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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE CEARENSE CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO FABRÍCIO FÉLIX LIMA GESTÃO DA LOGÍSTICA DE COMPRAS COMO FERRAMENTA DE VANTAGEM COMPETITIVA PARA OS EMPREENDEDORES: UM ESTUDO DE CASO NO MERCADO CENTRAL DE FORTALEZA FORTALEZA 2013

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ FACULDADE … DA... · cenário cada vez mais globalizado. Assim, o objetivo desse trabalho será de analisar ... de sediar a copa do mundo de

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ

FACULDADE CEARENSE

CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

FABRÍCIO FÉLIX LIMA

GESTÃO DA LOGÍSTICA DE COMPRAS COMO FERRAMENTA DE VANTAGEM

COMPETITIVA PARA OS EMPREENDEDORES: UM ESTUDO DE CASO NO

MERCADO CENTRAL DE FORTALEZA

FORTALEZA

2013

FABRÍCIO FÉLIX LIMA

GESTÃO DA LOGÍSTICA DE COMPRAS COMO FERRAMENTA DE VANTAGEM

COMPETITIVA PARA OS EMPREENDEDORES: UM ESTUDO DE CASO NO

MERCADO CENTRAL DE FORTALEZA

Monografia apresentada à Coordenação do

Curso de Administração de Empresas do Centro

de Ensino Superior do Ceará como requisito

parcial para a obtenção do grau de Bacharelado

em Administração.

Orientador: Professor Ms. Filipe Lima Queiroz

FORTALEZA

2013

FABRÍCIO FÉLIX LIMA

GESTÃO DA LOGÍSTICA DE COMPRAS COMO FERRAMENTA DE VANTAGEM

COMPETITIVA PARA OS EMPREENDEDORES: UM ESTUDO DE CASO NO

MERCADO CENTRAL DE FORTALEZA

Trabalho de Conclusão de Curso como pré-requisito para a obtenção do título de Bacharelado em Administração, outorgado pela Faculdade Cearense (FAC), tendo sido aprovado pela banca examinadora composta pelos professores. Data de aprovação:

Conceito:

FILIPE LIMA QUEIROZ

Orientador

Membro 1

Membro 2

A Deus e à Minha Família.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela sabedoria, disciplina e determinação para trilhar

este caminho e superar todos os obstáculos, me concedendo em muitos momentos

paciência, humildade e amor no coração.

Aos meus familiares, em especial ao meu pai Francisco Lima, minha mãe

Edilene Félix e minha avó Geraldina e minha boadrasta Rosiane Rodrigues, que me

educaram e ensinaram os verdadeiros valores, me apoiaram em todos os momentos

da minha vida.

Meus amigos e amigas da faculdade, em especial ao Luccas Luzzanniqui,

Michelly Jayme, Crislene Suzamilla, Francisca Fabrícia, Flávia e Jobson, que me

proporcionaram momentos únicos e me deram a honra de trilhar este caminho

juntos, aprendendo e superando muitos desafios. E à minha namorada Anny

Naianny que esteve ao meu lado e sempre me incentivou com sua paciência e

serenidade.

Meus colegas de trabalho Ruy, Jefferson, Fiúza, Carreras, Ribamar e

Veridiana, que de alguma forma contribuíram para a conclusão deste trabalho e me

ajudaram com observações, emprestando livros e compartilhando as melhores

práticas.

A meu orientador Filipe Lima Queiroz, pela atenção, paciência,

disponibilidade e apoio em todas as etapas deste trabalho, contribuindo com seus

ensinamentos, dicas e observações ao longo dessa jornada.

A Faculdade Cearense, por me conceder a oportunidade de concluir a

graduação, através de todo o conhecimento repassado por todos estes anos.

“Superação é ter a humildade de aprender com o passado, não se conformar com o

presente e desafiar o futuro.”

HUGO BETHLEM

RESUMO

Atualmente, a busca por qualidade e competitividade nas organizações está proporcionando uma mudança no comportamento do gestor brasileiro. Novas abordagens de gestão estão sendo estudadas a cada dia com o objetivo de identificar ganhos, tanto na forma de gerir pessoas quanto na forma de gerenciar processos. Neste contexto, a gestão de compras apresenta-se como uma nova alternativa para que as empresas possam obter vantagens competitivas em um cenário cada vez mais globalizado. Assim, o objetivo desse trabalho será de analisar como a gestão da logística de compras pode contribuir como ferramenta de vantagem competitiva para os empreendedores do Mercado Central de Fortaleza. Desta forma, será apresentada a evolução da gestão de compras e posteriormente a sua importância para facilitar a organização e o gerenciamento dos processos. Através deste estudo, foi realizada uma pesquisa quantitativa com a aplicação de um questionário no Mercado Central de Fortaleza, no mês de novembro de 2013, obtendo a resposta de 60 empreendedores. Os resultados obtidos no estudo demonstram que a gestão de compras é fundamental para auxiliar na tomada de decisão, reduzir o custo de aquisição de materiais, apoiar na seleção de bons fornecedores e trazer vantagens competitivas. O objetivo do estudo foi alcançado, uma vez que foi abordado como a gestão de compras pode contribuir para o crescimento e o desenvolvimento das organizações, relacionando a teoria com a aplicação do estudo em campo. Palavras-chave: Gestão de Compras; Vantagem Competitiva; Planejamento e Empreendedores.

ABSTRACT

Currently the search for quality and competitiveness in organizations is providing a change in the behavior of the Brazilian manager . New management approaches are being studied every day with the goal of identifying gains , both in how to manage people , and in order to manage processes . In this context, purchasing management presents itself as a new alternative for firms to obtain competitive advantages in an increasingly globalized scenario . The objective of this work is to analyze how the management of logistics procurement can contribute as a competitive advantage tool for entrepreneurs from Central Market in Fortaleza . Thus the evolution of the purchasing management and subsequently its important to facilitate the organization and management of the processes will be presented . Through this study, a quantitative survey was conducted with a questionnaire in the central market of Fortaleza in November 2013 , obtaining the response of 60 grantees . The results obtained in this study demonstrate that the purchasing management is essential to assist in decision making , reduce the cost of procurement of materials , assist in selecting good suppliers and bring competitive advantages . The study objective was achieved , since it was approached as a purchasing management can contribute to the growth and development of organizations relating theory to the implementation of the field study . Key-words: Purchasing management. Competitive advantage. Planning. Entrepreneurs.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Níveis estratégicos de uma organização ...................................... 19

FIGURA 2 - Escopo da função compras ......................................................... 22

FIGURA 3 - Processo de compra de mercadorias de moda e de eventos ...... 25

FIGURA 4 - Esquema do processo de compra ............................................... 36

FIGURA 5 - Levantamento da Necessidade de Capital de Giro ...................... 43

FIGURA 6 - Prazo Médio de Recebimento das Vendas = PMR ...................... 44

FIGURA 7 - Prazo Médio de Estoque ............................................................. 45

FIGURA 8 - Prazo Médio de pagamento aos fornecedores ............................ 46

FIGURA 9 - Esquema de representação de uma cooperativa ........................ 48

FIGURA 10 - Mapa: Localização do Mercado Central de Fortaleza ................ 58

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Sexo .......................................................................................... 60

GRÁFICO 2 - Faixa etária ............................................................................... 61

GRÁFICO 3 - Nível de Escolaridade ............................................................... 61

GRÁFICO 4 - Tempo de atividade .................................................................. 62

GRÁFICO 5 - Planejamento logístico de compras .......................................... 63

GRÁFICO 6 - Fator Crítico do Processo de Compras 1: Quantidade Certa .... 64

GRÁFICO 7 - Fator Crítico do Processo de Compras 2: Qualidade Certa ...... 64

GRÁFICO 8 - Fator Crítico do Processo de Compras 3: Fonte Certa ............. 65

GRÁFICO 9 - Fator Crítico do Processo de Compras 4: Preço Certo ............. 66

GRÁFICO 10 - Sistemas de informação como ferramenta de gestão ............. 67

GRÁFICO 11 - Participação em Associações/Cooperativas ............................ 68

GRÁFICO 12 - Nível de competitividade em relação aos concorrentes .......... 69

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................... 11

2 LOGÍSTICA E GESTÃO DE COMPRAS .............................................. 15

2.1 Evolução e Importância .......................................................................... 15

2.2 Aspectos Estratégicos Logísticos no Processo de Compras .................. 19

2.3 Administração de Compras .................................................................... 23

2.4 Gerenciamento do Processo de Compras. ............................................. 25

2.5 Administração de Estoque como Ferramenta de Gestão de Compras... 27

2.6 Sistemas de Informação e sua relação com a Gestão de Compras ....... 28

3 GESTÃO DE COMPRAS E VANTAGEM COMPETITIVA EM MPEs ... 31

3.1 Fatores Competitivos do Processo de Compras .................................... 31

3.1.1 Comprar na Qualidade certa .................................................................. 32

3.1.2 Comprar na Quantidade Certa ............................................................... 33

3.1.3 Comprar na Fonte Certa ......................................................................... 34

3.1.4 Comprar no Preço Certo ........................................................................ 35

3.2 Gestão de Compras em Micro e Pequenos Negócios ............................ 36

3.3 Cooperativismo nas MPEs como Estratégia Competitiva de Compras .. 47

4 METODOLOGIA ................................................................................... 51

4.1 Estratégia Metodológica ......................................................................... 51

4.1.1 Tipologia de Pesquisa ............................................................................ 52

4.1.2 Universo, população e amostra da pesquisa .......................................... 53

4.1.3 Método de coleta de dados .................................................................... 55

4.1.4 Método de Análise .................................................................................. 57

5 ANÁLISE DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.... 58

5.1 Conhecendo o objeto de Estudo ............................................................ 58

5.2 Caracterização do perfil dos empreendedores ....................................... 60

5.3 Caracterização do modelo de compras e do negócio ............................ 62

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 73

ANEXO A ........................................................................................................ 78

11

1 INTRODUÇÃO

A busca por qualidade e competitividade na atividade empresarial está

proporcionando uma mudança no comportamento do empreendedor brasileiro.

Atualmente, existe uma demanda significativa pela procura de capacitação e

conhecimento sobre aspectos como: mercado, tecnologias, ferramentas de gestão e

alternativas que permitam o alcance dos objetivos organizacionais de forma

planejada.

Diante deste cenário, a gestão de compras apresenta-se como uma

ferramenta fundamental para o empreendedor gerenciar de forma eficiente, aspectos

como: qualidade, estoque, custo, distribuição, preço, tempo de serviço e pós-

vendas. Nota-se que o gerenciamento destas variáveis podem determinar o sucesso

ou insucesso das organizações.

Para Costa (2007): “A gestão das aquisições tem como objetivo assegurar

que as aquisições de bens e serviços necessários à realização do projeto sejam

feitas de forma adequada, dentro das específicações, do orçamento e do tempo”.

Observa-se que o processo de compras passou por modificações ao

longo dos anos e a globalização fez com que o empreendedor adotasse novas

estratégias para tornar o empreendimento mais competitivo. Diante deste novo

cenário, torna-se fundamental que o mesmo seja capaz de analisar criteriosamente

os aspectos internos e externos inerentes à organização, para que as decisões

sejam tomadas com base em métodos consistentes, evitando desperdícios e

contribuindo para o alcance dos objetivos almejados.

Em consequência deste cenário altamente acirrado, observa-se que para

que o empreendedor possa atuar no processo de compras ele precisa ter

sensibilidade de mercado, objetivando conduzir a empresa de forma competitiva,

concentrando seus esforços nos fatores críticos do processo, tais como: quantidade,

preço, qualidade, seleção de fornecedores, distribuição e serviço buscando

diferenciar-se de seus concorrentes através da gestão eficiente destes fatores.

12

Partindo deste diagnóstico inicial do processo de compras e suas

variáveis, nota-se que é fundamental para o empresário moderno conhecer e estar

atento às constantes mudanças no cenário global, para desenvolver soluções

efetivas e tomar decisões embasadas em métodos que viabilizam o crescimento dos

seus empreendimentos.

Atualmente, há um ambiente favorável para criação de novas empresas e

investimentos em setores ainda não explorados, e cresce o interesse dos

empreendedores da cidade de Fortaleza – CE, para a comercialização de produtos e

prestação de serviços de modo a suprir a demanda local e desenvolver meios para

adquirir uma fatia significativa no mercado.

Percebe-se no dia a dia que o segmento mais robusto com relação aos

micro e pequenos empreendimentos é o comércio, apesar de observarmos também

um crescimento acentuado nos demais setores. O maior número de empresas deste

porte encontra-se situada na capital, devido à acessibilidade e ao escoamento de

produção ao consumidor final.

Há uma grande expectativa com relação ao crescimento econômico

devido à copa de 2014, muitas empresas estão desenvolvendo novas estratégias

para a comercialização de produtos e para oferecer serviços em todos os

segmentos, investindo em novas tecnologias, contratando mão de obra

especializada e otimizando os processos de produção.

Neste contexto, nos próximos anos, a cidade de Fortaleza irá receber

grandes investimentos em transporte, mobilidade, infraestrutura, energia, etc. Além

de sediar a copa do mundo de 2014, evento no qual irá aquecer a economia local e

principalmente o setor de turismo. A capital cearense irá concentrar uma grande

quantidade de visitantes, provenientes de vários estados brasileiros e também de

outros países.

Apesar dessa perceptível euforia empresarial sobre os investimentos da

iniciativa pública e privada nos negócios, vale ressaltar que os empreendedores

locais estão diante de um grande desafio a ser superado, que é de melhorar a

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competitividade, gerenciando de modo eficiente, desenvolvendo novas estratégias

que viabilizam a redução dos custos operacionais, a qualidade dos produtos, o

desenvolvimento de novos parceiros e canais de distribuição.

Partindo desta perspectiva, a pesquisa será concentrada nos

empreendedores instalados no Mercado Central de Fortaleza, estes comerciantes se

encontram na capital cearense e devido à alta demanda de clientes pelos produtos

comercializados no local, a pesquisa propõe a seguinte problemática: Como a

gestão da logística de compras pode contribuir para melhorar a

competitividade dos empreendedores do Mercado Central de Fortaleza?

Diante da problemática mencionada, podemos adotar como hipótese

inicial que não há uma gestão de compras estruturada e eficiente de modo a

viabilizar o custo/benefício sobre as transações comerciais realizadas, tendo em

vista a falta de organização observada no primeiro contato com os atores locais.

Nesse contexto, o objetivo principal da pesquisa é de analisar como a

gestão da logística de compras pode contribuir como ferramenta de vantagem

competitiva para os empreendedores. De forma mais específica, os objetivos

pretendidos são:

Analisar se existe planejamento logístico de compras;

Verificar os fatores críticos do processo logístico de

compras aplicado pelos empreendedores;

Analisar as ferramentas utilizadas no processo de

compras identificando qual o diferencial competitivo frente aos

concorrentes.

A relevância do estudo para os empreendedores é de trazer todas as

informações necessárias para se conhecer o mercado e o processo de compras no

Mercado Central de Fortaleza, assim como proporcionar ao mesmo algumas

14

metodologias de como realizar uma gestão de compras eficiente para aperfeiçoar o

desempenho de um empreendimento e torná-lo competitivo.

Este trabalho foi composto por cinco capítulos. O primeiro capítulo trata-

se de um resumo breve do estudo, por meio da introdução. Já no segundo capítulo

foi abordado alguns aspectos fundamentais sobre a evolução e a importância da

gestão de compras, destacando como a logística deste processo pode contribuir

para o desenvolvimento das organizações.

No terceiro capítulo, a gestão de compras foi inserida em um campo

específico, no qual serão demonstrados os fatores competitivos decorrentes do

processo, assim como as ferramentas utilizadas nas organizações. Ainda neste

capítulo, será feita a abordagem da gestão de compras em micro e pequenos

negócios, permitindo uma análise abrangente sobre sua importância no que

compete ao desenvolvimento de vantagem competitiva.

No quarto capítulo, foi abordado o método de estudo utilizado, onde serão

apresentadas as ferramentas metodológicas utilizadas para alcançar os resultados

da pesquisa.

No quinto capítulo, foi feita a analise dos dados coletados, consolidando

os resultados e apresentando as informações obtidas na pesquisa. Posteriormente,

nas considerações finais do estudo, será demonstrada a relação do estudo teórico

com os resultados obtidos em campo.

Por fim, foram apresentadas as referências bibliográficas, identificando

através dos autores e da literatura as publicações que permitiram o embasamento

teórico para a consolidação da pesquisa.

15

2 LOGÍSTICA E GESTÃO DE COMPRAS

2.1 Evolução e Importância

Durante muito tempo, o termo logística vem sendo alvo de debates dentre

muitos estudiosos no campo acadêmico e na esfera organizacional, contudo, há

uma grande variedade de conceitos sobre o assunto, mas de um modo geral existe

um consenso entre os especialistas de que a logística, em resumo, trata da busca

da otimização de suas atividades, buscando uma sincronia entre o aumento da

produtividade em um nível de qualidade aceitável, promovendo a manutenção de

seus custos (ARNOLD, 1999).

Neste contexto Ballou (2012, p. 17) afirma que:

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.

Com base nos argumentos destacados acima, a logística contribui para

organizar, auxiliar atividades de distribuição, reduzir perdas de armazenagem e

otimizar o fluxo de produtos. “Logística é a gestão de fluxos entre funções de

negócios”, Dornier (2012, p. 39).

No início do século XX, os conceitos de administração utilizados por

Frederick W. Taylor começaram a ganhar grande repercussão no ambiente indústrial

através de suas novas técnicas e métodos de racionalização do trabalho, com o

objetivo de obter uma relação de maior produtividade com o menor custo (ARNOLD,

1999).

No decorrer do século XX, observa-se que Henry Ford utilizou-se destes

princípios de administração de tempos e movimentos para utilizar na linha de

montagem de seus veículos, permitindo que houvesse o surgimento do conceito de

produção em massa, no qual tem como principal característica a produção de

grandes volumes padronizados (ARNOLD, 1999).

16

Com o surgimento do processo produtivo e do desenvolvimento das

empresas, a atividade de compras ainda não estava bem definida e pode-se

observar que não existia um conceito claro sobre o seu real papel. “O papel e a

contribuição das compras têm crescido com bastante firmeza durante a segunda

metade do século XX” (BAILY et al., 2000, p. 16).

O conceito de produção em massa se estruturou no decorrer das décadas

e pode-se evidenciar de forma mais clara que na década de 60 foi incorporada ao

sistema de produção enxuta que surgiu com o modelo Toyota de produção, no qual

agregou novas técnicas como: melhorar as parcerias com os fornecedores, redução

de desperdícios de produção e foco no cliente (ARNOLD, 1999).

No início do século XXI, o processo de compras ou aquisição de bens e serviços

ainda era considerado como uma atividade meramente administrativa, de caráter

tático, sem importância para o negócio, que não determinava o custo do produto e

não influenciava diretamente no preço de venda repassado ao consumidor (Baily et

al., 2000).

Após a crise do petróleo que ocorreu nos períodos de 1973 – 1974, que

desencadeou uma redução significativa na demanda de matérias-primas, as

empresas começaram a perceber a importância do gerenciamento do processo de

compras como parte integrante do negócio e crucial para a sobrevivência da

organização (ARNOLD, 1999).

Atualmente, as organizações observam que a compra é considerada

como atividade de suma importância, entretanto, outras ainda a veem como uma

área departamental, na qual é requisitada apenas quando há a necessidade de se

adquirir materiais ou outras demandas secundárias (BAILY et al., 2000).

Com o desenvolvimento das economias e o processo de globalização das

empresas, o fator compra tornou-se parte integrante das unidades organizacionais,

assumindo papel estratégico, sendo considerado como imprescindível na tomada de

decisão. A adoção de filosofias como: benchmarking, administração da qualidade

total, just in time, administração da cadeia de suprimentos, são exemplos dos novos

17

métodos de gestão que diferenciam as empresas modernas e proporcionam

vantagens competitivas até então não observadas (CAMPOS, 2004).

Baily et al. (2000, p. 90) ressalta que:

À medida que a função compras assume papel mais estratégico, será

necessário a transferência das aquisições rotineiras aos próprios

departamentos, principalmente daquelas que agregam pouco valor. Essa

evolução ocorre à medida que as compras passam a tornar-se mais

estrategicamente proativas.

A partir dos anos 80, houve uma intensificação do crescimento da área de

compras nas organizações, tal fenômeno foi impulsionado pela mudança da visão do

administrador sobre a importância do papel do departamento de compras,

entendendo que esta área agrega valor e não simplesmente atua na redução de

custos (BAILY et al., 2000).

O cenário econômico durante a década de 90 começou a se intensificar

devido à globalização. A participação da logística no processo de compras foi fator

decisivo no aumento dos níveis de competitividade e desenvolvimento de novos

patamares de atuação.

Neste contexto, Fleury et al. (2012, p. 19) afirma que:

Durante a década de 90, a logística no Brasil, passou por extraordinárias

mudanças. Pode-se mesmo afirmar que passamos por um processo

revolucionário, tanto em termos das práticas empresariais, quanto da

eficiência, qualidade e disponibilidade da infraestrutura de transportes e

comunicações, elementos fundamentais para a existência de uma logística

moderna.

A evolução dos mercados e as mudanças tecnológicas evidenciadas no

final do século XXI proporcionaram o alcance da otimização do processo de

compras e a incorporação de sistemas informatizados que tornou este processo

eficiente. Nota-se que outro ponto importante no desenvolvimento da área foi o

fortalecimento das relações comercias com os fornecedores, que colaborou para

18

uma maior sincronia no tempo de ressuprimento, permitindo que as empresas

obtivessem redução nos custos (BAILY et al., 2000).

A administração de compras mudou conceitos, adotou novas

metodologias de gerenciamento e controle, estando presente nos níveis estratégicos

das organizações, descaracterizando o caráter simplório e evidenciando a

necessidade da área para a tomada de decisão (BAILY et al., 2000). “A aquisição

ou obtenção refere-se aquelas atividades que ocorrem entre a organização e seus

fornecedores” (BALLOU, 2012, p. 249).

Após esta reestruturação da área, as organizações conseguiram “suprir a

organização com um fluxo seguro de materiais e serviços para atender as suas

necessidades” (Baily et al., 2000, p. 31).

A estruturação dos produtos e serviços de uma organização deve

oferecer alguns ou todos os fluxos físicos como: matérias-primas em quantidade

adequada, produtos semiacabados, ferramentas ou máquinas que tornam o

processo mais rápido, itens consumíveis e peças de reposição, produtos e peças

que necessitem de reparo, equipamentos de suporte de vendas, produtos vendidos

ou componentes devolvidos (DORNIER, 2012).

Diante destes fatores, observa-se que esta síntese de fluxos expostos

precisa ser bem trabalhada para que uma operação logística estabeleça-se de forma

sustentável no processo, ressaltando que a direção estabelecida pelo fluxo não se

trata do único fator importante a ser observado.

Para Baily et al. (2000) outros objetivos específicos foram contemplados,

nesta nova função, como: a seleção dos melhores fornecedores do mercado, auxiliar

na geração e no desenvolvimento eficaz de novos produtos, na proteção e

estruturação dos custos da empresa, manutenção do nível de equilíbrio entre

qualidade e valor, análise das tendências do mercado de suprimentos, trabalhar a

negociação com os fornecedores de modo a obter vantagens e no que diz respeito

ao custo/benefício.

19

Através do reconhecimento da administração de compras como parte

estratégica, as empresas adaptaram suas estruturas tornando a área de compras

imprescindível para o desenvolvimento da organização, neste gráfico pode-se

evidenciar de forma objetiva como a estratégia de compras pode-se dividir

hierarquicamente, definindo de forma clara as autoridades e responsabilidades de

cada nível organizacional.

FIGURA 1 - Níveis estratégicos de uma organização.

Fonte: Baily et al. (2000, p. 45)

2.2 Aspectos Estratégicos Logísticos no Processo de Compras

Novas abordagens da temática de estratégia na logística enfatizam que a

mesma pode ser mais bem compreendida se for analisada como um conceito

multidimensional que incorpora grande parte das operações cruciais para

sobrevivência da organização e o seu relacionamento com o cliente e o fornecedor.

Desta forma a logística assume o papel de orientar e direcionar as ações

a serem realizadas pelas organizações, tornando a mesma competitiva nos

mercados que estiver inserida (DORNIER, 2012).

ESTRATÉGIA

CORPORATIVA

Todas as atividades

vinculadas ao negócio ESTRATÉGIA DO NEGÓCIO

Envolve assuntos amplos, como

Competir em mercados diferentes,

por exemplo no mercado doméstico

ou no exterior

ESTRATÉGIA

CORPORATIVA

Todas as atividades

vinculadas ao negócio

ESTRATÉGIA DO NEGÓCIO

Envolve assuntos amplos como

competir em mercados diferentes,

por exemplo: no mercado

doméstico ou no exterior

ESTRATÉGIAS OPERACIONAIS

Envolve atividades funcionais como

Marketing, compras, produção ou finanças.

20

Segundo Baily et al. (2000, p. 41) “A estratégia é um meio de realizar

metas a longo prazo”.

A Estratégia de Operações e Logística pode ser definida como um

método coerente de tomar decisões, desempenhando o papel de integrador de

departamentos, unindo objetivos em comum. Também contribui para o

direcionamento das atividades operacionais logísticas da empresa, possibilitando o

planejamento a longo prazo, e optando onde e quando será mais coerente a

destinação de seus recursos. Desta forma a estratégia projeta uma obter uma

vantagem sustentada por intermédio de respostas estruturadas nas reais

necessidades dos clientes, atentando também para as ameaças existentes no

ambiente externo (DORNIER, 2012).

As novas abordagens sobre o papel do departamento de compras

fizeram com que houvesse uma quebra de paradigmas em relação aos métodos

antigos de realizar a atividade, tornando imprescindível que haja o estabelecimento

de um modelo chamado de estratégia proativa (BAILY et al., 2000).

Baily et al. (2000, p. 38) afirma que:

Uma operação de compras estrategicamente proativa pode dar a organização uma vantagem competitiva, ao reduzir o desperdício na cadeia de valor. Entretanto, as estratégias de compras não podem ser desenvolvidas isoladamente. Elas precisam estar integradas a estratégia corporativa para ser bem sucedida.

Uma estratégia de logística deve ser subdividida em objetivos específicos

e ao mesmo tempo atender a sua amplitude no tocante de suas ações (DORNIER,

2012).

Ainda com uma visão voltada para a estratégia (DORNIER, 2012) ressalta

que uma estratégia ampla é composta por 12 categorias de decisões, que

descrevem as necessidades intrínsecas que uma organização deve promover para

garantir sucesso de sua gestão. Em resumo, essas categorias tratam da

estruturação de todo o processo de compras no qual observa-se aspectos

fundamentais como: escolha de tecnologias, promoção da integração entre todos os

21

processos de compras horizontal/vertical, planejamento e operações de controle,

gestão da qualidades e percepção de atendimento ao cliente.

As organizações que conseguem se diferenciar no mercado e alcançar o

sucesso, tendem a crescer, naturalmente este crescimento surge com a maturidade

e em consequência disto os seus processos tendem a se estabelecer com uma

maior burocratização (VASCONCELOS, 2003).

Baily et al. (2000) é afirmativo quando ressalta que em compras a meta é

encontrar mecanismos para compensar ou superar essas fontes de poder dos

fornecedores. Em alguns casos este poder é inerente a economia da indústria e está

fora do controle da empresa. Em muitos casos, porém, ele pode ser amenizado pela

estratégia.

O estreitamento das relações de compradores e vendedores no apoio à

gestão da cadeia de suprimentos torna uma estratégia de compras mais efetiva

(BOVERSOX, 2002).

Baily et al. (2000) ressalta que as funções que tendem a se sobrepor nas

organizações são: Marketing, Finanças e Produção, mas defende que atualmente há

o envolvimento das compras em todos os níveis organizacionais conforme a figura

abaixo:

22

FIGURA 2 - Escopo da função compras.

Fonte: Baily et al. (2000, p. 38)

Atualmente, as organizações tradicionais tendem a organizar e colocar

suas atividades em base funcional, o que gera naturalmente um dos principais

problemas identificados (BAILY et al. 2000). Nota-se que há uma

departamentalização acentuada e uma disputa acirrada entre os setores da

empresa, fazendo com que haja um individualismo constante para com a busca de

seus próprios objetivos (BAILY et al. 2000).

Boversox (2002) ressalta que é fundamental que haja uma integração

operacional, permitindo que a empresa consiga obter melhorias, verificar

oportunidades e estabelecer uma proposta de agregação de valor que

consequentemente permite a redução dos custos no processo de compras.

NÍVEL ESTRATÉGICO

Pesquisa de compra

Planejamento a longo prazo

Previsão de disponibilidade

Determinação de política

Fonte única

Comercialização recíproca

Ética

Negociação pós-acordo

Etc

NÍVEL

TÁTICO/GERENCIAL

Método de compra

Negociação

Orçamento

Desenvolvimento de

interface

Desenvolvimento de

funcionários

Contratação

Técnicas de redução de

custos

NÍVEL OPERACIONAL

Expedição

Manutenção de registros e

sistemas

Cobrança de Faturas

Manipulação de requisição

Investigações/Cotações

Determinação de preços

Devoluções

Etc

23

2.3 Administração de Compras

Atualmente as empresas buscam a melhoria continua de seus processos,

a otimização dos seus recursos e a redução dos custos. Entretanto nota-se que

alcançar este objetivo requer do gestor, a percepção sobre a necessidade de

integrar os departamentos existentes na empresa, fazendo com que estes

contribuam para o alcance do objetivo planejado (BERNARDI, 2008).

Neste contexto, antes de se fazer o planejamento de compras dentro da

organização, é necessário identificar quais são as reais demandas existentes, de

modo que, as ordens de compra cheguem ao setor especializado com todas as

informações necessárias para que a administração destes recursos seja realizado

sem desperdícios.

A interagência e a interdependência destes departamentos tornam o

sistema de compras eficiente e coloca a empresa em um patamar competitivo,

Bernardi (2008) ressalta que é necessário fazer um planejamento de produção que

atenda os requisitos pretendidos pelas organizações, estabelecendo um bom plano

de vendas, uma política de estoques adequada, o gerenciamento dos materiais e

que o produto a ser comercializado, tenha um projeto que vise uma melhor forma de

ser trabalhado.

Atualmente a literatura existente quanto ao gerenciamento e controle da

produção é extensa e aplicável a muitos ambientes de negócios. Entretanto Costa

(2007) faz uma referência ao sistema de gestão em manufatura JIT (Just-in-time),

segundo ele a aplicação desta ferramenta provoca na empresa uma mudança na

cultura de produção, por incentivar a simplicidade e ressaltar a importância da

redução de custo.

O planejamento é imprescindível quando se trata de um método de apoio

à tomada decisão, ele envolve um conjunto complexo de atividades que se inter-

relacionam de forma continua, mas que deve ser organizado para determinar a

eficiência do processo (OLIVEIRA, 2008).

24

Através do planejamento, observa-se que os próximos passos a serem

seguidos ocorrem de forma estruturada tornando o processo integrado com outros

departamentos evitando desperdícios.

Após o planejamento de compras, Bernardi (2008) propõe um esquema a

ser seguido na administração do processo de compras, este esquema contempla a

requisição de compras, cotação, decisão de compra, pedido de compra e recepção e

entrega. Para o autor, a implantação deste esquema deve ser feito por meio de

documentos formais, de modo que todos os colaboradores tomem conhecimento

para com o processo.

Neste contexto, observa-se com o passar do tempo, novos métodos de

gestão são incorporado no gerenciamento do processo de compras, nota-se que em

função da globalização e da mudança constante dos cenários, o gestor necessita

está sempre observando as tendências de mercado e tomar decisões embasadas

em métodos eficientes.

Ballou (2012), em seu livro sobre a logística empresarial, menciona como

se pode fazer o gerenciamento no processo de aquisição, segundo o mesmo esta

gestão pode ser atendida se observadas os seguintes fatores: quantidades a serem

adquiridas, a programação das obtenções, a localização das fontes de recebimento,

a forma física das mercadorias e as compras especulativas.

Por outro lado, Sucupira (2003) faz uma abordagem detalhada sobre o

plano de compras. Para ele, este planejamento trata-se da programação da

reposição dos itens básicos que serão mantidos a venda, e que tal dinâmica deve

ser implantada com o auxilio de sistemas computadorizados que tenham uma

sincronia com o estoque e as áreas envolvidas.

Sucupira (2003) desenvolveu um fluxograma, aplicado de forma mais

prática no varejo, mas que explica com clareza a sua abordagem para como o plano

de compras, o fluxo abaixo trata do processo de compras de mercadorias de moda e

eventos:

25

Figura 3 – Processo de compra de mercadorias de moda e de eventos

Fonte: Sucupira (2003, p. 13)

2.4 Gerenciamento do Processo de Compras

Através do gerenciamento do processo de compras pode-se perceber

alguns ganhos, tanto na otimização dos recursos, quanto na redução dos custos

Calendário de eventos,

promoções e estações.

Estoques de itens de moda e de

eventos nas lojas e nos CDs

Orçamento de itens de moda

ou de eventos

Decidir sobre depreciações,

transferências entre lojas e

liquidações

Decidir sobre priorização das

categorias a serem analisadas

Decidir sobre possíveis

priorizações rápidas de itens

de coleção ainda em moda

Avaliar as mercadorias

oferecidas pelos fornecedores

Histórico da participação de cada

loja no total de vendas da categoria

Planogramas das lojas

Avaliação dos perfis de clientes

de cada loja e do contexto

socioeconômico em que a loja

está inserida

Cadastrar os novos itens do

sistema computadorizado

Emitir pedido de compra,

inclusive com as cláusulas

complementares devidamente

explicitadas

Emitir programa de distribuição

das mercadorias compradas para

as lojas e para o CD

Providências para lojas e CDs,

visando abertura de espaço para

as novas coleções das estações

ou eventos entrantes

Convocar fornecedores já pré-

selecionados, das categorias

priorizadas

- Tendências da moda

- Pesquisas na concorrência

- Pesas com clientes

- Pesquisas com gerentes de loja

- Análise das faixas de preço à

trabalhar em cada loja

Negociar vantagens

complementares ao pedido de

compra (promoções de venda,

verbas de propaganda,

devoluções de encalhes, possível

reposição urgente, fundos para

remarcações e outros aspectos

logísticos

Selecionar itens a comprar por

faixa de preço (modelos,

tamanhos, cores, etc.)

26

decorrente desse processo. Ching (2007) Apud Moynihan (1997) demonstra

algumas tarefas que através do gerenciamento de compras pode-se aumentar a

eficiência. Ele cita que a atualização dos catálogos dos preços; o processo de

pedido de compras; os processos dos avisos de encaminhamento; os de notas

fiscais e o de pagamento contribuem para um maior controle desse gerenciamento.

Ching (2007) apud Brennan (1998) complementa sobre a importância da

busca da eficiência no processo de compras, ele sugere a tomada de algumas

providencias, tais como: a integração dos processos de compras e de contas a

pagar, a implementação de processos que não se use o papel e por último a

inclusão de um sistema eletrônico capaz de rastrear produtos.

Alguns aspectos pressupõem que o processo de compras pode ser

definido como a continuidade da programação de produção, porque através dessa a

demanda de compras é acionada, entretanto existem outras variáveis que

influenciam no gerenciamento deste processo como: quantidades a serem obtidas,

programação de compras, localização de fornecedores e a forma física das

mercadorias (BALLOU, 2012).

Existe uma outra linha de gerenciamento deste processo que Ching

(2007) disserta como (B2B) Business-to-Business e o e-commerce, neste modelo o

autor explica que todas as empresas envolvidas na cadeia do negócio podem

conectar-se por meio de uma rede virtual, ao ponto de promover uma antecipação

no pedido de compra. Desta forma percebe-se que o tempo de ressuprimento será

reduzido e o atendimento da necessidade fica mais eficiente.

Entretanto Arnold (2008) enfatiza que, além da utilização dos sistemas no

gerenciamento, deve-se atentar para o controle da atividade de compras e de

produção. Para ele, o controle destas atividades de “compras é responsável pelo

estabelecimento e controle de fluxo de matérias-primas para a fábrica” (ARNOLD

2008, p. 40).

27

2.5 Administração de Estoque como Ferramenta de Gestão

Para administrar o nível de serviço, é necessário planejar as atividades

que serão desempenhadas para que o objetivo seja alcançado. Para tanto é

necessário estabelecer alguns parâmetros para que a medição deste nível seja feita

de forma estruturada (BALLOU, 2012). Nota-se que a importância da análise

adequada desse nível faz com que a organização obtenha êxito em suas

transações, assim como influência na redução de custos logísticos, diminuição de

perdas e atendimento mais rápido aos clientes. Percebe-se que administração

impacta diretamente na imagem da empresa, ou seja, quanto mais eficiente ela se

dispor para o atendimento de seus clientes, melhor será o seu reconhecimento junto

aos envolvidos.

Ching (2007) faz uma análise sobre os objetivos da gestão do estoque e

sua importância para o atendimento do nível de serviço do Cliente, para ele é

fundamental traçar um planejamento sobre a demanda futura, assim como a

inserção das datas do atendimento e na determinação dos pontos de pedido dos

materiais.

Para Sucupira (2003), este nível de serviço deixa clara a quantidade de

vendas que possivelmente podem ter sido perdidas em função do não atendimento,

ou seja, a falta de mercadorias em estoque. Para o controle desse nível o autor

sugere um modelo simples sobre o número de ocorrência da falta de mercadorias

em estoque, conforme abaixo:

X X 100

X

Neste contexto, é perceptível a importância do gerenciamento do nível de

serviço e como o mesmo está envolvido. O departamento de compras precisa

NÍVEL DE SERVIÇO

AO CLIENTE

NÚMERO DE

MERCADORIAS EM

ESTOQUE

NÚMERO DE DIAS

ÚTEIS DO PERÍODO

NÚMERO TOTAL DE

VENDAS

NÚMERO DE DIAS

ÚTEIS DO PERÍODO

28

trabalhar integrado a este nível, garantindo o atendimento mais rápido e fornecendo

a área de vendas informações importantes quanto à situação real do

armazenamento de produtos.

2.6 Sistemas de Informação e sua relação com a Gestão de Compras

Nos últimos anos, percebe-se que a Tecnologia da Informação (TI) tem

contribuído de forma significativa no ambiente corporativo, de modo que a utilização

de suas ferramentas possibilitou o desenvolvimento de novos métodos de análise e

controle dos indicadores, contribuindo fortemente nas tomadas de decisão. Com a

utilização desses novos sistemas, a gestão do patrimônio organizacional ficou mais

gerenciável, possibilitando a identificação de gargalos decorrentes do processo com

base na organização destas informações.

A importância destes softwares no dia a dia das organizações possibilitou

a identificação de problemas críticos e a criação de novas possibilidades em função

das informações coletadas. Atualmente muitas empresas utilizam-se dos recursos

da (TI) para melhorar a competitividade no mercado, através de sistemas cada vez

mais customizados, que vão desde a identificação de melhorias com redução de

custos até o desenvolvimento de indicadores internos que estão relacionados ao

alcance dos objetivos organizacionais (FLEURY, 2012).

Fleury (2012, p. 287) ressalta que:

Os sistemas de informações logísticas funcionam como elos que ligam as atividades logísticas em um processo integrado, combinando hardware e software para medir, controlar, e gerenciar as operações logísticas. Essas Operações tanto ocorrem dentro de uma empresa específica, como ao longo de toda cadeia de suprimentos.

É comum identificarmos no dia a dia empresas que operam utilizando

sistemas de informação, esses servem tanto para integrar as operações realizadas

pela organização como para o apoio na tomada de decisão.

Fleury (2012, p.291) disserta sobre a importância da utilização destas

novas ferramentas para o apoio a gestão dos estabelecimentos, o mesmo cita que a

maior parte das empresas brasileiras utiliza-se de dois tipos de sistemas: o

29

Enterprise Resource Planning (ERP) e o Supply Chain Management (SCM), O

primeiro tem a funcionalidade de integrar todos os departamentos e operações

internas e externas da empresa, enquanto o segundo serve para a consolidação de

várias informações essenciais à tomada de decisão. Outros sistemas favorecem e

trazem benefícios para o ambiente corporativo, de fato os sistemas modernos estão

sendo desenvolvidos de modo cada vez mais customizados, focando a

particularidade de cada empresa que contrata o serviço.

Outro benefício proveniente da utilização de novas ferramentas

tecnológicas é que tanto a coleta de dados, quanto o seu armazenamento ficam

resguardados, seguros e podem ser consultados em qualquer momento. Permitindo

ao gestor uma análise abrangente do histórico de todo o processo realizado na

empresa, contribuindo na tomada de decisão.

Ballou (2012, p. 291) disserta sobre a aplicabilidade dos sistemas de

informação, para ele:

A projeção de tendências históricas – de venda, de necessidades de materiais ou custos – é outra atividade básica de processamento de dados, que converte dados históricos em previsões. Para curto prazo podem ser tratadas de modo aritmético simplificado, quando comparadas com a previsão de longo prazo (mais de seis meses).

Pode-se observar que a aplicação destes sistemas na gestão dos

processos é de suma importância. Entretanto a sua aplicabilidade nos sistemas de

compras permite ao administrador desenvolver meios para se obter vantagens

competitivas.

Arnold (2012) disserta sobre a importância da aplicação dos sistemas de

informação e propõe um programa chamado de mestre de produção que visa

identificar e mostrar a cada período a quantidade de produtos que estão sendo

fabricadas. “Compras é responsável pelo estabelecimento e controle do fluxo de

matérias-primas para a fábrica” (ARNOLD, 2012, p. 23). Para o autor esta

ferramenta é fundamental para garantir o planejamento e a previsão de produção.

30

A mudança de comportamento da gestão está sincronizada com o avanço

tecnológico, nota-se que a otimização das ferramentas de gestão por meio dos

sistemas de informação, proporcionou ganhos consideráveis nas atividades

produtivas. Um conceito muito difundido e com a aplicação de tecnologias ganhou

mais notoriedade é o Just In Time, no qual o seu objetivo é reduzir o estoque,

apesar de todas as variáveis existentes, através do ressuprimento das operações de

forma continua em pequenos lotes (BALLOU, 2012).

A inclusão desses novos métodos de compras permitiu que as empresas

melhorassem a sua competitividade, de modo que, as informações são

disponibilizadas rapidamente e a tomada de decisão é feita dentro de prazos

consideráveis.

Neste contexto nota-se que a utilização dos sistemas de informação como

apoio no gerenciamento do processo de compras atualmente é imprescindível e

inerente à própria atividade empresarial, por se tornar aplicável a todo o processo.

31

3 GESTÃO DE COMPRAS E VANTAGEM COMPETITIVA EM MPEs

3.1 Fatores Competitivos do Processo de Compras

O processo de compras requer a análise de algumas variáveis a serem

estudadas quando se trata da obtenção de vantagem competitiva. Essas variáveis

são dinâmicas e dependem tanto do mercado quanto do comportamento do

consumidor. Atualmente a competitividade é globalizada e torna-se fundamental

para o gestor lidar com mudanças cada vez mais bruscas que tornam métodos e

processos obsoletos à medida que acontecem novos eventos (DORNIER, 2012).

Com estas considerações, Costa (2007, p. 57) define que:

A competitividade é o resultado positivo ou negativo de um confronto real ou potencial, atual ou futuro, da empresa ou instituição, com suas concorrentes reais ou potenciais, em uma disputa pela preferência de sua clientela ou de seu público alvo, um ambiente de livre concorrência.

Diante deste cenário, é necessário ter o real controle sobre as funções

básicas do processo de compras como salienta Bernardi (2008) quando se refere

aos objetivos básicos de compras que são: comprar na qualidade certa, quantidade

certa, na fonte certa, com o menor custo econômico, desenvolvendo de forma

estruturada e objetiva estas funções básicas.

As organizações precisam trabalhar forte no atendimento aos requisitos

básicos da função de compras para prospectar alternativas mais inovadoras e

buscar melhorar a sua competitividade.

Dornier (2012) ressalta que com a globalização das economias além dos

indicadores financeiros, é importante que seja dada a atenção para um conjunto de

medidas operacionais, onde estas trazem novas perspectivas sobre a compreensão

de análise do sistema logístico nas organizações. Desta forma, ele sugere que de

forma complementar sejam observados outras fatores como: custo, serviço e

flexibilidade.

32

Estes fatores complementam a análise financeira e permitem que a

empresa tome decisões baseadas em informações consistentes, que abrangem

novas prioridades competitivas.

3.1.1 Comprar na Qualidade Certa

A qualidade atualmente é vista como um dos itens essenciais para se

inserir no mercado global. Muitas empresas trabalham com métodos japoneses

como: TQM e 5S, para avaliar e controlar o nível de qualidade existente no ambiente

interno (CAMPOS, 2004). “A qualidade tornou-se item obrigatório para qualquer

sistema de planejamento e gestão estratégica, uma vez que os mercados estão se

tornando cada vez mais competitivos” (Dornier, 2012, p. 356).

A importância da gestão da qualidade no processo de compras é

fundamental para alavancar a competitividade na organização, ela permite que o

processo de aquisição de produtos seja feita de forma criteriosa, evitando desta

forma a utilização de matérias-primas de baixa qualidade e influenciando no grau de

satisfação do consumidor (DORNIER, 2012).

Atualmente existe um padrão que estabelece um parâmetro para medir o

nível de qualidade de cada produto/serviço que é comercializado ou indústrializado,

este padrão é fiscalizado por uma norma conhecida como ISO (International

Organization for Standartization). A norma que rege a qualidade dos produtos e

serviço é a ISO 9000. Esta “dispõe de um conjunto de padrões internacionais acerca

de administração da qualidade e garantia da qualidade” (Dornier, 2012, p. 358).

Por outro lado, novas abordagens literárias exploram um conceito

moderno para definir empresas competitivas, elas explicam que as empresas

necessitam obter uma visão global na atuação dos seus negócios voltando-se

principalmente para a satisfação dos seus clientes por meio do real entendimento de

suas necessidades e do atendimento de suas expectativas.

Neste contexto, ser uma empresa que possui uma vantagem competitiva

é ter o seu conceito de valor percebido, buscando sempre atender os desejos dos

33

consumidores e conhecer o real conceito de lucro, ou seja, saber que este é

consequência da forma como a empresa está situada no mercado voltando suas

energias para o atendimento do público alvo (DORNELAS, 2001).

Percebe-se que as organizações necessitam desenvolver novas

alternativas para diferencia-se de seus concorrentes, em um ambiente cada vez

mais competitivo e globalizado, a criação de novas estratégias determinarão quem

sobreviverá em um ambiente de constantes mudanças.

3.1.2 Comprar na Quantidade Certa

As empresas competitivas consideram este fator como um dos mais

importantes a serem observados, porque através dele é feita a analise da demanda

existente e a previsão para os eventos futuros.

Para Caxito (2011) há de se atentar para algumas variáveis decorrentes

deste processo, tais como: Preparação e Planejamento, Seleção de Fornecedores,

Cotações Preços e Acompanhamentos.

Preparação e Planejamento: Para Caxito (2011), antes de iniciar a

compra, deve-se coletar todas as informações necessárias para o entendimento do

produto durante a negociação.

Seleção de Fornecedores: Para Caxito (2011), é uma das atividades

mais importantes, porque é onde se iniciar a produção propriamente dita ressalta

que para que a negociação e o atendimento das expectativas do consumidor final

sejam alcançadas é necessário estabelecer uma parceria saudável com os

fornecedores.

Cotações Preços e acompanhamentos: Para Caxito (2011), nesta

etapa a empresa terá autonomia para solicitar o pedido e negociar preços, assim

como o controle das solicitações, este acompanhamento deverá obedecer um

critério acordado entre as partes e o cumprimento dos prazos negociados irão

determinar as negociações futuras.

34

3.1.3 Comprar na Fonte Certa

O estabelecimento de parcerias com os fornecedores é fundamental para

garantir a perenidade dos negócios dentro da organização. Pode-se observar que

quanto mais estreita seja esta relação, maiores serão as possibilidades de

desenvolver soluções rápidas e práticas decorrentes das variações do mercado

(DORNIER, 2012).

Bertaglia (2009, p. 31), disserta sobre a relação das empresas com os

fornecedores, que:

As organizações estão se conscientizando cada vez mais da necessidade de manter alianças com fornecedores em vez de manter uma relação puramente de compra e venda, com tendências de animosidade na maioria das circunstâncias. Estão também reduzindo a quantidade de fornecedores, mantendo um relacionamento de longo prazo, com altos volumes e maior flexibilidade, o que permite que as trocas de informações sejam efetuadas no âmbito global de planejamento, de modo que se possa verificar os impactos provenientes de restrições de capacidades e prazos de entrega.

Por outro lado, nota-se que há um crescimento acelerado da demanda

global por mais fornecedores, que por sua vez influenciam nas decisões estratégicas

de muitas organizações. Com isso é necessário atentar para algumas medidas de

desempenho, para facilitar análise da qualidade e melhorar a comunicação

estabelecendo de modo transparente o atendimento das metas estabelecidas

(DORNELAS, 2012).

As medidas de desempenho normalmente utilizadas são: tempo de ciclo,

pedidos completos e níveis de estoques. A primeira trata do instante que é solicitado

o produto ou serviço até o momento que a solicitação é disponibilizada, a segunda

refere-se precisão dos pedidos solicitados, ou seja, deve-se está exatamente como

foi pedido em quantidade e no prazo combinado, e por último a terceira medida que

enfatiza que os níveis de estoques precisam ser adequados, para o atendimento da

demanda e cumprimento do que foi prometido, atentando-se as variações de

mercado e sazonalidade (BERTAGLIA, 2009).

35

3.1.4 Comprar no Preço Certo

Nota-se que, de um modo geral, todos os fatores do processo de compras

são importantes para garantir a perenidade da organização. Entretanto o fator preço

ocupa um lugar de destaque nestas negociações corporativas, pois influenciam

diretamente no valor do produto final e como a empresa pode se posicionar

competitivamente no mercado (BERNARDI, 2008).

Observa-se que alguns critérios devem ser levados em consideração no

estabelecimento deste preço nas negociações como: qualidade, velocidade de

entrega, prazo de validade dos produtos e flexibilidade na customização,

estabelecendo um equilíbrio aceitável entre qualidade, condições, preço, entrega, de

modo que o custo fique competitivo (BERNARDI, 2008).

Segundo Bernardi (2008) afirma que existem ainda outros fatores que

determinam os preços no mercado, que da mesma forma devem ser levados em

consideração, são eles: poder de barganha e negociação, quantidades compradas,

estrutura de custos do fornecedor, oferta e procura e concorrência no ramo.

Estes fatores são fundamentais para que a competitividade do negócio

possa alcançar novos patamares e o administrador deve estar atento a estas

particularidades para tomar decisões embasadas na análise coerente do mercado

(BERTAGLIA, 2009).

Após o estabelecimento do processo de compras Bernardi (2008), propõe

um esquema para a efetivação do processo de compra, de acordo com a

necessidade de materiais ou mediante a uma demanda existente, conforme segue

abaixo:

36

FIGURA 4 – Esquema do processo de compra.

Fonte: (BERNARDI, 2008, p.206)

Este modelo possui várias informações importantes para se estabelecer

uma requisição de compra, complementando o assunto abordado acima, há de se

observar para outros aspectos deste processo como: descrição do material,

quantidades necessárias, padrões técnicos e de qualidade definidos e prazo

necessário para o recebimento (BERNARDI, 2008).

3.2 Gestão de Compras em Micro e Pequenos Negócios

Atualmente no Brasil, nota-se que a gestão dos micro e pequenos

negócios sofre com a deficiência da aplicação de métodos analíticos e gerenciais, a

mesma vem sendo realizada em sua maioria, por soluções intuitivas e através de

medidas de curto prazo. Parte dessa deficiência em gestão deve-se a falta de

capacitação das pessoas para tomar decisões embasadas e conduzir o negócio de

modo a mantê-lo competitivo (DORNELAS, 2007).

Segundo o relatório GEM (Global Entrepreneurship Monitor), que avalia

anualmente o nível nacional da atividade empreendedora, mostra que um percentual

de 82,2% dos entrevistados, exerce as atividades em seus empreendimentos sem

procurar auxilio das entidades governamentais de apoio como: SEBRAE, SENAI,

REQUISIÇÃO DE COMPRA

FUNÇÃO DE COMPRAS

ESTOQUE

FORNECEDORES

DECISÃO DE COMPRA RECEPÇÃO

análise

sim

não

negociações

contatos

pedidos

sim

37

SENAC, entre outros, que auxiliam as micro e pequenas empresas a gerenciar de

forma estruturada os seus negócios.

Para reverter este quadro podemos observar a atuação governamental de

modo mais consistente e planejado, criando e desenvolvendo novas modalidades de

políticas públicas, que visam o apoio à gestão destes micro e pequenos negócios.

Desta forma nos últimos anos houve o crescimento de 26% no número de

estabelecimentos formais cadastrados no sistema SIMPLES (regime que favorece

estes pequenos negócios) nacional em 2012, em comparação ao ano de 2011

(SEBRAE, 2013).

Um estudo feito pelo Sebrae (2013) que visa avaliar a sobrevivência das

empresas no Brasil, revela que o aumento do número de empresas é consequência

da melhoria da competitividade destes micro negócios e que irá impactar

diretamente no crescimento da oferta de empregos, melhores salários, ampliação da

massa salarial, arrecadação de impostos, o aumento da distribuição de renda e do

bem estar social. Este estudo identificou que por meio do apoio à criação e à gestão

destes novos empreendimentos houveram melhoras na taxa de sobrevivência

dessas empresas.

Com base na análise da situação atual do mercado nacional, o Sebrae

complementou o seu mapeamento estratégico, ratificando a sua missão, que em sua

versão atualizada é de “Promover a competitividade e o desenvolvimento

sustentável dos Pequenos Negócios e fomentar o empreendedorismo, para

fortalecer a economia nacional” (SEBRAE, 2013).

Em meio a este cenário em desenvolvimento, observa-se que a gestão de

compras surge como uma importante ferramenta para a administração dos recursos

e obtenção de lucro, permitindo que haja a inserção da empresa em um patamar

competitivo.

A gestão da aquisição – a conhecida função de compras – assume papel

verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de

recursos, principalmente financeiros, envolvidos, deixando cada vez mais

pra trás a visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e

38

repetitiva, um centro de despesas e não um centro de lucros (MORAES,

2005).

Neste contexto, a prática da gestão de compras tem que está integrada

com a tomada de decisão e engajada entre os colaboradores que a executam.

Observa-se que são comuns nas organizações perdas e prejuízos

gerados com a falha de comunicação, em decorrência do processo de compras não

ser administrador de forma adequada. Problemas como qualidade do produto,

quantidade insuficiente e armazenamento inadequado, podem ser amenizados com

o estabelecimento de um plano para que englobe todas as áreas envolvidas no

processo de compras (BAILY, 2000).

A literatura dispõe de uma série de métodos que tem o objetivo de auxiliar

e nortear o gestor sobre como realizar uma gestão de compras eficiente. Um dos

métodos amplamente disseminados e aplicáveis é o PDCA (Plan, Do, Check,

Action). Para Aguiar, (2012, p.21) este método “é utilizado para atingir as metas

necessárias à sobrevivência das empresas”.

Aguiar (2012) salienta que este método é constituído por quatro etapas,

são elas:

Planejamento (PLAN): Onde é feito o estabelecimento da meta e o

planejamento para o alcance do objetivo, junto com o plano de ação.

Execução (DO): Onde ocorre os treinamentos dos envolvidos para a correta

execução do plano e recebidas as informações necessárias para conduzir o

cumprimento da meta.

Verificação (CHECK): Etapa de avaliação das informações coletadas na fase

de execução.

Ação (ACTION): Neste ponto a ação pode ser realizada independente dos

dados recebidos e deve identificar se os objetivos foram alcançados, ou criar ações

39

para que a meta seja reformulada, para que o cumprimento seja efetivamente

realizado.

A implantação deste método junto, à análise adequada das informações

garante o bom gerenciamento das ações existentes no ambiente de negócios,

tornando este processo eficaz garantindo não só a sobrevivência da organização,

como também à obtenção dos objetivos planejados (AGUIAR, 2012).

Para Bernardi (2008) os controles aplicáveis a MPEs devem ser em

menor escala e que tenham foco no que é realmente necessário, evitando a

dispersão do gestor e a perda de tempo com atividades não relacionadas ao

negócio. Entretanto ele ressalta a importância de se fazer gestão através de

indicadores consistentes e que demonstrem a real situação da empresa.

Neste contexto, Bernardi (2008) desenvolveu um quadro para otimizar e o

gerenciamento e o controle destas variáveis, para ele este quadro tem o objetivo de

orientar na tomada de decisão, tendo em vista que o quadro é totalmente adaptável.

Quadro 1 – Orientação para o controle de produção em Peme.

CLIENTES UNIDADE DE MEDIDA

Itens pedidos

Itens atendidos pela produção

Itens embarcador

Prazo médio de atendimento

Prazo médio de atrasos

PRODUÇÃO

Itens próprios

Itens aprovados

Itens terceirizados

Dias de produção

Materiais consumidos

Itens relevantes (por área) - Classe A e B

Fatores de produção críticos

energia elétrica

40

outros

Produção unitária/fator crítico

Número de funcionários

por departamento

horas/homem – produção

produção unitária

horas extras

horas de treinamento

troca de ferramental

número de trocas

Manutenção

programadas

não programadas

Horas/máquina de produção

por processos

Índice de refugo

Índice de retrabalho

Índice de sucata

Índice de reaproveitamento

QUALIDADE E PROCESSO

Selecionar indicadores de conformidade técnica

Compra de materiais

Reclamações

Devoluções

Eficiência da mão de obra

Índice de sugestões

aplicadas/não aplicadas

Contratações

em conformidade e sem conformidade

Fonte: (BERNARDI, 2008, p.191)

Pode-se perceber que para a efetivação do gerenciamento do processo

de compras, deve-se considerar estas variáveis, porque além de influenciar na

41

tomada de decisão e desenvolvimento das atividades, estas atividades são inerentes

ao processo (BERNARDI, 2008).

Entretanto, Ballou (2012) ressalta que apesar do crescimento das

economias, da abertura de mercados e do desenvolvimento tecnológico, os

problemas na operacionalização da logística permanecem os mesmos. Ele sugere

que os gestores devem atentar-se a três atividades primárias de suma importância,

principalmente para os micro empreendedores, são eles: transportes, manutenção

dos estoques e processamento de pedidos.

O processo de compras é complexo e dependente de outros setores

existentes dentro da empresa. De um modo geral nas micro e pequenas empresas

não dispõem de métodos formais que auxiliam na tomada de decisão. Após a

globalização e a concorrência acirrada, observa-se a necessidade de se utilizar

ferramentas que contribuam para o aumento da qualidade e produtividade dos

produtos oferecidos (BAILY et al., 2000).

O Sebrae (2013) realizou um estudo para apoiar os novos

empreendedores relacionando um conjunto de ferramentas que podem auxiliar os

empreendedores na tomada de decisão, melhorando a gestão dos processos

internos e desenvolvendo produtos que atendam as reais necessidades de seus

clientes.

Nota-se que para se iniciar gerir um micro e pequeno negócio é

fundamental o empreendedor atentar-se para os aspectos financeiros que podem

contribuir para o bom andamento do negócio (BERNARDI, 2008).

Atentar-se para o atendimento das reais necessidades do mercado tanto

individuais como de pequenos nichos, pode favorecer o aumento da preferência da

organização pelo cliente, através da percepção das oportunidades e a rapidez na

adaptação, pode contribuir para o sucesso do empreendimento (CHIAVENATO,

2008).

Antes de iniciar as atividades em um empreendimento observa-se que é

fundamental o administrador conduzir o departamento financeiro de forma planejada,

42

evitando o descontrole e perdas em processos críticos como: gestão do capital de

giro, estabelecimento de preço e desconhecimento da margem de lucro (SEBRAE,

2013).

Em uma análise abrangente sobre alguns aspectos que podem impactar

no insucesso de uma organização, Dornelas (2007, p. 93), ressalta que “o

planejamento financeiro ajudará você a tomar decisões acertadas e antecipar

problemas futuros”, para o autor o empreendimento de um modo geral precisa de

investimentos no início e no decorrer de sua atividade e muitos empreendedores,

não se planejam para eventuais despesas decorrentes da atividade.

Segundo o Sebrae (2013) a manutenção da saúde financeira de uma

empresa é resultado de um conjunto de decisões tomadas no dia a dia. O controle

financeiro requer a atitude diária do administrador de estar antenado e ciente das

operações realizadas no dia a dia. O Sebrae (2013) ainda menciona um conjunto de

decisões que geram impactos positivos, são elas: redução de estoque excedentes

(aumentando o capital de giro), redução dos prazos de recebimento de vendas ( por

meio do aumento de vendas à vista e de ações efetivas de cobrança), aumento de

prazos para pagamento dos fornecedores e aumento dos lucros. Observa-se que

essas pequenas ações que são desenvolvidas no dia a dia, podem impactar na

continuidade do negócio (BERNARDI, 2008).

As ferramentas básicas utilizadas no controle das finanças segundo o

Sebrae (2013) são: gestão do capital de giro, controle diário de caixa, controle

bancário, controle diário de vendas, controle de contas a receber, controle de contas

a pagar e o controle de estoques.

Gestão do Capital de Giro “é o montante de recursos que a empresa

precisa para financiar suas operações, ou seja, o valor dos recursos que a empresa

precisa para que seus compromissos sejam quitados nos prazos de vencimento”

SEBRAE (2013, p.34).

43

Para o Sebrae (2013) o empreendedor deve dedicar a maior parte do seu

tempo no gerenciamento do capital de giro, porque é um dos aspectos mais

importantes para que haja o alcance da saúde financeira da organização.

Observa-se, através do exemplo abaixo, a descrição dos itens de controle

necessários à gestão da necessidade do capital de giro.

Figura 5 - Levantamento da Necessidade de Capital de Giro.

Fonte: (SEBRAE, 2013, p. 36).

Após a aplicação do levantamento das necessidades de capital de giro é

necessário estabelecer o prazo médio de contas de capital de giro, ou seja, deve-se

levar em conta o prazo ideal para inserir a condição do prazo médio de venda para

seus clientes, prazo para manutenção dos estoques e os prazos médios para o

pagamento dos fornecedores (ARNOLD, 2012).

Para se estabelecer o prazo médio de venda, o empreendedor precisa

conhecer o valor mensal da venda e as condições de pagamento, nas quais serão

realizadas as vendas, assim como demonstra o quadro abaixo:

44

Figura 6 - Prazo Médio de Recebimento das Vendas = PMR.

Fonte: Sebrae (2013, p. 39)

Dando continuidade na gestão o empreendedor deve atentar-se para

outro item de igual importância neste processo, o cálculo do prazo médio de estoque

de matérias-primas “que indica que o estoque médio mantido pela empresa é

suficiente” (SEBRAE, 2013, p.41). Desta forma a empresa evitará problemas no

abastecimento e no atendimento de seus clientes e a falta de planejamento deste

item pode acarretar na falta de itens básicos e consequentemente a perda de

clientes para os concorrentes.

Para Arnold (2012, p.19) “a produção deve ser capaz de satisfazer as

específicações de produto de forma consistente, ao mesmo tempo produzindo o

menor número possível de defeitos”.

Diante da analise exposta, os pontos mencionados abaixo demonstram,

através de um exemplo, como o empreendedor pode implementar este modelo em

sua empresa:

45

Figura 7 - Prazo Médio de Estoque.

Fonte: Sebrae (2013, p.39)

Dentro deste contexto, Arnold (2012, p. 266) ressalta que “A

administração deve estabelecer regras de decisão concernentes aos estoques por

itens, de modo que o pessoal responsável pelo controle de estoques possa

desempenhar suas funções com eficiência”.

Outra forma de mensurar os indicadores de fundamental importância

MPEs para as MPEs é controle do fluxo de caixa. Esta ferramenta visa gerenciar o

fluxo de entradas e saídas de mercadorias e estabelecer previsões para estes

fluxos, de modo a utilizar os ativos existentes na organização eficientemente

(SEBRAE, 2013).

Segundo o (SEBRAE, 2013 ), esta ferramenta alerta a empresa sobre o

que há de saldo credor e devedor, planejamento futuras despesas decorrentes do

processo ou projetando investimentos. Os métodos de gestão desta ferramenta

podem variar de acordo com o mercado e com o tipo de atividade desenvolvida,

entretanto em qualquer atividade as informações básicas a serem coletadas, estão

listadas abaixo:

Avaliar o capital de giro necessário de acordo com o momento da

empresa;

Comprar novas máquinas, contratar funcionários e lançar produtos

para aumentar a produção;

46

Identificar, com antecedência, o volume de dinheiro necessário a ser

emprestado no mercado financeiro;

Verificar o acúmulo de contas a pagar nos próximos períodos e

negocia-las com antecedência, mantendo assim, a confiança dos

credores;

Identificar e controlar os desvios eventuais em relação aos planos

traçados, pois o fluxo de caixa projetado precisa ser comparado aos

resultados efetivos;

Prever possíveis aplicações para o excesso de dinheiro em caixa da

maneira mais eficiente possível, avaliando a necessidade de

utilização do dinheiro para pagamentos imediatos.

Para concluir, o Sebrae (2003) também disponibiliza um método de

cálculo do prazo médio do pagamento aos fornecedores, no exemplo abaixo, pode-

se observar que a empresa disponibiliza um prazo médio de 60 dias para

pagamento de seu fornecedor, ou seja, as compras que foram realizadas equivalem

à recursos que podem ser utilizados até o termino deste período.

Figura 8 - Prazo Médio de pagamento aos fornecedores.

Fonte: Sebrae (2013, p. 40)

47

Apesar das variáveis internas inerentes a micro e pequena empresa, o

empreendedor deve atentar em fazer uma análise criteriosa dos fornecedores que

são responsáveis por direcionar os insumos para o desenvolvimento da atividade.

Esta analise permite uma visão ampla de como estes fornecedores estão

preparados para enfrentar as demandas sazonais e traça um paralelo com os

objetivos comerciais das MPEs (SEBRAE, 2013).

É necessário estabelecer uma listagem de fornecedores que foram

aprovados no processo de seleção atendendo a todas específicações solicitadas

durante o processo de seleção, alem de atentar-se para a padronização dos pedidos

de modo a facilitar a distribuição e a rapidez no atendimento das encomendas

(ARNOLD, 2012).

Observa-se que se o fornecedor não estiver preparado para eventuais

contratempos decorrentes do mercado, a área de compras será afetada e terá que

identificar novas fontes de distribuição, o que pode onerar a compra de produtos em

função do caráter emergencial (BERNARDI, 2008).

Para evitar este tipo de transtorno o Sebrae (2013) disponibiliza uma lista

de fatores que determinam o perfil destes fornecedores, a lista menciona que deve-

se atentar para:

O nome dos proprietários;

O número de funcionários;

Quando a empresa iníciou as atividades;

O faturamento dos últimos seis meses;

A área de atuação;

As características da frota (se é própria ou agregada);

As características físicas;

O custo fixo;

O nível de informação.

3.3 Cooperativismo nas MPEs como Estratégia Competitiva de Compras

A globalização e concorrência acirrada dos mercados permitem o

desenvolvimento das empresas e o surgimento de novas estratégias de atuação, no

48

entanto as MPEs precisam constantemente adaptar-se as exigências do mercado e

em determinadas situações precisam se unir para manter a competitividade no setor

onde atua (SEBRAE, 2013).

O cooperativismo surgiu com a necessidade de algumas empresas

desenvolverem novas formas de atuação e buscar melhores resultados através

desta mobilização empresarial. Nas MPEs é fundamental que haja o engajamento

da iniciativa pública com o incentivo a este tipo de associação, porque parte do

desenvolvimento dos municípios e o aumento dos empregos de uma região, advém

desta prática (NETO, 2000).

Desta forma, podemos definir que uma cooperativa é:

Uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente,

para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais

comuns, por meio de um empreendimento de propriedade coletiva e

democraticamente gerido (SEBRAE, 2009, p. 8).

Trazendo este conceito para um esquema, pode-se representar conforme

abaixo:

Figura 9 - Esquema de representação de uma cooperativa.

Fonte: Sebrae (2009)

49

Atualmente, o modelo de redes e o cooperativismo vêm se intensificando

na economia, em função da globalização e da reestruturação das indústrias

estabelecendo novas relações entre empresas, incorporando novas tecnologias e

buscando novas alternativas de vínculos dentro de um contexto socioeconômico

(NETO, 2000).

O cooperativismo pode iniciar em função de programas municipais de

incentivos a essas atividades, e existem várias modalidades que podem ser

incentivadas através da iniciativa pública, como: redes de empresas, cooperativas,

associações, grupos formalmente organizados, grupos informalmente organizados,

empresa de participação comunitária e consórcios (SEBRAE, 2009).

Para Neto (2005, p.69) “as relações de cooperação são incrementadas

visando reduzir justamente as dificuldades que se traduzem como ‘custos de

transação’ para as empresas”. Neste contexto percebe-se que o estabelecimento de

uma parceria pode implicar no desenvolvimento da competitividade dentro dessas

organizações.

A gestão deste tipo de modalidade é realizada em meio a uma

autogestão, ou seja, a cooperativa é uma empresa na qual os proprietários sãos os

próprios associados, desta forma este modelo é reconhecido por ser

multidimensional, já que os próprios associados se organizam para o alcance dos

objetivos estabelecidos (SEBRAE, 2009).

Nas MPEs, existem fatores específicos que fazem parte da própria base

da organização, tornando-as diferentes das empresas de grande porte (NETO,

2009). As decisões normalmente são centralizadas no proprietário, porém um

aspecto positivo é que por meio da aproximação com o público alvo, permite que a

tomada de decisão seja feita de forma mais rápida (NETO, 2009).

A importância da cooperação nas MPEs para o desenvolvimento da

economia é perceptível, quando se trata de desenvolvimento de competitividades

dentre os empreendedores, nota-se que existem inúmeras variáveis de mercado que

50

podem tornar uma organização vulnerável e o objetivo da cooperação é reduzir

essas possibilidades (NETO, 2009).

A estruturação de uma empresa por meio da utilização do cooperativismo,

trás, benefícios tanto para a comercialização dos produtos, quanto para a questão

da legalização e fiscalização, a atividade torna-se vantajosa ao empreendedor pelo

fato de defender os interesses coletivos (SEBRAE, 2009).

51

4 METODOLOGIA

4.1 Estratégia Metodológica

Neste capítulo, será explicado o método de estudo sobre a pesquisa.

Metodologia pode ser entendida como um conjunto de procedimentos que permitem

o alcance do conhecimento de algo (SOARES, 2003). Para Lakatos (2003, p. 83) “o

método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior

segurança e economia, permite alcançar o objeto – conhecimentos válidos e

verdadeiros”.

Soares (2003, p. 14) explica que:

O método leva a identificar a forma pela qual alcançamos determinado fim

ou objetivo. Em outros termos ‘o método é uma forma de pensar para

chegar à natureza de um determinado problema, quer seja para estudá-lo,

quer seja para explicá-lo’.

Neste contexto observa-se que os métodos são as vertentes a serem

seguidas que possibilitarão o alcance do objetivo por parte do pesquisador, essas

vertentes auxiliarão o pesquisador para o desenvolvimento e a conclusão da

pesquisa. Ruiz (2006, p. 137) enfatiza que “o método confere segurança e é fator de

economia na pesquisa, no estudo, na aprendizagem”.

Desta forma, Ruiz (2006, p. 138) faz uma análise abrangente sobre o

conceito de método. Para ele “método é um conjunto de normas-padrão que devem

ser satisfeitas, caso se deseje que a pesquisa seja tida por adequadamente

conduzida e capaz de levar a conclusões merecedoras de adesão racional”.

Dentro dessa conceituação, a classificação da pesquisa será abordada

quanto ao método de coleta de dados no que diz respeito ao propósito e à

abordagem da pesquisa. Desta forma a pesquisa será caracterizada pelo universo,

população e amostra.

52

4.1.1 Tipologia da Pesquisa

O objetivo da pesquisa é de permitir o conhecimento e a explicação dos

fenômenos que ocorrem nas mais variadas formas e de como ela se estabelece em

seus aspectos funcionais e estruturais (OLIVEIRA, 2004). O desenvolvimento de

uma pesquisa científica parte de uma investigação planejada e feita dentro de

padrões metodológicos reconhecidos pela ciência, sendo o método de abordagem

do problema que determina o aspecto da pesquisa (RUIZ, 2002).

Em relação ao modelo de coleta de dados a pesquisa, foi estabelecida

como pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. Sobre a abordagem bibliográfica

pode-se observar que a pesquisa será desenvolvida através da consulta de artigos

científicos, dissertações, livros, jornais, pesquisas especializadas nas áreas e

instrumentos eletrônicos.

Para Oliveira (2004, p. 119) “A pesquisa bibliográfica tem por finalidade

conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre

determinado assunto ou fenômeno”. Para este tipo de pesquisa é necessário realizar

um levantamento de informações de toda bibliografia publicada, buscando por o

pesquisador a frente a tudo que foi escrito sobre o assunto (LAKATOS; MARCONI,

2001).

Já a pesquisa de campo é assim caracterizada pela coleta de dados com

o objetivo de obter informações referentes a um determinado problema, buscando

respostas, hipóteses ou a identificação de fenômenos em campo (ANDRADE, 2009).

Nesse contexto, Vergara (2009, p. 43) explica que “pesquisa de campo é

investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou

que dispõe de elementos para explicá-lo”. Neste tipo de pesquisa, observa-se

geralmente que há a utilização de entrevistas, formulários, questionários, dentre

outras ferramentas de análise.

Desta forma, a pesquisa foi desenvolvida através de um questionário

aplicado aos empreendedores do Mercado Central de Fortaleza. O estabelecimento

53

conta atualmente com 559 empreendedores ativos, divididos em quatro andares e

distribuídos em 34 categorias de venda de produtos e serviços. Através do

questionário a pesquisa procura de acordo com as respostas, identificar se estes

empreendedores trabalham com planejamento de compras, utilizam ferramentas de

compras e se consideram algum método para melhorar a competitividade nos

produtos, serviços, processos, dentre outras variáveis logísticas que os diferenciam

de seus concorrentes.

Em relação ao propósito a pesquisa caracteriza-se como descritiva que

segundo Vergara (2009, p.42) “expõe características de determinada população ou

de determinado fenômeno”. “A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e

correlaciona os fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los” (CERVO, 2007, p.

61).

Para Leite (2008, p. 100) a pesquisa descritiva pode ser entendida por

“aquela que tabula dados, edita gráficos calcula médias e frequências, mas o termo

descritivo está, de fato, intimamente relacionado com o ato de escrever.

Quanto à abordagem ou a natureza do problema esta pesquisa enquadra-

se como quantitativa e qualitativa com a predominância da quantitativa. Quantitativa

porque “empregam a estatística e a matemática – os números e cálculos – como

principal recurso para análise das informações” (LEITE, 2008, p. 96), e a abordagem

qualitativa caracteriza-se por se utilizar de métodos “representados por trabalhos

que não necessitam de ferramentas estatísticas” (LEITE, 2008, p. 100).

4.1.2 Universo, população e amostra da pesquisa

Para Vergara (2009, p.46) a população em uma pesquisa trata-se de “um

conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo) que possuem

as características que serão objeto de estudo”. Já “a amostra é qualquer parte de

uma população da pesquisa que será realmente investigada” (LEITE, 2008, p. 121).

A pesquisa será constituída diante de uma amostra probabilística que,

segundo Leite (2008, p.124) “caracteriza-se por aquela em que cada elemento da

54

população tem uma chance conhecida e diferente de zero de ser selecionado para

compor a amostra”.

Neste contexto a pesquisa tem como população os empreendedores

ativos do mercado central de Fortaleza, local onde atualmente concentram-se 559

lojas de trabalhadores que exercem atividades ligadas ao comércio e ao serviço,

distribuídos em 34 segmentos conforme já citado anteriormente.

A seleção dos empreendedores será realizada pela facilidade de acesso a

estas pessoas e por elementos que caracterizam a população alvo da pesquisa

(VERGARA, 2009).

Para a consolidação da amostra, foram estabelecidos os critérios

estatísticos explicados por Barbetta (1999). Para o autor, a fórmula é constituída da

seguinte forma:

n = Z².p.q.N

e² (N – 1) + Z².p.q

Onde:

n = tamanho da amostra

Z = valor correspondente ao nível de significância adotado

p = percentagem com a qual o fenômeno se verifica

q = percentagem complementar

N = tamanho da população

e = erro máximo permitido

55

Para isto, foram utilizados os valores a baixo:

Z = 1,64

p = 50%

q = 50%

N = 559

e = 10%

n = 60

E para o nível de significância, teve como base os seguintes valores:

Para fazer este cálculo, foi estabelecido um nível de significância

correspondente a 10%, no qual tem o valor de 1,64 e para a margem de erro foi

usado 10%, consolidando o resultado de 60 empreendedores ativo, divididos em 34

segmentos, para se obter a amostra do estudo.

4.1.3 Método de coleta de dados

A coleta de dados foi realizada através de um questionário com a

quantidade de 18 (dezoito) questões em escala Likert, aplicado aos

empreendedores em atividade no Mercado Central de Fortaleza.

Para Martins e Lintz (2009, p. 35), o método de Likert, caracteriza-se por

uma investigação social que “consiste em um conjunto de itens apresentados em

forma de afirmações, ou juízos, ante os quais se pede aos sujeitos que externem

suas reações, escolhendo um dos cinco ou sete pontos de uma escala”. Através

dele buscaram-se dados para obter as respostas ao problema de estudo, assim

como o objetivo geral da pesquisa.

Nível de significância 1% 5% 10%

Valores de Z 2,58 1,96 1,64

56

Para a elaboração do questionário, foi utilizado as observações de Baily

(2000) e relacionadas à importância da logística e gestão de compras para melhorar

a competitividade das organizações e conforme Bernardi (2008) e Dornier (2012)

sobre os fatores competitivos do processo de compras.

No início, tentou-se identificar o perfil do empreendedor, posteriormente

nas questões de 1 (um) a 10 (dez), a pesquisa tentou se extrair eles trabalham com

planejamento de compras, com estrutura adequada e se estão aplicando a gestão

dos fatores críticos deste processo. Posteriormente nas questões de 11 (onze) a 18

(dezoito), tentou-se buscar saber se eram utilizados sistemas computacionais, se há

a participação das empresas em cooperativas ou se são utilizadas alternativas que

lhes permitam obter vantagens competitivas frente aos seus concorrentes.

O questionário foi elaborado conforme as orientações de Lakatos e

Marconi (2001, p.201), que enfatizam que este “é um instrumento de coleta de

dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser

respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. O modelo do

questionário encontra-se no anexo A.

A aplicação do questionário foi feita pelo próprio autor, por meio de visita

realizada no dia 20 de novembro de 2013, no período de 08h às 17h30, em horários

intercalados onde eventualmente não haviam demandas de clientes, com intervalo

para o almoço de 12h às 13h.

Na abordagem feita aos empreendedores, era esclarecido que o

questionário era um instrumento de pesquisa acadêmica, de caráter sigiloso.

Durante a sua realização respondentes ficaram com dificuldade para parar suas

atividades e responder ao questionário, porém foram receptivos em se disponibilizar

para fazê-lo, demonstrando interesse em contribuir para a conclusão do mesmo.

Para cada questionário aplicado, tentou-se estabelecer um tempo máximo de 15

minutos, onde o autor se manteve disposto e flexível às demandas eventuais de

cliente, interrompendo a aplicação do questionário durante o atendimento.

57

4.1.4 Método de Análise

“O método de análise dos dados envolvem diversos procedimentos:

codificação das respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos” (GIL, 2002,

p. 125). Neste ponto, pode-se fazer a seleção dos dados, categorização,

codificação, tabulação, interpretação e representação dos dados obtidos

(ANDRADE, 2009).

Para realizar a analise dos dados obtidos, utilizou-se o apoio do software

Microsoft Excel, com versão 2007. A tabulação dos dados foi feita através de

planilhas que permitem a criação de gráficos, tabelas e a codificação das respostas,

que facilitam a representação dos dados e a interpretação dos resultados e permite

a criação de um relatório final para a pesquisa

No próximo capítulo será abordada a análise dos dados obtidos e a

interpretação dos resultados. Inicialmente será apresentado um breve histórico do

objeto de estudo, de modo a facilitar a compreensão e o desenvolvimento da

pesquisa.

Após o conhecimento do objeto de estudo, serão apresentados os

resultados identificados no questionário respondido pelos empreendedores do

mercado e posteriormente esses resultados serão analisados com a inserção de

gráficos, de modo a facilitar a compreensão.

58

5 ANÁLISE DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

5.1 Conhecendo o Objeto de Estudo

O Mercado Central está localizado na cidade de Fortaleza, Avenida

Alberto Nepomuceno, 199, no centro da cidade, próximo à tradicional Igreja da Sé,

com acesso pela Avenida Monsenhor Tabosa (Figura 10).

Figura 10 Mapa - Localização do Mercado Central de Fortaleza.

Fonte: www.google.com.br. Data de acesso 23/11/2013.

O Mercado Central de Fortaleza identifica-se como um centro

especializado em produtos artesanais e em culinária regional encontra-se localizado

no centro da cidade de Fortaleza próximo a catedral de Fortaleza e a décima região

militar.

No ano de 1809 o primeiro mercado central foi construído. Esta versão

era constituída de madeira e inicialmente abrigava um comércio bem específico

voltado apenas para carnes, frutas e verduras (Disponível em: <

http://www.mercadocentraldeFortaleza.com.br/index.php/historia> Acesso em: 15

nov. 2013).

59

Já em 1814 as primeiras instalações foram demolidas para dar lugar a um

novo prédio conhecido como cozinha do povo.

No século XX, em 1931, o comércio de carne, frutas e verduras foi

proibido dentro do prédio e as instalações foram ocupados por produtos utilitários e

decorativos feitos artesanalmente. Neste período, houve a mudança do tipo de

comércio por causa de seu posicionamento físico e o avanço na introdução de novos

produtos, passando posteriormente por muitas reformas de manutenção (Disponível

em: < http://www.mercadocentraldeFortaleza.com.br/index.php/historia> Acesso em:

15 nov. 2013).

Em 1975, o Mercado Central foi Reinaugurado agora com espaço físico

equivalente a 1200 m², obtendo maior notoriedade no turismo da cidade, dando

início ao grande centro de comercialização caracterizado por um verdadeiro labirinto,

nome dado devido a sua peculiar forma de implantação de seus pequenos boxes

(Disponível em: < http://www.mercadocentraldeFortaleza.com.br/index.php/historia>

Acesso em: 15 nov. 2013).

Já em 1998, em função de problemas estruturais, onde contatavam

ameaças constantes de incêndio e outros riscos envolvendo o prédio que sediava o

local, e devido ao aumento da demanda dos produtos, foi inaugurado o novo prédio

que por sua vez aglomerava um espaço maior e com instalações mais modernas

(Disponível em: < http://www.mercadocentraldeFortaleza.com.br/index.php/historia>

Acesso em: 15 nov. 2013).

Atualmente, o mercado central identifica-se por ser um centro

especializado em produtos artesanais, culinária regional e no oferecimento de

artigos das mais variadas formas criativas locais, congregando 559 comerciantes e

gerando um grande número de empregos indiretos. Responsável pela disseminação

da cultura cearense e motivo de grande orgulho pelos empreendedores que

desenvolvem as suas atividades no local (Disponível em: <

http://www.mercadocentraldeFortaleza.com.br/index.php/historia> Acesso em: 15

nov. 2013).

60

5.2 Caracterização do perfil dos empreendedores

Nesta seção, serão demonstrados os resultados e as análises destes

dados obtidos no Mercado Central de Fortaleza, através das respostas dos

empreendedores atuantes no local.

Sexo

O gráfico 1 demonstra como os empreendedores do Mercado Central são

distribuídos em relação ao gênero.

Gráfico 1 - Sexo.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013.

Através destes resultados pode-se observar que o sexo masculino é

predominante, dentre os empreendedores atuantes. Conforme a pesquisa, 68% dos

empreendedores compõem o sexo masculino, confirmando que ainda há uma

tradição hereditária que influência a predominância destes empreendedores,

enquanto 32% dos respondentes são do sexo feminino.

FAIXA ETÁRIA

O gráfico 2 apresenta a faixa etária dos empreendedores pesquisados.

61

Gráfico 2 - Faixa etária.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013.

Pode-se confirmar por meio dos dados obtidos que a maior concentração

encontra-se na faixa de 46 aos 55 anos, representando 57% dos respondentes. A

segunda faixa, com a maior concentração, está entre a idade de 36 a 45 anos com

23% tendo como diferença de 8% a terceira faixa, representando 15%.

Nível de Escolaridade

Observa-se no Gráfico 3 os dados obtidos quanto ao nível de

escolaridade dos respondentes.

Gráfico 3 - Nível de Escolaridade.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013.

Através deste gráfico, é possível identificar que 65% dos empreendedores

concluíram o Ensino Médio, por outro lado observa-se que a soma dos outros dois

números de maior percentual em relação ao primeiro aponta que 28% relacionam-se

as pessoas que apresentam o Ensino Fundamental completo e incompleto. Outro

62

ponto interessante deste resultado é o quanto este fator influência diretamente na

forma como os empreendedores conduzem os seus negócios, pode-se observar que

quanto maior o nível de escolaridade, mais competitivo é o seu empreendimento.

Tempo de Atividade

Neste gráfico, é apresentado o tempo de atividade empresarial.

Gráfico 4 - Tempo de Atividade.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013

Verificou-se que 92% dos pesquisados estão em atividade a mais de uma

década. O dado interessante na pesquisa é que estes empreendedores passaram

por várias mudanças e adaptações que ocorreram no mercado central.

5.3 Caracterização do modelo de compras e do negócio

Nesta seção serão apresentados os resultados e as análises dos dados

obtidos com relação ao modelo de compras dos empreendedores do mercado

central e a caracterização do negócio. Abordando questões sobre planejamento

logístico de compras, fatores críticos do processo de compras, aspectos que

permitem a diferenciação e a obtenção de vantagem competitiva frente aos

concorrentes dentre outras particularidades do negócio desenvolvido no Mercado

Central de Fortaleza. Através destes dados é possível identificar como os

empreendedores realizam o seu planejamento e processo de compras.

63

Planejamento logístico de compras

Os dados apresentados no Gráfico 5 permitem-nos conhecer se os

empreendedores do mercado central de Fortaleza, realizam o planejamento logístico

de compras.

Gráfico 5 - Planejamento logístico de compras.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013.

A pesquisa revela que somados os empreendedores que concordam e os

que concordam totalmente 86% dos respondentes afirmam que fazem o

planejamento logístico de compras, enquanto 10% destes empreendedores

afirmaram que nem concordam e nem discordam. Percebe-se na pesquisa que este

planejamento não ocorre inteiramente de forma estruturada, sendo realizado em

meio à vivência dos empreendedores por não haver um departamento específico

para realizar tal atividade, esta percepção de planejamento está relacionada à

sazonalidade e ao o preço praticado no mercado.

Fator Crítico do Processo de Compras 1: Quantidade Certa

No Gráfico 6, serão apresentados os resultados sobre a quantidade

comprada pelos empreendedores, específicando se eles compram na quantidade

adequada, atendendo as necessidades dos clientes.

64

Gráfico 6 - Fator Crítico do Processo de Compras 1: Quantidade Certa.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013. O estudo do Gráfico 6, demonstra que 53% dos empreendedores

concordam, enquanto 35% deles concordam totalmente. O estudo revela que os

empreendedores estão constantemente atendendo as necessidades dos clientes e

que há uma margem aceitável de discordância (5%), decorrentes deste processo.

Fator Crítico do Processo de Compras 2: Qualidade Certa

No Gráfico 7 serão expostas as informações sobre a qualidade dos

produtos comercializados pelos empreendedores, através dele também pode-se

identificar se os produtos estão sendo bem aceitos pelos consumidores.

Gráfico 7 - Fator Crítico do Processo de Compras 2: Qualidade Certa.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013.

A pesquisa revela através do Gráfico 7 que os empreendedores do

mercado central estão comprando na qualidade certa, uma vez que 58% dos

respondentes concordam totalmente e que 40% deles concordam. Esta qualidade é

percebida pela carteira de clientes fixos que estes empreendedores apresentaram

65

durante a aplicação do questionário. Estes clientes geralmente residem em outros

estados do país e em outros países, e vem ao mercado pela qualidade e

particularidade dos produtos locais. Muitos destes produtos são oriundos das

regiões interioranas do estado do Ceará, criando uma identidade com o próprio

estado.

Fator Crítico do Processo de Compras 3: Fonte Certa

No Gráfico 8 serão apresentados informações relacionadas a fonte de

fornecedores e o atendimento destes aos empreendedores do Mercado Central de

Fortaleza.

Gráfico 8 - Fator Crítico do Processo de Compras 3: Fonte Certa.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013.

O estudo do Gráfico 8 revela que 40% dos empreendedores concordam

no que diz respeito a fontes específicas para a compra de produtos, enquanto 35%

dos respondentes apontam que concordam totalmente. A rede de fornecedores pode

variar de acordo com a característica do comércio, ou seja, estrategicamente os

empreendedores optam por possuir uma rede de fornecedores maior ou menor,

porém já observada esta condição percebe-se que eles são bem atendidos no que

diz respeito aos prazos, qualidade e quantidade.

66

Fator Crítico do Processo de Compras 4: Preço Certo

Os dados apresentados no Gráfico 9, permitem identificar se os

empreendedores estão satisfeitos com os preços praticados pelos fornecedores de

produtos e serviços, consequentemente comprando no preço praticado no mercado.

Gráfico 9 - Fator Crítico do Processo de Compras 4: Preço Certo.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013.

É possível verificar que 30% dos empreendedores concordam com os

preços praticados pelos fornecedores, enquanto 28% confirmam que não estão

satisfeitos. Percebe-se que há uma discordância sobre os pesquisados com uma

diferença de 2% entre a classe dos que concordam e concordam totalmente com os

que discordam e os que discordam totalmente. Essa discordância parte da

particularidade de cada estabelecimento e do relacionamento com os fornecedores

que coforme demonstrado nas respostas do questionário, apesar da parceria de

longa data, alguns fornecedores estão praticando preços fora da realidade do

mercado. Entretanto através desta análise, observa-se que isso pode ser um indicio

de que os empreendedores não estão buscando as fontes corretas.

Utilização dos Sistemas de Informação no processo de compras

No Gráfico 10, serão apresentadas as informações relacionadas a

utilização dos sistemas de informação no processo de compras e qual a sua

contribuição para o apoio a tomada de decisão.

67

Gráfico 10 - Sistemas de informação como ferramenta de gestão.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013.

A pesquisa demonstra que 78% dos empreendedores discordam

totalmente em relação à utilização dos sistemas de informação como ferramenta de

gestão, enquanto um pequeno percentual de a 10% concorda sobre a sua utilidade.

Um dado interessante na pesquisa é que apesar de não serem adeptos as novas

tecnologias, os empreendedores demonstraram total conhecimento sobre a situação

financeira de seus estabelecimentos, controle de pedidos dos fornecedores e a

política de preços praticada no segmento. Estes controles são feitos de modo

manual, através de anotações diárias, mensais e anuais em pequenos cadernos. Os

únicos sistemas identificados durante a aplicação do questionário foram: maquinas

de cartão de crédito e caixas para contabilização de refeições nos restaurantes. Um

ponto que chamou atenção foi que, durante a aplicação de suas respostas, a

empreendedora (Cléu) evidenciou um histórico de controles: diários, mensais e

anuais referente a contabilização das suas receitas recebidas sobre a venda de seus

produtos.

Participação em Associações/Cooperativas

No Gráfico 11, serão apresentados os dados relacionados ao percentual

de participação dos empreendedores do mercado central de Fortaleza em

associações ou cooperativas.

68

Gráfico 11 - Participação em Associações/Cooperativas.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013.

Percebe-se através da apresentação deste Gráfico que a soma dos

empreendedores que concordam e concordam totalmente sobre a participação dos

empreendedores em associações ou cooperativas obteve um percentual de 100%.

Este percentual deve-se ao fato de que todos os lojistas do Mercado Central de

Fortaleza fazem parte de uma associação denominada de Associação dos Lojistas

do Mercado Central (ALMEC), sua função é buscar melhorias de infraestrutura e

atendimento aos associados. Outro fato interessante é que segundo os

empreendedores, esta associação não cria um ambiente que proporcione o alcance

de vantagem competitiva para os lojistas, assim como, também não traz vantagens

na redução da tributação junto aos órgãos governamentais e por consequência não

permite que o “fator compra” obtenha vantagens por meio da associação.

Nível de Competitividade em relação aos concorrentes

Os dados que serão apresentados no Gráfico 12 demonstra a percepção

dos empreendedores em relação ao nível de competitividade de seus negócios em

relação aos concorrentes.

69

Gráfico 12 - Nível de competitividade em relação aos concorrentes.

Fonte: Resultado da pesquisa, 2013.

A pesquisa revela que 52% dos respondentes concordaram totalmente e

43% afirmaram que concordaram. O fato interessante é que a soma destes dois

representam 95% do total. Percebe-se que os empreendedores estão buscando

continuamente inovar (sendo este aspecto um dos principais diferenciais

competitivos), com qualidade e um preço competitivo para o consumidor final.

Grande parte destes comerciantes trabalham há mais de 10 anos e conhecem as

características do mercado e as necessidades dos clientes que os procuram, o que

facilita na hora de identificar a necessidade.

Na proxima seção, serão apresentadas as consideraçõs sobre a

pesquisa, através da análise dos resultados obtidos.

70

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde o início das atividades de comércio no Mercado Central de

Fortaleza, observa-se a evolução das características de compras, impulsionadas

pelas mudanças no cenário econômico e o crescimento da demanda de turistas no

local .

O presente estudo analisou a gestão da logística de compras como

ferramenta de vantagem competitiva, tendo como foco os empreendedores ativos do

mercado central de Fortaleza. A pesquisa foi embasada nas considerações de Baily

(2000), no que diz respeito à importância da gestão de compras para o aumento da

competitividade nas organizações e conforme explicado por Bernardi (2008) e

Dornier (2012), sobre os fatores críticos do processo de compras.

O primeiro objetivo específico estudado foi analisar se existe

planejamento logístico de compras que foi alcançado mediante a apresentação dos

dados obtidos no capítulo cinco, através do gráfico 4, que fala do planejamento

logístico de compras, onde foi constatado que a maior parte dos empreendedores

respondentes confirmaram que fazem e que este pode variar de acordo com a

sazonalidade e o preço praticado no mercado. O segundo objetivo específico foi o

de verificar os fatores críticos do processo logístico de compras aplicado pelos

empreendedores, alcançado através da apresntação do capítulo três por Dornier

(2012) e confirmado a sua utilidade na análise dos resultados descrita no capítulo

cinco, onde foi explicitado os fatores críticos deste processo e o nível percentual de

concordância dentre os empreendedores respondentes. O terceiro e último objetivo,

que foi o de analisar as ferramentas utilizadas no processo de compras identificando

qual o diferencial competitivo frente aos concorrentes, foi apresentado no capítulo

cinco, no Gráfico 11, no qual demonstra as características percebidas pelos

empreendedores para se diferenciar dos concorrentes e obter vantagens

competitivas.

O objetivo geral da pesquisa foi o de analisar como a gestão de compras

pode contribuir como ferramenta de vantagem competitiva para os empreendedores

no Mercado Central de Fortaleza. Este objetivo foi atendido através dos gráficos 4,

71

5, 6, 7, 8, 9, 11, onde foram consolidados os resultados das analises sobre a gestão

de compras e aplicação dos fatores críticos deste processo por parte dos

empreendedores. A pesquisa permitiu ainda identificação percentual do nível de

utilização das ferramentas de gestão de compras e como os empreendedores

desenvolvem as suas atividades, de modo a identificar melhorias, novas opções de

inovação e conhecer novas abordagens para a criação de vantagens competitivas

frente aos concorrentes.

Contudo, pode-se observar que ao analisar os resultados da pesquisa

quanto ao planejamento de compras e o acompanhamento dos fatores críticos deste

processo, percebe-se que este resultado atendeu ao objetivo pretendido. Foi

identificado que os empreendedores realizam o planejamento de compras de forma

manual, não utilizando em sua maioria sistemas computacionais que obviamente

trariam ganhos sobre a velocidade das transações e um controle maior deste

processo. Nota-se que há ainda muita resistencia por parte destes empreendedores

em utilizar novas ferramentas de gestão, o que faz com que os estabelecimentos

não apresentem melhores resultados de gestão.

Através do estudo pode-se concluir que a importância da gestão da

logística de compras para melhorar a qualidade dos produtos, melhorar o processo

de seleção dos fornecedores, estabelecer novos parametros ao negociar preço e

suprir a demanda de clientes evitando desperdicios, são práticas de gestão

fundamentais para a diferenciação e desenvolver a vantagem competitiva. Apesar

destes métodos não serem comumente utilizados pelos empreendedores no

mercado central, percebe-se que com a globalização esta mudança poderá ocorrer

de forma gradual atingindo todos os segmentos e isto impactará em ganhos

significativos no local.

Em relação as análises feitas no estudo, observou-se como limitação a

dificuldade dos empreendedores em se disponibilizarem para responder ao

questionário, tendo em vista a grande demanda de clientes encontrada no dia da

aplicação. Outro ponto a se considerar é que a pesquisa foi feito em um ambiente

atípico, que possui muitas particularidades regionais e históricas, não sendo possível

72

generaliazar os resultados do trabalho, mas que podem servir para subsidiar novas

pesquisas.

Como sugestão para pesquisas futuras, pode-se considerar a aplicação

desta pesquisa a um número maior de empreendedores no próprio mercado central,

com enfâse em fazer uma análise comparativa e abrangente com a característica da

gestão de compras em outros mercados.

73

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78

ANEXO A - QUESTIONÁRIO

Este questionário tem a finalidade de levantar informações para dar

subsídio à elaboração de uma monografia de graduação. O mesmo deverá ser

atentamente preenchido. Saliento que as informações coletadas são de caráter

sigiloso, utilizado apenas para a pesquisa, não necessitando nenhum tipo de

identificação do pesquisado. Não há respostas certas ou erradas, portanto contamos

com a sua sinceridade para que possamos coletar dados válidos.

Agradeço pela sua importante colaboração.

1. Marque com um X cada item abaixo entre os parênteses a esquerda, informações

referente a você:

GÊNERO:

( ) MASCULINO ( ) FEMININO

IDADE:

( ) Entre 16 e 25

( ) Entre 26 e 35

( ) Entre 36 e 45

( ) Entre 46 e 55

( ) Acima de 56

GRAU DE INSTRUÇÃO:

( ) Ensino Fundamental Incompleto

( ) Ensino Fundamental Completo

( ) Ensino Médio Incompleto ou Ensino Técnico

( ) Ensino Médio Completo

( ) Ensino Superior Incompleto

( ) Ensino Superior Completo

( ) Pós-graduação

TEMPO DE ATIVIDADE:

1.( ) Até 2 anos

2.( ) Mais de 2 e até 5 anos

3.( ) Mais de 5 e até 10 anos

4.( ) Mais de 10 anos

79

2. Por gentileza, para cada frase, assinale a sua opinião colocando um X de acordo

com a escala abaixo:

1= Discordo Totalmente;

2= Discordo;

3= Nem concordo, nem discordo;

4= Concordo

5= Concordo Totalmente.

1. Eu faço um planejamento logístico de compras estruturado, 1 2 3 4 5

onde enxergo ganhos significativos em função deste planejamento.

2. Eu tenho um departamento específico para tratar do processo 1 2 3 4 5

de compras no meu negócio.

3. Eu compro na quantidade adequada atendendo as necessidades 1 2 3 4 5

dos meus clientes.

4. Não há ocorrência de desperdícios no meu negócio, em função 1 2 3 4 5

da falta de planejamento.

5. A qualidade dos produtos/serviços que comercializo estão 1 2 3 4 5

sendo bem aceitas pelos meus clientes.

6. Analiso criteriosamente as mercadorias no ato da compra, evitando 1 2 3 4 5

perdas e a venda de produtos fora da qualidade aceitável.

7. Eu tenho uma rede de fornecedores que atendem as minhas 1 2 3 4 5

expectativas. Faço a gestão do atendimento.

8. A distribuição das mercadorias por parte de meus fornecedores 1 2 3 4 5

é feita dentro dos prazos estabelecidos.

9. Faço cotações de preços antes de finalizar a compra, 1 2 3 4 5

buscando sempre a melhor relação entre o custo/benefício.

10. Trabalho com muitos fornecedores, evitando a dificuldade 1 2 3 4 5

no abastecimento de minhas mercadorias.

11. O preço praticado pelos meus fornecedores está de acordo 1 2 3 4 5

com o mercado e eu estou satisfeito de um modo geral.

12. Eu utilizo sistemas computacionais para realizar transações 1 2 3 4 5

no meu dia a dia, porque facilita o meu trabalho.

13. Utilizo ferramentas computacionais para o apoio à tomada de 1 2 3 4 5

decisões, tenho controles mensais, utilizo planilhas e relatórios.

14. Eu participo de associação/cooperativa para obter melhores 1 2 3 4 5

condições no processo de compra de mercadorias.

15. Recebo incentivo governamental pela participação em 1 2 3 4 5

associações ou cooperativas.

16. Na minha empresa faço o controle de pedidos dos meus 1 2 3 4 5

fornecedores, através de planilhas e sistemas de gestão.

17. A minha empresa é competitiva em relação aos meus 1 2 3 4 5

concorrentes, porque estou inovando constantemente.

18. Entendo que a gestão de compras é fundamental para reduzir o 1 2 3 4 5

custo e repassar um preço competitivo para o consumidor.