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BELO HORIZONTE • ABR/MAI DE 2008 • ANO 7 • NÚMERO 35 • UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA UBQ 9912202740/2007-DR/MG UBQ Em um show de muita criatividade e técnica, realizado em maio, durante a XVII Convenção Mineira de Círculos de Controle da Qualidade, grupos de CCQ, demonstraram como superar limites e vencer desafios na elaboração de trabalhos de sucesso. CCQ: criatividade para vencer desafios Entrevista: Desafios na promoção da saúde. Página 6 Inscrições abertas para apresentação de trabalhos na III Convenção Mineira de Grupos de Melhoria. Página 7 Artigo A verdadeira imoralidade pública. Página 8 SÉRGIO FALCI CLÓVIS CAMPOS ARQUIVO PESSOAL ACERVO UBQ Fechamento autorizado. Pode ser aberto pela ECT.

CCQ: criatividade para vencer desafios - Início - UBQ · o programa 5S foi implantado dentro da empresa. A segunda foi à Refinaria Gabriel Passos – Regap / Petrobras, que mos-trou

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BELO HORIZONTE • ABR/MAI DE 2008 • ANO 7 • NÚMERO 35 • UMA PUBL ICAÇÃO B IMESTRAL DA UBQ

9912202740/2007-DR/MG

UBQ

9912202740/2007-DR/MG

UBQ

Em um show de muita criatividade e técnica, realizado em maio, durante a XVII Convenção Mineira de Círculos de Controle da Qualidade, grupos de CCQ, demonstraram como superar limites e vencer desafios na elaboração de trabalhos de sucesso.

CCQ: criatividade para vencer desafios

Entrevista:Desafios napromoção da saúde.Página 6

Inscrições abertas para apresentação de trabalhos na III Convenção Mineira de Grupos de Melhoria.Página 7

ArtigoA verdadeira imoralidade pública.Página 8S

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2SINERGIA UNIÃO BRASILEIRA PARA A QUALIDADE ABRIL E MAIO DE 2008 NÚMERO 35

3 NÚMERO 35 ABRIL E MAIO DE 2008 UNIÃO BRASILEIRA PARA A QUALIDADE SINERGIA

Um dos pilares de atuação da UBQ é o programa de visita técnica, que tem como objetivo proporcionar aos participantes um espaço de interação e in-tegração, quando profissio-nais de diferentes empresas têm a oportunidade de conhe-cer em outras organizações, práticas e modelos de gestão de sucesso. Só no primeiro semestre desse ano já foram realizadas três visitas a gran-des instituições mineiras. A primeira aconteceu na V&M do Brasil, que apresentou como o programa 5S foi implantado dentro da empresa. A segunda foi à Refinaria Gabriel Passos – Regap / Petrobras, que mos-trou o seu modelo de gestão ambiental.

A terceira e mais recente vi-sita foi realizada no dia 10 de junho, ao hangar de manuten-ção da Gol Transportes Aéreos, no Aeroporto Internacional Tan-credo Neves, em Confins. Du-rante o encontro, os participan-tes, representantes de várias empresas de Minas, acompa-nharam o trabalho desenvolvi-do na manutenção das aerona-

ves. De acordo com o gerente geral de controle de qualidade da Gol, Ricardo Fulton Lucas, o programa é de grande im-portância para todos aqueles que trabalham na dissemina-ção e difusão das práticas de qualidade. “Entendemos que o intercâmbio é um dos meios mais efetivos para se expandir a cultura da qualidade. Quem deseja progredir a passos lar-gos na gestão pela qualidade

precisa identificar e conhecer as melhores práticas e uma das formas de se atingir este obje-tivo é conhecer as empresas que estão engajadas no desen-volvimento deste modelo de gestão. Por isso, acredito que o programa de visita técnica só tem a acrescentar”, avaliou.

Se por um lado o programa gera bons resultados para sua realizadora, a UBQ, ele também beneficia tanto as empresas

que “abrem as portas” quanto os participantes desse projeto de intercâmbio e troca de ex-periências e conhecimentos. “Qualidade não é um segredo que temos que guardar a sete chaves. A inclusão da equipe de qualidade da empresa na comunidade mineira é, em nos-sa opinião, um passo impor-tante para o desenvolvimento de futuros relacionamentos e de oportunidades para apren-dizado e troca de informação. Esperamos participar de outras visitas e termos a oportunidade de ver soluções que outras em-presas estão dando para pro-blemas semelhantes aos que temos no nosso ramo de ativi-dade”, acrescentou Fulton.

Para Paulo Renato de Sou-sa, que trabalha na área de lo-gística de manutenção da Pon-tifícia Universidade Católica – PUC Minas e no Centro Uni-versitário Newton Paiva, a visita à Gol foi produtiva e enriquece-dora. “Foi fantástico participar desse programa, pois tudo que presenciei na Gol se aplica ao meu trabalho. Só tenho elogios a fazer”, destacou.

Rua Timbiras, 1200 -3º andar - Funcionários 30140-060 - Belo Horizonte - MG

Fone/fax: (31)3274-3200 - www.ubq.org.bre-mail: [email protected]

Presidente:

Mauricio Roscoe

Diretor Financeiro:Erick Carvalho Soares Travaglia e Faria

Diretor Administrativo: Washington Eustáchio de Freitas

Diretores Executivos:Cláudia Maria Araújo Esteves

Dhenyse Estrada Brandão Elaine Emar Ribeiro César

Jorge MizeraniMárcio Bambirra

Maria Helena Batista Murta Maria Nice de Faria Fonseca Paulo Roberto Carneiro Leite

Ronaldo Simão

Conselho Fiscal André Luiz Gomes

Dorico Cipriano da Silva NetoWander Lúcio Francisco Prado

Conselho Deliberativo Caio Múcio Barbosa Pimenta

Cláudio Bruzzi Boechat Celso Renato Pitanguy Lucena

Denis de Lima Souza Maria Teresa de Azeredo Roscoe

Neuza Maria Dias Chaves Regina Coeli Chassin Drumond

Sávio Gabriel Felipe Quintão

Equipe GerencialFátima Teixeira - Gerente Administrativo-

FinanceiraRenato Valle - Diretor Executivo

Valéria Versiani - Gerente de Eventos

Jornalista Responsável e Editor:Sérgio Stockler (MTb 5.741-MG)

Redação: Pollyanna AlcântaraProjeto Gráfico: Pedro Miranda

Impressão: Gráfica Del Rey

Hangar de manutenção de aeronaveS é Homologado pela agência nacional de aviação civil (anac).

Nem todas as organizações devem adotar os Círculos de Qualidade e outros mé-

todos participativos de gestão.As empresas reconhecidas

por meio de prêmios estaduais, nacionais e aquelas consideradas as melhores para se trabalhar, de-monstram que somente as orga-nizações que têm vocação para a excelência, fazem esta opção. Algumas destas empresas já prati-cam tais métodos há mais de vinte anos e a UBQ tem tido dificuldade para alocar um espaço que com-porte todos os participantes nas Convenções de Círculos de Con-trole da Qualidade (CCQ).

Há 17 anos criamos este even-to com o objetivo de proporcionar às empresas de Minas Gerais, uma “vitrine” para expor a criativi-dade e a competência dos talentos descobertos nas organizações em seu dia-a-dia. É gratificante ver na platéia, a presença dos gerentes e diretores destas empresas, pres-tigiando as equipes que se apre-sentam como fazem os pais ao comparecerem com orgulho a um evento dos filhos.

A cada Convenção percebe-mos a evolução das equipes, não apenas no uso do método e apli-

cação das técnicas, mas na matu-ridade para participarem e serem avaliados. As convenções da déca-da de 90 eram como um campeo-nato esportivo, cujo time vencedor comemorava feliz enquanto os de-mais, desestimulados, iam dar tra-balho para os coordenadores por alguns meses. Hoje, podemos ver que as equipes permanecem pre-sentes após o evento, para come-morarem juntas, trocarem e-mails e combinarem visitas posteriores.

Outro aspecto da evolução é a busca das equipes por um nível de informação mais elevado, não se limitando ao conhecimento exis-tente na empresa. Realizam pes-quisas pela internet, correm atrás de literaturas especializadas e isso se reflete nitidamente no conteúdo dos trabalhos e na forma como são apresentados.

Há, porém, aqueles que ainda não investem em métodos partici-pativos, insistindo no paradigma “nós não temos tempo”. Muitas ve-zes não estão atentos para o fato de ser este um investimento pe-queno, mas de retorno altamente elevado. Se considerarmos que um empregado trabalha oito horas por dia durante cinco dias por semana, chegaremos a 160 horas por mês.

Se dedicar uma hora por semana em melhorias, e depois mais duas horas para a implantação das so-luções, serão seis horas por mês, o que significa 3,7% do tempo to-tal, empregado em melhorias. É realmente muito pouco o que se investe em comparação aos tantos resultados.

Mesmo que seja pequeno o retorno por projeto, o somatório deles causa um grande impacto, além de transformar a empresa em um núcleo de conhecimento em que, o desafio e a habilidade dos operadores entram em uma dinâ-mica constante.

Por fim, gostaria de refletir com os leitores sobre as razões para se implementar na empresa o CCQ ou outros métodos que desenvolvam as equipes. Para amenizar a busca desenfreada do benefício individual e cami-nhar em direção do bem comum é preciso enfraquecer a competi-ção interna e desenvolver a mus-culatura da cooperação. Cumprir uma tarefa ou realizar uma tare-fa? Fazer da atividade uma obri-gação ou um caminho de apren-dizagem, de descobertas sobre si mesmo e sobre os outros? É uma questão de visão.

Editorial

neuza maria diaS cHaveS - conSultora do inStituto de

deSenvolvimento gerencial,ex-preSidente e conSelHeira da

união BraSileira para a qualidade (uBq).

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Programa de visita técnica gera bons resultados e satisfação dos participantesAlgumas razões para

investir no CCQ

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5 NÚMERO 35 ABRIL E MAIO DE 2008 UNIÃO BRASILEIRA PARA A QUALIDADE SINERGIA

Encenações teatrais, sho-ws musicais, paródias de programas televisivos e de

filmes que foram grande sucesso de bilheteria, como por exemplo, “Matrix”. Foi em meio a este clima, regado a muita criatividade, vibra-ção, emoção e entusiasmo, que os grupos de CCQ comandaram a XVII Convenção Mineira de Cír-culos de Controle de Qualidade, promovida pela UBQ, no dia 15 de maio, no Minascentro.

Os mais de 1.500 participan-tes que estiveram presentes no evento acompanharam a apre-sentação dos trabalhos desenvol-vidos por estes grupos, represen-tantes das maiores empresas de Minas Gerais.

A medalha de ouro, maior destaque do evento, foi concedi-da ao grupo “Matrix CCQ”, da Ce-mig Geração e Transmissão S/A, com o trabalho “Ineficiência na Vedação das Comportas da Suc-ção”. Devido a vazamentos pelas comportas da sucção das usinas hidrelétricas, surgiu a necessida-de de se utilizar recursos adicio-nais para melhorar a vedação de forma a possibilitar serviços na caixa de pressão, turbina, sucção e demais componentes.

A solução encontrada pelo grupo “Matrix” foi adaptar molas arqueadas, muito mais resisten-tes, no lugar das retas, que não resistem à sobrecarga provocada pelas guias estreitas. Os resulta-dos alcançados pelo grupo foram surpreendentes, tais como: 322

minutos de redução no tempo total do procedimento; economia de energia devido aos 177 minu-tos de redução no tempo total de funcionamento das bombas, que era de 305min; redução no tempo de execução, de mão-de-obra e de exposição a riscos de 675min para 353min. O resultado mais sa-tisfatório de todo o projeto foi a re-dução do custo de trabalho, que era de R$37.670,00 e passou a ser de R$14.366,00, o que corres-ponde a uma diminuição de 62% no custo total do trabalho.

De acordo com o líder da equi-pe “Matrix CCQ”, Chárbel José Nader, todo o grupo ficou muito feliz com o reconhecimento do trabalho aplicado. “Toda vitória é muito gratificante e esta está sen-do muito mais, pois concorremos com projetos de alto nível técnico. Estamos sendo campeões pela segunda vez consecutiva e a im-portância de estar presente neste evento é muito gratificante para to-dos nós, pois o CCQ está sempre buscando melhores práticas para todos os serviços. Presenciamos aqui hoje trabalhos que geravam grandes riscos para a saúde e bem-estar do trabalhador, mas hoje, com os projetos desenvolvi-dos pelos grupos de CCQ, possi-bilitam a todos excelentes condi-ções de trabalho”, revelou.

O grande vencedor da XVII Convenção Mineira de Círculos de Controle de Qualidade, “Matrix CCQ’, da Cemig Geração e Trans-missão S/A, representará o estado

de Minas Gerais, através da apre-sentação do seu trabalho no 24ª Congresso Nacional de Círculos de Controle da Qualidade, a ser realizado no Rio de Janeiro.

Outros premiados

Em segundo lugar ficou o grupo “Sem Stress”, da empresa RDM / Urucum Mineração, com o trabalho “Ineficiência no sis-tema de alimentação dos silos primários fornos”. Como tercei-ro colocado, ficou o grupo “Ele-trotrilhos”, da Vale, que expôs o trabalho “Redução do número de acidentes devido veículos fora do marco”.

Ao todo foram apresentados oito trabalhos de outras grandes empresas, como: Arcelor Mittal Inox Brasil, com o grupo “Brasil”, que apresentou o trabalho “Edfo-

ra”; a Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra), com o grupo “Sensa-ção”, que mostrou o trabalho “Mi-nha Nada Mole Vida”; a Comau do Brasil, grupo “Cronos”, com o programa “Aumento da Produtivi-dade da Equipe Manutenção da área de utilidade e meio ambien-te”; Usiminas Mecânica S/A, gru-po “Força Tarefa”, projeto “Cam-bão Flex” e Gerdau Açominas, com a equipe “Gerdau’ e o proje-to “Redução de tempo de parada dos convertedores por falhas na sub-lança, durante momentos de amostragem e durante o sopro”.

Para o diretor executivo da UBQ, Renato Valle, a XVII Conven-ção de CCQ superou as expec-tativas. Ele destaca três fatores que, segundo ele, comprovam o sucesso alcançado pelo evento. “Esse ano o programa mudou o perfil novamente, pois até então a convenção de CCQ era realiza-da juntamente com a Convenção

Mineira de Grupos de Melhoria. A pedido dos grupos de coorde-nadores, decidimos realizar cada uma em um momento diferente. Com isso registramos que o nú-mero de empresas inscritas no

CCQ foi superior ao dos anos passados: tínhamos em média 10 empresas entre CCQ e Gru-pos de Melhoria e este ano, só de CCQ totalizamos oito empresas. A segunda alegria é em número

de participantes porque, de uma forma muito positiva, consegui-mos manter um público da or-dem de 1000 participantes, o que é bem significativo para poder manter o reforço da convenção. Já o terceiro fator de sucesso está associado à qualidade téc-nica dos trabalhos. Os grupos têm se superado cada vez mais. Tivemos a oportunidade de con-ferir a realização de trabalhos de extrema complexidade com ex-trema simplicidade de solução ao mesmo tempo”, explicou.

O diretor ainda ressaltou que os grupos estão cada vez mais decididos e muito mais ob-jetivos em relação às atividades do CCQ, não só na escolha dos

temas e na elaboração do traba-lho, mas também na formulação dos resultados, quando há uma preparação muito maior. “Perce-bo que os grupos têm estudado mais sobre seus projetos, assim como têm evoluído no conheci-mento e cada vez mais, estão uti-lizando as ferramentas como um instrumento poderoso na solução de problemas”, acrescentou.

A Convenção tem o objetivo de reconhecer, premiar e divul-gar os trabalhos desenvolvidos por esses grupos, que através da utilização de técnicas e ferra-mentas da qualidade, com base na metodologia do MASP/ PDCA solucionam problemas comuns no ambiente de trabalho.

Criatividade e alto nível técnico marcam a XVII Convenção Mineira de Círculos de Controle de Qualidade (CCQ)

pela Segunda vez conSecutiva equipe da cemig geração e tranSmiSSão S/a comemora título de campeã.

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grupo “Sem StreSS”, da empreSa rdm / urucum mineração, receBe com alegria a Segunda colocação.

“eletrotrilHoS”, da vale, Fica em terceiro lugar com o traBalHo “redução do número de acidenteS devido veículoS Fora do marco”.

Critérios de avaliação

Segundo o coordenador da comissão avaliadora, Ivair de Souza Oliveira, o principal critério de avaliação é o da tomada de decisão. “Analisamos em todos os trabalhos se as decisões tomadas por aque-le determinado grupo foram baseadas em dados e fatos. Ou seja, se antes de decidir por um ou outro caminho, a equipe levantou todos os dados possíveis, se realmente aplicou com eficiência as ferramentas de qualidade que fazem chegar às conclusões em cada uma das etapas de solução do problema. Nossa preocupação é saber se o grupo ab-sorveu o conhecimento necessário e se consegue aplicar este mesmo conhecimento na solução de problemas cada vez mais complexos. Em seguida, verificamos os resultados econômicos alcançados, a apresen-tação do projeto no palco e a criatividade”, destacou o coordenador.

Para Oliveira, a edição do CCQ 2008 foi marcada pelo alto nível técnico dos trabalhos apresentados.

A integrante da comissão avaliadora, Eugênia Carla Nicolatto, par-tilha da mesma opinião. De acordo com ela, os projetos foram de um nível elevadíssimo. “Diria que muitas vezes, são profissionais de nível técnico, mas que se apresentam no evento como profissionais pós-graduados”.

Conheça um pouco mais sobre o CCQ

O CCQ (Círculos de Controle da Qualidade) é constituído por um grupo de pessoas voluntárias que atuam continuamente nos seus lo-cais de trabalho, utilizando técnicas da qualidade para solucionar pro-blemas. Este grupo vai desenvolver atividades que buscam melhorar e renovar a área de trabalho em que atua. O CCQ cresce em uma organi-zação quando seu grupo utiliza métodos e ferramentas de controle da qualidade e as empregam através de um desenvolvimento contínuo e da participação de todos.

Os circulistas – pessoas que participam do CCQ - têm como obje-tivo a multiplicação do conhecimento. As empresas que utilizam os mé-todos de CCQ resgatam em seus funcionários a harmonia e o espírito de trabalho em equipe, possibilitando aos empregados desenvolverem suas tarefas com mais dedicação e entusiasmo.

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7 NÚMERO 35 ABRIL E MAIO DE 2008 UNIÃO BRASILEIRA PARA A QUALIDADE SINERGIA

PMGA realiza cursos de preparação para a banca examinadora e divulga instruções para candidatura no ciclo 2008

Abertas inscrições para apresentação de trabalhos na III Convenção Mineira de Grupos de Melhoria

Sinergia: O que é saúde para a UBQ?

elaine: Para a UBQ, o concei-to de saúde não precisa estar vinculado ao conceito de do-ença. Não significa, estritamen-te, ausência de doença. É uma aptidão natural que pode ser desenvolvida e continuamente melhorada. É um bem essencial, precioso, individual, indivisível e primordial à liberdade, resultan-te do atendimento a adequadas condições de alimentação, habi-tação, saneamento, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liber-dade, acesso e posse de terra e acesso a serviços de saúde. A saúde das pessoas e da coleti-vidade não pode ser o resultado da atuação isolada de uma única profissão, mas, sim, de ativida-des sinérgicas multiprofissionais e transdisciplinares.

Sinergia: O compromisso da UBQ com questões relaciona-das à saúde está inserido em sua missão?

elaine: Sim. A razão de ser da diretoria de qualidade na saúde da UBQ é contribuir de forma éti-ca e transparente para a difusão de conceitos, princípios, valores e melhores práticas de proteção, promoção e recuperação da saúde individual e coletiva. São disseminadas, também, compe-tências essenciais e estratégicas para a gestão de alto desempe-nho de serviços de saúde.

Sinergia: Que atividades refe-rentes à área da saúde são de-senvolvidas na UBQ?

elaine: Há dez anos a UBQ vem realizando e participando de palestras e seminários em organizações de diferentes se-tores, naturezas e portes, abor-dando temas relacionados à saúde, segurança e ergonomia e aos fatores que mantêm o am-biente de trabalho propício ao bem-estar, à satisfação e moti-vação das pessoas.

Quando assumi, em 2002, a função de Diretora de Quali-dade na Saúde, nosso grupo de trabalho decidiu ampliar a visão de futuro desta diretoria. Querí-amos, a curto prazo, ser reco-nhecidos e valorizados como uma equipe multiprofissional e transdisciplinar, com responsa-bilidade socioambiental e líder na difusão de práticas que con-tribuem para a melhoria da qua-lidade de vida das pessoas e do clima organizacional.

Dois anos depois, no Hotel Mercure, em Belo Horizonte, essa Diretoria em parceria com o Sommos, apresentou à socie-dade o Programa de Promoção de Saúde, desenvolvido pela equipe.

O Sommos – Centro de Pro-moção da Saúde é uma institui-ção médico-cultural dirigida pelo

médico-clínico Dr. João Gabriel Marques Fonseca. A Dra. Ma-ria Helena de Azeredo Roscoe, Psiquiatra e Psicanalista e o Dr. Julizar Dantas, cardiologista e médico do trabalho, são tam-bém membros da Diretoria de Qualidade na Saúde.

Este Programa criado com o objetivo de gerar resultados eficazes, voltados para melho-ria do bem-estar das pessoas e do clima organizacional, pro-porciona benefícios econômi-cos pelo aumento na produtivi-dade e redução do absenteísmo e nos gastos com assistência médica.

Tem também, como foco, a prevenção e atenuação do es-tresse, que se transformou em um problema de saúde públi-ca, pois sua ocorrência, cada vez mais freqüente nas últimas décadas, tem atingido todas as faixas etárias, preocupando famílias, empresas, governos e organizações não governa-mentais.

Sinergia: Qual é a abrangên-cia do Programa de Promoção da Saúde UBQ-Sommos?

Elaine: Este Programa é “a meni-na dos olhos” da nossa diretoria. Abrange investimentos em qua-tro áreas básicas: autocuidados (alimentação, atividade física, postura, educação para a saúde, controle ambiental e proteção da saúde); qualidade dos relaciona-mentos interpessoais (incentivo ao diálogo, ao convívio coopera-tivo, à valorização das diferenças e desenvolvimento de grupos e equipes); equilíbrio no cotidiano (administração do tempo, priori-zação e distribuição de tarefas e equilíbrio entre lazer e trabalho) e autodesenvolvimento/amplia-ção no conjunto de experiências

e conhecimento (incentivo à cul-tura, às artes, ao esporte e lazer e desenvolvimento das potencia-lidades humanas).

Sinergia: Que produtos da parceria UBQ – Sommos são ofertados às organizações?

elaine: Palestras, seminários, cursos abertos e fechados; pro-dução de textos para publicação em veículos de divulgação de or-ganizações; diagnóstico do grau e de prováveis causas do estres-se entre as pessoas; desenvolvi-mento, assessoria na implemen-tação e acompanhamento do Programa de Promoção da Saú-de e de Atenuação do Estresse Continuado nas organizações.

Sinergia: Como será a partici-pação da UBQ no 1º Congresso Nacional de Saúde da Faculda-de de Medicina da UFMG? elaine: Primeiramente, quere-mos parabenizar a Faculdade de Medicina da UFMG pela ini-ciativa de promover um congres-so nacional tendo como foco a discussão sobre a promoção da saúde no mundo contemporâ-neo, na perspectiva individual, das organizações e da comuni-dade. Acreditamos que por meio de esforço inteligente e partici-pação responsável, harmônica e competente, a UBQ contribuirá, como parceira, com a realiza-ção de curso pré-congresso, mesa-redonda, palestra e outras atividades que serão oferecidas aos participantes desse evento. Serão proporcionados fóruns de discussão sobre os seguintes eixos temáticos: Ética no Mun-do Contemporâneo; Educação, Pesquisa e Promoção da Saúde; Gestão, Assistência e Promoção da Saúde e Epidemias Urbanas.

A diretora de qualidade na saúde da UBQ e professora do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Elaine Emar Ribeiro César, apresenta nesta edição do Sinergia o programa de promoção da saúde desenvolvido pela UBQ. Relata também que a UBQ está apoiando a realização do 1º Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG, no período de 12 a 15 de novembro de 2008, no Campus Saúde, em Belo Horizonte, com o objetivo de ampliar e aprofundar conhecimentos na área da promoção da saúde de profissionais, estudantes e interessados nas áreas de saúde, administração e recursos humanos.

Dando seqüência ao seu trabalho de estimular os mode-los de gestão ambiental através do reconhecimento e premia-ção das organizações que se destacam na busca por ações consistentes, direcionadas à promoção do desenvolvimento sustentável, o Prêmio Mineiro de Gestão Ambiental (PMGA) – ciclo 2008, promove durante os dias 9 e 10 de junho, mais um curso de Preparação para a Banca Examinadora.

Destinado a diretores, ge-rentes, consultores internos e externos, auditores, acadêmicos de administração, profissionais seniores com responsabilidade executiva e profissionais ligados à área de gestão; o programa tem o objetivo de explicar aos participan-tes todo o processo do prêmio, a avaliar organizações de acordo com os critérios de gestão para

o bom desempenho ambiental, a habilitar os participantes a ela-borarem comentários de pontos fortes e oportunidade de melhoria dos modelos e práticas de gestão ambiental e possibilitar a candida-tura à Banca Examinadora do Prê-mio. As aulas serão ministradas em Belo Horizonte.

O regulamento para candida-tura ao Prêmio Mineiro de Gestão Ambiental 2008 já está disponível no site da UBQ (www.ubq.org.br). As organizações interessadas em se candidatar deverão fazer download do manual “Instruções para Candidatura 2008”.

Pioneiro no país, o PMGA visa despertar as empresas mineiras para a importância e necessidade de adotar práticas ambientais em suas organizações, a fim de mini-mizar os impactos e agressões ao meio ambiente e contribuir para a preservação da natureza.

A União Brasileira para a Qua-lidade (UBQ-MG) com apoio de seu grupo de estudo de melhoria contínua promoverá, no dia 14 de outubro, no Teatro da Alterosa, a III Convenção Mineira de Grupos de Melhoria. A expectativa é reunir no palco do teatro cerca de 350 pessoas, que terão a oportunida-de de conhecer os projetos de-senvolvidos pelas equipes de me-lhoria de renomadas empresas do estado mineiro.

A III Convenção tem o objetivo de reconhecer, premiar e divulgar os trabalhos produzidos por essas equipes, que através da utiliza-ção de técnicas e ferramentas da

qualidade, com base na metodo-logia do MASP / PDCA / DMAIC/ 6SIGMA solucionam problemas comuns no ambiente de trabalho. Algumas vezes, devido a magni-tude e complexidade do proble-ma, a investigação das causas e a solução do mesmo requer um aprofundamento das técnicas e das ferramentas da qualidade.

Diferente dos grupos de CCQ, os Grupos de Melhoria Contínua são formados por fun-cionários interfuncionais, o tema de trabalho é estabelecido pela empresa, o grupo tem meta de-finida e prazo para alcançar o resultado proposto.

De acordo com o coorde-nador do Grupo de Estudo de Melhoria Contínua da UBQ, Paulo Leite, a Convenção é um grande evento em que as empresas têm a oportunidade de desenvolver suas melhores práticas de qualidade na me-lhoria contínua e de fazer um benchmarking com as outras organizações. Ele ainda ressal-ta: “Participar da convenção é uma forma de partilhar os tra-balhos de sucesso da empresa com a comunidade empresarial e a sociedade como um todo, porque a partir do momento que esses projetos são divul-

gados e apresentados eles se tornam conhecidos e disponí-veis para uso por outras orga-nizações”.

As equipes que desejam participar devem ficar atentas, pois já está disponível no site da UBQ (www.ubq.org.br) a ficha de inscrição para apresentação de trabalhos e o regulamento da III Convenção Mineira de Grupos de Melhoria. As inscrições devem ser feitas através do preenchimen-to da ficha e entregue junto com o relatório de trabalho até 19 de setembro na UBQ; Rua Timbiras, 1.200, 3º andar – Cep:30140-060 – Belo Horizonte – MG.

Até 19 de setembro Entrega do formulário de inscrição e dos relatórios de trabalho.30 de setembro Ensaio dos grupos participantes.14 de outubro Apresentação dos trabalhos.

Acompanhe o cronograma:

Diretoria de Qualidade na Saúde da UBQ e Faculdade de Medicina da UFMG parceiras nos

desafios da promoção da saúde.

ronaldo Simão, coordenador do pmga, durante a cerimônia de premiação realizada no palácio da liBerdade, em 2007.

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Entrevista

elaine emar riBeiro céSar, diretora de qualidade na Saúde da

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8SINERGIA UNIÃO BRASILEIRA PARA A QUALIDADE ABRIL E MAIO DE 2008 NÚMERO 35

Nossa vida, é inevitável, tornou-se a angústia diária das barulhadas, dos trânsitos engarrafados, do atropelo de compromissos, dos chiados, sibilos e buzinações da modernidade. Significa que sobreviver passa a depender de muita calma interior, de aproveitamen-to absoluto dos poucos momentos de descanso, principalmente os do sono. Manter a calma, se possível, é preser-var a vida, caso contrário, a vida, com algum prazer, é impossível.

Temos um milhão de aborrecimen-tos que nossos pais não tinham e que têm causas que nossos avós sequer conheciam. Televisão, computador, celular, telefone digital sem fio micro-ondas para aquecer, um milhar de coi-sas eletrônicas, tudo era praticamente desconhecido ou não existia há cem anos. É, portanto, direito da cidadania, pressuposto de paz social, que não se-jamos forçados a suportar stress que não seja o inevitável.

O tal do telemarketing, e um primo seu, a conversa com secretárias ele-trônicas ou agentes de serviços que só falam conosco, quando somos quem deles precisa , depois de demoras in-f indas, que nos exigem verdadeira de-claração de bens, que pedem nosso nome e CPF centenas de vezes, que nos transmitem de interlocutor a inter-locutor, má vontade predeterminada a nos cansar e fazer desistir da informa-ção ou, mais grave , quando é o caso de um pleito de cancelamento , tudo isto virou, l i teralmente um inferno do cotidiano. Mocinhas nos telefonam, com voz de belezocas em floração, exatamente na hora do almoço, ou do jantar ou do dormir, oferecendo ma-ravilhas. Só temos duas opções. Ou ficamos idiotas e vamos dando corda, argumentando, respondendo, entran-

do, enfim, no jogo, ou partimos logo para o palavrão que, inevitavelmente haveremos de repetir no dia seguinte, várias vezes.

Eu já optei pelo palavrão faz muito tempo. Há também o calvário dos que, por algum motivo, querem cancelar um serviço de telefonia ou de internet. Naufragamos num périplo imposto por vozes, reais ou virtuais, que nos vão passando, como mercadoria rejei-tada, de ouvido em ouvido, de boca impertinente em boca espertinha, e cada passagem significa um mínimo de quinze minutos. E , quando alguém atende, faz as mesmíssimas pergun-tas no desavergonhado pressuposto de que somos todos imbecis ou de-socupados. Falam de sensualíssimas vantagens de continuarmos com eles, oferecem o céu em glacê. Delicadíssi-mos quando ofertam, chatos e atrevi-dos quando não as aceitamos.

É comum que , quando se sub-metem a algum cancelamento, contra ataquem ameaçando com as mais tres-loucadas multas sob as mais variadas desculpas. Já desisti até de dar aos in-terlocutores o benefício de serem me-ros cumpridores de ordens, não são. Na verdade acho que pertencem a uma nova categoria de chatos que sentem prazer de incomodar os outros por te-lefone e, à vista deste pendor, são con-tratados. Parece que lhes dá tanto pra-zer que, talvez, trabalhem de graça, por mero deleite. O tal do telemarketing, ativo ou passivo, já passou, e fundo, dos limites do tolerável. Não é apenas um preço da modernidade. É algo que precisa, de algum modo ser enfrentado pelo Direito. A norma jurídica não é ins-trumento de paz social? Não é remédio contra a invasão da liberdade? Deus meu, o que podemos fazer? O que as

leis podem fazer? Pelo menos, quem sabe , seria boa sugestão tornar exclu-dente de criminalidade em imputações de racismo, preconceito, injúria ou ca-lúnia, o fato de o delito ser praticado em resposta a estes telefonemas ou em reação a estes comportamentos de empulhação quando somos nós quem telefonamos.

Lembro-me do conselho de um po-ema que nos adverte sobre a leniência com o cachorro do vizinho que invade nosso jardim e, no primeiro dia, amas-sa as flores, e, se não reagimos, de-pois come uma delas, depois destroça todas elas, finalmente nos devora. Este comportamento de atrevida invasão de nossos lares é contrário ao direito e contra a ética, é verdadeira imoralida-de pública.

Uma forma especial

de ser imoral

artigo

Luiz RicaRdo Gomes aRanhavice-preSidente do inStituto doS advogadoS de minaS geraiS

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