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REV. BRAS. PSICOTER., PORTO ALEGRE, 21(3), 1-12, 2019 1 ISSN 2318-0404I RBPsicoterapia Revista Brasileira de Psicoterapia Volume 21, número 3, dezembro de 2019 ARTIGO ORIGINAL Caracterização de Clientela em Comunidade Terapêuca Infanto-Juvenil Characterizaon of Clientele in a Child-Therapeuc Community Caracterización de la Clientela en una Comunidad Terapéuca Infanl Luiza Tolardo Dal Conte a,b Sílvia Crisna Marceliano Hallberg a,b a Poncia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Psicologia – Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil. b Centro de Estudos, Atendimento e Pesquisa da Infância e da Adolescência (CEAPIA), Psicologia – Porto Alegre – Rio Grande do Sul – Brasil. DOI 10.5935/2318-0404.20190024 Instuições: Poncia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Centro de Estudos, Atendimento e Pesquisa da Infância e da Adolescência (CEAPIA) Resumo Comunidade Terapêuca (CT) é uma técnica psicoterápica que enfaza as influências ambientais e interpessoais na ressocialização e reabilitação do paciente. Há pouca literatura sobre perfil de pacientes em CT Infanto- Juvenil. Objevou-se caracterizar a clientela atendida em CT numa clínica-escola de Porto Alegre/RS, entre os anos de 2008 a 2017. Trata-se de uma análise documental, descriva, quantava e de corte transversal. Consultou-se 49 prontuários de pacientes, entre 2 a 12 anos de idade (M= 7,04; DP= 2,3), sendo a maioria do sexo masculino (87,8%). As variáveis pesquisadas foram: sexo; idade; escolaridade; po de ensino; tratamentos prévios à CT; fontes encaminhamento; sintomatologia; diagnósco; tempo de tratamento; terapêucas

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CaraCterização de Clientela em Comunidade terapêutiCa infanto-Juvenil

ISSN 2318-0404I

RBPsicoterapiaRevista Brasileira de PsicoterapiaVolume 21, número 3, dezembro de 2019

ARtigo oRiginAl

Caracterização de Clientela em Comunidade Terapêutica infanto-Juvenil

Characterization of Clientele in a Child-Therapeutic Community

Caracterización de la Clientela en una Comunidad Terapéutica Infantil

Luiza Tolardo Dal Contea,b

Sílvia Cristina Marceliano Hallberga,b

a PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUCRS),Psicologia–PortoAlegre–RioGrandedo

Sul–Brasil.

b CentrodeEstudos,AtendimentoePesquisadaInfânciaedaAdolescência(CEAPIA),Psicologia–PortoAlegre

–RioGrandedoSul–Brasil.

DOI10.5935/2318-0404.20190024

Instituições:PontifíciaUniversidadeCatólicadoRioGrandedoSul(PUCRS)eCentrodeEstudos,Atendimento

ePesquisadaInfânciaedaAdolescência(CEAPIA)

Resumo

ComunidadeTerapêutica(CT)éumatécnicapsicoterápicaqueenfatizaasinfluênciasambientaiseinterpessoais

naressocializaçãoereabilitaçãodopaciente.HápoucaliteraturasobreperfildepacientesemCTInfanto-

Juvenil.Objetivou-secaracterizaraclientelaatendidaemCTnumaclínica-escoladePortoAlegre/RS,entre

osanosde2008a2017.Trata-sedeumaanálisedocumental,descritiva,quantitativaedecortetransversal.

Consultou-se49prontuáriosdepacientes,entre2a12anosdeidade(M=7,04;DP=2,3),sendoamaioriado

sexomasculino(87,8%).Asvariáveispesquisadasforam:sexo;idade;escolaridade;tipodeensino;tratamentos

prévios àCT; fontes encaminhamento; sintomatologia; diagnóstico; tempode tratamento; terapêuticas

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complementaresàCTetipodeencerramentodoatendimento.Osdadoscoletadosreceberamtratamento

estatístico.Osresultadosmaisexpressivosindicaramumperfilpredominantedemeninos,comhistóriade

múltiplasterapêuticas(psicoterapia,acompanhamentopsiquiátricoeneurológico)eusodepsicofármacos.O

TranstornodoEspectroAutistafoiodiagnósticomaisprevalenteeagressividadefoiosintomamaisfrequente.

Palavras-chave: ComunidadeTerapêutica;Criança;Clínica-escola

Abstract

TherapeuticCommunity(TC)isapsychotherapeutictechniquethatemphasizesenvironmentalandinterpersonal

influencesonpatientresocializationandrehabilitation.Thereislittleliteratureonpatientprofileinchildren

andadolescents.TheobjectiveofthisstudywastocharacterizetheclienteleattendedatTCinaschoolclinicin

PortoAlegre/RS,from2008to2017.Thisisadocumentary,descriptive,quantitativeandcross-sectionalanalysis.

Weconsulted49medicalrecordsofpatients,between2and12yearsold(M=7.04;SD=2.3),mostofthem

male(87.8%).Theresearchedvariablesweregender;age;schooling;typeofeducation;pre-CTtreatments;

referralsources;symptomatology;diagnosis;treatmenttime;complementarytherapiestotheTCandtype

ofcaretermination.Thecollecteddatareceivedstatisticaltreatment.Themostexpressiveresultsindicateda

predominantprofileofboys,withahistoryofmultipletherapies(psychotherapy,psychiatricandneurological

follow-up)anduseofpsychotropicdrugs.AutisticSpectrumDisorderwasthemostprevalentdiagnosisand

aggressivenesswasthemostcommonsymptom.

Keywords: TherapeuticCommunity;Child;School-clinics

Resumen

Lacomunidad terapéutica (TC)esuna técnicapsicoterapéuticaqueenfatiza las influenciasambientalese

interpersonalesen laresocializaciónyrehabilitacióndelpaciente.Existepoca literaturasobreelperfildel

pacienteenniñosyadolescentes.ElobjetivodeesteestudiofuecaracterizaralaclientelaatendidaenTCen

unaclínicaescolarenPortoAlegre/RS,de2008a2017.Esteesunanálisisdocumental,descriptivo,cuantitativo

ytransversal.Consultamos49registrosmédicosdepacientes,entre2y12años(M=7.04;SD=2.3),lamayoría

deelloshombres (87.8%). Lasvariables investigadas fueron:género;edadescolaridadtipodeeducación;

tratamientospre-CT; fuentesde referencia; sintomatologíadiagnóstico;tiempode tratamiento; terapias

complementariasalaCTytipodeterminacióndelaatención.Losdatosrecogidosrecibierontratamiento

estadístico. Los resultadosmásexpresivos indicaronunperfilpredominantedeniños, conantecedentes

demúltiplesterapias(psicoterapia,monitoreopsiquiátricoyneurológico)yusodedrogaspsicotrópicas.El

trastornodelespectroautistafueeldiagnósticomásfrecuenteylaagresividadfueelsíntomamáscomún.

Palabras clave:ComunidadTerapéutica;Niño;EscuelaClinica

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introdução

ComunidadeTerapêutica(CT)édefinidacomotécnicapsicoterápicaqueenfatizaasinfluênciasambientais

einterpessoaisnaressocializaçãoereabilitaçãodopaciente1.AexpressãoCTfoiutilizadapelaprimeiravezem

1929,nosEstadosUnidos,pelopsiquiatraHarryStackSullivan.Otermofoipopularizadosomentenadécada

de50,devidoàpublicaçãodo livroSocial Psychiatry deMaxwell Jones,na Inglaterra2,3,4.ApósaSegunda

GuerraMundial,naEuropa,observou-seosurgimentodediversasCTscomoumatentativadehumanizaro

tratocomodoentemental,alémdeamenizare/ouimpedirosefeitosnegativosdaestruturaçãocorrentedo

tratamentopsiquiátrico2,4,5.OatendimentonamodalidadedeCTpodeserestruturadoemváriosespaços,como

emhospitaispsiquiátricos,emprisões,emescolas,emresidenciais,entreoutros3,6,7.Apesardasdiferentes

formasqueumaCTpodeconstituir-se,hácomoelementocomumoprincípiodequeoambienteéofator

terapêutico.Osprofissionaisdediferentesáreasquecompõemaequipe,bemcomoarelaçãodestescomo

paciente,astécnicasescolhidaseaestruturafísicaondeocorreotratamentoinstituemumconjuntoparaa

idealizaçãodeumaCT3,6.

Inicialmente,aCTeraumamodalidadedeatendimentoparaadultos.Conformeasoutras técnicas

depsicoterapia foramseampliandoeagregando recursos lúdicosparaoacolhimentode criançasede

adolescentes,asCTstambémforamfazendoessemovimento8.AnomenclaturaAmbientoterapiaécomumente

empregada,nosuldoBrasileemoutraslocalidades,comoequivalenteaCTinfanto-juvenil9.Nessesentido,

Osório10sugeriuqueaAmbientoterapiaparacriançaseadolescentespossuíaumcaráterde“lar-clube-escola”.

Navisãodoautor,aexpressão“lar”referia-seàestruturadaCT,queprecisasersemelhanteadogrupofamiliar,

vistoqueointuitodoacompanhamentoéoferecermodelosdeidentificaçãomaissaudáveisparaopaciente.

“Clube”remetiaàsatividadeslúdicaserecreativasquesãoproporcionadasnaAmbientoterapiae“escola”

aludiaaoespaçosocialcaracterísticodacriança10.Asatividadesoferecidasaospacientes,namodalidadede

Ambientoterapia,sãoplanejadasvisandoàautonomia,àorganizaçãodoambienteexternoeàsemelhança

comarealidadecotidiana.Apartirdessalógica,arotinaterapêuticaincluiatividadesartísticas,domésticas,

recreativas,psicopedagógicas,entreoutras5,9,10.AAmbientoterapiapossuiefetividadeterapêuticaparacrianças

comdistúrbiosevolutivos,psicóticoseneuróticosemcrises10.Tambéméindicadaemcasosdeproblemas

desocialização,agressividade, impulsividade,atrasosglobaisdodesenvolvimento,entreoutrascondições

quenecessitamdeumacompanhamentodiferenciadodaqueleoferecidonaclínica individual8,10.Aindaé

aconselhadaparapacientesqueapresentamcaracterísticasregressivas,queremetemaumafragilidadeegóica,

frutoderelaçõesobjetaisprimáriasfalhase,porconsequência,requeremtratamentosespeciais2,3,10,11,12.

PesquisassobreoperfildeclientelaemCTsestãopredominantementerelacionadosaotratamentode

adultosnocontextodousoabusivodedrogas13,14,15,16,17,18,19.Hápoucaliteraturadedicadaaolevantamento

dedadosterapêuticosenvolvendocriançasemambientoterapia9.Opresenteestudoobjetivoucaracterizar

aclientelaatendidanamodalidadedeCTinfanto-juvenildeumaclínica-escoladePortoAlegre/RS,entreos

anosde2008a2017.

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Método

Trata-sedeumestudoquantitativo,descritivoedecortetransversal,realizadoapartirdeumapesquisa

documental20,21.Foramconsultados49prontuáriosdecriançasqueestiveramematendimento,namodalidade

deCTinfanto-juvenil,entreosanosde2008a2017,numaclínica-escolalocalizadaemPortoAlegre/RS.As

informaçõescoletadasforamtranscritasparaosoftwareStatisticalPackagefortheSocialSciences(SPSS–17º

Edição)ereceberamtratamentoestatístico(frequência).

Aconsultaaosprontuáriosparafinsdopresenteestudo,seguiuaResoluçãon.510,de7deabrilde

2016,doConselhoNacionaldeSaúde,quediscorresobreaéticaempesquisanaáreadeCiênciasHumanase

Sociais22.Alémdisso,osresponsáveispelascriançaspesquisadasconcordaramqueosdadoscoletadosfossem

utilizadosparafinsdepesquisa,assinandoumtermodeconsentimentolivreeesclarecido.

Asvariáveiscoletadas incluíram:sexo; idade;escolaridade;tipodeensinofrequentadopelacriança

(ensinopúblicoouprivado);buscaportratamentosanterioresàCT;fontesencaminhamentoparaatendimento;

sintomatologiaehipótesediagnóstica.Tambémforamcoletadosdadosreferentesaotempodepermanência

emCT,tratamentoscomplementaresaessamodalidadeetipodeencerramentodadoaoatendimento.Essas

informaçõesforamretiradastantodafichadetriagemdospacientesquantodasevoluçõespreenchidaspelas

equipesdeterapeutas.

OtrabalhodeCTdaclínica-escolapesquisadabaseava-senoreferencialpsicanalítico,combinadocom

manejos comportamentais.Aequipeera compostaporpsicólogos, estagiáriosdepsicologia,psiquiatra,

assistente social,psicopedagogae fonoaudióloga.Oobjetivodo tratamentoeraproporcionarumespaço

terapêuticoemgrupoparacriançasquedemandavammaioratençãoetempodoquepoderiaseroferecido

emumapsicoterapiaindividual.Eramacolhidospacientesdequatroadozeanosdeidade,quedemonstravam

dificuldadesdesocializaçãoeparaseguirregrase limites.Essespacientestambémapresentavamhistória

deimpulsividadeeagressividade,problemasdecondutaeatrasosglobaisdodesenvolvimento.Ascrianças

atendidaseramagrupadasconformefaixaetáriaeníveldefuncionamentomental,sendoaindaconsiderados

outroscritériosclínicosedesenvolvimentais.Ospacientesrecebiamatendimentoporduashorase45minutos,

duasvezesporsemana.Nesseperíodo,eramrealizadasatividadesdiversas.Ospaisdessespacientestambém

recebiamcuidadoterapêuticoatravésdegruposdeapoiosemanaisouacompanhamentoindividual.

Resultados

Dos49prontuários consultados,amaioriaeradepacientesdo sexomasculino (87,8%), com idade

variandoentre2a12anos(M= 7,04; DP= 2,3).ConformedadosdaTabela1,essascriançasestavammatriculadas

entreapré-escolaeosextoanodoEnsinoFundamental,sendoqueamaiorpartefrequentavaapré-escola

(26,5%).Oensinoprivadoerafrequentadopor65,3%dessespacientespesquisados.

Com relação aos tratamentos anteriores a CT, os dados indicaramque amaioria das crianças

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(69,4%) jáhaviarealizadoatendimentopsicoterápico individual. Igualmente,amaioriapossuíahistóriade

acompanhamentopsiquiátricoouneurológico(67,3%)e73,5%faziausodepsicofármacos.Ainda,40,8%dos

pacientesfoisubmetidoàavaliaçãopsicológica(testagem);28,6%realizaramacompanhamentofonoaudiólogo

e26,5%acompanhamentopsicopedagógico.Quantoàsfontesdeencaminhamento,amaioriadospacientes

buscouatendimentoporindicaçãodepsicólogos(42,9%),seguidodeescolas(18,4%),depsiquiatras(14,3%)

edeneurologistas(10,2%).

Paraapresentepesquisa,foramcoletadosostrêsprimeirossintomasregistradosnomomentodaprocura

portratamento.Osdadosmostraramvariabilidadedesintomatologias,sendoosmaisprevalentesaqueles

relacionadosàagressividade,àagitação/hiperatividadeebaixatolerânciaàfrustração(Tabela2).

Foramlevantadasashipótesesdiagnósticasregistradasaofinaldaavaliaçãodospacientes,ouseja,na

faseinicialdotratamento.Essesdadosforamcoletadosjuntoaoregistrodasevoluçõesdospacientes,eforam

agrupadosemcategoriasdeacordocomoManualDiagnósticoeEstatísticodeTranstornosMentais(DSM-5)23.

OsTranstornosdoNeurodesenvolvimentofoiacategoriadiagnósticamaisprevalente(29%).Nessacategoria,

foramencontradas13criançascomdiagnósticodeTranstornodoEspectroAutista(TEA)eumacomTranstorno

doDéficit deAtençãoeHiperatividade (TDAH).Alémdisso, 16,3%das crianças receberamdiagnósticos

classificadosnacategoriadosTranstornosDepressivose14,3%nacategoriadosTranstornosDisruptivos,do

ControledeImpulsosedaConduta(Tabela3).

Quantoaotempodepermanênciaematendimento,amaioriadospacientespermaneceudeumadois

anosemacompanhamento(26,3%).Ainda,23,7%dascriançaspesquisadasficaramdesetemesesaumano

ematendimentoe21,1%permaneceramsomenteummêsemtratamento(Gráfico1).

ApesquisatambémapontouqueamaioriadosatendimentosemCTeramcomplementadoscomoutro

tipodeterapêutica(96%).Nessecontexto,encontrou-seque63,3%dessascriançasrealizaramatendimento

psiquiátrico;14,3%psicoterapia individual;12,2%acompanhamentopsicopedagógicoe5,9%atendimento

neurológico.

Para levantarotipode términodeatendimento foi adotadaa categorização sugeridaporGastaud

eNunes24,25.Asautoraspropõemtrêsclassificaçõesdeencerramentoparafinsclínicosedepesquisa:não

aderência,abandonoealta.Anãoaderênciaéregistradaquandooatendimentoéinterrompidoaindana

fasedeavaliação,ouseja,antesqueosobjetivosestabelecidosparaotratamentoestejamclarosparaambos

osparticipantesouemsituaçõesemquenãoháindicaçãodetratamento.Asautorasentendemque,como

regrageral,asavaliaçõestenham,emmédia,ummêsdeduração.Oabandonoocorrequandooatendimento

éencerradoantesqueosobjetivosestabelecidosnocontratotenhamsidoatingidos,independentementedos

motivosquelevaramopacienteouoterapeutaainterrompê-loeindependentementedeadecisãotersido

unioubilateral.Paraasautoras,oatendimentodevetertidoduraçãomínimadeummêsparaopacienteser

consideradoabandonante.Porúltimo,aaltaéclassificadaquandoosobjetivosestabelecidosnocontrato

foramatingidos24,25.Naamostrapesquisa,foiregistradoumexpressivoíndicedeencerramentosporabandono

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(80%).Receberamaltasomente11,4%daamostraeem8,6%dosprontuáriosnãofoiregistradootipode

término.Ainda,nenhumencerramentoocorreupornãoaderência.

Discussão

OperfilmaisprevalentedospacientesatendidosemCTinfanto-juvenil,naclínica-escolapesquisada,

entreosanosde2008e2017,éodeummenino,comaidademédiadeseteanosequecursaapré-escolaem

umainstituiçãoprivada.Estudosdecaracterizaçãodepacientesinfantisquebuscamatendimentopsicológico

emclínicas-escolaapontamqueasmaioresdemandassãodepacientesdosexomasculino,nafaixaetáriados

seisaosdezanosdeidade26,27,28,29.

AntesdachegadaaCT,namaioriadasvezes,ospacientesjáhaviambuscadoatendimentopsicoterápico

individualeoencaminhamentoparaaclínica-escoladeu-seatravés,principalmente,deseupsicólogo.Esses

achadospodemcorroborar a literaturanaárea,queapontaquepacientesque recebem indicaçãopara

tratamentoemCTssãoconsideradoscasosmaisgraves,quedemandamumacompanhamentodiferenciado

daclínicaindividual2,3,8,10,11,12.

AhipótesediagnósticamaisfrequentenaamostraeradeTEA,inseridanoagrupamentodosTranstornos

doNeurodesenvolvimento.Osintomamaisexpressivoeraagressividade.Ainda,agrandemaioriadospacientes

jáhaviafeitousodepsicofármacos.

OsTranstornosdoNeurodesenvolvimentosemanifestamnoiníciodoperíodododesenvolvimentoe

caracterizam-sepelapresençadedéficitsnodesenvolvimentoqueproduzemprejuízosnasáreaspessoal,social,

acadêmicaouprofissional23.OTEAtemcomoprincipaiscaracterísticasdificuldadesnasáreasdeinteraçãosocial,

dacomunicaçãoedocomportamento23.Osdéficitsnacomunicaçãoenainteraçãosociaisestãopresentesem

diversoscontextosepodemserdecorrentesdepadrõesdeinteraçõesprecárias,osquaisnãoofereceramao

sujeitoumanoçãoclaradadiferenciaçãoentreselfeobjeto23.Nessesentido,ospacientesqueseencontram

noespectroautistaapresentamdificuldadesnareciprocidadesociale,assim,oestabelecimentodecontatoe

devínculoscomoutraspessoasmostra-seprejudicado23.Alémdessesaspectos,paraquesejadiagnosticado

oTranstornodoEspectroAutista,devemestarpresentespadrõesrepetitivosdecomportamento,interesses

ouatividades–característicasquerepresentamumalimitaçãonavidaemocionaldessespacientes11,23,30.O

TEAédiagnosticadoquatrovezesmaisfrequentementenospacientesdosexomasculinodoquenofeminino,

oqueestáemconformidadecomosresultadosencontradosnopresenteestudo23.Estudosmostramque

aagressividadeéumsintomacomumdoTranstornodoEspectroAutista31,32.DeacordocomBadaracco2,

ospacientesemCTstemapossibilidadedeelaboraraagressividade,vistoqueoambienteproporcionaa

contençãodesses impulsosatravésda colocaçãode limites.Bouraset al.31associamaagressividadecom

expulsãoescolar,exclusãodeserviços,institucionalizaçãoeusodepsicofármacos.Ainda,osmesmosautores

evidenciaramnoseuestudoqueindivíduoscomoTEArecebemmedicaçãopsiquiátricaemmaiorproporção

quandocomparadosasujeitoscomausênciadetranstornospsiquiátricos31.Carpenteretal.33 indicamque

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múltiplospsicofármacos sãoprescritosparacriançasdiagnosticadascomTranstornodoEspectroAutista.

Conformeosresultadosencontradosnopresenteestudo,amaiorpartedospacientesdaAmbientoterapia

daclínica-escolajáhaviafeitousodepsicofármacosantesdeiniciaremoacompanhamentonainstituiçãoea

maioriarecebeuatendimentocomplementarpsiquiátrico.

EmrelaçãoàpermanênciadospacientesematendimentonaCTencontrou-seumavariabilidadeentre

umedoisanoseoencerramentomaisfrequentefoiinterrupção.DeacordocomInciardi,Mello,Pechanskye

Surrat34,ospacientesemCTspassammaistemponoambienteterapêuticodoqueemoutrasmodalidadesde

terapia.Auriacombe,Denis,Fatséas,LangloiseMalivert35emumarevisãosistemáticasobreaefetividadedas

CTssugeremqueamédiadepermanênciadospacientesemtratamentoéde38a180dias.Algunsestudos

apontamqueaefetividadedosatendimentosemCTsestárelacionadaalongosperíodosdetempoeaconclusão

dotratamento35,36.JáoestudodeAslan37comusuáriosdedrogasemCTsmostrouque,apesardoabandono

dotratamento,ospacientessebeneficiaramcomasexperiênciasobtidas.

Onúmerodeabandonosdetratamento,encontradonaamostrapesquisada,foimaisexpressivodo

queolocalizadoemoutrosestudosdecaracterizaçãodeclientelainfantilemclínica-escola.BernsteineSilva

localizaramuma taxade41,85%38eMantovani,MarturanoeSilvaresencontraram49%deabandonos39.

CunhaeBenettiidentificaramabandonoem64,15%deprontuários40eGastaudeNunesencontraram37,7%

deabandonodeatendimentoporcriançasemclínica-escola25.

Conclusões

Opresenteestudoobjetivouapresentaroperfildepacientesinfantisqueestiveramematendimento

naCTinfanto-juvenildeumaclínica-escolaentreosanosde2008a2017.Estudosdessanaturezaauxiliam

processosreflexivosarespeitodasdemandasdetratamentomaisrecorrentesnocontextoatual.Ademais,

pode-seentenderapresentepesquisacomoumaformadeinstrumentalizaçãodaequipedaclínica-escolae

deoutrasCTs,namedidaemquepodemserrealizadostreinamentoseaperfeiçoamentosdeacordocomas

característicasdospacientesquerequeremessamodalidadedeatendimento.

Alimitaçãodopresenteestudoéaexistênciadedadosincompletos,ausenteseanãopadronizaçãoda

linguagemnosregistrosnosprontuários.Apartirdopreenchimentoadequadodasinformações,osresultados

seriammaisespecíficosepoderiamserrealizadaspesquisasemmaiorquantidade,ampliandoostemaspossíveis

deseremestudadosediminuindootempodelevantamentodedados.Porfim,sugerem-seestudosfuturos

acercadasdemandasdesseperfildepacientes,paraqueasatualizaçõesteóricaspossamiraoencontroda

realidadequeseapresentae,assim,paraqueospacientessejamatendidosdamelhorformapossível.

*Todososautoresparticiparamativamentedaelaboraçãodopresenteartigo.

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tabela 1. Escolaridade

Escolaridade n %Pré-escola 13 26,5%1ºAnodoEnsinoFundamental 11 22,4%2ºAnodoEnsinoFundamental 5 10,2%3ºAnodoEnsinoFundamental 7 14,3%4ºAnodoEnsinoFundamental 3 6,2%5ºAnodoEnsinoFundamental 4 8,2%6ºAnodoEnsinoFundamental 1 2%Nãofrequentaaescola 4 8,2%Dadonãoconstanoprontuário 1 2%Total 49 100%

tabela 2. Sintomas

Sintomas 1º sintoma referido

2º sintoma referido

3º sintoma referido

n % n % n %

Agressividade 18 37% 5 10,2% 4 8,1%

Agitação/hiperatividade 10 21% 15 31% 11 22,4%

Baixa tolerância à frustração 3 6% 6 12,4% 3 6%

Ansiedade 4 8% 2 4% 2 4%

Comportamentoestereotipado 2 4% 3 6% 5 10,2%

Dificuldadesparalidarcomlimites/comportamentoopositor

0 0% 11 22,4% 8 17%

Dificuldadenamotricidade 0 0% 0 0% 1 2

Baixaautoestima 1 2% 0 0% 0 0%

Irritabilidade/alteraçãodehumor 2 4% 0 0% 0 0%

Dificuldadesdeaprendizagem 0 0% 3 6% 1 2%

Atrasodefalaoudelinguagem 3 6% 0 0% 4 8,1%

Problemasalimentares 0 0% 1 2% 1 2%

Atrasonodesenvolvimento 1 2% 0 0% 0 0%

Coleito 0 0% 1 2% 0 0%

Tiques 1 2% 0 0% 0 0%

Autoagressão 0 0% 0 0% 1 2%

Enurese 1 2% 1 2% 0 0%

Encoprese 1 2% 0 0% 0 0%

Dificuldadesdesocialização 0 0% 0 0% 4 8,1%

Problemasdeatenção/concentração 1 2% 1 2% 4 8,1%

Medos 1 2% 0 0% 0 0%

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CaraCterização de Clientela em Comunidade terapêutiCa infanto-Juvenil

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tabela 3. Hipótesesdiagnósticas

Hipóteses diagnósticas n %transtornos do neurodesenvolvimento 14 29%transtornos depressivos 8 16,3%Transtornos disruptivos, do controle de impulsos e da conduta 7 14,3%Transtornosdeansiedade 3 6%Transtornosrelacionadosatraumaeaestressores 0 0%Transtornosdepersonalidade 2 4%Espectrodaesquizofreniaououtrostranstornospsicóticos 0 0%Transtornosalimentares 0 0%Transtornobipolaretranstornosrelacionados 3 6%Transtornosrelacionadosasubstânciasetranstornosaditivos 0 0%Transtornodesintomassomáticosetranstornosrelacionados 0 0%Não consta diagnóstico no prontuário 12 24,4%

Gráfico 1. Tempodepermanênciaematendimento

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Contribuições:LuizaTolardoDalConte–Análiseestatística,ColetadeDados,Conceitualização,Investigação,

Metodologia,Redação–Preparaçãodooriginal,Redação–RevisãoeEdição,Visualização;

SílviaCristinaMarcelianoHallberg–Análiseestatística,ColetadeDados,Conceitualização, Investigação,

Metodologia,Redação–Preparaçãodooriginal,Redação–RevisãoeEdição,Visualização.

Correspondência

Luiza Tolardo Dal Conte

e-mail:[email protected]

Sílvia Cristina Marceliano Hallberg

e-mail:[email protected]

Submetidoem:08/08/2019

Aceitoem:18/11/2019