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PROGRAMAS CÁRITAS LINHA MESTRA Po NOVEMBRO 2018

Caritas Portuguesa

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Programascáritas

linha mestra

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noVemBro 2018

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Índice

editorial cáritas: linhas editoriais 5

editorial cáritas: Uma editora com Uma “linha mestra” 7

raiz da “linha mestra” 10Parceria com a Universidade católica Portuguesa

os clássicos, o Presente e os centros de inVestigação 12

À conVersa com Pe. José manUel Pereira de almeida 28assistente eclesiástico da direção da cáritas Portuguesa, professor de teologia moral da Faculdade de teologia da Universidade católica Portuguesa e Vice reitor da UcP

À conVersa com eUgénio Fonseca 31Presidente da direção da cáritas Portuguesa

conselho editorial 34

eQUiPa editorial 34

contatos 34

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EDITORIAL CÁRITAS Praça Pasteur, nº 11 — 2.º, Esq. | 1000 –238 [email protected] | Tel. +351 911 597 808, fax. +351 218 454 221

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PROGRAMA LINHA MESTRA

editorial cáritas:linhas editoriais

A Editorial Cáritas, no panorama livreiro em Portugal, situa ‑se no âm‑bito da temática social, com especial relação com a pastoral social, tendo a preocupação de publicar obras atuais, saídas das ações da rua ou de corredores universitários procu‑rando fomentar “alianças” entre o pensar e o fazer. Neste sentido, a Editorial Cáritas tem publicado temas que dizem res‑peito quer aos desafios de sempre, que aos atores do social, quer ainda às ideias e linhas que moldam as preocupações e ações dos nossos dias.

A preocupAção essenciAl dA editoriAl cáritAs pAssA pelo desenvolvimento de um pen-sAmento sociAl potenciAdor de trAnsformAção sociAl, seja através dos livros editados (mais de 50 livros nos seus cerca de sete anos de existência), seja através de parcerias estabelecidas entre a Cáritas Portuguesa e a Universidade Católica Portuguesa, as Cáritas Dio‑cesanas e as Universidades e Insti‑tutos Politécnicos, seja ainda através de parcerias com outras instituições.Por aqui se depreende que a Edito‑rial Cáritas não se limita às ideias,

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ao pensamento, e a teorias. A editoriAl cáritAs procurA fomentAr múltiplAs pArceriAs no sentido de promover encontros, conferências, palestras, simpósios que têm como missão justamente procurar conciliar o “Pensamento Social” com a ação, ou seja, “Pensar o Fazer” e “Fazer o Pensar”. Na procura de expansão de conhe‑cimentos para a comunidade, no âmbito da Parceria entre a Cáritas Portuguesa e a Universidade Cató‑lica Portuguesa (UCP) e numa linha de “extensão universitária”, afirma­‑se também o Curso “Pensamento Social Cristão. Memória e Projeto”, em modalidade de e ‑learning.

No processo de envolvimento com outras instituições contam ‑se já várias organizações ligadas à Confe‑rência Episcopal Portuguesa como o Secretariado Nacional da Pastoral Social, a Pastoral Penitenciária, a Obra Católica Portuguesa das Migrações, a Comissão Nacional Justiça e Paz, o Serviço Pastoral a Pessoas com De‑ficiência, entre outras organizações como a Sociedade de São Vicente de Paulo, o Fórum Abel Varzim, as Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, e os Focolares. A Editorial Cáritas, para a concretiza‑ção da sua missão, para além de um Conselho Editorial, conta com uma Equipa Editorial, da qual fazem parte António Lage Raposo, Paulo Neves e Maria Luísa Correia.

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PROGRAMA LINHA MESTRA

editorial cáritas:Uma editora com Uma “linha mestra”

A editoriAl cáritAs, no âmbito dA suA identidAde e missão, tem umA “linhA mes-trA”, A quAl corresponde Ao tronco dA editoriAl e que diz respeito à elaboração e expan‑são de conhecimentos através de uma Parceria criada entre a Cáritas Portuguesa e a Faculdade de Teolo‑gia da UCP.A elaboração e expansão de conhe‑cimentos neste âmbito persegue ob‑jetivos de incentivo à investigação e de caráter formativo geral, nas áreas da Teologia Moral e do Pensamen‑

to Social Cristão, de vários grupos alvo específicos, como dirigentes das organizações da Igreja católica; quadros das estruturas dessas or‑ganizações; quadros das Instituições Particulares de Solidariedade Social; cristãos em geral; entre outros.Neste âmbito, podemos distinguir três secções de livros: os “clássicos”; o “presente”; e os “centros de investigA-ção”, com os livros corresponden‑tes (editados e no prelo) que a se‑guir se enunciam e que, mais à frente, serão apresentados sucintamente.

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ClássicosLivro Autor Ano

O Amor que transforma o mundo ‑ Teologia da Caridade

René Coste 2011

O Problema do Mal Étienne Borne 2016

Cristãos Pensadores do Social Jean Yves Calvez 2014 (Vol I)

Cristãos Pensadores do Social Jean Yves Calvez 2017 (Vol II)

Cristãos Pensadores do Social Jean Yves Calvez 2017 (Vol III)

Textos selecionados de Joseph Fuchs José Manuel P. de Almeida No prelo

Catolicismo – Aspetos Sociais do Dogma Henri de Lubac No prelo

PresenteLivro Autor Ano

Moralidade Pessoal na História ‑ Temas de ética social

Sérgio Bastianel 2013

Entre possibilidades e limites ‑ Uma teologia moral em demanda

Sérgio Bastianel (Coord.) 2013

Cuidar do Outro Donatella Abignente e José M. P. Almeida (Orgs.)

2015

A Consciência Social da Igreja Católica Domingos Lourenço Vieira

2015

O Pensamento Social do Papa Francisco José M. P. Almeida (Org.) 2016 (Vol I)

O Pensamento Social do Papa Francisco José M. P. Almeida (Org.) 2017 (Vol II)

Consciência, honestidade, Fé cristã Sérgio Bastianel No prelo

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PROGRAMA LINHA MESTRA

Centros de InvestigaçãoLivro Autor Ano Centro

Um Genocídio de Proximidade Teresa Nogueira Pinto 2014 Lisboa*

Pobreza e Relações Humanas ‑ Contributos para superar a pobreza, a partir da mudança de relações

Delfim Gomes 2015 Porto**

Crimes e Criminosos no Norte de Portugal – O Alto Minho oitocentista

Alexandra Esteves 2015 Braga**

Maritain e Bento XVI – sobre a modernidade e o relativismo

Diogo Madureira 2016 Lisboa*

Rosto Social da Religião Roberto Mariz 2016 Braga**

Impacto da Doutrina Social da Igreja – no trabalhador e no empresário

Hermenegildo Encarnação

2016 Braga**

O Cuidar como relação de ajuda – Por uma ética teológica do cuidar

Antonino Dias 2016 Lisboa**

João Paulo II e o Compromisso pela Paz

Francisco Piedade Vaz 2016 Lisboa**

Ética e Teologia Américo Pereira 2016 Lisboa***

Entendimento global e compromisso com as periferias

Américo Pereira (Coord.) 2017 Lisboa***

Humanização e Cuidado – Da arte de Cuidar

Américo Pereira (Coord.) 2018 Lisboa***

* Instituto de Ciência Política da UCP (Lisboa)** Faculdade de Teologia (Lisboa, Porto e Braga, respetivamente)*** Centro de Estudos de Filosofia (Lisboa)

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A “raiz”, fundamento ou alicerce da Editorial diz respeito à Parce‑ria entre a Universidade Católica Portuguesa (UCP) e a Cáritas Portuguesa que, de acordo com os objetivos fundamentais de ambas as organizações, se consubstan‑ciou num Protocolo, datado de 25 de novembro de 2015, o qual se traduz, entre outros objetivos, no de “proceder à edição conjuntA de publicAções dA editoriAl cáritAs colAbo-rAndo nA suA promoção e divulgAção”. Neste sentido, no que à Editorial Cáritas diz respeito, pretende ‑se, em traços gerais, ser um instru‑mento capaz de alcançar uma sólida

organização de conhecimentos na área da Teologia Moral e do Pen‑samento Social Cristão, com uma cultura doutrinária, fundamentada num “Think tank” afim, em ordem a influenciar a área de formação das instituições sociais como as Institui‑ções Particulares de Solidariedade Social (IPSS’s), e Centros Sociais Pa‑roquiais, bem como toda a ação so‑cial, e, consequentemente, provocar transformação social. Esse Think tank traduz ‑se num grupo internacional que se dedica a pensar as matérias relacionadas com a Teologia Moral e com o Pensamento Social Cris‑tão, coordenado, em Portugal, pelo Pe. José Manuel Pereira de Almeida, assistente eclesiástico da Direção

raiz da “linha mestra”Parceria com a UniVersidade católica PortUgUesa

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da Cáritas Portuguesa, professor de Teologia Moral da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e atual Vice ‑reitor da mesma Universidade.os conhecimentos orgAni-zAdos são alvo de edições con‑juntas, bem como de sessões de apresentação e de divulgAção dAs respetivAs obrAs. Neste processo revela ‑se fundamental o

envolvimento de múltiplas valên‑cias e departamentos da UCP, de um modo primordial a Faculdade de Teologia mas também outras como: a Faculdade de Filosofia; a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas; a Faculdade de Econo‑mia; o Instituto de Ciências Políti‑cas; o Polo de Braga da UCP; e o Polo do Porto da UCP.

PortuguesaCaritas´Parceria com a UniVersidade católica PortUgUesa

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os clássicos, o Presente e os centros de inVestigação

A “linha mestra” da Editorial Cá‑ritas vai ­se afirmando através dos seus livros, radicados num saber organizado e credível, numa dinâ‑mica de reflexão/ação e que pro‑cura, de uma forma natural, estar ao alcance de todos. Deste corpo de livros divididos em três grandes secções (“os clássicos”, “o presen‑te” e os “centros de investigação”) faz ‑se, de seguida, de cada um, uma breve apresentação.

Nos Livros considerados “os clássicos” destacam ‑se os li‑vros “O Amor que transforma o mundo ‑ Teologia da Caridade“, de René Coste (2011); “O Problema do Mal”, de Étienne Borne (2016); e os livros “Cristãos Pensadores do Social”, volumes I (2014), II (2017) e III (2017). Em “O Amor que transforma o mun‑do ‑ Teologia da Caridade“, René Coste (2011), refere tratar ‑se de “uma tentativa para tornar claras as dimensões essenciais da cari‑dade” dirigindo ‑se, em primeiro

liVros da editorial cáritas no âmBito da sUa “linha mestra”

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lugar, aos cristãos em geral e não a teólogos profissionais. Como tal, o autor pensa naqueles que trabalham nas instituições carita‑tivas, nos membros dos Institutos Religiosos movidos pela prática da caridade, em todos os padres, reli‑giosos e leigos que se preocupam em contribuir para que a Igreja se torne uma comunidade cada vez mais fraterna, nos que pelas suas responsabilidades profissionais e

empenhamento político se esfor‑çam por tornar a sociedade mais justa e mais fraterna e, inclusive, nos não ‑cristãos preocupados também com a vivência do serviço aos outros.Em “O Problema do Mal”, de Étienne Borne (2016), estamos perante uma reflexão sobre esta “questão­‑limite” ‑ o mal, concretamente, sobre o que se pensou sobre esta

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questão na cultura ocidental. Do texto emerge a coragem do autor que estimula o leitor para a apren‑dizagem que esta questão pode implicar, já que o pior dos males é desistir do exercício do pensar. Perante a transversalidade deste problema a todos os seres huma‑nos, por mais dura que seja essa experiência, somos convidados a encontrar uma lógica de vida.Nos livros “Cristãos Pensadores do

Social, de acordo com o autor, Jean ‑Yves Calvez, “não se trata do pensamento ou da doutrina oficial das Igrejas. Trata‑se do pensamento livre, umas vezes em harmonia com as posições oficiais, outras também à distância e, de vez em quando, contestatário. Por outro lado, não se trata de tentar recolher tudo o que certos cristãos puderam dizer ou pensar numa pesquisa económi‑ca ou política, mais prática ou mais

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aplicada por exemplo, mas o que se encontra numa relação direta com a sua fé, com uma importância par‑ticular ao que é reflexão expressa sobre o vínculo das posições so‑ciais ou políticas com a fé.” (Cris‑tãos Pensadores do Social I, 2014; Cristãos Pensadores do Social II ‑ O pós guerra ‑ 1945‑1967, 2017; e Cristãos Pensadores do Social III – Depois do Concílio – Pós 68 ‑ 1968 ‑1988, 2017).Nos livros considerados “o pre-sente” destacam ‑se o livro de Sérgio Bastianel: “Moralidade Pes‑soal na História – Temas de ética so‑

cial” (2013); o livro coordenado por Sérgio Bastianel: “Entre pos‑sibilidades e limites – Uma teologia moral em demanda” (2013) o livro “Cuidar do Outro”, organizado por Donatella Abignente e José Manuel Pereira de Almeida (2015); o livro “Consciência Social da Igreja Católi‑ca”, de Domingos Lourenço Vieira (2015) e os livros: “O Pensamento Social do Papa Francisco”, volumes I (2016) e II (2017).Em “Moralidade Pessoal na História – Temas de ética social”, Sergio Bas‑tianel (2013), na linha de Joseph Fu‑chs, reflete o seu modo de pensar e de ensinar teologia, ao mesmo tempo exigente e próximo, aten‑to à objetividade dos conteúdos e à coerência da argumentação, acreditando profundamente na possibilidade que a consciência de cada pessoa tem para conhecer e acolher o bem; e, ao mesmo tem‑po, considerando a categoria “en‑contro interpessoal” como lugar originário da moralidade.Em “Entre possibilidades e limites – Uma teologia moral em demanda”, li‑vro coordenado por Sérgio Bastianel

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(2013), os autores envolvidos (7) recordam o Concílio Vaticano II e a história subsequente, relem‑brando a outros o que julgam ter aprendido sobre o modo de refletir em teologia moral. Aí, o contexto de possibilidades e limi‑tes “exige à teologia moral a sua fundamental tarefa de inquirição, em fidelidade aberta e paciente, sobre temas e problemas que hoje se levantam; e reivindica igualmen‑

te a sua fundamental finalidade de formação das consciências”.No Livro “Cuidar do Outro”, organiza‑do por Donatella Abignente e José Manuel Pereira de Almeida (2015), estamos perante “um trabalho escrito a muitas mãos”, concreta‑mente 15 autores, e está associado à celebração do 70º aniversário de Sérgio Bastianel, autor homenagea‑do por esta obra, que ocorreu em 2014. Na linha do homenageado, os contributos destes autores preten‑dem ser uma “oportunidade para

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fazer caminho na procura dos mo‑dos de “cuidar do outro”. O seu fio condutor – “Vida de consciência, na história, em relações estruturadas” corresponde a uma reflexão sobre a Teologia Moral que se compreen‑de como uma procura, ligando as questões de Moral Fundamental aos problemas éticos específicos e traduz um debate particularmente significativo na área da Ética Teoló‑gica contemporânea. Os temas aí contidos fazem emergir uma teolo‑gia moral marcada pela autonomia da consciência que acontece na sua relação com a história e se concre‑tiza na relação com o outro. Assim se faz jus ao pensamento de Sérgio Bastianel, concretamente, ao seu “empenhamento teológico que não se esgota na dimensão intelectual, mas, na demanda de uma mais pro‑funda compreensão da experiência de fé, que alcança o seu objetivo na incessante renovação da vida”. Assim, o cuidado deve ser operativo nas situações de fragilidade, em or‑dem ao cumprimento dos princípios e das virtudes que constituem a vida moral.

No livro “A Consciência Social da Igre‑ja Católica”, de Domingos Lourenço Vieira (2015), somos confrontados com a dimensão social do cristianis‑mo, desde o seu surgimento. Com os novos desafios trazidos pela mo‑dernidade (o crescimento da vida urbana, a industrialização, os mo‑vimentos políticos, etc.) surgiram também múltiplos desafios sociais (envolvendo movimentos cívicos, políticos e eclesiais empenhados na vida social contemporânea). É neste

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contexto que surge a denominada Doutrina Social da Igreja que, desde 1891, já leva mais de um século de abundante produção do Magistério da Igreja que é necessário saber ler e reler. Neste livro, o autor fornece, assim, alguns elementos para uma segura orientação na complexidade dessa “doutrina” que continua a ser fundamental para a nossa vida em sociedade.O Volume I do “O Pensamento So‑cial do Papa Francisco”, publicado

em 2016, recolhe, entre outras, as intervenções do XXIX Encontro da Pastoral Social que teve por tema “A dimensão social do anúncio do Evangelho. Desafios do Papa Fran‑cisco”. Assim, a partir do título do quarto capítulo da Exortação Apos‑tólica Evangelii gaudium, do Papa Francisco, pretende ‑se dar uma especial atenção à realidade em que se vive no sentido de interpelar essa mesma realidade e provocar mudança de mentalidade e de vida. Por sua vez, o Volume II do “O Pensamento Social do Papa

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Francisco”, publicado em 2017, retra‑ta os três dias do XXX Encontro da Pastoral Social: “A Laudato si’ no Ano da Misericórdia”, as suas conferências e os painéis de discussão. Assim, a partir da análise de “o que está a acontecer à nossa Casa”, refletiu ­se sobre os critérios para uma “eco‑logia integral”, numa perspetiva do “cuidar do outro”.Nos livros relacionados com “os centros de investigAção”, formalizados ou não, destacam ‑se: “Um Genocídio de Proximidade”, de Teresa Nogueira Pinto (2014); “Po‑breza e Relações Humanas ‑ Contri‑butos para superar a pobreza, a partir da mudança de relações”, de Delfim Gomes (2015); “Crimes e Criminosos no Norte de Portugal – O Alto Minho oitocentista”, de Alexandra Esteves (2015); “Maritain e Bento XVI – so‑bre a modernidade e o relativismo”, de Diogo Madureira (2016); “Rosto Social da Religião”, de Roberto Mariz (2016); “Impacto da Doutrina Social da Igreja – no trabalhador e no empre‑sário”, de Hermenegildo Encarnação (2016); “O Cuidar como relação de

ajuda – Por uma ética teológica do cui‑dar”, de Antonino Dias (2016); “João Paulo II e o Compromisso pela Paz”, de Francisco Piedade Vaz (2016); “Ética e Teologia”, de Américo Pe‑reira (2016); “Entendimento global e compromisso com as periferias”, orga‑nizado por Américo Pereira (2017); e “Humanização e Cuidado – Da arte de Cuidar”, coordenado por Améri‑co Pereira (2018).Em “Um Genocídio de Proximidade”, de Teresa Nogueira Pinto (2014), fala ‑se

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do genocídio no Ruanda ocorrido entre abril e julho de 1994, onde cerca de 800.000 Tutsis e Hutus moderados eram mortos, numa caça ao homem diária, enquadrada numa solução final destinada a destruir a minoria Tutsi. Aí se salienta que o genocídio dos Tutsis, tal como a eli‑minação dos Arménios pelos Jovens Turcos, o Holocausto ou o exter‑mínio de minorias religiosas nos territórios ocupados pelo Estado Islâmico, foi uma decisão política, que reflete a estreita relação entre poder, território e identidade. A desumani‑zação do outro – o Tutsi, o Arménio, o Judeu, o Yazidi ou o Cristão – é causa e consequência de uma nar‑rativa enraizada no passado que se vai desenrolando e o vai relegando simultaneamente à categoria de ser inferior, e, como tal, de inimigo mor‑tal. Pese embora o advento das Na‑ções Unidas, da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio e da criação de um Tri‑bunal Penal Internacional, continua‑mos a assistir a episódios trágicos de violação sistemática dos direitos humanos, incluindo a tentativa de

eliminar grupos inteiros. Também por isso é necessário e urgente con‑tar a história dos genocídios. Aqui destaca ‑se, sobretudo, o do Ruanda, genocídio marcado pelo contraste entre a sofisticação da organização e a brutalidade da execução.Em “Pobreza e Relações Humanas ‑ Contributos para superar a pobreza, a partir da mudança de relações”, de Delfim Gomes (2015), descreve ­se e propõe ‑se a interpretação dos dados da crise atual e procuram ‑se caminhos de superação da mesma.

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Através do método teológico ‑social utilizado (ver, julgar e agir), este estudo articula ‑se em três grandes partes que apresentam as mil caras da pobreza e, sobretudo, o outro olhar da pobreza com a falência das relações humanas e ainda, o repto para repensar as relações humanas. Da Sagrada Escritura à Patrística, da Doutrina Social da Igreja aos vários estudos consultados, somos convi‑dados a um olhar novo nas relações humanas em ordem à civilização do amor e da paz.

Em “Crimes e Criminosos no Norte de Portugal – O Alto Minho oitocentista”, de Alexandra Esteves (2015), esta‑mos perante uma parte substancial da tese de doutoramento da autora cujo objeto de estudo é a violência e a criminalidade no Alto Minho oito‑centista. Aí se estabelece uma relação entre o contexto económico, social, cultural e político com a violência e criminalidade. Esmiuçando com grande vivacidade e realismo o quo‑tidiano da população do Alto Minho desta época, a análise do livro passa pela casa, pela rua, pelos campos, pe‑las estradas, pelas tabernas, pelas fei‑ras, pelos mercados e pelas romarias onde se cruzam homens, mulheres e crianças num emaranhado de rela‑ções difíceis marcados também pela violência, o conflito e o crime.Em “Maritain e Bento XVI – sobre a modernidade e o relativismo”, de Diogo Madureira (2016) somos colocados perante a inquietação da validade teórica (in)discutível das soluções contemporâneas provindas das escolas “pluralistas” da moder‑nidade na sua relação com a busca de sentido da vida. Nesta inquietação

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somos acompanhados por Jacques Maritain e Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, através dos quais se procura reabilitar e revigorar a pes‑soa humana, na sua incomensurável dignidade conferida pelo Criador, que a criou à sua imagem e seme‑lhança. Como tal, é a pessoa humana não ‑amputada pelos humanismos laicistas que apela pela sua simples existência ao seu próprio desenvol‑vimento integral. Neste tempo onde se mistura o medo dos fanatismos

religiosos, ignorância e o complexo dos fanatismos seculares, a inspira‑ção cristã que os pais fundadores do projeto europeu ainda reconheciam como estruturante parece colocada em causa, sobretudo no contexto europeu e, com ela, uma deriva que urge pela afirmação do humano e do seu sentido. Em “Rosto Social da Religião”, o autor, Roberto Mariz (2016), partindo da reflexão histórica e teórica sobre as transformações do “religioso” ao longo da modernidade que nos mar‑ca, procura investigar indicadores

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que permitam – ou não – identificar essa consciência em determinadas atividades relacionadas com a Igreja católica, que a complexidade do con‑texto poderia colocar fora do âmbi‑to religioso. Para tal, fundamenta ‑se a perspetiva cristã sobre o “religioso” na Doutrina Social da Igreja, melhor fundamento documental para a com‑preensão da dimensão sócio política da fé cristã. Partindo dessa “identida‑de” do cristianismo e do pressupos‑to de que certas realizações da Igreja, como é o caso de muitas IPSSs, cor‑respondem à articulação histórica da dimensão social da fé, procede a uma análise cuidada dos indicadores que revelam consciência institucional e pessoal desse facto, de um modo especial, na Arquidiocese de Braga.Em “Impacto da Doutrina Social da Igreja – no trabalhador e no empresá‑rio”, de Hermenegildo Encarnação (2016), procura ‑se “medir”, tanto quanto os instrumentos das Ciên‑cias Sociais o permitem, o concreto reflexo do vasto corpo doutrinal da chamada Doutrina Social da Igreja no setor empresarial (no traba‑lhador e no empresário). Nesse

âmbito, esta tese de doutoramento, procura criar, aferir e validar uma escala que permita mensurar a aceitação, inserção e execução de segmentos daquele corpo doutrinal no mundo organizacional concreto e, se possível, proceder em termos comparativos ao referido diagnósti‑co diferencial, positivo ou negativo, à luz da dignidade da pessoa humana. O que está aí em causa, afinal, diz respeito à eliminação do sofrimento e ao cumprimento das regras basi‑lares reclamadas pela dignidade da

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pessoa humana, na sua qualidade de prestador de trabalho a outrem. Em “O Cuidar como relação de ajuda ‑ Por uma ética teológica do cuidar”, de Antonino Dias (2016), exploram‑‑se os fundamentos de uma ética teológica do cuidar, tema que ga‑nhou interesse nos últimos anos. Aí, o “cuidar” enquanto uma “arte” e também uma “ciência” implica algumas atitudes fundamentais: res‑ponsabilidade, flexibilidade, conheci‑mento e relação. Como tal, “o para‑

digma do cuidar articula ‑se a partir de uma constelação de elementos, como a complexidade, a flexibilida‑de, a gestão do imprevisto, o sentido de responsabilidade, a capacidade de escuta e de adaptação ao contexto, a valorização das relações e a reve‑lação de sentido” sendo que “todas estas propriedades caracterizam esta arte de cuidar que durante sé‑culos se desenvolveram e se trans‑mitiram por via oral e sapiencial de mães para filhos. Na atualidade, podemos capitalizar esta sabedoria para a tornar uma competência para além do âmbito da vida domés‑tica”, ou seja, para toda a sociedade, com benefícios para todos. Aqui, “o contributo da teologia cristã pode surgir como um elemento criativo a considerar, inclusive nas sociedades altamente secularizadas”.Em “João Paulo II e o Compromisso pela Paz”, de Francisco Piedade Vaz (2016), está bem claro que o “compromisso pela paz”, por parte do Papa João Paulo II, assumiu a herança dos seus predecessores e acrescentou ‑lhe a sua marca pessoal indelével, fruto da robustez do seu pensamento e da in‑

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tervenção permanente contra vários tipos de opressão, sobretudo, durante a “guerra fria” e no seu seguimento. Neste sentido, João Paulo II acentua que a solidariedade é o novo nome da paz, a qual implica a transforma‑ção dos sistemas económico ‑sociais a favor da dignidade de cada pessoa e do bem comum, sem exclusões. Neste âmbito, as relações de proxi‑midade, começando pelas familiares, são indissociáveis das macro relações mais poderosas. O que está em cau‑sa, afinal, aí se refere, é um movimen‑to empenhado na defesa da pessoa humana.Em “Ética e Teologia”, de Américo Pereira (2016), apresentam ‑se a ética e a teologia como ações hu‑manas, ao mesmo tempo com ca‑ráter substantivo e criativo do que é verdadeiramente humano no ser humano. Neste livro encontram ‑se reunidos textos “que tratam a ação humana sempre na perspetiva da sua relação com o que constitui o seu absoluto de sentido, em vários âmbitos da humana existência. Ora, este absoluto constitui sempre isso que é o sagrado na e da existência

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humana”. Encontra ‑se, assim, neste livro, um conjunto de reflexões em que a ética se entrecruza com a teologia, num tecido em que muito da humana atualidade se decide. Em “Entendimento global e compromis‑so com as periferias”, organizado por Américo Pereira (2017), apresentam‑‑se os textos da Summer School da Universidade Católica Portuguesa, no seu polo de Lisboa, promovida pela Faculdade de Teologia, a Fa‑culdade de Ciências Humanas e o

Instituto de Ciências da Saúde, que decorreu em 2016, e que traduzem temáticas de enorme atualidade e de‑cisivas para a consciencialização dos cidadãos quantos aos seus deveres e direitos de participarem na constru‑ção do Bem Comum (por exemplo, no que diz respeito ao desenvolvi‑mento sustentável e erradicação da pobreza; ao diálogo intercultural e ao compromisso para a paz).Em “Humanização e Cuidado – Da arte de Cuidar”, coordenado por Américo Pereira, (2018), apresentam ‑se os tex‑tos da Summer School da Universidade Católica Portuguesa, no seu polo de Lisboa, promovida pela Faculdade de Teologia, a Faculdade de Ciências Humanas e o Instituto de Ciências da Saúde, que decorreu em 2017, e que incide sobre temas de grande atualidade. Uma certa desumanização e egoísmo que grassa entre nós, recla‑ma por atitudes mais humanizadas e pelo cuidar do outro, tendo no dom de si a principal motivação. Aí se aler‑ta que “a prestação de cuidados exige competências diversificadas e com graus de exigência diferenciados. A capacitação específica para cada tipo

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de cuidados é, assim, incontornável, mas sem esquecer que ao privile‑giar esta componente do cuidar se corre o perigo de se deslizar para uma mera prestação de serviços”. Como tal, tenha ‑se em conta que “o cuidado verdadeiro não dispensa a ternura e, se necessário, a compai‑xão. Quando se consegue conjugar técnica e amor, o cuidar torna ‑se uma valiosa obra de arte”.

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Editorial Cáritas (EC): A Editorial Cáritas, no âmbito da sua identi-dade e missão, pretende contribuir para o desenvolvimento do “pen-samento social cristão”, a partir, sobretudo, de uma Parceria criada entre a Cáritas Portuguesa e a Fa-culdade de Teologia da Universi-dade Católica Portuguesa (UCP) e que abrange, de um modo especial, a área da Teologia Moral. Enquan-to professor da UCP nesta área, qual a oportunidade desta Parce-ria para o desenvolvimento desse “pensamento”?

PE. José ManuEl PErEira dE alMEida (PJMPa): «No se conformen con una teología de despacho», afirmava o Papa Francisco numa carta ao

Cardeal de Buenos Aires, Mario Poli, por ocasião do centenário da Universidade Católica Argentina em março de 2015. Não nos con‑formamos com uma teologia de gabinete quando encontramos lu‑gares de reflexão teológica que são habitados, que são lugares de vida. Lugares, por vezes, difíceis. Como a vida. Aceitando a complexidade do real. Situando ‑nos em lugares de fronteira. Continuava o Papa nessa carta: «Que el lugar de sus refle‑xiones sean las fronteras». Ora, a parceria entre a Cáritas e a Universidade Católica permite fazer, das fronteiras em que a Cá‑ritas é chamada a agir, o lugar da nossa reflexão. Permite um diálogo mais próximo com aqueles que

À conVersa com

Pe. José manUel Pereira de almeidaassistente eclesiástico da direção da cáritas PortUgUesa, ProFessor de teologia moral da FacUldade de teologia da UniVersidade católica PortUgUesa e Vice reitor da UcP

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são os protagonistas do anúncio do Evangelho: os pobres. Dizia o bispo Don Tonino Bello, «Fazermo‑­nos últimos significa, sobretudo, conhecer os mecanismos per‑versos que geram sofrimento»; não tenho a certeza de que seja “sobretudo” (soprattutto), mas, de facto, a Teologia Moral, ao refletir sobre o bem, a bondade, a corre‑ção, a honestidade e a alegria de viver, não pode não aprofundar o conhecimento das causas da injustiça e das desigualdades. Para colaborar na construção de um mundo mais justo e mais fraterno.

EC: Como orientador da linha edi-torial – “linha mestra”, na qual são incluídos os livros que servem de fundamento ao “pensamento social cristão”, como perspetiva o futuro dessa linha?

PJMPa: Para dizer a verdade, quem orienta todas as linhas editoriais é o Eng. António Lage Raposo, a quem a Cáritas muito deve em visão estratégica, empenhamento e determinação.

O que creio ser interessante na “linha mestra” é, por um lado, mostrar que o pensamento social cristão não nasceu ontem; e, por isso, dar a conhecer textos fun‑dadores, autores imprescindíveis. Ainda que situados num tempo, como é próprio da dinâmica de uma fé incarnada. Por outro lado, afirmar que o pensamento social cristão continua vivo e ensaia no‑vos caminhos de compreensão das realidades de hoje e da novidade que elas comportam. Para que não se deem respostas velhas a novas questões, como o Papa Francisco nos tem vindo a repetir. É, por isso, muito significativo que se possam continuar a incluir títulos atualíssi‑mos, provindos da recente inves‑tigação académica, a par de obras fundamentais que são referência para todos.

EC: Enquanto assistente eclesiás-tico da Direção da Cáritas Portu-guesa, que desafios considera que podem surgir desse “pensamento social cristão” para a Cáritas e para a Igreja em Portugal?

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PJMPa: A rede Cáritas em Portugal (a Cáritas Portuguesa e as Cáritas Diocesanas), como as Comissões Justiça e Paz (a Comissão Nacional Justiça e Paz e as Comissões Dioce‑sanas), têm tido a missão de refletir sobre a realidade interpretando ‑a à luz do Evangelho para discernir, como dizia o Papa Paulo VI no n.4 da Octogesima adveniens (1971), – «com a assistência do Espírito San‑to, em comunhão com os bispos responsáveis e em diálogo com os outros irmãos cristãos e com todas as pessoas de boa vontade» – «as opções e os compromissos que convém tomar para se operarem as transformações sociais, políticas e económicas que se apresentam como necessárias e em não pou‑cos casos urgentes». No início deste número, Paulo VI, referindo ‑se à diversidade de pro‑blemas existentes, afirma: «Perante situações, assim tão diversificadas, torna ‑se ‑nos difícil tanto o pro‑nunciar uma palavra única, como o propor uma solução que tenha um valor universal. Mas, isso não é ambição nossa, nem mesmo a

nossa missão. É às comunidades cristãs que cabe analisar, com ob‑jetividade, a situação própria do seu país e procurar iluminá ‑la, com a luz das palavras inalteráveis do Evangelho». Esta Carta Apostólica, escrita para comemorar o 80°. aniversário da encíclica Rerum novarum de Leão XIII (1891), já tem quase cinquenta anos. Ora, estamos muito atrasa‑dos! «É às comunidades cristãs que cabe analisar, com objetividade, a situação própria do seu país e pro‑curar iluminá ‑la, com a luz das pa‑lavras inalteráveis do Evangelho»: por que esperamos?!

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Editorial Cáritas (EC): No meio do vasto panorama livreiro em Portugal, qual o lugar da Editorial Cáritas?

Eugénio FonsECa (EF): A Editorial tem um lugar próprio e muito es‑pecífico. Ouso, até, afirmar que é único. Esta originalidade está, em primeiro lugar, no facto de não ter finalidades comerciais no sentido mais estrito das exigências de uma atividade comercial. Necessitamos que esta atividade da Cáritas Por‑tuguesa não tenha prejuízos finan‑ceiros, pois são muito parcas as re‑ceitas próprias da nossa instituição, mas as finalidades fundamentais

estão relacionadas, sobretudo, com dois objetivos da Cáritas que são a promoção integral de cada pessoa e das comunidades a que perten‑cem, bem como a transformação social em profundidade das reali‑dades terrestres a começar pelas que nos estão mais próximas. A Editorial procura alcançar estes ideais a partir de uma estratégia já consagrada nas opções que são assumidas pela equipa responsável pela dinamização desta atividade.

EC: Como relaciona a ação da Cá-ritas marcada, sobretudo, por um trabalho de proximidade com as populações mais vulneráveis,

À conVersa com

eUgénio FonsecaPresidente da direção da cáritas PortUgUesa

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com a e edição de livros marcados por um caráter eminentemente académico?

EF: É uma questão tão pertinente quanto de resposta difícil. É óbvio que os destinatários diretos da Edi-torial não são pessoas em situação de qualquer tipo de vulnerabilidade financeira e social. Todavia, está implícito que estes concidadãos e concidadãs são destinatários indi-retos das publicações da Editorial. Reitero que um dos objetivos da Cáritas, através desta sua área de intervenção sócio ‑educativa, cultural e política, é a transforma‑ção social, a partir da metanoia a operar nas mentalidades predomi‑nantes, marcadas por uma cultura, predominantemente, individualista, economicista, hedonista, etc., em nada favorável à integração social dos mais vulneráveis. Se a Editorial conseguisse atingir este desidera‑to, os mais beneficiados seriam os seus destinatários preferenciais. Mas não me parece impossível que os conteúdos dos livros favoreçam a tão propalada e pouco praticada

proximidade com as pessoas fra‑gilizadas. Com efeito, tem vindo a mudar o perfil das pessoas em situação de vulnerabilidade. As consequências da crise económi‑ca e financeira que ainda se faz sentir em Portugal, mostra que há pessoas em situação de carência de recursos financeiros, mas com níveis de instrução e cultura con‑sideráveis. Para muitos desses é a idade que está a dificultar o suces‑so das tentativas de reintegração social que têm tentado. Haveria de pensar uma possibilidade de lhes fazer chegar os livros.Deixo uma ideia: as comunidades cristãs criarem bibliotecas paro‑quiais com livros, incluindo escola‑res, que permitissem o crescimen‑to humano, cultural e espiritual dos leitores, proporcionando a requisi‑ção de livros para serem lidos em casa e/ou promovendo sessões semanais de leitura coletiva segui‑da de debate. Os livros da Editorial poderiam fazer parte dessas biblio‑tecas. Bastaria que os paroquianos adquirissem um exemplar de cada e os oferecesse à Biblioteca paro‑

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quial. Sonho com a efetivação da possibilidade destes irmãos e irmãs passarem a integrar os grupos pa‑roquiais de ação social. Os grupos bem estão a precisar deles. Tendo em conta a dispersão cultural dos elementos dos grupos paroquiais de ação social, não seria nada des‑propositado que se promovessem, no início das reuniões dos grupos paroquiais de ação social, a refle‑xão sobre trechos de alguns dos livros.

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conselho editorial

eugénio fonsecA

Presidente da Direção da Cáritas Portuguesa

pe. josé mAnuel pereirA de AlmeidA Assistente eclesiástico da Direção da Cáritas Portuguesa

Álvaro QuintasMembro da Direção da Cáritas Portuguesa

filipe lopes

Membro da Direção da Cáritas Portuguesa

leonor cArdoso

Membro da Direção da Cáritas Portuguesa

Acácio cAtArino

Ex ‑Presidente da Direção da Cáritas Portuguesa

António rAposo

Ex ‑Presidente da Direção da Cáritas Portuguesa

eQUiPa editorial

António rAposo

Responsável da Equipa Editorial

pAulo neves

Membro da Equipa

mAriA luísA correiA

Membro da Equipa

contatos

editoriAl cáritAs

Praça Pasteur, nº 11 ‑ 2.º Esq.1000 ‑238 Lisboa Tel:+351 218 454 220Email: [email protected]

Os livros da Editorial Cáritas são distribuídos pela Paulus EditoraEstrada de S. Paulo2680 ‑294 ApelaçãoTel: +351 219 488 870

comprAs online:pAulus editorA e WooK

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TíTULos PUbLICADos PELA EDITorIAL CárITAs

O Amor que Transforma o Mundo | René Coste

Dar ‑se de Verdade: Para um desenvolvimento Solidário | vários

Cónego José M. Serrazina | vários

Teresa de Saldanha | Helena Ribeiro de Castro

Moralidade Pessoal na História | Sergio Bastianel

Humanizar a Sociedade | Georgino Rocha

Cartas de Ozanam | Diogo Castelbranco de Paiva Brandão

Entre Possibilidades e Limites | Sergio Bastianel

Perspectivas sobre o Envelhecimento Ativo | vários

Procissão dos Passos | Abel Varzim

Serviço Social e Desemprego de Longa Duração | Aida Ferreira

Maritain e Bento XV | Diogo Madureira

Cristãos Pensadores do Social I | Jean Yves Calvez

Um Intelectual ao Serviço dos Pobres | Gérard Cholvy

Um Genocídio de Proximidade | Teresa Nogueira Pinto

Caminhos para uma vida Solidária | Carlos Azevedo

Pobreza e Relações Humanas | Delfim Jorge Esteves Gomes

Rendimento Social de Inserção | Mafalda Santos

Cuidar do Outro — Estudos em homenagem a Sergio Bastianel sj | vários autores

Crimes e Criminosos no norte de Portugal | Alexandra Esteves

A Consciência Social da Igreja Católica — 124 Anos de História1891–2015 | Domingos Lourenço Vieira

Ética e Teologia — Declinações de uma Relação | Américo Pereira

O Impacto da Doutrina Social da Igreja no Trabalhador e no Empresário | Hermenigildo Moreira Encarnação

O Padre das Prisões Portuguesas | Inês Leitão

Palavras de Liberdade | vários

O Pensamento Social do Papa Francisco | J. M. Pereira de Almeida (Org,)

O Cuidar como Relação de Ajuda – Por uma ética teológica do cuidar Antonino Gomes de Sousa

O Problema do Mal | Étienne Borne

Rosto Social da Religião | Roberto Mariz

O futuro do Estado Social | Volumes I e II / Cáritas Europa (Org.)

Entendimento Global e Compromisso com as PeriferiasAmérico Pereira (Org.)

Pensamento Social do Papa Francisco | Volume II / J.M. Pereira de Almeida (Org.)

Cristãos Pensadores do Social II | O Pós ‑Guerra / Jean Yves Calvez

Ação Sócio Educativa dos Jesuítas e o Colégio de São Fiel | Jorge Nuño Mayer (coord.) | Ernesto Candeias Martins

Desenvolvimento de Competências Sociais no Cuidador Informal | Cláudia Catela Paixão

Manual Observatórios Sociais de Pobreza | Jorge Nuño Mayer (coord.)

Perceção do Stresse, burnout e autocuidado – um olhar sobre os profissionais do trabalho social | Ana Berta Alves

MYM, eu consigo – Desenvolvimento de uma tecnologia de apoio para alunos com necessidades especiais | Laura Chagas

As Infâncias na História Social da Educação – Fronteiras e Interceções Sócio Históricas | Ernesto Candeias Martins

Crónicas Ainda Atuais | Pedro Vaz Patto

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