação X 8.3- Estágio X 8.4- Oficina de Formação X 8.5- Projecto X
8
8.6- Seminário X 9.1- Menor que um mês. X 9.2- Entre um a dois meses. X 9.3- Entre dois a três meses. X 9.4- Entre três a quatro meses. X 9.5- Entre quatro a cinco meses. X 9.6- Entre cinco a seis meses. X
9
9.7- Superior a seis meses. X 10.1- O equivalente ao horário de aulas, por dispensa da componente lectiva. X 10.2- Após o horário de aulas. X 10.3- Aos Sábados. X
10
10.4- Nos períodos de pausas lectivas (não de férias dos professores). X A.D. – Análise Documental
Pela análise ao Quadro 8 verifica-se que, no seu conjunto, a análise documental,
os directores dos CFAE’s, os especialistas no âmbito das CN e os professores do 1º
CEB, contribuíram para a selecção de todos os itens do questionário.
Na sua globalidade, o contributo para a construção do questionário foi a
seguinte:
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
102
- Análise Documental 42 itens;
- Directores dos CFAE’s 20 itens (D1 – 14 e D2 – 15, dos quais 9 itens são comuns
aos dois directores);
- Especialistas em CN 28 itens (E1 - 18 e E2 – 19, dos quais 9 itens são comuns
aos dois especialistas);
- Professores do 1º CEB 37 itens (do distrito de Bragança – 32 e do distrito de
Vila Real - 22, dos quais 17 itens são comuns aos professores dos dois distritos).
De referir que a revisão da literatura também contribuiu para a selecção dos
itens. Por exemplo, as condições específicas das acções de FC, como sejam as
modalidades de formação, permitiram a construção dos itens 8.1, 8.2, 8.3, 8.4, 8.5 e 8.6.
Escolheu-se uma escala de Likert para solicitar as opiniões dos professores, visto
que é recomendada em instrumentos que pretendam medir opiniões, crenças ou atitudes
(De Vellis, 1991). A escala apresentava 5 respostas possíveis:
1. Discordo completamente;
2. Discordo;
3. Não concordo nem discordo;
4. Concordo;
5. Concordo completamente.
Feita a validação deste instrumento de recolha de dados, passou-se à avaliação
da sua fiabilidade, que segundo Fox (1981) mede a exactidão dos dados, no sentido da
sua estabilidade, representatividade ou precisão.
Para esse efeito, escolhemos o método conhecido como Alfa de Cronbach
(Cronbach, 1990), dado que o questionário é constituído por itens que apresentam várias
alternativas de resposta, mediante uma escala, situação em que se recomenda tal
processo (Borg e Gall, 1989).
Este método permite calcular o coeficiente de consistência interna de um
instrumento utilizando a variância dos itens. Assim, o cálculo é realizado através da
seguinte fórmula matemática (Cronbach, 1990: 204):
⎥⎥⎦
⎤
⎢⎢⎣
⎡−
−= ∑ =
2
211
1 total
iKi
k KK
σσ
α
onde, =α Alpha de Cronbach; ∑ =2
1 iKi σ = soma da variância dos itens e 2
totalσ =
variância total da dimensão.
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
103
Uma vez que o questionário, na sua globalidade, faz um estudo sobre a FC no
âmbito das CN e os sujeitos são sempre os mesmos (professores do 1º CEB),
resolvemos testar a sua fiabilidade no seu conjunto.
O resultado deste teste, realizado com recurso ao programa estatístico Statical
Package for the Social Sciences (SPSS) versão 10.0, apresentou o valor de 0,8597.
Comparando este valor com a escala de avaliação do valor de uma medida de
fiabilidade apresentada por Hill e Hill (2000: 149):
“Maior que 0,9 – Excelente;
Entre 0,8 e 0,9 - Bom;
Entre 0,7 e 0,8 – Razoável;
Entre 0,6 e 0,7 – Fraco;
Abaixo de 0,6 – Inaceitável,”
podemos concluir que existem boas garantias quanto ao grau de consistência interna do
questionário.
3.6 Recolha de dados
Esta operação “constitui a execução do instrumento de observação e consiste em
recolher ou reunir concretamente as informações determinadas junto das pessoas ou das
unidades de observação incluídas na amostra” (Quivy e Campenhoudt, 1998: 183).
Como a recolha de dados da primeira fase deste estudo apenas exigia dados
qualitativos, foi realizada através da aplicação de entrevistas, questionário aberto e de
pesquisa documental. Esta recolha de dados foi efectuada numa fase prévia à
elaboração/construção do questionário fechado, visto que, como anteriormente referido,
tinha como propósito obter indicadores que auxiliassem a sua construção.
As entrevistas, quer aos directores dos CFAE’s quer aos especialistas em CN,
foram efectuadas, pelo investigador, nos respectivos gabinetes, em salas que garantiam
a privacidade e contribuíam para um ambiente propício ao diálogo. As fases da
entrevista (descritas em 3.5) foram criteriosamente respeitadas criando-se as condições
adequadas à recolha de dados.
Os entrevistados apresentaram-se descontraídos e mostraram-se colaborantes
respondendo a todas as questões. Quando as respostas não correspondiam ao que se
pretendia, estas eram completadas mediante a colocação de questões complementares.
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
104
Para aplicação dos questionários abertos foi pedida autorização aos
Coordenadores do Estabelecimento de Ensino em carta entregue pessoalmente,
explicando a natureza e objectivos do estudo e solicitando a sua distribuição pelos
respectivos docentes. Cada docente recebeu um questionário em envelope que continha
também uma carta idêntica à anteriormente referida explicando a natureza e objectivos
do estudo e a utilização que seria dada à informação. Foi ainda garantido o anonimato e
confidencialidade dos respondentes (Bell, 1993).
Para a devolução dos questionários o investigador deslocou-se às escolas e
aproveitou para agradecer ao Coordenador de Estabelecimento do Ensino e aos
inquiridos e para garantir que os dados seriam usados para o fim a que se destinavam.
A recolha dos dados documentais, iniciada de forma a serem obtidos dados que
possibilitassem fornecer indicadores com vista à construção do questionário fechado, foi
posteriormente concluída, de forma a serem recolhidos todos os dados relativos às
acções de FC realizadas entre o período de 1997 a 2002.
Numa primeira tentativa de obter os dados documentais directamente nos
CFAE’s, verificou-se que os respectivos directores davam autorização para a recolha de
dados, mas em datas oportunas, de forma a não interferir com o regular funcionamento
dos CFAE’s, o que tornava a recolha demasiado morosa. Como o PRODEP, durante o
processo relativo ao financiamento das acções de FC que vêm a ser realizadas nos
CFAE’s, acumula documentos que permitem a recolha dos referidos dados, foi-lhe
solicitada autorização para acesso a esses dados. No entanto o PRODEP recusou o
acesso aos dados e remeteu-nos directamente para os CFAE’s.
Nesse sentido, procedeu-se à recolha de dados por análise de documentos dos
CFAE’s dos distritos em estudo, dos quais se destacam: dossiers das acções de FC
realizadas, mapas de execução dos cursos incluídos nos dossiers relativos ao pedido
final de saldo, processos de acreditação quer das acções de formação no âmbito das CN
quer dos respectivos formadores, documentos de divulgação das acções, boletins
informativos, brochuras e publicações de actas e seminários organizados pelos CFAE’s
e ainda bases de dados e arquivos gerais. Os dados obtidos nos CFAE’s foram
complementados com outros provenientes do CCPFC, nomeadamente das acções de FC
acreditadas e publicadas no site oficial da internet.
Na segunda fase deste estudo, relativa à realização do estudo principal, a recolha
de dados foi realizada através de questionário fechado enviado pelo correio a
professores do 1º CEB.
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
105
À semelhança do ocorrido na 1ª fase do estudo, o envio dos questionários
fechados foi acompanhado de uma carta dirigida ao Presidente do Conselho Executivo
do Agrupamento de Escolas/Delegação Escolar explicando a natureza e objectivos do
estudo e solicitando a sua distribuição pelos respectivos docentes. Cada docente recebeu
um questionário em envelope que continha também uma carta idêntica à anteriormente
referida explicando a natureza e objectivos do estudo e a utilização que seria dada à
informação, sendo solicitando a devolução do questionário, através do sistema RSF, até
ao fim do prazo estipulado e garantido o anonimato e confidencialidade dos
respondentes. Desta forma pretendeu-se criar uma atmosfera de confiança e honestidade
relativamente à consciência profissional do investigador, com o que se esperava
aumentar a devolução de questionários preenchidos (Quivy e Campenhoudt, 1998).
3.7 Tratamento de dados
Dado a pesquisa documental e as entrevistas estarem incluídas numa primeira
fase exploratória do estudo, a análise de conteúdo da pesquisa documental e das
entrevistas tem, portanto, uma função essencialmente heurística, não necessitando de
uma grelha de análise precisa (Quivy e Campenhoudt, 1998). Nas entrevistas, “a melhor
forma de actuar é, sem dúvida, ouvir repetidamente as gravações, umas após outras,
anotar as pistas e as ideias, pôr em evidência as contradições internas e as divergências
de pontos de vista e reflectir sobre o que podem revelar” (Idem, Ibidem: 79). Com este
objectivo, o conteúdo das entrevistas foi transcrito. Como os dados recolhidos na
pesquisa documental, relativamente às características das acções de FC realizadas nos
CFAE’s dos dois distritos em estudo, também tinham em vista os objectivos do estudo,
foram objecto de análise através do programa estatístico SPSS, versão 10.0, apesar de
ser apenas no sentido da construção de tabelas de frequências e percentagens.
O tratamento de dados das acções de FC realizadas nos CFAE’s dos distritos de
Bragança e Vila Real foi realizado a partir do enquadramento das acções de FC, cujo
público-alvo abrange os professores do 1º CEB, em categorias representativas da sua
contribuição para a formação dos professores no âmbito das CN (segundo o processo
explicado em 3.8.2). A distribuição das frequências e percentagens das referidas
categorias é realizada segundo as variáveis independentes: distrito, CFAE, ano de
realização, modalidade de formação, número de níveis de ensino abrangidos e período
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
106
de realização, no sentido de se estabelecerem comparações com a percepção das
necessidades de FC no âmbito das CN dos professores do 1º CEB.
Relativamente aos dados recolhidos nas condições referidas em 3.6 pelo
questionário fechado principal, seguimos também as indicações de (Quivy e
Campenhoudt, 1998: 185) “só fazem sentido quando tratados de modo estritamente
quantitativo, que consiste em comparar as categorias de respostas e em estudar as suas
correlações”.
Para o tratamento estatístico recorreu-se ao auxílio do programa SPSS, versão
10,0. Pretendeu-se analisar, essencialmente, a distribuição das respostas, tendo em conta
a escala utilizada (Likert), item a item, em cada aspecto da FC em estudo.
Salientamos que como pretendíamos verificar as diferenças existentes entre os
casos e grupos estudados, independentemente do sentido dessas diferenças, optámos por
utilizar estatística bilateral na aplicação dos testes.
Nesta perspectiva, inicialmente procedeu-se ao tratamento estatístico das
respostas ao questionário através do cálculo da distribuição das frequências e
percentagens de modo a permitir uma leitura simples dos dados.
Pretendia-se realizar a ordenação decrescente de valorização dos itens de cada
aspecto da FC no âmbito das CN em estudo, segundo a percepção dos professores do 1º
CEB. Nesse sentido, é aconselhável a aplicação do teste t para amostras emparelhadas,
visto que pode ser utilizado para analisar dois grupos diferentes de casos relativamente a
uma característica comum pela qual possam ser comparados, desde que se verifiquem
os pressupostos necessários à aplicação de testes paramétricos (Pestana e Gageiro
2003). Como as dimensões das amostras são superiores a 30 dispensou-se o teste de
normalidade, mas constatou-se não haver correlação entre muitos dos pares de itens que
se pretendia comparar. Tendo em conta que se tratava de um estudo essencialmente
exploratório, optámos por aplicar estatística não paramétrica, visto que estes testes não
necessitam de requisitos tão fortes como os testes paramétricos. (Pestana e Gageiro,
2003). Em alternativa pode ser utilizado o teste de Wilcoxon com pouca perda de
eficiência, mas constatou-se que não se verificava o pressuposto da simetria da
distribuição das diferenças de alguns dos pares de itens que se pretendia comparar.
Neste contexto, optou-se pela aplicação do teste de sinal, apesar de não ser tão eficiente
como os anteriores (Pereira, 1999; Pestana e Gageiro, 2003).
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
107
Comparámos todos os pares de itens de cada aspecto da FC no âmbito das CN
em estudo, pois a prova dos sinais é aplicável quando o pesquisador deseja determinar
se duas condições são diferentes (Siegel e Castellan, 1988).
Seguindo Pestana e Gageiro (2003), considerámos que na comparação de cada
par (Xi, Yi), i = 1, 2, ..., n, os pares podem ser classificados como: - ““+” se Yi > Xi, há um aumento;
- “-“ se Yi < Xi, há uma diminuição;
- “0” se Xi = Yi, há um empate.
Os pares (Xi, Yi) são mutuamente independentes. Pondo Di=Yi – Xi o sinal de Di é o do
sinal par (Xi, Yi), onde cada i, Xi e Yi são variáveis aleatórias correlacionadas.
Assim, as hipóteses [nula (H0) e alternativa (Ha)] a testar são:
H0: P(Y>X) = P(Y<X) = 21 , isto é P(+) = P(-) = 2
1
Ha: P(+) ≠ P(-) ou P(+) > P(-) ou P(+) < P(-)
originando respectivamente uma região crítica bilateral, ou unilateral direita, ou
unilateral esquerda.
A Ha exprime, respectivamente que X é diferente de Y(≠) , ou Y é preferido a X(>),
ou X é preferido a Y(<).
A H0 exprime que não há diferença em tendência central (Pestana e Gageiro, 2003:
427).
No entanto, também considerámos que: “A estatística do teste assume duas expressões diferentes consoante o número de
casos não empatados é menor ou igual a 20, ou é maior do que 20. O valor do teste é igual à
soma dos pares “+”. As observações empatadas são ignoradas.
Se o número de casos não empatados for ≤20, a distribuição do teste é binomial, com
parâmetros n e p = 0,5, sendo n o número total de casos não empatados, isto é:
- Valor do teste do sinal é T = total de pares “+”
- Teste do sinal T ∩ b (n; 0,5)
Para uma RCUD (região crítica unilateral direita), calcula-se na binomial P(T ≥ m) =
α 1, onde m é o valor observado de T. Fixado um α , normalmente 0,05, rejeita-se H0 se
α 1≤α . Analogamente, calcula-se w de modo a que P(T ≤ w)≅ α . Se T ≥ n - w rejeita-se
H0 a esse nível de significância.
Para uma RCB (região crítica bilateral), calcula-se w de modo a que P(T ≤ w)≅
α /2, e rejeita-se H0 se T < w ou T > n - w, caso contrário não se rejeita H0.
Para uma RCUE (região crítica unilateral esquerda), calcula-se P(T ≤ w) ≅ α . Se T
≤ w rejeita-se H0.
Se o número de casos empatados for maior do que 20, a distribuição do teste tende
para a normal (distribuição assimptótica), sendo dada por:
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
108
2
2n
nT −),1,0(
.N∩
onde: T = total de pares “+”; n = n.º observações não empatadas” (Pestana e Gageiro,
2003: 427-428).
Na prática, para a ordenação efectiva dos itens de cada aspecto da FC no âmbito
das CN em estudo, relativamente aos professores do 1º CEB, seguimos o procedimento
descrito no ponto 3.8.1.
Quanto à comparação dos grupos relativos às variáveis dicotómicas sexo
(masculino e feminino) e distrito (Bragança e Vila Real), aplicou-se o teste de aderência
de Kolmogorov-Smirnov com correcção de Lilliefors e, para n’s menores que 50, do
teste de Shapiro-Wilk, mostrando que os dados violavam, na sua generalidade, a
normalidade. Nesta perspectiva, usou-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney,
visto ser de utilização preferível ao teste t para amostras independentes (paramétrico)
quando há violação da normalidade (Pestana e Gageiro, 2003).
Aplicámos o teste de Levene para verificar o pressuposto da igualdade de formas
das duas distribuições. Apesar de se terem verificado casos em que não se verificava o
referido pressuposto, aplicámos mesmo assim o teste de Mann-Whitney visto que se
pretendia apenas testar se uma população tem valores superiores à outra (Pereira, 1999).
Seguindo, novamente Pestana e Gageiro (2003), as hipóteses do teste de Mann-
Whitney são:
H0: as duas populações são iguais em tendência central
Ha: as duas populações não são iguais em tendência central
Assim, H0 testa a homogeneidade das duas populações. No entanto, em vez de se
basear em parâmetros de distribuição normal como a média e a variância, este teste
baseia-se nas ordenações da variável.
A expressão do teste é dada por:
U = min (U1; U2),
111
211 2)1( RnnnnU −
++×= ;
1212 UnnU −×=
onde, =1n dimensão da menor amostra; =2n dimensão da maior amostra; =1R
soma das ordenações da menor amostra.
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
109
A estatística do teste U é calculada ordenando crescentemente as observações
conjuntas das duas amostras sem se perder de vista o grupo a que pertencem e obtendo a
soma das ordens da amostra de menor tamanho, que se designa por 1R ou estatística de
Wilcoxon W.
1U conta o número de vezes que, na amostra combinada ordenada, uma
observação do grupo com menor dimensão antecede uma observação do grupo de maior
dimensão.
Para calcular o teste, as observações de ambas as amostras são combinadas e
ordenadas crescentemente. A menor observação passa a ter o valor 1, a seguinte o valor
2 e assim sucessivamente.
Se existem observações com o mesmo valor, chamados empates, atribui-se-lhes
o valor médio dado pela posição sequencial das observações que lhe corresponderiam,
caso não tivessem o mesmo valor.
Como no presente estudo se verificam empates, ou seja observações com o
mesmo valor, nos casos de 101 ≥n , 102 ≥n , ou de 1n igual a 3 ou 4 e de n2>12, sendo
a expressão do teste dada por:
)1;0(2 .21
N
nnUUZ
UU
U ∩
×−
=−
=σσ
µ
Quando os empates envolvem os elementos dos dois grupos e a dimensão dos empates
não é pequena, a expressão do desvio padrão é dada por:
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛ −∑−
−×
−×
=1212)1(
3321 jj
jU
ttnnnn
nnσ
onde jt = número de observações empatadas em cada grupo j.
Para todas as outras situações, a expressão do desvio padrão é dada por:
12)1(21 +×
=nnn
Uσ
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
110
3.8 Descrição e justificação dos procedimentos de análise de dados
3.8.1 Dados do questionário aos professores do 1.º CEB
Os resultados obtidos a partir do questionário fechado aplicado aos professores
do 1º CEB dos distritos de Bragança e Vila Real são inicialmente objecto de análise das
frequências e percentagens, a fim de analisar a discordância, indecisão e concordância
dos professores do 1º CEB relativamente aos itens de cada questão do questionário.
Deste modo, a fim de permitir uma leitura simples dos dados e facilitar a compreensão
dos mesmos, apesar de se perder alguma informação, aos valores obtidos na escala de
Likert do questionário (discordo completamente, discordo, não concordo nem discordo,
concordo e concordo completamente), acrescentam-se os valores da “discordância”
obtida pela adição de “discordo completamente” com “discordo”, da “concordância”
obtida pela adição de “concordo” com “concordo completamente” e faz-se corresponder
a “indecisão” à opção de “não concordo nem discordo”.
Nesta análise global os dados vão servir, essencialmente, como mais um aspecto
a ter em conta na comparação da valorização dos itens de cada aspecto (questão) em
estudo. Assim, sublinham-se, particularmente, as mínimas e máximas percentagens em
cada questão relativamente à discordância, concordância e indecisão nos diferentes
itens, porque ajudam à compreensão da menor e maior valorização pelos professores.
Com a intenção de colocar por ordem decrescente de valorização, os itens dos
diferentes aspectos relativos à FC em CN sobre os quais os professores do 1º CEB
foram inquiridos e de identificar as características da amostra que mais interferem na
referida valorização, e a fim de usar de algum rigor na adesão às respostas ao
questionário, usámos a escala de Likert original de 1 a 5 e aplicámos, respectivamente,
o teste de sinais e o teste de Mann Whitney (Siegel e Castellan, 1988; Pestana e
Gageiro, 2003), cujas apresentações e análises decorreram segundo quatro etapas:
Na primeira etapa, aplicámos o teste de sinais e analisámos a significância
estatística das diferenças entre as pontuações obtidas por todos os pares de itens
possíveis de cada aspecto em estudo, relativo às CN. Como no teste de sinais se
pretende testar a hipótese nula que exprime não haver diferença em tendência central
entre dois membros de um par, para uma hipótese alternativa de que há diferença entre
os membros do referido par (Pestana e Gageiro, 2003), o nível de significância
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
111
associado ao teste bilateral, para um erro assumido α = 0,05 (Siegel e Castellan, 1988;
Pestana e Gageiro, 2003), permite rejeitar a hipótese nula se houver diferenças
estatisticamente significativas (p < 0,05) e aceitar a hipótese nula se não houver
diferenças estatisticamente significativas (p ≥0,05). Desta forma foi possível agrupar,
ou não, os diferentes itens em pares. Assim, quando se verificaram diferenças
estatisticamente significativas (p < 0,05) concluiu-se serem pares de itens a que não se
atribui igual relevância, pelo que não foram agrupados. Nos pares de itens em que não
se verificam diferenças estatisticamente significativas (p ≥ 0,05), conclui-se serem
pares de itens a que se atribui igual relevância, pelo que foram agrupados como tal.
Na segunda etapa tomou-se em consideração poder atribuir-se sinal positivo,
nulo ou negativo aos pares de itens. Quando os itens indicados nas linhas das tabelas
dos testes de sinais obtiveram pontuações superiores aos itens indicados nas colunas
(diferenças positivas > diferenças negativas), atribui-se sinal positivo (+) a esse par de
itens. Quando são iguais (diferenças positivas = diferenças negativas), atribui-se-lhe
sinal nulo (0). Quando são inferiores (diferenças positivas < diferenças negativas),
atribui-se-lhe sinal negativo (-). Por outro lado, como a tabela não repete os valores
entre pares de itens em cada linha da tabela, quando se pretende fazer a leitura da tabela
partindo das colunas, devem considerar-se as pontuações das diferenças positivas como
diferenças negativas e vice versa.
Desta forma, pela comparação do número de diferenças positivas e do número
de diferenças negativas de cada par de itens é possível saber a força dos sinais
(positivos, nulos ou negativos) associados a cada item em estudo. Com base na
comparação dos referidos valores, obtidos pela aplicação do teste de sinais aos dados
recolhidos da amostra em causa neste estudo, foram construídas tabelas com a indicação
da força dos sinais associado a cada item em estudo através da indicação do número de
vezes em que cada item teve pontuações superiores, iguais ou inferiores no conjunto de
todos os pares de itens possíveis. Com os valores obtidos em cada uma das tabelas foi
possível realizar uma pré-ordenação decrescente dos itens, que apenas pode ser
entendida como uma tendência do grau de relevância atribuído aos itens em estudo,
visto que ainda não se apresenta a informação de haver, ou não, diferenças
estatisticamente significativas entre as pontuações dos diferentes itens.
Na terceira etapa, como se pretende analisar a interferência das variáveis sexo e
distrito na valorização dos diferentes aspectos relativos à FC em CN, aplicou-se o teste
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
112
de Mann Whitney, por se tratar de um teste para duas amostras independentes e ser de
utilização preferível ao teste t quando há violação da normalidade, sendo pequena a
perda de eficiência (Pestana e Gageiro, 2003).
O teste de Mann Whitney testa a hipótese nula: as duas populações (sexo
masculino e sexo feminino / distrito de Bragança e distrito de Vila Real) são iguais em
tendência central. A hipótese alternativa será: as duas populações não são iguais em
tendência central.
Nesse sentido, foram construídas tabelas em que se apresentam os valores
obtidos pela aplicação do referido teste a todos os itens dos diferentes aspectos da FC no
âmbito das CN em estudo, relativamente às duas variáveis antes referidas. Procedemos
de seguida à análise da significância estatística, para um erro assumido α = 0,05 (5%).
Assim, quando o nível de significância estatística do teste apresenta p ≥ 0,05,
aceita-se a hipótese nula considerando-se que não se verificam diferenças
estatisticamente significativas entre as duas populações, ou seja, ambas as populações
valorizam igualmente o item em estudo.
Por outro lado, se o nível de significância estatística for p < 0,05 rejeita-se a
hipótese nula e aceita-se a hipótese alternativa considerando-se que se verificam
diferenças estatisticamente significativas entre as duas populações. Comparando as
médias das ordens das duas populações destaca-se a população que atribui maior
valorização ao item em estudo.
Finalmente, na quarta etapa, conciliando os pares de itens agrupados com a pré-
ordenação dos itens em estudo, foi possível construir grupos de itens, em que cada
grupo é constituído por itens entre os quais não se verificam diferenças estatisticamente
significativas (p ≥ 0.05). Por esse motivo, os itens de cada grupo, são considerados
itens com igual relevância para os professores do 1º CEB. Nesse sentido, construíram-se
figuras em que os grupos são apresentados por ordem decrescente relativamente ao grau
de relevância atribuído, indicando-se também as características da amostra,
relativamente às variáveis sexo e distrito, que mais valorizam cada item.
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
113
3.8.2 Dados dos CFAE’s
A apresentação e análise de dados das acções de FC realizadas nos CFAE’s dos
distritos de Bragança e Vila Real são realizadas a partir do enquadramento das acções
de FC em categorias relativas às CN.
O enquadramento das acções de FC em categorias relativas às CN revelou-se
extremamente difícil por se basear em juízos de valor que podem ser discutíveis. No
entanto, criou-se uma plataforma de entendimento com especialistas em CN e
professores que leccionam esta disciplina no 1º CEB (incluída na área de Estudo do
Meio) que permite, a nosso ver, proceder ao tratamento de dados nesse sentido.
Partimos do pressuposto de que as áreas e domínios de formação em que foram
enquadradas as acções de FC, quando se realizou a sua acreditação pelo CCPFC e
financiamento pelo PRODEP, são representativos das diferentes características das
acções de FC. Este pressuposto baseia-se na semelhança entre as acções de FC que se
enquadram em cada área e, especialmente, domínio de formação. Além disso, as áreas e
domínios das acções de FC correspondem àquelas em que foram acreditados os
respectivos formadores pelo CCPFC, de acordo com as características específicas da
sua formação.
Como cada domínio de formação pertence a uma determinada área de formação
resolvemos centrar a análise nos domínios de formação.
Assim, foi possível fazer o enquadramento dos domínios de formação em
categorias representativas da sua contribuição no âmbito das CN, sendo este
enquadramento extensivo às acções de FC que se realizaram nos respectivos domínios
de formação.
Para isso, tomámos como referência a designação dos domínios de formação
publicada pelo CCPFC (2001), dado corresponder à designação utilizada para
acreditação das acções de FC realizadas em 2002, último ano em que se recolheram
dados das acções realizadas nos CFAE’s dos dois distritos em estudo.
Começámos por proceder à delimitação dos domínios de formação a analisar,
processo que decorreu em duas fases. Numa primeira fase seleccionaram-se os
domínios de formação em que se realizaram acções de FC, no período e nos dois
distritos em estudo, que incluíssem no seu público-alvo os professores do 1º CEB. Na
segunda fase realizou-se o enquadramento dos referidos domínios de FC em categorias
relativas à sua contribuição no âmbito das CN.
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
114
Assim, na primeira fase, e dado o estudo envolver os professores do 1º CEB e de
apenas se possuírem dados referentes a todas as acções de FC realizadas pelos CFAE’s
dos distritos de Bragança (excepto do CFAE Intermunicipal do Douro Superior) e Vila
Real entre 1997 e 2002, ou seja, durante um período de seis anos, foram identificadas as
acções de FC cujo público-alvo incluía os professores do 1º CEB (Tabela 4).
Tabela 4
Acções de FC, realizadas nos distritos de Bragança e Vila Real durante o período de
1997 a 2002, por público-alvo O público-alvo não
inclui o 1º CEB O público-alvo inclui o 1º CEB
Desconhece-se o público-alvo
Total
f % f % f % f %
95 15,0 509 80,2 31 4,9 635 100,0
Com base nestes critérios foram excluídas 95 (15,0 %) acções de FC de um total
de 635 acções de FC realizadas entre 1997 e 2002 nos CFAE’s dos distritos de
Bragança e Vila Real porque o seu público-alvo não incluía os professores do 1º CEB.
Não foi possível conhecer o público-alvo de 31 acções de FC (4,9%) relativas ao ano de
2002 dos CFAE’s: Fernão Magalhães, Montalegre e Chaves e Boticas, pelo que se
excluíram. Assim, apenas foram consideradas para efeitos de apresentação e análise de
dados 509 acções de FC, ou seja, 80,2% do total de acções realizadas nos dois distritos,
como se pode verificar pela Tabela 4.
Na segunda fase, relativamente aos domínios de formação previstos pelo CCPFC
e PRODEP, distinguimos nos distritos e período em estudo:
a) Domínios em que se realizaram acções de FC – 60 (49,2%);
b) Domínios em que não se realizaram acções de FC – 62 (50,8%).
Para efeitos de enquadramento em categorias de formação relativas à
contribuição no âmbito das CN, foram considerados 60 (50,8%) domínios de formação
previstos pelo CCPFC e excluídos 62 (49,2%) dos referidos domínios, pelo facto de não
se realizaram acções de FC nos CFAE’s dos distritos de Bragança e Vila Real no
período de 1997 a 2002.
Procedeu-se de seguida ao enquadramento dos 60 domínios de formação em que
se realizaram acções de FC nos CFAE’s dos distritos de Bragança e Vila Real no
período em estudo, em categorias relativas à sua contribuição no âmbito das CN e que
se realizou em três etapas (Quadro 9). Participaram nesta tarefa dois especialistas em
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
115
CN, um do distrito de Bragança e outro do distrito de Vila Real, e ainda cinco
professores do 1º CEB.
O enquadramento dos domínios de formação nas referidas categorias baseou-se
em dois documentos:
1. Listagem dos domínios de formação em que se realizaram acções de FC nos
CFAE’s dos distritos de Bragança e Vila Real entre 1997 e 2002 (Anexo 7);
2. Listagem das diferentes acções de FC que se realizaram em cada um dos
domínios nos referidos distritos durante o período em causa (Anexo 8).
Quadro 9
Etapas do processo de enquadramento dos domínios de formação em categorias
relativas às CN
Etapas Domínios em que se realizaram acções de FC nos CFAE’s dos distritos de Bragança e Vila
Real entre 1997 e 2002
1ª Domínios que se enquadram no âmbito das CN Domínios que não se enquadram no âmbito das CN
2ª Domínios com contribuição elevada no âmbito das CN
Domínios com contribuição razoável no âmbito das CN
Domínios com contribuição fraca ou nula
no âmbito das CN
3ª
Domínios com contribuição razoável no
âmbito das CN direccionados
para os recursos
tecnológicos
Domínios com contribuição razoável no
âmbito das CN não
direccionados para os recursos
tecnológicos
Na primeira etapa solicitou-se a colaboração dos especialistas em CN que
identificaram:
a) Domínios de formação que se enquadram no âmbito das CN;
b) Domínios de formação que não se enquadram no âmbito das CN.
Para esse efeito partiu-se do pressuposto, aceite pelos referidos especialistas, de
que os domínios que se enquadram no âmbito das CN são aqueles que, com base nos
dados fornecidos pelos documentos distribuídos, na opinião dos especialistas, implicam
formação específica sobre as CN, quer seja a nível das metodologias de ensino, quer
seja a nível dos temas da especialidade. Em oposição, os domínios que não se
enquadram no âmbito das CN, não implicam formação específica no âmbito das CN.
Nesta etapa também se teve em consideração a abrangência do conceito de CN, tal
como foi definido pelo investigador no capítulo I deste estudo.
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
116
Na segunda etapa pretendeu-se caracterizar o grau de contribuição, no âmbito
das CN, dos domínios de formação identificados na primeira etapa. Nesse sentido,
houve concordância entre os especialistas nos seguintes pressupostos: os domínios de
formação que se enquadram no âmbito das CN têm contribuição elevada para o ensino
aprendizagem das CN, nos domínios que não se enquadram no âmbito das CN podem
distinguir-se: domínios com contribuição razoável no âmbito das CN e domínios com
contribuição fraca ou nula no âmbito das CN.
Relativamente à categoria dos domínios de formação com contribuição elevada
para o ensino aprendizagem das CN, houve consenso dos especialistas, pois
correspondem directamente aos domínios que se enquadram no âmbito das CN.
A distinção entre domínios de formação com contribuição razoável e domínios
de formação com contribuição fraca ou nula para o ensino-aprendizagem das CN,
levantou algumas dúvidas. Estabeleceu-se que por “contribuição razoável” se entendia
que acções de FC realizadas nos referidos domínios contribuem de alguma forma para o
ensino-aprendizagem das CN, no entender dos especialistas e da maioria de um grupo
de professores (cinco) que leccionam CN no 1º CEB (incluídas na Área de Estudo do
Meio) e que foram inquiridos para esse efeito. Em oposição, os domínios com
contribuição fraca ou nula no âmbito das CN, referem-se aos domínios em que não é
reconhecido contributo pelos especialistas nem pela maioria dos professores inquiridos.
Na terceira etapa, após uma análise global da quantidade de acções realizadas
nos CFAE’s dos distritos de Bragança e Vila Real no período em estudo e respectivos
domínios de formação, constatou-se que havia um número elevado de acções
relacionadas com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Assim, houve
concordância total dos especialistas na distinção e enquadramento destes domínios de
formação em domínios com contribuição razoável para o ensino-aprendizagem das CN
direccionados para os recursos tecnológicos e domínios com contribuição razoável para
o ensino-aprendizagem das CN não direccionados para os recursos tecnológicos.
O Quadro 10 mostra a distribuição final dos domínios de formação em
categorias relativas às CN, de acordo com os especialistas e professores consultados.
A análise do Quadro 10 permite constatar que a contribuição dos domínios de
formação no âmbito das CN é:
- elevado em 12 domínios;
- razoável (direccionados para os recursos tecnológicos) em 4 domínios;
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117
- razoável (não direccionados para os recursos tecnológicos) – em 23
domínios;
- fraco ou nulo em 21 domínios.
Quadro 10
Distribuição dos domínios de formação por categorias de formação relativos às CN Domínios com contribuição
elevada no âmbito das CN
Domínios com contribuição razoável
no âmbito das CN direccionados para os recursos tecnológicos
Domínios com contribuição razoável no
âmbito das CN não direccionados para os recursos tecnológicos
Domínios com contribuição fraca ou nula no âmbito das
CN
A10 – Ciências da Natureza/Ciências Naturais
A11 – Ciências da Saúde A17 – Desenvolvimento
Pessoal e Social (Educação para a saúde)
A36 – Geologia A64 – Ciências do
Ambiente B9i – Outro B (Educação
para a sexualidade) C03 – Concepção e
organização de projectos Educativos (educação para a saúde)
C05 – Didácticas Específicas (domínio científico: C054 - Ciências da Natureza / Estudo do Meio)
C9i – Outro C (Educação para a Saúde)
D06 – Relações Humanas (Educação para a sexualidade)
D08 – Educação Ambiental
D12 – Práticas de Educação para a Saúde
A40 – Informática C15 – Tecnologias
educativas (Informática/ Aplicações da Informática)
C16 – Tecnologias educativas (Meios Audiovisuais)
C17 – Tecnologias educativas (Outras a especificar)
A17 – Desenvolvimento Pessoal e Social
B02 – Avaliação B03 – Educação e
Desenvolvimento B06 – Educação Especial B09 – Organização do Sistema
Educativo B10 – Orientação Vocacional B13 – Psicologia da Educação B14 – Sociologia da Educação B16 – Teoria Curricular B17 – Educação e Valores C02 – Área Escola C03 – Concepção e
organização de projectos Educativos
C04 – Didáctica Geral C06 – Ensino Recorrente C07 – Inovação Educacional C10 – Práticas de Avaliação
do Rendimento Escolar C12 - Relação Pedagógica C13 – Sensibilização à
Educação especial C20 – Investigação-acção C9i – Outro C (Projecto educativo) D02 – Educação Multicultural D06 – Relações Humanas D13 – Educação para a Cidadania
A05 – Artes Gráficas/Artes Visuais A21 – Educação Física A23 – Educação Musical/Música A24 – Educação Tecnológica A25 – Educação Visual e TecnológicaA31 – Expressões (A311 - Físico
Motora; A312 – Musical; A313 – Dramática; A314 - Plástica)
A39 – História/História de Portugal A43 – Matemática / Métodos
Quantitativos A44 – Materiais e Técnicas de
Expressão Plástica A46 – Português/Língua Portuguesa A57 – Literatura (A571 - Portuguesa) A9i – Outros A (Língua Portuguesa) B01 – Administração Educacional B10 – Orientação vocacional B11 – Pedagogia e Didáctica C01 – Animação de Grupos C05 – Didácticas Específicas (Língua
Portuguesa, Matemática, Expressão Plástica, Expressão Musical, Expressão Fisico Motora, Literatura Portuguesa, Literatura Inglesa, Literatura Francesa)
C09 – Práticas de Aconselhamento e Orientação
C18 – Práticas de Desporto Escolar C19 – Orientação de Bibliotecas
escolares D05 – Relações entre Educação e
Sociedade
Como já foi referido, a distribuição dos domínios de formação por categorias
relativas ao seu contributo no âmbito das CN é extensiva às acções de FC.
O Quadro 11 estabelece a relação directa entre as categorias dos domínios
relativos às CN e o enquadramento das acções de FC relativas às CN através dos
domínios em que foram acreditadas e financiadas as acções de FC, pelo CCPFC e
PRODEP, respectivamente.
METODOLOGIA __________________________________________________________________________________________________________
118
Quadro 11
Correspondência entre as categorias dos domínios de formação relativas às CN e as
categorias das acções de FC relativas às CN Categorias dos domínios de formação
relativas às CN ↔ Categorias das acções de FC relativas às CN
Domínios com contribuição elevada no âmbito das CN ↔ Acções com contribuição elevada no âmbito das
CN – categoria A; Domínios com contribuição razoável no âmbito das CN direccionados para os recursos tecnológicos
↔Acções com contribuição razoável no âmbito das CN direccionadas para os recursos tecnológicos – categoria B;
Domínios com contribuição razoável no âmbito das CN não direccionados para os recursos tecnológicos
↔Acções com contribuição razoável no âmbito das CN não direccionadas para os recursos tecnológicos – categoria C;
Domínios com contribuição fraca ou nula para o ensino aprendizagem das CN ↔ Acções com contribuição fraca ou nula no
âmbito das CN – categoria D.
Assim, na apresentação dos resultados da oferta dos CFAE’s dos distritos de
Bragança e Vila Real no período de 1997 a 2002 foi realizada recorrendo-se a tabelas
em que se apresentam as frequências e percentagens das acções de FC de todas as
categorias relativas às CN, por formarem um todo coerente com as categorias
distinguidas. No entanto, a análise é realizada, essencialmente, relativamente às
categorias A (acções com contribuição elevada no âmbito das CN), B (acções com
contribuição razoável no âmbito das CN direccionadas para os recursos tecnológicos) e
C (acções com contribuição razoável no âmbito das CN não direccionadas para os
recursos tecnológicos), por se lhes reconhecer contributo no mínimo razoável no âmbito
das CN apontando para os objectivos deste estudo, pelo que a análise apenas inclui a
categoria D (Acções com contribuição fraca ou nula no âmbito das CN.) em termos
globais. A referida apresentação e análise é realizada em função das variáveis
independentes: distrito, CFAE, ano de realização, modalidade de formação, número de
níveis de ensino abrangidos e período de realização.
É feito o cruzamento de dados com os resultados obtidos pelas respostas ao
questionário, anteriormente analisado.
Como já foi referido, os dados apresentados não incluem o CFAE Intermunicipal
do Douro Superior do distrito de Bragança pelo facto de este CFAE não ter
disponibilizado dados para o estudo. Também não incluem dados do ano de 2002 dos
CFAE’s Fernão Magalhães, Montalegre e Chaves e Boticas, por não se possuírem dados
relativamente ao seu público-alvo.