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DEMONSTRAÇÃO CEI-PGE/SP MATERIAL ÚNICO Questões totalmente inéditas ACESSÍVEL Computador, Tablet, Smartphone 540 QUESTÕES OBJETIVAS total 6 PEÇAS OU PARECERES total 09/02/2018 A 10/05/2018 DURAÇÃO IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo. CEI-PGE/SP 2018 12 QUESTÕES DISSERTATIVAS total CEI-PGE/SP DEMONSTRAÇÃO

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DEMONSTRAÇÃO

CEI-PGE/SP

MATERIAL ÚNICOQuestões totalmente inéditas

ACESSÍVELComputador, Tablet, Smartphone

540 QUESTÕES OBJETIVAStotal

6 PEÇAS OU PARECEREStotal

09/02/2018 A 10/05/2018DURAÇÃO

IMPORTANTE: é proibida a reprodução deste material, ainda que sem fins lucrativos. O CEI possui um sistema de registro de dados que marca o material com o seu CPF ou nome de usuário. O descumprimento dessa orientação acarretará na sua exclusão do Curso. Agradecemos pela sua gentileza de adquirir honestamente o curso e permitir que o CEI continue existindo.

CEI-PGE/SP2018

12 QUESTÕES DISSERTATIVAStotal

CEI-PGE/SPDEMONSTRAÇÃO

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CEI-PGE/SP

Lançamento!Páginas: 190Edição: 1ªAno: 2018ISBN: 978-85-93614-01-9 Dimensões: 14x21cm

A obra auxilia na reflexão sobre o contexto atual do Brasil, que apresenta, anos após o fim da ditadura militar, inúmeros casos de impunidade de violadores de direitos humanos ao mesmo tempo em que possui. CONTINUE LENDO EM EDITORACEI.COM

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A audiência de custódia representa um grande passo no sentido da evolução civilizatória do processo penal brasileiro e já chega com muito atraso, mas ainda assim sofre críticas injustas e infundadas. CONTINUE LENDO EM EDITORACEI.COM

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CEI-PGE/SP

PROFESSORES

MARIANNA M. MOTTA LOSS. Coordenadora do CEI-PGE-SP. Professora de Legislação de Seguridade Social. Procuradora Federal. Ex-Analista MPU. Mestre em Direito. Especialista em Direito Público e Direito Processual Civil.

DANIELE DE LUCENA ZANFORLIN. Procuradora da Fazenda Nacional. Pós-graduada em Direito de Família e Sucessões pela FDR-UFPE. Bacharel em Direito pela FDR-UFPE.

IURI QUADROS. Advogado da União, aprovado em 11º lugar no último concurso da carreira, obtendo a 2ª maior nota do Brasil na prova discursiva. Ex-assessor jurídico da Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro, aprovado nos concursos da Procuradoria-Geral do Município de Canoas, Especialista em Regulação da Ancine (13º lugar), Advogado da FINEP e Residência Jurídica da PGE/RJ. Bacharel em direito pela UFRJ.

MARIA HELENA MARTINS ROCHA PEDROSA. Professora de Direito Administrativo. Advogada da União. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Ex-Defensora Pública do Estado de Pernambuco. Aprovada nos concursos da AGU, DPU, DPE/PE e DPE/RN.

RAVI PEIXOTO. Professor de Direito Processual Civil. Doutorando em direito processual pela UERJ. Mestre em Direito pela UFPE. Procurador do Município de João Pessoa. Advogado. Aprovado nos concursos da PGM-JP, PGDF e PGM-Recife.

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CEI-PGE/SP

WOLKER VOLANIN BICALHO. Procurador do Estado de São Paulo. Exerce suas atribuições na Subprocuradoria Geral da Consultoria Geral. Coordenador e professor do curso “Direito Previdenciário Público” na Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo em 2015 (ESPGE). Mestrando em Direito do Trabalho e Previdência Social pela Universidade de São Paulo (USP).

LUIS FILIPE CISCOTTO DE FILIPPO. Procurador da Fazenda Nacional (aprovado no concurso 2015/2016) e pós-graduando em direito tributário. Foi advogado e Tradutor Juramentado de Italiano. Aprovado nos concursos para Advogado da União – 2015/2016 (3o Lugar) e Procurador do Município de São Luís/2016, além de algumas procuradorias municipais no Estado de Minas Gerais.

RAFAEL CARVALHO DE FASSIO. Procurador do Estado de São Paulo aprovado em 6º lugar no último concurso da PGE, realizado em 2012. Atuou por três anos na Consultoria Jurídica da Secretaria da Segurança Pública e, desde março de 2016, integra a equipe de assessores da Subprocuradoria Geral do Estado da Consultoria, onde atuou na elaboração de petições iniciais de ADI e manifestações da PGE/SP em processos do controle concentrado de constitucionalidade. Graduação (2011) e Mestrado (2017) pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

GUILHERME MARTINS. Procurador do Estado de São Paulo (aprovado em 7º lugar). Exerce suas atribuições na Agência Reguladora de Serviços Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (ARTESP). Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestrando em Direito e Desenvolvimento pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

RODRIGO LEVKOVICZ. Procurador do Estado de São Paulo (Assistência de Defesa do Meio Ambiente), graduado pela PUC-SP, mestre em Interesses Difusos e Coletivos pela PUC-SP. Especialista em Direito do Estado e em Direito Ambiental pela Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. Conselheiro do CONSEMA, da Câmara de Compensação Ambiental de São Paulo e ex-conselheiro do CONDEPHAAT.

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CEI-PGE/SP

SUMÁRIO

PROFESSORES ...........................................................................................................................................3

APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................................6

CRONOGRAMA .........................................................................................................................................8

QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO ...........................................................9DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................................9DIREITO PROCESSUAL CIVIL ...................................................................................................10DIREITO CIVIL ................................................................................................................................11DIREITO ADMINISTRATIVO .....................................................................................................12DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO ......................................................13DIREITO AMBIENTAL .................................................................................................................14DIREITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................................16DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO .................................................. 17DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO ................................18

GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS ......................................................................................... 20

QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO .......................................................21DIREITO CONSTITUCIONAL ....................................................................................................21DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................. 24DIREITO CIVIL .............................................................................................................................. 27DIREITO ADMINISTRATIVO .................................................................................................... 32DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO ..................................................... 38DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................................ 42DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................................ 47DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO ................................................. 53DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO ............................... 60

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CEI-PGE/SP

APRESENTAÇÃO

Prezados alunos, futuros Procuradores do Estado de São Paulo,

É com enorme satisfação que damos início a mais um curso de Rodadas de Questões para o concurso de Procurador do Estado de São Paulo.

Neste curso, teremos 6 Rodadas de questões. A cada Rodada, vocês encontrarão 90 questões objetivas, divididas em 9 disciplinas, cada qual contendo 10 questões, além de 1 peça ou parecer e 2 questões discursivas.

Ao final do curso, vocês terão realizado 540 questões objetivas e lido seus respectivos comentários, além de terem feito 6 peças ou pareceres e 12 questões discursivas.

Desse modo, para que vocês bem cumpram o objetivo ao qual se propuseram e, em razão de que a publicação do edital para o concurso de Procurador do Estado de São Paulo se aproxima, sugiro que vocês não negligenciem os estudos. Para isso, recomendo que realizem as questões objetivas e discursivas no tempo sugerido – de 15 dias entre a liberação de uma Rodada e outra, bem como leiam atentamente os comentários, inclusive – e principalmente – das assertivas incorretas, pois essa conjunção de ideias e conhecimento fará com que vocês consigam sair do pensamento linear rumo ao pensamento complexo de modo que tenham excelente aproveitamento na prova à qual serão submetidos.

Adianto, como vocês devem saber, que não basta a realização e correção das Rodadas, mas, sim, um estudo conjugado de modo que vocês consigam, neste espaço de tempo, realizar a leitura da legislação, eis que vocês serão cobrados a respeito de texto de lei – famosa “lei seca” –, além da leitura da doutrina, das súmulas e da jurisprudência pertinente ao conteúdo estudado.

Quanto à organização do estudo, de antemão, sugiro que iniciem pelas matérias que vocês não dominam seja porque nunca tiveram contato seja porque não possuem conhecimento. Deixem para estudar nos últimos dias prévios à prova, conteúdos que vocês gostam ou têm facilidade, pois, inevitavelmente, nesse período, vocês estarão mais cansados.

Ademais, não esgotem todas as suas forças no pré-prova, mas, sim, guardem energia suficiente para realizar uma prova tranquilamente.

Caso vocês tenham dificuldade em se adequar ao tempo de prova, já comecem a treinar a relação tempo x nº de questões resolvidas quando da realização de cada uma das Rodadas.

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Aproveito e adianto que esta Mini-Rodada se destina tanto a vocês que já foram nossos alunos, para que tenham uma ideia do que virá pela frente em termos de conteúdo, bem como a vocês, que estão estreando em nossos cursos, para que conheçam um pouco mais da nossa metodologia e método de trabalho, bem como tenham noção do conhecimento que irão adquirir nesse breve espaço de tempo alavancando o seu conhecimento rumo à aprovação.

Fico à disposição para eventuais dúvidas e esclarecimentos pelo e-mail [email protected].

Desejo que vocês se sintam tão satisfeitos com o curso quanto nós ficamos em elaborá-lo e disponibilizá-lo a vocês.

Um forte abraço,

Marianna M. Motta Loss

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CRONOGRAMA

Publicação rodada

Limite para resposta

Limite para correção

Publicação espelho

1ª. Rodada 09/02/18 17/02/18 27/02/18 01/03/18

2ª. Rodada 23/02/18 03/02/18 13/03/18 15/03/18

3ª. Rodada 09/03/18 17/03/18 27/03/18 29/03/18

4ª. Rodada 23/03/18 31/03/18 10/04/18 12/04/18

5ª. Rodada 06/04/18 14/04/18 24/04/18 26/04/18

6ª. Rodada 20/04/18 28/04/18 08/05/18 10/05/18

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QUESTÕES OBJETIVAS SEM O GABARITO COMENTADO

ORIENTAÇÃO: procure responder todas as questões com agilidade, sem consulta a nenhum material, a fim de simular a situação encontrada em prova.

DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Sobre a evolução histórica do constitucionalismo brasileiro, assinale a alternativa correta:

A) A Carta de 1934, de cunho centralizador, atribuiu ao Presidente da República a competência para expedir decretos-leis.

B) O federalismo, com reconhecimento de autonomia a União, Estados-Membros e Municípios, foi uma inovação trazida pela Constituição de 1891.

C) O controle abstrato de constitucionalidade das leis surgiu no Brasil durante a vigência da Constituição de 1946.

D) Não obstante o habeas corpus tenha sido previsto expressamente na Constituição de 1824, o mandado de segurança só ganhou assento constitucional na Constituição de 1891, a mesma que adotou a forma republicana de governo e criou o Supremo Tribunal Federal.

E) A Constituição de 1891 foi a primeira a prever expressamente direitos e garantias fundamentais.

2. Assinale a alternativa correta sobre a organização do Estado brasileiro:

A) O Poder Executivo estadual poderá, mediante decreto, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões para integrar a organização, o planejamento e execução de funções públicas de interesse comum.

B) Os Estados fronteiriços podem permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional, cabendo à União autorizar que nele permaneçam temporariamente.

C) No federalismo brasileiro as unidades federadas possuem capacidade de

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autogoverno, auto-organização e autoadministração.

D) Por ser laico, o Estado brasileiro não pode estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou com seus representantes relações de dependência ou aliança, podendo, todavia, colaborar, na forma da lei, com as religiões nacionalmente majoritárias em atividades de interesse público.

E) Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser lei complementar.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

3. Analise as seguintes assertivas acerca da ação rescisória e assinale a incorreta.

A) Não cabe ação rescisória contra decisão interlocutória de mérito.

B) Havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevalecerá a que se formou por último, enquanto não desconstituída mediante ação rescisória.

C) Não se admite ação rescisória de decisões proferidas em harmonia com a jurisprudência do STF, ainda que venha a ocorrer alteração posterior do seu entendimento sobre a matéria.

D) A jurisprudência do STF não admite o sobrestamento de ação rescisória tendo por base o argumento de eventual modificação de entendimento do tribunal.

E) A defensoria pública está dispensada do depósito prévio para o ajuizamento da ação rescisória.

4. Acerca da tutela da evidência, assinale a alternativa correta:

A) A tutela da evidência sempre tem a possibilidade de ser concedida liminarmente.

B) É cabível a tutela da evidência quando a petição inicial for instruída com prova suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

C) A tutela da evidência é incompatível com os procedimentos especiais.

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D) A tutela da evidência pode ser concedida quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.

E) A tutela da evidência apenas pode ser requerida na petição inicial.

DIREITO CIVIL

5. A respeito dos defeitos do negócio jurídico previstos no Código Civil, assinale a resposta correta:

A) A anulação do negócio por dolo exige a prova do prejuízo.

B) A impossibilidade inicial do objeto sempre invalida o negócio jurídico.

C) No dolo enantiomórfico não poderá haver a compensação parcial de condutas.

D) Para a configuração do estado de perigo, é necessário o dolo de aproveitamento.

E) Na simulação, dispensa-se que o ânimo de simular seja comum a ambas as partes, bastando que o seja relativamente a uma delas.

6. No âmbito da responsabilidade civil, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Nos procedimentos cirúrgicos estéticos, a responsabilidade do médico é subjetiva com presunção de culpa.

B) A responsabilidade civil “effusi et dejects” não foi prevista no Código Civil.

C) A responsabilidade dos pais por seus filhos menores, é uma hipótese de responsabilidade objetiva indireta ou impura.

D) Nos casos de responsabilidade civil derivada de incapacitação para o trabalho, a vítima não tem o direito absoluto de que a indenização por danos materiais fixada em forma de pensão seja arbitrada e paga de uma só vez.

E) A privação da liberdade por policial fora do exercício de suas funções e com reconhecido excesso na conduta caracteriza dano moral in re ipsa.

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DIREITO ADMINISTRATIVO

7. A Empresa X venceu uma licitação na modalidade pregão, para prestar serviço de limpeza à União. Dentro do prazo de validade da proposta, a vencedora foi convocada, porém apresentou documentação falsa, o que foi prontamente percebido pelo servidor responsável pela conferência do documento. Diante disso, além das providências penais cabíveis, a empresa X ficou impedida de contratar com a União pelo período de cinco anos, tendo sido inscrita no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas, mantido pela Controladoria-Geral da União. Três anos após o ocorrido, a Empresa X pretendia participar de licitação no Estado de São Paulo, mas verificou, junto ao Portal da Transparência, que permanecia inscrita no Cadastro desabonador mencionado. Por isso, adotou medida judicial contra a União, a fim de retirar seu nome do referido Cadastro e, ainda, obter indenização por danos morais. Diante da situação narrada, assinale a alternativa correta.

A) Há consenso doutrinário no sentido de que a sanção de “impedimento de licitar e contratar” prevista na Lei nº 10.520/2002 é idêntica à “suspensão temporária” prevista na Lei nº 8.666/1993.

B) A situação descrita é irregular, pois o prazo máximo para a fixação da penalidade de “impedimento de licitar e contratar” prevista na Lei do Pregão é de dois anos.

C) O fato de a empresa X constar no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas gera dano moral in re ipsa, cuja indenização pode ser demandada à União, responsável pela publicação.

D) A divulgação da empresa X no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas pela CGU não é determinante para que o Estado de São Paulo impeça a sua participação em licitações.

E) Pela expressa dicção legal, na Lei nº 10.520/2002, o sancionamento só pode corresponder a atos ilícitos praticados durante a execução contratual, mas não durante o certame licitatório.

8. Sobre a ação civil pública por improbidade administrativa, indique o item correto:

A) De acordo com a atual jurisprudência do STJ, a sentença que concluir pela improcedência da ação de improbidade administrativa sujeita-se ao reexame

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necessário.

B) Para a decretação da medida cautelar de indisponibilidade de bens, na ação de improbidade, é necessário haver indícios do cometimento de ato ímprobo que cause lesão ao erário ou enriquecimento ilícito, bem como a demonstração do periculum in mora concreto, ou seja, dos atos do sujeito ativo do ato de improbidade tendentes à dilapidação de seu patrimônio.

C) A redação atual da Lei nº 8.429/1992, em atenção aos princípios processuais, admite conciliação nas ações de improbidade.

D) Após o oferecimento de defesa prévia, a única hipótese de rejeição da pretensão deduzida na ação de improbidade é a existência de prova que demonstre, cabalmente, a inexistência de ato de improbidade.

E) O Ministério Público atuará, obrigatoriamente, como fiscal da lei em todas as ações de improbidade administrativa, sob pena de nulidade.

DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO

9. No que tange à aposentadoria do servidor público podemos afirmar que:

A) Os proventos da aposentadoria por invalidez permanente são calculados, em regra, de forma integral.

B) Nos casos de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei, os proventos da aposentadoria por invalidez permanente são calculados com base na última remuneração do servidor.

C) Aos servidores que ingressaram no serviço público até 31 de dezembro de 2003, os proventos da aposentadoria por invalidez permanente são calculados com base na última remuneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria.

D) Os proventos da aposentadoria compulsória serão calculados de forma integral.

E) A aposentadoria compulsória do servidor público se dá, em todos os casos, aos 70 (setenta) anos de idade, tendo em vista sua incapacidade permanente para o serviço público.

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10. Cabe à São Paulo Previdência, EXCETO:

A) A administração, o gerenciamento e a operacionalização do Regime Próprio de Previdência Social e o Regime Próprio de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo – RPPM.

B) A concessão, pagamento e manutenção dos benefícios para os servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

C) A gestão dos fundos e recursos arrecadados.

D) A manutenção do cadastro individualizado dos servidores públicos ativos e inativos.

E) A arrecadação e a cobrança das contribuições previdenciárias.

DIREITO AMBIENTAL

11. A autonomia do Direito Ambiental em relação aos outros ramos do Direito é materializada por meio de princípios jurídicos que lhe são próprios. Sobre essa temática, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado, traduz direito de 3ª geração/dimensão, formal e materialmente constitucional, de aplicabilidade direta e imediata, protegido por cláusula pétrea, a despeito de não se inserir no rol exemplificativo dos direitos e garantias fundamentais, previsto no artigo 5° da Constituição Federal.

B) A propriedade urbana cumpre sua função sócio-ambiental quando seu exercício se amolda às exigências de ordenação da cidade expressas no plano diretor; a propriedade rural, por sua vez, cumpre sua função sócio-ambiental quando seu exercício oportuniza a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis de modo a preservar o meio ambiente e com a observância das disposições que regulam as relações de trabalho.

C) O princípio da prevenção, expressamente adotado pela Constituição Federal, “proteger e preservar”, é o caminho mais seguro para a manutenção do equilíbrio ecológico no planeta, uma vez que o dano ambiental é, em geral, irreversível e irreparável. Dentre suas erradicações, pode-se destacar a educação ambiental, a

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obrigatoriedade do estudo prévio de impacto ambiental para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação ambiental, a necessidade de definição de espaços especialmente protegidos, o manejo ecológico, o zoneamento ambiental, os incentivos fiscais em razão da adoção de tecnologias limpas, a imposição de sanção pecuniária e criminal para o poluidor, etc.

D) O princípio da precaução, expressamente adotado na Constituição Federal e na lei de crimes ambientais, funda-se na aplicação do adágio in dubio pro natura diante da incerteza cientifica, o que impõe a tomada de medidas acautelatórias para determinadas atividades, ainda que não haja certeza científica sobre suas consequências danosas.

E) O princípio do usuário-pagador decorre da necessidade de se valorar economicamente os recursos naturais, evitando-se que o chamado custo zero propicie sua utilização de forma excessiva.

12. Em relação à distribuição das competências em matéria ambiental, conforme definido na Constituição Federal, assinale a alternativa INCORRETA:

A) A Constituição Federal estabeleceu competência legislativa privativa da União em relação às seguintes matérias: águas, populações indígenas, jazidas, minas e outros recursos minerais, e competência legislativa concorrente entre a União, os Estados-Membros, Distrito Federal e os Municípios em relação à proteção do patrimônio paisagístico, responsabilidade por dano ao meio ambiente e defesa do solo e dos recursos naturais.

B) No âmbito da competência legislativa concorrente, o Estado-Membro está autorizado a exercer sua competência suplementar para legislar sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, proteção do meio ambiente e controle da poluição e, neste caso, se houver a superveniência de lei federal de caráter geral, a lei estadual ficará com sua eficácia suspensa.

C) No julgamento da ADI nº 350/SP, o Supremo tribunal Federal assentou a constitucionalidade formal do artigo 204 da Constituição do Estado de São Paulo, segundo o qual “fica proibida a caça, sob qualquer pretexto, em todo o Estado”, reconhecendo-se o legítimo exercício da competência legislativa suplementar do Estado-Membro em disciplinar essa questão segundo suas peculiaridades, mas,

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também, conferiu-lhe interpretação conforme para permitir o abate controlado de animais para fins científicos ou por motivo de saúde pública.

D) Um município sobre o qual se sobreponha um Parque Estadual pode tomar medidas administrativas com o objetivo de impedir corte ilegal de vegetação dentro da área do Parque, ainda que referida unidade de conservação seja de propriedade do ente estadual.

E) Os Estados-Membros poderão legislar acerca de pontos específicos tratados dentre as competências privativas da União pela Constituição Federal de 1988, desde que haja lei complementar federal delegando a disciplina de respectivas matérias.

DIREITO TRIBUTÁRIO

13. A respeito do redirecionamento da execução fiscal para o sócio gerente, assinale a alternativa incorreta:

A) A responsabilidade do sócio gerente pelos atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, não se configura na hipótese em que verificada a inadimplência tributária. Diferente, contudo, é a hipótese em que demonstrada pela Fazenda Pública intensa distribuição de dividendos aos sócios, a despeito do não pagamento dos tributos.

B) Com o Novo CPC, a devolução da carta citatória pelos correios é suficiente para caracterizar os indícios de dissolução irregular requeridos pela Súmula nº 435 do STJ, autorizando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio gerente.

C) Imagine duas execuções fiscais com responsabilização do sócio gerente. No processo A, o sócio já contava com seu nome na CDA, é objeto de penhora online e pretende alegar a sua ilegitimidade passiva. No processo B, o sócio, que não figura na CDA, sofre, também, a penhora online, e pretende alegar a sua ilegitimidade ativa, já que o redirecionamento da execução fiscal não observou o procedimento previsto na Súmula 435 do STJ. Estando o valor cobrado garantido pela penhora online em ambos os casos, é possível que a defesa dos sócios, em qualquer das demandas, seja feita por embargos à execução fiscal, mas só o processo B pode ser objeto de exceção de pré-executividade.

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D) A falta de atualização dos cadastros empresariais não é considerada infração à lei apta a justificar o redirecionamento da execução fiscal para o sócio que tenha se retirado da sociedade muito antes do fato gerador do tributo cobrado no feito executivo.

E) A dissolução irregular de uma sociedade permite o redirecionamento da execução fiscal para o sócio gerente da pessoa jurídica executada inclusive nos casos de dívida ativa não-tributária, ainda que não se verifique dolo.

14. A respeito da prescrição, responda:

A) Na hipótese de revogação da moratória em caso de flagrante simulação da satisfação das condições pelo beneficiado, não haverá aproveitamento do lapso temporal decorrido entre a concessão do benefício e sua revogação para fins de prescrição do direito de cobrança do crédito tributário.

B) A prescrição é estabelecida como critério para imputação do pagamento do crédito tributário, caso em que se observará a ordem decrescente dos prazos de prescrição.

C) A despeito da positivação da vedação à decisão surpresa, é possível, na execução fiscal, o reconhecimento de ofício da prescrição ocorrida antes da propositura da ação, sendo desnecessária a oitiva prévia da Fazenda Pública.

D) A inscrição em dívida ativa suspende, para todos os efeitos de direito, a prescrição do crédito tributário pelo prazo de 180 dias.

E) O protesto extrajudicial da CDA é causa interruptiva da prescrição.

DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO

15. Assinale a assertiva que contém transcrição de Súmula do Tribunal Superior do Trabalho inequivocamente revogada pela Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017).

A) A transferência do regime jurídico de celetista para estatutário implica extinção do contrato de trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de regime.

B) Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o

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DEMONSTRAÇÃO

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empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira.

C) A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

D) Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.

E) A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares.

16. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos:

A) Enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de jornada em locais insalubres.

B) Participação nos lucros ou resultados da empresa.

C) Número de dias de férias devidas ao empregado.

D) Adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE).

E) Intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas.

DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO

17. O Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER/SP), autarquia titular da malha viária estadual, tem a receber nos próximos anos R$ 200 milhões relativos ao pagamento de outorgas para exploração das rodovias estaduais das respectivas concessionárias que exploram as vias. Pretende o DER/SP ceder o crédito para a Companhia Paulista de Parcerias (CPP), empresa pública que tem como finalidade, entre outras, apoiar a implementação de parcerias público-privadas, podendo para tanto prestar garantias em prol do poder concedente. O objetivo do DER/SP com a operação

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DEMONSTRAÇÃO

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é monetizar imediatamente o ativo para que possa atender suas demais necessidades. À CPP interessa gerir os créditos futuros para que a receita possa ser utilizada em garantia de parcerias futuras. Nessa situação, a operação pretendida:

A) Poderia ser efetuada mediante lei autorizativa.

B) Poderia ser efetuada caso o DER/SP promovesse prévia licitação para ceder o crédito e a CPP fosse vitoriosa do certame.

C) Poderia ser efetuada com a prévia concordância das concessionárias devedoras.

D) Poderia ser efetuada caso a cessão fosse na modalidade onerosa e ocorresse em condições equitativas para as partes.

E) Caracteriza-se como operação de crédito, conforme definição da Lei de Responsabilidade Fiscal, estando sujeita aos requisitos que rege a matéria para concretizar-se.

18. Sobre o uso da arbitragem e mecanismos alternativos de resolução de litígios no setor público, considere as seguintes assertivas:

I – Com o fim de atrair investidores internacionais, pode o poder público comprometer-se a dirimir controvérsias por meio de arbitragem internacional realizada no exterior;

II – Dado que o regime de direito privado é aplicável apenas às empresas públicas e sociedades de economia mista no âmbito da organização estatal, as autarquias não podem se valer da arbitragem nos seus contratos como meio de resolução de disputas;

III – A fim de evitar conflitos de interesses, nos casos em que um advogado público tiver oficiado na defesa de um órgão público, não deve ser responsável pela mediação em câmara de mediação da administração pública.

A) Apenas II.

B) II e III.

C) I e III.

D) Apenas III.

E) Nenhuma das alternativas.

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DEMONSTRAÇÃO

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GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS

1 ALTERNATIVA C

2 ALTERNATIVA C

3 ALTERNATIVA A

4 ALTERNATIVA D

5 ALTERNATIVA D

6 ALTERNATIVA B

7 ALTERNATIVA D

8 ALTERNATIVA A

9 ALTERNATIVA C

10 ALTERNATIVA B

11 ALTERNATIVA D

12 ALTERNATIVA B

13 ALTERNATIVA B

14 ALTERNATIVA A

15 ALTERNATIVA B

16 ALTERNATIVA C

17 ALTERNATIVA D

18 ALTERNATIVA D

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DEMONSTRAÇÃO

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QUESTÕES OBJETIVAS COM O GABARITO COMENTADO

PROFESSOR: RAFAEL CARVALHO DE FASSIOE-mail: [email protected]

DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Sobre a evolução histórica do constitucionalismo brasileiro, assinale a alternativa correta:

A) A Carta de 1934, de cunho centralizador, atribuiu ao Presidente da República a competência para expedir decretos-leis.

B) O federalismo, com reconhecimento de autonomia a União, Estados-Membros e Municípios, foi uma inovação trazida pela Constituição de 1891.

C) O controle abstrato de constitucionalidade das leis surgiu no Brasil durante a vigência da Constituição de 1946.

D) Não obstante o habeas corpus tenha sido previsto expressamente na Constituição de 1824, o mandado de segurança só ganhou assento constitucional na Constituição de 1891, a mesma que adotou a forma republicana de governo e criou o Supremo Tribunal Federal.

E) A Constituição de 1891 foi a primeira a prever expressamente direitos e garantias fundamentais.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: A evolução histórica do constitucionalismo brasileiro.

A) INCORRETA: A autorização para que o Presidente da República legislasse diretamente por meio de decretos-leis não foi dada pela Constituição de 1934, mas sim durante o Estado Novo pela Carta de 1937, conhecida como “polaca” em virtude da marcada influência da Lei Maior polonesa na sua elaboração.

B) INCORRETA: O federalismo, enquanto forma de Estado, realmente foi adotado pela

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Constituição de 1891, pondo fim ao modelo de Estado unitário vigente na época do império. Entretanto, é importante lembrar que os Municípios só tiveram garantida a autonomia e o status de ente federado com a Constituição de 1988, que lhes atribuiu receitas e competências próprias, tornando a federação brasileira uma das poucas no mundo a adotar um modelo tripartite.

C) CORRETA: Com efeito, foi durante a vigência da Constituição de 1946 que, por intermédio da Emenda Constitucional nº 16, de 26 de novembro de 1965, surgiu a chamada “representação de inconstitucionalidade” que tornou possível, pela primeira vez, o exame in abstracto de normas pelo Supremo Tribunal Federal. Por esse motivo, o instituto é hoje considerado como o predecessor da moderna Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).

D) INCORRETA: Não obstante a Constituição de 1891 realmente tenha criado o STF e adotado a república como forma de governo, a alternativa está incorreta. O habeas corpus, embora tenha sido introduzido no ordenamento jurídico pátrio pelo Código de Processo Criminal do Império, em 1832, só se tornou garantia constitucional em 1891 (art. 72, § 22). O elástico cabimento do writ que, na ausência de outros remédios constitucionais, passou a ser aceito pelo Poder Judiciário para tutelar pretensões muito mais amplas do que o direito de “ir e vir”, deu origem à chamada “doutrina brasileira do habeas corpus”, distorção que viria a ser corrigida com o advento do mandado de segurança pela Constituição de 1934 (art. 113, 33), que criou também, pela primeira vez, a ação popular (art. 113, 38).

E) INCORRETA: Na verdade, a Constituição do Império de 1824 já trazia diversos direitos fundamentais (v. art. 179, por exemplo), motivo pelo qual a Constituição de 1891 não pode ser considerada pioneira neste sentido.

GABARITO: C

2. Assinale a alternativa correta sobre a organização do Estado brasileiro:

A) O Poder Executivo estadual poderá, mediante decreto, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões para integrar a organização, o planejamento e execução de funções públicas de interesse comum.

B) Os Estados fronteiriços podem permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional, cabendo à União autorizar que nele permaneçam temporariamente.

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C) No federalismo brasileiro as unidades federadas possuem capacidade de autogoverno, auto-organização e autoadministração.

D) Por ser laico, o Estado brasileiro não pode estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou com seus representantes relações de dependência ou aliança, podendo, todavia, colaborar, na forma da lei, com as religiões nacionalmente majoritárias em atividades de interesse público.

E) Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser lei complementar.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: Organização política do Estado: a) Estado Federal: conceito, for-mação, evolução e características; b) Federação brasileira: componentes, reparti-ção de competências e intervenções federal e estadual.

A) INCORRETA: Os Estados poderão, mediante lei complementar – e não por ato administrativo do Poder Executivo – instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum (art. 25, § 3°). A cooperação entre entes é uma projeção da ideia de federação cooperativa, que se manifesta nesses três instrumentos.

B) INCORRETA: A União é pessoa jurídica de direito público interno que exerce a soberania sob o ponto de vista do direito internacional. Por este motivo é que lhe compete assegurar a defesa nacional e permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente (art. 21, IV). Os Estados não têm, portanto, competência para tanto, ainda que estejam situados nas fronteiras.

C) CORRETA: O federalismo brasileiro pressupõe a autonomia das unidades federadas. A maior parte da doutrina, ao se referir à autonomia, menciona uma “tríplice capacidade”, a qual se encontra reproduzida na alternativa: (1) auto-organização, é a capacidade de editar sua lei fundamental e normas dele derivadas, compondo um ordenamento parcial ou ainda um corpo normativo próprio; (2) autogoverno, é a capacidade de eleger e escolher os seus próprios governantes; e (3) autoadministração, que é organizar e manter o aparelho estatal, operacionalizando as outras duas capacidades.

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D) INCORRETA: A laicidade impede o Estado brasileiro de manifestar sua predileção em relação a nenhuma religião, ainda que majoritariamente adotada pela população. Em decorrência disso, o artigo 19, I, da Lei Maior, estabelece que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.

E) INCORRETA: Está incorreto, pois, de acordo com o artigo 144, § 8°, da Constituição, os Municípios poderão constituir guardas municipais conforme dispuser a lei ordinária (e não complementar). Sobre as guardas, vale notar que o STF já entendeu “(...) constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas”. (RE 658.570, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 06.08.2015)

GABARITO: C

PROFESSOR: RAVI PEIXOTOE-mail: [email protected]

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

3. Analise as seguintes assertivas acerca da ação rescisória e assinale a incorreta.

A) Não cabe ação rescisória contra decisão interlocutória de mérito.

B) Havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevalecerá a que se formou por último, enquanto não desconstituída mediante ação rescisória.

C) Não se admite ação rescisória de decisões proferidas em harmonia com a jurisprudência do STF, ainda que venha a ocorrer alteração posterior do seu entendimento sobre a matéria.

D) A jurisprudência do STF não admite o sobrestamento de ação rescisória tendo por base o argumento de eventual modificação de entendimento do tribunal.

E) A defensoria pública está dispensada do depósito prévio para o ajuizamento da

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ação rescisória.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 15. Coisa julgada. Limites. Eficácia. Formas de impugnação e des-constituição.

A) INCORRETA: Note que o CPC alterou a redação do art. 485 do CPC/1973 para afirmar, no caput, do art. 966, que “A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando”. Em outros termos, não só a sentença de mérito pode ser alvo de ação rescisória, mas também a decisão interlocutória de mérito, a exemplo da mencionada no art. 356 do CPC. Essa conclusão é idêntica a que chegou o enunciado n. 336 do FPPC “Cabe ação rescisória contra decisão interlocutória de mérito”.

B) CORRETA: Trata-se de reprodução de entendimento do STJ: Havendo conflito entre duas coisas julgadas, prevalecerá a que se formou por último, enquanto não desconstituída mediante ação rescisória. (STJ, 2ª T., REsp 1.524.123-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 26/5/2015, DJe 30/6/2015, info. 565)

C) CORRETA: Essa assertiva reproduz entendimento do STF, segundo o qual, “Não cabimento de ação rescisória de decisões proferidas em harmonia com a jurisprudência do STF, ainda que viesse a ocorrer alteração posterior do seu entendimento sobre a matéria. Em especial caso fundada exclusivamente em possível e eventual alteração na jurisprudência do STF sobre o tema (STF, Tribunal Pleno, AR 2.199/SC, rel. Min. Marco Aurélio, rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 23/04/2015, info. 782). No mesmo sentido: STF, Tribunal Pleno, AR 2572 AgR, Relator Ministro Dias Toffoli, j. 24.2.2017, DJe de 21.3.2017.

D) CORRETA: De acordo com o STF, “É inviável o sobrestamento da ação rescisória com a finalidade de aguardar eventual modificação da jurisprudência no âmbito do STF, sob pena de maltrato à segurança jurídica e burla ao prazo decadencial de ajuizamento da ação”. (STF, Tribunal Pleno, AR 2.098 AgR, rel. min. Edson Fachin, j. 1/7/2016, DJE de 26/9/2016). Portanto, correta a assertiva.

E) CORRETA: Impõe-se, como regra, o depósito de 5% sobre o valor da causa para o ajuizamento da ação rescisória (art. 968, II). No entanto, de acordo com o seu § 1º, que aumentou os entes dispensados de tal depósito, dentre eles a defensoria, “ Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido o benefício de gratuidade da justiça”.

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GABARITO: A

4. Acerca da tutela da evidência, assinale a alternativa correta:

A) A tutela da evidência sempre tem a possibilidade de ser concedida liminarmente.

B) É cabível a tutela da evidência quando a petição inicial for instruída com prova suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

C) A tutela da evidência é incompatível com os procedimentos especiais.

D) A tutela da evidência pode ser concedida quando as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.

E) A tutela da evidência apenas pode ser requerida na petição inicial.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 6. Tutelas de urgência. Fundamento. Conceito e finalidade. Moda-lidades. Tutelas de urgência e a Fazenda Pública. Tutela de urgência nos Tribunais.

A) INCORRETA: Ao contrário do que aponta a assertiva, a tutela da evidência apenas pode ser concedida de forma liminar com base nos incisos II e III (art. 311, parágrafo único). São as seguintes hipóteses: a) as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante e b) se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa.

B) INCORRETA: De acordo com o art. 311, IV, a tutela da evidência será concedida quando “a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável”. Note-se a exigência da prova documental, que não foi mencionada pela assertiva.

C) INCORRETA: Inexiste qualquer vedação a priori para a concessão da tutela da evidência nos procedimentos especiais. Inclusive o enunciado n. 422 do FPPC chegou a mesma conclusão, ao afirmar que “a tutela da evidência é compatível com os procedimentos especiais”.

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D) CORRETA: De acordo com o art. 311, II, a tutela da evidência pode ser concedida quando “as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante”. Note-se que ela só cabe quando baseada em casos repetitivos ou em súmula vinculante, não havendo coincidência com os provimentos do art. 927.

E) INCORRETA: Inexiste qualquer exigência de que a tutela da evidência seja requerida na petição inicial, podendo ser requerida em qualquer momento. Inclusive, o enunciado n. 496 do FPPC ressalta que “Preenchidos os pressupostos de lei, o requerimento de tutela provisória incidental pode ser formulado a qualquer tempo, não se submetendo à preclusão temporal”.

GABARITO: D

PROFESSOR: LUIS FILIPE CISCOTTOE-mail: [email protected]

DIREITO CIVIL

5. A respeito dos defeitos do negócio jurídico previstos no Código Civil, assinale a resposta correta:

A) A anulação do negócio por dolo exige a prova do prejuízo.

B) A impossibilidade inicial do objeto sempre invalida o negócio jurídico.

C) No dolo enantiomórfico não poderá haver a compensação parcial de condutas.

D) Para a configuração do estado de perigo, é necessário o dolo de aproveitamento.

E) Na simulação, dispensa-se que o ânimo de simular seja comum a ambas as partes, bastando que o seja relativamente a uma delas.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: Defeitos do negócio jurídico.

A) INCORRETA: De acordo com a definição dada por Clóvis Beviláqua, “o dolo é o artifício ou expediente astucioso, empregado para induzir alguém à prática de um ato jurídico, que o

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DEMONSTRAÇÃO

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prejudica, aproveitando ao autor do dolo ou a terceiro”. Assim, o dolo tem em vista aproveitar de um individuo. A prática do dolo é ato ilícito, nos termos do art. 186 do Código Civil. Para que se configure o dolo, são necessários dois requisitos. O primeiro é a intenção de prejudicar por parte de quem o pratica. O segundo diz respeito aos artifícios fraudulentos utilizado pela parte que age com dolo. Nesse sentido, para que o negócio jurídico seja anulado por dolo, não se exige a prova do prejuízo, sendo necessário, apenas, que o dolo seja a causa determinante para realização do negócio, e, sem ele, o negócio jamais seria celebrado.

B) INCORRETA: Nos termos do art. 106 do Código Civil, a impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.

C) INCORRETA: Em primeiro lugar, deve-se compreender o significado do termo dolo enantiomórfico. Trata-se da situação em que ambas as partes agem dolosamente, uma visando prejudicar a outra mediante o emprego de artifícios ardilosos. Em regra, nenhuma das partes pode pedir a anulação do negócio, nem mesmo pleitear perdas e danos, persistindo o negócio válido, nos termos do art. 150 do Código Civil: “Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização”.

Entretanto, caso ambos os negociantes, agindo dolosamente, causem prejuízos de valores diferentes, pode-se ocorrer a denominada compensação parcial das condutas, situação em que o prejudicado em quantia maior pode pleitear perdas e danos da outra parte.

D) CORRETA: O estado de perigo é espécie de defeito do negócio jurídico previsto no artigo 156 do Código Civil, configurando-se “quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente desproporcional”. Para a configuração do estado de perigo, é necessário o chamado dolo de aproveitamento, que nada mais é do que o conhecimento da situação de necessidade pela parte beneficiada do negócio que se está celebrando. Em outras palavras, no estado de perigo, é preciso que a situação seja conhecida pela outra parte. Diferentemente ocorre na lesão, em que não há a presença deste elemento subjetivo. Nos termos do art. 157 do Código Civil, “ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta”. Repare que o texto do artigo 157 do CC/02 não exige o conhecimento da situação pela outra parte. Conclui-se que o dolo de aproveitamento não se aplica à lesão, mas somente ao estado de perigo. Enunciado 150, da III Jornada de Direito Civil do CJF: A lesão de que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento.

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DEMONSTRAÇÃO

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E) INCORRETA: Em decisão divulgada no informativo n° 585, o STJ reiterou o entendimento no sentido de ser necessário o requisito da comunhão de vontades das partes para produção da simulação, que não se verifica se a vontade de simular for restrita a uma delas, vejamos: “Ora, no caso em apreço, não se está diante de nenhum dos requisitos elencados acima que caracterizam a simulação. A simulação pressupõe um acordo entre os declarantes para a realização de um determinado negócio jurídico a fim de infringir a lei ou prejudicar terceiros de forma deliberada. Isto é, há verdadeiro conluio entre os contraentes do negócio jurídico celebrado, o que não ocorreu na espécie. Ora, se não houve a participação (manifestação de vontade) de um dos envolvidos no negócio jurídico, visto que sua assinatura foi falsificada, não há como se falar em existência de conluio entre as partes para fraudar terceiros. No caso, o sócio prejudicado não participou do negócio referente à cessão das cotas da sociedade empresária a terceiros, só tendo ciência da falsificação de sua assinatura muito tempo depois, razão pela qual se revela equivocado aplicar o art. 167 do CC. Diante do exposto, verifica-se a ocorrência de nulidade absoluta, consubstanciada na alteração contratual da sociedade empresária mediante a falsificação da assinatura do sócio prejudicado, sendo impossível a convalidação do ato pelas partes mediante escritura pública, tampouco reconhecer que houve renovação do negócio jurídico de forma válida, além de não ser a hipótese de conversão substancial (art. 170 do CC), nem de subsistência de negócio dissimulado (art. 167 do CC).” STJ, REsp 1.368.960-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 7/6/2016, DJe 10/6/2016.

GABARITO: D

6. No âmbito da responsabilidade civil, assinale a alternativa INCORRETA:

A) Nos procedimentos cirúrgicos estéticos, a responsabilidade do médico é subjetiva com presunção de culpa.

B) A responsabilidade civil “effusi et dejects” não foi prevista no Código Civil.

C) A responsabilidade dos pais por seus filhos menores, é uma hipótese de responsabilidade objetiva indireta ou impura.

D) Nos casos de responsabilidade civil derivada de incapacitação para o trabalho, a vítima não tem o direito absoluto de que a indenização por danos materiais fixada em forma de pensão seja arbitrada e paga de uma só vez.

E) A privação da liberdade por policial fora do exercício de suas funções e com

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reconhecido excesso na conduta caracteriza dano moral in re ipsa.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: Responsabilidade Civil.

A) CORRETA: De acordo com a jurisprudência do STJ, nos procedimentos cirúrgicos estéticos, a responsabilidade do médico é subjetiva com presunção de culpa. Ou seja, embora a obrigação seja de resultado, a responsabilidade do médico no caso de cirurgia meramente estética permanece sendo SUBJETIVA, no entanto, com inversão do ônus da prova, cabendo ao médico comprovar que os danos suportados pelo paciente advieram de fatores externos e alheios à sua atuação profissional. Trata-se, portanto, de responsabilidade subjetiva com culpa presumida. NÃO é caso de responsabilidade objetiva. Aplica-se, na hipótese, o § 3º do art. 14 do CDC: Art. 14 (...) § 4º - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa. “Em procedimento cirúrgico para fins estéticos, conquanto a obrigação seja de resultado, não se vislumbra responsabilidade objetiva pelo insucesso da cirurgia, mas mera presunção de culpa médica, o que importa a inversão do ônus da prova, cabendo ao profissional elidi-la (eliminá-la) de modo a exonerar-se da responsabilidade contratual pelos danos causados ao paciente, em razão do ato cirúrgico.” (STJ, AREsp 328.110).

B) INCORRETA: A responsabilidade civil “effusi et dejects” consiste na reparação por ato ilícito oriundo de responsabilidade civil de coisa lançada ou caída de prédio ou de ruína de edifício ou construção. Essa responsabilidade abrange duas hipóteses, ambas previstas no Código Civil: art. 937 (ruína de edifício ou construção) e art. 938 (coisas caídas ou arremessadas de prédio). Segundo Carlos Roberto Gonçalves, a responsabilidade “effusi et dejects” é puramente objetiva: “A responsabilidade, no caso, é puramente objetiva. Não se cogita da culpa. Já no direito romano, a actio effuis et dejectis se destinava a definir a responsabilidade em face do dano causado por uma coisa lançada de uma habitação para o exterior. Não se indagava se foi lançada propositadamente à rua ou se caiu acidentalmente. Se havia despejado uma coisa líquida (effusum) ou lançado um objeto (dejectum) de um edifício sobre um lugar destinado à passagem pública, concedia contra o “habitator, independentemente de culpa”, uma ação, variável em seu objeto de acordo com as hipóteses (GONÇALVES, 2013, p. 242).” Portanto, nessa modalidade de reparação ou de responsabilidade civil “effusi et dejects”, não se discute a culpa. Responsabilidade civil “effusi et dejects” prevista no Código Civil: Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem

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DEMONSTRAÇÃO

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lançadas em lugar indevido.

C) CORRETA: Nos termos do artigo 932, inciso I, do Código Civil, os pais respondem objetivamente pelos danos causados a terceiros por seus filhos menores, que se encontrem sob sua autoridade e em sua companhia. É necessário, entretanto, que se prove a culpa dos filhos no ato ilícito, para que sobrevenha a responsabilidade objetiva dos pais, sendo esta responsabilidade denominada objetiva impura ou objetiva indireta. Assim, de acordo com Flávio Tartuce, enuncia o art. 933 do CC que a responsabilidade das pessoas antes elencadas independe de culpa, tendo sido adotada a teoria do risco-criado. Nesse sentido, as pessoas arroladas, ainda que não haja culpa de sua parte (responsabilidade objetiva), responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Mas, para que essas pessoas respondam, é necessário provar a culpa daqueles pelos quais são responsáveis. Por isso a responsabilidade é denominada objetiva indireta ou objetiva impura, conforme a doutrina de Álvaro Villaça Azevedo. CC, Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

D) CORRETA: O art. 950, § único, do CC prevê que a vítima que sofrer uma ofensa que resulte em lesão pode exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. Se a vítima pedir para receber a indenização de uma só vez, o magistrado não deve, necessariamente, acatar o pedido. Nos termos decididos pelo STJ, nos casos de responsabilidade civil derivada de incapacitação para o trabalho (art. 950 do CC), a vítima não tem o direito absoluto de que a indenização por danos materiais fixada em forma de pensão seja arbitrada e paga de uma só vez. É preciso ponderar que, se por um lado é necessário satisfazer o crédito do beneficiário, por outro não se pode exigir o pagamento de uma só vez se isso puder levar o devedor à ruína. Nesse sentido: STJ. 3ª Turma. REsp 1.349.968-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 14/4/2015 (Informativo n° 561). Julgado correlato: “Os credores de indenização por dano morte fixada na forma de pensão mensal não têm o direito de exigir que o causador do ilícito pague de uma só vez todo o valor correspondente. Isso porque a faculdade de “exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez” (parágrafo único do art. 950 do CC) é estabelecida para a hipótese do caput do dispositivo, que se refere apenas a defeito que diminua a capacidade laborativa da vítima, não se estendendo aos casos de falecimento. Precedentes citados: REsp 1.230.007-MG, Segunda Turma, DJe 28/2/2011; REsp 1.045.775-ES, Terceira Turma, DJe 4/8/2009.” REsp 1.393.577-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 20/2/2014.

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DEMONSTRAÇÃO

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E) CORRETA: Em julgado recente, a Corte Especial entendeu que a privação da liberdade por policial fora do exercício de suas funções e com reconhecido excesso na conduta caracteriza dano moral “in re ipsa”. Vejamos a decisão: “O contexto delineado pelo Tribunal de origem revela que, ao largo do debate acerca da prática de eventual crime de desacato, houve uma atuação arbitrária por policial ao algemar pessoa idosa, no interior do condomínio onde moram, em meio a uma discussão, o que lhe causou severas lesões corporais, caracterizando-se, assim, a ofensa a sua liberdade pessoal e, consequentemente, a sua dignidade. Com efeito, por se tratar de medida extremamente gravosa, a prisão, quando não decorrente de sentença penal condenatória transitada em julgado, é autorizada pelo Estado no flagrante delito ou em hipóteses excepcionais, mediante ordem escrita e fundamentada do juiz, na qual fiquem demonstradas a sua necessidade e a adequação às circunstâncias que a justificam. Nesse sentido, o respeito pela condição fundamental de liberdade é consectário natural do postulado da dignidade da pessoa humana, que, por sua vez, como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, constitui, segundo a doutrina, verdadeira “cláusula geral de tutela e promoção da pessoa humana, tomada como valor máximo pelo ordenamento”. Não por outro motivo, a ordem jurídica brasileira qualifica a prisão ilegal como crime, e, na esfera cível, como ato ofensivo à liberdade pessoal (art. 954, parágrafo único, II, do CC/02). Sob essa ótica, porque constitui grave violação da integridade física e psíquica do indivíduo, e, portanto, ofensa a sua dignidade enquanto ser humano, a privação indevida da liberdade, sobretudo por preposto do Estado e fora do exercício das funções, caracteriza dano moral “in re ipsa.” (STJ, 3ª Turma. REsp 1.675.015-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/9/2017. Informativo n° 612).

GABARITO: B

PROFESSORA: MARIA HELENA ROCHAE-mail: [email protected]

DIREITO ADMINISTRATIVO

7. A Empresa X venceu uma licitação na modalidade pregão, para prestar serviço de limpeza à União. Dentro do prazo de validade da proposta, a vencedora foi convocada, porém apresentou documentação falsa, o que foi prontamente percebido pelo servidor responsável pela conferência do documento. Diante disso, além das providências penais

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cabíveis, a empresa X ficou impedida de contratar com a União pelo período de cinco anos, tendo sido inscrita no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas, mantido pela Controladoria-Geral da União. Três anos após o ocorrido, a Empresa X pretendia participar de licitação no Estado de São Paulo, mas verificou, junto ao Portal da Transparência, que permanecia inscrita no Cadastro desabonador mencionado. Por isso, adotou medida judicial contra a União, a fim de retirar seu nome do referido Cadastro e, ainda, obter indenização por danos morais. Diante da situação narrada, assinale a alternativa correta.

A) Há consenso doutrinário no sentido de que a sanção de “impedimento de licitar e contratar” prevista na Lei nº 10.520/2002 é idêntica à “suspensão temporária” prevista na Lei nº 8.666/1993.

B) A situação descrita é irregular, pois o prazo máximo para a fixação da penalidade de “impedimento de licitar e contratar” prevista na Lei do Pregão é de dois anos.

C) O fato de a empresa X constar no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas gera dano moral in re ipsa, cuja indenização pode ser demandada à União, responsável pela publicação.

D) A divulgação da empresa X no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas pela CGU não é determinante para que o Estado de São Paulo impeça a sua participação em licitações.

E) Pela expressa dicção legal, na Lei nº 10.520/2002, o sancionamento só pode corresponder a atos ilícitos praticados durante a execução contratual, mas não durante o certame licitatório.

COMENTÁRIO

Pontos do edital: 9. Licitação e contrato administrativo. 18. Responsabilidade ex-tracontratual do Estado.

A) INCORRETA: Ao contrário do que afirma a alternativa, “há consenso de que a sanção ‘impedimento de licitar e contratar’ é uma sanção diversa das previstas pela Lei nº 8.666/93. É comum, inclusive, nos editais relacionados às licitações realizadas mediante a modalidade licitatória denominada pregão, a apresentação cumulada das regras de sancionamento administrativo previstas na Lei nº 8.666/93 e na Lei nº 10.520/02”. (TORRES, Ronny Charles

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Lopes de. Leis de Licitações Públicas Comentadas. Salvador: JusPodivm, 2017, p. 951).

Inclusive, vale salientar que o prazo máximo previsto para cada uma das sanções é diferente. Enquanto o “impedimento de licitar e contratar” previsto no artigo 7º da Lei do Pregão pode durar até cinco anos, a “suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração” do artigo 87, inciso III, da Lei nº 8.666/93 dura, no máximo, dois anos.

B) INCORRETA: Como acabo de afirmar, o prazo máximo previsto pelo artigo 7º da Lei nº 10.520/2002 é de cinco anos. Esta era uma alternativa que poderia ser facilmente eliminada pela recordação do dispositivo legal, como costuma ocorrer em provas objetivas. Assim, procurem não deixar de lado a leitura do texto da lei. Este artigo 7º já transcrevo para vocês, pois nos servirá, ainda, nos comentários seguintes:

Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4º desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

C) INCORRETA: Recentemente, o STJ decidiu, em Mandado de Segurança impetrado em situação similar à descrita no enunciado, que “a inclusão do nome da impetrante no Portal da Transparência e no Cadastro de Empresas Inidôneas e Suspensas-CEIS, apenas viabiliza o acesso às informações, não sendo suficiente para causar, de per si, qualquer dano, pois o impedimento de contratar e licitar decorre da própria punição e não da publicidade.” (MS 21.750-DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade, julgado em 25/10/2017, DJe 07/11/2017, veiculado no Informativo nº 615). Na oportunidade, o Relator, Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, consignou que, caso a empresa se sinta indevidamente excluída de outro certame não abrangido pela penalidade, deverá buscar a via do Poder Judiciário contra quem a excluir indevidamente, não havendo nenhum dano a ser reparado pela simples publicação de uma informação verdadeira.

D) CORRETA: No julgado mencionado acima, o STJ decidiu, no destaque, que “a divulgação do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas – CEIS pela CGU tem mero

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DEMONSTRAÇÃO

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caráter informativo, não sendo determinante para que os entes federativos impeçam a participação, em licitações, das empresas ali constantes.”

Esse foi, inclusive, o fundamento que o Ministro Relator utilizou para enfatizar a ausência de dano pela simples divulgação.

E) INCORRETA: Para eliminar esta alternativa, também bastaria conhecer o artigo 7º da Lei nº 10.520/2002, acima transcrito. É curioso ressaltar que a Lei do Pregão inovou tanto na descrição das condutas puníveis quanto na ampliação do sujeito passivo, e que, além disso, permitiu o sancionamento por atos cometidos no curso do certame licitatório. Nesse sentido, aliás, Ronny Charles Lopes de Torres salienta: “necessário perceber que, diferentemente do disposto pelo artigo 87 da Lei nº 8.666/93, na Lei do Pregão o sancionamento é admissível em razão de atos ilícitos praticados tanto no certame licitatório como no transcorrer da execução contratual” (Op. Cit., p. 966). Aliás, esse sancionamento para o comportamento inidôneo na fase de habilitação é necessário e justificado ante a característica de inversão de fases dessa modalidade licitatória.

GABARITO: D

8. Sobre a ação civil pública por improbidade administrativa, indique o item correto:

A) De acordo com a atual jurisprudência do STJ, a sentença que concluir pela improcedência da ação de improbidade administrativa sujeita-se ao reexame necessário.

B) Para a decretação da medida cautelar de indisponibilidade de bens, na ação de improbidade, é necessário haver indícios do cometimento de ato ímprobo que cause lesão ao erário ou enriquecimento ilícito, bem como a demonstração do periculum in mora concreto, ou seja, dos atos do sujeito ativo do ato de improbidade tendentes à dilapidação de seu patrimônio.

C) A redação atual da Lei nº 8.429/1992, em atenção aos princípios processuais, admite conciliação nas ações de improbidade.

D) Após o oferecimento de defesa prévia, a única hipótese de rejeição da pretensão deduzida na ação de improbidade é a existência de prova que demonstre, cabalmente, a inexistência de ato de improbidade.

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E) O Ministério Público atuará, obrigatoriamente, como fiscal da lei em todas as ações de improbidade administrativa, sob pena de nulidade.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 6. Improbidade Administrativa.

A) CORRETA: Pacificando as decisões antagônicas da primeira e da segunda turma, a primeira seção do STJ firmou o entendimento, veiculado no Informativo nº 607, segundo o qual “a sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação de improbidade administrativa está sujeita ao reexame necessário, com base na aplicação subsidiária do art. 475 do CPC/73 e por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei n. 4.717/65.” (EREsp 1.220.667-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em 24/5/2017, DJe 30/6/2017). É interessante conhecer e guardar esse entendimento, pois, anteriormente, prevaleciam as decisões da Corte Cidadã no sentido da inaplicabilidade do reexame nas ações de improbidade.

Além disso, o julgado mencionado se baseou no fato de que, “por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei n. 4.717/65, as sentenças de improcedência de ação civil pública sujeitam-se indistintamente ao reexame necessário”.

B) INCORRETA: O artigo 7º, caput, da Lei nº 8.429/1992, dispõe que “quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.” Interpretando o referido dispositivo, o STJ decidiu que “para a decretação da referida medida, embora se exija a demonstração de fumus boni iuris - consistente em fundados indícios da prática de atos de improbidade -, é desnecessária a prova de periculum in mora concreto - ou seja, de que os réus estariam dilapidando efetivamente seu patrimônio ou de que eles estariam na iminência de fazê-lo (colocando em risco eventual ressarcimento ao erário). O requisito do periculum in mora estaria implícito no referido art. 7º, parágrafo único, da Lei 8.429/1992, que visa assegurar “o integral ressarcimento” de eventual prejuízo ao erário, o que, inclusive, atende à determinação contida no art. 37, § 4º, da CF” (REsp 1.366.721-BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Og Fernandes, julgado em 26/2/2014, veiculado no Informativo nº 547).

Dessa forma, havendo indícios significativos do cometimento de ato de improbidade que cause lesão ao erário ou enriquecimento ilícito, é possível a decretação da indisponibilidade de bens, desde que seja realizada mediante decisão judicial especificamente fundamentada.

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C) INCORRETA: Ao contrário do que afirma a assertiva, o artigo 17, § 1º, da Lei nº 8.429/1992 dispõe que “é vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.” Contudo, é interessante notar a ponderação doutrinária no sentido de que, “não obstante o caráter peremptório da regra, na tutela coletiva não só é possível, como frequente, a transação, como se pode notar pela quantidade razoável de TACs (termos de ajustamento de conduta) celebrados pelos legitimados a defender o direito coletivo lato sensu. O que deve ficar claro é que, nessas soluções de conflito por autocomposição, não é o direito material em si o objeto da transação, mas sim a forma de seu exercício. Significa que serão objetos da transação apenas a forma, o modo e os prazos de cumprimento de obrigações que tutelem o direito material, que nunca será em si mesmo o objeto da transação” (OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Op. Cit., p. 876). Para a prova, vocês, futuros Procuradores do Estado de São Paulo, devem conhecer tanto a dicção legal quanto a interessante posição doutrinária (que pode, por exemplo, ser relevante em uma prova discursiva).

D) INCORRETA: De fato, a demonstração de que inexistiu o ato de improbidade apontado na petição inicial é uma das hipóteses que admite a rejeição da pretensão deduzida pelo legitimado ativo. Contudo, não é a única. Eis aí o erro da assertiva. Com efeito, o STJ tem entendimento no sentido de que “após o oferecimento de defesa prévia prevista no § 7º do art. 17 da Lei 8.429/1992 - que ocorre antes do recebimento da petição inicial -, somente é possível a pronta rejeição da pretensão deduzida na ação de improbidade administrativa se houver prova hábil a evidenciar, de plano, a inexistência de ato de improbidade, a improcedência da ação ou a inadequação da via eleita.” (REsp 1.192.758-MG, Rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Sérgio Kukina, julgado em 4/9/2014, veiculado no Informativo nº 547).

Como se sabe, o rito da ação de improbidade prescreve que, antes de recebida a petição inicial, o juiz notifique o réu para apresentar defesa prévia. Dessa defesa prévia, pode resultar o indeferimento da petição inicial. É, aliás, o próprio artigo 17, § 8º, da Lei nº 8.429 que prevê que “recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.”

As hipóteses de rejeição são restritas, pois, de acordo com o STJ, nessa fase processual, vigora o princípio in dubio pro societate.

E) INCORRETA: Como alertei antes, cuidado com os absolutos! De acordo com a Lei de Improbidade Administrativa, o Ministério Público atuará como fiscal da lei quando não for autor da ação. É o que dispõe o artigo 17, § 4º, do referido diploma normativo: “O Ministério

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DEMONSTRAÇÃO

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Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.”

Acerca da intervenção do Parquet nas ações de improbidade ajuizadas por outros legitimados, Rafael Oliveira ensina (Op. Cit., pp. 850-851) que “nesse caso, se o autor desistir da ação, o Ministério Público poderá assumir o polo ativo (sucessão processual), tendo em vista a aplicação analógica (microssistema das ações coletivas) do art. 9º da Lei 4.717/1965 (LAP) e no art. 5º, § 3º, da Lei 7.347/1985 (LACP)”.

GABARITO: A

PROFESSOR: WOLKER BICALHOE-mail: [email protected]

DIREITO DE PESSOAL E PREVIDENCIÁRIO PÚBLICO

9. No que tange à aposentadoria do servidor público podemos afirmar que:

A) Os proventos da aposentadoria por invalidez permanente são calculados, em regra, de forma integral.

B) Nos casos de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei, os proventos da aposentadoria por invalidez permanente são calculados com base na última remuneração do servidor.

C) Aos servidores que ingressaram no serviço público até 31 de dezembro de 2003, os proventos da aposentadoria por invalidez permanente são calculados com base na última remuneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria.

D) Os proventos da aposentadoria compulsória serão calculados de forma integral.

E) A aposentadoria compulsória do servidor público se dá, em todos os casos, aos 70 (setenta) anos de idade, tendo em vista sua incapacidade permanente para o serviço público.

COMENTÁRIO

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Ponto do edital: Aposentadorias, pensões. Regras permanentes e transitórias.

A) A aposentadoria por invalidez permanente, em regra, nos termos do art. 40, § 1º, I, e § 3º, da Constituição Federal e art. 1º, caput, da Lei federal 10.887/2004, é calculada de forma proporcional ao tempo de contribuição multiplicado pela média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência. Portanto, esta assertiva esta INCORRETA.

B) A aposentadoria por invalidez permanente decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei, nos termos do art. 40, § 1º, I, in fine, e § 3º, da Constituição Federal e art. 1º, caput, da Lei federal 10.887/2004, será calculada de forma integral, correspondente à 100% (cem por cento) da média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência. Portanto, esta assertiva esta INCORRETA.

C) Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 70/2012, criou-se uma terceira hipótese de calculo dos proventos da aposentadoria por invalidez dos servidores públicos, baseada na integralidade. Desse modo, os servidores que ingressaram no serviço público até a data de publicação da Emenda Constitucional nº 41/2003 (31.12.2003) e se aposentem por invalidez permanente, terão os proventos calculados com base na remuneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria, na forma da lei, não sendo aplicáveis as disposições constantes dos §§ 3º, 8º e 17 do art. 40 da Constituição Federal. Portanto, esta assertiva esta CORRETA.

D) A aposentadoria compulsória, nos termos do art. 40, § 1º, II, e § 3º, da Constituição Federal e art. 1º, caput, da Lei federal 10.887/2004, é calculada de forma proporcional ao tempo de contribuição multiplicado pela média aritmética simples das maiores remunerações, utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve vinculado, correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da contribuição, se posterior àquela competência. Portanto, esta assertiva esta INCORRETA.

E) Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 88/2015, o servidor será compulsoriamente aposentado com proventos proporcionais ao tempo de contribuição aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar. Ademais,

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incluiu-se o art. 100 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para estabelecer que, até a promulgação desta lei complementar, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposentar-se-ão, compulsoriamente, aos 75 (setenta e cinco) anos de idade. Portanto, esta assertiva esta INCORRETA.

GABARITO: C

10. Cabe à São Paulo Previdência, EXCETO:

A) A administração, o gerenciamento e a operacionalização do Regime Próprio de Previdência Social e o Regime Próprio de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo – RPPM.

B) A concessão, pagamento e manutenção dos benefícios para os servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

C) A gestão dos fundos e recursos arrecadados.

D) A manutenção do cadastro individualizado dos servidores públicos ativos e inativos.

E) A arrecadação e a cobrança das contribuições previdenciárias.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: Entidade gestora do regime próprio de previdência do servidor público.

A) Com a Emenda Constitucional nº 41/2003, a Constituição Federal passou a proibir “[...] a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal”, ressalvado o regime de previdência dos militares (art. 40, § 20).

Para melhoria da gestão da coisa pública, o Regime Próprio de Previdência Social deve ser gerido, portanto, por uma unidade única e, no Estado de São Paulo, a Lei Complementar Estadual nº 1.010/07, criou São Paulo Previdência – SPPREV, autarquia sob regime especial, para essa finalidade.

Além da atribuição de gerir o Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos titulares de

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DEMONSTRAÇÃO

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cargos efetivos, a SPPREV tem a incumbência de administrar o Regime Próprio de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo (art. 1º da Lei Complementar Estadual nº 1.010/07).

No art. 3º da Lei Complementar Estadual nº 1.010/07 há previsão expressa das atribuições da autarquia, sendo que o inciso I dispõe sobre a administração, o gerenciamento e a operacionalização dos regimes previdenciários dos servidores públicos e dos militares.

Portanto a resposta está CORRETA.

B) A unificação de gerenciamento de todos os benefícios do Regime Próprio de Previdência Social pela SPPREV, porém, ainda não está completa. O art. 3º, § 2º, da Lei Complementar Estadual nº 1.010/07 estabelece que o “ato de concessão dos benefícios para o membro ou servidor do Poder Judiciário, da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas do Estado, do Ministério Público, da Defensoria Pública e das Universidades será assinado pelo chefe do respectivo Poder, entidade autônoma ou órgão autônomo, que o remeterá, em seguida, à SPPREV para formalização, pagamento e manutenção”.

Nesses casos a SPPREV funciona como órgão pagador e gestor, sem qualquer poder decisório sobre o ato de concessão dos benefícios previdenciários. Entretanto, apesar da realidade estrutural e normativa ser ainda distante, o ideal é que a autarquia previdenciária conceda e gerencie todos os benefícios de todos os beneficiários do Regime Próprio de Previdência Social, conforme previsto no art. 3º, II, da Lei Complementar Estadual nº 1.010/07. Portanto a resposta está INCORRETA.

C) As demais atribuições estão nos demais incisos do art. 3º da Lei Complementar Estadual nº 1.010/07. No inciso IV há previsão expressa da gestão dos fundos e recursos arrecadados. A previsão do fundo específico com finalidade previdenciária está nos arts. 31 a 34, deste diploma normativo. Portanto, a assertiva está CORRETA.

D) No inciso V há previsão de que a SPPREV tem a competência para “a manutenção permanente do cadastro individualizado dos servidores públicos ativos e inativos, dos militares do serviço ativo, dos agregados ou licenciados, da reserva remunerada ou reformado, e respectivos dependentes, e dos pensionistas”. Portanto, a assertiva está CORRETA.

E) No inciso V há previsão de que a SPPREV tem a competência para “a arrecadação e cobrança dos recursos e contribuições necessários ao custeio dos regimes” previdenciários dos servidores públicos e dos militares. Portanto, a assertiva está CORRETA.

GABARITO: B

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DEMONSTRAÇÃO

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PROFESSOR: RODRIGO LEVKOVICZE-mail: [email protected]

DIREITO AMBIENTAL

11. A autonomia do Direito Ambiental em relação aos outros ramos do Direito é materializada por meio de princípios jurídicos que lhe são próprios. Sobre essa temática, assinale a alternativa INCORRETA:

A) O princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado, traduz direito de 3ª geração/dimensão, formal e materialmente constitucional, de aplicabilidade direta e imediata, protegido por cláusula pétrea, a despeito de não se inserir no rol exemplificativo dos direitos e garantias fundamentais, previsto no artigo 5° da Constituição Federal.

B) A propriedade urbana cumpre sua função sócio-ambiental quando seu exercício se amolda às exigências de ordenação da cidade expressas no plano diretor; a propriedade rural, por sua vez, cumpre sua função sócio-ambiental quando seu exercício oportuniza a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis de modo a preservar o meio ambiente e com a observância das disposições que regulam as relações de trabalho.

C) O princípio da prevenção, expressamente adotado pela Constituição Federal, “proteger e preservar”, é o caminho mais seguro para a manutenção do equilíbrio ecológico no planeta, uma vez que o dano ambiental é, em geral, irreversível e irreparável. Dentre suas erradicações, pode-se destacar a educação ambiental, a obrigatoriedade do estudo prévio de impacto ambiental para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação ambiental, a necessidade de definição de espaços especialmente protegidos, o manejo ecológico, o zoneamento ambiental, os incentivos fiscais em razão da adoção de tecnologias limpas, a imposição de sanção pecuniária e criminal para o poluidor, etc.

D) O princípio da precaução, expressamente adotado na Constituição Federal e na lei de crimes ambientais, funda-se na aplicação do adágio in dubio pro natura

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DEMONSTRAÇÃO

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diante da incerteza cientifica, o que impõe a tomada de medidas acautelatórias para determinadas atividades, ainda que não haja certeza científica sobre suas consequências danosas.

E) O princípio do usuário-pagador decorre da necessidade de se valorar economicamente os recursos naturais, evitando-se que o chamado custo zero propicie sua utilização de forma excessiva.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 1. A proteção do meio ambiente na Constituição Federal e na Cons-tituição do Estado de São Paulo: Disposições gerais. Competência em matéria am-biental. Função social da propriedade. Da ordem econômica.

ALTERNATIVA A - CORRETA

Em razão do princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado, o meio ambiente passou a ser tratado como um bem jurídico autônomo, abandonando-se uma visão fragmentária e utilitarista dos elementos naturais que o compõem. Estabelece que a proteção dada pelo ordenamento jurídico não mais está fundamentada em razão da utilidade econômica dos recursos naturais, enquanto insumos dentro do processo produtivo, mas pelo seu valor imaterial.

ALTERNATIVA B – CORRETA

Em razão do princípio da função sócio-ambiental da propriedade, o ordenamento jurídico abandonou a óptica individualista que reinava quando da edição do Código Civil de 1916. O proprietário deixou de ser o senhor absoluto do bem, devendo exercer seu direito, para além do próprio interesse, de acordo com o interesse da coletividade. Com base neste princípio a jurisprudência consolidou o entendimento segundo o qual os deveres associados às APPs e à Reserva Legal têm natureza de obrigação propter rem, transmitindo-se ao novo titular do domínio ou da posse, independentemente de quem praticou a degradação ambiental.

ALTERNATIVA C – CORRETA

A prevenção constitui a principal meta do direito ambiental, mormente porque o dano ambiental é ordinariamente irreversível e irreparável. Foi expressamente adotado no artigo 225, “caput”, da Constituição Federal, por meio da locução “proteger e preservar”. Não se confunde com o princípio da precaução, pois ainda que ambos os princípios pretendam evitar a ocorrência do dano ambiental, no princípio da prevenção trabalha-se com a certeza científica de que determinada conduta importará na causação de um resultado danoso, enquanto que na

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DEMONSTRAÇÃO

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precaução impera a incerteza científica sobre a ocorrência deste resultado, que se apresenta como probabilidade, mas que não guarda certeza de consumação.

ALTERNATIVA D - INCORRETA

A alternativa está incorreta porque o princípio da precaução não se encontra previsto expressamente na Constituição Federal. Esta é uma “pegadinha” comum em concursos!

O princípio da precaução impõe que sejam tomadas medidas acautelatórias para determinadas atividades, ainda que não haja certeza científica sobre os possíveis danos que delas possam advir. Funda-se, basicamente, na aplicação do adágio in dubio pro natura, diante da incerteza cientifica. Consta da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992 e do tipo penal definido pelo artigo 54, § 3º, da Lei de Crimes Ambientais. Há, em linhas gerais, três concepções a respeito do conteúdo, extensão e acepção deste princípio. Para uma linha de pensamento mais radical, não se admite o risco, sua mera probabilidade já é suficiente para paralisar ou impedir o início da atividade. Exige-se, ainda, que o empreendedor comprove que sua atividade não causará o dano que se supôs, invertendo-se o ônus de probatório. Outra linha de pensamento, minimalista, exige que os riscos sejam sérios e irreversíveis, não admite a moratória da atividade e não conduz à inversão do ônus da prova. Por fim, uma corrente de pensamento intermediário, requer um risco científico crível, isto é, atestado por parte significativa da doutrina científica.

ALTERNATIVA E – CORRETA

O princípio do usuário-pagador é a outra face do poluidor-pagador, sua complementação. Estabelece que os preços dos produtos e serviços devem refletir todos os custos sociais do uso e esgotamento dos recursos naturais utilizados no processo produtivo. No plano infraconstitucional foi veiculado de maneira explicita, no artigo 5°, inciso IV, da Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos, que estabelece a possibilidade de cobrança pelo uso de recursos hídricos. O Supremo Tribunal Federal, por meio do voto do Min. Carlos Aires Britto, asseverou que a compensação ambiental prevista no artigo 36 da Lei 9985/2000 “densifica o princípio do usuário-pagador, este a significar um mecanismo de assunção da responsabilidade social (partilhada, insista-se) pelos custos ambientais derivados da atividade”.

GABARITO: D

12. Em relação à distribuição das competências em matéria ambiental, conforme definido na Constituição Federal, assinale a alternativa INCORRETA:

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A) A Constituição Federal estabeleceu competência legislativa privativa da União em relação às seguintes matérias: águas, populações indígenas, jazidas, minas e outros recursos minerais, e competência legislativa concorrente entre a União, os Estados-Membros, Distrito Federal e os Municípios em relação à proteção do patrimônio paisagístico, responsabilidade por dano ao meio ambiente e defesa do solo e dos recursos naturais.

B) No âmbito da competência legislativa concorrente, o Estado-Membro está autorizado a exercer sua competência suplementar para legislar sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, proteção do meio ambiente e controle da poluição e, neste caso, se houver a superveniência de lei federal de caráter geral, a lei estadual ficará com sua eficácia suspensa.

C) No julgamento da ADI nº 350/SP, o Supremo tribunal Federal assentou a constitucionalidade formal do artigo 204 da Constituição do Estado de São Paulo, segundo o qual “fica proibida a caça, sob qualquer pretexto, em todo o Estado”, reconhecendo-se o legítimo exercício da competência legislativa suplementar do Estado-Membro em disciplinar essa questão segundo suas peculiaridades, mas, também, conferiu-lhe interpretação conforme para permitir o abate controlado de animais para fins científicos ou por motivo de saúde pública.

D) Um município sobre o qual se sobreponha um Parque Estadual pode tomar medidas administrativas com o objetivo de impedir corte ilegal de vegetação dentro da área do Parque, ainda que referida unidade de conservação seja de propriedade do ente estadual.

E) Os Estados-Membros poderão legislar acerca de pontos específicos tratados dentre as competências privativas da União pela Constituição Federal de 1988, desde que haja lei complementar federal delegando a disciplina de respectivas matérias.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 1. A proteção do meio ambiente na Constituição Federal e na Cons-tituição do Estado de São Paulo: Disposições gerais. Competência em matéria am-biental. Função social da propriedade. Da ordem econômica.

ALTERNATIVA A – CORRETA

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Muito embora diversas matérias atinentes ao meio ambiente estejam previstas no rol do artigo 24 da Constituição Federal, que prevê a competência legislativa concorrente da União, dos Estados-Membros e do Distrito Federal, as matérias elencadas na alternativa em comento estão reservadas à competência legislativa privativa da União, ou seja, não admitem a concomitância entre um texto normativo federal e estadual (ou distrital). Em linhas gerais, a competência legislativa privativa só admite delegação aos Estados para tratarem de matéria específica mediante a edição de lei complementar autorizativa, em que pese nem sempre se admita tal delegação, como nos casos previstos nos artigos 51 e 52 da CF.

ALERNATIVA B – INCORRETA

No exercício da competência legislativa concorrente, o papel da União cinge-se a elaborar normas gerais, de caráter nacional, que podem ser suplementadas pelos Estados Membros e pelo Distrito Federal em razão de suas peculiaridades. Neste caso, ambas as legislações, nacional e estadual, permanecem íntegras e vigentes. A alternativa está incorreta porque a suspensão da eficácia da lei estadual jamais se dará pelo exercício da competência suplementar, mas, sim, pelo exercício da competência plena, cujo pressuposto é a falta de legislação federal de caráter nacional (artigo 25, §§ 1°, 2°, 3° e 4°, CF).

ALTERNATIVA C – CORRETA

Na ADI 350/SP, o Supremo Tribunal Federal assentou que a Lei 5.197/67, recepcionada pela CF/88, estabeleceu, como princípio geral, por meio do seu artigo 1°, a vedação da caça, autorizando sua prática, excepcionalmente, se as peculiaridades regionais comportarem seu exercício, o que se daria, nos termos da lei, mediante regulamento do Poder Público Federal. Neste último ponto, o STF, atento ao regime de repartição de competências dos entes federativos e ao fato de a Constituição Federal estabelecer a competência suplementar dos Estados-Membros e do Distrito Federal, deu interpretação conforme ao § 1° do artigo 1° da Lei 5.197/67, de modo a substituir a expressão “regulamento do Poder Público Federal” para “a devida permissão em ato regulamentador do poder público competente”, neste caso, o Estadual.

ALTERNATIVA D – CORRETA

O fato de um Parque Estadual ser de domínio do Estado de São Paulo não afasta a competência comum, de cunho administrativo, prevista no artigo 23 da Constituição Federal, que estabelece o dever dos Municípios em preservar as florestas, a fauna e a flora.

ALTERNATIVA E – CORRETA

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Conforme pudemos explicitar para a alternativa (A), a competência legislativa privativa admite delegação aos Estados para tratarem de matéria específica mediante a edição de lei complementar autorizativa. Em que pese referida competência nem sempre admita tal delegação, como nos casos previstos nos artigos 51 e 52 da CF, é correto afirmar que referida exceção não se aplica as matérias de viés ambiental.

GABARITO: B

PROFESSORA: DANIELE ZANFORLINE-mail: [email protected]

DIREITO TRIBUTÁRIO

13. A respeito do redirecionamento da execução fiscal para o sócio gerente, assinale a alternativa incorreta:

A) A responsabilidade do sócio gerente pelos atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, não se configura na hipótese em que verificada a inadimplência tributária. Diferente, contudo, é a hipótese em que demonstrada pela Fazenda Pública intensa distribuição de dividendos aos sócios, a despeito do não pagamento dos tributos.

B) Com o Novo CPC, a devolução da carta citatória pelos correios é suficiente para caracterizar os indícios de dissolução irregular requeridos pela Súmula nº 435 do STJ, autorizando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio gerente.

C) Imagine duas execuções fiscais com responsabilização do sócio gerente. No processo A, o sócio já contava com seu nome na CDA, é objeto de penhora online e pretende alegar a sua ilegitimidade passiva. No processo B, o sócio, que não figura na CDA, sofre, também, a penhora online, e pretende alegar a sua ilegitimidade ativa, já que o redirecionamento da execução fiscal não observou o procedimento previsto na Súmula 435 do STJ. Estando o valor cobrado garantido pela penhora online em ambos os casos, é possível que a defesa dos sócios, em qualquer das demandas, seja feita por embargos à execução fiscal, mas só o processo B pode ser objeto de exceção de pré-executividade.

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D) A falta de atualização dos cadastros empresariais não é considerada infração à lei apta a justificar o redirecionamento da execução fiscal para o sócio que tenha se retirado da sociedade muito antes do fato gerador do tributo cobrado no feito executivo.

E) A dissolução irregular de uma sociedade permite o redirecionamento da execução fiscal para o sócio gerente da pessoa jurídica executada inclusive nos casos de dívida ativa não-tributária, ainda que não se verifique dolo.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 7. Lançamento e suas modalidades. Revisão do lançamento. Sus-pensão, extinção e exclusão. Garantias e privilégios. Preferências e cobrança em falência. Responsabilidade dos sócios em sociedades por quotas de responsabili-dade limitada. Alienação de bens em fraude à Fazenda Pública.

A) CORRETA: É entendimento sumulado do STJ (Súmula 430) que o mero inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. Isto decorre do fato de que nem sempre a inadimplência tributária caracteriza-se como dolosa, ou mesmo culposa, sendo, na verdade, decorrência de reais dificuldades financeiras. Observe-se que, segundo a doutrina, a responsabilização decorrente do art. 135 do CTN é subjetiva e não objetiva.

Situação distinta, contudo, é aquela em que a Fazenda Pública consegue comprovar nos autos a realização de algum ato concreto pela pessoa jurídica que denote inexistência de situação de crise, como é o caso da distribuição de dividendos, a despeito do não pagamento do crédito tributário.

Trata-se de argumentação em construção pelas Fazendas Públicas, cuja cobrança em prova seria mais factível em uma questão aberta, mas que optamos por trazer na questão fechada para melhor preparar o aluno.

A alternativa está correta.

B) INCORRETA: De acordo com a interpretação decorrente do art. 247 do CPC/2015, a citação pelos correios é a regra geral, excetuados os casos previstos na norma em questão.

A Súmula 435 do STJ estabelece a presunção iuris tantum de dissolução irregular da empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, admitindo o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

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A despeito da preferência legal conferida pelo CPC para a citação por AR, certo é que mantém-se o entendimento do STJ no sentido de que a simples devolução de carta citatória pelos correios NÃO é suficiente para ensejar a presunção de dissolução irregular da sociedade, haja vista a inexistência de fé pública para a informação lançada pelo carteiro.

A alternativa está incorreta.

C) CORRETA: A exceção ou objeção de pré-executividade é um meio de defesa incidental em que o executado, munido de prova documental e sem a necessidade de dilação probatória, provoca o julgador para arguir questão de ordem pública ou nulidades absolutas. Temas, portanto, que possam ser conhecidos de ofício e sobre os quais haja prova de direito líquido e certo.

Regra geral, considera-se não ser possível discutir a ilegitimidade passiva das partes por meio de exceção de pré-executividade, posto que demandaria ampla cognição do material probatório, o que é possível, apenas, em sede de embargos à execução fiscal, eis que, como dito, a exceção de pré-executividade demanda prova pré-constituída. Anote-se, desde já, que nas duas hipóteses previstas na assertiva seria possível a utilização dos embargos à execução, já que garantido o débito.

Se verificado no caso concreto, contudo, que a questão da ilegitimidade foi líquida e certa, passível apenas de prova documental, abre-se a via estreita da exceção de pré-executividade (vide RESp 602249/MG).

No caso da assertiva, no processo A o sócio já constava da CDA como corresponsável, o que faz incidir sobre a sua legitimidade passiva a presunção de veracidade e legalidade do crédito público (considera-se que, ao menos em tese, houve algum procedimento administrativo que ensejou a responsabilização do sócio-gerente). A questão foi decidida pelo STJ no REsp 1110925/SP, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos. Neste caso, apenas poderá ser utilizado os embargos à execução fiscal.

No caso do processo B, contudo, o sócio redirecionado não tinha seu nome na CDA e sua pretensão é calcada no fato da inexistência de indícios de dissolução irregular reclamada pela Súmula 435 do STJ, fato que pode ser analisado objetivamente a partir dos próprios autos. É, pois, nulidade absoluta passível de ser alegada em sede de exceção de pré-executividade ou pelos embargos à execução fiscal.

A assertiva está correta.

D) CORRETA: de acordo com o entendimento sedimentado do STJ é obrigação dos gestores

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das empresas manter atualizados os respectivos cadastros junto aos órgãos de registros públicos e ao Fisco, especialmente no que tange aos atos relativos à mudança de endereço dos estabelecimentos e, especialmente, os referentes à dissolução da sociedade (caso típico de redirecionamento).

O sócio que se retirou da sociedade muito antes do fato gerador cobrado na CDA executada, contudo, não pode ser responsabilizado, eis a falta de liame subjetivo entre a cobrança e seus atos de gestão.

E) CORRETA: a respeito da dívida ativa não-tributária, reside forte celeuma a respeito da aplicação, ou não, das normas do CTN, o que é utilizado como argumento pela defesa em sede tributária para não aplicação de institutos como o redirecionamento da execução fiscal.

O STJ decidiu em sede de recurso repetitivo (RESp 1.371.128-RS, Informativo 547), contudo, a possibilidade de, verificada a dissolução irregular, redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente da pessoa jurídica executada, mesmo em se tratando de dívida ativa não tributária, afastada a necessidade de provar a existência de dolo por parte do sócio. Aplica-se, portanto, a Súmula 435 do STJ.

De acordo com o STJ, o art. 135, III, do CTN é substituído, no âmbito não tributário, pela previsão contida nos arts. 10, do Decreto 3.708/19, e art. 158 da Lei nº 6.404/76, não havendo em nenhum dos casos a exigência de dolo.

GABARITO: B

14. A respeito da prescrição, responda:

A) Na hipótese de revogação da moratória em caso de flagrante simulação da satisfação das condições pelo beneficiado, não haverá aproveitamento do lapso temporal decorrido entre a concessão do benefício e sua revogação para fins de prescrição do direito de cobrança do crédito tributário.

B) A prescrição é estabelecida como critério para imputação do pagamento do crédito tributário, caso em que se observará a ordem decrescente dos prazos de prescrição.

C) A despeito da positivação da vedação à decisão surpresa, é possível, na execução fiscal, o reconhecimento de ofício da prescrição ocorrida antes da propositura da ação, sendo desnecessária a oitiva prévia da Fazenda Pública.

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D) A inscrição em dívida ativa suspende, para todos os efeitos de direito, a prescrição do crédito tributário pelo prazo de 180 dias.

E) O protesto extrajudicial da CDA é causa interruptiva da prescrição.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 7. Crédito tributário. Lançamento e suas modalidades. Revisão do lançamento. Suspensão, extinção e exclusão. Garantias e privilégios. Preferências e cobrança em falência. Responsabilidade dos sócios em sociedades por quotas de responsabilidade limitada.

A) CORRETA: A moratória é hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário através da qual o ente tributante concede dilação de prazo para pagamento do tributo, a ser concedida direta e genericamente por lei (quando de caráter geral, art. 152, I, do CTN) ou por ato administrativo declaratório do cumprimento dos requisitos previstos em lei (quando de caráter individual, nos termos do art. 152, II, do CTN).

O art. 155 do CTN é expresso ao afirmar que a concessão da moratória não importa em direito adquirido, podendo ser revogada de ofício sempre que verificado que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para concessão do favor.

Revogada a moratória o crédito será cobrado acrescido dos juros de mora: (a) com imposição da penalidade cabível, se verificado dolo ou simulação do beneficiado ou de terceiro em proveito daquele; e, (b) sem imposição de penalidade nos demais casos.

O parágrafo único do art. 155 estabelece, ainda, que verificado dolo ou simulação, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e a sua revogação não será computado para efeito de prescrição do direito à cobrança do crédito, razão pela qual está correta a assertiva. Se não for verificado dolo ou simulação, contudo, a cobrança do crédito acrescido dos juros de mora (sem imposição de penalidade) só poderá ocorrer se a cobrança for anterior ao aperfeiçoamento do prazo prescricional do direito de cobrança.

A alternativa está correta.

B) INCORRETA: A imputação ao pagamento ocorre quando verificado que o mesmo sujeito passivo possui em face do mesmo ente tributante mais de um débito e oferece a pagamento montante insuficiente para quitação de toda a dívida. Neste caso, o CTN atribuiu à autoridade administrativa a prerrogativa de, nos termos da legislação vigente, dispor sobre quais débitos

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serão quitados. Nos termos do art. 163, III, do CTN, a imputação ao pagamento ocorrerá na ordem crescente (e não decrescente) dos prazos de prescrição, imputando-se, primeiramente, naquele crédito tributário com menor prazo prescricional, evitando-se a extinção do mesmo pela prescrição.

A alternativa está incorreta.

C) INCORRETA: Trata-se de tema sobre o qual ainda não houve manifestação expressa do STJ. Com efeito, a Súmula 409 do STJ dispõe que “em execução fiscal, a prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício”.

O art. 10 do CPC/2015, contudo, positivou o princípio da vedação à decisão surpresa, segundo o qual o juiz deverá oportunizar às partes falar a respeito de determinada matéria que não tenha sido objeto de discussão nos autos, mesmo que sobre ela deva decidir de ofício.

A previsão legal orienta, portanto, à necessidade de ouvir a Fazenda Pública a respeito do possível reconhecimento da prescrição, ante a possibilidade de apresentação de eventuais óbices ao aperfeiçoamento da prescrição. Esta, inclusive, é a prática do Judiciário, que intima a Fazenda Pública a respeito da possibilidade de reconhecimento da prescrição.

Note-se, portanto, que a prescrição poderá ser reconhecida de ofício, isto é, sem que o tema tenha sido arguido pelo Executado, o que não retira do Judiciário o dever de ouvir o Exequente previamente à extinção da dívida.

Sobre o tema saliente-se o quanto decidido a respeito pela Quarta Turma do STJ no RESp 1.280.825, de relatoria da Min. Isabel Gallotti: “Os fatos da causa devem ser submetidos ao contraditório, não o ordenamento jurídico, o qual é de conhecimento presumido não só do juiz (iura novit curia), mas de todos os sujeitos ao império da lei, conforme presunção jure et de jure (artigo 3º da LINDB)”. A despeito da competência da Quarta Turma residir sobre o Direito Privado, é interessante notar entendimento da Corte a respeito da aplicação do art. 10 do CPC/2015 quanto aos fatos da causa (o que demanda a oitiva da Fazenda a respeito de eventuais causas de suspensão da prescrição, por exemplo), mas não quanto ao ordenamento jurídico (o reconhecimento em si da prescrição é dever de ofício do Judiciário).

A alternativa está incorreta.

D) INCORRETA: O inadimplemento da obrigação tributária determina, após a constituição do crédito tributário, a sua inscrição em dívida ativa, procedimento pelo qual se confere exequibilidade à relação jurídico-tributária. De acordo com o art. 2º, § 3º, da Lei de Execução Fiscal, a inscrição em dívida ativa suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por

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180 dias ou até a distribuição da execução fiscal, caso ocorra primeiro. Tal causa de suspensão da prescrição, contudo, se aplica apenas para os créditos não tributários.

Com efeito, o CTN, que trata dos créditos tributários, foi recepcionado como lei complementar e não prevê a inscrição em dívida ativa como hipótese de suspensão da prescrição, conforme rol do art. 174, parágrafo único. A posição dominante, não obstante posicionamento contrário da Fazenda Nacional, compreende que a Lei de Execução Fiscal não poderia, portanto, ter modificado o tratamento do crédito tributário, estabelecendo nova hipótese de suspensão do prazo prescricional, razão pela qual ele se aplica apenas ao crédito não tributário.

A alternativa está incorreta.

E) INCORRETA: de fato, os Tribunais Superiores compreenderam pela legalidade e constitucionalidade do protesto extrajudicial da CDA, previsto no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.492/1997. Nestes termos vide a ADI 5135 (Informativo 846 do STF) e RESp 1.126.515/STJ. A despeito disto, o instituto em questão não tem o condão de interromper o prazo prescricional do crédito tributário, posto que o art. 174, II, do CTN fala expressamente (e tão somente) em interrupção da prescrição pelo protesto judicial.

A alternativa está incorreta.

GABARITO: A

PROFESSOR: IURI QUADROSE-mail: [email protected]

DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO

15. Assinale a assertiva que contém transcrição de Súmula do Tribunal Superior do Trabalho inequivocamente revogada pela Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017).

A) A transferência do regime jurídico de celetista para estatutário implica extinção do contrato de trabalho, fluindo o prazo da prescrição bienal a partir da mudança de regime.

B) Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-

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lhe a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira.

C) A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

D) Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.

E) A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 7. Contrato individual de trabalho. Disposições gerais. Remunera-ção e salário. Alteração, suspensão e interrupção. Rescisão. Aviso prévio. FGTS. Piso salarial. Décimo terceiro salário. Estabilidade. Proteção contra a despedida arbitrária ou sem justa causa. Força maior. Irredutibilidade do salário. 8. Organi-zação sindical. Associação, enquadramento e contribuição sindical. 14. A Fazenda Pública perante a Justiça do Trabalho. 15. Súmulas e orientações jurisprudenciais.

A) INCORRETA: A assertiva é transcrição da súmula 382 do TST, que despenca em provas de procuradoria. Essa súmula é muito didática, aduz que, se houver mudança no regime jurídico de um empregado, e esse empregado deixar de ser celetista para ser estatutário, isso extingue o contrato de trabalho. Assim, se o empregado pretender ajuizar reclamação que tenha por objeto qualquer questão oriunda do contrato de trabalho, a partir dessa extinção, operada pela mudança de regime, começa a correr o prazo prescricional de dois anos previsto no art. da CRFB/88. Exemplo: sujeito trabalhava em uma empresa pública e essa empresa pública foi transformada em autarquia (aconteceu com a Guarda Municipal do Rio de Janeiro). Esse sujeito deixa de ser celetista e passa a ser estatutário, porque a autarquia segue regime jurídico de direito público. Caso ele queira ajuizar ação para cobrar salários não pagos à época em que era celetista, o prazo de dois anos se inicia da data em que a empresa pública se transformou em autarquia, porque nessa data restou extinto o contrato de trabalho.

B) CORRETA: Enunciado da Súmula nº 372, I, do TST. Esse item está revogado pelo novel art. 468, § 2º, da CLT, transcrito abaixo:

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Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

§ 1º Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 2º A alteração de que trata o § 1º deste artigo, com ou sem justo motivo, não assegura ao empregado o direito à manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo de exercício da respectiva função. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

O atual artigo 468, § 1º, não traz qualquer novidade, já se entendia que o empregador poderia, a qualquer tempo, retirar um empregado de função de confiança. Sem embargo, a súmula 372, I, garantia que, caso o empregado ocupasse a função de confiança por 10 anos, mesmo que o empregador o revertesse ao cargo efetivo, destituindo da função de confiança, a gratificação pelo exercício da função estaria incorporada ao seu salário. Isso acabou, atualmente, o sujeito pode ocupar função de confiança pelo tempo que for, caso seja destituído, não haverá incorporação salarial da gratificação, ou seja, ele perde a gratificação.

C) INCORRETA: Essa foi pegadinha do professor, apenas coloquei para te mostrar como o examinador pode cobrar uma questão como essa. Essa súmula permanece válida, e, além de tudo, é uma súmula vinculante do STF (SV nº 40), não é súmula do TST. O examinador pode fazer pegadinhas desse tipo em qualquer questão, cobrar no enunciado alternativa que contenha súmula do TST e, em determinada assertiva, colocar uma súmula de outro Tribunal Superior, ou até mesmo texto de letra de lei.

D) INCORRETA: Assertiva contém a literalidade do art. 58, § 1º, da CLT, que também constitui a primeira parte da súmula nº 366 do TST, transcrita abaixo:

“Súmula nº 366 do TST

CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO (nova redação) - Res. 197/2015 - DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015

Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o

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limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc).”

Então, em primeiro lugar, a assertiva está incorreta porque não é literalidade de súmula, trata apenas de texto de novo dispositivo da CLT, que foi retirado de uma parte da súmula nº 366. Em segundo lugar, cabe destacar que a segunda parte da súmula nº 366 também foi revogada pela reforma trabalhista. A segunda parte da súmula afirma que, caso ultrapassado o limite de cinco minutos, a totalidade do tempo que excedesse à jornada regular seria computado como hora extra, independentemente da atividade exercida pelo empregado durante esse período excedente. Isso está revogado porque o art. 4º, § 2º, listou um rol exemplificativo de atividades que não são mais consideradas pela CLT como tempo à disposição do empregador. É ler e conferir:

“Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.

(...)

§ 2º Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

I - práticas religiosas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

II - descanso; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

III - lazer; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

IV - estudo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

V - alimentação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

VI - atividades de relacionamento social; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

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(Vigência)

VII - higiene pessoal; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)

Note que o dispositivo representa diametral oposição à segunda parte da súmula, de modo que os incisos inclusive trazem atividades nela previstas, como, higiene pessoal e troca de uniforme. Assim, essa súmula será, no mínimo, alterada pelo TST, porque não há como manter a atual redação.

E) INCORRETA: Traz a literalidade da súmula nº 367 do TST. A súmula permanece válida, não se afigurando incompatível com o disposto no art. 458, caput, da CLT, transcrito abaixo:

Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações “in natura” que a empresa, por fôrça do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

Esse dispositivo não foi alterado pela Reforma, trata-se de redação originária da CLT, que versa sobre o salário in natura, ou seja, salário em utilidades, e não em dinheiro. A questão é que, no dispositivo legal, as utilidades citadas são concedidas por liberalidade da empresa, é, efetivamente, uma forma de pagamento, de remuneração do empregado, que apenas não é pecuniária. Ao revés, na súmula nº 367, o empregador fornece utilidade que são indispensáveis para a realização do trabalho, não constituindo simples liberalidade, trata-se de utilidades sem as quais o empregador não conseguiria exercer o ofício para o qual foi contratado. Nesses casos, as utilidades citadas na súmula não ostentarão natureza salarial, sendo que, no caso de veículo fornecido pelo empregador indispensável à prestação do serviço, a natureza salarial é afastada ainda que o veículo fornecido pelo empregador seja utilizado pelo empregado também em atividades particulares.

GABARITO: B

16. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos:

A) Enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de jornada em locais

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insalubres.

B) Participação nos lucros ou resultados da empresa.

C) Número de dias de férias devidas ao empregado

D) Adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE)

E) Intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 9. Convenção coletiva de trabalho. Acordo coletivo de trabalho.

COMENTÁRIO IMPORTANTE SOBRE A QUESTÃO (Síntese de um dos pontos mais importantes da reforma trabalhista): A reforma trabalhista tem como principal ponto o direito coletivo do trabalho, a prevalência de normas coletivas sobre a lei, em algumas hipóteses. Esse tema vai cair na PGE/SP, não consigo vislumbrar que, num universo de 10 questões objetivas e duas discursivas, ele não seja cobrado. Por isso, vou trazer uma questão sobre esse tema por rodada, porque é minha principal aposta. Outro ponto importante, diz respeito ao enorme potencial de exploração desse tema para formulação de questões envolvendo letra de lei. Nesse ínterim, cabe destacar que aproximadamente 70% da sua prova (se não mais) conterá questões versando sobre letra de lei, algumas demandando maior exercício da memória (famosa decoreba), outras menos, portanto, é impositivo buscar dispositivos da CLT que possam ser explorados.

Vamos à questão elaborada. Talvez o ponto da Reforma que mais suscitou críticas tenha sido a significativa mitigação ao princípio da norma mais favorável ao trabalhador, perpetrada mediante autorização legal para que acordos e convenções coletivas - ainda que menos benéficos ao obreiro – prevaleçam em detrimento da lei. Sem embargo, há limites à referida prevalência, ou seja, a própria CLT trouxe hipóteses infensas à negociação coletiva, hipóteses que não podem sequer constituir objeto de acordo ou convenção coletiva. A CLT estruturou o tema da seguinte maneira: no art. 611-A da CLT, traz as hipóteses em que o acordo ou convenção coletiva eventualmente existentes prevalecerão sobre a lei. No art. 611-B, por sua vez, traz questões infensas à negociação coletiva, ou seja, casos que não podem ser objeto de negociação coletiva. Os dois dispositivos são enormes, transcrevê-los ocuparia muito espaço de nosso material. Porém, peço encarecidamente que você leia esses dispositivos à exaustão,

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até ficar saturado, porque isso tem enorme potencial de cobrança em provas. Na questão acima formulada, adotei uma das possíveis formas de cobrança da sistemática. Coloquei o caput do art. 611-B da CLT no enunciado, razão pela qual a resposta correta será a literalidade de um dos incisos do art. 611-B, mas coloquei, em quatro alternativas, incisos do art. 611-A da CLT, ou seja, misturei os dois dispositivos e escolhi, estrategicamente, os casos que considero mais “perigosos’.

A) INCORRETA: Art. 611-A, XII. O principal critério para definir se uma questão pode, ou não, ser objeto de acordo ou convenção coletiva é seu status constitucional. Caso o direito esteja plasmado no art. 7º da CRFB/88, indubitavelmente não poderá constituir objeto de acordou/convenção coletiva. Por isso selecionei esse inciso do art. 611-A. O adicional de insalubridade consta do art. 7º, XXVIII, da CRFB/88, o que quer significar que, em relação ao direito à percepção do adicional, não há espaço para disposição em norma coletiva, nem acordo nem convenção coletivos podem retirar esse direito. Tanto é assim que os referidos adicionais também constam do art. 611-B, XIII, da CLT. Porém, o art. 611-A, XII, autoriza que convenção e acordo coletivos disponham acerca dos critérios de enquadramento do grau de insalubridade (mínimo – adicional de 10%, médio – adicional de 20% e máximo – adicional de 40%) e prorrogação de jornada em locais insalubres, isso pode ser veiculado em norma coletiva, razão pela qual a assertiva está incorreta.

B) INCORRETA: Essa é igualmente perigosa, porque o art. 7º, XI, garante a participação do empregado nos lucros da empresa, o que poderia te induzir a acreditar que tal direito é infenso à negociação coletiva. Porém, assim como na assertiva acima, o que o empregador não pode fazer é suprimir esse direito mediante acordo ou convenção coletiva, mas pode dispor sobre formas de pagamento, percentual, periodicidade de pagamento e etc, em normas coletivas, ou seja, a instrumentalização do direito pode ser prevista em norma coletiva. Assertiva errada (art. 611-A, XV).

C) CORRETA: As férias remuneradas estão previstas no art. 7º XVII da CRFB/88 e, portanto, são infensas à negociação coletiva (art. 611-B, XI da CLT). Isso porque o número de dias de férias é regulamentado no art. 130 da CLT, sendo impositivo reconhecer que alterar o período de gozo das férias é interferir no próprio direito de férias estabelecido na CRFB/88, e não em questões meramente adjacentes ao aludido direito. Assim, de fato, o número de dias de férias devido não pode ser objeto de negociação coletiva.

D) INCORRETA: Essa é bem simples. Só coloquei essa assertiva para você não confundir o art. 611-A, IV, com o art. 611-B, II. Em suma, acordo e convenção coletiva podem dispor sobre adesão ao seguro-emprego, mas não podem dispor acerca de seguro desemprego, porque

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seguro-desemprego também é direito previsto no art. 7º da CRFB/88 (art. 7º, II).

E) INCORRETA: Essa é a mais simples. A própria CRFB/88, em seu art. 7º, admite que a duração do trabalho é tema que pode ser objeto de negociação coletiva, mesmo antes da Reforma trabalhista:

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

Desta feita, não haveria qualquer razão para que o intervalo intrajornada fosse infenso à negociação coletiva, o que justifica a previsão do tema no art. 611-A, III, da CLT.

GABARITO: C

PROFESSOR: GUILHERME MARTINSE-mail: [email protected]

DIREITO FINANCEIRO, ECONÔMICO E EMPRESARIAL PÚBLICO

17. O Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER/SP), autarquia titular da malha viária estadual, tem a receber nos próximos anos R$ 200 milhões relativos ao pagamento de outorgas para exploração das rodovias estaduais das respectivas concessionárias que exploram as vias. Pretende o DER/SP ceder o crédito para a Companhia Paulista de Parcerias (CPP), empresa pública que tem como finalidade, entre outras, apoiar a implementação de parcerias público-privadas, podendo para tanto prestar garantias em prol do poder concedente. O objetivo do DER/SP com a operação é monetizar imediatamente o ativo para que possa atender suas demais necessidades. À CPP interessa gerir os créditos futuros para que a receita possa ser utilizada em garantia de parcerias futuras. Nessa situação, a operação pretendida:

A) Poderia ser efetuada mediante lei autorizativa.

B) Poderia ser efetuada caso o DER/SP promovesse prévia licitação para ceder o crédito e a CPP fosse vitoriosa do certame.

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C) Poderia ser efetuada com a prévia concordância das concessionárias devedoras.

D) Poderia ser efetuada caso a cessão fosse na modalidade onerosa e ocorresse em condições equitativas para as partes.

E) Caracteriza-se como operação de crédito, conforme definição da Lei de Responsabilidade Fiscal, estando sujeita aos requisitos que rege a matéria para concretizar-se.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 1. (...) Lei de Responsabilidade Fiscal e 3. (...) Alienação de bens.

A questão é feita em cima de um caso real que foi objeto de parecer da Procuradora Claudia Polto da Cunha, que será a examinadora do concurso na disciplina de Direito Econômico, Financeiro e Empresarial Público. Obviamente é sempre difícil prever o que vai cair numa prova, ainda mais na PGE-SP em que as questões são elaboradas pelos próprios examinadores e não pela banca organizadora. Porém, procurarei no curso inserir questões baseadas em casos nos quais a examinadora atuou para maximizar as chances de vocês encontrarem na prova um assunto com qual já se encontram familiarizados. Espero também que com essas questões vocês possam conhecer mais a linha de pensamento da examinadora. Sugiro em especial aos candidatos um estudo cuidadoso das questões econômico-financeiras que envolvem contratos de longo prazo (o que certamente iremos explorar aqui), vez que a examinadora atuou na CPP e domina a matéria (é possível ver as atribuições da CPP na Lei Estadual nº 11.688/04).

Boa sorte a todos e sejam bem-vindos a mais um curso CEI!

O caso trata de uma cessão de crédito, a qual, logicamente deve possuir os requisitos gerais do Código Civil para a validade do negócio jurídico: capacidade das partes, objeto lícito, possível, determinado e forma prescrita ou não defesa em lei (art. 104). Lembrem-se também que, conforme entendimento doutrinário, qualquer crédito pode ser objeto de cessão, desde que a isso não se oponha a lei, a natureza da obrigação ou a convenção com o devedor. Alguns créditos que não podem ser cedidos são aqueles oriundos de direitos personalíssimos, vinculados a fins assistenciais, alimentícios ou sem valor patrimonial.

O crédito em exame não possui nenhuma dessas características. Cabe observar também que tanto o DER/SP quanto a CPP são pessoas jurídicas de direito público. Podem, assim, decidir por si próprias os negócios jurídicos que irão realizar. Ademais, os créditos não estão afetados a qualquer finalidade, representam simplesmente um direito patrimonial do DER/SP.

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Feita essa introdução, vejamos as alternativas:

A) INCORRETA: Os créditos em questão são bens móveis, então não há necessidade de autorização legislativa específica para a alienação, como exige o artigo 17, I, da Lei nº 8.666/93 para alienação destinada a órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais.

B) INCORRETA: No caso, a situação foi tida como caso de inexigibilidade de licitação. Não é possível inserir a hipótese como dispensa de licitação pois não há enquadramento no rol taxativo do artigo 24. Tampouco, porém, foi verificada a imprescindibilidade de licitação, já que alguns elementos apontavam para a inviabilidade de competição. A Procuradora Claudia Polto da Cunha observou no caso que “a cessão de crédito (...) não constitui uma alienação pura e simples - onde o procedimento licitatório seria o meio adequado para assegurar a obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração – mas sim uma operação que atende, simultaneamente, a diversos interesses e finalidades públicas perseguidas pelas partes envolvidas, não sendo passível de compartilhamento, ao menos nos moldes aventados, com particulares alheios à Administração (...). Outra circunstância a ser considerada é a de que a cessão em exame importará a substituição do DER na titularidade de direitos patrimoniais atrelados a contratos de concessão rodoviária. Com efeito, na hipótese de cessão desses direitos creditórios a um particular, não se poderia exigir do mesmo qualquer tipo de atuação afinada com os objetivos de política pública subjacentes ao cumprimento dos contratos de concessão correspondentes. Não seria possível, por exemplo, a previsão de compartilhamento de informações e avaliação conjunta dos efeitos de medidas de reequilíbrio econômico-financeiro (...)”.

C) INCORRETA: a cessão de crédito não necessita como regra da concordância do devedor, a menos que tal esteja com ele convencionado ou a isso se oponha a natureza da obrigação ou a lei (art. 286 do Código Civil).

D) CORRETA: A alternativa está correta. Apesar do negócio cogitado ser possível, ele deve ocorrer em condições vantajosas para ambas as partes, já que se tratam de pessoas jurídicas distintas. Não se poderia cogitar, assim, da aquisição dos créditos por valor acima do mercado (o que seria um meio transverso da CPP transferir recursos ao DER) ou da aquisição por valor menor do que sua avaliação, pois nesse caso a operação seria desvirtuada. Como observou a examinadora em seu parecer, “o negócio em questão deve contemplar condições equitativas para as partes, sem enriquecimento de uma em detrimento da outra”.

E) INCORRETA: A operação não representa uma tomada de crédito. Pela definição do artigo 29 da Lei de Responsabilidade Fiscal, operação de crédito é o compromisso financeiro assumido

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em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros. No caso, o DER/SP não assumiu qualquer compromisso financeiro futuro perante a CPP; está, em verdade, alienando seu ativo. Outrossim, sequer houve responsabilidade do DER pela solvência das concessionárias (o que é a regra em cessão de crédito pelo artigo 296 do Código Civil).

GABARITO: D

18. Sobre o uso da arbitragem e mecanismos alternativos de resolução de litígios no setor público, considere as seguintes assertivas:

I – Com o fim de atrair investidores internacionais, pode o poder público comprometer-se a dirimir controvérsias por meio de arbitragem internacional realizada no exterior;

II – Dado que o regime de direito privado é aplicável apenas às empresas públicas e sociedades de economia mista no âmbito da organização estatal, as autarquias não podem se valer da arbitragem nos seus contratos como meio de resolução de disputas;

III – A fim de evitar conflitos de interesses, nos casos em que um advogado público tiver oficiado na defesa de um órgão público, não deve ser responsável pela mediação em câmara de mediação da administração pública.

A) Apenas II.

B) II e III.

C) I e III.

D) Apenas III.

E) Nenhuma das alternativas.

COMENTÁRIO

Ponto do edital: 11. (...) Utilização de mecanismos alternativos de solução de dispu-

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tas. Arbitragem institucional e ad hoc.

Apesar da lei de concessões e, mais recentemente, a Lei nº 13.129/2015 deixarem claro a possibilidade de utilização da arbitragem nos contratos públicos, há previsão expressa de que, sendo parte a administração pública, a arbitragem deve ser realizada no Brasil e em língua portuguesa (art. 23-A da Lei nº 8.987/95, também repetido pelo artigo 31, § 3º, da Lei nº 13.448/17).

Outrossim, o uso da arbitragem não é restrito aos entes estatais que estejam sob regime de direito privado. Pode a administração direta e indireta utilizar-se da arbitragem, desde que o litígio diga respeito a direitos patrimoniais disponíveis.

Por fim, a Lei nº 13.140/15 prevê no artigo 32 que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos, no âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver, com competência para (i) dirimir conflitos entre órgãos e entidades da administração pública; (ii) avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de composição, no caso de controvérsia entre particular e pessoa jurídica de direito público; e (iii) promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. Ou seja, quando devidamente instalada, a câmara do Estado de São Paulo passará a funcionar no âmbito da PGE-SP. Ocorre que, caso um membro da carreira esteja atuando na defesa de um órgão público em caso submetido à câmara, a doutrina recomenda que outro membro conduza a conciliação, a fim de evitar conflito de interesses.

Assim, somente a assertiva III encontra-se correta.

GABARITO: D

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