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 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Prof.ª Ana Luiza Gama CONSIDERAÇÕES INICIAIS ENADE E OAB DOIS ENFOQUES ENADE O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes VOCÊ E SEU DIPLOMA UMA UNIÃO DEFINITIVA

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DIREITO INTERNACIONALPÚBLICO

Prof.ª Ana Luiza Gama

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

ENADE E OAB

DOIS ENFOQUES

ENADEO Exame Nacional de

Desempenho dos Estudantes

VOCÊ E SEU DIPLOMAUMA UNIÃO DEFINITIVA

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O que é o ENADE

O Exame Nacional de Desempenho dos

Estudantes (ENADE) é parte integrante doSistema Nacional de Avaliação daEducação Superior e é composto daprova, do questionário de avaliação daprova, do questionário dos coordenadores

e do questionário sócio-econômico cominúmeras questões.

O que busca aferir

A formação de pessoas que devem ser

autônomas na busca do saber, quesuperem a mera competência técnica e oconhecimento que pode ser fácil erapidamente reproduzido, buscando aformação integral do ser humano, comum espírito de constante interrogação

a respeito do mundo, do homem, dacultura, da educação etc.

Normatização

Portaria 125/2006 do INEP regulamentoua última avaliação nos cursos de Direito.www.inep.gov.br

ASPECTOS RELEVANTES DO ENADE DE 2007NO QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO

1. Oferta e divulgação das Atividades complementares de pesquisa,ensino e extensão;

25 - Que tipo de atividade acadêmica você desenvolve / desenvolveu,predominantemente, durante o curso, além daquelas obrigatórias? 

A - Atividades de iniciação científica ou tecnológica .

B - Atividades de monitoria.

C - Atividades em projetos de pesquisa conduzidos por professores da minha instituição.

D - Atividades de extensão promovidas pela instituição .

E - Nenhuma atividade

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2. Articulação, pelo docente, do conhecimento da área queleciona, com os aspectos sociais, políticos e culturais;

57. Aspectos sociais, políticos e culturais da realidade brasileira.

A - Sim, em todas as atividades de curso.

B - Sim, no ensino de várias disciplinas.

C - Sim, mas apenas no ensino de algumas disciplinas.

D - Não articula.

E - Não sei informar.

PLANO DE ENSINODISCIPLINA:

CURSO: DIREITO

CURRICULO:

PERÍODO:

CARGA HORÁRIA: TEÓRICA: PRÁTICA:

EMENTA

OBJETIVO (S) GERAL (IS):

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

PROCEDIMENTOS DE ENSINO:

Aulas Teóricas:

Utilização das Coletâneas de Exercícios:

AVALIAÇÃO:

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

PLANO DE ENSINO

Disciplina: Direito Internacional PúblicoPeríodo: 8ºCarga horária: Teórica: Prática:

• Ementa: A Sociedade Internacional. Noção de pessoainternacional. Diferenças entre fontes e fundamento.Conceito e Classificação dos Tratados Internacionais. OsTratados Internacionais - Produção do texto convencional.Os acordos em forma simplificada. Direito Internacional eDireito Interno. Teoria das Organizações Internacionais. Daliga das Nações à Organização das Nações Unidas.Organizações Internacionais e cooperação internacional:Mercosul e EU.

OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA:

Estudar e propiciar aos acadêmicos o estudo teórico,reflexivo e prático dos tópicos diretamente

relacionados na ementa, com uma abordagempedagógica voltada às atualidades do tema,auxiliando para que os acadêmicos tenham aptidãopara enfrentarem os futuros desafios da vidaprofissional, assumindo uma postura crítica, mascomprometida com a técnica jurídica, com o Direito eacima de tudo com a Justiça.

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BIBLIOGRAFIAACCIOLY, Hildebrando, Manual de Direito Internacional 

Público , 15ª ed - São Paulo: Saraiva.ARAÚJO, Luiz Ivani de Amorim, Curso de direito 

internacional público , 10ª ed. ver. e atual. – Rio deJaneiro: Ed. Forense.

DINH, Nguyen Quoc et al, Direito Internacional Público, 2ª ed. – Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.

FRAGA, Mirtô, Conflito entre tratado internacional e norma de direito interno – estudo analítico da situação do tratado na ordem jurídica brasileira -  Rio de Janeiro: Ed.

Forense, 1998.KELSEN, Hans et al  , Direito Internacional e Estado Soberano 

 – São Paulo: Martins Fontes, 2002.

MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito 

Internacional Público , 14ª edição (revista eaumentada) - Rio de Janeiro: Renovar, 2002.

RESEK, José Francisco. Direito Internacional Público; curso elementar , 9ª ed São Paulo: Saraiva,2002.SEITENFUS, Ricardo (organizador), Legislação 

Internacional  – São Paulo: Manole, 2004.TAVARES, Francisco de Assis Maciel, Ratificação de 

Tratados Internacionais - Rio de Janeiro: Lumen Juris,2003.

Aula 1Sociedade Internacional

O D.I.P. e o mundo

A interconexão entre a sociedadeinternacional e o Estado.

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“O fenômeno da globalização ou damundialização lança uma nova noção de ordem

internacional, na qual os Estados-Naçõesencontram-se interconectados em uma redeglobal, coexistindo com forças supranacionais,intergovernamentais e transnacionais, estandoincapaz de determinar seu próprio destino fora

dos limites dos interesses dos outros atores.”(David Held)

“O progresso científico e tecnológico em curso, associados àexpansão planetária da economia de mercado, aoaumento contínuo do comércio de bens e serviços , à

dependência crescente das economias nacionais a vistade seu comércio , às mudanças nos modos de produção,no papel crescente dos serviços, dos fluxos de capital e dasempresas transnacionais na economia capitalista, àconexão sempre mais forte das sociedades nacionais e àporosidade das fronteiras estatais, são algumas dasmanifestações das mudanças econômicas e sociais, cujaintensidade, rapidez e talvez novidade constituam bem umadas marcas distintivas da mundialização.” (Pierre deSernaclens)

Contemporaneidade

Expansão planetária da economia de

mercadoDependência crescente das economias

nacionais a vista de seu comércioEmpresas transnacionais na economia

capitalista,

Porosidade das fronteiras estatais

A SOCIEDADE INTERNACIONAL

- Anterior ao Estado (moderno)

- Em constante transformação

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Forças atuantesCulturais Acordos culturais, organismos para

desenvolvimento da cultura.EconômicasWallerstein e Eric Hobsbawn

Sistema internacional como primariamente constituídopela atividade econômica e pela disseminação dasrelações sociais e econômicas capitalistas em umaescala mundial.Hoje: influente no rumo da SI contemporânea.(economia de mercado)

Políticas Luta pelo poder e aumento do território:

ditadura e imperialismo.Religiosas

DEFINIÇÃO

Celso Mello

“Relação recíprocas entre Estados e outrosentes (sujeitos) de DI.”

H. Batiffol

“Conjunto de relações de indivíduos entre si

e de Estados uns com os outros, tendendo aorganizar-se e viver dentro de uma ordeminternacional.”

F. Halliday Três sentidos para a sociedadeinternacional:

1) “REALISMO” (Martin Wight )

“Em um mundo constituído por potênciassoberanas e independentes, a guerra é o únicomeio pelo qual cada uma delas pode, em últimainstância, defender seus interesses vitais.”“A existência do DI seria um indício da existênciade uma sociedade e este DI seria um tipopeculiar de Direito, pois é o Direito de umasociedade politicamente dividida em um grande

número de Estados soberanos.”“

Wight afirma que “dificilmente pode sernegada a existência de um sistema deEstados, e admitir que tal sistema existe

acarreta admitir em parte a existência deuma sociedade, pois uma sociedade seriaum certo número de indivíduos ligados porum sistema de relacionamentos com certosobjetivos comuns.”

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“Uma sociedade seria um certo número deindivíduos ligados por um sistema derelacionamentos com certos objetivos comuns.”

XHedley Bull

“Existe uma “sociedade de Estados” (ousociedade internacional”) quando um grupo deEstados, conscientes de certos valores einteresses comuns, formam uma sociedade, no

sentido de se considerarem ligados, por umconjunto comum de regras, e participam deinstituições comuns.”

Para Bull, o conceito de sociedade internacional remonta ao

final do séc. XV, organiza-se como única estrutura baseadaem relações econômicas no séc. XIX e consolida-se como

sociedade internacional global logo após o final da 2ªGuerra, em conseqüência da expansão dos EstadosEuropeus pelo mundo, cujo instrumento seria a estrutura jurídico-político do Estado soberano que começou a ganharcorpo no fim do século XIII e início do século XIX. Aindasegundo Bull, “Existe uma ‘sociedade de estados’ (ou

sociedade internacional) quando um grupo de estados,conscientes de certos valores e interesses comum, formamuma sociedade, no sentido de se considerarem ligados, porum conjunto comum de regras, e participam de instituiçõescomuns.”

“Os Estados, reconhecendo certos valorese interesses comuns, se consideramvinculados a determinadas regras no seu

inter-relacionamento, tais como a derespeitar a independência da cada um,honrar os acordos e limitar o uso recíprocoda força.”

Para Bull, o perfil da sociedadeinternacional mundial dos séc. XXadequava-se, de um lado, pela perspectiva

Hobbesiana (realista), tendo em vista asduas guerras mundiais que se sucederam ede outro a Kantiana (universalista), peloesforço orientado para transcender osistema de estados, a desordem e oconflito que o tem marcado, buscando uma

solidariedade transnacional.

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2) “TRANSNACIONALISMO”

Desenvolvido por Evan Luard, John MichaelFeatherstone”Emergência de laços não estatais deeconomia, de política, de associação, decultura e de ideologia que transcendem asfronteiras dos Estados e constituem, em maior

ou menor medida, uma sociedade que vaialém destas mesmas fronteiras.”

3) “HOMOGENEIDADE”Utilizado por Karl Max e Francis FukuyamaIndica uma relação entre a estrutura interna dassociedades e da sociedade internacional,

investigando de que maneira, como resultadodas pressões internacionais, os Estados sãocompelidos a conformarem seus arranjos internoaos demais. È um conceito que se refere tantoao desenvolvimento interno quanto às relaçõesinternacionais, já que o funcionamento interno

dos Estados tanto influencia como é influenciadopelos processos internacionais.

CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADEINTERNACIONAL

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UNIVERSAL abrange todos os entes do globo

PARITÁRIA igualdade jurídica. Moral Internacional

ABERTA todo ente, ao reunir determinados elementos, setorna membro de SI, sem que haja necessidade damanifestação de outros membros.

NÃO POSSUI UMA ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL COM ASOCIEDADE INTERNAA SI não é um super-Estado. Não possui poderescentralizados. Segundo Celso Mello, há uma certahierarquização, quando o estado está abrindo mão de partede sua soberania em benefício da cooperação. Predomina aautotutela.

GOVERNANÇA: especialização (OMC, G7,OIT,FMI...).

O DIREITO QUE NELA SE MANIFESTA ÉORIGINÁRIO, já que o DIP não se fundamenta emoutro ordenamento positivo.

TEM POUCOS MEMBROS e assim não se pode

enfrentar os problemas com base em categoriasgerais, como faz o direito nacional.(PessoaHumana??)

COMUNIDADE E SOCIEDADE

Ferdinand Tonnies

COMUNIDADEFormação natural (criação de cooperação natural)Vontade orgânica (própria ao organismo – prazer, hábito e

memória)Participação mais profunda do indivíduoRegida pelo direito natural

SOCIEDADEFormação voluntária (idéia de finalidade)

Participação menos profunda do indivíduo na vida comumRegida pelo contrato (tratado)

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Hans FreyerCOMUNIDADEÉ coletividade extra-históricaNão se pode determinar o momento em que foi criada.

É de aspecto natural.Não há poder de dominação.

SOCIEDADEÉ de formação histórica (a história nasce com a escrita -

comprovação de fatos)

Constituída por grupos heterogêneosExistência de um poder dominante, de uma tensão de

domínio, talvez devido à sua natureza heterogênea.

Max Weber

COMUNIDADE

Coletividade que teria origem numsentimento subjetivo (tradição, laços defamília, fatores emocionais, culturais)

SOCIEDADE

Vontade orientada pela razão (aspectoobjetivo), visando determinada finalidade.

Aula 2O Direito Internacional

Gênese do DI

Tribo e clã GRÉCIA ANTIGA

- Primeiras instituições de direito das gentes: direito de

asilo, arbitragem, princípio da necessidade dadeclaração de guerra e outras.

ROMA: IMPÉRIO (UNIVERSALIDADE)  jus fetiale   normas de caráter religioso,unilateralmente estabelecidas. (origem do DI??)1ª fator que concorreu para a formação de regras de DI queda e desmembramento de Roma quepossibilitou o surgimento de relações internacionais.

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CRISTIANISMO: RESTABELECIMENTO DA ORDEM E DACIVILIZAÇÃO – IGUALDADE E FRATERNIDADE

Paz de Deus e trégua de Deus

COMERCIO MARÍTIMO AO LONGO DA HISTÓRIA

lex mercatoria ( leis de Rhode – ssec VII, Tabula Amalfitana – sécX/XI, Constituição das cidades comerciais – séc XII/XV)expansão do comércio: séc. XV ao XVIII.

ENFRAQUECIMENTO DO FEUDALISMONoção de unidade nacional (estado absolutista) relações entreos estados.

DESCOBRIMENTO DA AMÉRICA: SÉC. XVDireito Internacional Público como ciência: Francisco de Vitória

TRATADO DE WESTFÁLIA: 24/10/1648 Quebra da ordem medieval Bases do Estado nação Reconhecimento da soberania dos Estados

igualdade jurídica dos Estados (concerto europeu) Princípios: não intervenção e soberania Modernidade

- Hugo Grotius: Direito da Guerra e da Paz(guerra justa , paz justa)

- Maquiavel: razão de Estado- Hobbes: justificativa do Estado: Estado absolutista- Rousseau e Locke: Estado-nação (liberalismo)- Montesquieu: divisão dos poderes (Estado Liberal)- Jean Bodin: soberania- Nascimento das escolas de RI: idealista e realista- DIP como ciência autônoma

FIM DO SÉC. XVIII: poucodesenvolvimento do DIP.

SÉC. XIX à a 1ª GUERRA MUNDIALNovos princípios

SÉC. XX e XXIPleno desenvolvimento

CONCEITO DE DIREITO INTERNACIONAL

“um sistema de princípios e normas que regulam

as relações de coexistência e de cooperação,frequentemente institucionalizadas, além de certasrelações comunitárias entre Estados, dotados dediferentes graus de desenvolvimentossocioeconômico e de poder. (Díez de Velasco )

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“é o conjunto de regras e de instituições jurídicasque regem a sociedade internacional e quevisam a estabelecer a paz e a justiça e apromover o desenvolvimento” (Jean Tuscoz )

“o conjunto de normas jurídicas que regulam as

relações mútuas dos Estados e,subsidiariamente, as das demais pessoasinternacionais, como determinadasOrganizações, e dos indivíduos. (Hildebrando 

Accioly )

• Direito Internacional clássico

COEXISTÊNCIA regula as rivalidadese os conflitos de poder

Tratados consagrando desigualdades.• PODER POLÍTICO

• Direito Internacional contemporâneo

COOPERAÇÃO desenvolvimento e

interdependência. PODER ECONÔMICO

“Esse poder de determinar o que é relevante e, assim, impor a direção a ser dada àpesquisa, torna-se muito mais visível nos momentos nos quais ocorrem grandesmudanças no sistema internacional, tal como aconteceu no início da década denoventa, quando terminou a Guerra Fria e o sistema internacional, de bipolar,passou a ser unipolar. A vitória estratégica dos Estados Unidos sobre a UniãoSoviética (e sobre o mundo por ela comandado) levou não apenas à mudança da“agenda política internacional”, como também, correlativamente, à mudança deenfoque do mundo acadêmico sobre as questões internacionais. Imediatamente, por

não se ter previsto as grandes modificações ocorridas no sistema internacional,passou-se a considerar a teoria Realista como imprestável para a análise. Segundoo novo enfoque dominante, para empreender análises válidas, era necessáriorecuperar o instrumental liberal, com ênfase no livre-comércio, na generalização dosprincípios liberal-democráticos e no esvaziamento do Estado-providência. Além daóbvia idéia de obsolescência do projeto socialista, passou-se, também, a entenderque as questões de defesa da soberania e de segurança haviam dado lugar àsquestões econômicas globais; isto é, a problemática geopolítica teria sidosubstituída pela problemática geoeconômica...” (RELAÇÕES INTERNACIONAIS- WILLIAMS GONÇALVES Professor dos PPGs. Relações Internacionais da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade Federal Fluminense.

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DIREITO INTERNACIONAL

DI clássico: “direito de coexistência que regula asrivalidades e os conflitos de poder”. Consagrava os

tratados desiguais (leoninos)

DI contemporâneo: cooperação (desenvolvimento einterdependência).

Cooperação significa a percepção da inevitável ecrescente interdependência dos Estados, e de umacerta forma, e do reconhecimento da existência deum verdadeiro destino comum

SISTEMA JURÌDICO INTERNACIONAL

Norma internacional

regras + princípios (manifestação daconsciência jurídica dos povos)

NORMAS JURÍDICAS INTERNACIONAIS

CARACTERÍSTICAS

- Semelhança com o Direito interno: Ordem normativa / dotado desanção (coletiva)/idêntica noção de ato ilícito (Piero Ziccardi)

- São muito poucas em número (Navarro)- Extremamente abstratas (quase um invólucro sem conteúdo)(Navarro)***

- Atributivas (prevêem competência, mas não assinalam amaterialidade da ação a executar) (Navarro)

- Não possuem hierarquia entre si (Reuter)- Relatividade (cada Estado desenvolve sua concepção sobre ela)- Mudança mais ampla que no Direito interno.(Serge Sur)- Sanção não é elemento da norma (não há autoridade comum p/ 

aplicá-la (Francine demichel)*- Contém normas imperativas (  jus cogens - grande maioria da

doutrina) e dispositivas

Jus cogens internacional 

Revisionismo jurídico Ordem pública para a satisfação do interesse comum dos integrantes

da SI Princípios da Carta da ONU

Art. 53 da Conv. de Viena sobre Tratados Não admite derrogação (*), a não ser por nova norma imperativa Para sua aceitação basta uma ampla maioria abrangendo os

diferentes “tipos” de Estados (diversidade) Antipositivista, pois aniquila os tratados “injustos”, mesmo que

formalmente válidos Criam obrigações internacionais erga omnes 

Problema da identificação Ragazzi: a matéria a qual ela se relaciona contém considerações de

ordem moral e não apenas legal. (valores)

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NATUREZA NORMA INTERNACIONAL

Convencional ou costumeira

RESPEITO ÁS NORMAS DE DI

(Louis Henkin e Barile)

Os Estados só violam as normas internacionais quando mais

vantajoso do que respeitá-la O respeito leva à confiança dos demais Estados

Interesse dos Estados em manterem certa ordem entre eles

Os Estados têm medo de represálias

Obedecem às normas por hábito e imitação

Quando as sanções morais não o atingiram de modo efetivo

Levado a violar por razões internas

Violação considerada justa, apesar de ilegal

As normas são desejadas pelos Estados

A violação renova.

CARACTERISTICAS DA NORMA INTERNACIONAL

É elaborada por uma série de atos unilaterais

Não é retroativa, tendo em vista a preservação da segurança

 jurídica. Efeito imediato ex nunc (exceção: superveniência de norma de 

 jus cogens)

A vontade é imposta pelas potências ***

Moral internacional

DI E MORAL INTERNACIONAL

Moral internacional

São princípios morais aplicados pelos sujeitosde DIP em suas relações (lealdade,moderação, auxílio mútuo, respeito, espíritode justiça e solidariedade – Nicilas Politis).

É dirigida aos indivíduos que agem peloEstado na ordem internacional

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JURIDICIDADE DO DI – OBRIGATORIEDADE E LIMITE DEAPLICAÇÃO

Doutrina positivista-voluntarista: Direito positivo

Obrigatoriedade do DI decorre de um acordo de vontade entreos Estados. Vontade coletiva dos Estados/consentimento mútuo.

“O DI se funda na vontade metafísica do Estado, que estabelecelimitações ao seu poder absoluto. O estado se obriga paraconsigo próprio. Posição volúvel do Estado.(Georg Jellinek)

Vontade coletiva: vontade de um certo número de Estados(Triepe)

. Consentimento das nações (Oppenheim) Criticada por Celso Mello: não explica como um novo Estado

sujeita-se às normas internacionais mesmo que não queira e emoutros argumentos: não se aplica as regras erga omnes  doscostume e ao jus cogens,

Doutina jusnaturalista

A ordem internacional não seria decorrente de revelação ouembasamento transcendente, mas fruto da razão. A

obrigatoriedade do DI é baseada em razões objetivas, além davontade dos Estados. Princípios morais

Fundamento no direito natural. Anzilotti: Pacta sunt servanda doDI. Norma fundamental.

Art. 53 da Conv. Viena s/ Tratados: Noção de jus cogens fortalecea corrente, já que além e acima da vontade dos Estados existem

normas cogentes, não passíveis de derrogação por açãopositivista dos Estado.

NEGADORES DO DI

 – NEGADORES PRÁTICOS: negam a existência dequalquer norma regulamentadora da vidainternacional (Espinosa, Lasson, Lundstedt eoutros)

 – Estado de natureza/relação de força.  – Não existe sistema coercitivo impondo a

observância às normas de DI  – Estados agem com base em interesses

particulares.

 – Não há sanção e assim não há Direito

 – NEGADORES TEÓRICOS: aceitam a existência dasnormas internacionais, mas não as consideram jurídicas.(Austin, Binder...)

  – Não são jurídicas porque não se encontram no seio deuma sociedade organizada / leis morais oriundas da

opinião pública / normas de cortesia / fazem parte damoral positiva pois são aplicadas / o Estado poderiasanciona-la internamente transformando-a em jurídica(direito estatal extermo)

  – Direito Internacional como Direito imperfeito (Savigny,Wilson...): Falta uma organização central para impor

sanção.

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 – CELSO MELLO: os Estados pautam sua conduta pelasnormas de DIP, tanto que não há tantas violações.

 – Se não houvesse nenhuma norma pautando a conduta dos

Estados, estaríamos em uma situação de anarquia total. Atéo mais forte dos Estados precisaria de limites, pois paracontrolar os outros Estados precisaria controlar a si próprio.

  – Os negadores ainda estariam ofuscados pela noção deEstado moderno e comparam o DI com o Direito estatal.

 – No DI há sanção especial, que mesmo não tendo às vezesa eficácia desejada, não deixam de ser sanção.

PRINCÍPIOS INTERNACIONAIS

Princípio da efetividade ”é a qualidade de um título jurídico que preeenche

objetivamente a função social” (Touscoz) – renovação doDIP

Para Celso Mello, tem papel amplo no DI, porque as normasinternacionais se reduzem a um mero enunciado geral semconteúdo, bem como tem poucas normas imperativas.

Princípio da reciprocidade: “é a medida da igualdade, que é obtida por reação, é a

igualdade dinâmica." Busca o equilíbrio. Os entes de DI sãoao mesmo tempo criadores e destinatários das normas ecomo criadores, a reciprocidade funciona como o motor da

negociação.

O princípio da boa-fé entre os Estados é imprescindível para a cooperação internacional (CIJ)

Aula 3Fontes do Direito Internacional

Noções GeraisFontes:São os modos pelos quais o Direito demanifesta. São fontes de DI “aqueles fatosou atos aos quais um determinadoordenamento jurídico atribui idoneidade oua capacidade de produzir norma jurídica”(Bobbio).Fundamento:

De onde o DI retira sua obrigatoriedade.

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Fontes Formais e Materiais

H. Accioly

Fontes reais: verdadeira fonte (princípios geraisdo Direito) Fontes formais ou positivas: conferem

positividade ao direito objetivo preexistente.(Costumes e tratados)

Fontes auxiliares: ajudam na compreensão dosistema jurídico existente (doutrina e

 jurisprudência).

Fontes Formais e Materiais

Celso Mello

Fontes materiais. Históricas, Sociais e Econômicas.. Para os objetivistas, estas seriam as verdadeiras fontesde Direito.. Seriam os elementos profundos que influem naformulação do Direito.

Fontes Formais. Apenas o reflexo das materiais. Seriam os elementosprofundos que influem na formulação do Direito.. Positivadas

Fontes Formais e Materiais

Celso Mello

Fatos históricos, sociais, econômicos, religiosos

Teorias sobre a origem das fontes

1) Positivistas-voluntaristas (Anzilotti e Cavaglieri)

São constituídas pela manifestação da vontade dosEstados e que a norma fundamental atribua o valor daregra obrigatória de conduta. No costume (obrigatóriopara todos os Estados, mesmo para o que nãomanifesta sua vontade no sentido de aceitá-la), a

vontade seria tácita e nos tratados, expressa.

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2) Objetivistas (Scello e HidelbrandoAcciolly)

É a mais adotada. As fontes materiais seriamas verdadeiras fontes de DI, sendo as formaisreflexo delas, mero meio de comprovação, quese limitam a formular o Direito. Segundo estateoria, as fontes formais, como diz seu nome,servem para dar “forma exterior reconhecível eespecializada às diferentes categorias deregras”.

Fontes do Direito Internacional

 – Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional deJustiça

I – A corte aplicará:a. as convenções internacionais; tratadosb. o costume, , como prova de uma prática;c. os princípios gerais de direito

Meios auxiliares

Art. 38:

d. as decisões judiciais e as doutrinas (meioauxiliar)

2. É faculdade da Corte para decidir um litígio ex aequo et bono .

Eqüidade: função de adaptar ao direito existente, na hipóteseda lei não ser suficientemente clara, ou a de afastar o direito

positivo. Pode se decidir pela equidade quando dainocorrência de norma expressa. Meio supletivo que visa opreenchimento das lacunas no direito positivo.

Atos unilaterais

Contemporaneamente já se discute a natureza defonte do DI dos atos unilaterais (*direito flexível).Contra: nas fontes não há o elemento vontade.

Assim, nem todos os atos jurídicos seriam fonte.

- Conceito: manifestação de vontade de umsujeito de DI, que surte efeitos jurídicos. Têm suaeficácia condicionada a ser público e que o Estadoque a elabore tenha intenção de se obrigar:

-

E é i

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Controvérsia: é fonte de DIP?

• Ato jurídico: manifestação de vontade de um sujeito de DI, quesurte efeitos jurídicos.

. Fonte: não há o elemento vontade.

. Têm sua eficácia condicionada a: (1) ser público e (2)que o Estado que a elabore tenha intenção de se obrigar

• Ato unilateral de natureza normativa: abstração e generalidade.•• Atos unilaterais das O.I. s

• soft law  : com o surgimento das Organizações Internacionais eórgãos internacionais, o D.I. passou a ser produzido também poreles, retirando o foco da produção exclusivamente pelos Estados,os quais passam a ter um foro comum para discussão e para abusca conjunta de soluções para os problemas e conflitosexistentes. (direito comunitário)

Espécies

- Declarações e Recomendações das OI´s

- ResoluçõesPodem ser transformadas em costume, desdecumpridas as exigências da formação docostume: formulem regras de direito / mostrem aexistência de uma real vontade geral / sejamseguidas de uma prática geral de acordo com o

estabelecido na resolução / serem efetivamenteaplicadas

SOFT LAW 

Direito flexível. Característico do DIcontemporâneo.Possuem caráter declaratório, desprovidosde obrigatoriedade e que não vinculam osEstados ao cumprimento expresso de seusdispositivos:

Com o surgimento das OrganizaçõesInternacionais e órgãos internacionais, o

D.I. passou a ser produzido também poreles, retirando o foco da produçãoexclusivamente pelos Estados, os quaispassam a ter um foro comum para discussãoe para a busca conjunta de soluções para osproblemas e conflitos existentes. (direitocomunitário)

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Costume internacional

Conceito

O uso geral seguido por uma parcela da SI, que

tem a convicção de que é obrigatórioPrática generalizada com convicção de serobrigatória.

. Convicção: interpretação funcional enormativa.

. Uso: prática de atos generalizados.

Elemento material

Costume = tempo+repetição 

- Prática repetida por longo tempo. (Reuter)- Modernamente não há necessidade de

prática por tempo prolongado.- Admite-se o direito consuetudinário

instantâneo, no qual o opinio juris  seria elementoessencial.

Elemento subjetivo

opinio juris sive necessitatis 

 C onvicção sentida pelos Estados de que o DIexige um determinado tipo de conduta.

. Celso Mello: é a aceitação do costume como umnovo Direito.É o elemento mais importante atualmente, desdeque represente a convicção de uma grande

parcela dos Estados (represente o consensocoletivo) e de condições sociais e econômicasdiversas. Seria um dever ser.

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Corte Internacional de Justiça - C.I.J.

“devem ter tal caráter ou realizar-se de tal

forma que demonstrem a crença de quetal prática se estime obrigatória emvirtude de uma norma jurídica que aprescreva...O Estado interessando devesentir que cumpre o que acredita ser umaobrigação jurídica”

Fundamento

1) Voluntarismo

2) Objetivismo

1) Voluntarismo

Consentimento tácito dos Estados(Grocius, Vattel, Anzilotti e outros)

Críticas• Como um novo ente se encontra obrigado a

costumes formados antes de seu ingresso na SI• Art. 38 do Estatuto da CIJ: costume geral obrigatório

para todos, não só para quem com eles consente)

• Prática evolutiva (adequação espontânea àstransformações sociais).

2) Objetivismo

1) Consciência jurídica coletiva ( vaga e imprecisa). Consciência social do grupo: convicção comumque os Estados têm de que devem respeitar oscostumes, conforme a razão, o direito objetivo, ànoção de Justiça, solidariedade econômico-socialou um sentimento jurídico dos homens.

2) Sociológica: (C. Rousseau). É a mais aceita.. O costume é um produto da vida social que visaatender às necessidades sociais.

. Produto espontâneo da vida social. “A práticaconstante de atos cria certo equilíbrio social.Costume como produto da evolução social.”

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Características

- Prática comum: repetição uniforme de

certas regras da vida internacional

- Prática obrigatória É direito e assimdeve ser respeitado

- Prática evolutiva A plasticidade é que

permite que se adapte às mudanças da SI. Poroutro lado, gera insegurança.

Interpretação Verificação de sua existência (deseus elementos e conteúdo)

Formas. Geral: aplicada por toda a SI

. Particular: apenas por parte dos membros da SI.( Precisa ser provado por quem o alega.)

Derrogação regra geral dos conflitos de lei notempo. O costume geral é derrogado pelo particular sedispõe sobre a mesma matéria, a não ser que o costumegeral seja norma jus cogens .

Hierarquia não existe hierarquia entre fontes de DI.Tratado pode revogar costume (raro) e vice-versa.

Termino Tratado que o codifica ou revoga /novocostume /pela dessuetude.

Aula 4Direito dos Tratados Importância como fonte de DI

Essencial: consentimentoFonte de obrigação.

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TRATADOS INTERNACIONAISConceitos na doutrina

Hildebrando Acciolly: “ato jurídico por meio do qual

se manifesta o acordo de vontade entre duas oumais pessoas internacionais.”Francisco Rezek: “acordo formal concluído entre

sujeitos de DIO e destinado a produzir efeitos jurídicos.”Reuter: “É uma manifestação de vontades

concordantes, imputável a dois ou mais sujeitos de

direito internacional e destinada a produzir efeitos jurídicos, segundo as regras de DI. “

TRATADOS INTERNACIONAIS

Conceito na Convenção de Viena sobreTratados de 1969 (CVT)

“Art. 2º: acordo internacional concluído porescrito entre Estados e regido pelo DireitoInternacional, quer conste de um instrumentoúnico, quer de dois ou mais instrumentos conexo,qualquer que seja sua denominação específica.”

• Conceito em sentido lato (incluiria os acordo em formasimplificada)

• Celebrado pelo Estado e outras PI´s: Art. 3º da CVT- No caso do Mandato sobre a África do Sul

Ocidental, a CIJ admitiu que a noção de tratadocompreende também os Acordos entre Estados eOrganizações Internacionais dotadas de personalidade jurídica.

Forma

Escrita: CVT

Não escrita: aceitação pela doutrina e adotadopela Comissão de DI da ONU. (Exemplo: notasdiplomáticas confirmando acordos verbaisanteriores).

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O problema da terminologia:

Convenção, acordo, pacto, ato,estatuto?

Terminologia:

Celso Mello: imprecisa

Guido Fernando da Silva Soares: irrelevante.- “Na verdade, a denominação dos tratados é

irrelevante para a denominação de seus efeitosou de sua eficácia. A prática tem demonstradoque os Estados não atribuem qualquerconseqüência jurídica a tal ou qual denominação

dos atos bilaterais ou multilateraisinternacionais...”

Tratado: termo genérico que identifica os acordos solenes;

Convenção: normas gerais;

Declaração: princípios jurídicos ou “afirmam uma prática política comum”;

Ato: estabelece regras de direito. No entanto, existem atos que por não produziremefeitos jurídicos obrigatórios não são tratados, mas têm caráter normativo no sentidopolítico (Ata de Helsinki e Ato Geral de Berlim).

Pacto: é tratado solene;

Estatuto: trados coletivos que normalmente estabelecem normas para os TribunaisInternacionais (Estatuto da CIJ , da CIDH e outros);

Protocolo: pode significar a ata de uma conferência ou protocolo-acordo, que éverdadeiro tratado e que é utilizado como suplemento de um tratado já existente.(Tratado de Assunção e Protocolo de Outro Preto);

Acordo: cunho econômico, financeiro, comercial e cultural;

Acordo de forma simplificada (acordos executivos): não são submetidos aopoder legislativos para aprovação, sendo finalizados pelo poder executivo. Muitasvezes realizados por troca de notas;

Não criam obrigações para os Estados: assinados em nome de pessoas e não dos

Estados.. Conhecidos por memorandum of understanding (MOU)

. Pactum in contrahendo: tratado preliminar - compromisso de concluir acordo.

Classificação (segundo a maioria da doutrina)

1. Quanto ao número de partes contratantes(aspecto formal):

- Bilateral: duas partes;- Multilateral: mais de duas partes;

2 Quanto à natureza jurídica do ato:

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Classificação (segundo a maioria da doutrina)

1. Quanto ao número de partes contratantes(aspecto formal):

- Bilateral: duas partes;- Multilateral: mais de duas partes;

2. Quanto à natureza jurídica do ato:

Tratados-contratos interesses recíprocos dos Estados.

– Celso Mello: Situações jurídicas subjetivas.

Tratados-leis ou Tratados-normativos- Geralmente celebrado entre muitos Estados- Objetivo de criar normas jurídicas de DIP

.Convenção de Viena sobre Tratados

.Convenção de Viena sobre Comercio Internacional)-

.Manifestação da vontade coletiva.

.Geralmente com cláusula de adesão. Tratados-constituição

– Institucionalizar um processo internacional de um ente quepossua órgãos e poderes próprios e vontade independente dosEstados que a originaram.

Celso Mello: na aplicação ao caso concreto, torna-se difícil fazer aseparação.Accioly: classificação mais importante.Contrário: possível que um tratado contenha as duas disposições.

3. Quanto à possibilidade de participação deoutros Estados:

Abertos: possuem cláusula de adesão e assimoutros sujeitos de DI podem fazer parte (loisuniforme).Fechados: não contém cláusula de adesão e assim

só inclui as partes contratantes.

Guido Soares apresenta outras classificações:

4. Quanto ao modo de sua entrada em vigor:-Em devida forma: completam todas as fases-Em forma simplificada (acordo executivo): vigor

no momento da assinatura (*)

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Guido apresenta espécies de tratados multilaterais(soft law ) que ainda não encontram definição

positivada:

Umbrella-treaty (tratado guarda-chuva):“tratado amplo, de grande linhas normativas, sob

cuja sombra outros tratados se encontram e que, emprincípio, ou foram elaborados em complementaçãoaos dispositivos daquele, ou foram assinados entrealguns Estados-membros daquele mais geral, comobjetivos especiais por ele permitidos.”Tratado da Antártica que possui vários protocolos sobsua sombra (sistema da Antártica)

-

- Necessidade de tratados mais flexíveis, menosimutáveis diante do tempo /avanços da ciência e da

tecnologia e que não ficassem restritos aosprocedimentos lentos de negociação dos tratadosformais.

Tratado-quadro

- É tratado multilateral, através dos quais os “Estados-partestraçam grandes molduras normativas, de direitos e deveresentre eles, de natureza vaga e que, por sua natureza, pedem

um regulamentação mais pormenorizada; para tanto,instituem, ao mesmo tempo, reuniões periódicas e regulares,de um órgão composto de representantes dos Estados-partes, aConferências das partes (COP), com poderes delegados decomplementar e expedir normas de especificação, órgão esteauxiliado por outros órgãos subsidiários, técnicos e científicosprevistos no tratado-quadro, compostos de cientistas etécnicos de todos ou de alguns Estados-partes”, formando um

sistema harmônico. (ECO 92 – Convenção sobre a diversidadebiológica)

Fundamento

- Celso Mello:

. Posição jusnaturalista: retiram suaobrigatoriedade do direito natural / “pacta suntservanda” (constituiu a SI).

- Art. 26 da CVT

. “Todo tratado em vigor obriga as partes edevem ser cumpridos por elas de boa-fé”

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Efeitos

1 - Em princípio, limitam-se às partescontratantes.

res inter alios acta 

  não devem, via de regra,beneficiar, nem prejudicar terceiros.

Efeitos

- Exceções do res inter alios acta 

Tratados que dispõe sobre situações reais(territoriais).

Exemplos Tratado de Petrópolis (Bolívia cedeuao Brasil um território de 191.000Km (Acre). Osnacionais e empresas brasileiras e bolivianas tiveramque se adequar à nova situação territorial.

Tratados constitutivos concluídos por

“interesse internacional”, com objeto é um terceiroEstado. (Tratado de Viena de 1815 que declarou a Suíçacomo neutra, sem o consentimento dela).

Efeitos

– Celso Mello: a relação estabelecida nostratados é entre Estados aplicando-se a todo o

território dos contratantes (art. 29 da CVT) indiretamente obrigações aos poderesEstatais e pode gerar direitos à terceirosEstados (princípio da relatividade) se oterceiro Estado aceitar a obrigação (e aposterior revogação).

– Art. 34 da CVT: regra geral - Estado não criaobrigações para terceiros Estados.

Efeitos

– Prejuízo à terceiros: responsabilidade doEstado;

– Benefícios à terceiros deve havermanifestação de vontade dos Estadoscontratantes no sentido de conceder esteprivilégio. É hipótese excepcional de efeitospara terceiros. Art. 35 da CVT).

– Art. 2º, 6 da Carta da ONU: efeitos a terceiros– Celso Mello: as OI´s, visando ao bem comum..

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Efeitos

2 – Os tratados não tem efeito retroativo

Art. 28 da CVT

Efeitos

Regras de antinomias

1) O tratado mais recente prevalece sobre oanterior, quando as partes são asmesmas.

ESTADOS X, Y e Z ESTADOS X, Y e Z

SOJA SOJAE LARANJA

PREVALECE 

Efeitos

2) Quando as partes não são as mesmas:

a) Entre um Estado parte em ambos e umEstado parte membro apenas do mais recente aplica-se o mais recente;

b) Entre um Estado parte em ambos e um

Estado parte membro apenas do anterior aplica-se o anterior;

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a)

1990 2009

ESTADOS X, Y ESTADOS X, Y e Z

SOJA SOJA

PREVALECE 

b)

1990 2009

ESTADOS X, Y e Z ESTADOS X, Y

SOJA SOJA

PREVALECE 

Efeitos

3) Quando as partes forem a mesmas emambos os tratados

só o anterior se ele não forincompatível com o mais recente.

b)

1990 2009

ESTADOS X, Y e Z ESTADOS X, Y e Z

SOJAE

LARANJASOJA

PREVALECE COM 

RELAÇÃO À LARANJA

PREVALECE COM RELAÇÃO 

À SOJA

Partes do tratado Condições de validade

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Partes do tratado

– Preâmbulo: enunciado das finalidades dotratado e partes contratantes.

– Dispositiva: artigos que fixam os direitos edeveres da partes contratantes.

Condições de validade

1) Capacidade das partes (direito de convenção)

# Habilitação dos agentes signatários

2) Objeto lícito e possível

3) Consentimento mútuo

Condições de validade

1) Capacidade das partes (direito de convenção)

Estados soberanos, OrganizaçõesInternacionais, Beligerantes, Insurgentes,Santa Sé e outras pessoas de DI;

Condições de validade

. Estados membros de federação: quandoautorizados pelo Direito interno (Brasil nãoautoriza e EUA autoriza, mas na prática não o

fazem para não ferirem o treaty-making- power);

. Colônias, em geral, não possuem;

. Territórios sob tutela têm treaty-making- power (direito de convenção)

. Art. 6º da CVT: Apenas capacidade dos

Estados–

Condições de validade Habilitação dos agentes signatários

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ç

• OI s têm capacidade reconhecida pela CorteInternacional de Justiça (ONU).

• Não podem permanecer isoladas e devem realizarseus fins.• Carta da ONU em seus arts. 57, 63, 80 e 105.• Convenção de Viena sobre o direito dos tratados

entre Estados e Organizações Internacionais ou entreorganizações internacionais (assinada em 1986)

• Beligerantes e insurgentes, após o reconhecimento

• Movimentos de libertação nacional (OLP).• Celso Mello: “o direito de convenção deve ser

analisado caso a caso, já que seria impossível umateoria geral”.

Habilitação dos agentes signatários

• “plenos poderes”: poder de negociar e concluir otratado dado aos planipotenciários. Deve ser

confirmado pelo chefe de Estado.• Art. 7º, 2 da CVT.: dispensa dos plenos poderes.• Ato de conclusão de um tratado por pessoa não

habilitada não tem efeito legal até que o Estadoconfirme tal ato. (art. 8ª da CVT).

• OI´s: os secretários-gerais e os secretários-gerais

adjuntos não precisam dos plenos poderes (art. 7ªda CVT).

Condições de validade

2) Objeto lícito e possível

O objeto de um tratado não pode contrariarnormas morais (imperativas/  jus cogens) nãopode ter objeto impossível de ser executado.

Condições de validade

3) Consentimento mútuo

• Accioly: a adoção do texto de um tratado

internacional, por ser um acordo de vontades,“depende de consentimento mútuo de todos osEstados que participaram de sua elaboração.”

• Art. 9º da CVT: T. multilaterais regra geral adoção do texto por maioria de 2/3 dos Estadospresentes e votantes;

• O acordo de vontades entre as partes não podeconter nenhum vício;

• CVT: a existência de vícios leva a invalidade dotratado;

Condições de validade Condições de validade

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Co d ções de val dade

3) Vícios de consentimento

Erro- Art. 48 da CVT: erro sobre fato e quependesse sobre a base essencial doconsentimento para obrigar ao tratado.- O erro de direito é afastado e o deredação deve ser corrigido.

- O Estado que contribuiu para o erronão pode ser invocado.

3) Vícios de consentimento

Dolo- Conduta fraudulenta de outrem- Art. 49 da CVT O tratado é concluído porum Estado por força da conduta fraudulentade outro Estado que provoca o erro ou seaproveita deste.- O dolo leva a responsabilidade do Estado queo praticou.- Dolo é essencialmente consciência e vontadede produzir um resultado danoso.

Condições de validade

3) Vícios de consentimento

Coação- Coação pela ameaça contra a pessoa dorepresentante do Estado anulável otratado.- Coação pelo uso da força ou ameaça deforça contra um Estado nulo o tratado

(princípio da Carta da ONU, art. 2, nº 4).

Invalidade

Adherbal Meira Mattos

– Segundo a CVT:

– Nulidade relativa (anulabilidade) Erro (art. 48 da CVT), dolo (art. 49 da CVT),corrupção (art. 50 da CVT) e violação dedisposição de Direito Interno sobre competênciapara concluir tratados (art. 46 d CVT)

– Nulidade absoluta Coação (art. 51 e 52 da CVT) e de conflito

entre o tratado e a norma imperativa ( juscogens) ( art. 50).

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Aula 5Direito dos Tratados

(cont.)

Fases de elaboração do Tratado 

Negociação

Princípio da reciprocidade e da boa-fé.

É fase de discussão sobre o tema proposto, ao fimda qual é elaborado um texto escrito que é otratado.

1) Bilateral: Convite feito por nota diplomática.2) Multilateral: Congressos e Conferências

internacionais.

Quorum para aprovação do texto: art. 9º da C.V.T.

Expressão do consentimentoArt. 11 da C.V.T.

Segundo este dispositivo, o consentimento de umaP.J. de DIP pode manifestar-se pela assinatura,troca de instrumentos, ratificação, aceitação,aprovação ou adesão. Dispõe ainda que podeainda manifestar-se por outros meios, desde queas partes assim concordem.

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AssinaturaArts. 10, b e 12 da C.V.T.

A assinatura teve sua importância bastantereduzida em virtude da relevância que a sociedadeinternacional tem dado ao ato de ratificação. Poroutro lado, nos últimos tempos tem tido recuperadasua relevância, diante da necessidade de rapidezexigida pela vida internacional.

OBS: A rubrica é válida, quando o negociador nãotem plenos poderes. (Art. 12, 2, b da C.V.T)

• É através da assinatura que se exteriorizaem definitivo o consentimento das P.Jurídicas de D.I. representadas pelos seus

agentes plenipotenciários. Com a assinatura,o compromisso internacional já estáconsumado (definitivo e perfeito).

• Após o consentimento dado pela assinatura,o tratado já tem condições de entrar emvigência, mas as partes podem decidir adiar

a sua entrada em vigor. A este ato de diferira vigência por tempo certo, dá-se o nome devacatio legis .

Finalidade da assinatura

a) autenticar o texto produzidob) iniciar a contagem de prazo para troca ou

depósito dos instrumentos de ratificação;c) atesta a concordância dos negociadores quantoao texto do tratado;d) os contratantes devem se abster de atos queafetem substancialmente o valor do instrumentoassinado (Art. 18 da C.V.T);e) a assinatura pode ter valor político; f) podesignificar que o Estado reconhece as normascostumeiras tornadas convencionais.

• Assinatura diferida“consiste em dar aos Estados um prazomaior para assinatura do tratado, a fim de

que os Estados que não participaram dasnegociações figurem como partescontratantes originárias”. Hoje, assinaturadiferida tem sido usada para que os tratadosfiquem abertos a toda e qualquer P.I., o quevem tornando a assinatura semelhante àadesão. No entanto, com a adesão ocorre aratificação que pressupõe a assinatura.

Ratificação

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• Assinatura ad referendum 

Necessita ser confirmada pelo Estado que afez. (Art. 12, 2, b da C.V.T.).O texto do Tratado é assinado pelorepresentante (sem plenos poderes, porexemplo) do Estado participante,necessitando que seja confirmada peloEstado para ser definitiva.

Conceito

“é o ato pelo qual a autoridade nacional competenteinforma as autoridades correspondentes dos Estadoscujos plenipotenciários concluíram, com os seus, umprojeto de tratado, a aprovação que dá a este projetoe que o faz doravante um tratado obrigatório para oEstado que esta autoridade encarna nas relaçõesinternacionais.”( Celso Mello)

“ato unilateral com que a pessoa jurídica de D.I.,

signatária de um tratado, exprime definitivamente, noplano internacional, sua vontade de obrigar-se.”(Rezek)

• “Ato administrativo mediante o qual o chefede Estado confirma tratado firmado em seu

nome ou em nome do Estado, declarandoaceito o que foi convencionado pelo agentesignatário.” (Hildebrando Accioly)

• O termo ratificação tem sido usado para darsignificado a quatro coisas distintas: a) ato doórgão estatal próprio, expressando a vontade de seobrigar pelo Estado; b) procedimento internacionalpelo qual um tratado entra em vigor (troca oudepósito formal dos instrumentos); c) o própriodocumento; d) avulsa e popularmente como sendoa aprovação pelo poder legislativo de um Estado(emprego indevido). (Arnold McNair)

• Competência para ratificar

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• A ratificação é ato internacional e ato degoverno. No âmbito interno, o podercompetente é fixado livremente pelo DireitoConstitucional de cada Estado, sendo fixada,via de regra, a competência do PoderExecutivo (“ratificação em sentidoconstitucional). As legislações de algunspaíses que adotam o non self-executing exigem a aprovação do Legislativo.

Competência para ratificarTrês sistemas:1) Competência exclusiva do Executivo;

2) Competência exclusiva do poder Legislativo(Inglaterra, EUA);3) Sistema misto: há participação tanto do P.

Executivo quanto do Legislativo;a) Obriga a intervenção do Congresso apenas emalguns tratados (França)b) Obriga a intervenção do Congresso em todos ostratados (Brasil)c) Primazia do Legislativo (Suíça)

• Justificativa para a ratificação

A ratificação justifica-se (Charles Rousseau ):

- A importância da matéria objeto dos tratadosexige o pronunciamento do chefe de Estado;- Evita abuso ou excesso de poder por parte dosplenipotenciários e diminui a possibilidade deargüição de alguns vícios de consentimento;- A participação do Poder Legislativo na formação

da vontade do Estado sobre o comprometimentoexterior (para vários Estados).

• Obrigatoriedade

Os tratados passam a ser obrigatórios depoisde ratificados.

O princípio da ratificação está deixando de sera regra geral. Com a proliferação de acordosexecutivos e com a cada vez mais constanteurgência na conclusão dos tratados, aimportância da ratificação tem sido discutida.

• Características

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A comissão de DI da ONU não classificou aratificação como elemento essencial para aobrigatoriedade do tratado, mas apenas em

princípio, necessária.

A própria doutrina já aceitava a obrigatoriedade dotratado independentemente da ratificação, como nosacordos executivos e nos tratados propriamenteditos que em virtude da urgência na tratativa

produziriam efeitos após a assinatura. Neste mesmosentido, a Convenção de Viena no art. 12, I, a.

1) Discricionariedade

O ato de ratificação é discricionário, pois oEstado quando não ratifica um tratado não cometequalquer ilícito internacional. Da discricionariedadedecorrem duas conseqüências: indeterminação doprazo para ratificar, quando os Estados não fixamprazo e a licitude da ratificação.

É ato discricionário do Estado e dentro dele, do

Poder Executivo (e/ou legislativo)

“...na aprovação de ato internacional, oCongresso se limita a autorizar o Executivo, ecaso este queira, a ratificar e a promulgar o

tratado. Vale dizer que, mesmo com aaprovação, o tratado, convenção ou acordointernacional não se completa, nem se tornaobrigatório. Para tanto, depende ainda de atodo Executivo, cuja prática é confiada aoajuizamento discricionário deste.”(Amilcar

Falcão)

A regra é a de que os tratados só serãolevados à aprovação congressual se o chefede Estado tiver a intenção de ratificá-lo. No

entanto, no caso das ConvençõesInternacionais de Trabalho, por força do queprevê a Convenção da OIT em seu art. 19, nº5, letra b, as Convenções sobre Trabalhodeverão ser submetidas ao Congresso. (OBrasil vem tomando esta posição).

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2) Irretratabilidade

A ratificação torna-se irretratável desdeque formalizada a expressão doconsentimento definitivo.

Como veremos adiante, o Estado até podevir a denunciar o tratado, o que significa a suaretirada como parte, mas para isto énecessário que a regra esteja definida nopróprio tratado.

Segundo Francisco Rezek, a irretratabilidade épossível nas seguintes fases:

a) Nos tratados bilaterais, no período em que aratificação de uma das partes aguarda a da outra;b) Nos tratados multilaterais, no período em que seaguarda o alcance do quorum .c) Nos tratados bilaterais ou multilaterais, concluídoo pacto pela dupla ratificação ou pelo alcance doquorum , as partes aguardam o período determinadopelas partes de vacatio legis para entrada em vigor.

• A irretratabilidade é regra costumeira, nãoestando prevista nas normas internacionais

sua ocorrência deve ter fundamento nosprincípios da boa-fé e da segurança nasrelações internacionais. (Rezek)

• A Natureza jurídica

O ato de ratificação é unilateral e

discricionário.Várias correntes (Anzilotti, Phillimore,Balladore ... )Celso Mello: “a ratificação seria uma das fasesdo processo de conclusão dos tratados,confirmando a assinatura e dando validade aotratado, sem significar que a assinatura nãogeraria seus efeitos.”

• Efeitos • Forma

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A ratificação não tem efeito retroativo e sógera efeitos a partir da troca/depósito doinstrumento de ratificação.

A forma é a Escrita.

A ratificação de consuma com a troca ou depósitodo instrumento de ratificação.

Troca de Instrumento de ratificação,Depósito e obrigatoriedade do tratado (Art. 16 da

CVT)

• Troca de Instrumento de ratificação, Depósitoe obrigatoriedade do tratado(Art. 16 da CVT)

1) Troca de instrumentos

É o ato de formalização da ratificação nos tratadosbilaterais.

2) Depósito do instrumento de Ratificação

É o ato de formalização da ratificação nos tratadosmultilaterais. O depositário pode ser um Estado, umaOI ou um funcionário desta. O Estado depositário é

geralmente aquele onde se celebrou a conferência.Nas Convenções celebradas na ONU, esta passou acentralizar o depósito no seu Secretariado(Secretário Geral da ONU).É com o depósito que o tratado torna-se obrigatóriopara os Estados. Segundo Diez de Velasco, odepositário pode ser classificado como depositário-funcionário, depositário-organização e João

Grandino Rodas acrescenta ainda o depositário-Estado.•

A função do depositário dentre outras é a de R i t

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A função do depositário, dentre outras, é a dereceber o instrumento depositado e comunicar àsdemais partes do tratado, informando ainda se foramfeitas reservas.Hoje já se admite que os tratados entrem em vigorprovisoriamente, antes do depósito ou da troca denotas, se assim convier aos Estados. (Art. 25 daCVT)Celso Mello: a C.V.T. deu quase o mesmotratamento à assinatura e à ratificação (Art. 12 e 14da CVT).

• Registro

O registro é feito no secretariado da ONU queemitirá certificado de registro (art. 80 da CVT).O registro deve ser solicitado por um dossignatários.Somente os tratados registrado na ONU

podem ser invocados como prova na Corte

Internacional de Justiça (art. 102 da CNU)Publicidade aos acordos para toda a

sociedade internacional.

• Reserva

Em 1951 CIJ foi chamada a emitir parecer

consultivo sobre a questão da reserva naConvenção sobre genocídio “os Estado têm o direito de objetar às

reservas que considere incompatíveis com oobjeto e a finalidade do Tratado e assimconsiderar que o Estado que formulou as

reservas não fica vinculado ao compromissointernacional.”

• Reserva

Em 1951 CIJ foi chamada a emitir parecer consultivosobre a questão da reserva na Convenção sobre

genocídio “os Estado têm o direito de objetar às reservas

que considere incompatíveis com o objeto e afinalidade do Tratado e assim considerar que oEstado que formulou as reservas não fica vinculadoao compromisso internacional.”

A CVT adotou o entendimento da CIJ, conhecidacomo tese da compatibilidade.

Artigo 19 da CVTFormulação de Reservas

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Formulação de Reservas

Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou

aprovar um tratado, ou a ele aderir, formular umareserva, a não ser que:a) a reserva seja proibida pelo tratado;b) o tratado disponha que só possam ser formuladas

determinadas reservas, entre as quais não figure areserva em questão; ou

c) nos casos não previstos nas alíneas a e b, areserva seja incompatível com o objeto e afinalidade do tratado.

A regra sobre as reservas deve estar contida notratado, em caso de silêncio aplicar-se-á o art. 19 da

CVT A reserva é possível desde que compatível

com o objeto e com a finalidade do Tratado.

Ao lado da regra prevista na CVT, admite-se aregra da soberania absoluta, chamada porKappeler de “teoria da não aceitação”,

segundo a qual a aceitação ou não dereservas pelas outras partes contratantes nãotem qualquer efeito jurídico, já que a reservase impõe por ela mesma, pois decorre dasoberania estatal. O Estado é livre para

participar ou não de uma convenção.

• Conceitos:

“É declaração unilateral feita por um Estado, aoassinar, ratificar, aceitar ou aprovar um Tratado, oua ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar oefeito jurídico de certas disposições do Tratado emsua aplicação a esse Estado.”

“Declaração de vontade de um Estado que é ou vaiser parte em uma tratado, formulada no momentoda assinatura , no da ratificação e no de adesão, eque, uma vez que tenha sido autorizada expressaou tacitamente pelos demais contratantes, forma

parte integrante do próprio tratado.”(Diez Velasco).

Conceito da CVT: art. 2, I, d.

• Rezek • Condições de validade

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“a reserva é um qualificativo do consentimento.”

a) a reserva pode qualificar tanto o consentimentoprenunciativo, à hora da assinatura dependente deconfirmação, quanto o definitivo, expresso por meio daratificação ou adesão. Quando manifestada antes daassinatura, a reserva será de conhecimento de todos osnegociadores, o que elimina a surpresa.b) a reserva é fenômeno relativo aos tratados multilaterais(a reserva a tratado bilateral é recusa) é a única maneirade um Estado que entende inaceitável parte do

compromisso a ser firmado possa ingressar em seudomínio jurídico.• É necessário, no entanto, que a possibilidade de reserva

seja prevista no Tratado.

1) Condições de formaDeve ser apresentada na forma escrita pelo pode

competente dentro do Estado que as formula (PoderExecutivo).Segundo Celso Mello, o Legislativo não podeapresentar reservas no plano internacional.Segundo Resek, o Congresso tem o poder deaprovar os tratados com restrições – que o governona hora de ratificar entenderá como reservas – ouaprová-lo como declaração de desabono das

reservas feitas na assinatura, as quais não poderãoser confirmadas na ratificação.•

• Celso Mello classifica as reservas conformesua natureza dividindo-as em reservas queexcluem cláusulas e reservas interpretativas.Com relação às últimas, a Comissão de DI daONU não as considera como reservas, massim como declarações interpretativas.

2) Condições de fundo

Aceitação da reserva pelos outroscontratantes.

• Sistema da Convenção de Viena sobret t d

- Aceitação: Art. 20 da CVT

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tratado

Regra geral: art. 19 da CVT

A reserva pode ser feita na assinatura, naratificação, na aceitação, na aprovação do tratadoou na sua adesão, salvo:a) Quando o tratado proibir a reserva;b) Quando o tratado dispuser que só poderão serformuladas determinadas reservas, dentre asquais não esteja aquela em questão;

c) Nos casos não previstos nas hipóteses acima,quando for incompatível com o objeto ou afinalidade do tratado.

Embora as reservas não precisem da aceitação dos outroscontratantes, a não ser que o tratado assim exija, quandosão poucos os contratantes e o tratado por sua finalidadeprecisa ser aplicado por inteiro,a reserva precisa ser aceitapor todos. (art. 20 da CVT);- Uma reserva ou uma objeção não impede a entrada emvigor do tratado entre o Estado que fez a reserva e o que aobjetou, anão ser que o tratado disponha em sentidocontrário;- No caso do tratado constitutivo de OI, deve o órgãocompetente da OI aceitar a reserva;

- A aceitação da reserva por um Estado torna o Estadoautor da reserva parte do tratado;- A objeção não impede a vigência do tratado entre o queformulou a reserva e o que a objetou, a não ser que otratado disponha em sentido contrário.

• Norma de   jus cogens não está sujeita areservas.

As convenções de Direito Humanos não sesujeitam às reservas e às objeções (parecer daCIDH). No entanto, admitem-se as declaraçõesinterpretativas, que não alteram o tratado, masapresentam valor para a sua interpretação

• Retirada da reserva/objeção (art. 22 daCVT)

- A reserva/objeção pode ser retirada aqualquer momento sem que seja necessárioo consentimento dos outros contratantes.

- A retirada da reserva/objeção deve serfeita por escrito e só produz efeitos após orecebimento da comunicação pelo outro

Estado.

Pressupostos constitucionais doconsentimento

Pressupostos constitucionais doconsentimento

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O consentimento no tratado é sempre ato degoverno e este deve sempre proceder em

conformidade com os ditames da ordem interna.O ato de consentimento – assinatura, ratificação,adesão – deve estar sempre em conformidadecom a ordem constitucional do Estado contratante.A verificação da compatibilidade do tratado com aordem interna é de competência do PoderLegislativo, com raríssimas exceções (quando nãohá manifestação do Legislativo, mas tão somentedo Executivo).

A grande questão que envolve os acordos

em forma simplificada é a de que quandoum tratado se torna obrigatório apenas coma assinatura e assim com o consentimentoapenas do P. Executivo, não há aaprovação do Poder Legislativo, o quepoderia levar a obrigação do Estado a

cumprir disposições contrárias aos ditamesde sua ordem interna.

Art. 27 da CVT

Direito Interno e Observância de Tratados

“Uma parte não pode invocar asdisposições de seu direito interno para  justificar o inadimplemento de um tratado.Esta regra não prejudica o artigo 46.”

Artigo 26

Pacta sunt servanda

Todo tratado em vigor obriga as partes edeve ser cumprido por elas de boa fé.

Art. 46 da CVT

Regra geral:

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1. Um Estado não pode invocar o fato de seuconsentimento em obrigar-se por um tratado tersido manifestado em violação de uma disposiçãodo seu direito interno sobre competência paraconcluir tratados, como causa de nulidade deseu consentimento, a não ser que essa violaçãoseja manifesta e dissesse respeito a uma normade seu direito interno de importânciafundamental.

• 2. Uma violação é manifesta se forobjetivamente evidente para qualquer Estadoque proceda, na matéria, de conformidade coma prática normal e de boa fé.

Regra geral:

Os Estado não pode invocar comocausa de nulidade do tratado celebradoque seu consentimento foi exarado emmanifesta violação ao seu direito interno,SALVO quando a violação diga respeito auma regra interna de natureza

fundamental.

Aulas 7 e 8

Direito dos Tratados

Relações entre o Direito Interno e o DireitoInternacional

Efeito direto e aplicabilidade imediata -Tratados auto-executáveis (selft-executing )

Tratados que dependem de incorporação(non self-executing )

OS TRATADOS E A ORDEM JURÍDICAINTERNA

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Efeito direto e aplicabilidade imediata -Tratados auto-executáveis (selft-executing )

Tratados que dependem de incorporação(non self-executing )

MONISMO com primazia da D.I

com primazia da d.i.equiparação

DUALISMO

d.i.

D.I

D.I d.i.

1. Teoria Dualista

Heinrich Triepel e Dionisio Anzilotti (séc. XIX)

Desenvolvida a partir de uma análise detalhadadas características peculiares ao direito interno eao direito internacional, concluindo, a final, tratar-se de ordens jurídicas distintas e independentese que apenas tangenciam-se, “posto que asrelações que regem são diversas.”Segundo Triepel, os sistemas jurídicosinternacional e interno são esferas diferentes ,separadas , tratando-se uma ordem dual, ondeas duas ordem são ”noções diferentes” dodireito.

1. Teoria Dualista

• Para Triepel, são diferenças:

1) Quanto às “relações sociais”. Na ordem internacional oEstado é o único sujeito de direito, enquanto que na

ordem interna surge o homem.2) Quanto aos fundamentos das duas ordens. O Direitointerno teria origem na vontade dos Estados e no DI, odireito teria origem na vontade coletiva dos Estados.3) A terceira e última diferença diz respeito a estruturadas duas ordens: a interna baseia-se em um sistemahierárquico, de subordinação e o internacional, na

cooperação.

1. Teoria Dualista 1. Teoria MonistaKelsen

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Esta teoria leva a teoria da incorporação. As

normas internacionais só serão aplicadas naordem interna se forem transformadas emnorma interna, integrando-a ao direito interno.Os dualistas entendem que a ratificação sóirradia efeitos no plano internacional, sendonecessária a edição de ato jurídico interno para

que o tratado passe a irradiar efeitos no Direitointerno.

Kelsen

Não é admissível a existência contemporânea dedois sistemas jurídicos válidos, o interno e ointernacional, sendo um dependente do outro.Vale dizer que os que defendem esta teoria nãoadmitem que a ordem interna e internacionalsejam ordens independentes, mas, pelocontrário, que a ordem jurídica interna e a

internacional se superpõe, gravitando umadentro dos limites da outra.

1. Teoria Monista

Para os monistas, não existe diferençasfundamentais entre as normas de DI e as

de Di e a própria noção de soberania érelativizada e dependente de certa formado DI.

Kelsen entendia que havia um direitointernacional natural, também chamado deteórico e não-voluntário, que podia ser entendidocomo “um complexo de normas internacionaisque existem independentemente da vontade dosestados e dentre elas vige, principalmente, a

máxima pacta sunt servanta”. este direito naturalse sobreporia a vontade dos estados. esta seriaa base para a construção de uma teoria daprimazia do d.internacional sobre o direitointerno. no entanto, kelsen admitia que na práticaa prevalência de uma sobre a outra dependeriadas regras definidas em cada estado.

No entanto...

A Teoria Monista subdivide-se em trêscorrentes B) A que defende a primazia do direito

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correntes

A) Primazia do direito internacional sobre odireito interno.- O Estado teria soberania absoluta, não sesujeitando a nenhum sistema jurídico que nãoemane de sua vontade;- Jellinek: “o direito internacional é um direito

estatal externo”- Nega a existência de um DI autônomo.

B) A que defende a primazia do direitointerno sobre o internacional.

- Defendida pela escola de Viena (Kelsen,Vendross...)

- A norma fundamental (grundnorm ) seriade DI;

- A norma fundamental seria a costumeira:pacta sunt servanda; 

C) A que defende a equiparação entre

o direito internacional e o interno(monismo moderado).

Fases de incorporação dos tratados noBrasil

NEGOCIAÇÃOASSINATURA

RATIFICAÇÃO: DUAS VONTADES

P. LEGISLATIVO + P. EXECUTIVO- ART. 49, I E 84, VIII DA CRFB

APROVAÇÃO POR DECRETO LEGISLATIVOPROMULGAÇÃO DECRETO EXECUTIVOPUBLICAÇÃO

REGISTRO NA SECRETARIA DA ONU

CONTROVÉRSIATRATATO INTERNALIZADO CONFLITO

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DECRETO LEGISLATIVO + RATIFICAÇÃO

OUAPENAS DECRETO EXECUTIVO

ADIN 1480-3 - DF

JURISPRUDÊNCIAATOS JURÍDICOS POLÍTICOS- AGRCR Nº 9279-4.

PROMULGADO E PUBLICADOSTATUS DE LEI ORDINÁRIA FEDERAL (RESP Nº 263.551)

MONISTA MODERADAIGUALDADE HIERÁRQUICA (ART 104, II, A DA CRFB) –LEX POSTERIORI DERROGAT ANTERIORI.RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL.

MONISTA RADICALTRATADO = NORMA ESPECIAL E LEI = NORMA COMUM.LEI ESPECIAL DERROGA A COMUM. O TRATADO NÃOPODE SER DERROGADO POR LEI INTERNA (ART. 98CTN).

DUALISTAO P.J. DEVE APLICAR O TRATADO E A LEI INTERNA, NAFORMA DA CONSTITUIÇÃO. PROCESSOSLEGISLATIVOS DIVERSOS.

JURISPRUDÊNCIA NO BRASILA PRINCÍPIO MONISTA COM PRIMAZIA DA OI.

DEPOIS DE 1977 (RESP 80.004-SE) – PRIMAZIA DA Oi.

TRATADO E CONSTITUIÇÃOART. 5º DA CRFB (E.C. Nº 45)

“Art. 5. Todos são iguais...

§ 3º. Os tratados e convenções internacionaissobre direitos humanos que forem aprovados,em cada Casa do Congresso Nacional, em doisturnos, por três quintos dos votos de seusrespectivos membros, serão equivalentes àemendas constitucionais.”

Tratado e ConstituiçãoDuas teses

Gilmar Mendes tratados e convençõesinternacionais sobre direitos humanos aque o Brasil aderiu tem status supralegal,porém admitindo a hipótese do nívelconstitucional delas, quando ratificadospelo Congresso de acordo com a EC 45(parágrafo 3º do artigo 5º da CF)

Celso de Mello status  constitucional dos ANTES DA E.C. 45 DEPOIS DA E.C. 45

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tratados sobre direitos humanos (CezarPeluso, Eros Grau e Ellen Gracie)

Precedentes jurisprudenciais

HC 92257-SP e HC 87.585-TO e RE 466.343-SP e 349.703

Divergentes: RHC 90.759-MG e HC92.541-PR

DECRETO EXECUTIVODECRETO LEGISLATIVO

STATUS DE L.O.F.IDEM

D.D.H.HMODERNA DOUTRINA§§ 1º E 2º DO ART. 5

.APLICABILIADE IMEDIATA

.MATERIALMENTECONSTITUCIONAL

§ 3º DO ART. 5º

EQUIVALENTE A E.C.?

.Supra-legal / materialmenteconstitucional

Aula 9Teoria das Organizações Internacionais

Contemporaneidade

Interdependência e cooperação entre osEstados em matéria econômica e

comercial

238 Organizações Internacionais

(O.I’ s)

Direito Internacional PúblicoNorma jurídica Sociedade Internacional Organizações Internacionais

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(político, econômico, social, cultural...)

Sociedade Internacional Contemporânea ->Interdependência e cooperação em matériaeconômica e comercial

TRATADO INTERNACIONAL

Organizações InternacionaisMERCOSULO.M.C.

“Associação voluntária entre Estados, constituída

através de um tratado que prevê umaparelhamento institucional e permanente e umapersonalidade jurídica distinta dos Estados que acompõe, com o objetivo de buscar interessescomuns, através da cooperação entre seus

membros”(Ricardo Seitenfus)

Características

MultilateralidadePermanência

Institucionalização

Multilateralidade

RegionalismoEspaço físico delimitado (não necessariamentecontigüidade geográfica)

Ex: Mercosul

UniversalismoNão há discriminação de origem, de organizaçãopolítica ou de localização de seus membros

Ex: O.N.U.

Permanência Institucionalização

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Pretende duração indefinida – ausência delimite temporal.

Secretariado com sede fixa

I. Previsibilidade de situações

• Previsão de fatos e condutas. Estabilidade do 

sistema 

• Espaço institucional de solução de conflitos e derelacionamento interestatal. Maior grau de justiça 

das decisões coletivas 

• Juridicização das relações internacionais

II. Soberania

• Redimensionar coletivamente certascompetências nacionais (flexibilização dasoberania nacional)

Forma mais complexa de institucionalização

Delegação de competências e poderes à órgãossupra-nacionais (U.E. – T.C.C.E.E.)

III. Vontade dos Estados em aderir à O.I.

• Pressuposto da aceitação do processo decisórioda O.I.

Personalidade Jurídica

“Isto equivale a perguntar se a organização se reveste

Personalidade Jurídica

“As organizações internacionais são sujeitos

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Isto equivale a perguntar se a organização se reveste

de personalidade internacional... A este respeito, acorte constata que a Carta confere à Organização os

direitos e obrigações distintas de seus membros. Acorte sublinha, por isso, a alta missão política daorganização: de manter a paz e a segurançainternacionais. Ela conclui que a organização, sendotitular de direitos e obrigações, possui uma largamedida de personalidade internacional e que ela temcapacidade de agir no plano internacional mesmo nãosendo ela certamente um super-estado...” (Parecer de11/04/49 da C.I.J)

As organizações internacionais são sujeitos

mediatos ou secundários do direito internacional,

porque dependem da vontade dos seus membros paraa sua existência e para a concretude e eficácia dos

objetivos por ela perseguidos.”

Dependente dos objetivos e funções da O.I.

Competência normativa

Competência para criar normas jurídicas

internacionais - Direito comunitário

Competência normativa da O.I.’s

a) Com relação ao exterior

Tratados com Estados ou com O.I.’s

b) Com relação ao interior

Regulamentos:uniformização de condutas em

situações comuns

Recomendações(resoluções): soft law 

Evolução da integração

1) Zona de Preferências Tarifárias: tarifas incidentes

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O MERCOSUL

1) Zona de Preferências Tarifárias: tarifas incidentessobre o comércio entre os países membros do gruposão inferiores às tarifas cobradas de países não-membros.2) Zona de Livre Comércio: eliminação de todas asbarreiras tarifárias e não-tarifárias que incidem sobre ocomércio dos países do grupo.

• 3) União Aduaneira: adotam uma mesma tarifa àsimportações provenientes de mercados externos –

Tarifa Externa Comum (TEC)território aduaneiro comum estabelecimento dedisciplinas comuns em matéria alfandegária.

Evolução da integração

4) Mercado Comum: ‘livre circulação de pessoas e decapitais”

Art. 1º do T.As. Harmonização das legislações

5) Zona Econômica e Monetária: moeda e políticamonetária comuns. Política macro-econômica, políticacomum.

Experiências integracionistas anteriores

1960: ALALC – Associação Latino-Americana delivre Comercio

- Tratado de Montevidéo

- Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai,Chile, México, peru, Equador, Colômbia eBolívia

1980: ALADI – Associação Latino-Americana deIntegração

Novo tratado de Montevidéo

O MERCOSUL (Mercado Comum do Sul)

Tratado de Assunção:

Assinado em 26/03/1991

Membros origináriosBrasil Argentina Paraguai e Uruguai

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Assinado em 26/03/1991

Ratificado pelo Brasil em 30/10/1991

Aprovado pelo Decreto Legislativo n°197, de 25 desetembro de 1991;

Promulgado pelo Decreto 350 de 21/11/1991

Protocolo de Ouro Preto:

Ratificado em 17/12/1994

Promulgado pelo Decreto 1901 de maio/96

MERCOSUL com personalidade jurídica internacional

Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai

Venezuela é Estado-parte em processo de adesão

30 dias contados do depósito do 5º instrumento deratificação

Parceiros

Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru.

Principais instrumentos

Protocolo de Brasília para solução decontrovérsias

Interpretação, aplicação ou não cumprimento dasdisposições contidas no Tratado de Assunção, dosacordos celebrados no âmbito do mesmo, bem comodas decisões do Conselho do Mercado Comum edas Resoluções do Grupo Mercado Comum

Principais instrumentos

Protocolo de Olivos

Solução de controvérsias

Recurso de Revisão de laudos arbitraisproduzidos nos Tribunais ad hoc   para o Tribunal

Permanente de Revisão

Objeto: questões de direito e interpretação jurídicas

desenvolvidas no laudo

Protocolo de Olivos

Reclamações de particulares

Principais instrumentos

Protocolo de Ushuaia

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Reclamações de particulares

Empresas (com sede em um dos EstadosPartes) em razão de sanção ou aplicação, porqualquer dos Estados Partes, de medidaslegais ou administrativas de efeito restritivo,discriminatórias ou de concorrência desleal,em violação ao Tratado de Assunção, doProtocolo...

Protocolo de Ushuaia

Visa garantir a plena vigência das instituiçõesdemocráticas

Objetivos

Livre circulação de bens, serviços e fatoresprodutivos, do estabelecimento de uma tarifaexterna comum e da adoção de uma políticacomercial comum, da coordenação de políticasmacroeconômicas e setoriais e da harmonizaçãode legislações nas áreas pertinentes, para alcançaro fortalecimento do processo de integração.

Abertura e inserção nos mercados mundiaisReduzir risco de investimento no Mercosul,

fomentando novos investimentos de empresasregionais e estrangeiras

As 5 liberdades:

1) de circulação de bens

2) de circulação de pessoas3) de capitais4) de serviços5) de concorrência

Objetivos Estrutura organizacional

Conselho do Mercado Comum

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Incentivos aos investimentos, à produção e

à exportação, incluindo as Zonas Francas,a admissão temporária e outros regimes especiais

Órgão superior e decisórioTitularidade da personalidade jurídica doMercadoCondução política do processo de integraçãoe de decisão quanto à constituição efuncionamento do Mercosul e cumprimento deseus objetivos Funções: art. 8º P.O.P.

Art. 9º do P.O.P:Decisões e recomendações

212008

ADESÃO DA REPÚBLICA DO EQUADOR AO ACORDO DE COOPERAÇÃO EASSISTÊNCIA JURISDICIONAL EM MATÉRIA CIVIL, COMERCIAL, TRABALHISTAE ADMINISTRATIVA ENTRE OS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL, AREPÚBLICA DA BOLÍVIA E A REPÚBLICA DO CHILE

222008

ADESÃO DA REPÚBLICA DO EQUADOR AO ACORDO SOBRE ASSISTÊNCIAJURÍDICA MÚTUA EM ASSUNTOS PENAIS ENTRE OS ESTADOS PARTES DOMERCOSUL, A REPÚBLICA DA BOLÍVIA E A REPÚBLICA DO CHILE E AOACORDO COMPLEMENTAR AO ACORDO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA MÚTUA

EM ASSUNTOS PENAIS ENTRE OS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL, AREPÚBLICA DA BOLÍVIA E A REPÚBLICA DO CHILE

252008

ACORDO ENTRE OS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL E OS ESTADOSASSOCIADOS SOBRE COOPERAÇÃO REGIONAL PARA A PROTEÇÃO DOSDIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE EM SITUAÇÃO DEVULNERABILIDADE

272008

MODIFICAÇÃO DA TARIFA EXTERNA COMUM

Estrutura organizacional

Grupo Mercado Comum

É órgão executivo Funções: art.14 do P.O.P. Art. 15 do P.O.P

. Resolução (obrigatória)

R 262008 ORÇAMENTO MERCOSUL

Estrutura organizacional

Comissão de Comércio

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R 16

2008 ADDENDUM N° 1 AO CONVÊNIO DEFINANCIAMENTO ENTRE A COMUNIDADEEUROPÉIA E O MERCOSUL PARA O“PROGRAMA DE APOIO AODESEVOLVIMENTO DAS BIOTECNOLOGIASNO MERCOSUL - BIOTECH” ALA /2005/017-350

É órgão auxiliar do GMC Funções: art. 19 do P.O.P. Fiscaliza a aplicação dos instrumentos de

política comercial comum, acompanhar e revisar ostemas relativos à política comercial, dentre outras.Regular o comercio intra-Mercosul, com

terceiros países e com O.I.’s

Art. 20 do P.O.P.: Diretrizes (obrigatórias)

Estrutura organizacionalInstituições auxiliares:

Parlamento – 06/12/2006- Representa os parlamentos nacionais,

fazendo a ligação entre estes últimos e o

Mercosul.- Representa os interesses dos cidadãosdos Estado-parte.

- Realização rápida da política.Secretaria Administrativa

- É responsável pela função de arquivo.Foro Consultivo Econômico Social

- É órgão consultivo.

Estrutura organizacional

Parlamento do Mercosul

Comissão de Representantes Permanentes do MercosulReuniões de MinistrosForo de Consulta e Concertação PolíticaForo Consultivo Econômico e Social,Subgrupos de TrabalhoReuniões EspecializadasComitêsGrupos AD HOCGruposComissão Socio-LaboralComitês Técnicos

Normas derivadas

P i t d ó ã dif t

Classificação (de acordo com o órgão do qualemanam e da forma de sua incorporação)

1. Decisões: obrigatórias

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Proveniente de órgãos diferentes, asnormas derivadas têm natureza diferente,podendo ser denominadas decisões,resoluções, diretrizes, propostas ourecomendações.

Art. 42 do P.O.P.

C.M.C

2. Resoluções: obrigatórias G.M.C

3. Propostas e Diretrizes: Só a proposta obriga C.C

4. Recomendações Originárias da Comissão Parlamentar comum

Aula 10

A ONU – considerações geopolíticas

TRATADO CONSTITUTIVO

25 de junho de 1945: 51 países assinaram a Cartade São Francisco.

Brasil: aprovou a Carta da ONU em 4 de setembro

de 1945, pelo decreto-lei 7.935 e a promulgou em22/10/1945, através do decreto 19.841, quandopassou a ser membro.

Vigência a partir de 24 de outubro de 1945, quandoratificada pela maioria dos signatários.

DEFINIÇÃO

A ONU é organização internacional, sendo A ONU conta até o presente momento

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A ONU é organização internacional, sendoa arena mais universal para a negociação

de normas internacionais, mas quetambém assume posições e produz idéiasdentro dos limites estabelecidos pelosEstados que a constituíram.

A ONU conta até o presente momentocom 192 países membros, tendo sido a

Sérvia e Montenegro as últimas adesõesem 28/06/2006.

Os Estados membros dividem-se em:

- Originários: art. 3º DA CARTA.. Os 50 membros signatários que participaram

da conferência de são francisco ou que assinarampreviamente a declaração de 1942.

- Todos os demais amantes da paz:

Art. 4º (Cláusula aberta) 201 Estados

. Por decisão favorável da assembléia geral erecomendação do conselho de segurança

Definição

Organização internacional universal.

Objetivos (propósitos e princípios)

- Motivos que levaram à criação da ONUPreâmbulo: “reafirmar a fé nos direitos

- Objetivos: art. 1º DA CARTA DA ONU

. Paz e segurança internacionais:

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. Preâmbulo: reafirmar a fé nos direitosfundamentais do homem, na dignidade e no valor do

ser humano, na igualdade de direitos dos homens edas mulheres, assim como das nações grandes epequenas...” (...) “ E para tais fins, praticar atolerância e viver em paz, e unir nossas forças paramanter a paz e a segurança internacionais e agarantir que a força armada não será usada a a nãoser no interesse comum...”

- Consagra a ilegalidade do uso unilateral daforça, exceto quando utilizado individual oucoletivamente para defender um interesse comum.

g“A idéia essencial consiste na possibilidade de

existirem ações preventivas por parte dasnações unidas. Por conseguinte a ONU nãopretende agir somente de forma a restaurar apaz, mas igualmente tomar iniciativas queimpeçam sua ruptura. Neste caso o inimigo acombater não será apenas a guerra, mas aameaça de guerra.”(Seitenfus)

Objetivos: art. 1º DA CARTA DA ONU

Igualdade de direitos e autodeterminaçãodos povos a busca pelodesenvolvimento de relações amistosasentre os estados tem como base orespeito aos princípios da igualdade

  jurídica entre eles e no daautodeterminação dos povos.

Com relação à preservação do princípio daautodeterminação dos povos, a ONUestabeleceu um sistema de tutela visandoproteger os territórios ainda sob dominação elevá-los a alcançar a independência e aodesenvolvimento.O art. 83 da carta, excepciona a atuação dosistema de tutela quando tratar-se de zonaestratégica, ficando a aprovação dascondições da tutela subordinada ao conselho

de segurança.

Cooperação para resolver problemasinternacionais de caráter econômico, social,cultural ou humanitário e para promover e A ONU deve funcionar como um ponto de

encontro de todos os estados da sociedade

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estimular o respeito aos direitos humanos (...)

para alcançar este objetivo, a carta, emseu Art. 61 prevê a criação do ConselhoEconômico e Social (ECOSOC)“que é o órgão principal de coordenação dasatividades econômicas e sociais da ONU e deseus organismos e instituições especializadas

  – que constituem o que chamamos desistema (ou a família) das nações unidas”

encontro de todos os estados da sociedadeinternacional, cujo objetivo é o de orientar eharmonizar as suas atividades particulares nosentido de um objetivo comum.

Princípios gerais: art. 2º DA CARTA DA ONU

A universalidade dos princípios consagradosna carta da ONU, assegura o intento daorganização de que sejam aplicáveis à toda

sociedade internacional, constituindo umverdadeiro tratado-onstituição, já que contémprincípios fundamentais a ela.

Norma imperativa

Princípios gerais: art. 2º DA CARTA DA ONU

1) igualdade soberana dos estadosTrata-se em verdade de igualdade jurídica e não

econômica, política ou social. É princípio geral do DI, segundo o.qual, todos os

Estados devem gozar dos mesmos direitos edeveres. Sofre contradição, já que se reflete naestrutura da Assembléia Geral, na qual cadaEstado tem direito a um voto, mas perde significadocom o Conselho de Segurança, cujos membrospermanentes (big five) possuem poder de veto querepresenta a própria concepção aristocrática inicial

da organização.•

Princípios gerais: art. 2º DA CARTA DA ONU

2) boa-fé nas relações nas relações entre osmembros da ONU e no cumprimento das

- Discute-se a possibilidade da ONU fazer exigênciado cumprimento deste princípio aos Estados quenão parte.

- Art. 2º item da Carta: Ideal de fazer com que osEstados não membros ajam de acordo com osprincípios inclusive pela boa fé

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membros da ONU e no cumprimento dasobrigações que delas resultam.

A convenção de Viena sobre tratadosestabelece em seu art. 26 que os Estadosdevem cumprir as obrigações oriundas de umtratado em vigor, de boa-fé.

princípios, inclusive pela boa fé.- No entanto, como exigir de um estado que não

ratificou a carta da ONU (art. 26 da cvt) a obediênciaaos seus princípios? Há quem entenda que o princípio da exigência de

cumprimento pelos estados não membros pode seraplicado se no intuito de alcançar a paz e asegurança internacionais, mas é inegável que dianteda soberania estatal só se poderia exigir dosestados não membros a obediência a este princípioquando partisse de uma deliberação dos próprios.(V. Artigo 35, 2);

3) solução pacífica dos conflitos entreestados: Capítulo VI;

4) vedação à guerra da conquista.

Este princípio consagra o respeito àintegridade territorial e ao governo(independência política). Importa ainda emrenuncia ao uso da força, o que remete aoitem anterior;

5) Assistência à ONU em qualquer ação aque ela recorrer (assistência positiva) eabstenção de auxílio ao Estado contra oqual a ONU agir de modo preventivo oucoercitivo (assistência negativa).Neste sentido, confirmasse o entendimentode que um estados neutro (Suíça) não deveintegrar a ONU, já que assim fosse estaria eleobrigado a prestar assistência, inclusive comenvio de forças armadas. Os estados neutros

devem abster-se de discussões bélicas;

6) Fazer com que os estados não membroscumpram os princípios previstos na carta

7) Não intervenção.

Este princípio visa garantir a autodeterminação e asoberania estatal.

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cumpram os princípios previstos na carta.É princípio universalista e deve estarvinculado ao objetivo de manutenção da paze segurança internacionais;

soberania estatal.No entanto, este princípio encontra sua exceção no

disposto no capítulo VII que trata das ações relativas aameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão.Estas medidas são deferidas pelo conselho de segurançana hipótese de existência de ameaça à paz ou de suaruptura, ou ainda de atos de agressão por parte de um oumais Estados (atos que extravasem a jurisdição estatal),que poderá decidir pela aplicação do emprego das forçasarmadas ou de interrupção, completa ou parcial, das

relações econômicas.A intervenção permitida pelos artigos 39 e seguintes dacarta é de exclusiva competência das nações unidas comoum todo e não de um só estado.

- O princípio do domínio reservado, analisadono item acima, encontra fundamento norespeito a assuntos que dependam

essencialmente (melhor exclusivamente) da  jurisdição estatal. Quais seriam, segundo adoutrina, os assuntos essencialmenteinternos?

Critério jurídico: não constitui assunto de  jurisdição interna aquele objeto de tratadointernacional (bilateral ou multilateral) firmadopelo Estado. Quando firmam tratados “osEstados assumem obrigações internacionaisque limitam o que seria o seu direito soberanode decidir por si próprios”Pareceres de 30-05/50 e de 18/7-50 da CIJ(tratado de paz entre Bulgária e Romênia).

critério político: “há questões que, emprincípio são de relevância interna mas que

Estrutura organizacional

Assembléia geral: capítulo iv da carta dasNU

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princípio, são de relevância interna, mas quepodem se tornar de relevância internacionalquando a sua existência afete as relaçõesinternacionais, mais concretamente, afete apaz e a segurança internacionais.”

Este critério sofre a crítica de ser menospreciso, apoiando-se na eventual repercussão

internacional de questões internas.•

NU.

. Membros: todos os estados-membros, comdireito a um voto, estão representados naassembléia geral. Cada membro érepresentado por no máximo 5 delegados e 5suplantes;

Conselho de segurança: capítulo 23 da carta.

- A grande controvérsia que se estabelece é quanto adiferença de status entre os membros do C.S. e os demaismembros da ONU.- Funções:

Principal responsabilidade: manutenção da paz eda segurança internacionais, de acordo com os propósitose princípios da carta: Art. 24 da carta;

 – - Examinar qualquer controvérsia ousituação suscetível de provocar atritos internacionais;

 – - Recomendar métodos para o acertode tais controvérsias ou as condições para a solução;

Conselho de segurança: capítulo 23 da carta.

Principal responsabilidade: manutenção da paze da segurança internacionais, de acordo com ospropósitos e princípios da carta (Art. 24);

- Examinar qualquer controvérsia ousituação suscetível de provocar atritosinternacionais;

- Recomendar métodos para o acerto de taiscontrovérsias ou as condições para a solução;

Conselho de segurança: capítulo 23 da carta.

. Membros

Conselho de segurança: capítulo 23 da carta.

. Votação:

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15 membros divididos em:

5 permanentes: EUA, RÚSSIA, GRÃ-BRETANHA, FRANÇA e CHINA (Art. 23)

10 não permanentes: eleitos pela A.G:Argentina (até 2006), Grécia (até 2006), Catar(até 2007). Republica do Congo (até 2007), Japão(até 2006), Eslovaquia (até 2007), Dinamarca (até

2006), Perú (até 2007), República Unida deTanzanía (até 2006) e Ghana (até 2007). Omembros têm mandato de até 2 anos.

ç

Cada membro terá um voto: Art. 27.Membros permanentes: unanimidade, o

que consubstancia um verdadeiro poder deveto;

Questões processuais: voto de 9 membros;

Outros assuntos: voto de 9 membros,

incluindo os 5 votos dos membros permanentes;

Aula 11

Modos de solução de litígiosinternacionais

SOLUÇÕES PACÍFICAS

Jurisdicionais

Tribunais Internacionais Permanentes Tribunal Internacional do Mar Tribunal Penal Internacional

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Corte Internacional de justiça (art. 36 Estatuto daCIJ). Cláusula facultativa de jurisdição obrigatória.. Resolução de Berlim de 1999

Mecanismos cada vez mais multilaterais

Consentimento dos Estados como fundamento dacompetência das cortes e tribunais internacionais.

Tribunais ad hoc 

Tribunais Regionais Tribunal das Comunidades Européia

Corte Interamericana de DDHH .

Não Jurisdicionais

Meios diplomáticos- Negociações diretas, congressos e

conferências, bons ofícios, mediação eoutros

Arbitragem

SOLUÇÕES COERCITIVAS

Retorsão

“Quando o Estado ofendido aplica ao Estadoofensor as mesmas medidas ou os mesmosprocessos que este empregou ou empregacontra ele” (H. Acciolly)

• O ato violador não é proibido pelo Direito, mascausa prejuízo.

• Atos de soberania de um Estado que podem

Represálias

São medidas coercitivas mais ou menos

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colocar outro Estado em posiçãodesvantajosa.

• Exemplos legítimos de retorsão: aumentoexagerado dos direitos de importação de outroEstado; concessão de certos privilégios ou

vantagens nacionais a determinado Estado,dentre outras.

violentas, contrárias a certas regras ordináriasdo direito das gentes, empregadas por umEstado contra o outro, que viola ou violou oseu direito ou de seus nacionais.

• O ato violador é proibido pelo Direito;

• Não necessariamente há identidade de

medidas.

• Há vias de fato.

Embargo

Consiste no seqüestro, em plena paz, denavios e cargas de nacionais, de um Estado

estrangeiro, ancorados em portos ou emáguas territoriais do Estado que adota estemeio coercitivo.

• É forma especial de represália.• Pouco utilizado pois geralmente leva à guerra.

Bloqueio pacífico (bloqueio comercial)

Visa impedir, por meio de força armada, as

Boicotagem

É medida pela qual um Estado ou seus

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comunicações com os portos ou as costas deum país ao qual se pretende obrigar aproceder de determinado modo.

- EUA só admitem em caso de guerra

nacionais adotam para obrigar outro Estado amodificar sua atitude considerada agressivaou injusta. (Coréia do Norte, ataque de Israelao comboio que levava ajuda humanitária aGaza)

• É a interrupção de relações comerciais comum Estado considerado ofensor dos nacionaisou dos interesses de outro Estado.

• Via de regra não leva a responsabilidade doEstado que a adota. (exceção se boicote foide particulares)

Rupturas das relações diplomáticas

• Usada com um sinal de protesto contra umaofensa recebida ou como meio de levar oEstado contra o qual é adotada a aceitardeterminadas medidas ou procedimentos.

• Art. 41 da Carta da ONU.

• Entrega de passaporte ao agente diplomáticodo estado a que se aplica ou retirada doagente diplomático da capital do estado que

adota a medida.,

Aula 15

- Problema mundial. Diversas iniciativas por parte da sociedadeinternacional

P t l d K t

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Aula 15Direito Internacional do meio ambiente

- Protocolo de Kyoto.

- Convenção da ONU sobre diversidadeBiológica

- 1992: Conferência da ONU sobre meioambiente e desenvolvimento (RJ)

- Tentativa de criar princípios gerais de

Direito Ambiental – tecnicamenteobrigatórios – jus cogens.

Declaração de Estocolmo (1972) – DireitoInternacional do Direito Ambiental

Convenção sobre diversidade biológica e aConvenção-Quadro sobre mudanças climáticas –abordagem holística de problemas ambientaisglobais – formulação do Dir. Int. M.A

Declaração do Rio – ações para efetiva tutela jurídica do meio ambiente.

- PRINCÍPIOS INTERNACIONAIS

Direito ao desenvolvimento -> direito dosEstados formularem e implementarem suaspolíticas de proteção ao meio ambiente de

acordo com a promoção dos direitos humanos ede contribuir para e participar dodesenvolvimento cultural, social, econômico epolítico. Declaração da ONU sobre o direito aodesenvolvimento. (2001) – Aplicável ao todosos Estados (desenvolvidos ou emdesenvimento).

Soberania permanente sobre os RecursosNaturais  –> evitar o controle de fato por parte

Patrimônio comum da humanidade -> limitado peloprincípio da soberania permanente s. as reservas

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dos países desenvolvidos sobre as reservasnaturais dos países em desenvolvimento. “OsEstados têm direito soberano de explorar seusrecursos naturais de acordo com suas própriaspolíticas nacionais.”

naturais. Determinados recursos são comuns a toda a

humanidade (alto-mar e espaço sideral) – Convenção-quadro sobre Mudanças climáticas e Convenção s.diversidade biológica (preocupações comuns),Convenção s. direito do mar, Tratado sobre osprincípios reguladores das atividades dos Estados naexploração e uso do espaço.

Responsabilidade comum mais diferenciada -> “oônus pela solução de importantes problemasambientais do planeta são imputados aos paísesdesenvolvidos (e mais recursos econômicos).

Protocolo de Montreal sobre substâncias quedestroem a camada de ozônio” – destinado a financiaras medidas necessárias para que os países emdesenvolvimento reduzam suas emissões de gasesdilapidantes da camada de ozônio através decontribuições substanciais obrigatórias dos paísesdesenvolvidos.

Princípio da precaução -> Havendoameaças de danos sérios e irreversíveis aomeio ambiente, a falta de certeza científica

absoluta não deve ser usada para adiar aadoção de medidas economicamente viáveisdestinadas a evitar ou reduzir os danosambientais em questão (Declaração do Rio).

Poluidor pagador -> “alocação daresponsabilidade pelos custos ambientaisassociados à atividade econômica.

Dever de não causar dano ambiental ->os Estadostêm o dever de assegurar que as atividadesdesenvolvidas sob sua jurisdição ou controle não

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Ferramenta que permite aos Estadosconduzirem os atores econômicos a arcar comtodos os custos dos impactos negativos daprodução de bens e serviços mesmo antesque estes venham a ocorrer. (tarifas especiaise outras sanções econômicas pelainadequação ambiental na produção de bense serviços).”

desenvolvidas sob sua jurisdição ou controle não

venham a causar danos ambientais em áreas que seencontrem além dos limites de suas respectivas  jurisdições nacionais. Controle estatal da atividadesdesenvolvidas pelos particulares. (fronteiriças)

. Desenvolvimento sustentável

“Uso racional e equilibrado dos recursosnaturais, de forma a atender ás necessidadesdas gerações presentes, sem prejudicar seu

emprego pelas gerações futuras.Desenvolvimento econômico com melhoriasocial das condições de todos os sereshumanos e em harmonia com a natureza.”: