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CARACTERÍSTICAS, DISTRIBUIÇÃO E APTIDÃO DE USO DOS SOLOS DA ENCOSTA INFERIOR DO NORDESTE DO RIO GRANDE DO SUL Antonio Ayrton Auzani Uberti

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CARACTERÍSTICAS, DISTRIBUIÇÃO E APTIDÃO DE USO

DOS SOLOS DA ENCOSTA INFERIOR DO NORDESTE DO RIO

GRANDE DO SUL

Antonio Ayrton Auzani Uberti

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CARACTERÍSTICAS, DISTRIBUIÇÃO E APTIDÃO DE USO DOS

SOLOS DA ENCOSTA INFERIOR DO NORDESTE DO RIO GRANDE

DO SUL

Autor: Antonio Ayrton Auzani UbertiOrientador: Prof. Egon Klamt

RESUMO

A distribuição dos solos, em quatro áreas testes naEncosta Inferior do Nordeste do Rio Grande do Sul, foi ma-peada em fotografias aéreas na escala 1 : 20.000. Em cada área teste foram demarcadas duas toposequências para estudodetalhado a campo das superfícies e unidades geomórficas e das características morfológicas dos solos encontrados nas mesmas. Análises físicas e químicas foram processadas em a mostras coletadas dos horizontes diagnósticos destes solos.

A região em estudo apresenta superfícies policíclicas caracterizadas por uma sucessão de patamares, cada qualconstituído dos segmentos encosta, talus ou pedimento e terraço. Os extremos destas superfícies constituem os topos e planícies aluviais. Solos mais desenvolvidos, como Terras Estruturadas, Brunizem Avermelhado e Cambissolos são encontrados nas posições mais estáveis da paisagem: topo, terraços e planícies aluviais. Nas encostas, mais instáveis, predominam solos Litólicos. Em 50% das áreas estudadas o-correm solos aptos para culturas anuais, enquanto que as restantes apresentam aptidão para pastagem ou silvicultura. Material cartográfico básico na escala de 1 :10.000 será ne-cessário, para mapeamento detalhado de superfícies e solos,na região.

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CHARACTERISTICS, DISTRIBUTION AND POTENTIAL USE OF

THE SOILS OF NORTHEAST SLOPES OF RIO GRANDE DO SUL

Author: Antonio Ayrton Auzani UbertiAdviser: Prof. Egon Klamt

SUMMARY

The distribution of soils in four testing areas, inthe Northeasther Slopes region of Rio Grande do Sul, were mapped in aereal photographs of 1 : 20.000 scale. In each testing area, two transects were demarcate, to study in the field the geomorphic surfaces and units and the morphologicalcharacteristics of the soils found on them. Phisical and chemical analysis were performed on the samples of the diagnostic horizons of each soil.

The Northeasthern Slopes present policyclic surfaces,each one having a slope, talus or pediment and terrace segment. Many of these policycle surfaces present a crest and aluvial plane as end members of segments. On the more stable geomorphic units, as are the crest, terrace and aluvial planes more weathered soils, as Ultisols, Alfisols, Mollisols and Inceptisols are found. On the slopes, mainly Entisols, Inceptisols and Mollisols are found. In 50% of the areas studied, soils with suitability for cultivated crops,were mapped, on the remaining areas occur soils suitable only for forestry or pasture. Basic cartographic material of 1 :10.000 scale are necessary for detail mapping of geomorphic units and soils in this area.

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FIGURA 2. Zoneamento dos derrames de lavas, modificado deLEINZ e AMARAL (1966).

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o v0 o0 O UO0 o f l

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consegdente menor grau de resistência. A quarta zona é o

topo ou região amigdalóide, rica em vesículas preenchidas

por minerais como calcita, zeolita, ágata. Esta distribui-

ção é concordante, em princípio, com critérios de SARTORI e

GOMES (1980). Entretanto, estes autores afirmam que nas úl

timas manifestações vulcânicas prevaleceu material de natu-

reza diversa, com maior teor de silício, caracterizando ro-

chas ácidas, provavelmente dacito.

Portanto ,os sucessivos derrames tiveram lava de natureza di

versa, o que deve ter influido no desenvolvimento de solos

com características diferentes, principalmente em termos de

composição química. Entretanto, este aspecto não ocasionou

diferenciação na compartimentação geral do planalto formado.

Conforme o zoneamento citado por LEINZ e AMARAL

(1966) e SARTORI e GOMES (1980) formou-se uma sucessão de

rochas com diferentes graus de resistência à alteração. A

decomposição seletiva desta rocha subjacente, associada à

dissecção pela erosão, originaram no planalto, superfícies

em degraus ou patamares, típica da área dos derrames basál-

ticos.

Porém, autores como QUINN (1957), BUTLER (1959),

BIGARELLA et alii (1965) consideram que o desenvolvimento da

paisagem com patamares é resultante da interação de dois

fatores: o grau de resistência à alteração da rocha subja-

cente e processos geomórficos condicionados pelo clima.

BIGARELLA et alii (1965), baseados em estudos da tex

tura e estrutura dos sedimentos de basalto, concluiram que

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dois tipos climáticos devem ter prevalecido no Pleistoc&nio:

clima úmido e árido ou semi-árido. Detalhes destas varia-goes

climáticas não são conhecidos. Em clima árido ou semi -árido

o desenvolvimento da vegetação e deficiente, deixando a

superfície descoberta. Nestas condições ocorre acentuado

intemperismo físico. As precipitações pluviomêtricas, que são

ocasionais e intensas, degradam a paisagem pela ero

são dos produtos de intemperismo, entulhando os vales.

DAVIS (1899), citado por BIGARELLA et alii (1965) e

KING (1953) consideram que em clima árido ou semi-árido a

encosta ou escarpa preserva a inclinação original no proces

so de dissecção da paisagem. Segundo conceitos de BUTLER (

1959), este ciclo caracteriza-se por intensa instabilidade da

paisagem.

Em clima úmido há intenso intemperismo químico e a-

bundante desenvolvimento vegetal. Assim, a alteração quimi

ca das rochas atinge maior profundidade, e a camada superfi

cial do terreno fica mais protegida da ação do escoamento su

perficial. O regime pluvial passa de intermitente a perma-

nente, ocorrendo um aumento na descarga dos rios, permitindo

o escoamento dos detritos que entulhavam os vales, origi

nados no período anterior. Nestas condições houve o enta-

lhamento dos leitos dos rios. DAVIS (1899), citado por

BIGARELLA et alii (1965), considera que em clima úmido o an

guio da encosta sofre diminuição com o desenvolvimento do

ciclo úmido. Segundo conceitos de BUTLER (1959), este pe-

ríodo caracteriza-se como um ciclo de estabilidade da

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paisagem e formação de solos. Segundo este autor, as fases

de instabilidade e estabilidade se alternam, originando qua

tro zonas distintas na paisagem: zona de remoção,tipicamen

te erosional e que resulta na formação de solos jovens; zo na

de adição, onde predominam solos deposicionais; zona de

alternância, onde os efeitos de erosão e deposição se alter

nam num mesmo lugar; e zona de estabilidade, própria da á-

rea de solos velhos, desenvolvidos.

Para DAVIS (1899), citado por KLAMT (1973), a evolu

ção das paisagens está associada ã erosão a um nível de ba

se, através de diferentes estágios. No estágio jovem, o

transporte é maior que o fornecimento de detritos,com o con

seqüente aprofundamento dos vales, que tendem a forma de 'tV".

No estágio maduro há um equilíbrio entre o fornecimento e o

transporte de detritos, e a paisagem é mais estável,onde os

vales alargam-se tendendo a forma de "U". No estágio senil a

deposição de detritos é superior ao transporte, condiçóes em

que a paisagem torna-se suave com o aumento do manto de

intemperismo.

Projetando-ase todos esses fatos sobre a Encosta In-

ferior do Nordeste, têm-se uma sucessão de patamares consti-

tuídos de encostas e terraços (superfícies geomórficas poli

cíclicas). Cada patamar representa a alternância de um ci-

clo úmido e árido ou semi árido, sendo que no primeiro ocor

reu a incisão dos vales e no segundo o retrocesso das encos

tas. A idade destes patamares, segundo WALKER (1962), de-

cresce dos superiores aos inferiores. Os patamares são

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limitados nos extremos por topo e planicies aluviais,confor

me ilustra a Figura 2, modificada de LEINZ e AMARAL (1966).

2.2. Solos da Encosta Inferior do Nordeste

Na Escosta Inferior do Nordeste, segundo o Levanta-

mento de Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul (

BRASIL, 1973), ocorrem solos Lateritico Bruno Avermelhado

Distrófico, Brunizem Avermelhado e Litólico Eutrófico. Os

Lateritico Bruno Avermelhado foram mapeados como unidade de

mapeamento Pituva; Brunizem Avermelhado como unidade Vila,

quando ocorrem em planicies aluviais, e como Associação

Ciríaco-Charrua quando ocorrem em encosta, sendo os solos

da unidade Charrua solos Litólicos.

Os solos Lateritico Bruno Avermelhado, classifica-

dos como Haplohumult no Sistema Compreensivo Americano (USDA,

1975), são profundos, argilosos, bem drenados e de colora-

ção avermelhada. São desenvolvidos provavelmente de mate-

rial alterado de rochas basálticas redepositado. Apresentam

pH ácido, média capacidade de troca de cátions,saturação de

bases e saturação com alumínio. Ocupam, na paisagem,as par

tes de maior estabilidade, em altitudes entre 200 -700 me-

tros.

Os solos Brunizem Avermelhado, classificados como

Argiudol no Sistema Compreensivo Americano (USDA, 1975),são

medianamente profundos, de coloração bruno avermelhada, ar-

gilosos e bem drenados. Quando ocorrem em planície aluvial,

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são desenvolvidos de material sedimentar recente e sem pe-

dregosidade; enquanto que em posição de terraço ou talussão originados de basalto ou material alterado de rochas ba

sálticas, redepositado. Estes últimos apresentam pedregosi

dade abundante e são mais rasos que os Brunizem de planície

aluvial. Ambos apresentam pH ligeiramente ácido, alta capa

cidade de troca de cations e saturação de bases e ausência

de alumínio trocável.

Os solos Litólicos Eutróficos, classificados como

Hapludol no Sistema Compreensivo Americano (USDA, 1975), ocu

pam a posição de relevo mais acentuado, de encosta, e ocor-

rem associados aos Brunizem Raso. Têm coloração bruno aver

melhado escura, são bem drenados, fracamente estruturados e

de textura mêdia. São ligeiramente ácidos e com elevada ca

pacidade de troca de cations e saturação de bases e ausên-

cia de alumínio trocável. Têm abundância de pedras no per-

fil e superfície e são solos rasos, desenvolvidos de basal-

to, ocorrendo em altitudes entre 200-700 metros.

GOEDERT (1967) e KLAMT (1969) constataram desvios

nos conceitos modais dos solos Brunizem Avermelhado Raso e

solo Litôlico Eutrófico. KLAMT (1969) sugere grande varia-

ção nas características destes solos numa mesma região e en

tre regiões, devido aos processos de erosão e redeposição,

comuns nas regiões em que ocorrem.

GOEDERT (1967) constatou predominância de argilo-mi

nerais 2 : 1 e 1 : 1 em dois perfis de Brunizem Avermelhado Ra

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CURI (1975) estudou solos pertencentes à unidade de

mapeamento Charrua (Litólico Eutrófico), encontrados na En-

costa Inferior do Nordeste e apresentando incipiente hori-

zonte B, em discordância com o Levantamento de Reconhecimen

to dos Solos do Rio Grande do Sul (BRASIL, 1973). 0 mesmo

autor, descrevendo duas toposegüâncias, encontrou disconti-

nuidade litológica no solo Brunizem Avermelhado Raso (unidade Ciriaco) em uma delas, indicando que o solo foi desenvol

vido de material redepositado.

QUEIRóZ (1980) estudou a variação das característi-

cas morfológicas, físicas e químicas dentro e entre os so-

los Brunizem Avermelhado Raso (unidade Ciriaco) e Lateritico

Bruno Avermelhado (unidade Pituva), que ocorrem na Encosta

Inferior do Nordeste. Segundo o autor, todos os perfis de

Lateritico Bruno Avermelhado conservaram a classificação o-

riginal. Entretanto, houve variações acentuadas quanto aos

valores para saturação de bases e alumínio, ocorrendo solos

eutróficos, distróficos e álicos. As variações para os so-

los Brunizem foram mais acentuadas, ocorrendo Brunizem Aver

melhado Raso, Terra Roxa Estruturada Similar e Cambissolo,

todos com caráter eutrófico.

Segundo o Levantamento de Reconhecimento dos Solos do

Rio Grande do Sul (BRASIL, 1973) e CURI (1975), os solos das

Encostas Inferior e Superior do Nordeste,diferenciam-se

nitidamente em termos de propriedades químicas. Na Encosta

Superior, em maiores altitudes, concentram-se solos distró-

ficos das unidades Caxias (Litólico), Carlos Barbosa

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(Lateritico) e Farroupilha (Cambissolo). Na Encosta Inferior,

em cotas altimétricas menores e com material de origem mais

básico, há o domínio de solos eutróficos da unidade Vila e

associação Ciríaco-Charrua anteriormente descritos. Os so-los

distróficos da unidade Pituva (Lateritico) ocupam reduzidas

áreas na Encosta Inferior, em condições de maior esta

bilidade da paisagem.

2.3. Relação solo-superfície geomórfica

Estudos de RUHE (1960), WALKER (1962), DANIELS et

alii (1971), KLAMT e BEATTY (1972), CURI (1975) e outros de

monstram que existe uma estreita relação entre as superfí-

cies geomórficas e os solos que nelas ocorrem; consequente

mente a análise desta relação é fundamental em estudos que

objetivam o entendimento da distribuição e características

dos solos na paisagem de uma determinada região.

Uma paisagem completa segundo RUHE (1960), é consti

tuida por quatro segmentos de superfície geomórfica: topo,

encosta, pedimento e planície aluvial. Na formação de cada um

desses segmentos concorrem diferentes fatores e processos,

conforme a natureza de cada superfície. Assim no topo, que é

a posição mais estável da paisagem e com melhores con dições

de drenagem, a lixiviação deve ser mais intensa. Com isso,

nesta superfície devem predominar solos mais desenvol vidos,

em função de uma maior atuação dos fatores pedogenáticos. Na

encosta, pelas condições de relevo íngreme, a

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drenagem externa é mais atuante, favorecendo o transporte

seletivo de materiais erodidos. Desta maneira os processos

erosivos são intensos, há uma maior instabilidade da super-

ficie e a tendéncia é ocorrerem solos rasos na mesma. Na

planície aluvial ou no terraço, as condições de maior esta-

bilidade da paisagem favorecem um maior acúmulo de materiais

com consequente formação de solos medianamente profundos.

Entre a encosta e a planície pode-se caracterizar um segmen

to intermediário, o pedimento ou talus, onde o intemperismo

atuando sobre o acúmulo de detritos possibilita o desenvol-

vimento de solos também medianamente profundos, mas em posi

ção menos estável que na planície ou no terraço. Pelo ex-

posto, verifica-se que na sucessão dos fatores formativos dos

diferentes segmentos de superfícies geomórficas e res-

pectivos solos, alternam-se processos erosivos e deposicio-

nais.

Estes conceitos, em princípio, coincidem com os de

BENNEMA et alii (1962) de que as paisagens são formadas por

superfícies erodidas e redepositadas a diferentes niveis,on

de às superfícies mais antigas correspondem as cotas altimé

tricas mais elevadas.

Os conceitos até então considerados são também coin

cidentes com os estabelecidos por WALKER (1962) ao estudar a

cronologia de terraços associada à formação dos solos. O

autor, usando a teoria dos ciclos do solo de BUTLER (1959),

evidencia um decrescente desenvolvimento dos solos do topo

para a planície aluvial, correlacionando-se o grau de

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cas de Ultissolo; nas superfícies erosionais ou encosta

desenvolvimento dos mesmos, com a decrescente idade das su-

perfícies, no mesmo sentido.

Resultados de estudos desenvolvidos por KLAMT e

BEATTY (1972), COGO (1972), AZOLIN (1975), demonstraram a

relação existente entre a distribuição de solos e superfí-

cies geomórficas. KLAMT e BEATTY (1972) estudando uma to-

posseq{lência no Planalto Médio do Rio Grande do Sul, onde o

correm solos da associação Ciríaco-Charrua (Brunizem +

Litólico), concluiram pela ocorrência dos solos Litólicos em

posição de escarpa e dos Brunizem na parte menos acidentada

do relevo, em posição de pedimento ou talus. Esta dis

tribuição é concordante com dados do Levantamento de Reco-

nhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul (BRASIL, 1973).

COGO (1972) estudando solos da Campanha do Rio Grande

do Sul concluiu que os menos desenvolvidos encontram-se na

parte menos estável, que coincide com a posição de encosta.

Já os solos profundos ocupam posição de topo, que é o seg-

mento mais estável da paisagem e também o mais antigo, coin

cidindo também com critérios de RUHE (1960) e BENNEMA et

alii (1962).

AZOLIN (1975), estudando relações solo -superfície

nas regiões da Campanha e Depressão Central do Rio Grande do

Sul, enfatiza a distribuição dos solos na paisagem, con-

dicionada pela ocorrência de diferentes superfícies geomêr-

ficas. O autor identificou no topo da paisagem solos pro-

fundos, bem drenados, bastante lixiviados, com caracteristi

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foram mapeados solos medianamente profundos e mesmo Litólicos;

nas superfícies deposicionais (pedimentos e planície alu-

vial) o autor descreveu Planossolos e solos Gley.

Relacionando-se as quatro superfícies geomórficas

definidas por RUHE (1960) com as unidades de mapeamento do

Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul

(BRASIL, 1973), verifica-se que em grande parte da En-costa

Inferior do Nordeste as posições de topo encontrara-se

desgastadas ou rebaixadas, o que possibilita ocorrência de

solos Litólicos, caracterizando um desvio no conceito de su

perficie completa de RUHE (1960). Entretanto,em áreas mais

estáveis ocorrem com maior grau de desenvolvimento, Lateri-

tico Bruno Avermelhado Distrófico (unidade Pituva). Em se-

qüência natural ocorrem solos Litólicos Eutróficos (unidade

Charrua) em posição de encosta; segue-se uma zona de maior

estabilidade correspondendo às áreas de ocorrência de Bruni

zem Avermelhado Raso (unidade Ciriaco), em posição de pedi-

mento ou talus. Na base, constituida pela planície aluvial ou

terraço, ocorrem solos mais desenvolvidos, da unidade Vila (

Brunizem Avermelhado).

2.4. Aptidão de uso dos solos

Os estudos de gênese, classificação natural e dis-

tribuição dos solos na paisagem permitem um melhor conheci-

mento das propriedades dos mesmos, de suas deficiências e

reação a diferentes tratamentos. Conseqüentemente, permitem

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também uma melhor classificação da capacidade de uso.

No Brasil têm sido usados os Sistemas Americano (

KLINGEBIEL e MONTGOMERY, 1961) e Brasileiro (RAMALHO et alli,

1977) de avaliação da aptidão de uso da terra,nos tra

balhos de levantamento de solos.No Sistema Americano (KLINGEBIEL e MONTGOMERY,1961)

de classificação de aptidão do uso da terra os solos são

classificados em três categorias: categoria A, para terras

cultivãveis com culturas anuais e compreendendo as classes

I, II, III e IV; categoria B, para terras cultiváveis com

culturas permanentes através das classes V, VI, VII; e, cate-

goria C para terras não cultiváveis representadas pela cias

se VIII. As classes de uso II a VII são subdivididas em sub -

classes, com base nos fatores limitantes principais: ero-

são (e), excesso de água (w), limitações na zona do sistema

radicular (s), e limitações climáticas (c).

As sub-classes são divididas em unidades de capaci-

dade de uso, com base nas diferenças em relação ao potencial

dos solos e dificuldades em eliminar os fatores limitantes.

Como, em geral, estas informações são pouco disponíveis, es

te nível não tem sido atingido nos trabalhos até então de-

senvolvidos no Brasil.

Este sistema foi aplicado no Rio Grande do Sul e con

seqüentemente na Encosta Inferior do Nordeste, em trabalho

desenvolvido pelo Instituto Nacional de Colonização e Refor

ma Agrária - INCRA (BRASIL, 1973).

Os solos da região em estudo, segundo este sistema,

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foram enquadrados nas classes IV, VI e VII, onde apenas a

primeira suporta cultivos anuais esporádicos alternados com

culturas permanentes. As classes VI e VII são aptas apenas

para culturas permanentes.

No Sistema Brasileiro de Classificação de Uso dos

Solos (RAMALHO et alii, 1977), os mesmos são enquadrados em

seis classes de uso, com base nos seguintes fatores limitan

tes: deficiência de fertilidade, deficiência de água, defi

ciência de ar, susceptibilidade à erosão, e, viabilidade de

mecanização.

As classes de uso são estabelecidas para três siste

mas de manejo: rotineiro (A), intermediário (B) e avançado (

C). Neste sentido o Sistema Brasileiro se diferencia do

Americano, que prevê apenas uso de sistema avançado.

Dentre as classes de uso do solo, três têm aptidão

para culturas anuais, tendo a classe 1 aptidão boa nos três

sistemas de manejo considerados, a classe 2 aptidão regular

nos sistemas de manejo primitivo e intermediário e a classe 3

restrita para os três sistemas. A classe 4 é indicada pa ra

pastagem plantada e a classe 5 para pastagem nativa e/ou

silvicultura. As terras classificadas na classe 6 não tem

aptidão agrícola.

A metodologia de RAMALHO et alii (1977) foi aplica-

da no Rio Grande do Sul e por extensão na área em estudo,pe

la Subsecretaria de Planejamento e Orçamento do Ministério da

Agricultura - SUPLAN (BRASIL, 1978), sendo os solos en-

quadrados em classe regular para culturas anuais em sistemas

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de manejo primitivo e intermediário (2ab).

No Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Rio

Grande do Sul (BRASIL, 1973) solos que ocupam posição rela-

tivamente estável no terreno como as unidades Ciríaco e

Pituva (Brunizem Avermelhado e Lateritico Bruno Avermelhado)

foram classificados como aptos para culturas permanentes,

com indicações para utilização com culturas anuais em lavou

ras de extensão limitada. Já os solos Litólicos Eutróficos (

unidade Charrua) foram enquadrados como aptos para culturas

permanentes.

Conclue-se que os trabalhos até então realizados a-

presentam resultados contrastantes. No sistema Americano

(KLINGEBIEL e MONTGOMERY, 1961), a inflexibilidade da meto-

dologia, que exige material básico a nível detalhado, condu

ziu a uma subestimação do potencial agrícola da Encosta

Inferior do Nordeste. O Sistema Brasileiro (RAMALHO et alii,

1977), mais flexível e tendo como suporte levantamentos de

reconhecimento, generalizou e superestimou a aptidão agrico

la das terras. 0 Levantamento de Reconhecimento dos Solos do

Rio Grande do Sul (BRASIL, 1973), pobre em detalhes, a e

xemplo do trabalho do INCRA (BRASIL, 1973), também subesti-

mou a real aptidão dos solos em estudo. Além disso, nos trés

trabalhos citados, pelas limitações da escala usada nos mes

mos (1 :750.000), não foi possível avaliar ou quantificar a

distribuição geográfica dos solos aptos para culturas anuais

e permanentes na região.

No presente trabalho, usando material básico em

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escala maior e aprofundando considerações sobre relação so-

lo-superfície, ter-se-ã dados mais consistentes que permi-

tam uma aproximação mais real da aptidão dos solos da

Encosta Inferior do Nordeste.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Material

Foram estudadas sete topossegüências, sendo duas lo

calizadas no município de Estrela, duas em Salvador do Sul,

duas em Sobradinho e uma em Taquara. A escolha dos locais

visou abranger pontos aproximadamente eqüidistantes dentro

da Encosta Inferior do Nordeste.

q relevo desta região e forte ondulado a montanhoso,

caracterizado por uma alternância de superfícies geomór ficas

contrastantes em forma. As superfícies são em geral,

constituidas dos seguintes segmentos: topo, encosta, talus, terraço e planície aluvial.

q material de origem dos solos ë o basalto nas

tas altimetricas menores, predominando um material mais áci

do, dacito, em altitudes superiores a 420- 450 metros.

A vegetação primária É de floresta subtropical alta,

restrita atualmente as áreas mais declivosas, em função da

intensa atividade agrícola.

q clima é do tipo Cfa da classificação de Kõeppen,

segundo Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Rio

Grande do Sul (BRASIL, 1973), e corresponde a um clima

co-.

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30

subtropical úmido, sem estiagem. A temperatura média anual

varia entre 19,0 a 19,9°C e a precipitação pluviométrica en

tre 1.384 a 1.976 mm. Estes valores definem um regime de

umidade údíco e de temperatura térmico (USDA, 1975).

3-2. Métodos

3.2.1. Estudo preliminar da relação solo-paisagem Em

fotografias aéreas na escala 1 : 60.000, por fo-

tointerpretação, foram selecionadas areas testes de 100 am,que apresentaram características de relevo e formas de pai-

sagem representativas da região. Estas areas testes foram

ampliadas para escala de 1 :20.000, aproximadamente. Ap6s foi

realizada uma fotoanalise de cada area, separando-se as

diferentes superfícies geomorf_icas, onde em principio, deve

riam ocorrer solos diferentes.

3.2.2. Distribuição dos solos nas superfícies geo-

môrficas

Em cada area teste foi limitada uma area central de

aproximadamente 16 km2, na qual foram demarcadas duas topos

seqüências. Estas topossegüênc.ias foram percorridas a campo

para estudo da distribuição dos solos nas diferentes super-

fícies geom6rficas. Nos diferentes segmentos de cada super

fície foram descritas as características morfolõgicas dos

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31

distintos solos que neles ocorrem, bem como a declividade,

pedregosidade, condições de drenagem, uso atual, bem corm de

terminadas as dimensões de cada segmento. Foram descritos e

coletados para análise de laboratório os horizontes A e B,

considerados diagnósticos para fins de classificação. As

descrições dos perfis seguiram as normas da Sociedade

Brasileira de Ciëncia do Solo (BRASIL, 1967).

3.2.3. Análises de laboratório

Para as determinações químicas e físicas foram uti-

lizadas amostras secas ao ar, destorroadas e peneiradas em

peneiras de 2 mm (TFSA). A fração maior que 2 mm foi utili

zada para determinação de cascalho, e a menor que 2 mm para

as determinações a seguir relacionadas.

O pH, alumínio trocável, acidez titulável e bases

trocáveis foram determinadas segundo mëtodo de VETTORI (1969).

Para o pH em água e KC1 foi usada a proporção solo -solução

de 1 : 1. Nas análises de alumínio torcável e acidez titulá

vel os extratores foram KC1, N e Ca (CH3OOO)2 N pH 7.0, res

pectivamente. Em ambos foi feita titulação com NaOH 0,019 N.

As bases trocáveis foram extraídas com NH4 (CH3OOO) N pH 7.0,

sendo o potássio sódio determinados diretamente no extra-to

por fotometria de chama (JACKSON, 1958) e o cálcio e o

magnésio por espectrofotometria de absorção atômica. A soma

de bases (Ca + Mg + K + Na), capacidade de troca de cations

(T = H + Al + S), saturação de bases (V = S/T.100) e saturação

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33

pedregosidade foi avaliada por amostragem a campo,usando-se

como parâmetros os indicados por FREIRE (1979) e apresenta-

dos no Apèndice 22.

Visando o uso de práticas agrícolas que contemplem

agricultores em diferentes níveis sócio-económicos e tecno-

lógicos, a metodologia empregada considera très sistemas de

manejo:

Sistema de manejo A - compreende um baixo nível tecnológico,

com mínima aplicação de capital para manejo, melho-

ramento e conservação das condições da terra;

Sistema de manejo E - caracteriza-se por modestas aplicações

de capital e de resultados de pesquisa para ma nejo,

melhoramento e conservação da propriedade;

Sistema de manejo C - prevè um alto nível tecnológico, com

aplicação intensiva de capital e de resultados de

pesquisas.

Aos sistemas de manejo, os autores associaram seis

classes de aptidão que avaliam as condições agrícolas de ca

da unidade de mapeamento para lavouras de ciclo curto, pas-

tagem plantada e nativa, silvicultura e preservação da flora

e fauna, conforme ilustrado na Tabela 1.

Para a obtenção de classes com aptidão de uso mais

intensivo associou-se o grau de desenvolvimento dos solos com

a estabilidade das unidades geomórficas. Os percentuais de

cada classe de aptidão de uso foram determinados sobre o

total da área percorrida, em metros, nos diferentes segmen-

tos das sete topossegüèncias estudadas.

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TABELA 1. Simbologia correspondente às classes de aptidãorelacionadas com os sistemas de manejo e os tiposde utilização, segundo RAMALHO, PEREIRA e BEEK(1977).

Classe deSistemas de manejo

Tipo de utilização indi-aptidão cado

A B C

1 Boa lA 1B IC Lavoura

2 Regular 2a 2b 2c

3 Restrita 3(a) 3(b) 3(c)

Boa 4P

4 Regular 4p Pastagem plantada

Restrita 4(p)

Boa 5N 5S Silvicultura e/ou pasta-

5 Regular 5n 5s gem natural

Restrita 5(n) 5(s)

6 Sem aptidão para uso agrícola Preservação da flora e

fauna ou recreação.

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3.2.5. Classificação natural dos solos

Os solos foram classificados a nível de grande gru-

po segundo o Sistema Brasileiro de Classificação (BENNEMA e

CAMARGO, 1964; BRASIL, 1971, 1973, 1975) e Sistema Compreen

sivo Americano "Soil Taxonomy" (USDA, 1975).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Superfícies geomõrficas

As sete topossegüências estudadas na região da

Encosta Inferior do Nordeste do Rio Grande do Sul, conforme

ilustra a Figura 3, caracterizam-se por apresentar uma su-

cessão de superfícies com patamares bem definidos. Cada pa

tamar inclui dois segmentos: a encosta, tipicamente erosio

nal e o terraço, que corresponde à posição mais estãvel.

Freqüentemente ocorre entre estes segmentos, o talus, de na

tureza deposicional e em posição menos estãvel que o terra-

ço. Esta sucessão de patamares define superfícies polici-

clicas, conforme BIGARELLA et alii (1965).

Entre as superfícies estudadas,as dos municípios de

Estrela (Figura 3) e Sobradinho, apresentam-se limitadas na

parte inferior por planícies aluviais, e as de Salvador do

Sul (Figura 4) e Taquara (Apêndice 21) apresentam vales en-

caixados em forma de V.

As topossegüências com vales abertos (vales em U,

conforme Figura 3), atingiram nível de base local e por con

seguinte maior estabilidade. Entretanto, e principalmente nas

topossegüências de Estrela (Figura 3) predominam solos

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rasos, indicando que os processos geomórficos devem ter si-

do mais ativos do que os pedogenèticos.

A presença de rochas de menor resistência ã altera-

ção, como nas topossegt6ncias de Estrela, que apresentam dia

clasamento vertical ou a distância maior das vertentes po-

dem ser as causas da maior evolução destas superfícies.

As topossegÜèncias com vales encaixados em V,confor

me mostra a Figura 4, são mais instáveis, e nestes os pro-

cessos erosivos e deposicionais não foram suficientemente a

tivos para originar um nível de base local.

Para a formação destas superfícies com sucessão de

patamares, devem ter ocorrido períodos de incisão de vales,

alternados com períodos de retrocesso, das encostas.

A incisão de vales, conforme QUINN {1957), BUTLER (

1959) e BIGARELLA et alii (1965), ocorre em climas ümidos e

compreende a decomposição química da rocha e profunda dis

secção da paisagem pelos rios perenizados. Neste período a

paisagem è estável, devido à cobertura vegetal e os proces-

sos pedogenéticos são ativados (BUTLER, 1959).

O retrocesso das encostas, segundo os autores acima

citados, ocorre em períodos semi-áridos ou áridos, em que a

cobertura vegetal è restrita e a morfogenese mecânica ati

vada, promovendo a degradação lateral das encostas e erosão

dos detritos pelas acentuadas chuvas ocasionais, entulhando

os vales, em que correm rios intermitentes.

Esta alternância de períodos de incisão dos vales e

retrocesso das encostas foi favorecida pela rocha subjacente,

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S V P E R F I . I F 1 S U P E R F ( C i E 2 S V P E R F { C I E 3

Tr E n 1 I 1A iSALVADOR SUL I

! I

i F

! 1 (

1

II1

f~s~~

. i I `

1 1

¡I I r

SALVADOP SUL II I I

!

Ii ►

1

I I I I r I

1

,.

11 ~

.

I I

¡ 1 '

0;25 0,5 0,75 S , Õ — 1 5p S T Á N C I A ( K M ) 1'ç--

LEGE1wAS

UNIDADES GEOMORFICAS: Tp = Topo; En= Encosta; Tr =Terraço

FIGURA 4 Representação gráfica das topossegi ncias descri-tas em Salvador do Sul, ilustrando as diferentes superfícies e segmentos ou unidades geomórficas.

J

52

47

4

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40

constituiria de basalto e dacito (SARTORI e GOMES, 1980),que

apresenta zonas de resistência distinta ã alteração (LEINZ e

AMARAL, 1966).

Relacionando-se as formas das superfícies estudadas

com os estágios do ciclo geomórfico de DAVIS (1899), citado

por KLAMT (1973), verifica-se, que o desenvolvimento das mes

mas corresponde ao estágio jovem, que se caracteriza por a-

presentar vertentes fortemente inclinadas, escorregamento de

detritos formando talus, e presença de rios encaixados.

Em função disto, nesta região devem prevalecer so-

los de desenvolvimento genético pouco acentuado, com exce-

cão de solos encontrados em terraços mais estáveis, onde ha

ja materiais deposicionais remanescentes e em que o tempo de

atuação dos processos pedogenéticos foram mais longos.

4.2. Solos

Nas sete topossegtiências estudadas foram descritos

61 perfis: de solo, distribuídos em quatro unidades taxonõmi

cas principais: Solos Litólicos, Cambissolos, Brunizem

Avermelhado e Terras Estruturadas.

Estes resultados são, em principio,concordantes com

o Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do

Sul (BRASIL, 1973). Os desvios estão relacionados às pro-

priedades químicas, pois segundo o Levantamento de

Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul (BRASIL,1973) e

CURT (1.975), na Encosta Inferior do Nordeste concentram-se

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solos eutróficos, somente. Entretanto, estes desvios podem

ser relacionados às cotas altimétricas maiores, que seriam

transição para os solos distróficos da Encosta Superior do

Nordeste. Quanto aos Cambissolos, ausentes no Levantamento

de Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul (BRASIL,

1973), tiveram ocorrência confirmada em estudos de QUEIRÕZ (

1980) na Encosta Inferior do Nordeste.

Solos Litólicos

Nas sete topossegtiências estudadas foram descritos

29 perfis correspondentes a esta unidade, perfazendo 47,5%

dos perfis coletados. Destes, 20 são eutróficos com soma de

bases e capacidade de troca de cations altas, e ligeira-

mente ácidos, conforme Tabela 2 e Apêndice 2. Os nove per-

fis distróficos têm soma de bases, capacidade de troca de

cations e saturação de bases baixas e alta saturação com a-

lumínio; são ácidos a fortemente ácidos, dados estes ilus-

trados na Tabela 2 e Apêndice 3.

Os solos eutróficos ocorrem em posições inferiores

na paisagem, e também em cotas altimétricas inferiores, que

os distróficos. De um modo geral, os Litólicos Eutróficos,

ocorrem em altitudes entre 80 -400 metros. Devem ter sido

desenvolvidos de rochas vulcânicas básicas (basalto),enquan

to que os distróficos de vulcânicas ácidas (dacito)(SARTORI e

GOMES, 1980). Os distróficos são encontrados em altitudes

médias entre 430 - 550 metros. Além do detalhe de rocha

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42

SOZOS e11~cYO~ZCOS, somenite. ~n~re~an~o, estes desvios podem

ser relacionados ãs cotas altimétricas maiores, que seriam

transição para os solos distrõficos da Encosta Superior do

Nordeste. Quanto aos Cambissol.os, ausentes no Levantamento

de Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul (BRASIL,

1973), tiveram ocorrência confirmada em estudos de QUEIRÓZ (

1980) na Encosta Inferior do Nordeste.

Solos Litólicos

Nas sete topossegdências estudadas foram descritos

29 perfis correspondentes a esta unidade, perfazendo 47,5%

dos perfis coletados. Destes, 20 são eutróficos com soma de

bases e capacidade de troca de cations altas, e ligeira-

mente ácidos, conforme Tabela 2 e Apêndice 2. Os nove per-

fis distróficos têm soma de bases, capacidade de troca de

cations e saturação de bases baixas e alta saturação com a-

lumínio; são ácidos a fortemente ácidos, dados estes ilus-

trados na Tabela 2 e Apêndice 3.

Os solos eutróficos ocorrem em posições inferiores

na paisagem, e também em cotas altimétricas inferiores, que

os distróficos. De um modo geral, os Litólicos Eutróficos,

ocorrem em altitudes entre 80 -400 metros. Devem ter sido

desenvolvidos de rochas vulcânicas básicas (basalto),enquan

to que os distróficos de vulcânicas ácidas (dacitO)(SARTORI e

GOMES, 1980). Os distróficos são encontrados em altitudes

médias entre 430 - 550 metros. Além do detalhe de rocha

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TABELA 2.

Médias das características físicas e químicas das Unidades Taxonómicas Solo

Litólico Eutrófico e Distrófico, Cambissolo Eutrófico e Distrófico e Brunizem

Avermelhado.

Valores para os Horizontes "A" e

"B" respectivamente

Características

Litólico

Eutrófico

Litólico

Distrófico

Cambissolo

Eutrófico

Cambissolo

Distróf ico

Brunizem

Avermelhado

Horizonte

AA

A - B

A - B

A-B

pH água

5.8

4.3

5.9

-5

.94

.5 -

4.2

5.8

-6

.0

Ca++

(mE/100 g)

13

.83

.21

2.9

- 1

2.4

3.4

-1

.01

4.7

- 1

7.2

Mg++

(mE/100 g)

4.4

1.2

2.4

-4

.80

.5 -

0.6

5.1

-7

.2

K+

(mE/100 g)

0.6

0.5

0.4

-0

.20

.2 -

0.1

0.5

-0

.3Na+(mE/100 g)

0.4

0.3

0.3

-0

.50

.2 -

0.2

0.5

-0

.6

S(mE/100 g)

19

.25

.21

5.2

- 1

7.8

4.4

-2

.02

0.9

-2

5.3

H+

(mE/100 g)

3.7

10

.03

.7 -

2.4

5.6

-2

.73

.8 -

2.6

Al+++(mE/100 g)

0.2

4.0

0.1

-0

.13

.4 -

7.5

0.0

-0

.0

T(mE/100 g)

23

.11

9.3

19

.0 -

20

.21

1.8

-7

.02

4.9

- 2

8.1

V(%

)8

12

67

7 -

85

30

- 1

58

3 -

90

Sat. Al+++(%)

14

46

0 -

05

0 -

81

0 -

0Ma

t.

Orgãnica(%)

4.2

6.7

5.0

-0

.85

.5 -

1.4

3.5

-1

.9

Are

ia

(%)

17

15

14

- 1

31

5 -

13

19

- 1

6

Sil

te

(%)

40

29

31

- 2

53

0 -

23

36

- 3

0

Argila

(%)

43

56

55

- 5

65

6 -

64

45

- 5

4

N9 de perfis

20

93

69

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matriz, os solos distróficos sofrem influéncia de clima mais

úmido e frio, com acúmulo maior de matêria orgânica. Ainda

em função disto apresentam cores no matiz 10YR e relação va

lor/croma de 3/2. Já os eutróficos apresentam cores no ma-

tiz 5YR e relação valor/croma de 3/3.

São solos que apresentam segdência de horizontes A/C

ou A/R, com espessura mêdia de horizonte A com 20 cm, e tex

tura predominante franco argilosa. São friáveis, fracamente

estruturados e com abundância de calhaus e matacões no

perfil e na superfície. Estas características morfológicas

estão ilustradas na Tabela 3 e Apêndice 4 e 5.

Os solos Litólicos Eutróficos são classificados co-

mo Hapludoll e os Distróficos como Haplumbrept, segundo o "

Soil Taxonomy" (USDA, 1975).

Cambissolos

Foram descritos nove perfis componentes desta unida

de taxonómica, correspondendo a 14,8% do total de perfis des-

critos, sendo seis distróficos e três eutróficos. Os pri-

meiros são fortemente ácidos, com soma e saturação de bases

baixas e alta saturação com aluminio, conforme dados da

Tabela 2 e Apêndice 6, respectivamente. Os eutróficos são

levemente ácidos e têm soma e saturação de bases e capacida

de de troca de cations altas e baixa saturação com aluminio,

conforme indicam a Tabela 2 e Apêndice 7. A exemplo dos

Litólicos, os Cambissolos Distróficos ocorrem em maiores

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TABELA 3 Características morfológicas modais das Unidades Taxonõmicas Solo Lit6lico

Eutrófico e Distrófico, Cambissolo Eutrófico e Distrófico e Brunizem

Avermelhado.

Valores

Litólico

Litólico

Cambissolo

Cambissolo

Eutrófico

Distr6fico

Eutr6fico

Distrófico

Características

Brunizem

Avermelhado

HORIZONTE "A"

Espessura

(cm)

22

21

18

2l

24

Cor

(úmida)

5YR 3/3

lOYR 2/2

5YR 4/2

7.5YR 3/2

5YR 3/3

Textura

fa- aC*

fa

aa

a

Estrutura

mo,p,gr,fr,m,bs

mo>p>gr.fr,m>bs

mo>P,gr>fr>m:bs

mo,p,gr,fr,m,bs

mo,p,gr,mo,p,bs

Consistência

fr,

lp,

lpe

mfr,

lp,

lpe

fr,

lp,

lpe

fr-mfr, lp, pe

fr,

lp, pe

Transição

HORIZONTE "B"

Espessura

(cm)

g,

p

28

g,

P

34

g,

p

27

Cor

(úmida)

5YR 4/3

10YR 4/4

5YR 3/3

Textura

ma

ma

ma

Estrutura

fr, m, bs

fr, mo, m, bs

mo, m, bs

Cerosidade

mo, c

Consistência

fr,p, pe

fr,

lp, pe

fr-fi, p, pe

N9 de perfis

20

93

69

*Abreviaturas com significado no Apêndice 1.

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altitudes (430-550 metros) , onde prevalece regime de chuvas mais inten

so e clima mais úmido, condições em que há menor retenção de

bases e maior acúmulo de matéria orgánica. Neste processo

também deve estar atuando o caráter ácido da rocha matriz,

dacito, mencionado por SARTORI e GOMES (1980) e que predomi

na nas zonas correspondentes aos últimos derrames de lavas.

Já os perfis eutróficos devem ser originados de rochas basi

cas, basalto, e são encontrados em altitudes entre 200 e 420

metros. As cores nestes últimos estão nos matizes 5YR e 7.

5YR, com relação valor/croma em torno de 4/4. Já nos dis

tróficos, que ocorrem em maiores altitudes, as cores concen

tram-se no matiz 10YR (Tabela 3 e Apêndices 8 e 9).

São solos com sequência A/B/C de horizontes, sendo

de 20 cm a espessura mêdia do horizonte A e de 36 cm a do B.

A média da textura é argilosa na camada superficial e muito

argilosa no horizonte B. São solos friáveis, com estrutura

fracamente desenvolvida e com moderada ocorrência de mate-

rial intemperizável. Há ausência de pedras no perfil e mo-

derada ocorrência na superfície. Segundo o "Soil Taxonomy"

(USA, 1975), os solos com caráter distrófico foram classifi

cados como Haplumbrept. Os eutróficos mostraram variações,

havendo um perfil classificado como Hapludoll e dois como

Eutrochrept; estes últimos não possuem cor e espessura para

Mollisol.

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a 6,6% d.o total, são Terra Bruna Estruturada Similar.

Os perfis de Terra Roxa Estruturada Similar, cujas

características principais estão nas Tabelas 4 e 5 e

Apêndices 14, 15, 16 e 17, são medianamente profundos, com

solum em tõrno de 100 - 120 cm, seqüência A/B/C de horizon-

tes. Apresentam cores no matiz 5YR, com relação valor/cro ma

de 3/2 e 3/5, respectivamente para os horizontes A e B. São

solos argilosos a muito argilosos, com estrutura fraca na

camada superficial e moderada a forte no B. Dos seis per fis

coletados, quatro são distróficos e dois eutróficos. Os

eutrõficos são ligeiramente ácidos a ácidos, têm soma e sa-

turação de bases e capacidade de troca de cations altas. Os

perfis distróficos são fortemente ácidos, com soma e satura

cão de bases e capacidade de troca de cations baixas. Segun

do "Soil Taxonomy" (USDA, 1975), três perfis distróficos são

classificados como Argiudalf e umcomo Hapludult; aos dois

perfis eutróficos corresponderam as classificações de

Hapludalf e Argiudoll. As Terras Roxas Estruturadas ocorrem

em altitudes entre 250 - 450 metros.

As Terras Brunas Estruturadas Similar Epieutrõfica

tém suas características principais ilustradas nas Tabelas 4

e 5 e Apêndices 18 e 19, e distinguem-se das Terras Roxas

pelas cores brunadas escuras e maiores teores de matéria or

gãnica. São medianamente profundas (solum em tarno de 100cm) e

seqüência A/B/C de horizontes. As cores situam-se nos ma

tizes 7.5YR e 1OYR, com relação valor/croma de 3/3 e 3/5 pa

ra os horizontes A e B, respectivamente. A estrutura varia

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TABELA 4. Características morfológicas modais das Unidades Taxonómicas Terra Roxa

Estruturada Similar Eutrófica e Distrófica, Gley Húmico Laterita Hidromórfica

Eutrófica, Solo Aluvial Eutrófico e Terra Bruna Estruturada Similar

Epieutrófica.

Valores

C'aracteristicas

Terra Roxa

Similar.

Eutrófica

Terra Roxa

Similar

Distrófica

Terra Bruna

Similar

Epieutr6fica

Laterita

Hidrom6rfica

Solo Aluvial

Eutrófico

Gley

Húmico

HORIZONTE "A"

Espessura

(cm)

23

27

23

20

20

25

Cor

(úmida)

5YR 3/2

5YR

10YR 3/3

7.5YR 4/2

10YR 3/3

10YR 2/2

Textura

a*

f a-aC

fa-aC

afa

fa

Estrutura

Consisténcia

mo,p,gr,fr,m,bs

fr,p,pe

mo,p,gr,fr,m,bs

fr,lp,lpe-pe

mo,p,gr,fr,m,bs

fr,lp,lpe

mo,p,gr,fr,p,bs

fr,lp,lpe

fr,mo-g,ba,bs

mfr,lp,lpe

p,pe

Transição

g,p

g,P

d,p

a,p

HORIZONTE "B"

Espessura

(cm)

50

43

28

42

44

Cor

(úmida)

2.5YR 3/6

5YR 3/6

10YR 3/4

5YR 4/6

10YR 4/1

Textura

ma

ma

aa

ma

Estrutura

Cerosidade

Consistência

fo,m,bs

fr,c

fr-fi,p,pe

mo,m,bs

mo,c

fr,lp,pe

mo,m,bs

fr-mo,p-c

fr,lp,lpe

p,pe

p,pe

Abreviaturas com significado no Apendice 1.

0

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TABELA 5. Média das características físicas e químicas das Unidades Taxonõmicas Terra Roxa Estruturada

Similar Eutrófica e Distrófica, Gley Húmico, Laterita Hidromórfica Eutrófica, Solo Aluvial

Eutrófico e Terra Bruna Estruturada Similar Epieutrófica.

Terra Roxa Simi

Terra Roxa Simi

Terra Bruna Simi

Laterita Hidromor

Solo Aluvial

Cley Húmico

lar Eutrõfica

lar Distrófica

lar Epieutrófica

fica Eutr6fica

Eutrófico

Horizonte

A - B

A - B

A - B

A - B

A - B

A - B

pH água

5.6 - 5.9

4.8 - 4.7

5.2 - 4.6

6.0 - 5.9

5.2

4.5 - 4.6

Ca++ (mE/100 g)

8.4 - 7.4

3.6 - 2.5

6.4 - 2.4

12.8 - 8.5

5.8

2.7 - 4.5

Mg++ (mE/100 g)

3.0 - 4.6

1.2 - 0.7

1.9 - 1.0

4.5 - 2.2

2.1

0.1 - 1.7

K+ (mEí100 g)

0.3 - 0.3

0.3 - 0.1

0.7 - 0.3

0.1 - 0.1

0.1

0.2 - 0.1

Na+ (mE/100 g)

0.4 - 0.4

0.2 - 0.3

0.4 - 0.3

0.5 - 0.3

0.3

0.3 - 0.2

S (mE/100 g)

12.1 - 12.7

5.2 - 3.6

9.5

4.0

17.0 - 11.1

9.3

4.1 - 6.6

H+ (mE/100 g)

3.9 - 3.3

5.2 - 3.1

4.9 - 5.4

4.6 - 4.5

3.4

11.9 - 4.6

Al+++ (mE/100 g)

0.4 - 0.5

1.7 - 3.5

0.3 - 5.2

0.0 - 0.1

0.1

3.5 - 2.5

T (mE/100 g)

16.4 - 16.5

12.1 - 10.3

14.8 - 14.6

21.6 - 15.8

12.8

19.5 - 13.8

V(7,)

70- 77

43-35

63-24

79- 78

72

22-21

Sat. Al+++ (Z)

3 - 4

25 - 48

4.5 - 61.0

0 - 0

141 - 25

Mat. orgánica (Z)

6.0 - 1.2

5.0 - 1.3

4.7 - 2.7

4.1 - 3.0

3.5

7.9 - 2.2

Areia (%)

14 - 13

14 - 12

18 - 10

16 - 12

55

20 - 13

Silte (%)

39 - 29

31.- 21

35 - 27

35 - 13

19

35 - 39

Argila

47 - 57

55 - 67

47 - 63

49 - 75

26

46 - 48

Características

N9 de perfis

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de fraca a moderada ao longo do perfil e a textura de franco

argilosa no horizonte A a argila ou muito argilosa no B. Os

quatro perfis coletados são epieutróficos,fortemente áci dos,

com saturação de bases e capacidade de troca de cations altas

e média soma de bases, no horizonte A. No horizonte

subjacente os valores da composição química decrescem acen-

tuadamente. Os quatro perfis da Terra Bruna ocorrem no mu-

nicípio de Sobradinho, onde concentram-se as maiores altitu

des da região estudada (430-560 metros). Possivelmente o

material de origem destes solos seja ácido (dacito) e que o

corre nas áreas correspondentes aos últimos derrames de la-

vas, segundo SARTORI e GOMES (1980). Dos quatro perfis des

critos, dois classificaram-se como Argiudalf e os outros co

mo Haplohumult, segundo "Soil Taxonomy" (USDA, 1975).

Além destas Unidades Taxonómicas ocorrem na região,

como inclusões nos solos anteriores, Solos Aluviais

Eutróficos, Laterita Hidromórfica e Gley H úmico, cujas ca-

racterísticas principais são apresentadas nas Tabelas 4 e 5.

Estas unidades são classificadas, respectivamente, como

Hapludoll, Umbraqualf e Humaquept, segundo "Soil Taxonomy" (

USDA, 1975). Laterita Hidromórfica são solos formadas sob

restrita percolação de água, sujeitos temporariamente a ex-

cesso de umidade e apresentando plintita no horizonte B2 e

concreções de ferro, além de gradiente textural A/B.

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4.3. Relação solo-superfície geomórfica

A estreita relação existente entre solos e superfí-

cies geomórficas, citada em trabalhos de RUHE (1960),WALKER (

1962), DANIELS et alii (1971), KLAMT e BEATTY (1972), CURI (

1975), AZOLIN (1975) e outros, é evidente nas sete toposse

güéncias estudadas, conforme ilustra a Tabela 6.

Assim, a quase totalidade dos solos que ocorrem em

posição de topo, em altitudes entre 400 e 560 metros,são me

dianamente profundos (cambissolos), conseqüência da maior

estabilidade desta superfície, conforme ilustram as Figuras

5, 6, 7 e 8.

A ausência, neste segmento de superfície de solos

velhos, bem desenvolvidos, indica que o mesmo está sofrendo

retrabalhamento, o que é confirmado pela ausência de amplas

áreas remanescentes, esbatidas. Esta observação é reforça-da

também pela ocorrência, como inclusões, de solos pouco

desenvolvidos (Litólicos e Gley), na mesma. A presença de

solos distróficos nesta unidade geomórfica pode ser associa

da as maiores altitudes, onde, segundo SARTORI e GOMES

(1980), predominam rochas ácidas (dacito) correspondentes

aos últimos derrames de lavas. Concomitantemente, em cotas

altimétricas superiores há maior precipitação pluviomé trica,

mais umidade, maior acúmulo de matéria orgânica. E, a con-

següênte maior acidez liberando bases,proporciona condições

de distrofismo dos solos. A análise da Tabela 6 indica, pa ra

a posição de topo, a altitude de 400 metros como limite

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TABELA 6. Relação solo/superficies geomorficas nas sete toposegiencias descritas.

ALTITUDES E SOLOS

SUPERFZCIES

E UNISOBRADINHO ESTRELA SALVADOR SUL TAQUARA

D A D E S I II I II I IIALTI

TUDE

SOLOSALTITUBE SOLOS

T

TUDESOLOS

TLT!FSOLO

ALTITUDÈ

-

SOLOSALT ITUBE SOLOS

ALTITUDE SOLOS

Superfície I-Topo 540 TBep(Lie) 560 Lid(Cd) 450 Cd 530 Cd + Lid(Hi) 550 Cd(Hi) 400 Ce

Encosta 525 Lie 510 Lie 320 Lie 400 BAr 520 Lie 530 Lie 330 Lie + Ce +TEeSuperfi-

Talus 500 BAr 520 Cd(TEd - Ce)cie II

Terraço 520 TBep 500 TBep 220 BAr +Lie 300 BAr 490 TEd +cd(Lid) 510 Cd + Lid (Hi)

Encosta 460 Lie 450 Lid 170 Lie 250 BAr 340 Lie +TEe +TEd 430 Cd +Lid 220 Lie

Superfí- Talus 425 TEd(Aer)

cie III Terraço 140 Lie 230 Lie

Planície 400 Aer 430 Aer

Encosta 120 Lie 200 BArSuperfi-

Talus 170 Liecie IV

Terraço 95 BAr + Lie

Superfí- Encosta 85 Lie 140 Lie

cie V Planície 80 BA 100 BA

Legenda para solos: Lie - Lid - Litólicos Eutrófico e Distrófico; Ce - Cd - Cambissolos Eutrófico e Distrófico; BA - BAr - Brunizem Avermelhado e Brunizem Avermelhado Raso; TEe - TEd - Terra Roxa Estruturada Similar Eutr6fica e Distrófica; TBep - Terra Bruna Epieutrófica; Aer - Aluvial Eutrófico Raso.

Altitudes representadas em metros.

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_. - - - - - _

0,25 0,5 0,75 1,0 1 , 2 5 1 , 5 1 75 - - - - - - - - - - - 7-17117''.1)7-1 5 E

) B A r + 1.(e r e _ D A r BA + BAL ( L i e ) 1LLL-ArlNT,-)

SOLOS: PA= Br unI ;rem Avermelhado; BAr = Bruni:em Avermelhado Paso; C = Cam() i ssolo; = G lcy üúm:co ; Li - Li t6lico; e = eutr6fico; ( ) = i n c l u s ã o

UNIDADES G E O M C ) R F I C A E : T p = T o p o ; =Encosta; Tr = Terraço; PA =Planície aluvial.

FIGURA 5. Representação gráfica das toposseqt6ncias descri-tas em Estrela, com as respectivas unidade de ma-peamento e a distribuição das mesmas nas diferentessuperfície geom6rficas.

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46

3

SUPE gFTCIE ;UVE gFIC;E 2 ,UFEaFICIE 3

Tv E, TA I ia 1

C• Lle

I t I

CD A LID (HI) I i

• . •

TED A (D CLID)I

1 .( 1

1 LIE *TEE *TED

1 It 1

1

~ I I,'

CD(Hi)I

I

r .- . SALVADOR SUL I I11

I

LIE

1

CD • LID

}

~3J• ' .~

ED (CfIkCG)Co (LID, HI)

f .

Õ,15 0,5 D , F ) Q - . , n— 1 , 5CD • LID (HI) níS7A1LIA . ( l )

AAqI EE~~~ TID,F I E ~ TED • CD (LAD, HI) TR(QFFECDL• ,E{ ( o lU I I IDADES DE MAiEAMENTO

SOLOS. TE - TERRA ROaA EST+E'UUA"A j l !+~ .Aa; 'AR - E°U nI Z ( n evLar tL~>DO RASO, C - CANBISSOLO; LI - LITDEICO; HI - GIEr HGn{CU; E - EUTPOFICO, D - D `+

'R^ICO; ) ` I4CESAOIli)IDADES GE.'i- .`EICNS: TF - TOPO; EN • ENCOSTA; A - TALUS/ TN ' TEPFACO

FIGURA 6. Representação gráfica das topossegd6ncias descri-tas em Salvador do Sul, com as respectivas unida-des de mapeamento e a distribuição das mesmas nas diferentes unidades geomórficas.

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SUPERFÍCIE 1 SUPERFÍCIE 2 SUPERFICIE5

TP EN 1 1 TR 1 EN 2 PD PA

SOBRADINHO I

SOBPADINHO II

TBEP (LIE) I

,LIE

i,

I

~

TBEP

I•

LID

I

I~

'

jII

f

TED

I

,I

1

III(

(

~~ID (CD)

(AER)

AER ^`_`~

LIE

0,25 0,50,75 1,0

(DISTANCIAS (KM)

1,25

TBEP + LID ( L I E , Co) LIE TBEP ~LID (LIE) 7ED(AER)l

U N I D A D E S DE MAPEFNENTO

540

525--520--

460

425--400--

2 5 6 0 _

W

450—430

LEGENDAS

SOLOS: T B = TERRA BRUNA ESTRUTURADA SIMILAR EPIEUT'OFICA; TE = TERRA ROXA ESTRUTURADA SIMILAR; C = CAM-BI S O L O ; r. _ 'LUEIAL; LI = L I T J L I : O ; E = E U T ? U ' I C O ; D = DISTROFICC; EP = E P í E U T R O F I C O R = R A ; ) ;

( y , W A O . _

U N I D A D E S G O r O m P I CJ; .7 = TOPO; EN = ENCOSTA; TF = TERRAÇO; PD = PEDIMENTO; PA = PLANÍCIE ALUVIAL

FIGURA 7. Representação gráfica das topossegtiências descri-tas em Sobradinho, com as respectivas unidades demapeamento e a distribuição das mesmas nas diferentes unidades geomórficas.

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SUPERFÍCIE 1 SUPERFICIE 2 SUPERFÍCIE 3 ,

TP EN 1 TR Eu 2¡

CE

BA(Ht)

LIE

•I

_

0,25 0,5 0,75 1,0 1,25 1,5

DISTANCIA (KM)

ÚE LIE + CE + TEE B A ( H t ) LIE(LADE DE

.~qPEFr^'ENTO ,

400

370

~ ra

330

Q

220

LEGENDAS

SOLOS: TERRA ROXA ESTRUTURADA SIMILAR; BA = BRUNIZEM AVERMELHADO; HÚMICO' LI = LITÕLICO; E = ELTRÓFICO; ( )

= INCLUSÃO UNIDADES GEOM**FICAS = TP = Too; EN = ENCOSTA; TR ° TERRAÇO

FIGURA 8. Representação gráfica da topossegtténcia descrita em Taquara, com as respec-tivas unidades de mapeamento e a distribuição das mesmas nas diferentes su-perfícies geomórficas.

C = CAMBISSOLO; HI = GLEY

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superior de ocorrência de solos eutróficos.

Abaixo do topo, inicia a configuração policíclica

da paisagem, com a repetição das diversas superfícies geo-

mórficas ou patamares, constituídas de encostas e terraços.

Estes patamares variam em número de dois em Sobradinho

(Figura 7), Salvador do Sul (Figura 6) e Taquara (Figura 8),

até quatro em Estrela (Figura 5).

Nas encostas destes patamares, em altitudes desde 85

metros em Estrela até 530 metros em Salvador do Sul, pre

dominam em 83% das situações examinadas, solos rasos,

Litólicos. Hâ acentuada consistência nestes dados, pois a

encosta é de natureza tipicamente erosional, onde conforme

estudo de KLAMT e BEATTY (1972), COGO (1972), CURI (1975),

AZOLIN (1975) e o Levantamento de Reconhecimento dos Solos do

Rio Grande do Sul (BRASIL, 1973) devem prevalecer solos pouco

desenvolvidos. Praticamente todos os solos Litólicos

encontrados nas encostas independentemente de cotas altimé

tricas, são eutróficos. Nesta posição. em apenas um ponto de

amostragem na toposseqüência Sobradinho II (Figura 7) a 450

metros de altitude, ocorre um perfil de litólico distró fico

em posição de encosta. Provavelmente o eutrofismo des tes

solos deve estar relacionado ao incipiente grau de alte ração

do material subjacente, mesmo que este seja de nature za

ácida, como o dacito, encontrado em cotas mais elevadas,

conforme SARTORI e GOMES (1980). 0 diaclasamento horizon-tal

das rochas ácidas podem evitar a maior ação da água de

percolação e reduzir a lixiviação, e por conseguinte manter

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alta saturação de bases.

Nas topossegüências Estrela II (Figura 5) e Salvador

do Sul I (Figura 6) ocorrem solos medianamente pro fundos,

respectivamente Brunizem e Terra Roxa Estruturada Similar, em

posição de encostas. Este fato deve estar asso ciado às

zonas de alternância citadas por BUTLER (1959), on de os

processos erosivos e deposicionais são simultâneos ou

sobrepostos. Coincidentemente, nestas toposseqüências as

encostas encontram-se bastante alteradas, pois os processos

erosivos desgastaram o topo ou terraço, devendo ter ocorri-do

adição de material nas superfícies subjacentes.

Na posição de terraço, em altitudes variando de 95 me

tros em Estrela (Figura 5), até 520 metros em Sobradinho (

Figura 7), predominam solos mais desenvolvidos, como Terras

Estruturadas e Brunizem, em 66% dos pontos amostra-dos. A

maior estabilidade da paisagem proporciona maior a-

tuaçao dos fatores pedogenéticos, possibilitando o apareci-

mento de solos mais desenvolvidos.

Estes resultados são coincidentes com os obtidos por

KLAMT e BEATTY (1972) e pelo Levantamento de Reconhecimento

dos Solos do Rio Grande do Sul (BRASIL, 1973), principalmen

te quanto à ocorrência de Brunizem e Terra Roxa Estruturada

(unidades Ciriaco e Pituva), em altitudes de até 500 metros.

Esta cota limite para solos eutróficos é sustentada

pela ocorrência de rochas básicas, associada à dominância de

um clima mais seco, menores teores de matéria orgânica, e

conseqüente maior retenção de bases. Após a altitude média

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de 500 metros, a ação de um clima úmido ativa a atuação dos

fatores pedogenéticos sobre a superficie estável dos terra-

ços, provocando o desenvolvimento de solos distróficos:

Litólicos, Cambissolos e Terras Brunas. A presença de so-los

distr6ficos nesta região discorda com o Levantamento de

Reconhecimento dos Solos do Rio Grande do Sul (BRASIL, 1973) ,

que indica para a Encosta Inferior do Nordeste, presença de

solos eutróficos até a altitude de 700 metros (associação

Ciriaco-Charrua).

Resultados semelhantes aos do presente estudo foram

obtidos por QUEIROZ (1980) para esta região, em que caracte

rizou Cambissolos Eutróficos.

Em posições menos estáveis ou erodidas dos terraços

ocorrem solos litólicos, particularmente nas topossegüéncias

de Estrela (Figura 5). Este fato deve estar associado ao

maior desenvolvimento das superfícies, onde os processos e-

rosionais superam os deposicionais. São freqüentes ocorre-

rem associaçaes de solo na posição de terraço, como na to-

possegüéncia Estrela I e Salvador do Sul I e II (Figruas 5

e 6, respectivamente).

Esporadicamente ocorre um segmento de superficie in

termediário entre a encosta e o terraço, e que constitui o

talus. Embora menos estável que o terraço é também uma su-

perficie de adição onde desenvolvem-se solos medianamente

profundos e, no geral, coincidentes com os dos terraços, ou

seja, Brunizem e Terras Estruturadas. Esta ocorrência é bas

tante significativa nas toposseqüências de Salvador do Sul

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(Figura 6), em altitudes entre 500-520 metros, conforme

Tabela 6.

As superfícies de Estrela (Figura 5) e Sobradinho (

Figura 7) apresentam, no limite inferior, planícies aluviais

em que ocorrem, respectivamente, Brunizem Avermelhado e Solos

Aluviais. Nas topossegüências de Estrela (Figura 5), que são

as mais evoluidas, as planícies ocorrem em cotas al

timétricas mais baixas (80-100 metros) que as de Sobradinho (

Figura 7), que ficam em altitudes de 400-430 metros. Os con

trastes de desenvolvimento dos solos de ambas as planícies

são concordantes com o grau de evolução das mesmas. Em

Estrela (Figura 5), onde o policiclismo da paisagem repete--

se através de quatro patamares, na planície aluvial ocorrem

solos mais desenvolvidos (Brunizem Avermelhado). Em

Sobradinho (Figura 7), onde o caráter policíclico repete-se

em apenas dois patamares, no nível de base local ocorrem so

los pouco desenvolvidos (Aluvial Raso).

As planícies aluviais estão ausentes nas topossegt.én

cias de Salvador do Sul e Taquara (Figuras 6 e 8), onde o

limite inferior, encaixado em forma de "V", tem encostas in

gremes.

A análise da Tabela 6 indica que a evolução das su-

perfícies decresce à medida que se aproxima das nascentes das

vertentes. Assim, as topossegüências de Estrela (Figura 5),

mais evoluidas, têm nível de base local em torno de 80-100

metros. Já nas demais este limite está entre 220 metros (

Taquara, Figura 8), e 430 metros (Salvador do Sul e

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53

Sobradinho, Figuras 6 e 7).

Pelo exposto e para fins de mapeamento de solos, eessencial considerar superfícies ou unidades geomórficas e

unidades taxonõmicas de solos, conjuntamente.

Para separar solos distróficos de eutróficos a cam-

po, os primeiros em geral apresentam maior teor de matéria

orgânica, cores do matiz 10YR e material de origem ácido(da

cito), que segundo SARTORI e GOMES (1980), dominam as áreas

correspondentes às últimas manifestações do derrame de la-

vas; ainda ocupam altitudes, em média, superiores a 500 me

tros.

A presença de solos eutróficos corresponde a altitu

des inferiores, em ambiente de maior oxidação,ocorréncia derocha matriz básica (basalto) e conseqüentemente rica em mi

nerais ferro-magnesianos. Todos estes fatores, aliados a

clima mais seco, possibilitam uma maior retenção de bases e

predomínio de cores avermelhadas no matiz 5YR nos solos.

Como, de um modo geral, as diferentes unidades geo-

mórficas (encostas, terraços) mostraram uma dimensão mínima

de 100 metros de largura, um material básico na escala de 1:

10.000 será necessário para separar os diversos segmentos de

superfície.

Mesmo com esta escala será possível apenas separar

associações de solos, na maioria das unidades geomórficas.

Ou, então unidades taxonõmicas simples, com inclusões de ou

tras unidades.

Para a classificação de aptidão de uso destes solos,

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características externas como relevo e pedregosidade, jun-

tamente com as características das unidades geomórficas,são

parâmetros tão importantes a considerar quanto as caracte-

rísticas intrínsecas e classificação taxonõmica dos solos.

Assim, a alternativa de separar associações de solos com pó

tencial de uso similar nas diferentes unidades geomórficas,

como por exemplo Brunizem Avermelhado, Terras Extruturadas e

Cambissolos, que ocorrem nos terraços, satisfatório para

fins de avaliar o potencial de uso dos solos da região.

4.4. Aptidão de uso da terra

A interação entre as principais características li-

mitantes do solo e as diversas classes de aptidão de uso da

terra estão ilustradas na Tabela 7, enquanto que a extensão

percentual das diferentes classes de aptidão de uso nas to-

possegüências estudadas são apresentadas na Tabela 8.

A análise da Tabela 8 indica que o potencial agrico

la não homogêneo nas diversas topossegüências estudadas,

principalmente no tocante a culturas anuais. Assim, somente

as áreas descritas em Estrela (Apêndice 20) e Sobradinho (

Figura 9) suportam exploração agrícola em sistema avançado

num percentual de 18,9%. Destes, apenas 5% tem aptidão boa

nos três sistemas de manejo considerados, e que correspon-

dem às planícies aluviais onde ocorrem Brunizem Avermelhado e

Solos Aluviais. Os restantes 13,9% tem aptidão regular nos

sistemas de manejo intermediário e avançado, com

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TABELA 7. Relação entre superfícies geomórficas e características limitantes do solo u-tilizada na avaliação da aptidão de uso da terra.

Classe de Declividade Profundidade Unidade Geom6rfica Unidade de SoloAptidão(*) (%) (cm)

>100 Planície Aluvial BA1ABC <3 Culturas anuais continuadas

<100 Pianicie Aluvial A

2(a)bc >3 <8 >100 Topo-Terraço TE Culturas anuais continuadas

2 ab >3 <8 >100 Topo-Terraço TE-BAr-Ce Culturais anuais continuadas

2ab + 5SN >3<15X100 Topo-Terraço TE-BAr-Ce-Lie Culturas anuais alternadas

com pastagem

2(a)b >3<15 >100 Topo-Terraço Cd Culturas anuais continuadas,com correção da fertilidadenatural

2(a)b(5SN) >3<15 >100(<100) Topo-Terraço Cd(Lid) Culturas anuais continuadas 5

com correção da fertilidadenatural

5SN >15<50 ~ ï00 Encosta Li-C Pastagem plantada ou silvicultura.

5N >3<15 <100 Terraço Lie Pastagem plantada

5S >50 <100 Encosta Lie Preservação da mata, silvicultura.

Legenda - Lie-Lid, Solos Lit6licos. Eutróficos e Distr6ficos; Ce-Cd, Cambissolos Eutrõficos e Distrófi cos BA-BAr, Brunizem Avermelhado e Brunizem Avermelhado Raso; TE, Terras Estruturadas. A, SoloAluvial; ( ) inclusao.

Recomendações gerais - Uso de adubação de manutençao e esterco; rotaçao de culturas e culturas em contôr no; cordões em contòrno com pedras; não queimar restos de cultura; usar equipamentos manuais ou de traçao animal em declividades maiores que 8%.

(*) As classes de aptidão para culturas de ciclo curto também o sao para as de ciclo longo.

Uso e Manejo Adequados

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*

TABELA 8. Percentual das diferentes classes de aptidão de uso do solo nas sete toposse-güências descritas.

Classes de aptidão de uso (%)Topossegüências

1 ABC 2(a)bc 2 ab 2 ab+5 SN 2(a)b 2(a)b(5 SN) 5 SN 5 S 5 N

Taquara 2,0 1,0 7,0

Sobradinho I 7,1 1,0 5,3

Sobradinho II 6,8 1,4 4,3

Salvador I 2,1 3,6 2,0 7,2

Salvador II 2,8 7,0 2,6 4,0

Estrela I 1,0 3,2 3,0 5,6 1,4 5,0

Estrela II 4,0 2,0 2,2 1,4 4,0

Totais 5,0* 13,9 14,5 1,0 13,6 2,0 34,2 6,8 9,0

Percentual sobre a extensão de 14.040 metros percorridos nas topossegüèncias.

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4 h

51

SUPERFI~CIE 1 I

TP EN 1 I TR 1 EN 2 PD PA

SOBRADINNO 1

TBEP(LIE)

~I

LIE I

1 LIE

I~

I

T E D (P.ER) AER

/e■-.

I,

SOBPADINNCII ~

1l

~ ~ly I ''

L D (co) 11

LIE

• ~1

l

' ~ l

II

( ~ t

1

l

I aR~,~~+:~^~'

• . Ì

0,25 0,5 0,75 1,0 1,25

DISTANCIAS (KM)

2 (a) bc 5 SN2 gb 5 S2 (~bc! CLASSES DELEGENDAS

S O L O S : T B - T E R R A B R U N A E S T R U T U R A D A S I M I L A R ; T E = T E R R A POxA ESTRUTURADA S I M I L A R ; C . C A M B I S S O L O ; A .

= AC1 V I A L ; L I = L I T O L I C O ; E EUTRÕFICO; D a D I S T R C F : C O ; E P = EPIEUT?OFICO; R P A S O ; ( ) 1 INCLUSÃO

UNIDADES GEOi'or.FICAS: TP = Ì0P0; EN ' ENCOSTA; TR - TEPRACJ; PD = PEDIMENTO; PA = PLANÍCIE

PLUVIAL

FIGURA 9. Representação grãfica das toposseqúências descri-tas em Sobradinho, ilustrando as diferentes clas-ses de aptidão de uso.

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restrição para o sistema rudimentar. Equivalem, principal

mente, às áreas mais esbatidas que ocorrem em Sobradinho (

Figura 9), em posição de tõpo e terraço, com predominância de

Terras Estruturadas Similar, Roxas e Brunas.

Entretanto, considerando em conjunto as diversas

classes com aptidão para culturas anuais, a Tabela 8 indica

um total de 47%. Deste total, e não considerando o percen-

tual de 18,9% já avaliado e apto para cultivos nos tres sis

temas, tem-se 14,5% do total com aptidão regular nos siste-

mas de manejo rudimentar e intermediário (2ab) e 13,6% com

aptidão restrita para sistema que não prevâ investimentos e

tecnologia, e regular para o intermediário 2+(a)bI. A cias

se 2 ab, com 14,5% do total, corresponde principalmente a so

los Brunizem Avermelhado Raso, Cambissolos Eutróficos e

Terras Estruturadas, ocorrendo em terraços e topos e distri

buídos nas sete toposseqüâncias estudadas. Este percentual

ganha importância porque a classe 2 ab coincide com os sis-

temas de manejo dominantes na Encosta Inferior do Nordeste.

A classe 2 (a)b, com 13,6% do percentual total, cor

responde às áreas de ocorréncia de Cambissolos Distrôficos

em posição de topo e terraço, principalmente no município de

Salvador do Sul (Figura 10). São áreas que exigem uso de

tecnologia e capital pelo menos em grau moderado para ob

tenção de boas colheitas.

Pelo exposto, conclui-se que, independentemente dos

sistemas de manejo, o potencial agrícola da Encosta Inferior

do Nordeste 6 bastante representativo.

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1

SUPERFICIE i uPERFICIE 2S U P E ° F ) C : E 3T P ER 1 1 TATR 1 EN 2

SALVADOR SUL 11

(cD • LID (Hl)

1

---~

LIE B + R I

AC I ~ I

I 1 TED • CD (LID)

1

~ I I LIE •TEE •TED

I ~ II

I I I

I f '

I

I1I~1

SALVADOR li 1

CD

(HI)I f /

LIE f

' ~~.

1 f

1 I

I J '

ED (CE)1(CCD (LID. HI)

( .

- ,

( ~ .

t0 . 2 5 0 , 5 ~ . 7 5 ' . , 0 1 , 2 5 1 , 5

DIE- 1R 2(a) b . 5 SM (LI) 2 a b • 5SN 2(a) b(5 sR) ~ 5 SN 1CLASSES C E APTIDAD DE USO 1

LEúENpA S

SOLOS: T E - TERRA R O X A EsTRUT.IR:p1 SIrt.AR; EPR -FRUNI:EM AVER+ELNAZO RASO; C - CA7L91ssoLOJ LI - LITóLtco; HI - GLEV HGM1C

E - E ' •TR„ ' ICO¡ 0.^ISTRCICO; l ) INCL'JS:C

U(IDADES GE0"~rFlCAS: Te - T o n ; E N - ENCOSTA; TA - TALUS; T R - T E R R A C o

FIGURA 10. Representação gráfica das topossegü ncias descri-tas em Salvador do Sul, ilustrando as diferentes classes de aptidão de uso.

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Dentre os pontos examinados em quatro municípios a-

proximadamente eqüidistantes na região, praticamente 50% tem

aptidão para culturas anuais. E este dado ganha maior im-

portância pelo fato de que esta classificação foi obtida ba

seando-se mais nas características extrínsecas do solo,como

posição (mais estável) no terreno, declividade, pedregosi-

dade, além da profundidade efetiva.

Segue-se em termos de representatividade, a aptidão

para pastagem nativa ou silvicultura, em 34,2% do percentual

total (classe 5 SN). A exemplo da classe 2 ab, está

distribuída em todas as t.opossegüèncias,em posição menos es

tável do terreno, nas encostas ou, então como inclusaes nas

áreas de terraços ou topo. Em posição de encostas, corres-

ponde a ocorrência de Cambissolos e solos Litólicos, sendo

que em função da instabilidade da superfície, o caráter eu-

trafico não foi utilizado para obter classes de uso mais in

tensivo. Em posição de topo, os solos com classe 5 SN cor-

respondem, em geral, a solos Litólicos que ocorrem como in-

clusaes dentro de áreas com solos mais desenvolvidos, prin-

cipalmente nas topossegtências de Salvador do Sul (Figura

10 e Sobradinho (Figura 9).

Enfatiza-se que a indicação da classe de uso para

pastagens, cuja simbologia (5 SN) representa pastagem nati

va, na verdade implica em implantação de espécies, em fun-

ção da maioria das superfícies em encostas estarem sendo u-

tilizadas para agricultura. Ainda, em função de uma maior

susceptibilidade a erosão, recomenda-se plantio de espécies

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perenes.

Nas topossegüências de Estrela (Apêndice 20) e em

percentual de 9% do total, ocorrem solos Litólicos Eutrôficos

em posição de estabilidade de terreno (terraço), mas que em

função da pouca profundidade efetiva têm recomen dação de uso

para apstagem somente (classe 5 N). Estes mes mos solos, nas

topossegüências de Estrela (Apêndice 20) e

Salvador do Sul (Figura 10), e em percentual de 6,8% têm cias

se de uso dirigida à silvicultura (classe 5 S), em função de

ocorrerem em encostas muito íngremes, com declividades a cima

de 50%.

Enfatiza-se que a aptidão de uso para pastagem ou

silvicultura (classes 5 SN, 5 N e 5 S) num representativo to

tal de 50% da área estudada traz duas consideráveis vanta-

gens para a região. Uma, diz respeito às necessidades de

controle à erosão; a outra, que requer sistema de manejoin

termediário, ao alcance da maioria dos agricultores.

Sintetizando, têm-se que quanto à aptidão de uso,as

sete topossegüências estudadas equivalem-se quantitativamen

te em potencial para exploração com culturas anuais e pasta

gem. Este resultado vem de encontro às características da

superfície, onde alternan-se áreas estáveis (terraços, pla-

nícies e topos) com as instáveis (encostas). Nas primeiras a

melhor aptidão é para lavouras anuais, reservando-se as

encostas para apstagem ou silvicultura.

Com isso fica demonstrada a vantagem de fazer-se ma

peamento procurando integrar superfícies ou unidades

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5. CONCLUSÕES

a. A Encosta Inferior do Nordeste do Rio Grande do Sul apre

senta superfícies geomórficas policíclicas, constituídas

dos segmentos encosta, talus ou pedimento e terraço. To

pos e planícies aluviais são os segmentos ou unidades geo

mórficas extremas nas superfícies mais evoluídas, enquan

to que as menos evoluídas apresentam vales encaixados.

b. Solos Litólicos, Cambissolos, Brunizem Avermelhado e

Terras Estruturadas foram identificadas como unidades ta

xonômicas principais, na região em estudo. Estas unida-

des taxonômicas se diferenciam em distróficas e eutrófi-cas, com exceção dos Brunizem, devido a diferenças no ma

terial de origem e clima, principalmente.

c. Os solos eutróficos são encontrados, em geral, em altitu

des inferiores que os distróficos. Alam disso, apresen-

tam cores com matizes mais vermelhas (5YR) e menores teo

res de mataria orgânica que os distróficos (matizes 7.5YR

e 10YR).

d. Solos mais desenvolvidos, como Terras Estruturadas,

Brunizem Avermelhado e Cambissolos são encontrados nas

posições mais estaveis da paisagem, como topo, terraço e

planícies aluviais, enquanto que solos Litólicos

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predominam nas encostas, menos estáveis.

e. Solos aptos para o desenvolvimento de culturas anuais,

ocorrem em 50% da área estudada; enquanto que os restan

tes apresentam aptidão para pastagem cultivada ou silvi-

cultura.

f. Para mapeament.os de solos, com o fim de planejar a utili

zação dos mesmos a nível de propriedade rural, serão ne-

cessários escalas básicas de 1:10.000 ou maior.

g. No processo de mapeamento deve-se integrar superfícies ou

unidades geomórficas e unidades de solo, para definir as

unidades de mapeamento.

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7. APÊNDICES

Apêndice 1. Abreviaturas usadas para as características mor

fologicas das Tabelas 3 e 4 e Apêndices 4, 5,8,

9, 10, 12, 14, 16 e 18.

1.1. Textura do solo

argila pesada ............. ap

argila .................... a

argila arenosa ............ aar

argila siltosa ............ as

franco argiloso ........... fa

fraco-argiloso-arenoso .... faar

franco .................... f

areia ..................... ar

1.2. Transição entre os horizontes:

a. Quanto ao contraste: b. Quanto à topografia da linha

de

separação:

abrupta ........... a plana p.......................

franco siltoso ..... fs

franco arenoso ..... far

silte .............. s

areia franca ....... arf

cascalho ............C

calhaus ............ Ca

matacões ............m

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APÊNDICE 2. Características químicas, físicas e estatísticas dos perfis correspondentes à Unidade Taxonómica Solo Litólico Eutrófico.

Perfil pííComplexo Sortivo (mE/l00 g)

v Sat.+++

Mat.Granulometria(%)

+agua Ca++ MS++ K+ Na+ S H+ T (7.) Al Areia Silte Argila

1 5.2 10.5 1.8 0.6 0.5 13.4 4.7 18.2 73 1 5.4 9 45 462 5.3 11.8 4.9 0.4 0.5 17.6 3.8 21.5 82 1 5.5 13 41 463 5.9 16.9 4.9 0.4 0.6 21.8 4.0 26.4 82 3 6.0 9 36 554 5.1 8.2 1.4 0.5 0.3 10.4 8.3 18.8 55 1 7.9 15 38 475 6.0 18.0 5.8 0.5 0.5 24.7 3.7 28.4 87 0 2.9 17 35 486 6.0 22.0 6.5 0.3 0.5 29.3 3.2 32.6 90 0 2.1 18 35 477 6.5 21.1 7.5 0.2 0.5 29.3 2.8 32.2 91 0 2.8 15 43 428 5.8 11.9 4.9 0.7 0.5 18.0 3.4 21.4 83 0 2.5 16 40 449 5.8 8.2 3.6 0.9 0.3 13.0 3.3 16.4 79 1 3.9 20 50 3010 6.2 18.4 6.3 0.4 0.5 25.6 2.5 28.2 91 0 1.5 23 40 3711 6.7 20.2 6.8 0.9 0.5 23.3 2.0 30.4 93 0 3.2 15 48 3712 6.2 15.5 5.8 0.9 0.4 22.6 2.8 25.5 88 0 3.7 18 37 4513 6.3 13.8 4.6 0.8 0.4 14.6 2.6 22.1 88 0 3.9 19 33 4614 6.0 15.0 4.3 0.7 C.4 20.4 2.8 23.3 87 0 1.7 14 44 4215 5.8 14.0 2.7 0.9 0.3 18.0 3.9 22.0 81 0 3.1 20 36 4416 6.4 20.0 6.6 0.9 0.7 28.2 3.1 31.4 90 0 8.1 25 37 3817 5.7 8.5 2.0 0.4 0.3 11.2 4.8 16.1 70 1 5.5 22 40 3818 4.7 7.1 2.9 0.8 0.3 11.1 6.3 19.2 57 14 5.4 17 31 5219 5.8 9.5 2.4 0.7 0.6 13.2 2.0 15.7 84 4 5.0 19 37 4420 5.4 6.5 1.3 0.4 0.4 8.6 3.5 12.3 70 2 4.5 17 49 34

Média X 5.8 13.8 4.4 0.6 0.5 19.2 3.8 23.1 81 1.4 4.2 17 40 43Amplitude 6.7-4.7 22.5-6.5 7.5-

1.30.9-0.2 0.7-0.3 29.3-8.6 8.3-2.0 32.6-12.3 93-55 14-0 8.1-15 25-9 50-31 55-30

Variança-s2 0.24 23.69 3.69 0.0047 0.01 47.76 2.10 34.87 112.64 9.54 3.31 15.94 26.88 34-49Desvio padrão 0.49 4.86 1.92 0.021 0.10 6.69 1.45 5.90 10.61 3.08 1.81 3.99 5.18 5.87

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APÊNDICE 3. Características químicas, físicas e estatísticas dos perfis correspondentes à Unidade Taxonõmica Solo Lit6lico Distrófico.

Complexo Sortivo (mE/l00 g)V Sat. Mat.

H+ T (7.) Al" org.(Z4 Areia Silte Argila

Perfil pHagua Ca++ Mg++ K+ Na S

Granulometria($)

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - HORIZONTE A

1 4.3 5.0 2.2 1.0 0.3 8.5 10.0 20.0 42 15 7.5 13 39 48

2 4.2 4.1 1.2 1.0 0.4 6.7 11.0 21.6 31 36 7.4 14 32 543 4.0 2.1 1.0 0.6 0.3 4.0 6.2 17.8 22 66 3.5 4 26 704 5.1 4.3 1.1 0.3 0.2 5.9 5.8 12.6 47 13 5.3 18 43 39

5 4.6 0.5 0.5 0.2 0.2 1.4 10.7 17.2 8 78 6.7 17 21 626 4.9 7.0 2.2 0.4 0.4 10.0 15.2 26.1 38 9 8.1 27 20 53

7 4.3 5.0 2.0 0.4 0.2 7.6 9.8 22.1 34 38 7.5 11 29 608 4.2 0.5 0.2 0.1 0.1 0.9 14.8 20.7 4 84 8.0 11 35 54

9 3.8 1.0 0.3 0.3 0.2 1.8 7.7 15.8 11 79 6.0 22 15 63

Média X 4.3 3.2 1.2 0.5 0.3 5.2 10.1 19.3 26 46.4 6.715 29 56

Amplitude 5.1-3.8 7.0-0.5 2.2-0.2 1.0-0.1 0.4-0.1 10.0-09 152-5.8 26.1-12.6 47-4 84-9 8.1-3.5 27-4 43-15 70-39Variança-s2 0.15 4.83 0.55 0.09 0.0089 9.79 9.88 14.09 219.77 837.58 2.01 40.39 76.76 74,09

Desvio padr-ao-s 0.40 2.19 0.74 0.30 0.09 3.12 3.14 3.75 14.28 28.94 1.41 6.35 8.76 8.60

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APÊNDICE 4. Características morfológicas dos perfis correspondentes à Unidade Taxonómica Solo Litólico Eutrófico.

PerfilValores

(n4) Espessura Côr Toposse- Declivi Pedrego

(cm) (úmida) Textura Estrutura Consisténcía qílência Superfície dade(%) sidade

*1 0 - 2 5 5YR 3/3 ac mo,p,gr,mo,m,bs fr,p.pe ESTRELA I Encosta 45 32 0-25 5YR 3/3 fa mo,p,gr,fr,m,bs fr,p,pe ESTRELA I Terraço 10 33 0-25 5YR 3/5 faC mo,pm,gr fr,lp,ipe ESTRELA I Encosta 35 44 0-30 5YR 3/3 a mo,m,gr,fr,m,bs fr,lp,pe ESTRELA I Encosta 22 35 0-16 5YR 3/3 a mo,pm,gr,fr,m,bs mfr, p,pe ESTRELA I Encosta 28 46 0-20 5YR 3.5/3 a mo,p,gr,fr-mc,m,bs fr,p,pe ESTRELA I Encosta 24 27 0-25 5YR 3/4 faC mo,pm,gr,fr,m,bs mfr,lp,pe ESTRELA I Encosta 38 58 0-20 2.5/5YR 3/4 a mo,p,gr,fr,m,bs mfr,p,pe ESTRELA I Encosta 25 39 0-15 5YR 2/2 faC mo,p,gr,fr,p,bs mfr,lp,lpe ESTRELA I Encosta 65 5

10 0-25 5YR 3/3 faC mo,p,gr,fr,m,bs mfr,lp,ipe ESTRELA II Encosta 25 311 0-20 5YR 3/3 aC mo,p,gr,fr,p,bs mfr,lp,lpe ESTRELA II Terraço 10 412 0- 43 5YR 3/3 faC mo,p,gr,fr,p,bs mfr,lp,lpe ESTRELA II Terraço 12 313 0-18 10YR 4/3 faC mo,m,gr,fr,p,bs fr,lp,lpe SOBRADINHO I Terraço 15 214 0-25 10YR 2/1 faC mo,p,gr fr,lp,lpe SOBRADINHO I Encosta 50 415 0- 25 7.5YR 3/2 a mo,p,gr,fr,mo,m,bs fr,lp,lpe SOBRADINHO I Encosta 20 316 0-20 10YR 3/2 faC mo,p,gr,fr,m,bs fr,lp,lpe SOBRADINHO II Encosta 25 317 0-18 7.5YR 3/2 fa mo,p,gr mfr,lp,pe TAQUARA Terraço 8 418 0-20 5YR 3/3 a mo,p,gr,mo,m,bs fr,lp,lpe TAQUARA Encosta 32 419 0-25 5YR 3/3 faC fr-mo,mpp,gr fr,lp,lpe SALVADOR I Encosta 38 320 0-15 5YR 3/2 faC mo,p,gr mfr,lp,pe SALVADOR II Encosta 55 4

(*) - Abreviaturas com significado no Apêndice 1.

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APÊNDICE 5. Características morfológicas dos perfis correspondentes à Unidade Taxonõmica Solo Litólico Distrófico

Perfil 1 Perfil 2 Perfil 3 Perfil 4 Perfil 5 Perfil 6 Perfil 7 Perfil 8 Perfil 9

TopossegUência

Superfície

Declividade (Z)

Pedregosidade

Características

HORIZONTE A

Espessura (cm)

Cor (ümida)

Textura

Estrutura

Consistência

SOBRADINHO II SOBRADINHO II SOBRADINHO II SALVADOR I SALVADOR I SALVADOR I SALVADOR I SALVADOR II SALVADOR II

Encosta Encosta Tópo Encosta Terraço Terraço Tapo Terraço Encosta

68 55 5 28 15 12 15 12 42

5 5 2 4 2 2 1 2 3

0-30 0-18 0-15 0-20 0-15 0-20 0-28 0-25

7.5YR 2/2 10YR 2/3 10YR 3/2 10YR 3/3 1OYR 2/1 lOYR 2/2 7.5YR 3/2 10YR 2/2 5YR 3/3

*fa- a fa- a fa faC fC fa fa f fa- aC

mo,p,gr,fr,p, mo,p,gr,fr,p, mo,m,gr,fr,g, mo,m,gr,mo, mo,p,gr,fr, fr,mp-p,gr fr,p,gr,fr, mo,p,gr,fr, mo,p,gr,fr, bsbs bs m,bs m,bs m,bs m,bs m,bs

0-15

(*) Abreviatura com significado no Apêndice 1.

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APENDICE 6. Características químicas, físicas e estatísticas dos perfis correspondentes ã Unidade Taxon6mica Combissolo Distrófico.

Complexo Sortivo (mE/100 g)pH

agua Ca++ Mg++ Na S

------------------------------------ HORIZONTE A

1 5.6 11.3 1.0 0.3 0.3 12.8 4.0 17.0 75 1 5.8 10 39 512 4.3 3.1 0.5 0.3 0.2 4.0 8.2 15.6 26 46 6.7 11 22 673 4.3 1.5 0.5 0.2 0.1 2.3 5.6 11.0 21 57 4.7 20 30 504 4.0 0.5 0.1 0.2 0.1 1.0 6.1 12.5 7 85 5.1 18 28 545 3.7 1.7 0.8 0.2 0.2 2.9 5.0 13.9 21 67 6.5 18 23 636 4.9 2.3 0.5 0.3 0.2 3.3 4.5 10.5 32 46 4.1 11 40 49

Média X 4.5 3.4 0.56 0.24 0.18 4.4 5.6 13.4 30 50 5.5 15 30Amplitude 5.6-3.7 11.3-

0.51.0-0.1 036-0.180.28-

0.112.8-

1.08.2-4.0 17.0-10.5 75-7 85-1 6.7-4.1 20-10 40-22

Variança-s2 0.38 13.10 0.078 0.0035 0.0048 15.20 1.85 11.97 455.88

665.88 0.88 16.55 49.55Desvio padrao-s 0.62 3.61 0.28 0.05 0.06 3.89 4.18 3.46 21.3525.80 0.93 4.06 7.03

- - - - - - - - - - - - - - - - - - HORIZONTE B

1 4.1 2.5 2.5 0.4 0.1 5.5 0 17.2 31 68 2.4 14 25 612 4.1 0.5 0.1 0.1 0.2 0.9 4.8 11.3 8 87 2.4 15 16 693 4.4 0.5 0.1 0.1 0.1 0.8 2.1 9.0 9 88 0.2 18 22 604 4.2 1.0 0.1 0.1 0.1 1.3 3.3 10.5 12 82 1.0 18 25 575 4.1 0.3 0.3 0.1 0.2 1.0 5.5 12.9 9 84 2.5 4 23 696 4.5 1.3 0.7 0.2 0.3 2.5 0.5 12.4 20 79 0.2 9 25 66

Média X 4.2 1.0 0.63 0.16 0.16 2.0 2.7 12.2 15 81 1.4 13 23 64Amplitude 4.5-4.1 2.5-0.32.5-0.1 0.35-0.1 0.34-0.10 5.5-OS 5.5-0 17.2-9.0 31-8 88-68 2.5-0.2 18-4 25-15 69-57Variança s2 0.25 0.55 0.74 0.0079 0.0067 2.71 4.18 10.37 68.47 44.55 1.03 25.3310.22 21.22Desvio padrão-s 0.15 0.74 0.86 0.08 0.08 1.64 2.04 3.22 8.27 6.67 1.01 5.03 3.19 4.60

Perfil

Granulometria(%) V Sat. Mat.

+H T (i) Al+++ org.(%) Areia Silte Argila

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APÊNDICE 7. Características químicas, físicas e estatísticas dos perfis correspondentes à Unidade Taxonòmica Cambissolo Eutrófica.

Complexo Sortivo (mE/100 g) Granulometria(%)

pH ++ ++ + + + V Sat. +++Mat.agua Ca Mg K Na + H T (7.) Al +++ Areia Silte Argila

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -HORIZONTE A

1

2

3

Média X

Amplitude

Variança s2

Desvio padrão-s

5.56.55.85.9

6.5-5.50,170,41

7.418.310.412.018.3-7.421.134.59

1.24.21.92.4

4.2-1.21.641.28

0.40.50.30.4

0.5-0.30.00200.04

0.20.50.30.33

0.5-0.20.010.13

9.223.513.015.223.5-9.236.506.04

4.42.44.33.7

4.4-2.40.840.92

13.826.117.219.0

26.1-13.827.055.20

6790757790-6790.889.53

1100.6

1-00.220.47

5.24.35.55.0

5.5-4.30.260.50

1611151416-114.662.16

22

39

32

31

39-22

48.66

6.97

6250535562-5526.05.09

- - - - - - - - - - - - - - - - - - HORIZONTE B

1 5.0 5.5 1.8 0.3 0.1 7.7 2.6 10.4 74 1 1.0 14 21 65

2 6.7 16.0 5.3 0.2 0.6 22.1 1.4 23.6 93 0 0.8 16. 32 52

3 6.1 15.6 7.2 0.2 0.6 23.6 3.2 26.8 88 0 0.7 26 22 52

Média X 5.9 12.4 4.8 0.2 0.5 17.8 2.4 20.2 85 0.3 0.8 19 25 56

Amplitude 6.7-5.0 16-5.5 7.2-1.8 0.3-0.2 0.6-0.1 23.6-7.7 3.2-1.4 26.8-30.4 93-74 1-0 1.0-0.7 26-14 32-21 65-52

Variança-s2 0.49 23-60 5.00 0.0005 0.05 51.64 0.56 50.64 64.66 0.22 0.01 27.55 24.66 37.55

Desvio padrão-s 0.70 4.85 2.23 0.02 0.23 7.18 0.74 7.11 8.04 0.47 0.12 5.24 4.96 6.12

Perfil