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Universidade de Aveiro 2021 Carlos Rafael de Oliveira Lopes Sistema de suporte à tomada de decisão com base numa ferramenta de Business Intelligence

Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

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Universidade de Aveiro 2021

Carlos Rafael de Oliveira Lopes   

Sistema de suporte à tomada de decisão com base numa ferramenta de Business Intelligence  

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Universidade de Aveiro 2021

Carlos Rafael de Oliveira Lopes   

Sistema de suporte à tomada de decisão com base numa ferramenta de Business Intelligence  

Tese apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitosnecessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia e Gestão Industrial, realizada sob a orientação científica do Doutor Rui Jorge Ferreira Soares Borges Lopes, Professor Auxiliar do Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial e Turismo da Universidade de Aveiro 

 

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Este trabalho é dedicado à minha família. 

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o júri

presidente Professor Doutor Carlos Manuel dos Santos Ferreira Professor Associado C/ Agregação, Universidade de Aveiro

vogais Professor Doutor Samuel de Sousa Silva Professor Auxiliar em Regime Laboral, Universidade de Aveiro

Professor Doutor Rui Jorge Ferreira Soares Borges Lopes Professor Auxiliar, Universidade de Aveiro

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agradecimentos

Quero  agradecer  a  todos  aqueles  que  sempre me  ajudaram  e  apoiaram  aolongo desta caminhada. Os meus agradecimentos são dedicados:  Ao  meu  orientador,  Professor  Rui  Jorge  Ferreira  Soares  Borges  Lopes,  pelaorientação e prontidão mostrados ao longo da realização deste trabalho.  A  todos os  restantes  professores  que  tive  ao  longo deste  percurso  e  a  todacomunidade universitária.  À PRIO pela oportunidade de realizar o projeto. Um agradecimento especial aoAnderson Oliveira pelo conhecimento partilhado e pelo encorajamento que meajudou a crescer profissionalmente.  Aos meus amigos pelos momentos incríveis que tornaram este percurso maisespecial.  Por último, o agradecimento mais importante é dedicado à minha família quesempre acreditou em mim e que, apesar da distância esteve sempre presentedando apoio e motivação.

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palavras-chave

Business Intelligence, Sistemas de Informação, Power BI, Tomada de Decisão 

resumo

O presente documento apresenta e descreve o projeto desenvolvido ao longodo  estágio  curricular  no  departamento  de  Sistemas  de  Informação  da  PrioEnergy, SA. Na  execução  deste  projeto  recorreu‐se  à  utilização  de  uma  ferramenta  deBusiness Intelligence, o Power BI. Ferramenta esta capaz de integrar, tratar etransformar  dados  em  informações  úteis  através  da  construção  de  painéisvisuais de fácil interpretação e fazer com que essa informação chegue de formarápida aos tomadores de decisão. A  tomada  de  decisão  com  base  em  dados  é  uma  arma  fundamental  eimprescindível para que as empresas ganhem vantagem competitiva. Para tal,torna‐se importante encontrar a melhor forma de exposição e partilha dessesdados.  É  neste  contexto  que  surge  a  necessidade  do  desenvolvimento  dosistema de suporte à tomada de decisão.  Ao  longo  deste  documento  será  descrito  o  trabalho  realizado  desde  olevantamento dos requisitos do sistema, desenho da arquitetura do sistema,descrição das etapas do desenvolvimento do sistema, exposição e a validaçãodo mesmo. O desenvolvimento do projeto aqui apresentado resultou na construção de umdashboard  (painel  visual  de  apresentação  de  dados)  com  informaçãodisponibilizada quase em tempo real das informações das vendas dos postos decombustíveis, dashboard este que permitiu monitorar os dados das vendas porprodutos,  posto  e  localização  geográfica,  contribuído  assim  no  apoio  àstomadas de decisão mais rápidas e assertivas. Este  projeto  contribui  para  que  a  PRIO  tenha  uma  cultura mais  orientada  àtomada de decisão com base em dados. 

Page 7: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

 

keywords

Business Intelligence, Information Systems, Power BI, Decision Making

abstract

This  document  presents  and  describes  the  project  developed  during  theinternship at the Information Systems Department of Prio Energy, SA. In the execution of this project, a Business Intelligence tool, Power BI, was used.This tool is capable of integrating, processing and transforming data into usefulinformation  by  building  easy  to  interpret  visual  panels  and  making  thisinformation reach decision makers quickly. Decision‐making based on data is a fundamental and indispensable weapon forcompanies to gain competitive advantage. For this, it becomes important to findthe best way to expose and share this data. It is in this context that the need todevelop a decision support system arises.  Throughout  this  document,  the  work  done  since  the  survey  of  the  systemrequirements,  the  design  of  the  system  architecture,  the  description  of  thestages of system development, the exposition and validation of the system willbe described. The development of the project presented here resulted in the construction ofa  dashboard  (visual  panel  of  data  presentation)  with  information  availablealmost in real time of the gas stations sales information. This dashboard allowedthe monitoring of sales data by product, gas station and geographic location,thus contributing to support faster and more assertive decision making. This project contributes to a more data‐driven decision‐making culture at PRIO. 

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Índice  

 

1.  Introdução .................................................................................................................................. 1 

1.1.  Motivação e Contextualização ........................................................................................... 1 

1.2.  Objetivos e Metodologia .................................................................................................... 2 

1.3.  Estrutura do Documento .................................................................................................... 3 

2.  Enquadramento teórico ............................................................................................................. 5 

2.1.  Dados, Informação e Conhecimento .................................................................................. 5 

2.1.1.  Big Data ...................................................................................................................... 6 

2.1.2.  Data Science ............................................................................................................... 7 

2.1.3.  Qualidade dos Dados .................................................................................................. 8 

2.1.4.  Tomada de Decisão .................................................................................................... 9 

2.2.  Sistemas de Informação ................................................................................................... 10 

2.2.1.  Desenvolvimento de um Sistema de Informação .................................................... 11 

2.2.2.  Requisitos de um Sistema de Informação ................................................................ 12 

2.2.3.  Validação de um Sistema de Informação ................................................................. 13 

2.3.  Business Intelligence ........................................................................................................ 13 

2.3.1.  Modelação dos Dados e Modelação Multidimensional ........................................... 14 

2.3.2.  Interação Humano‐Computador, Acessibilidade e Visualização dos dados ............ 17 

2.3.3.  Power BI ................................................................................................................... 18 

3.  Apresentação da Organização e Caracterização do Problema ................................................ 21 

3.1.  Grupo Prio ........................................................................................................................ 21 

3.1.1.  Departamento de Sistemas de Informação.............................................................. 22 

3.1.2.  Área de Engenharia de Dados na PRIO ..................................................................... 24 

3.2.  Contextualização e Caracterização do Problema ............................................................. 25 

3.2.1.  Situação Atual ........................................................................................................... 26 

3.2.2.  Proposta de Solução ................................................................................................. 27 

4.  Proposta de Solução: Projeto de Business Intelligence com base no Power BI como suporte à tomada de decisão. .......................................................................................................................... 29 

4.1.  Sistema de Suporte a tomada de decisão com base no Power BI ................................... 29 

4.1.1.  Arquitetura do Sistema ............................................................................................ 29 

4.1.2.  Extração, Carregamento e Tratamento dos Dados no Power BI .............................. 30 

4.1.3.  Modelação dos Dados no Power BI .......................................................................... 32 

4.1.4.  Construção do Dashboard ........................................................................................ 36 

4.2.  Exposição e Partilha da Plataforma. ................................................................................. 44 

4.3.  Validação do Sistema ....................................................................................................... 46 

Page 9: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

 

5.  Conclusões, Limitações e Trabalho futuro ............................................................................... 49 

5.1.  Conclusões ........................................................................................................................ 49 

5.2.  Limitações e Trabalho Futuro ........................................................................................... 50 

Referências ....................................................................................................................................... 51 

Anexos .............................................................................................................................................. 55 

Anexo A ‐ Tabelas Fatos e Tabelas dimensão do Modelo Multidimensional ............................... 55 

Anexo B ‐ Relatório Vendas x Clima ............................................................................................. 56 

Anexo C ‐ Questionário de Avaliação do Sistema ........................................................................ 57 

  

                                   

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Lista de Figuras    Figura 1‐ Metodologia Data Science (Alumni, 2020) .......................................................................... 2 

Figura 2‐Metodologia aplicada no desenvolvimento do projeto ....................................................... 3 

Figura 3‐Hierarquia da informação, adaptado de Moresi (2000) ...................................................... 6 

Figura 4‐Entidade ‘’DIM_Municipio_Atual’’ e os seus atributos ...................................................... 15 

Figura 5‐Representação da relação entre duas entidades ............................................................... 15 

Figura 6‐Arquitetura do Power BI (Data Flair, 2020) ........................................................................ 18 

Figura 7‐Departamentos da Prio Energy e áreas do departamento de SI ....................................... 23 

Figura 8‐Arquitetura de dados da Área de Engenharia de dados .................................................... 24 

Figura 9‐Arquitetura de dados do Sistema ...................................................................................... 29 

Figura 10‐Carregamento dos dataflows para o Power BI ................................................................ 31 

Figura 11‐Power Query de uma das dimensões do projeto ............................................................. 31 

Figura 12‐Tabelas ‘’DIM_Municipio_Atual‘’  e ‘’DIM_CTT_Concelho’’ no Power Query ................. 33 

Figura 13‐Criação da coluna .FullcodeFK nas duas tabelas .............................................................. 33 

Figura 14‐Entidades referentes aos dados dos NUTS ...................................................................... 34 

Figura 15‐Cardinalidade entre as tabelas ‘’DIM_Municipio_Atual‘’ e ‘’DIM_NUTS_III_Atual’’ ....... 35 

Figura 16‐Modelo de Dados do Sistema no Power BI ...................................................................... 36 

Figura 17‐Menu Inicial do Sistema ................................................................................................... 37 

Figura 18‐ Relatório Postos Combustíveis ........................................................................................ 38 

Figura 19‐Localização dos postos filtrados pelas diferentes regiões geográficas ............................ 39 

Figura 20‐Relatório do volume de Vendas da Região de Aveiro ...................................................... 40 

Figura 21‐ Relatório ‘’Vendas x Postos x Produtos’’ filtrado por NON OIL e Tabaco ....................... 41 

Figura 22‐Volume de Vendas diário do mês de fevereiro de um determinado Posto ..................... 42 

Figura 23‐Relatório Vendas x Clima ................................................................................................. 43 

Figura 24‐Relatório Preço Combustíveis .......................................................................................... 44 

Figura 25‐Área de trabalho ‘’Relatório Prio’’ ................................................................................... 45 

Figura 26‐Membros com acesso à Área de Trabalho ....................................................................... 45 

 

 

 

 

 

 

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Lista de Tabelas   Tabela 1‐Tipos de esquemas de Modelação Multidimensional (Golfarelli et al., 1998) .................. 16 

Tabela 2‐Respostas ao Inquérito de Avaliação ................................................................................ 47 

 

                                         

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Lista de Abreviaturas, siglas e acrónimos    BI – Business Intelligence 

DAX – Data Analysis Expressions 

DGEG – Direção Geral de Energia e Geologia 

ERP – Enterprise Resource Planning 

IT– Information Technology 

KPI – Key Performance Indicators  

SAD‐ Sistema de Apoio à Decisão 

SI– Sistema de Informação  

 

Page 13: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

 

1. Introdução 

Este documento tem como pressuposto apresentar o projeto desenvolvido no âmbito do 

estágio curricular do Mestrado Integrado em Engenharia e Gestão Industrial na Universidade de 

Aveiro, no departamento de Sistemas de Informação da Prio Energy, SA.  

Este  capítulo  introdutório  fornece  uma  visão  geral  do  projeto,  a motivação  e  contextualização, 

sendo também apresentados os objetivos e a metodologia do mesmo, bem como a estrutura do 

documento. 

1.1. Motivação e Contextualização 

   Para se manter competitivo no mercado, ou mesmo para sobreviver, as organizações têm 

de se transformar em organizações de conhecimento. Para tal, a transformação de informação em 

conhecimento  torna‐se num recurso  imprescindível e numa das  funções centrais de negócio de 

uma  empresa  (Costa  &  Santos,  2012).  Face  a  esta  necessidade,  as  empresas  precisam  de 

ferramentas que facilitem a aquisição, processamento e análise de grandes quantidades de dados 

que estão dispersos pelos vários departamentos e áreas da organização (Ibrahim, Bhatti, & Waqas, 

2014). 

   Surge  neste  contexto  o  conceito  de  Business  Intelligence,  que  são  ferramentas  que 

permitem  integrar,  tratar  e  transformar  dados  em  informações  úteis  através  da  construção  de 

dashboards (painéis visuais de fácil interpretação). Estas ferramentas servem de apoio à decisão e 

permitem aos analistas e gestores, tomarem decisões mais eficientes, assertivas e rápidas, o que 

poderá vir a mostrar‐se importante (Chaudhuri, Dayal, & Narasayya, 2011).   

   O presente projeto foi desenvolvido na PRIO, empresa que atua no setor de distribuição e 

comercialização de combustíveis líquidos, bem como na produção de biocombustíveis.  Quanto a 

este setor de atuação, trata‐se de um sector que tem e continuará a ter grande relevância para a 

economia não  só de Portugal, mas  também a nível  global.  Insere‐se num mercado  crescente  e 

extremamente competitivo, o que exige por parte da PRIO um constante investimento e adequação 

da  dinâmica  competitiva  (Pinto,  Ramos,  Novaes, Mattioli,  &  Dias,  2018).    Apesar  de  jovem  no 

mercado, a empresa tem registado um crescimento notório em Portugal onde já detém uma das 

maiores quotas do mercado, tendo como objetivo aumentar ainda mais o nível de crescimento. O 

rápido crescimento da PRIO e dos seus postos de combustíveis nos últimos anos tem‐se traduzido 

num aumento  exponencial  de dados  e  num grande  fluxo de  informação.  Tendo em  conta  esse 

crescimento, o processo de recolha, extração, tratamento e exposição de informação representa 

uma tarefa árdua, mas que deverá ser feita para uma melhor gestão organizacional e perceção da 

Page 14: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

realidade  ambiental,  financeira,  organizacional  e  do  mercado  onde  está  inserido.  

   É neste âmbito que surge o presente trabalho, que através de uma ferramenta de BI busca 

desenvolver um projeto de Business Intelligence dos Postos da Prio Energy com base nas diferentes 

regiões  de  Portugal  que  sirva  de  suporte  para  a  tomada  de  decisão.  A  ferramenta  utilizada  no 

desenvolvimento deste projeto é o Microsoft Power BI, ferramenta que permite tratar e analisar 

dados de várias origens diferentes, de modo a criar e partilhar relatórios e dashboards interativos, 

possibilitando assim, monitorar os resultados organizacionais (Ulag, 2019). 

1.2. Objetivos e Metodologia  

   O objetivo principal do projeto consiste no desenvolvimento de um sistema de gestão de 

informação e apoio à tomada de decisão estratégica e operacional. Este sistema será desenvolvido 

com  base  numa  ferramenta  de  Business  Inteligence,  de  modo  a  construir  um  dashboard  que 

permita a visualização dos dados dos postos de combustíveis da PRIO. 

Com o desenvolvimento deste projeto espera‐se elaborar um dashboard que permita visualizar e 

monitorar dados dos Postos, das Vendas e dos produtos pelas diferentes regiões geográficas. O 

dashboard  deverá  ser  didático,  intuitivo e  reunir  todos esses dados provenientes  de diferentes 

fontes.  

   Foi realizada uma observação da realidade do ambiente de trabalho e do departamento, o 

que inclui uma análise do processo de Engenharia de Dados e um estudo da ferramenta de Business 

Intelligence a ser utilizada, o Power BI, ferramenta desenvolvida pela Microsoft. 

Na realização deste projeto foi ainda realizado um Enquadramento Teórico tendo como base os 

conceitos relacionados com a temática do projeto, tais como Dados, Informação e Conhecimento, 

Sistemas de Informação e Business Intelligence. 

   O desenvolvimento do sistema no Power BI foi inspirado na metodologia do Data Science 

representada na figura 1. 

Figura 1‐ Metodologia Data Science (Alumni, 2020) 

A metodologia adotada para o desenvolvimento do projeto encontra‐se representada na figura 2.  

Page 15: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

Figura 2‐Metodologia aplicada no desenvolvimento do projeto 

   No processo de criação do sistema do projeto, o primeiro estágio passa pela Caracterização 

do Problema. Nesta fase é identificado o problema, feita a proposta de solução e o levantamento 

dos requisitos do sistema.  

   O segundo estágio passa pelo desenvolvimento do sistema que se inspira na metodologia 

do Data Science. Nesta fase é feita a coleta, o carregamento dos dados para Power BI bem como o 

tratamento desses dados onde serão eliminando os dados irrelevantes e tratados apenas os dados 

importantes para o projeto.  A seguir passar‐se‐á à modelação de dados, que consiste na construção 

e estabelecimento da relação entre as entidades no Power BI. Posteriormente será construído o 

dashboard de apresentação. 

O último passo traduz‐se na validação do sistema. O sistema será disponibilizado na plataforma na 

nuvem do Power BI para que os utilizadores tenham acesso. De seguida, o sistema é avaliado de 

modo a garantir que os requisitos e a apresentação tenham alcançado os objetivos que levaram ao 

seu desenvolvimento.  

 1.3. Estrutura do Documento  

 Este documento é composto pelos cinco capítulos principais: 

   O primeiro capítulo (o presente capítulo),  tem como propósito enquadrar e descrever o 

projeto desenvolvido. Neste capítulo é descrito a motivação e o contexto do trabalho, o objetivo 

da  sua  realização,  a  metodologia  adotada  no  projeto,  bem  como  a  estrutura  do  documento. 

   No segundo capítulo é feito um enquadramento teórico onde são abordados os principais 

conceitos que suportam o projeto realizado. O objetivo deste capítulo é dar a conhecer os conceitos 

e  a  importância  dos  Dados,  Informação,  Conhecimento;  dos  Sistemas  de  informação;  e  a 

importância da utilização de ferramentas de Business Intelligence no contexto empresarial.  

 

Page 16: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

   No  terceiro  capítulo  é  apresentada  a  organização  onde  foi  realizado  o  estágio  e 

desenvolvido  o  projeto.  Este  capítulo  divide‐se  em  duas  partes,  a  primeira  parte,  onde  são 

apresentados a PRIO, o departamento de Sistemas de Informação e a área de Engenharia de Dados. 

Na  segunda  parte  procede‐se  à  contextualização  do  Problema,  descrição  da  situação  atual  e  a 

proposta de solução. 

   No quarto capítulo são apresentadas e descritas todas as etapas do desenvolvimento do 

sistema,  desde  o  desenho  da  arquitetura  do  sistema,  tratamento  dos  dados,  modelação, 

construção dos dashboard na  ferramenta, partilha e disponibilização do dashboard e por  fim, a 

validação do sistema. 

   No  quinto  e  último  capítulo  o  objetivo  passa  por  analisar  criticamente  o  trabalho 

desenvolvido, identificar as limitações e algumas sugestões de trabalho futuro.  

Page 17: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

2. Enquadramento teórico 

   Neste capítulo será feito um enquadramento teórico de modo a apresentar os conceitos e 

fundamentos  teóricos  pertinentes  para  a  compreensão  do  projeto.  Serão  abordados  temas  e 

conceitos referentes aos Dados, Informação e Conhecimento, Sistemas de Informação e Business 

Intelligence. 

 

2.1. Dados, Informação e Conhecimento  

   Atualmente, tendo em conta a grande competitividade no mercado, as empresas têm dado 

cada vez mais importância aos dados. Esse despertar para a importância dos dados tem levado com 

que  as  empresas  consigam  extrair  informações  e  adquirir  conhecimentos  que  servem  como 

vantagem competitiva.  

   Os dados são o material bruto, a matéria‐prima proveniente tanto de bases de dados 

internos como externos. Representam fatos, textos, números ou sinais, que uma vez processados 

e transformados permitem extrair informação (Moresi, 2000).  

Os dados para serem relevantes devem ser analisados de modo a fornecerem informações com 

conotações  ou  benefícios  diferentes  dependendo  do  contexto.  É  imprescindível  haver  um 

entendimento inicial para que haja uma conversão desses dados brutos em informações de fato 

(Meski, Belkadi, Laroche, Ladj, & Furet, 2019). 

   Informações  são dados que  receberam significado por meio de  conexão  relacional, que 

poderá ou não vir a ser útil (Jifa, 2013). 

   O  Conhecimento  é  adquirido  com  a  análise  das  informações,  a  avaliação  sobre  a  sua 

relevância  e  importância,  ou  seja,  o  conhecimento  é obtido pela  interpretação e  integração de 

vários dados e informações (Moresi, 2000). É com base no conhecimento adquirido que se detetam 

tendências e problemas para a tomada de decisões.  

   Uma  vez  adquirido  o  conhecimento  este  é  sintetizado  de  modo  a  obter  novos 

conhecimentos a partir do conhecimento anteriormente adquirido (Jifa, 2013).  

Ao sintetizar o conhecimento poder‐se‐á chegar à  inteligência, ou sabedoria o que permitirá às 

organizações tomarem as melhores decisões a nível estratégico.   

 

Page 18: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

Figura 3‐Hierarquia da informação, adaptado de Moresi (2000) 

   No processo de tomada de decisão é importante conhecer e entender as quatro diferentes 

hierarquias da informação: dados, informação, conhecimento e Sabedoria. 

A  figura 3 sintetiza essa hierarquia,  sendo que na base encontram‐se os dados que após serem 

processados passam a ser exibidos de uma forma clara e percetível aos utilizadores, transformando‐

se em informações. Ao serem transformados em informações é possível, através de análises, gerar 

hipóteses, identificar tendências e padrões (Moresi, 2000). 

   Com a análise, o próximo nível é o conhecimento, fruto da interpretação e integração das 

informações.  Com  base  no  conhecimento  os  tomadores  de  decisões  buscam  compreender 

efetivamente a situação e a realidade da empresa. No entanto, o conhecimento não é suficiente, é 

preciso  que  as  empresas  sintetizem  esse  conhecimento,  saibam  tirar  proveito  e  atuar  com 

vantagem competitiva no ambiente empresarial. Esse último nível da hierarquia é a sabedoria ou 

inteligência.  Neste  nível  é  possível  fazer  previsões  de  modo  a  antecipar  eventos,  mediante  o 

reconhecimento das consequências dos efeitos de uma decisão (Moresi, 2000). 

 2.1.1. Big Data 

 

   O conceito de Big Data é utilizado para descrever uma grande quantidade de dados que 

possam vir a ser úteis na extração de  informação, bem como também, os requisitos para o seu 

armazenamento, gestão, análise e visualização (Rouse, 2014).   

   Segundo Abbass (2015), ‘’Os dados são o principal ativo deste século’’ . 

Nos  dias  de  hoje,  as  empresas  que  querem  ganhar  vantagem  competitiva  no mercado  devem 

encarar a recolha e armazenamento dos dados como um recurso imprescindível. Tal só é possível 

devido  à  evolução  e  o  desenvolvimento  da  informática  e  do  grande  aumento  da  atividade  na 

Page 19: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

internet que proporcionou uma melhor compreensão do mercado, dos clientes, dos concorrentes 

e até mesmo de si próprias (Abbass, 2015).  

   Um dos problemas do Big Data é saber como extrair informação dos dados,  a competência 

das  empresas  em  processar  enormes  quantidades  de  dados  atempadamente  e  a  um  custo 

sustentável (Wang, Törngren, & Onori, 2015).   

 

Segundo Shi‐Nash & Hardoon (2017) o Big Data é caracterizado pelos 4 V’s: 

Volume ‐ corresponde a enorme quantidade de dados gerados, o que tem apresentado um 

grande desafio no que toca ao seu armazenamento, processamento e gestão. 

Velocidade ‐ Os dados são gerados em diferentes velocidades tornando‐se essencial o seu 

processamento  em  (quase)  tempo  real  a  fim  de maximizar  o  valor  dos  dados  e  tomar 

decisões imediatas.  

Variedade  ‐  refere‐se  à  natureza  heterogénea  dos  dados,  ao  crescimento  dos  dados 

estruturados  e  não  estruturados  o  que  também  coloca  um  grande  desafio  no 

armazenamento de dados. 

Veracidade ‐ esta característica relaciona‐se com a qualidade dos dados, já que os dados 

são gerados em grandes volumes, em diversos formatos e alta velocidade fazendo com que 

o grau de incerteza seja maior.  

 

A falta de qualidade dos dados está relacionado com a comunicação, com aproximações e decisões 

de arredondamento ou mesmo com a perceção dos dados (Abbass, 2015). 

 2.1.2. Data Science 

    Como já foi mencionado, atualmente vivemos numa era de dados que são produzidos em 

enormes quantidades,  volume e  velocidades  diferentes.  Torna‐se urgente  repensar  como esses 

dados são extraídos e analisados.  

   Os dados são recursos importantes que requerem a aplicação de métodos científicos na 

coleta, extração e análise; traduzindo‐se assim na descoberta do conhecimento, o que permite às 

empresas melhorar a gestão estratégica  (Abbass, 2015). Esta necessidade tem sido reconhecida 

cada  vez mais  pelas  organizações,  que  têm  dado mais  ênfase  à  análise  de  dados  e  à  decisões 

estratégicas baseadas em dados (Chen, H.L.Chiang, & C. Storey, 2018). 

   Neste  contexto,  surge  o  conceito  de Data  Science,  que  está  vinculado  à  capacidade  de 

decisão fundamentada em dados. Data Science trata‐se do estudo, processamento, descoberta de 

padrões e tendências valiosas dos dados.  

Page 20: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

  Data Science também é definido como uma metodologia de investigação científica utilizada 

na  compreensão  dos  fenômenos  organizacionais,  que  consiste  no  estudo  sistemático  desde  a 

extração  de  dados  ao  conhecimento  e  tomada  de  decisões;  possibilitando  assim  que  as 

organizações se tornem em organizações baseadas em dados (Rizk & Elragal, 2020). 

    O  conhecimento  que  se  visa  obter  através  do  Data  Science  refere‐se  aos  insights 

(perceções) que podem ser feitas a partir da análise dos dados (Gregor, 2006). 

Muitas das vezes esse conhecimento adquirido permite não só responder às questões previamente 

postas, mas também chegar a conclusões inesperadas.  A aplicação da metodologia do Data Science 

tem como principal objetivo gerar conhecimento a partir dos dados e através da sua análise visa a 

explicação e previsão. O conhecimento adquirido ajuda tanto a prever e a identificar tendências, 

como  também  ajuda  na melhoria  da  capacidade  em  explicar  eventos  passados,  o  que  o  torna 

fundamental na tomada de decisão (Rizk & Elragal, 2020).   

 2.1.3. Qualidade dos Dados 

    Na  indústria e no contexto empresarial  , os dados gerados, além da grande quantidade, 

muitas  das  vezes  não  são  estruturados  e  nem  têm  relação direta  entre  si  (Teixeira,  Ferreira, & 

Santos, 2019). A disposição de dados em grandes quantidades não é o mais importante uma vez 

que o que realmente agrega valor às empresas é a capacidade desses dados serem usados, para 

gerar informações relevantes que sirvam de suporte aos gestores de topo na tomada de decisão 

(SAS, 2020).  

Os dados têm assumido cada vez mais um papel importante para as empresas, no entanto 

um dos grandes desafios está em determinar a qualidade desses dados.  

A  falta  de  qualidade  dos  dados  pode  influenciar  e  acarretar  a  tomadas  de  decisões  erradas. 

Determinar e avaliar a qualidade representa um dos principais desafios devido à diversidade de 

fontes de dados e práticas de integração, e às dificuldades em fornecer avaliações de qualidade (Cai 

& Zhu, 2015). 

A qualidade dos dados inclui fatores como a precisão, a objetividade, segurança, relevância 

e facilidade de acesso aos mesmos (Batini, Cappiello, Francalanci, & Maurino, 2009). 

A  qualidade  dos  dados  depende  do  contexto  em que  são  analisados,  consoante  os  objetivos  e 

finalidades  da informação a ser extraída, e não quanto às características intrínsecas dos dados em 

si  (Ilari,  2013).  Isto  é,  um  dado  num  determinado  contexto  pode  não  representar  informação 

importante, mas  a  sua  análise  num  contexto  diferente  sobre  um  outro  ponto  de  vista  poderá 

permitir tirar informações, identificar padrões que nesse contexto poderão ser de valor e levar ao 

conhecimento.  

Page 21: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

 

Portanto, a qualidade desses dados e os cálculos realizados devem estar corretos pois são 

fundamentais para que a tomada de decisão seja assertiva. 

 2.1.4. Tomada de Decisão 

    A tomada de decisão é extremamente importante nas organizações e está intrinsecamente 

relacionada com a gestão de uma empresa.  A decisão pode ser definida como o desenvolvimento 

de  um  raciocínio  de  modo  a  escolher  entre  várias  alternativas  ou  cursos  de  ação  diferentes 

(Hickson, Mintzberg, & Waters, 1990). 

 Segundo Freitas & Kladis (1995) as decisões dentro da organização podem ser classificadas em três 

tipos: 

Nível Operacional ‐ processo de tomada de decisão que assegura o bom funcionamento 

das  atividades  operacionais.  Este  tipo  de  decisão  normalmente  resulta  em  respostas 

rápidas,  são  decisões  tomadas  sobre  processos  rotineiros  e  cujo  impacto  são  de  curto 

prazo. 

Nível  Tático  –  são  decisões  relacionadas  com  o  controle  administrativo  utilizadas  para 

decidir sobre as operações de controle e formular novas regras de decisão. Este nível de 

decisão requer informações sobre o funcionamento (normas e pressupostos), variações a 

partir de um funcionamento planeado, a explicação destas e a análise das possibilidades de 

decisão no curso das ações. 

Nível Estratégica – são decisões cujo objetivo passa por planear o curso da organização e 

desenvolver  estratégias  para  que  a  organização  seja  capaz  de  atingir  os  seus  macro 

objetivos. São decisões de longo prazo. 

 

Para que a tomada de decisão seja a melhor possível é importante ter em atenção, no momento de 

decisão,  um  conhecimento  prévio  de  sistemas  de  informação,  capazes  de  fornecer  dados  e 

informações que sirvam de base na tomada de decisão. No próximo subtópico será abordado o 

conceito de Sistemas de Informação.  

          

Page 22: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

10 

 

2.2. Sistemas de Informação  

Um Sistema de Informação pode ser caracterizado como um conjunto de componentes que 

coletam, processam, armazenam e distribuem informação no apoio à tomada de decisão e a gestão 

numa organização (Kenneth & Jane, 2012). 

Também podem ser definidos como redes complementares de hardware e software que as 

pessoas e organizações utilizam para monitorar, processar, exibir e encontrar  informações para 

apoiar na tomada de decisão (Vilcahuamán & Rivas, 2017).  

Sendo  assim,  os  Sistemas  de  Informação  são  extremamente  importantes  na  gestão  e 

permitem atender às demandas e necessidades dos diversos serviços e unidades da organização, 

possibilitando a disponibilização de dados e o  seu processamento de modo a gerar  informação 

(Guimarães & Évora, 2004).   

   Os  Sistemas  de  Informação  são  desenvolvidos  com  o  intuito  de  otimizar  o  fluxo  de 

informação, fomentar o processo de conhecimento e de tomada de decisão assertiva e eficiente. 

Esses Sistemas devem fazer com que uma empresa consiga atingir as suas metas (Moresi, 2000).  

   De entre os Sistemas de Informação destacam‐se os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), 

sistemas  que  ajudam e  servem  como  suporte  na  tomada  de  decisão.  Este  tipo  de  Sistemas  de 

informação deve permitir ao utilizador visualizar os dados de modo a permitir ampliar o raciocínio 

e identificar padrões, problemas e facilitar a tomada de decisão (Freitas, Kladis, Hoppen, & Becker, 

1997).  

 

Para a tomada de decisão os Sistemas de Informação possuem as seguintes características (Freitas 

et al., 1997): 

Somente recuperação de dados‐ O sistema apenas recupera dados de uma única base de 

dados; 

Recuperação e análise de dados‐ O sistema recupera informações de uma base de dados, 

fazendo também a análise; 

Análise de várias bases de dados – sistema o sistema recupera e analisa várias bases de 

dados; 

Avaliação de decisões utilizando modelos de cálculo. Sistema avalia as decisões por meio 

de cálculos matemáticos e estatístico; 

Avaliação de decisões utilizando modelos de simulação‐ sistema avalia as decisões por meio 

de simulação de cenários futuros; 

Proposta de decisão‐ sistema propõe alternativas de solução. 

 

Page 23: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

11 

 

   O  que  também  torna  os  sistemas  de  informação  importantes  para  as  organizações  é  o 

avanço das tecnologias de informação, da gestão tecnológica e o impacto que trazem ao negócio.  

Os Sistemas de Informação ajudam não só os gestores, mas também todos os colaboradores na 

visualização e análise de problemas, bem como na criação de novos produtos e  serviços. A sua 

utilização  de  forma  eficaz  requer  uma  compreensão  da  organização,  gestão  e  tecnologia  da 

informação (Kenneth & Jane, 2012). 

 2.2.1. Desenvolvimento de um Sistema de Informação  

    Um  Sistema  de  informação  é  desenvolvido  com  o  intuito  de  solucionar  problemas  no 

processo  de  organização  da  informação.  Os  problemas  que  levam  ao  desenvolvimento  destes 

sistemas surgem quando os gerentes e os restantes colaboradores da empresa percebem que a 

gestão da informação não funciona tão bem como o esperado, ou quando a gestão de informação 

deve ser melhorada (Kenneth & Jane, 2012).  

 

Para que um sistema de informação seja eficaz e resolva os problemas o seu desenvolvimento de 

deverá passar pelas seguintes etapas (Freitas et al., 1997): 

Identificação  e  definição  do  problema  ‐  a  situação  ou  oportunidade  de  melhoria  e 

identificando os requisitos e objetivos do sistema; 

Estudo de viabilidade‐ estudo da melhor tecnologia e recursos disponíveis para o sistema 

que satisfaça as necessidades; 

Conceção  do  sistema‐  definição  dos  dados  bases  de  dados  e  a  normalização  (não 

redundância) dos mesmos, especificação dos requisitos, fluxos e fontes de informação; 

Validação – teste junto dos usuários quanto a satisfação dos requisitos e o funcionamento 

do sistema. 

 

Uma  vez  identificados  os  problemas,  o  desenvolvimento  do  sistema  de  informação  passa  por 

diferentes etapas que consistem no  levantamento de requisitos do sistema, projeto do sistema, 

implementação,  teste  ou  validação  do  mesmo  de  modo  a  garantir  que  o  sistema  satisfaça  as 

necessidades organizacionais (Kenneth & Jane, 2012). 

 

 

 

 

 

Page 24: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

12 

 

2.2.2. Requisitos de um Sistema de Informação     No  processo  de  elaboração  de  um  sistema  de  informação  deve‐se  ter  em  conta  os 

requisitos,  os  objetivos  que  este  deverá  atender  ou  cumprir.  Os  requisitos  de  um  sistema  de 

informação podem  ser  definidos  como as  necessidades,  propriedades ou  pressupostos  que um 

sistema  de  informação  deverá  solucionar.  O  levantamento  desses  requisitos  deverá  ser  feito 

consoante  as  necessidades  dos  futuros  utilizadores  ou  da  organização  (Booch,  Rumbaugh,  & 

Jacobson, 1996).   

   Um Sistema de Informação, mais precisamente um Sistema de Apoio (SAD) deve ter como 

requisitos  básicos  ajudar  o  tomador  de  decisão  face  aos  problemas,  facilitar  a  visualização  dos 

dados, combinar os modelos ou técnicas analíticas com os instrumentos de acesso aos dados, ser 

user‐friendly,  isto é, e ter uma  interface de fácil utilização,  interativo e ser acessível  (Sprague & 

Information, 2013). 

 

Segundo Freitas & Kladis (1995) existem dois tipos de requisitos: ´ 

Requisitos funcionais‐ trata‐se da funcionalidade e os recursos do sistema. É o que satisfaz 

as necessidades do utilizador e que possibilita a realização das suas tarefas. Estes requisitos 

devem ser bem identificados para poder entender o que o sistema deve fazer e como deve 

funcionar. 

Requisitos Não  funcionais‐  São  requisitos  que  se  relacionam  com a  qualidade  geral  do 

sistema como por exemplo, o quão atrativo, útil, rápido e user‐friendly é o sistema. Estes 

requisitos não alteram a essência da funcionalidade do sistema. 

 

Para que um Sistema de Informação seja benéfico e agregue valor, ou seja, para que cumpra com 

as necessidades da empresa (solução do problema) é necessário ter em atenção a participação dos 

utilizadores  no  seu  desenvolvimento  e  identificação  dos  problemas  a  serem  resolvidos 

(identificação dos requisitos) (Teixeira, 2002).  

   No desenvolvimento deste projeto, a identificação dos requisitos foi feita tendo em conta 

uma análise da realidade de trabalho e levantamento dos requisitos junto da área de negócio dos 

postos de combustíveis.  

        

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13 

 

2.2.3. Validação de um Sistema de Informação  

   Os  sistemas  de  informação  desenvolvidos  devem  ser  alvos  de  testes  de  validação  para 

verificar se o sistema vai de encontro com os resultados esperados e se satisfaz as necessidades da 

empresa. Uma forma de validar um sistema de informação é através de testes de aceitação, testes 

esses  avaliados  pelos  utilizadores.  Caso  a  avaliação  por  parte  dos  utilizadores  seja  positiva 

considera‐se  que o  sistema atende  às  necessidades  e  o  sistema  é  formalmente  aceite  para  ser 

utilizado (Kenneth & Jane, 2012).  

   Na validação do sistema desenvolvido neste projeto, o sistema foi disponibilizado à área de 

negócio para que esses o pudessem utilizar e foi elaborado um questionário de modo a medir o 

grau de aceitação do mesmo. 

 2.3. Business Intelligence 

    Ferramentas de Business Intelligence são ferramentas que possibilitam o acesso a dados de 

diferentes bancos de dados, fazer consultas, construir relatórios e proceder a análises preditivas de 

modo a extrair informação (Watson & Wixom, 2007).  

São  ferramentas  que  combinam  a  extração  de  dados,  o  armazenamento  e  a  gestão  de 

conhecimento com a análise no auxílio à tomada de decisão (Negash & Gray, 2008).  

   O conceito de Business Intelligence foi utilizado por Luhn (1958) para definir um sistema de 

automatização  e  disseminação  de  informações  para  diversos  consumidores  com  o  intuito  de 

facilitar e otimizar o processo de tomada de decisão.  

   As ferramentas de BI também permitem a visualização de relatórios através de dashboards, 

painéis  visuais  que  resumem  grandes  quantidade  de  dados  tornando‐as  fácil  de  visualização, 

permitindo aos analistas fazer rápidas comparações de performance com Métricas de Negócio, KPIs 

(Key performance Indicators) previamente identificados e definidos, aumentado assim a  velocidade 

e  eficácia  na  tomada  de  decisões  e  na  identificação  de  oportunidades  de mercado  (Microsoft, 

2020c). 

   São ferramentas importantes pois servem de base sólida na descoberta de conhecimento 

e no auxílio à tomada de decisão (Olszak & Ziemba, 2007). 

   As  ferramentas de Business  Intelligence  podem  também  incorporar outras  ferramentas, 

aplicações e processos que possibilitam colecionar dados de diferentes  sistemas e  fontes  (quer 

internos  e/ou  externos).  O  desenvolvimento  da  tecnologia  e  informação  e  dos  sistemas  de 

informação  tem sido acompanhado do desenvolvimento de  tecnologias de  coleta de dados em 

grandes quantidades (Liu, Wu, Sun, & Zhu, 2020). 

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14 

 

   As  ferramentas  de Business  Intelligence  relacionam‐se  com os  Sistemas  de  Informação, 

principalmente  os  Sistemas  de  Apoio  à  Decisão,  uma  vez  que  estes  sistemas  se  apoiam  nas 

ferramentas de BI para disponibilizar opções de resolução de problemas (Mundo+Tech, 2020). 

 Atualmente é necessária uma massificação da utilização das ferramentas de BI nas empresas por 

parte dos trabalhadores e não deixar o seu uso restrito aos especialistas. A lacuna entre a análise e 

a  gestão  de  operações  tem  vindo  a  diminuir  à medida  que  as  ferramentas  de  BI  passam a  ser 

utilizadas em diversos níveis de uma organização (Negash & Gray, 2008). 

 

2.3.1. Modelação dos Dados e Modelação Multidimensional  

Para que uma base de dados sirva de suporte a um Sistema de Informação é necessário 

definir previamente o  seu modelo de dados. O Modelo Entidade‐Relação  (E‐R)  trata‐se de uma 

técnica utilizada na criação dos modelos de dados, que tem como objetivo auxiliar no desenho do 

sistema e é representado graficamente por um diagrama de Entidade‐Relação (Abhijit A. Pol, 2007).  

   Um diagrama Entidade‐Relação (ER) é constituído por entidades, atributos e relações. 

A  entidade  é  um  conjunto  de  objetos  a  qual  se  contém os  dados,  entidade  esta  que  pode  ser 

representada  como  uma  tabela.  O  atributo  trata‐se  da  característica  ou  propriedade  de  uma 

entidade, ou  seja,  são os diferentes  itens de  informação e  representam os  valores que vão  ser 

armazenados na Base de Dados. Os atributos são as colunas dentro da entidade (tabela).  

Já a relação trata‐se da  ligação entre as diferentes entidades que permite associar  instâncias de 

cada entidade (Abhijit A. Pol, 2007). 

   Na figura 4, do lado esquerdo está representada a entidade ‘’ DIM_Município_Atual’’ e os 

seus  respetivos  atributos  (.FullCodeFK,  Codigo_Filho,  Codigo_Pai  e  Nome_Municipio_Atual).  A 

entidade  corresponde  a  uma  tabela  (representado  do  lado  direito  da  figura)  e  cada  atributo 

corresponde a uma coluna da tabela, sendo que cada linha corresponde a um registo, a um dado. 

 

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15 

 

Figura 4‐Entidade ‘’DIM_Municipio_Atual’’ e os seus atributos 

 

   Torna‐se também importante falar do conceito de cardinalidade, que consiste no número 

de  instâncias  (registos)  de  uma  entidade,  que  podem  ser  associadas  a  uma  instância  de  outra 

entidade. Essa relação pode ser de Um‐para‐Um, Um‐para‐Muitos (e Vice‐Versa) e Muitos‐para‐

Muitos (Abhijit A. Pol, 2007). 

   Na  figura  5  encontra‐se  representada  uma  relação  entre  duas  entidades,  a  entidade  ‘’ 

DIM_Município_Atual’’  que  contém  os  códigos  e  nomes  de  cada  município,  e  a  entidade  ‘’ 

DIM_CTT_CP’’ que contém os códigos postais de todo o país. No exemplo da figura 5 a cardinalidade 

é de Um‐para‐Muitos, isto quer dizer que, para cada Município existem muitos códigos postais, no 

entanto, cada código postal corresponde a um único município. 

Figura 5‐Representação da relação entre duas entidades 

Posto  isto,  podemos  definir  a modelação  de  dados  como  a  relação  estabelecida  entre 

diferentes  entidades  ou  tabelas  de  dados.  Esta    relação  é  feita  através  de  chaves  primárias  e 

estrangeiras  de  modo  a  que  haja  interligação  e  conexão  lógica  entre  as  diferentes  entidades 

(Microsoft, 2019).  

Page 28: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

16 

 

Chave primária é o atributo identificador da tabela/entidade em questão. Cada tabela possui uma 

chave primária que  serve para diferenciar uma  linha das outras  linhas dessa  tabela. Essa chave 

primária  corresponde  a  uma  coluna  que  a  identifica,  sendo  que  cada  linha  dessa  coluna 

corresponde a um registo da tabela.  

Chave estrangeira é a coluna que permite fazer a ligação entre as diferentes tabelas, trata‐se da 

chave primária de uma outra tabela (Rodrigues, Campos, Marcelo, Carvalho, & Veiga, 1996). 

Um outro  conceito  a  ser  abordado é  o  da Modelação Multidimensional  que  tem  como 

objetivos,  produzir  estruturas  de  banco  de  dados  que  sejam  fáceis  de  se  entender,  escrever  e 

maximizar a eficiência das consultas. A Modelação Dimensional permite minimizar o número de 

tabelas e das relações, isto é, reduz a complexidade do banco de dados e minimiza o número de 

relações necessárias (Moody & Kortink, 2000).  

Um modelo de dados consiste em três elementos, fatos, dimensões e medida. Os fatos são 

os  objetos,  eventos  ou  processos  que  se  pretende  ser  analisados  (vendas,  compras,  preços). 

Dimensões são usadas para caracterizar os eventos representados pelos fatos (dimensão tempo, 

dimensão produto, dimensão geográfica). As dimensões podem ser agrupadas em diferentes níveis 

de  hierarquias  (Ano,  mês,  dia;  país,  distrito,  cidade).  Já  as  medidas  representam  propriedade 

numérica dos fatos alvo de análise (Golfarelli, Maio, & Rizzi, 1998). 

Tabela 1‐Tipos de esquemas de Modelação Multidimensional (Golfarelli et al., 1998) 

Tipo de Esquema  Características 

Star Schema  Estrutura básica, constituída por uma tabela fato e algumas 

tabelas auxiliares sendo uma por cada dimensão. 

Snowflake Schema  Equivalente ao Star Schema mas mais complexo,  formada 

por tabelas dimensão com diferentes níveis de hierarquia. 

Constellation Schema  Esquema  muito  mais  complexo,  nível  hierárquico  maior, 

formado por duas ou mais tabelas fatos. 

  O esquema de modelação multidimensional deve ser devidamente organizado de modo a facilitar 

a leitura do fluxo de informação e as relações entre as tabelas.  

        

Page 29: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

17 

 

2.3.2. Interação Humano‐Computador, Acessibilidade e Visualização dos dados   

   O  objetivo  deste  subtópico  é  abordar  o  conceito  de  Interação  Humano‐Computador, 

Acessibilidade e demonstrar a  importância da visualização e exposição de dados através de um 

dashboard,  um painel  visual que possibilita  a  visualização de dados através de um conjunto de 

tabelas, gráficos e mapas.  

   A Interação Humano‐Computador (IHC) trata‐se da interação entre o homem e o sistema 

de  informação,  bem  como  a  utilização  de  tecnologia  informática  entre  os  utilizadores  e 

computadores.  

Essa  interação  só  é  possível  devido  à  interface,  que  permite  executar  todas  as  tarefas.  Logo  é 

importante  que  a  interface  seja  de  fácil  utilização  e  que  consiga  atender  as  expectativas  e 

necessidades de todos os utilizadores. A interface deve proporcionar a melhor experiência para que 

estes consigam extrair a informação da melhor forma e deve ser acessível aos utilizadores (Pinho, 

2016). 

   A  Acessibilidade  do  sistema  de  informação  refere‐se  às  condições  e  possibilidades  de 

alcance  do mesmo  para  que  este  possa  ser  utilizado  de  forma  segura  e  permita  que  qualquer 

utilizador consiga usufruir de todos os benefícios do sistema (Pinho, 2016). 

    Quanto  à  visualização  dos  dados,  tem‐se  mostrado  vital  não  só  para  apresentar 

informações  essenciais  de  vastas  quantidades  de  dados, mas  também para  conduzir  a  análises 

complexas. A exposição de informações através de um dashboard interativo e didático pode reduzir 

o tempo de procura e análise de uma determinada informação de modo a otimizar o tempo de 

tomada de decisão (Aparicia & Costa, 2017). 

Os dashboards são visualizações de informações gráficas que ajudam na interpretação de dados 

complexos,  os  estímulos  visuais  têm  forte  efeito  sobre  os  indivíduos,  auxiliando  na  tomada  de 

decisão (Negrut, 2014). 

O  uso  de  cores  na  visualização  de  dados  ajuda  a  interpretar  e  a  destacar  as  informações mais 

relevantes.  Trata‐se  de  uma  forma  de  simplificar  a  comunicação  de  exposição  da  informação 

permitindo assim, monitorar as atividades, identificar tendências, entender a realidade da empresa 

e o posicionamento desta no mercado (Aparicia & Costa, 2017). 

   Os  dados  podem  ser  representados  em  diferentes  formatos  e  comunicar  diferentes 

informações. A elaboração de um dashboard requer não apenas a seleção do conteúdo apropriado, 

mas também a melhor forma de a exibir (Meski et al., 2019).   

A visualização de dados acompanhado da análise serve como engrenagem da transformação de 

algo bruto em algo de valor, ou seja, é a conversão dos dados em informações, permitindo que os 

tomadores de decisão criem um conhecimento sobre o estado da empresa (Surbakti & Ta’A, 2017). 

Page 30: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

18 

 

Em suma, a IHC, a Acessibilidade e a Visualização dos Dados de um Sistema de Informação devem 

ser eficientes (não apresentar problemas nem dificuldades), facultar informação de forma clara e 

compreensível e ser esteticamente agradável. 

 2.3.3. Power BI 

 

O Power BI é uma ferramenta de Business Intelligence da Microsoft que permite carregar 

dados de várias origens diferentes, transformar dados não relacionados em informações coerentes, 

visualmente envolventes, interativas através da criação de dashboards e relatórios didáticos para a 

análise em tempo real (Microsoft, 2020b).  

A ferramenta permite conectar‐se a várias bases de dados diferentes, exibir uma visualização dos 

dados de forma atraente permitindo ao utilizador criar as suas próprias análises e soluções. 

   O Power BI oferece três plataformas de software tais como Power BI Desktop, Power BI 

Service e o Power BI Mobile. O Power BI Desktop é a  ferramenta de  trabalho, a plataforma de 

desenvolvedor  que  permite  fazer  todo  o  processo  de  coleta,  transformação  e  tratamentos  de 

dados, bem como construir o dashboard.   

O  Power  BI  Service  é  uma  plataforma  online,  o  serviço  cloud  (nuvem)  para  partilha  e 

armazenamento de dashboards permitindo também criar formas de visualização dos dashboards.  

Outro serviço é o Power BI Mobile que torna possível o acesso  ao material do Power BI Service em 

qualquer dispositivo, com aplicações móveis do BI nativas para Windows, iOS e Android (Microsoft, 

2020b).  

Figura 6‐Arquitetura do Power BI (Data Flair, 2020) 

 

 

Page 31: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

19 

 

 

Através  da  figura  6  é  possível  perceber  o  funcionamento  da  ferramenta  do  Power  BI,  desde  a 

preparação  dos  dados,  ao  processo  de  extração,  transformação  desses  dados  e  posterior 

construção e partilha do dashboard para análise e tomada de decisão.  

   O Power BI além de permitir criar relatórios de visualização de dados bastantes interativos 

e atraentes permite uma grande acessibilidade e compartilhamento desses relatórios no serviço 

cloud, o Power BI Service. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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3. Apresentação da Organização e Caracterização do Problema 

   Neste capítulo será feita uma apresentação da empresa, do Departamento de Sistemas de 

Informação e da Área de Engenharia de Dados para uma melhor compreensão e contextualização 

do problema e do desenvolvimento do Projeto.  

3.1. Grupo Prio 

  A  PRIO  é  um  grupo  composto  por  empresas  que  atuam  no  ramo  da  distribuição, 

comercialização de combustíveis líquidos e na produção de biocombustíveis fundada em 2006. Tem 

como  missão  produzir  e  fornecer  energia  para  mover  pessoas,  fornecer  energias  inovadoras, 

acessíveis e seguras contribuindo assim, para um mundo mais eficiente e sustentável (PRIO, 2020).  

Quanto à produção de biodiesel a partir de matérias‐primas residuais, atualmente a PRIO é a maior 

produtora de biocombustíveis em Portugal e a terceira a nível europeu.  

   A empresa foi comprada recentemente pelo grupo Disa, representante da Shell no mercado 

ibérico, que também atua no setor de distribuição e comercialização de combustíveis.  Apesar da 

venda, todas as atividades que a PRIO tem vindo a desenvolver ao longo dos anos continuarão a 

ser desenvolvidos, uma vez que, a Disa assumiu os compromissos contratuais vigentes com todos 

os  clientes  e  fornecedores.  Mesmo  tratando‐se  de  uma  empresa  fundada  há  poucos  anos, 

atualmente a PRIO tem uma taxa de representatividade de 10% da quota do mercado em que está 

inserido.  

A PRIO tem receitas na ordem dos 1,2 mil milhões de euros e tem vindo a verificar, ao longo dos 

anos, um crescimento exponencial em todas as áreas de negócio.  O grupo PRIO é constituído pela 

Prio Energy, a Prio Bio, e a Prio Supply, que cuidam das sete principais áreas de negócio: Vendas 

Direta,  Rede  de  Postos  PRIO,  Gás,  Lubrificantes,  Mobilidade  Elétrica,  Prio  Supply  e  Fábrica  de 

Biodiesel.  A Prio Energy, S.A está encarregue do crescimento do grupo, pela gestão dos postos de 

combustíveis bem como dos clientes. A Prio Bio, S.A tem como principal atividade a produção de 

biocombustíveis a partir da reciclagem de materiais residuais que na sua grande maioria é derivado 

de  óleos  alimentares  usados.  Já  a  Prio  Supply,  S.A  é  responsável  por  toda  a  logística  desde  as 

compras  e  contratos  como  também dos  transportes,  planeamento  de  rotas  e  gestão de  stocks 

(PRIO, 2020). 

    Com cerca de 750 colaboradores, a PRIO conta com uma rede de mais de 240 postos de 

combustível e também possui um parque de tanques localizado no terminal de granéis líquidos do 

Porto de Aveiro, na Gafanha da Nazaré.  

 

 

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22 

 

A Rede de postos de combustíveis da PRIO divide‐se em quatro tipologias de Postos: COCO, CODO, 

DODO E DOCO. 

 

Os postos COCO‐ Company Owned, Company Operated, designados de postos próprios, são postos 

que pertencem e são geridos diretamente pela PRIO. Toda a infraestrutura, bens, funcionários e 

operações está sob a responsabilidade da PRIO. 

Postos CODO‐ Company Owned, Dealership Operated, pertencem a PRIO mas são explorados por 

terceiros. A PRIO responsabiliza‐se pelos bens, operações, mas a infraestrutura e funcionários são 

da responsabilidade do parceiro de negócio que explora o posto. 

Postos  DODO‐  Dealership  Owned,  Dealer  Operated  da  PRIO,  também  chamados  de 

“embandeirados’’ são postos em que o dono do espaço é que se responsabiliza pela estrutura de 

negócio. Esses postos utilizam apenas a imagem e compram o combustível da PRIO.  

Postos  DOCO‐  Dealership  Owned,  Company  Operated.  Pertencem  a  terceiros,  mas  a  PRIO  é 

responsável pela gestão, bens, funcionários e operações dos postos. 

 

   Além de combustíveis, os postos da PRIO vendem outros produtos e serviços tais como gás 

engarrafado,  lubrificantes  sendo que, alguns postos  também dispõem de  lojas de conveniência, 

chamados de ‘HIPER MINI MARKET’, serviço de lavagem automóvel ‘Maxi Micro Wash’ e vendas de 

medicamentos nas ‘PRIOPharma’ (PRIO, 2020). 

   O presente projeto  foi  realizado mais concretamente na Prio Energy, S.A cuja sede está 

situada no Porto de Aveiro, na Gafanha da Nazaré e os escritórios estão  localizados em Aveiro.   

A distribuição dos combustíveis é feita para a Rede de Postos, postos de abastecimentos próprios 

da PRIO.  

 3.1.1. Departamento de Sistemas de Informação  

    No decorrer dos anos verificou‐se uma grande expansão da PRIO, o que exigiu uma rápida 

resposta e adaptação por parte dos seus diferentes departamentos, de modo a conseguirem dar 

vazão aos novos desafios.   Esse crescimento  traduziu‐se num aumento ainda maior do  fluxo de 

informação das áreas de negócio. 

   Para dar continuidade a esta dinâmica, o departamento de Sistema de informação da PRIO 

desempenha um papel muito  importante na gestão dos sistemas e da  infraestrutura, no fluxo e 

disponibilização de informação, no suporte do sistema de informação e recursos informáticos, bem 

como no levantamento das necessidades informacionais dos decisores.  

   Quanto ao fluxo de informação, o departamento de Sistemas de Informação responsabiliza‐

se  pela  gestão,  coleta  e  obtenção  dos  dados,  pela  análise  dos  dados  transformando‐os  em 

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23 

 

informação e, pela distribuição da informação de acordo com as necessidades dos tomadores de 

decisão  (Guimarães  &  Évora,  2004).  O  departamento  de  SI  também  é  responsável  pelo  bom 

funcionamento de todas as infraestruturas, materiais e recursos informáticos da PRIO.  

Este departamento subdivide‐se em diferentes áreas de atuação como se pode verificar abaixo: 

 

 

Na  figura  em  cima  está  ilustrado  os  diferentes  departamentos  sendo  que  o  foco  está  no 

departamento de SI da Prio Energy que se divide em 6 áreas diferentes de atuação: 

Retail (B2C), Área responsável pelos postos de combustíveis da PRIO e toda a comunicação, 

coleta e armazenamento de dados destes com o ERP SAP. 

Área de SAP, responsável pelo bom funcionamento do ERP SAP, o Sistema de gestão da 

informação na PRIO. 

Infraestrutura, Área responsável por todo material informático e pelo service Desk da PRIO. 

Área de Engenharia de Dados, área responsável pelo tratamento e transformação de dados 

em informação através de ferramentas de Business Intelligence.  

PMO e Gestão de projeto, área responsável pela gestão dos projetos do departamento.  

Área de Aplicações de Negócio (B2B), gerem todas as aplicações de negócio da PRIO. 

 

Posto isto, no próximo subcapítulo será apresentada a área de Engenharia de Dados, área onde foi 

realizado o projeto.  

    

Figura 7‐Departamentos da Prio Energy e áreas do departamento de SI 

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24 

 

3.1.2. Área de Engenharia de Dados na PRIO  

   A Engenharia de Dados é uma área recente que surgiu da necessidade e da importância 

que a PRIO dá a uma boa gestão do fluxo de informação e tratamento do mesmo para a aquisição 

de conhecimento. É a área do Departamento de Sistemas da PRIO responsável pela extração dos 

dados do banco de dados, tratamento dos mesmos para a construção de relatórios e dashboards 

interativos, de modo a  facilitar a visualização da  informação que poderá vir a  servir  como base 

sólida para tomada de decisão por parte dos gestores de topo. Esta extração, tratamento de dados 

e construção de dashboards é feito através do uso de ferramentas de Business Intelligence.  

   Antes do surgimento da área de Engenharia de Dados não havia uma arquitetura de dados 

na PRIO, os dados eram extraídos diretamente do SAP ou de outras fontes de base de dados, sem 

que houvesse nenhuma ferramenta ou processo que conseguisse agregar e otimizar o tratamento, 

fluxo e exposição da informação, que fosse didática e de fácil visualização.  

Anteriormente muitos dos dados eram extraídos em formatos de arquivos de Excel diretamente do 

ERP SAP (o sistema de gestão de informação), sendo que a partilha desses dados eram muitas vezes 

feitas por email ou pelo SharePoint, uma plataforma em nuvem da Microsoft.  

   A  área de  Engenharia  de Dados  implementou  e  passou  a  usar  ferramentas  de Business 

Intelligence, mais precisamente o Power BI, ferramenta de BI desenvolvida pela Microsoft. 

Com a implementação da ferramenta desenhou‐se a arquitetura de dados, que visa descrever o 

processo de extração, partilha, fluxo de dados e exposição da informação através de dashboards. 

Figura 8‐Arquitetura de dados da Área de Engenharia de dados 

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25 

 

   Cerca de 60% dos dados vem de SAP, um sistema ERP (Enterprise Resource Planning) de 

gestão de informação que gere toda a base de dados e  informação da PRIO. O restante vem de 

diversas fontes de dados como o MySQL, SOLServer, ou de fontes externas à empresa.  

O Analyzer é a interface entre o utilizador e o SAP, mas também é possível aceder ao SAP com o 

Power BI.  Os dados podem ser extraídos de SAP para o SAP OPENHUB, um serviço do SAP Business 

Warehouse  (SAP  BW)  que  permite  o  fornecimento  controlado  e  seguro  de  dados  SAP  de  alta 

qualidade para sistemas e aplicações (SAP, 2015).  

   O SAP BW recebe dados do SAP e os apresenta num formato mais atrativo e user‐friendly 

ao  utilizador.  O  SAP  OPENHUB  faz  a  ponte  para  o  Power  BI,  que  consegue  aceder  e  criar  um 

dataflow  ou  um  datalake,  que  são  fluxos  de  dados  criados  e  geridos  pelo  Power  BI  Service 

diretamente no navegador (Microsoft, 2018).   

   O Power BI Service também consegue aceder aos dados de diferentes bases de dados que 

não sejam o SAP. Por exemplo: os postos da PRIO carregam os dados para o IPaas Orchestrator, 

uma plataforma mais segura, que depois alimenta o SAP com esses dados. 

Esses Dataflows a seguir são importados para o Power BI Desktop onde os dados serão tratados e 

modelados  para  a  construção  do  dashboard.  O  dashboard  poderá  ser  partilhado  no  Power  BI 

Service em áreas de trabalhos, onde serão dados os acessos aos utilizadores. 

   O Power BI é a ferramenta de Business Inteligence escolhida pela PRIO uma vez que além 

de agregar, otimizar e partilhar os dados, tem como grande vantagem o facto de ser compatível 

com as restantes ferramentas e base de dados da Microsoft. 

 3.2. Contextualização e Caracterização do Problema   

       Atualmente a informação passou a ser tratada como um capital precioso, comparável aos 

recursos de produção, materiais e financeiros. A informação é considerada como um recurso chave 

de competitividade, diferenciação e lucratividade no mercado (Moresi, 2000). 

As organizações preocupam‐se não somente com o controle da produção de bens e serviços, mas 

também em se tornarem organizações de conhecimento baseadas em dados, na tecnologia e no 

consumo. O modo como é feita a extração da informação, organização, gravação, recuperação e 

posterior  utilização,  poderá  permitir  aos  gestores  de  topo  tomar  decisões  mais  seguras, 

aumentando assim a probabilidade de acerto (Guimarães & Évora, 2004).  

Para atender à constante procura de conhecimento, a PRIO pretende ter uma plataforma 

que permita analisar os dados das vendas dos seus diversos postos de combustíveis de modo a 

conseguirem realizar uma monitorização e poderem adotar medidas estratégicas.   

Page 38: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

26 

 

   E é com o objetivo de se tornar numa organização de conhecimento que a PRIO tenciona, 

através da ferramenta de Business Intelligence, conseguir extrair, transformar os dados que tem à 

disposição de modo a retirar informações relevantes das vendas dos seus postos de combustíveis.  

Pretende‐se utilizar a  ferramenta de Business  Intelligence para criar um dashboard que permita 

visualizar as informações de forma resumida e percetível. 

Com base nesse dashboard será possível fazer uma monitorização das vendas, extrair informações 

para  uma  posterior  análise,  o  que  poderá  vir  a  ser  extremamente  relevante  na  aquisição  de 

conhecimento. 

   É neste âmbito que surge o presente relatório e projeto de Business Intelligence dos Postos 

Prio Energy. A ferramenta a ser utilizada como solução de Sistema de Informação no projeto será o 

Microsoft Power BI. Conforme já explicado no capítulo 2, a solução de Business Intelligence deve 

ser  capaz  de  capturar,  monitorar  e  exibir  informações  de  modo  a  dar  suporte  aos  gestores  e 

tomadores de decisão.  

   A ideia subjacente é depois publicar o dashboard no Power BI Service e partilhá‐lo junto da 

área de negócio, com o intuito de ser visualizado por vários gestores e utilizadores em simultâneo.

 3.2.1. Situação Atual 

    Atualmente, todos os dados referentes aos postos de combustíveis, disponíveis no ERP SAP, 

estão sob a responsabilidade da área de negócios que gere os postos.  

Esses dados são extraídos na sua grande maioria em formatos de arquivos de Excel diretamente do 

ERP SAP, dados estes que estão na sua forma bruta. A área de negócio faz o tratamento e exposição 

dos relatórios em arquivos Excel, depois estes são partilhados por email ou numa plataforma na 

nuvem da Microsoft que é o SharePoint para serem alvos de análise. 

 

Alguns problemas chamaram a atenção tais como:  

Enorme quantidade de ficheiros e dados na sua forma bruta; 

Excesso de dados, dados redundantes e desorganizados o que exige um esforço enorme na 

análise dos arquivos; 

Excesso de trabalho manual sendo que todo o procedimento poderia ser automatizado; 

Partilha pouco eficiente desses ficheiros; 

Visualização desinteressante dos dados; 

 

   Seria útil ter um sistema de gestão que permitisse o acesso dos dados sempre atualizados. 

Este sistema deverá ter como base uma ferramenta que permita agregar todo o processo de coleta, 

Page 39: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

27 

 

extração,  transformação  e  exposição  através  de  um  dashboard  fácil,  didático  e  visualmente 

interativo. Também seria pertinente que o sistema desenvolvido fosse disponível na nuvem, serviço 

cloud  acessível por qualquer PC ou dispositivo móvel, de modo a  facilitar  e otimizar o  fluxo de 

informação na empresa.   

 3.2.2. Proposta de Solução   

   Depois de observada a atual situação e identificado os problemas, a proposta de solução 

consiste  em  desenvolver  um  sistema  de  gestão  de  informação  com  base  numa  ferramenta  de 

Business Intelligence, que visa servir como suporte à tomada de decisão. A Ferramenta de Business 

Intelligence a ser utilizada é o Power BI, ferramenta esta que, como já foi referido anteriormente, 

foi implementada recentemente na PRIO aquando do surgimento da nova área de Engenharia de 

Dados. 

   A proposta visa melhorar e facilitar a acessibilidade, a distribuição e a monitorização das 

informações referentes aos postos de combustíveis. Através do dashboard será possível monitorar 

e acompanhar informações relevantes das vendas nos postos de combustíveis da PRIO. 

De modo a compreender e identificar os problemas atuais no que toca ao fluxo de informação dos 

dados dos postos, foi agendado uma reunião com a área de negócio por forma a identificar, fazer 

o levantamento dos requisitos e objetivos que o sistema deverá cumprir.  

 Foram então definidos que o sistema deverá cumprir com os seguintes requisitos funcionais: 

1. O Sistema deverá garantir uma visão geral dos postos pelas diferentes regiões geográficas 

de Portugal; 

2. Garantir uma visão geral das informações dos Postos tais como a localização, código postal, 

serviços e ID; 

3. Histórico de vendas por produtos, por Postos, região e data; 

4. O volume de vendas deve ser filtrável por região, posto, produto e por tipologia de produto 

(OIL e NON OIL) e data; 

5. Histórico de vendas pelo Clima; 

6. Os dados das vendas deverão ser atualizados a partir do ERP SAP; 

7. Visualizar o histórico dos preços de combustível ao longo do tempo; 

 

 

 

 

 

Page 40: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

28 

 

Quanto aos requisitos não funcionais: 

1. O dashboard deverá ser agradável, intuitivo e user‐friendly; 

2. O Sistema deverá ser de fácil distribuição, acesso e ter um relatório visualmente interativo; 

3. O dashboard deverá ter uma formatação apelativa e possuir gráficos que ajudem na análise 

dos dados; 

4. A informação deverá estar sintetizada e organizada de modo que o utilizador não precise 

de percorrer muitas páginas para conseguir visualizar a informação que se pretende; 

 

O Relatório poderá ser distribuído e o acesso disponibilizado para diferentes utilizadores, desde a 

área de negócios responsável pelos postos, analistas, aos gestores de topo. 

Uma vez feita a análise da situação atual, identificados os problemas e apresentada uma proposta 

de solução, torna‐se importante desenvolver a proposta de solução.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Page 41: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

29 

 

4.  Proposta de Solução: Projeto de Business Intelligence com base no Power BI como suporte à tomada de decisão. 

   Neste capítulo serão apresentadas e descritas as etapas no desenvolvimento da solução 

proposta bem como os resultados do mesmo. Também é explicado como foi feita a disponibilização 

e compartilhamento dos relatórios, bem com a validação do sistema desenvolvido.  

 4.1. Sistema de Suporte a tomada de decisão com base no Power BI 

    Neste subcapítulo serão apresentadas e descritas todas as etapas no desenvolvimento do 

sistema, desde o desenho da arquitetura do Sistema, extração, carregamento, tratamento desses 

dados, a modelação na ferramenta até a construção do dashboard.  

 

4.1.1. Arquitetura do Sistema   

   A primeira etapa no desenvolvimento do sistema de suporte à  tomada de decisão, que 

permita uma integração e gestão de informação, trata‐se do desenho da arquitetura do sistema de 

modo a melhor perceber a origem e o fluxo de dados (De La Vara, Sánchez, & Pastor, 2008).  

A arquitetura do sistema deve ser feita com base nos requisitos,  inerentes aos objetivos que se 

esperam atingir de modo a mostrar a origem e o fluxo de dados.  

Tendo por base os  requisitos passou‐se então ao desenho do  sistema de  suporte  à  tomada de 

decisão como se pode ver na figura 9. 

 

Figura 9‐Arquitetura de dados do Sistema 

Page 42: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

30 

 

  Os  dados  que  alimentaram  o  sistema  têm  como  fonte  interna  de  dados  o  SAP,  uma 

plataforma de ERP que além de gerir toda a informação, regista e guarda constantemente dados 

atualizados.  

Além de dados internos, o sistema também será alimentado com dados de fontes externas, que 

são o caso dos sites da PORDATA, dos CTT (Correios de Portugal) e do The Weather Channel.  

   Os dados internos deste sistema referem‐se aos dados das vendas, dados dos postos, dados 

dos materiais(produtos) e dados das vendas registados no SAP.  

Já  os  dados  externos  referem‐se  aos  dados  dos  CTT  que  contém  os  códigos  postais,  dados  da 

PORDATA  que  contém  dados  geográficos  dos  diferentes  NUTS  e  dados  do  estado  do  clima 

provenientes do site The Weather Channel. 

NUTS, acrónimo de ‘’Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos’’, um sistema 

hierárquico de divisão do território em regiões. Esta nomenclatura divide‐se em 3 níveis (NUTS I, 

NUTS II E NUTS III), definidos de acordo com critérios populacionais, administrativos e geográficos 

(PORDATA, 2013).  

   Os dados extraídos em bruto são carregados para a  ferramenta do Power BI através de 

dataflows,  seguidamente  esses  dados  serão  tratados,  modelados  e  por  fim,  a  construção  do 

dashboard. Aquando da finalização do dashboard, este será partilhado no Power BI Service e será 

dado a autorização de acesso aos utilizadores que farão uso do sistema. Os dados apresentados no 

dashboard poderão ser atualizados sempre que os mesmos forem atualizados na fonte de dados.   

 4.1.2. Extração, Carregamento e Tratamento dos Dados no Power BI  

 

   Após a elaboração da arquitetura de dados, foram gerados e disponibilizados dados no 

Power BI Service que depois foram carregados para o Power BI Desktop. 

Esses dados são partilhados no serviço do Power BI service, no workspace da PRIO em formato de 

dataflows, um conjunto de dados na  forma de entidades/tabelas criadas e geridas no Power BI 

Service.  Ao ter acesso ao dataflow é possível editar as entidades/tabelas, bem como gerir a agenda 

de atualização diretamente no workspace onde foi criado (Microsoft, 2020a).  

De seguida fez‐se a importação desse dataflow para o Power BI desktop, como é demonstrado na 

figura 10. 

Page 43: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

31 

 

Figura 10‐Carregamento dos dataflows para o Power BI 

 

   Uma vez carregados os dados no Power BI desktop, esses dados devem ser tratados no 

Power  Query  utilizando  o  recurso  Power  Query  M,  uma  funcionalidade  que  permite  filtrar, 

combinar e editar dados de diferentes origens (Microsoft, 2021).   

A linguagem M é uma linha de código escrita em blocos (let e in) e mais alguns outros recursos da 

linguagem. Na figura 11 encontra‐se representada a janela do Power Query. 

Figura 11‐Power Query de uma das dimensões do projeto 

Page 44: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

32 

 

   Além do Power Query M os dados também podem ser trabalhados utilizando o DAX (Data 

Analysis  Expressions),  uma  linguagem  que  permite  utilizar  e  criar  funções  e  fórmulas  muito 

semelhantes às  fórmulas utilizadas no Excel. Permite além de criar medidas e  funções,  também 

realizar cálculos e consultas avançados em dados e colunas relacionadas (DATAB, 2020).  

Recorreu‐se ao DAX a fim de criar métricas para o relatório final que demonstrassem resultados de 

cálculos realizados sobres os dados.  

   Nesta etapa também foi feita uma classificação dos dados de cada coluna de cada tabela 

(variável tipo número inteiro, decimal, texto, data, etc.). Esta classificação é importante uma vez 

que nem sempre as colunas vêm da base de dados devidamente classificadas, ou podem não vir 

identificadas da forma que se quer para o sistema em desenvolvimento. 

Após esta etapa passou‐se à modelação dos dados, ou seja, ao estabelecimento das relações entre 

as diferentes entidades/tabelas provenientes de diferentes bases de dados.  

 4.1.3. Modelação dos Dados no Power BI   

Neste  subcapítulo,  o  objetivo  é  mostrar  como  foi  feita  a  modulação  dos  dados  das 

diferentes entidades. De modo a não expor informações contidas nas entidades internas da PRIO, 

os exemplos da modelação são referentes às entidades geográficas. 

   Depois de fazer o tratamento dos dados há que relacionar as tabelas através da modelação 

de dados. A modelação desses dados irá permitir ao utilizador agrupar, resumir e filtrar os dados 

das diferentes bases de dados de forma interativa. 

   O sistema conta com dados internos (referentes às entidades Posto, Consumo, Materiais e 

Preços), dados estes que são provenientes do ERP SAP e poderão ser sempre atualizados; e dados 

de origem externa (entidades geográficas, dos CTT (correios de Portugal) e do Clima). 

   Nos dados internos da PRIO provenientes do ERP SAP, o Power BI consegue na maioria dos 

casos estabelecer relações de forma automática entre as diferentes entidades uma vez que estas 

possuem colunas em comum.  

No entanto, para estabelecer relações nos dados de origens diferentes (origem interno e externo à 

PRIO) o Power BI poderá não detetar essas relações de forma direta o que implicará a utilização do 

Power Query de modo a editar e acrescentar colunas e assim, relacionar as entidades. 

Tal  acontece  por  exemplo  entre  as  entidades  referentes  aos  NUTS  (dados  das  entidades 

geográficas) com a entidade dos Postos. Neste caso o Power BI não consegue detetar e estabelecer 

a relação de forma automática. 

   A  Tabela  ‘’DIM_CTT_CP’’  contém  os  códigos  postais  de  todos  os  distritos,  concelhos  e 

localidades em Portugal. A tabela ‘’DIM_CTT_CP’ relaciona‐se com a tabela ‘’DIM_Postos’’ através 

Page 45: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

33 

 

do código postal, sendo que a coluna ‘’.COD.POSTAL’’ corresponde a coluna ‘’.PostalCODEDGEG’’ 

na tabela ‘’DIM_Postos’’.   

Os  últimos  quatro  algarismos  da  coluna  ‘’codigo_Filho’’  na  tabela  ‘’DIM_Municipio_Atual‘’ 

correspondem às coluna ‘’CD_Distrito’’ e ‘’CD_Concelho’’ da tabela ‘’DIM_CTT_Concelho’’. Destes 

quatro últimos algarismos, os dois primeiros correspondem ao ‘’CD_Distrito’’ e os dois últimos ao 

‘’CD_Concelho’’. 

Tal  é  demonstrado  na  figura  12  em  que  é  possível  visualizar  uma  parte  da  tabela 

‘’DIM_Municipio_Atual‘’ e na parte inferior da figura a tabela ‘’DIM_CTT_Concelho’’. 

Figura 12‐Tabelas ‘’DIM_Municipio_Atual‘’  e ‘’DIM_CTT_Concelho’’ no Power Query 

   Posto isto, criou‐se uma coluna calculada nas tabelas ‘’DIM_Municipio_Atual‘’, 

‘’DIM_CTT_Concelho‘’ e  na tabela ’’DIM_Postos’’ denominada de ‘’.FullcodeFK’’ . Na tabela 

‘’DIM_Municipio_Atual‘’ a coluna  ‘’.FullcodeFK’’  corresponde aos últimos quatro algarismos da 

coluna ‘’codigo_Filho’’ , já na tabela ‘’DIM_CTT_Concelho’’ a coluna ‘’.FullcodeFK’’ corresponde a 

junção das colunas  ’CD_Distrito’’ e ‘’CD_Concelho’’ . Feito isto foi possível ter colunas em comum 

e estabelecer relações entre as tabelas ‘’DIM_Municipio_Atual‘’ e ‘’DIM_CTT_Concelho’’. A coluna 

‘’.FullcodeFK’’ é o atributo que identifica cada Município. A figura 13 demonstra a criação da 

coluna ‘’.FullcodeFK’’  nas duas tabelas mencionadas anteriormente.  

Figura 13‐Criação da coluna .FullcodeFK nas duas tabelas 

Page 46: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

34 

 

   Com a relação entre as entidades geográficas e a dos Postos é possível criar um mapa 

com as localizações dos postos e hierarquizar esses postos pelas diferentes regiões geográficas. 

Sempre que se pretende relacionar tabelas que à partida não possuem colunas em comum o 

procedimento passa sempre pela utilização do Power Query. Tal ocorre muitas vezes, podendo 

até mesmo ocorrer em entidades provenientes da mesma fonte de dados.  

Nos casos em que as entidades já possuem colunas em comum torna‐se mais fácil estabelecer as 

relações, como podemos ver a seguir. 

   Na tabela ‘’DIM_NUTS_I_Atual’’, a chave primária é o ''Código'' que corresponde a um valor 

único para cada outro atributo/coluna na tabela ‘’ DIM_NUTS_I_Atual ‘’, neste caso a coluna ‘’Nome 

NUTS I Anual ‘’. 

   A  chave  primária      ''Código''  da  tabela  ‘’DIM_NUTS_I_Atual’’  corresponde  a  chave 

estrangeira  ''código  Pai’’  na  tabela  ‘’DIM_NUTS_II_Atual‘’,  permitindo  assim  haver  uma  ligação 

entre estas duas tabelas.  O ''Codigo Filho’’ nesta tabela corresponde a chave primária, que por sua 

vez corresponde a chave estrangeira na tabela ‘’DIM_NUTS_III_Atual‘’ , denominada ‘’codigo_Pai’’, 

e assim sucessivamente como se pode verificar na figura 14.  

 

Figura 14‐Entidades referentes aos dados dos NUTS 

     

A  figura  15  refere‐se  as  tabelas  ‘’DIM_Municipio_Atual‘’  e    ‘’DIM_NUTS_III_Atual’,  em  que  foi 

estabelecida uma relação de cardinalidade muitos para um, ou seja, um Nuts III poderá ter vários 

municípios, mas cada município só poderá pertencer a um NUTS III. 

 

Page 47: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

35 

 

Figura 15‐Cardinalidade entre as tabelas ‘’DIM_Municipio_Atual‘’ e ‘’DIM_NUTS_III_Atual’’ 

 Uma vez estabelecida a relação entre as diferentes entidades, o esquema de dados é definido pela 

aplicação da modelação multidimensional. 

   A  figura  16  representa  o  diagrama  Entidade‐Relação  (ER)  do  modelo  de  dados  para  o 

projeto. De modo a não expor dados  internos da PRIO, as entidades encontram‐se minimizadas 

para não exibir os dados, parâmetros e valores nelas contidas. 

Através da figura 16 é possível visualizar as diferentes entidades do modelo de dados do sistema. 

O  modelo  de  dados  deste  sistema  é  constituído  pelas  entidades  referentes  às  localizações 

geográficas, dos CTT (Correios de Portugal), entidades dos Postos, Materiais, do Clima e é também 

constituído  pelas  relações  estabelecidas  entre  as  entidades,  permitindo  assim  haver  fluxo  de 

informação. É de salientar que, cada entidade do Modelo de Dados contém colunas com diferentes 

dados e com a relação entre as entidades é possível relacionar esses dados entre si. 

 

 

Page 48: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

36 

 

Figura 16‐Modelo de Dados do Sistema no Power BI 

   Este  Modelo  de  Dados  é  composto  por  duas  tabelas  facto,  FAT_SAP_Consumos_2021 

(referente aos dados das vendas) e FAT_DF_Prices_Hist_2021 (referente aos dados dos preços de 

combustíveis)  sendo  o  restante  modelo  formado  por  tabelas  dimensão  com  diferentes  níveis 

hierárquicos, ver no Anexo A.  

Pela  constituição  do  modelo  considera‐se  que  se  trata  de  um  modelo  Constellation  Schema 

(esquema de constelação).  

 4.1.4. Construção do Dashboard  

    Neste  subcapítulo  é  apresentado  o  Dashboard  do  projeto.  Por  motivos  de 

confidencialidade  os  valores  exibidos  são  apenas  demonstrativos,  na  medida  que  estes  não 

refletem a real situação da PRIO. 

   No desenvolvimento do relatório do sistema de gestão foram criadas quatro páginas de 

relatórios diferentes, sendo que cada página corresponde a um relatório que exibe informações de 

acordo com os requisitos levantados na fase inicial do projeto. Em qualquer um dos relatórios os 

dados poderão ser atualizados manualmente sempre que o utilizador bem entender.  

Page 49: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

37 

 

De modo a organizar e facilitar o acesso aos diferentes relatórios foi elaborada uma página Menu, 

Figura 17. 

 

Figura 17‐Menu Inicial do Sistema 

   O Menu criado permite uma navegação pelos diferentes relatórios. Através de um simples 

‘’clique’’ sobre os ícones o utilizador será direcionado para o relatório correspondente. 

 

Página ‘’Relatório Postos Combustíveis’’ 

 

   Ao clicar em “Postos Combustíveis” o utilizador é encaminhado para a página da figura 18.  

Esta página contém as informações dos postos de combustíveis da PRIO e serve como relatório dos 

cadastros de informações tais como: WebService ID, que é o código único de registo no ERP SAP de 

cada posto, o código Postal, os serviços prestados por cada posto,  tipologia dos postos, o valor 

global das Vendas e a localização geográfica dos postos de combustíveis pelas diferentes regiões 

do  território nacional. O principal  objetivo deste  relatório  é  servir  como  relatório de  gestão de 

informação  interativo  e  visualização  dos  cadastros  dos  dados  dos  postos  bem  como  das  suas 

localizações. 

 

Page 50: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

38 

 

Figura 18‐ Relatório Postos Combustíveis 

  

    Assim  como  neste  relatório,  a  organização  e  disposições  dos  gráficos  e  informações  é 

bastante parecida e nalguns casos iguais nos restantes três relatórios criados.  

A  figura 18 representa o dashboard divido em três partes principais que permitem uma melhor 

organização e visualização ao utilizador, sendo estas três partes:  

Parte A, a barra vertical do lado esquerdo, onde estão localizados os principais campos que 

permitem filtrar a informação e mostrar também o valor global das vendas. É possível ver 

o número de postos, Valor global das vendas e campos que permitem filtrar pelos nomes 

dos postos, webserviceID, Tipologia de Postos. No  topo é possível  ver a data do último 

update e em baixo deste, um campo que permite filtrar os dados pela data. O objetivo desta 

barra  é  permitir  ao  usuário  ter  os  principais  filtros  organizados  num  único  local  do 

dashboard e visualizar o valor global das vendas. 

Parte  B,  a  barra  horizontal  localizada  na  parte  superior  do  relatório,  encontram‐se 

dispostos os campos que permitem filtrar os dados pelas diferentes regiões geográficas do 

território português. O intuito é ter os campos que filtram as informações pelas diferentes 

regiões geográficas organizados num único local, que seja de fácil utilização e intuitivo ao 

utilizador.  

Page 51: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

39 

 

Parte C,  corresponde  à  restante  e maior  área da página do  relatório.  É  nesta  área  que 

aparecerão as principais informações e estão dispostos os campos, gráficos e tabelas que 

mostram os dados e todas as informações ao utilizador. O dashboard é interativo, didático 

e permite também filtrar os dados ao clicar nos campos localizados nesta área. 

  

   Como pode‐se ver na Figura 19, filtrou‐se o relatório pelo NUTSII: centro e seguidamente 

pelo NUTSIII: Região de Aveiro. 

Neste relatório é possível filtrar e hierarquizar os dados de várias formas, ter uma visão geral dos 

dados e das localizações dos postos de combustíveis. Essa hierarquização dos dados pode ser feita 

não só através dos filtros, mas também ao clicar nos pontos (referentes às localizações dos postos) 

no mapa ou no posto na Matriz ‘’Postos x Services x PostalCode’’. 

Figura 19‐Localização dos postos filtrados pelas diferentes regiões geográficas 

 

   Caso o utilizador pretenda voltar à página inicial, bastará clicar no símbolo da PRIO que se 

encontra no canto superior esquerdo, que será remetido para o menu.  

 

Página relatório ‘’Vendas x Postos x Produtos’’ 

 

   Uma  vez  no  Menu,  ao  clicar  no  ícone  ‘’Vendas  x  Postos  x  Produtos’’  o  utilizador  é 

direcionado para a página da figura 20. 

Page 52: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

40 

 

Nesta página constam as informações mais importantes no que se refere aos dados das vendas. A 

página proporciona uma visão geral, sintetizada e filtrada, das vendas globais por posto, tipologia 

de posto, por região, por produto, por tipologia de produto (NON OIL e OIL) e por data. 

   Assim como foi visto no Relatório Postos Combustíveis, na barra vertical do lado esquerdo 

encontram‐se dispostos os campos que permitem filtrar os dados, ver os valores tanto das vendas 

como dos números de postos, bem como a data do último update. Na parte superior, os campos 

que permitem filtrar os dados pelas diferentes regiões geográficas. 

   Na figura 20, pode‐se verificar na parte superior do relatório que os dados se encontram 

filtrados pela Região de Aveiro. 

 

Figura 20‐Relatório do volume de Vendas da Região de Aveiro 

 

   Este relatório possui uma tabela ‘’Histórico de Vendas’’ e um gráfico de barras ‘Vendas por 

Data’’ que demonstram a evolução das vendas ao longo dos meses e dos dias. A tabela ‘’Histórico 

de Vendas’’ é constituída por colunas com o volume de vendas, diferença do volume relativamente 

ao mês anterior e a variação percentual do volume de vendas com setas exemplificativas  (para 

cima, no caso de aumento e para baixo no caso de diminuição) dessa variação. Ainda possui a tabela 

‘’Tipo Posto x Qtd Posto x Vendas’’ que mostra informação da quantidade e do volume de vendas 

para cada tipologia de Posto, para uma determinada região, neste caso a região de Aveiro.  

Page 53: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

41 

 

   Na tabela ‘’Históricos Vendas x Produtos’’ é possível ver o volume e percentagem de vendas 

por Produto. Este mesmo relatório também possui um Treemap de ‘’%Vendas x Tipo Produto’’, a 

escolha deste campo passa pelo facto de ser uma representação visual da percentagem de vendas 

por produto através de retângulos que permitem ter uma noção da percentagem dos produtos 

vendido de acordo com os diferentes filtros (por Posto, data, região, tipologia de produto).  

   No  campo  ‘’Matriz  Vendas  x  Posto  x  Dia’’  está  disponível  a  visualização  do  volume  de 

Vendas, percentagem de vendas ao longo dos diferentes dias, pelos diferentes Postos da região de 

Aveiro.  

   Esta  página  possui  também  um mapa  com  as  localizações  dos  postos  que  permite  ao 

utilizador ver a distribuição dos postos da região previamente selecionada. 

Este  relatório  possibilita  ao  utilizador  filtrar  os  dados  de  variados modos,  aceder  a  informação 

requerida em cada instante e analisar de forma pormenorizada o volume geral das vendas.  

A análise detalhada deste relatório pode dar origem a vários  insights e mostrar a tendência das 

vendas por posto, região, produto por diferentes períodos de tempo.   

   Na figura abaixo clicou‐se em NON (NON OIL) no filtro que se encontra na barra vertical à 

esquerda de modo que os restantes dados foram filtrados apenas para esse tipo de produto. 

De seguida, depois de se ter clicado em ‘’NON’’ clicou‐se no produto ‘’Tabaco’’. 

 

Figura 21‐ Relatório ‘’Vendas x Postos x Produtos’’ filtrado por NON OIL e Tabaco 

Page 54: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

42 

 

   Na figura 21 os filtros que foram aplicados possibilitam a visualização do volume de vendas 

dos Produtos NON OIL ao longo do tempo, e pelos diferentes postos.  Ao clicar, por exemplo, no 

tabaco na tabela ‘’Histórico Vendas x produto’’, o relatório irá filtrar apenas para o produto tabaco 

e mostrar as informações referentes à sua venda.  

   Já na figura 22 os dados do relatório encontram‐se filtrados apenas para um determinado 

posto, para o mês de fevereiro. 

Na matriz ‘’Vendas x Posto X dia’’ é possível ver o volume de vendas desse posto, por dia do mês 

em questão.  Caso o  utilizador  pretenda  ver  o  volume de  vendas  por  dia,  nesse posto para  um 

determinado produto será apenas necessário clicar numa das tabelas ou, pesquisar o Produto no 

filtro ‘’Produto’’ que se encontra na barra vertical do lado esquerdo do relatório.  

 

Figura 22‐Volume de Vendas diário do mês de fevereiro de um determinado Posto 

    Este relatório permite ter uma visão geral, mas também detalhada das vendas por posto, 

produto,  região  e  data  em  diferentes  níveis  de  granularidade,  propiciando  assim  uma 

monitorização diária dos volumes das vendas.  

 Página do Relatório ‘’Vendas x Clima’’ 

 

   Sendo  que  a  PRIO  busca  tornar‐se  numa  empresa  voltada  a  dados  e  quer  chegar  ao 

conhecimento, a área de negócios achou interessante desenvolver um relatório que demonstrasse 

Page 55: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

43 

 

as vendas pelos diferentes estados do clima, com o intuito de perceber até que ponto o fator clima 

influencia as vendas.  

   O relatório representado na Figura 23 permite filtrar os dados das vendas dos diferentes 

postos e produtos pelo estado do clima. 

Através dos gráficos pizza e de barra é possível ver a percentagem dos valores médios de vendas 

por dia, posto e produto consoante o estado do clima. 

  

Figura 23‐Relatório Vendas x Clima 

    Ao selecionar um determinado estado do clima todos os dados serão filtrados para esse 

estado, e a  semelhança do que  já  foi  visto nos outros  relatórios,  será possível ver o volume de 

vendas e a evolução dos mesmos ao longo do tempo. Os dados filtrados para os climas ‘Ensolarado’ 

e ‘Chuva’ encontram‐se no Anexo B.  

 Relatório ‘’Preços Combustíveis’’      Este relatório mostra dados importantes relativos ao histórico dos preços de combustíveis. 

Para  uma  empresa  como  a  PRIO  é  importante  ter  um  histórico  de  preços  dos  diferentes 

combustíveis, preços esses que são regularizados pelo DGEG (Direção Geral de Energia e Geologia). 

Page 56: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

44 

 

Figura 24‐Relatório Preço Combustíveis 

 

   Na  figura  acima  foi  selecionado  o  combustível  ‘’GPL  Auto’’  e  todas  as  informações 

demonstradas correspondem a esse combustível. Na tabela ‘’Preços x Posto’’ da página da figura 

acima  é  possível  ver  os  diferentes  preços  do  GPL  Auto  por  postos,  tipo  de  posto  e  na  coluna 

‘’.AtualizadoNew’’, o momento da última atualização. 

O  histograma  ‘’Histórico  Preços’’  mostra  a  evolução  do  preço  do  combustível  previamente 

selecionado ao longo do tempo.  

Este relatório, assim como os outros, também possui um mapa que mostra a localização dos postos 

de combustíveis. 

 4.2. Exposição e Partilha da Plataforma.  

    O relatório foi partilhado no Power BI Service, a plataforma na nuvem do Power BI que 

possibilita partilhar a informação com outros utilizadores que possuem conta na plataforma, dentro 

ou  fora  da  organização.  Uma  vez  disponível  na  web  o  relatório  torna‐se  acessível  através  de 

qualquer dispositivo móvel, seja um PC, tablet ou smartphone.  

 

 

 

 

Page 57: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

45 

 

   Na  figura  25  mostra  o  espaço  de  trabalho  criado  ‘’Relatório  Prio’’  onde  o  relatório 

desenvolvido foi carregado.  

Figura 25‐Área de trabalho ‘’Relatório Prio’’ 

 

   O dashboard e toda a informação encontram‐se reunidos num único espaço de trabalho. É 

possível atualizar os dados e ver a data da última atualização na coluna ‘’Refreshed’’.  

    De seguida foram dados os acessos aos diferentes utilizadores e grupos de utilizadores, tal 

encontra‐se  demonstrado  na  figura  26.  Quanto  ao  acesso,  o  ‘’member’’  tem  autorização  para 

aceder e compartilhar o conteúdo, o ‘’Viewer’’ apenas consegue ver, já os administradores além de 

aceder e partilhar também podem fazer modificações nos relatórios.  

 

Figura 26‐Membros com acesso à Área de Trabalho 

Page 58: Carlos Rafael de Oliveira Sistema de suporte à tomada de

46 

 

    O acesso pode ser editado a qualquer momento com vista a disponibilizar o conteúdo 

para mais utilizadores da PRIO.  

 4.3. Validação do Sistema 

    De modo a validar o sistema, como foi mostrado no subcapítulo anterior, o relatório foi 

publicado  no  Power  BI  Service  e  dado  o  acesso  aos membros  da  área  de  negócio.  De  seguida 

passou‐se à fase de validação.  

 

Para validar o sistema teve‐se em conta dois aspetos:  

 

a)    Performance e integridade dos dados 

 

   A estrutura e integridade dos dados do sistema, bem como os valores apresentados, foram 

validados junto dos membros da área de Engenharia de Dados por forma a garantir a veracidade 

das fórmulas de cálculos e dos resultados finais. 

   Foram validadas as informações expostas nos relatórios e foi verificado se os resultados e 

as informações apresentadas pelos cálculos, iam de encontro com os requisitos levantados na fase 

inicial do projeto.  

   Quanto  à  performance  verificou‐se  que  o  tempo de  respostas  aos  cliques  são  de  curta 

duração;  em  questão  de  segundos  é  possível  visualizar  uma  determinada  informação  para  um 

determinado  filtro.  Posto  isto,  tendo  em  conta  o  curto  tempo  de  resposta,  a  performance  do 

sistema foi também validada pelos membros da área de Engenharia de Dados.  

 

b)   Validação dos requisitos e apresentação dos dados  

 

   De modo a medir o grau de aceitação do projeto desenvolvido, procedeu‐se à elaboração 

de um questionário de avaliação na ferramenta do Microsoft Forms, no Anexo C.  

Foi utilizado a escala de Likert de 5 pontos, em que o valor 1 significa que o sistema não corresponde 

com o requisito em questão, e na outra extremidade, o valor 5 o sistema corresponde muito com 

o requisito.  

O questionário foi respondido pelos membros da área de negócio perfazendo 5 respostas.  

   O  questionário  divide‐se  em  duas  partes,  a  primeira  parte  visa  validar  os  requisitos 

funcionais levantados para o sistema, já a segunda parte visa validar a apresentação dos dados e 

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47 

 

do  relatório  em  si,  ou  seja,  os  requisitos  não  funcionais.  De  salientar  que  cada  pergunta 

corresponde a um requisito levantado previamente. 

 Tabela 2‐Respostas ao Inquérito de Avaliação 

 Requisitos Funcionais  Requisitos Não Funcionais

Perguntas  1  2  3  4  5  6  7  8  9  10  11  12 

Respostas 

5  5  5  5  5  5  5  5  5  5  5  55  4  5  5  4  5  4  4  5  4  4  45  5  5  5  3  5  5  4  4  4  5  34  5  5  5  4  5  4  4  5  5  4  55  4  4  4  5  5  5  5  4  3  5  4

Média  4,8  4,6  4,8  4,8  4,2  5  4,6 4,4  4,6  4,2  4,6  4,2 

     Procedeu‐se ao cálculo da média das respostas de cada pergunta, a seguir calculou‐se a 

média para a Validação dos Requisitos Funcionais com base nas médias das respostas das perguntas 

de 1 a 7, tendo‐se obtido o valor de 4,7. De seguida calculou‐se a média da Validação dos Requisitos 

Não funcionais, com base nas médias das respostas das perguntas de 8 a 12, tendo‐se obtido o 

resultado de 4,4. 

   Com base nos resultados obtidos, pode‐se aferir que o sistema foi validado tanto à nível 

dos requisitos funcionais, como também à nível dos requisitos não funcionais. 

   Conclui‐se então que o relatório além de cumprir com os requisitos levantados no início do 

projeto é intuitivo e interativo. Através de um simples clique torna‐se possível filtrar e visualizar 

uma  determinada  informação,  que  se  encontram  apresentados  de  uma  forma  organizada  e 

sintetizada, indo assim de encontro com as necessidades da área de negócio. 

                   

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48 

 

  

                                                 

 

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49 

 

5. Conclusões, Limitações e Trabalho futuro     Este  capítulo  tem como objetivo apresentar as  conclusões do projeto. Primeiramente  é 

fundamental  resumir o projeto e compreender as  contribuições para a empresa. Seguidamente 

será apresentado as limitações do projeto e sugestões de trabalhos futuros. 

 5.1. Conclusões  

   O presente  relatório  foi  realizado no âmbito do estágio curricular na PRIO e  teve como 

resultado o desenvolvimento de um Sistema de Informação com base em BI, mais precisamente na 

ferramenta do Power BI. O sistema desenvolvido traduziu‐se na construção de um dashboard que 

permite monitorar dados das vendas nos postos de combustíveis e servir como suporte à tomada 

de decisão.  

   De um modo geral, considera‐se que os objetivos traçados para o projeto foram cumpridos 

uma vez que o Power BI é uma ferramenta que potencia o fluxo e a partilha da informação, como 

também centraliza diferentes dados provenientes das mais diferentes fontes.  

   O  sistema  possibilitou  a  partilha  e  o  acesso  às  informações  de  uma  forma mais  rápida 

através de qualquer PC ou dispositivo móvel; além de que o dashboard criado permite sintetizar e 

transformar  os  dados  em  informações  de  uma  forma  visualmente  atrativa,  simples,  didática  e 

intuitiva.  

   O  desenvolvimento  e  a  implementação  do  projeto  mostraram‐se  importantes  na 

monitorização das  vendas dos postos  de  combustíveis  em  tempo  real,  em  saber o histórico de 

vendas por posto, produto, região e data, no acesso às informações dos postos, suas localizações 

geográficas, bem como ver o histórico de preços dos diferentes combustíveis pelos diversos postos 

da PRIO.  

   Este tipo de projeto facilita e acelera a conversão da informação em conhecimento que, 

consequentemente, conduz a tomada de decisão mais eficaz. 

   Este  projeto,  para  além  de  agregar  valor,  serve  de  grande  facilitador  e  catalisador  no 

processo de chegada ao conhecimento e tomada de decisão, o que catapultará a PRIO a se tornar 

numa empresa moldada pela informação e baseada em dados. 

        

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50 

 

5.2. Limitações e Trabalho Futuro     Antes de desenvolver o sistema foram identificados os problemas no subcapítulo 3.2.1 e a 

proposta de solução e o levantamento dos requisitos no subcapítulo 3.2.2. O projeto desenvolvido 

traduziu‐se  nos  relatórios  mostrados  no  capítulo  anterior  e  como  pode‐se  verificar,  o  sistema 

cumpre com o seu propósito.   No entanto, o  trabalho não se dá por  terminado uma vez que o 

projeto serve apenas como facilitador da exposição da informação que, ao ser analisada de forma 

crítica poder‐se‐á chegar a conclusões, ao conhecimento e por fim, ajudar na tomada de decisões 

estratégicas  que melhorem  a  competitividade  da  PRIO  no mercado  nacional.  Este  trabalho  de 

análise será feito posteriormente pela área de negócio, analistas e pelos tomadores de decisão. 

   Apesar de cumprir com os objetivos traçados, a falta de KPIs (Key Performance Indicators) 

pode ser considerada como uma limitação. Não foram introduzidos KPIs uma vez que o sistema se 

assentou  na  otimização  do  fluxo  de  informação  e  na  construção  do dashboard.  A  sugestão  de 

trabalho futuro passa então pela introdução de indicadores que demonstrem se os valores vão de 

encontro com as metas estabelecidas pela PRIO.  

   Uma outra limitação relaciona‐se com o fato da área de engenharia de dados e da utilização 

do Power BI serem recentes na PRIO e os colaboradores ainda não estarem familiarizados com a 

ferramenta. Esta limitação pode ser colmatada pela capacitação dos colaboradores e massificação 

da utilização da ferramenta. A sugestão de trabalho futuro assenta‐se numa sensibilização no que 

toca à  importância da utilização de ferramentas de BI e na realização de formações  internas de 

modo a capacitar os colaboradores.  

   A quantificação da precisão dos projetos desenvolvidos pela área de Engenharia de Dados 

é  também uma outra  limitação.  Seria  importante  ter métricas  que mensurassem a  eficácia  e  a 

validação  dos  projetos  desenvolvidos.  Na  fase  de  validação  deste  projeto  foi  elaborado  um 

inquérito  de  validação,  a  sugestão  de  trabalho  futuro  passa  por  padronizar  este  método  de 

validação de modo a quantificar o grau de aceitação de futuros projetos de BI na PRIO. 

   Uma  outra  sugestão  de  trabalho  futuro  consiste  na  manutenção  e  monitorização  do 

sistema, acrescentar mais relatórios ao dashboard com mais informações dos produtos nos postos 

como por exemplo, a quantidade de produtos disponíveis em stock em cada posto. 

   Para  finalizar,  a melhoria  de  um  processo  e  a  implementação  de  um  novo  Sistema  de 

Informação  é  complexo.  Apesar  dos  notórios  benefícios  do  desenvolvimento  do  projeto  aqui 

descrito, é necessário haver um olhar crítico, uma vez que, um sistema de informação está sempre 

sujeito a melhorias em prol de trazer cada vez mais benefícios à empresa.  

 

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Anexos  

Anexo A ‐ Tabelas Fatos e Tabelas dimensão do Modelo Multidimensional 

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Anexo B ‐ Relatório Vendas x Clima 

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Anexo C ‐ Questionário de Avaliação do Sistema 

 

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