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CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR REGIONAL CAMPO GRANDE PLANO DE AÇÃO REGIONAL 2015/2016 REDE DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DA MICRORREGIÃO DE CAMPO GRANDE Campo Grande - MS Abril/2015

CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR DA ...€¦ · Tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio de desenvolvimento de ações de vigilância

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CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

REGIONAL CAMPO GRANDE

PLANO DE AÇÃO REGIONAL

2015/2016

REDE DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR

DA MICRORREGIÃO DE CAMPO GRANDE

Campo Grande - MS

Abril/2015

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CENTRO DE REFERÊNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

DA MICRORREGIÃO DE CAMPO GRANDE

PLANO DE AÇÃO REGIONAL

REDE DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DA MICRORREGIÃO DE CAMPO GRANDE – MS

Campo Grande - MS

Abril/2015

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Secretaria Municipal de Saúde Pública

Diretoria de Vigilância em Saúde

Cerest Regional Campo Grande

Equipe Técnica do Cerest Regional Campo Grande

Coordenadora: Débora Renata Mendonça de Moraes

Assessores Técnicos: Augusto Fernandes Elói

Delfino José da Silva

Irineu Ricardo Filho

Regiane Barbosa Silva

Sergio Araujo Landô

Gerentes Técnicos: Elenice Cardoso Mendonça

Enelita Maria Mazon

Marcos Antonio Rodrigues

Shalimar Martins V. Filiú

Médico: Jorge Barros Weber

Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Microrregião de Campo Grande

Rua Sergipe, 402, Jardim dos Estados

79.020-160 – Campo Grande – MS

E-mail: [email protected]

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 5

2. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................................... 8

3. OBJETIVO .............................................................................................................................................. 9

4. CARACTERIZAÇÃO DO CEREST REGIONAL CAMPO GRANDE ................................................................ 9

4.1. ATRIBUIÇÕES DO CEREST REGIONAL .......................................................................................... 10

4.2. REFERÊNCIAS TÉCNICAS REGIONAIS EM SAÚDE DO TRABALHADOR ......................................... 12

5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO CEREST REGIONAL ............................................ 13

5.1. ASPECTOS TERRITORIAIS ............................................................................................................ 13

5.2. ASPECTOS POPULACIONAIS........................................................................................................ 14

6. DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DA SAÚDE DO TRABALHADOR NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO CEREST

REGIONAL ................................................................................................................................................... 17

6.1. PERFIL PRODUTIVO ..................................................................................................................... 17

6.2. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO ........................................................................................................... 20

6.2.1. Dados Demográficos........................................................................................................... 20

6.2.2. Morbidade da População Trabalhadora da Região ............................................................ 25

6.2.3. Mortalidade da População Trabalhadora da Região .......................................................... 30

7. IMPLANTAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR NA MICRORREGIÃO

DE CAMPO GRANDE ................................................................................................................................... 32

7.1. PRESSUPOSTOS BÁSICOS ............................................................................................................ 32

8. PLANO DE AÇÃO ................................................................................................................................. 52

8.1. PLANILHAS DO PLANO DE AÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DA MICRORREGIÃO DE CAMPO GRANDE .............................................................................................. 53

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 62

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1. INTRODUÇÃO

O termo saúde do trabalhador refere-se a um campo do saber que visa compreender as

relações entre o trabalho e o processo saúde-doença. A saúde do trabalhador constitui uma

área da Saúde Pública que tem como objeto de estudo e intervenção as relações entre o

trabalho e a saúde.

Tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, por meio de

desenvolvimento de ações de vigilância dos riscos presentes nos ambientes e condições de

trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e a organização e prestação da assistência aos

trabalhadores, compreendendo procedimentos de diagnóstico, tratamento e reabilitação de

forma integrada no Sistema Único de Saúde (SUS).

Nos termos da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (BRASIL,

2012), as ações de saúde do trabalhador na rede de serviços devem ser assumidas pelo Sistema

como um todo, tendo como porta de entrada a rede básica de saúde e como retaguarda

técnica os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) e os níveis mais complexos

desse Sistema.

Pretende-se dessa forma, que as ações atinjam todos os trabalhadores do país,

cumprindo o preceito constitucional e as determinações da Lei Orgânica da Saúde (BRASIL,

1990), que regulamentou as competências no campo da saúde do trabalhador, considerando o

trabalho como importante fator determinante/condicionante da saúde.

O 3º parágrafo do artigo 6º dessa Lei determina que a realização das ações de saúde do

trabalhador siga os princípios gerais do SUS e recomenda, especificamente, a assistência ao

trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional ou do trabalho;

realização de estudos, pesquisa, avaliação e controle dos riscos e agravos existentes no

processo de trabalho; a informação ao trabalhador, sindicatos e empresas sobre os riscos de

acidentes bem como resultados de fiscalizações, avaliações ambientais, exames admissionais,

periódicos e demissionais, respeitada a ética.

Nesse mesmo artigo, a Saúde do Trabalhador é definida como um:

“Conjunto de atividades que se destina, através de ações de vigilância

epidemiológica e sanitária, à promoção e proteção da saúde dos

trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde

dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das

condições de trabalho” (BRASIL, 1990).

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Dessa forma, a atenção à saúde do trabalhador se dá diretamente no âmbito do direito

à saúde, previsto como competência do SUS.

Para alcançar a máxima constitucional “a saúde é direito de todos e dever do Estado...”,

o SUS tem como base de sua organização os princípios da universalidade, integralidade das

ações, equidade, descentralização/regionalização e participação da comunidade.

Para a área de saúde do trabalhador, o princípio da universalidade estabelece que o SUS

seja responsável por cuidar de todos os trabalhadores, independente do tipo de vínculo ou

inserção no mercado de trabalho.

Quanto à “atenção integral à saúde significa oferecer a atenção necessária para a

garantia da saúde de todos os trabalhadores, incluindo as ações de promoção, vigilância,

diagnóstico, tratamento, recuperação e reabilitação”. Para tanto, todos os serviços do SUS

devem atender os usuários-trabalhadores procurando relacionar suas condições de saúde ou

de doença, às condições de trabalho, aos riscos e perigos presentes nos processos de trabalho

(DIAS; RIBEIRO, 2011).

O princípio da participação da comunidade se revela, para o campo da saúde do

trabalhador, como fundamental, pois democratiza as informações e conhecimentos quando

permite a participação dos trabalhadores nos processos de identificação das situações de risco

presentes nos ambientes de trabalho e das consequências dessa exposição para a sua saúde,

bem como no planejamento, acompanhamento e avaliação das intervenções sobre as

condições geradoras das doenças e acidentes relacionados ao trabalho.

Devido à abrangência de seu campo de ação, apresenta caráter intrassetorial, ao

envolver todos os níveis de atenção e esferas de governo do SUS e intersetorial ao envolver os

setores de previdência social, trabalho, meio ambiente, poder judiciário, educação e demais

setores relacionados com as políticas de desenvolvimento. Exige uma abordagem

transdisciplinar e uma gestão participativa com os trabalhadores.

São considerados trabalhadores todos os homens e mulheres que exercem atividades

para sustento próprio e/ou de seus dependentes, qualquer que seja sua forma de inserção no

mercado de trabalho, no setor formal ou informal da economia. Estão incluídos nesse grupo

todos os indivíduos que trabalharam ou trabalham como: empregados assalariados;

trabalhadores domésticos; avulsos; rurais; autônomos; temporários; servidores públicos;

trabalhadores em cooperativas e empregadores, particularmente os proprietários de micro e

pequenas unidades de produção e serviços, entre outros. Também estão inclusos: aqueles que

exercem atividades não remuneradas, participando de atividades econômicas na unidade

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domiciliar, o aprendiz ou estagiário e aqueles temporária ou definitivamente afastados do

mercado de trabalho por doença, aposentadoria ou desemprego (BRASIL, 1999).

Para alcançar essa atenção integral à saúde do trabalhador, em 2002 foi instituída no

âmbito do SUS (BRASIL, 2002) a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador

(RENAST) e sua estruturação está diretamente vinculada à Rede de Atenção à Saúde, neste

contexto compreendido com a inserção de ações de saúde do trabalhador na Atenção Básica,

na Urgência e Emergência e na Atenção Especializada (ambulatorial e hospitalar). A

implantação de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) também foi

estabelecida como estratégia para a estruturação da RENAST.

Destas estratégias, apenas a implantação de Cerest foi a que mais avançou. Atualmente

existem 210 Cerest habilitados no território nacional, sendo 27 estaduais e 183 regionais e 01

municipal (Curitiba) (RENAST, 2015).

De acordo com a Portaria da RENAST (BRASIL, 2009), o Cerest tem por função dar

subsídio técnico para o SUS, nas ações de promoção, prevenção, vigilância, diagnóstico,

tratamento e reabilitação em saúde dos trabalhadores urbanos e rurais.

No estado de Mato Grosso do Sul estão habilitados pelo Ministério da Saúde 01 Cerest

Estadual e 03 Cerest Microrregionais (Dourados, Corumbá e Campo Grande).

O Cerest Regional Campo Grande – MS foi inaugurado no dia 19 de novembro de 2013 e

está subordinado diretamente à Diretoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de

Saúde Pública de Campo Grande. Sua área de abrangência corresponde à microrregião de

saúde de Campo Grande, conforme Plano Diretor de Regionalização (Resolução nº. 90/SES/MS

de 11 de novembro de 2014).

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2. JUSTIFICATIVA

De acordo com a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Portaria

N. 1823 de 23/08/2012), os Cerest desempenham função de suporte técnico, de educação

permanente, coordenação de projetos de assistência, promoção e vigilância à saúde dos

trabalhadores, no âmbito da sua área de abrangência. O Cerest deixa de ser porta de entrada

do sistema, desenvolvendo função de centro articulador e organizador no seu território de

abrangência, das ações intra e intersetoriais de saúde do trabalhador. Também mantém a

atribuição de polo irradiador de ações e ideias de vigilância em saúde na rede SUS.

Diante disso e ciente do desafio e de sua responsabilidade em fortalecer a rede de

atenção à saúde do trabalhador por meio da implantação da Política Nacional de Saúde do

Trabalhador e da Trabalhadora na região, a equipe do Cerest Regional Campo Grande construiu

o Plano de Ação Regional da Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (PAR – ST) que

serve de instrumento diretivo para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador na

atenção básica, nos serviços especializados e de urgência e emergência, bem como promoção,

vigilância nos diversos pontos de atenção da rede de atenção à saúde.

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3. OBJETIVO

Organizar a Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) da microrregião

de saúde de Campo Grande – MS, com vistas à articulação e integração de todos os

equipamentos de saúde para as ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde dos

trabalhadores urbanos e rurais, independentemente do vínculo empregatício e tipo de inserção

no mercado de trabalho; e a atenção integral à saúde do trabalhador em todos os serviços de

saúde, consoante com os princípios do SUS da equidade, integralidade e universalidade.

4. CARACTERIZAÇÃO DO CEREST REGIONAL CAMPO GRANDE

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – Cerest Regional Campo Grande –

MS foi habilitado pela Portaria GM/MS nº 27, de 01/10/2012, sendo uma unidade regionalizada

do Sistema Único de Saúde que tem por função dar subsídio técnico aos 17 municípios de sua

área de abrangência (microrregião de saúde de Campo Grande), nas ações de promoção,

prevenção, vigilância, diagnóstico, tratamento e reabilitação em saúde dos trabalhadores

urbanos e rurais, com prioridade para as populações do campo e da floresta (BRASIL, 2011c).

Municípios abrangidos: Bandeirantes, Camapuã, Campo Grande, Chapadão do Sul,

Corguinho, Costa Rica, Figueirão, Jaraguari, Maracaju, Nova Alvorada do Sul, Paraíso das Águas,

Ribas do Rio Pardo, Rio Negro, Rochedo, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia e Terenos.

FIGURA 1. MAPA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL COM DESTAQUE DA MICRORREGIÃO DE

CAMPO GRANDE

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4.1. ATRIBUIÇÕES DO CEREST REGIONAL

Após a habilitação do Cerest Regional pelo Ministério da Saúde, ocorreu a sua

formalização jurídica no Regimento Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Campo

Grande, por meio do Decreto n. 12.155, de 20 de junho de 2013 e da Resolução Conjunta

SESAU/SEMAD n. 25 de 20/6/2013, o qual estabelece suas atribuições (CAMPO GRANDE,

2013b; 2013c):

I – Dar apoio matricial para o desenvolvimento das ações de saúde do trabalhador na

atenção primária em saúde, nos serviços especializados e de urgência e emergência, bem como

na promoção e vigilância nos diversos pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde;

II – Atuar como agentes facilitadores na descentralização das ações intra e intersetorial

de Saúde do Trabalhador;

III – Realizar e auxiliar na capacitação da rede de serviços de saúde, mediante

organização e planejamento de ações em saúde do trabalhador em nível local e regional;

IV – Ser referência técnica para as investigações de maior complexidade, a serem

desenvolvidas por equipe interdisciplinar e, quando necessário, em conjunto com técnicos do

CEREST estadual;

V – Propor e assessorar a realização de convênios de cooperação técnica com os órgãos

de ensino, pesquisa e instituições públicas com responsabilidade na área de saúde do

trabalhador, de defesa do consumidor e do meio ambiente;

VI – Realizar intercâmbios com instituições que promovam o aprimoramento dos

técnicos dos CERESTs para que estes se tornem agentes multiplicadores;

VII – Subsidiar a formulação de políticas públicas e assessorar o planejamento de ações

junto aos Municípios;

VIII – Assessorar o poder legislativo em questões de interesse público;

IX – Contribuir no planejamento e na execução da proposta de formação profissional da

rede do SUS e nos polos de capacitação;

X – Facilitar o desenvolvimento de estágios, trabalho e pesquisa com as universidades

locais, as escolas e o sindicatos, entre outros;

XI – Contribuir nos projetos das demais assessorias técnicas municipais;

XII – Atuar como centro articulador e organizador das ações intra e intersetoriais de

saúde do trabalhador, assumindo a retaguarda técnica especializada para o conjunto de ações e

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serviços da rede SUS e se tornando polo irradiador de ações e experiências de vigilância em

saúde, de caráter sanitário e de base epidemiológica;

XIII – Articular a vigilância em saúde do trabalhador com ações de promoção como

proposta de municípios saudáveis;

XIV – Apoiar a organização e a estruturação da assistência de média e alta

complexidade, no âmbito local e regional, para dar atenção aos acidentes de trabalho e aos

agravos contidos na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho;

XV – Promover subsídios para o fortalecimento do controle social na região e nos

municípios do seu território de abrangência;

XVI – Participar do Polo Regional de Educação Permanente de forma a propor e pactuar

as capacitações em Saúde do Trabalhador consideradas prioritárias;

XVII – Desenvolver práticas de aplicação e de treinamento regional para a utilização dos

Protocolos em Saúde do Trabalhador, visando à consolidação dos Cerest como referências de

diagnósticos e de estabelecimento da relação entre o quadro clínico e do trabalho;

XVIII – Desempenhar função de suporte técnico especializado para a rede de serviços do

SUS, efetuar o registro, a notificação e os relatórios sobre os casos atendidos e o

encaminhamento dessas informações aos órgãos competentes, visando às ações de vigilância e

proteção à saúde;

XIX – Desempenhar as funções de suporte técnico de coordenação de projetos de

promoção, vigilância e assistência à saúde dos trabalhadores, no âmbito da sua área de

abrangência;

XX – Promover ações de vigilância em ambientes de trabalho, de média e alta densidade

tecnológica, de forma integrada às equipes e aos serviços de vigilância municipal e/ou estadual;

XXI – Promover retaguarda técnica aos serviços de vigilância epidemiológica para

processamento e análise de indicadores de agravos à saúde relacionados com o trabalho em

sua área de abrangência;

XXII – Desenvolver ações de promoção à Saúde do Trabalhador, incluindo ações

integradas com outros setores e instituições, tais como Ministério do Trabalho, Previdência

Social e Ministério Público, entre outros;

XXIII – Participar, no âmbito do seu território de abrangência, do treinamento e da

capacitação de profissionais relacionados com o desenvolvimento de ações no campo da Saúde

do Trabalhador, em todos os níveis de atenção.

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4.2. REFERÊNCIAS TÉCNICAS REGIONAIS EM SAÚDE DO TRABALHADOR

Considerando suas atribuições e para o seu melhor desenvolvimento, a Equipe do

Cerest Regional definiu como estratégia de logística e organizacional a divisão dos municípios

da região em 4 sub-regiões, das quais cada uma, conta com uma gerencia técnica como

referência (FIGURA 4). Desta maneira objetiva-se uma otimização do acompanhamento junto

aos municípios, bem como o estabelecimento de vínculos com suas respectivas Referências

Técnicas Municipais em Saúde do Trabalhador (RTM – ST).

FIGURA 3. MAPA DA REGIÃO DO CEREST CAMPO GRANDE COM AS REFERÊNCIAS TÉCNICAS

Sub-região 04: RT Elenice Total: 590 km

Sub-região 02: RT Enelita Total: 360 km

Sub-região 03: RT Shalimar Total: 390 km

Sub-região 01: RT Marcos Total: 540 km

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5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO CEREST REGIONAL

5.1. ASPECTOS TERRITORIAIS

A área territorial de abrangência do Cerest Regional Campo Grande/MS corresponde a

84.120,160km2 sendo o município com menor área Rochedo (1.561,056 km2) e com maior área

Ribas do Rio Pardo (17.308,081 km2).

Quanto à distância, o município mais distante da capital é Costa Rica com 338 km e, o

mais próximo, Terenos com 23 km, conforme demonstra a tabela abaixo.

Até o momento não foram encontrados em sites oficiais a dimensão territorial das áreas

urbana e rural dos municípios para proporcionar um reconhecimento mais preciso do território.

Consideramos que os municípios posteriormente poderão indicar essas dimensões para a

construção do mapeamento da região.

TABELA 1. ÁREA E DISTÂNCIA DOS MUNICÍPIOS ABRANGIDOS PELO CEREST REGIONAL CAMPO GRANDE

Município Área (km²) Distância da Capital (km)

Bandeirantes 3.115,684 71

Camapuã 6.229,620 145

Campo Grande 8.092,951 -

Chapadão do Sul 3.851,000 333

Corguinho 2.639,850 100

Costa Rica 5.371,801 338

Figueirão 4.882,873 264

Jaraguari 2.913,000 43

Maracaju 5.299,180 157

Nova Alvorada 4.019,323 107

Paraíso das Águas 5.032,469 280

Ribas do Rio Pardo 17.308,081 84

Rio Negro 1.807,668 160

Rochedo 1.561,056 83

São Gabriel 3.864,691 140

Sidrolândia 5.286,405 64

Terenos 2.844,508 23

TOTAL 84.120,160

Fonte: SEMAC - Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Planejamento, da Ciência e Tecnologia, 2013

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5.2. ASPECTOS POPULACIONAIS

De acordo com o Censo 2010 (TABELA 2) o número total de população da área de

abrangência do Cerest Regional Campo Grande corresponde a 1.028.761 habitantes, tendo o

município Paraíso das Águas o menor número de habitantes (2.028 hab.) e com maior número,

o município de Campo Grande (786.797 hab.), seguido de Sidrolândia (42.132 hab.) e Maracajú

(37.405 hab.).

Quanto ao sexo da população, apenas o município de Campo Grande apresenta

população do sexo feminino em número maior ao sexo masculino.

Em relação à Estimativa Populacional 2014 do IBGE, os municípios com maior

crescimento populacional foram Paraíso das Águas (148,8%), Sidrolândia (17,99%), Nova

Alvorada do Sul (16,15%) e Maracajú (12,55%). Já os municípios de Costa Rica e Rio Negro

tiveram redução do número de habitantes de 2, 64% e 1,72% respectivamente.

Considerando que a Portaria GM/MS nº 2.978, de 15/12/2011 estabelece como

população prioritária para a atuação do Cerest Regional Campo Grande as populações do

campo, o seu reconhecimento torna-se imprescindível para o planejamento das ações dos

municípios (BRASIL, 2011).

A região do Cerest Regional Campo Grande apresenta uma concentração populacional

maior na área urbana (947.771 hab.) em relação à área rural (78.962 hab.), não diferenciando

do perfil do estado (população urbana = 2.097.238 e população rural = 351.786) 6x mais.

Quanto ao gênero, há um maior número de mulheres residentes na área urbana e um número

maior de homens residentes na área rural (TABELA 3).

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TABELA 2. NÚMERO DA POPULAÇÃO CENSO 2010 POR SEXO E POPULAÇÃO ESTIMADA 2014

Município População

(Censo 2010)

Masculino (2010)

Feminino (2010)

População Estimada (2014)

Bandeirantes 6.609 3.459 3.150 6.759

Camapuã 13.625 7.067 6.558 13.751

Campo Grande 786.797 381.333 405.464 843.120

Chapadão do Sul 19.648 10.277 9.371 21.948

Corguinho 4.862 2.629 2.233 5.403

Costa Rica 19.695 10.246 9.449 19.175

Figueirão 2.928 1.553 1.375 3.005

Jaraguari 6.341 3.407 2.934 6.779

Maracaju 37.405 19.387 18.018 42.101

Nova Alvorada 16.432 8.478 7.954 19.086

Paraíso das Águas 2.028 1.036 992 5.047

Ribas do Rio Pardo 20.946 10.982 9.964 22.803

Rio Negro 5.036 2.604 2.432 4.949

Rochedo 4.928 2.573 2.355 5.205

São Gabriel 22.203 11.200 11.003 24.515

Sidrolândia 42.132 21.515 20.617 49.712

Terenos 17.146 9.146 8.000 19.434

TOTAL 1.028.761 506.892 521.869 1.112.792

Fonte: IBGE Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=500150&search=mato-grosso-do-sul>. Acesso em: out. 2014.

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TABELA 3. POPULAÇÃO RESIDENTE POR ÁREA E SEXO

Município População

(Censo 2010)

Urbana (2010) Rural (2010)

Masculino Feminino Masculino Feminino

Bandeirantes 6.609 2.277 2.255 1.182 895

Camapuã 13.625 4.952 4.845 2.115 1.713

Campo Grande 786.797 375.248 400.994 6.085 4.470

Chapadão do Sul 19.648 8.675 8.102 1.602 1.269

Corguinho 4.862 944 928 1.685 1.305

Costa Rica 19.695 8.644 8.204 1.602 1.245

Figueirão 2.928 775 755 778 620

Jaraguari 6.341 880 906 2.527 2.028

Maracaju 37.405 16.377 15.847 3.010 2.171

Nova Alvorada 16.432 6.222 6.064 2.256 1.890

Paraíso das Águas* 2.028 - - - -

Ribas do Rio Pardo 20.946 6.540 6.425 4.442 3.539

Rio Negro 5.036 1.843 1.822 761 610

Rochedo 4.928 1.456 1.433 1.117 922

São Gabriel do Oeste 22.203 9.622 9.678 1.578 1.325

Sidrolândia 42.132 13.777 14.006 7.738 6.611

Terenos 17.146 3.656 3.619 5.490 4.381

Total 1.028.761 461.888 485.883 43.968 34.994

Total por Área 947.771 78.962 * Não consta o município Paraíso das Águas no Censo IBGE 2010. Fonte: IBGE. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=500150&search=mato-grosso-do-sul>. Acesso em: out. 2014.

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6. DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DA SAÚDE DO TRABALHADOR NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO CEREST REGIONAL

A construção do diagnóstico situacional de Saúde do Trabalhador da região do Cerest foi

imprescindível para o conhecimento do território sob sua responsabilidade e serve de

ferramenta na condução das ações de articulação junto aos municípios para a organização da

atenção à saúde do trabalhador.

Este diagnóstico situacional de Saúde do Trabalhador contém informações sobre os

perfis produtivo e epidemiológico, a identificação dos serviços de saúde que compõem a Rede

de Atenção à Saúde do Trabalhador e as pactuações já realizadas na PPI, adquiridos por meio

de pesquisa a fontes oficiais. Posteriormente deverá ser aprofundado em colaboração com a

Referência Técnica Municipal em Saúde do Trabalhador.

A Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (BRASIL, 2012)

estabelece como estratégia e atribuição dos municípios a elaboração do diagnóstico situacional

com vistas a subsidiar a programação das ações de atenção à saúde do trabalhador, pois assim,

os seus instrumentos de gestão (Programação Anual, Plano Municipal de Saúde) estarão mais

fidedignos à realidade local.

O material reunido pelos municípios sobre o perfil produtivo e o perfil epidemiológico

dos trabalhadores do seu território permitirá ao Cerest Regional iniciar a construção de uma

sala de situação de Saúde do Trabalhador. A sala de situação em saúde tem por objetivo

disponibilizar informações, para subsidiar a tomada de decisão, a gestão e a prática profissional

e a produção de conhecimento (BRASIL, 2010).

6.1. PERFIL PRODUTIVO

A elaboração deste perfil implica em mapear as atividades produtivas, reconhecer e

identificar a população trabalhadora e seu perfil sócio ocupacional da região, tanto do setor

formal como do setor informal.

Para o levantamento destas informações estão disponibilizadas algumas fontes oficiais

como o Censo IBGE, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e a Relação

Anual de Informações Sociais (RAIS), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e

tratam sobre o mercado de trabalho formal (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2015).

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Porém será indispensável a complementação dessas informações pelos municípios, a

partir do reconhecimento, mapeamento e identificação das atividades produtivas e da

população trabalhadora dos setores formal e informal da economia.

O perfil produtivo permite reconhecer e identificar os potenciais riscos e perigos para a

saúde relacionados às atividades produtivas identificadas.

De acordo com a RAIS/MTE no ano de 2013, 50.588 estabelecimentos foram

cadastrados no sistema. Do total, o município de Campo Grande contribuiu com 71%, Maracajú

com 4%, Chapadão do Sul com 3,7% e Sidrolândia com 3,3% (TABELA 4).

Quanto ao número de trabalhadores por atividade econômica, a região apresentou no

ano de 2013 um total de 635.625 trabalhadores, com o setor de Serviços representando o

percentual de 27%, os setores da Administração Pública e Comércio 20%, a Indústria da

Transformação 15% e a Agricultura 10% (TABELA 5).

TABELA 4. NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS POR MUNICÍPIO, ANO 2013

Município Número de Estabelecimentos

Bandeirantes 574

Camapuã 1.023

Campo Grande 35.909

Chapadão do Sul 1.915

Corguinho 316

Costa Rica 1.409

Figueirão *

Jaraguari 343

Maracajú 2.267

Nova Alvorada do Sul 863

Paraíso das Águas *

Ribas do Rio Pardo 1.499

Rio Negro 267

Rochedo 303

São Gabriel do Oeste 1.486

Sidrolândia 1.718

Terenos 696

Total 50.588

*Não consta registro. Não consta a RAIS Negativa. Fonte: CAGED/MTE. Disponível em:<bi.mte.gov.br/bgcaged/caged_perfil_municipio/índex.php> Acesso em:out. 2014.

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TABELA 5. NÚMERO DE TRABALHADORES FORMAIS POR SETOR DE ATIVIDADE ECONÔMICA POR MUNICÍPIO NO ANO DE 2013

Municípios Extrativa Mineral

Indústria de Transformação

Serviços Industriais de Utilidade

Pública

Construção Civil

Comércio Serviços Administração

Pública

Agropecuária, Extração Vegetal,

Caça e Pesca Total

Bandeirantes 0 49 4 2 158 106 457 582 1358

Camapuã 0 33 4 10 579 353 592 932 2503

Campo Grande 120 19094 3790 21338 55448 106115 63054 4426 273385

Chapadão do Sul 13 1582 14 198 2013 1242 925 1359 7346

Corguinho 0 1 2 13 31 31 382 282 742

Costa Rica 14 147 43 332 1251 774 664 2834 6059

Figueirão 0 9 2 2 50 32 150 152 397

Jaraguari 0 34 3 1 86 65 336 547 1072

Maracaju 93 1933 5 158 2225 1773 1020 2032 9239

Nova Alvorada do Sul 1 3173 4 58 618 721 850 548 5973

Paraíso das Águas 7 0 0 0 17 10 165 35 234

Ribas do Rio Pardo 42 700 4 21 846 727 730 3476 6546

Rio Negro 2 14 2 0 78 53 292 185 626

Rochedo 5 543 2 2 76 38 245 250 1161

São Gabriel do Oeste 0 2072 39 69 1401 1390 747 1416 7134

Sidrolândia 8 2658 3 193 1851 1035 1398 1491 8637

Terenos 86 769 2 60 285 143 648 712 2705

Total 2836 95761 5333 37219 126449 174596 126848 66583 635625

Fonte: RAIS/MTE

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6.2. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO

A construção do perfil epidemiológico da região do Cerest Regional Campo Grande – MS

está baseado nos dados demográficos e nas informações sobre morbidade e mortalidade da

população trabalhadora dos municípios.

As fontes de informação para a construção deste perfil foram pesquisadas em diversas

instituições, como IBGE, Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério da

Previdência Social.

Este perfil permite reconhecer “Quem são os trabalhadores” e “Do que adoecem e

morrem esses trabalhadores”.

As contínuas mudanças que se processam no mundo do trabalho têm múltiplos efeitos

sobre a saúde e configuram perfis epidemiológicos mutantes da população trabalhadora.

Os acidentes e as doenças relacionadas ao trabalho têm um grande impacto não apenas

na vida do indivíduo, mas para a sociedade como um todo. Para as empresas, esses eventos

afetam o custo de produção e forçam a elevação dos preços de bens e serviços, interferindo no

conjunto da economia. Oneram o Estado pela atenção à saúde que precisa prover aos

trabalhadores afetados e pela ativação do sistema de previdência. Mas são as pessoas mais

próximas do trabalhador acidentado ou doente que sofrem as principais consequências, pois as

famílias acabam por assumir grande parte dos custos na forma de redução de renda,

interrupção do emprego de familiares e gastos com acomodação no domicilio. (WÜNSCH, 2004)

Os custos para a sociedade da morbidade e mortalidade relacionadas a trabalho, de

acordo com estudos em diferentes países, têm sido estimados entre 2% e 14% do produto

interno bruto (PIB). No Brasil, Pastore estimou que esses custos, incluindo todas as esferas

onde repercutem, seriam da ordem de R$ 20 bilhões ao ano. Esse valor situa-se bem abaixo das

cifras que seriam obtidas pela metodologia proposta pela Organização Internacional do

Trabalho (OIT), cujas estimativas indicam que, apenas com os acidentes de trabalho, os gastos

podem chegar a representar 10% do PIB de países subdesenvolvidos. (WÜNSCH, 2004)

6.2.1. Dados Demográficos

O perfil demográfico apresenta os dados referentes à População Economicamente Ativa

(PEA) e à População Economicamente Ativa Ocupada (PEAO).

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De acordo com o Censo IBGE 2010, a região apresentou um número total de 566.865

pessoas na situação de População Economicamente Ativa (PEA), com o sexo masculino em

maior número (TABELA 6).

No mesmo período, a População Economicamente Ativa Ocupada (PEAO) da região

representou 525.865 pessoas e a Desocupada 35.329 (TABELA 7).

De acordo com a RAIS/MTE no ano de 2013 (QUADRO 1) a região do Cerest Regional

Campo Grande apresentou um total de 50.513 pessoas ocupadas, com os homens

representando 65% e as mulheres 35%. As três ocupações com maior número de trabalhadores

são “trabalhadores na exploração agropecuária” (8.251); “trabalhadores de funções

transversais” (6.599); “trabalhadores dos serviços” (5.582). Quanto ao gênero, há um maior

número de mulheres na ocupação de serviços (3.732) e de homens na ocupação de exploração

agropecuária (7.089).

TABELA 6. POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA POR SEXO, IBGE 2010

Município População Economicamente Ativa (PEA)

Homem Mulher TOTAL

Bandeirantes 2.123 1.175 3.298

Camapuã 4.406 2.634 7.040

Campo Grande 233.743 201.985 435.728

Chapadão do Sul 6.785 4.459 11.244

Corguinho 1.530 877 2.407

Costa Rica 6.652 4.078 10.730

Figueirão 1.043 410 1.453

Jaraguari 2.357 1.288 3.645

Maracaju 11.733 7.216 18.949

Nova Alvorada do Sul 5.345 3.138 8.483

Paraíso das Águas * * *

Ribas do Rio Pardo 7.094 3.984 11.078

Rio Negro 1.548 942 2.490

Rochedo 1.661 903 2.564

São Gabriel do Oeste 12.963 5.127 18.090

Sidrolândia 12.963 9.318 22.281

Terenos 4.786 2.599 7.385

Total 316.732 250.133 566.865 * não consta Fonte: IBGE. Disponível em: <http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/lista_tema.aspx?op=0&de=19&no=7> Acesso em: out. 2014.

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TABELA 7. POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA OCUPADA,

IBGE, 2010

Município População Economicamente Ativa Ocupada (PEAO)

Bandeirantes 3097

Camapuã 6608

Campo Grande 407.145

Chapadão do Sul 10.752

Corguinho 2.271

Costa Rica 10.157

Figueirão 1.420

Jaraguari 3.504

Maracaju 18.082

Nova Alvorada do Sul 8.079

Paraíso das Águas 0

Ribas do Rio Pardo 10.377

Rio Negro 2.306

Rochedo 2.486

São Gabriel do Oeste 11.908

Sidrolândia 20.723

Terenos 6.950

Total 525.865

* não consta Fonte: IBGE. Disponível em: <http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/lista_tema.aspx?op=0&de=19&no=7> Acesso em: out. 2014.

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QUADRO 1. NÚMERO DE TRABALHADORES POR OCUPAÇÃO (PRINCIPAL SUBGRUPO CBO 2002) E POR SEXO, JAN-DEZ 2013

Ocupação Sexo

M F Total

Comunicadores, artistas e religiosos 47 24 71

Diretores e gerentes em empresa de serviços de saúde, da educação, ou de serviços culturais 25 34 59

Dirigentes de empresas e organizações (exceto de interesse público) 84 62 146

Escriturários 2638 2807 5445

Gerentes 727 272 999

Joalheiros, vidreiros, ceramistas e afins 16 0 16

Membros superiores e dirigentes do poder público 115 128 243

Montadores de aparelhos e instrumentos de precisão e musicais 13 1 14

Operadores de produção, captação, tratamento e distribuição (energia, água e utilidade pública) 423 86 509

Outros técnicos de nivel medio 166 255 421

Outros trabalhadores da conservação, manutenção e reparação 190 11 201

Pescadores e extrativistas florestais 1112 205 1317

Pesquisadores e profissionais policientíficos 1 7 8

Polimantenedores 223 2 225

Produtores na exploração agropecuária 29 4 33

Professores leigos e de nível médio 111 502 613

Profissionais das ciências biológicas, da saúde e afins 308 417 725

Profissionais das ciências exatas, físicas e da engenharia 82 27 109

Profissionais das ciências jurídicas 27 16 43

Profissionais das ciências sociais e humanas 258 491 749

Profissionais do ensino 298 1236 1534

Profissionais em gastronomia 1 15 16

Técnicos de nível médio das ciências biológicas, bioquímicas, da saúde e afins 328 450 778

continua

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Ocupação (continuação) Sexo

M F Total

Técnicos de nível médio das ciências físicas, químicas, engenharia e afins 226 22 248

Técnicos de nível médio em serviços de transportes 91 17 108

Técnicos de nível médio nas ciências administrativas 375 631 1006

Técnicos em nível médio dos serviços culturais, das comunicações e dos desportos 19 14 33

Técnicos polivalentes 30 36 66

Trabalhadores da fabricação de alimentos, bebidas e fumo 1505 957 2462

Trabalhadores da fabricação e instalação eletroeletrônica 78 1 79

Trabalhadores da indústria extrativa e da construção civil 1655 34 1689

Trabalhadores da mecanização agropecuária e florestal 2572 228 2800

Trabalhadores da transformação de metais e de compósitos 670 11 681

Trabalhadores das indústrias de madeira e do mobiliário 351 113 464

Trabalhadores de atendimento ao publico 239 981 1220

Trabalhadores de funções transversais1 5331 1268 6599

Trabalhadores de instalações e maquinas de fabricação de celulose e papel 2 0 2

Trabalhadores de instalações siderúrgicas e de materiais de construção 148 28 176

Trabalhadores dos serviços 1850 3732 5582

Trabalhadores em indústrias de processos contínuos e outras indústrias 117 30 147

Trabalhadores em serviços de reparação e manutenção mecânica 1489 32 1521

Trabalhadores na exploração agropecuária 7089 1162 8251

Trabalhadores nas indústrias têxtil, do curtimento, do vestuário e das artes gráficas 77 340 417

Vendedores e prestadores de serviços do comercio 1484 1204 2688

Total 32620 17893 50513

Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/portal-mte/> Acesso em out. 2014.

1 Trabalhadores de funções transversais (tais como operadores de robôs, de veículos operados e controlados remotamente, condutores de equipamento de

elevação e movimentação de cargas etc.)

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6.2.2. Morbidade da População Trabalhadora da Região

A construção do perfil de morbidade está traçado a partir dos dados do Sistema de

Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Anuário Estatístico de Acidente de Trabalho

da Previdência Social.

Conhecer o número de acidentes de trabalho e de doenças relacionadas ao trabalho na

região representa uma das estratégias fundamentais para a priorização da atenção à saúde dos

trabalhadores.

Para fins de desenhar um cenário da situação de registro dos agravos relacionados ao

trabalho na região, a equipe do Cerest Regional Campo Grande optou em elaborar a série

histórica das duas fontes de informação, compreendendo o período de 2006 a 2013 do SINAN e

o período de 2007 a 2012 da Previdência Social.

6.2.2.1. Dados SINAN

Desde o ano de 2004, por meio da Portaria nº 777 foi regulamentada a notificação

compulsória de agravos à saúde do trabalhador – acidentes e doenças relacionados ao trabalho

– em rede de serviços sentinelas no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente a notificação

está regulamentada pelas Portarias nº 1.271 de 06/06/2014 e nº 1.984 de 12/09/2014 (BRASIL,

2004b; 2014a; 2014b).

Os agravos estão definidos como:

1. Acidente de Trabalho com Exposição à Material Biológico - ATMB;

2. Acidente de Trabalho: Grave, Fatal e em Crianças e Adolescentes - ATG;

3. Câncer Relacionado ao Trabalho - CRT;

4. Dermatoses Ocupacionais - DO;

5. Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases

tóxicos e metais pesados) – IE;

6. Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao

Trabalho - LER/DORT;

7. Perda Auditiva Induzida por Ruído - PAIR relacionada ao trabalho;

8. Pneumoconioses;

9. Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho - TMRT.

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No Estado de Mato Grosso do Sul, a introdução da notificação desses agravos, foi

realizada de forma gradativa pelo Cerest Estadual a partir do ano de 2006, com a pactuação de

unidades sentinelas e a capacitação dos profissionais de saúde para a notificação dos agravos.

Conforme a série histórica da notificação de agravos relacionados ao trabalho na região

do Cerest, no período de 2006 a 2013 (QUADRO 2), demonstra que o número de notificações

de acidentes de trabalho é 9X (nove vezes) superior às de doenças relacionadas ao trabalho.

Este cenário pode estar relacionado à alguns fatores, como: todos os municípios da

região possuem unidades sentinelas para os acidentes, apesar de que, no período, alguns

municípios não notificaram nenhum caso.

Outro fator que contribui para a notificação dos acidentes é a visibilidade da lesão, ou

seja, o profissional de saúde identifica com maior facilidade a fratura, a mutilação, a

queimadura entre outros.

Já as doenças relacionadas ao trabalho são consideradas atípicas, pois apesar de terem

origem na/ ou pela atividade profissional não estão vinculadas necessariamente a este ou

aquela profissão e podem ter mais de um agente causador. Portanto, para o estabelecimento

de seu diagnóstico há a necessidade de uma gama de recursos, como: anamnese ocupacional,

profissionais sensibilizados e capacitados, especialistas, investigação e exames laboratoriais e

de imagem.

Quando analisamos o número de notificações, no mesmo período, por município,

identifica-se que Campo Grande é o município que mais notifica, tanto por número de

notificação, como por agravo notificado (QUADRO 3). É possível relacionar essa situação pelo

número de unidades sentinelas cadastradas em Campo Grande ser superior aos demais

municípios, que apresentam apenas uma unidade e, também por Campo Grande possuir

unidade sentinela cadastrada para todos os agravos.

No mesmo quadro, identifica-se que o número de notificações dos agravos ATMB, ATG e

IE foram significativamente baixo nos municípios sede de unidades sentinelas para os

respectivos agravos.

Considerando que os dados podem contribuir para evidenciar, de modo sistemático

como determinado problema atinge determinada população, em determinada época e

condições, exigindo medidas de contenção, a sua ausência prejudica o reconhecimento do

problema, mascarando a realidade dos agravos que os trabalhadores estão submetidos.

Dessa maneira, é preciso questionar o que contribui para a subnotificação desses casos

na rede de atenção dos municípios.

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QUADRO 2. TOTAL DE NOTIFICAÇÕES POR AGRAVO RELACIONADO AO TRABALHO REGISTRADOS NO SINAN NO PERÍODO DE 2006 A 2013 NA REGIÃO

Agravo Ano

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Total

Acidentes de Trabalho com exposição a Material Biológico - ATMB

2 69 217 256 292 349 398 412 1995

Acidentes de Trabalho Grave – ATG 2 78 125 100 402 839 1192 1580 4318

Câncer Relacionado ao Trabalho - CRT

0 0 0 0 0 1 1 0 2

Dermatoses Ocupacionais – DO 0 4 0 0 1 12 1 0 18

Intoxicação Exógena - IE 36 21 60 29 25 40 54 36 301

LER/DORT 53 20 1 0 1 7 36 33 151

PAIR relacionada ao trabalho - PAIR 0 13 16 0 0 34 126 281 470

Pneumoconioses 0 0 0 1 0 1 0 2 4

Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho – TMRT 17 16 0 2 11 11 8 13 78

TOTAL 110 221 419 388 732 1294 1816 2357 7337

Fonte: SINAN-NET. Acesso em out. 2014.

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QUADRO 3. TOTAL DE NOTIFICAÇÃO DE AGRAVOS RELACIONADOS AO TRABALHO POR MUNICÍPIO PERÍODO DE 2006 Ä 2013

Municípios / Agravos ATMB ATG CRT DO IE LER/

DORT PAIR PNEUMOCONIOSE TMRT Total

Bandeirantes 1 39 0 0 0 0 0 0 0 40

Camapuã 5 0 0 0 1 0 0 0 0 6

Campo Grande 1.822 4.057 2 18 217 135 470 4 70 6.795

Chapadão do Sul 36 152 0 0 0 0 0 0 0 188

Corguinho 3 5 0 0 0 1 0 0 0 9

Costa Rica 19 5 0 0 0 0 0 0 0 24

Figueirão 7 4 0 0 0 0 0 0 0 11

Jaraguari 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Maracaju 32 4 0 0 7 2 0 0 0 45

Nova Alvorada do Sul 4 5 0 0 0 0 0 0 0 9

Paraíso das Águas 12 0 0 0 0 0 0 0 0 12

Ribas do Rio Pardo 10 25 0 0 16 0 0 0 0 51

Rio Negro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Rochedo 0 7 0 0 0 0 0 0 0 7

São Gabriel do Oeste 11 6 0 0 16 0 0 0 0 33

Sidrolândia 32 5 0 0 41 13 0 0 8 99

Terenos 1 4 0 0 3 0 0 0 0 8

Total 1.995 4.318 2 18 301 151 470 4 78 7.337

Fonte: SINAN-NET. Acesso em out. 2014.

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6.2.2.2. Dados da Previdência Social

As informações sobre acidentes e doenças do trabalho publicadas no Anuário

Estatístico de Acidentes de Trabalho abrangem apenas os segurados da Previdência Social.

O Anuário trata sobre a quantidade de acidentes do trabalho2 segundo o motivo do

acidente e a quantidade de óbitos por município extraída do Sistema de Comunicação de

Acidentes do Trabalho, do Sistema Único de Benefícios – SUB e do Cadastro Nacional de

Informações Sociais – CNIS.

O instrumento de notificação de acidentes e doenças do trabalho é a Comunicação de

Acidente do Trabalho (CAT) que deve ser preenchida pela empresa ao Instituto Nacional do

Seguro Social (INSS), sob pena de multa em caso de omissão de acordo com o Artigo 22º da Lei

nº 8.213 de 24/07/1991 (BRASIL 1991).

Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e exato

preenchimento do formulário, pois suas informações são fundamentais não só do ponto de

vista previdenciário, estatístico e epidemiológico, mas também trabalhista e social.

No período de 2007 a 2012 a Previdência Social apresentou um aumento de 44% dos

casos de acidentes de trabalho com registro da CAT sendo 26,4% de Acidentes Típicos, 13,1%

de Acidentes de Trajeto e apenas 5% das Doenças do Trabalho (QUADRO 4).

Os casos de acidentes de trabalho sem registro da CAT também apresentou um

aumento significativo de 34,9%, isto pode estar diretamente relacionado com a criação de um

novo Nexo-Técnico Epidemiológico Previdenciário – NTEP3, em 2007 que serve como

importante ferramenta-auxiliar, para a medicina pericial do INSS em suas análises para

conclusão sobre a natureza da incapacidade ao trabalho apresentada, se de natureza

previdenciária ou acidentária.

2 A Previdência Social tem como conceito de Acidente de Trabalho: “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”. Pode causar desde um simples afastamento, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho, até mesmo a morte do segurado. Também são considerados como acidentes do trabalho: a) o acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do segurado; b) a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade; e c) a doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente” (Artigo 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991).

3 A partir do cruzamento das informações de código da Classificação Internacional de Doenças – CID-10 e do

código da Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE, o NTEP aponta a existência de uma relação entre a lesão ou agravo e a atividade desenvolvida pelo trabalhador. A indicação de NTEP está embasada em estudos científicos alinhados com os fundamentos da estatística e epidemiologia.

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30

QUADRO 4. NÚMERO DE ACIDENTES DE TRABALHO REGISTRADOS NA REGIÃO NO PERÍODO DE 2007 A 2012

Acidentes de Trabalho Ano

2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total

Com CAT Registrada

Típico 2462 2846 2541 2483 2525 3081 15938

Trajeto 691 735 837 853 884 805 4805

Doença do Trabalho

113 96 113 109 147 108 686

Sem CAT 817 1113 985 746 995 1006 5662

Total 4083 4790 4476 4191 4551 5000 27091

*Não constam dados dos municípios Figueirão e Paraíso das Águas. Fonte: Anuário Estatístico de Acidente de Trabalho da Previdência Social (AEAT). Disponível em <http://www.previdencia.gov.br/estatisticas/aeat-2012/estatisticas-de-acidentes-do-trabalho-2012/subsecao-d-acidentes-do-trabalho-segundo-o-municipio/>. Acesso em: out. 2014

6.2.3. Mortalidade da População Trabalhadora da Região

Atualmente a ocorrência de acidentes de trabalho tem gerado grande impacto social,

principalmente quando estes resultam em óbito. Dessa forma, constituem-se um dos mais

dramáticos problemas relacionados à saúde do trabalhador e envolvem tanto à violência

propriamente dita quanto a causas não intencionais.

O acidente de trabalho fatal é caracterizado como aquele que leva a óbito

imediatamente após sua ocorrência ou que venha a ocorrer posteriormente, em ambiente

hospitalar ou não, desde que a causa básica, intermediária ou imediata da morte seja

decorrente do acidente.

Para que o número de mortes diretamente atribuíveis ao trabalho possa ser conhecido

no Brasil, é necessário lançar mão de diferentes fontes, a saber: estatísticas oficiais de

acidentes do trabalho fatais, registrados pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS),

anualmente; dados sobre acidentes do trabalho na área rural, obtidos através de inquéritos;

dados sobre intoxicações de origem ocupacional, fatais, a partir de centros de controle de

intoxicações e de sistemas de vigilância epidemiológica de intoxicações; dados sobre mortes

violentas e, dentre estas, a proporção que é devida a acidentes do trabalho e intoxicações

profissionais agudas e a proporção dos acidentes de trânsito que ocorreram em situações que

se caracterizam como acidente de trajeto, ou in itinere; estudos epidemiológicos que se

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31

aprofundaram no problema de acidentes de trânsito, e fontes informais que dão conta de

episódios epidêmicos ocorridos com doenças profissionais de elevada letalidade.

A somatória de todos esses elementos pode compor um quadro razoavelmente próximo

da realidade.

A alimentação de sistemas de informações em saúde torna-se imprescindível para o

conhecimento da situação da saúde do trabalhador. O Sistema de Informação sobre

Mortalidade (SIM) foi desenvolvido em 1975, para receber e disponibilizar informações sobre

óbitos e tem se constituído fonte confiável para obtenção de informações (MELLO; DAVIDSON;

RUY, 2002). Todavia quando se busca dados sobre os óbitos relacionados ao trabalho no SIM,

encontra-se uma grande dificuldade, pois na Declaração de Óbito (DO) nem sempre é realizada

a identificação de acidente de trabalho.

Assim, neste documento, as informações sobre mortalidade relacionada ao trabalho se

restringem aos dados do SINAN, sistema de informação do SUS que inclui o registro de acidente

de trabalho fatal como de notificação compulsória, e do Anuário Estatístico de Acidentes de

Trabalho da Previdência Social (TABELA 8).

Ao analisar os dados desses sistemas, verifica-se que o registro no SINAN tem uma

contribuição tímida na construção do perfil de mortalidade relacionada ao trabalho. Diversos

fatores auxiliam para a conformação desse quadro, porém um fator que merece intervenção

são os casos de óbitos ocorridos tanto na hospitalização como após. Na sua maioria esses casos

são perdidos, pois não fazem a relação - o quê deu causa ao acidente ou a doença com o óbito.

Nos casos em que a vítima não é segurada da previdência social essa perda se potencializa, pois

não há a possibilidade dos dependentes recorrerem aos benefícios previdenciários.

TABELA 8. NÚMERO DE ÓBITOS COM REGISTRO NA REGIÃO DO CEREST REGIONAL CAMPO GRANDE NO PERÍODO DE 2007 A 2012

Óbitos por Acidentes de Trabalho Ano

2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total

Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) – Ficha ATG

2 12 5 10 8 14 51

Anuário Estatístico de Acidente de Trabalho – Previdência Social

26 23 13 19 21 11 113

*Não constam os dados dos municípios Figueirão e Paraíso das Águas. Fontes: SINAN-NET. Acesso em out. 2014; Anuário Estatístico de Acidente de Trabalho da Previdência Social (AEAT). Disponível em <http://www.previdencia.gov.br/estatisticas/aeat-2012/estatisticas-de-acidentes-do-trabalho-2012/subsecao-d-acidentes-do-trabalho-segundo-o-municipio/>. Acesso em: out. 2014.

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7. IMPLANTAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR NA MICRORREGIÃO DE CAMPO GRANDE4

A organização por meio de redes de atenção à saúde5 é considerada uma das estratégias

adotadas para construir a integralidade no âmbito do SUS e visa superar a fragmentação dos

serviços de saúde, a perda de recursos, a baixa resolubilidade refletindo na baixa qualidade dos

serviços prestados e gerando a insatisfação dos usuários.

O desenvolvimento de ações de Saúde do Trabalhador nas redes de atenção à saúde é

ainda um desafio. A rigor, o papel do trabalho, enquanto determinante do processo saúde-

doença, deve ser considerado em qualquer ponto da rede de atenção à saúde. Em cada nó de

rede ou ponto de atenção, o trabalhador que demanda o serviço deve ser reconhecido como

tal e deve ser considerada sua inserção no processo produtivo, ou seja, a possibilidade ou o

modo como seu trabalho afeta sua saúde.

Nas ações de vigilância busca-se o aumento das notificações, melhoria da qualidade das

informações, a análise do perfil de agravos à saúde relacionados ao trabalho, em articulação

com a vigilância epidemiológica e ambiental, e o reconhecimento dos riscos para a saúde,

gerados nos processos de trabalho, em articulação com a vigilância sanitária e ambiental. Essas

informações devem subsidiar o planejamento das ações nas esferas estadual, regional e

municipal.

A rede de unidades sentinela é organizada a partir dos pontos de atenção considerados

sensíveis para identificação dos agravos relacionados ao trabalho.

7.1. PRESSUPOSTOS BÁSICOS

Em consonância com a Portaria GM/MS n.º 2.728 de 11 de novembro de 2009, a Rede

Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) visa assegurar a atenção

integral aos trabalhadores de todos os setores da economia: formal e informal, público e

4 Capítulo elaborado a partir do material “Construindo Ações de Saúde do Trabalhador no âmbito das Superintendências e Gerências Regionais de Saúde”. Belo Horizonte – MG, 2011 (DIAS; RIBEIRO, 2011).

5 Para Mendes (2010), uma rede de atenção à saúde é constituída a partir de três elementos:

a) a população adscrita e seu respectivo território, com os seus problemas, conflitos, recursos e possibilidades; b) o modelo de atenção; e,

c) o sistema operacional organizado nos seguintes componentes: o centro de comunicação da rede representado pelas unidades de APS (Atenção Primária à Saúde); os pontos ou unidades de atenção secundária e terciária; os sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico, assistência farmacêutica e sistemas de informação; os sistemas logísticos formados pelas estruturas tecnológicas que garantem a organização dos fluxos no interior da rede, entre elas o cartão de identificação dos usuários, a regulação do acesso, o transporte entre os diferentes pontos da rede, o prontuário eletrônico e a governança do sistema representada pelos instrumentos e mecanismos de gestão exercida pelos gestores social (MENDES, 2010).

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33

privado, das áreas urbanas e rurais, por meio de ações de vigilância, prevenção, promoção,

assistência, reabilitação, educação permanente, disseminação e intercâmbio de informações,

assim como troca de experiências e gestão de conhecimento em Saúde do Trabalhador, de

forma descentralizada e hierarquizada em todos os níveis de atenção do SUS, devendo estar

explicitadas nos Planos de Saúde nacional, estaduais e municipais e nas respectivas

Programações Anuais.

De acordo com a Portaria nº 2.728/2009, a organização da RENAST se baseia na:

I - estruturação da rede de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador

responsáveis por “oferecer subsídio técnico para o SUS, nas ações de promoção, prevenção,

vigilância, diagnóstico, tratamento e reabilitação em saúde dos trabalhadores urbanos e

rurais”;

II - inclusão das ações de saúde do trabalhador na atenção básica, por meio da

definição de protocolos, estabelecimento de linhas de cuidado e outros instrumentos que

favoreçam a integralidade;

III - implementação das ações de promoção e vigilância em saúde do trabalhador;

IV - instituição e indicação de serviços de Saúde do Trabalhador de retaguarda, de

média e alta complexidade já instalados, denominados de Unidades Sentinelas em Saúde do

Trabalhador.

A implantação e implementação da Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador

(RENAST) na microrregião de Campo Grande será de forma gradativa a partir de quatro

componentes:

I – Gestão em Saúde do Trabalhador

A - Referência Técnica Municipal em Saúde do Trabalhador (RTM-ST);

B - Educação Permanente.

II – Rede de Atenção em Saúde do Trabalhador

A - Atenção Básica;

B - Serviços de Urgência e Emergência;

C - Atenção Especializada (ambulatorial e hospitalar).

III – Vigilância em Saúde do Trabalhador

IV – Controle Social

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I. Componente Gestão em Saúde do Trabalhador

A. Referência Técnica Municipal em Saúde do Trabalhador (RTM-ST)

Considerando que, para a implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador

e da Trabalhadora (PNSTT) e o consequente fortalecimento da RENAST, a própria Política

estabelece como competência da gestão municipal a “constituição de referência técnica em

saúde do trabalhador”. Assim, o Cerest Regional propõe aos municípios a indicação de um

técnico, ou de equipe técnica, que assuma o papel de Referência Técnica Municipal em Saúde

do Trabalhador (RTM-ST), responsável por apoiar e acompanhar o planejamento, a execução, a

avaliação e o monitoramento das ações locais de Saúde do Trabalhador e promover articulação

intra e intersetorial.

O processo de indicação da RTM-ST deve ser conduzido de modo que assegure a escolha

de um técnico interessado e comprometido com a proposta. Este deve ser um profissional de

saúde, preferencialmente, de nível superior com iniciativa, responsabilidade e visão sistêmica,

com as seguintes atribuições:

ATRIBUIÇÕES DA REFERÊNCIA TÉCNICA MUNICIPAL EM SAÚDE DO TRABALHADOR (RTM – ST)

Implantar a Política de Saúde do Trabalhador no município.

Mobilizar o gestor municipal e os profissionais de saúde do município, divulgando a importância da execução das ações de saúde do trabalhador.

Subsidiar o gestor municipal de saúde nas negociações nas instâncias colegiadas de gestão, representação política e pactuação do SUS (conselho de saúde, CIBs Microrregionais e Macrorregionais) no sentido de inserir as ações e indicadores de Saúde do Trabalhador nos Planos Municipais de Saúde, na Programação Anual de Saúde.

Fortalecer a interface da Saúde do Trabalhador com a equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde.

Promover articulações interinstitucionais visando à execução das ações compartilhadas em saúde do trabalhador.

Participar de reuniões técnicas promovidas pelo Cerest Regional.

Participar de eventos, reuniões e cursos relacionados ao tema da Saúde do Trabalhador.

Orientar e monitorar a inserção das ações de Saúde do Trabalhador na Rede de Atenção à Saúde.

Acompanhar a Regulação do Acesso aos serviços de média e alta complexidade necessários à integralidade da atenção à saúde do trabalhador, em parceria com os complexos reguladores.

Capacitar, em parceria com o Cerest Regional os

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35

profissionais e as equipes de saúde do SUS, para identificar e atuar nas situações de riscos e no diagnóstico dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente.

Estimular a participação do controle social no planejamento, na implantação e no monitoramento da Política em Saúde do Trabalhador

Estimular a criação de Comissões intersetoriais de Saúde do Trabalhador (CIST) no Conselho Municipal de Saúde.

Apoiar a capacitação de conselheiros municipais de saúde na temática Saúde do Trabalhador, quando solicitado.

Monitorar as ações de vigilância em saúde do trabalhador observando os processos de trabalho e os danos à saúde causados pelo trabalho.

Participar da construção do mapeamento das atividades produtivas no território municipal e apresentá-lo no conselho municipal de saúde.

Participar de ações conjuntas com as Vigilâncias Sanitária, Epidemiológica, Ambiental para avaliação de condições, ambientes e processos de trabalho, quando solicitado.

Construir perfil epidemiológico do município, em parceria com a vigilância epidemiológica municipal para identificação dos agravos relacionados à Saúde do Trabalhador, visando subsidiar o planejamento das políticas de saúde no município.

.Capacitar os técnicos das Vigilâncias em Saúde (Sanitária, Epidemiológica, Ambiental, Saúde do Trabalhador) para as ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador, em parceria com o Cerest Regional.

Auxiliar na definição da Rede Sentinela em Saúde do Trabalhador no município.

Monitorar as notificações relacionadas à saúde do trabalhador e produzir relatórios para as unidades sentinelas e notificantes do município sobre os agravos de notificação compulsória de modo articulado com a referência técnica da Vigilância Epidemiológica.

Estimular as unidades sentinelas e demais serviços de saúde do município a ampliar quanti e qualitativamente as notificações.

Capacitar profissionais de saúde do município quanto ao preenchimento correto das fichas de investigação, em parceria com o Cerest Regional.

Estabelecer prática rotineira de sistematização e análise das notificações; e, a partir delas, orientar o gestor municipal nas intervenções de vigilância em saúde do trabalhador, bem como a elaboração e revisão do plano de saúde em parceria com a epidemiologia.

Definir o fluxo de notificações dos agravos relacionados ao trabalho, em parceria com a vigilância epidemiológica municipal.

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B. Educação Permanente6

A educação permanente é um dispositivo potente que possibilita a articulação entre as

necessidades de aprendizagem e a busca de alternativas para responder às lacunas. Essa

ferramenta, além de possibilitar a atualização técnica dos profissionais, permite a reflexão e a

análise crítica dos processos de trabalho, facilitando a identificação de problemas e a

elaboração de estratégias para a superação dos mesmos. Por permitir uma reflexão coletiva da

equipe de trabalho, a partir dos problemas reais encontrados na prática cotidiana, contribui

para o envolvimento do trabalhador da saúde e para transformação e qualificação das suas

práticas.

A educação permanente pode ser realizada em recortes diferentes para múltiplos

públicos referenciados localmente, abordando questões próprias a cada grupo, resultando num

fortalecimento institucional e qualificando a atenção ao trabalhador usuário do SUS.

O campo da Saúde do Trabalhador, por ser transversal, envolve diversas disciplinas e

equipe multiprofissional para a compreensão do processo saúde-trabalho-doença, bem como

para a atenção integral à saúde dos trabalhadores. Portanto, a capacitação dos profissionais da

rede SUS tem importância estratégica na operacionalização da Política Nacional em Saúde do

Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT).

O desafio da área de Saúde do Trabalhador, quanto à temática de capacitação e

formação, é de contribuir para a capacitação dos profissionais do SUS de modo que possam

abordar em suas práticas as implicações da relação entre produção, ambiente e saúde,

considerando o trabalho e os processos produtivos como fatores determinantes importantes

nos processos de saúde-doença e de degradação ambiental.

Para a qualificação dos profissionais, há que se considerar no processo de formação a

interdisciplinaridade, a intra e intersetorialidade e a transversalidade da área da Saúde do

Trabalhador. A qualificação deve abordar ainda os condicionantes sociais, econômicos e

culturais; as características tecnológicas e organizacionais dos processos de trabalho e seus

efeitos ambientais e clínicos; e as formas de vigilância, promoção, prevenção, tratamento e

reabilitação dos trabalhadores acometidos por agravos relacionados ao trabalho.

Tendo como base a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, os municípios

devem proporcionar a:

6 Manual RENAST, 2010

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1. Garantia da implementação da Política de Educação Permanente em Saúde do

Trabalhador e pactuação na Comissão Intergestores Regional (CIR);

2. Apoio aos demais processos de formação profissional em Saúde do Trabalhador na

rede do SUS;

3. Viabilização do desenvolvimento de estágios e pesquisas com as instituições de

ensino e pesquisa, sindicatos e outras organizações;

4. Viabilização da implementação de intercâmbios com instituições de ensino e

pesquisa, que promovam o aprimoramento técnico dos profissionais da rede SUS na temática

de ST, bem como a sua supervisão.

II. Componente Rede de Atenção em Saúde do Trabalhador

A. Atenção Básica

De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica, a Atenção Primária em Saúde

(APS), é um centro ordenador das políticas de atenção à saúde do SUS, em conjunto e em

articulação com as demais instâncias da rede e com o apoio e acompanhamento das áreas

técnicas de saúde do trabalhador e dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador deve

ser responsável pela execução de um conjunto de ações em Saúde do Trabalhador. Neste

sentido, devem ser consideradas ações no âmbito individual e coletivo, abrangendo a

promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, a prevenção de agravos relacionados ao

trabalho, o diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde.

A ação da APS é desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias

democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de

territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a

dinamicidade existente no território em que vivem essas populações (BRASIL, 2006).

Assim, cabe à APS considerar sempre que os territórios são espaços sociopolíticos

dinâmicos, com trabalhadores residentes e não residentes, executando atividades produtivas e

de trabalho em locais públicos e privados, peri e intradomiciliares (BRASIL, 2012).

Em conformidade com a Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2011b) e a Política

Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (BRASIL, 2012), espera-se que os serviços

da APS desenvolvam as seguintes ações de Saúde do Trabalhador:

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1. Reconhecimento e mapeamento das atividades produtivas desenvolvidas no

território;

2. Reconhecimento e identificação dos potenciais riscos e impactos à saúde dos

trabalhadores, das comunidades e ao meio ambiente, advindo das atividades produtivas no

território;

3. Identificação do perfil de morbimortalidade dos trabalhadores sob a

responsabilidade das equipes da APS, o que pressupõe o reconhecimento do usuário enquanto

trabalhador;

4. Identificação do perfil demográfico e ocupacional da população trabalhadora, por

meio do cadastramento das famílias;

5. Identificação e registro da situação de trabalho, da ocupação e do ramo de

atividade econômica dos usuários das unidades e serviços de atenção primária em saúde;

6. Inclusão, dentre as prioridades de maior vulnerabilidade em saúde do trabalhador,

das seguintes situações: chefe da família desempregado ou subempregado, crianças e

adolescentes trabalhando, gestantes ou nutrizes trabalhando, algum membro da família

portador de algum agravo à saúde relacionado com o trabalho (acidente ou doença) e presença

de atividades produtivas no domicílio;

7. Identificação da rede de apoio social e formas de organização dos trabalhadores no

território;

8. Suspeita e ou identificação da relação entre o trabalho e o problema de saúde

apresentado pelo usuário, para fins de diagnóstico e notificação dos agravos relacionados ao

trabalho;

9. Notificação dos agravos relacionados ao trabalho no SINAN e no SIAB e, emissão de

relatórios e atestados médicos, incluindo o laudo de exame médico da Comunicação de

Acidente do Trabalho (CAT), nos casos pertinentes;

10. Subsídio à definição da rede de referência e contra referência e estabelecimento

dos fluxos e instrumentos para os encaminhamentos necessários;

11. Articulação com as equipes técnicas e os Centros de Referência em Saúde do

Trabalhador (CEREST) sempre que necessário, para a prestação de retaguarda técnica

especializada, considerando seu papel no apoio matricial a toda rede SUS;

12. Definição e implantação de condutas e manejo assistenciais, de promoção e de

vigilância em saúde do trabalhador, mediante a aplicação de protocolos, de linhas de cuidado e

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de projetos terapêuticos para os agravos, e de linhas guias para a vigilância de situações de

riscos relacionados ao trabalho;

13. Orientação dos trabalhadores sobre sua saúde e direitos trabalhistas e

previdenciários;

14. Orientação quanto à incorporação de conteúdos de saúde do trabalhador nas

estratégias de capacitação e de educação permanente para as equipes da Atenção Primária em

Saúde.

Análise situacional da Estratégia Saúde da Família e Unidade Básica da Saúde dos

municípios da região do Cerest

Quanto à cobertura de Equipes da Estratégia Saúde da Família na região, dos 17

municípios, 8 possuem 100% de cobertura pela Estratégia de Saúde da Família (ESF), 6

apresentam cobertura acima de 50%, já o município de Campo Grande apresenta apenas

36,96% e o município de Paraíso das Águas ainda não possui ESF implantada (QUADRO 5).

Conforme a Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2011), os Núcleos de Apoio à

Saúde da Família (NASF) são equipes compostas por diferentes profissionais ou especialidades,

que devem atuar de maneira integrada apoiando as Equipes de Saúde da Família e as Equipes

de Atenção Básica para populações específicas, compartilhando práticas e saberes em saúde

com as equipes de referência apoiadas, buscando auxiliá-las no manejo ou resolução de

problemas clínicos e sanitários, bem como agregando práticas, na atenção básica, que ampliem

o seu escopo de ofertas.

Em relação ao NASF, apenas 9 (53%) municípios contam com o núcleo implantado.

Destes 8 são da modalidade I, 2 na modalidade II e 3 na modalidade III (TABELA 9).

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QUADRO 5. COMPONENTE DE ATENÇÃO BÁSICA DE EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

Município

Equipe de Saúde da Família

Teto Credenciadas

pelo Ministério da Saúde

Cadastradas no Sistema

Implantados Estimativa da

População coberta

Proporção de cobertura

populacional estimada

Bandeirantes 3 2 2 1 3.450 51,98

Camapuã 7 6 6 6 13.609 100

Campo Grande 403 250 89 89 307.050 38,12

Chapadão do Sul 10 6 4 4 13.800 69,09

Corguinho 3 2 2 2 5.054 100

Costa Rica 9 7 6 6 18.087 100

Figueirão 1 1 1 1 2.945 100

Jaraguari 3 3 3 3 6.485 100

Maracaju 20 12 8 8 27.600 70,6

Nova Alvorada do Sul 9 5 5 5 17.250 99,08

Paraíso das Águas 2 0 1 0 0 0

Ribas do Rio Pardo 11 7 4 4 13.800 63,94

Rio Negro 2 2 2 2 4.977 100

Rochedo 3 2 2 2 5.015 100

Sidrolândia 22 13 13 13 44.850 99,78

São Gabriel do Oeste 12 10 10 10 23.016 100

Terenos 9 6 5 5 17.250 95,97

Fonte: Adaptado de PAR Pessoa com Deficiência 05/05/2014 MS/SAS/DAB e IBGE/2010

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TABELA 9. EQUIPES DO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA DA MICRORREGIÃO DE CAMPO GRANDE

Municípios Tipo de Modalidade Número de NASF Implantados nos

Municípios

Bandeirantes 0 0

Campo Grande I 5

Chapadão do Sul II 1

Corguinho III 1

Costa Rica 0 0

Figueirão 0 0

Jaraguari 0 0

Maracaju I 1

Nova Alvorada do Sul II 1

Paraíso das Águas 0 0

Ribas do Rio Pardo 0 0

Rio Negro III 1

Rochedo III 1

São Gabriel do Oeste I 1

Sidrolândia I 1

Terenos 0 0

Fonte: Portal da Atenção Básica. Acessado em dez. 2013

B. Serviços de Urgência e Emergência

A frequência e a gravidade dos acidentes e intoxicações agudas relacionadas ao

trabalho reforçam a necessidade de se incorporar ações de Saúde do Trabalhador nos

serviços de Urgência e Emergência. Estes serviços devem estar preparados para reconhecer

o usuário enquanto trabalhador e prestar assistência de qualidade e com resolubilidade ao

acidentado ou intoxicado; estabelecer a relação do agravo com o trabalho e notificá-lo à

vigilância epidemiológica e à vigilância em Saúde do Trabalhador, além de orientar o acesso

do trabalhador à Previdência Social, no caso de este ser segurado.

A notificação da ocorrência de acidentes e intoxicações exógenas graves e/ou com

óbito deve desencadear a investigação das causas visando à adoção de medidas de

prevenção e controle nos ambientes e locais de trabalho.

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Algumas ações direcionadas à saúde dos trabalhadores, que devem ser

desenvolvidas nos serviços de urgência e emergência:

1. Identificação e registro da situação de trabalho, da ocupação e do ramo de

atividade econômica dos usuários dos pontos de atenção às urgências e emergências, nas

redes estaduais e municipais;

2. Identificação da relação entre o trabalho e o acidente, violência ou intoxicação

exógena sofridos pelo usuário, com decorrente notificação do agravo no SINAN e adequado

registro no SIH-SUS para os casos que requererem hospitalização;

3. Preenchimento do laudo de exame médico da CAT nos casos pertinentes;

4. Acompanhamento desses casos pelas equipes dos Núcleos de Vigilância

Epidemiológica Hospitalar, onde houver;

5. Encaminhamento para a rede de referência e contra referência, para fins de

continuidade do tratamento, acompanhamento e reabilitação, seguindo os fluxos e

instrumentos definidos para tal;

6. Articulação com as equipes técnicas e os CEREST sempre que necessário para a

prestação de retaguarda técnica especializada, considerando seu papel no apoio matricial a

toda rede SUS;

7. Harmonização dos conceitos dos eventos/agravos e unificação das fichas de

notificação dos casos de acidentes de trabalho, outros acidentes e violências;

8. Incorporação de conteúdos de saúde do trabalhador nas estratégias de

capacitação e de educação permanente para as equipes dos pontos de atenção às urgências

e emergências;

9. Estabelecimento de parcerias intersetoriais e referência e contrarreferência com

as unidades de atendimento e serviços das Secretarias de Segurança Pública, Institutos

Médico Legais, e setores/departamentos de trânsito e transporte.

C. Centros de Especialidades (Ambulatorial e Hospitalar)

Os Centros de Especialidades são unidades de saúde que ofertam consultas e exames

especializados visando ao diagnóstico e tratamento de casos mais complexos.

A proposta define que os Centros de Especialidades devem ser espaço de

interlocução, em especial com os médicos e outros profissionais das equipes da APS.

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43

De forma sintética espera-se que os Centros de Especialidades desenvolvam as

seguintes ações de Saúde do Trabalhador:

1. Identificação e registro da situação de trabalho, da ocupação e do ramo de

atividade econômica dos usuários dos pontos de atenção especializada, nas redes estaduais

e municipais;

2. Suspeita ou identificação da relação entre o trabalho e o agravo à saúde do

usuário, com decorrente notificação do agravo no SINAN;

3. Preenchimento do laudo de exame médico da CAT nos casos pertinentes;

4. Encaminhamento para a rede de referência e contra referência, para fins de

continuidade do tratamento, acompanhamento e reabilitação, seguindo os fluxos e

instrumentos definidos para tal;

5. Articulação com as equipes técnicas e os CEREST sempre que necessário para a

prestação de retaguarda técnica especializada, considerando seu papel no apoio matricial a

toda rede SUS;

6. Incorporação de conteúdos de saúde do trabalhador nas estratégias de

capacitação e de educação permanente para as equipes dos pontos de atenção

especializada.

Centros de Referência em Reabilitação Física

Estes são pontos de atenção especializada, responsáveis pelo atendimento de

pessoas com deficiência física, entre eles trabalhadores que apresentam graus variados de

disfunções e incapacidades decorrentes de acidentes e doenças, relacionados ao trabalho,

visando sua reintegração social e profissional.

As ações de Saúde do Trabalhador previstas para serem desenvolvidas pelos

Centros de Reabilitação Física são:

1. Identificar a ocupação do usuário dos Centros de Reabilitação Física;

2. Estabelecer a relação entre o agravo e a situação/condição de trabalho do usuário;

3. Notificar os agravos relacionados ao trabalho, em especial, os acidentes de

trabalho graves.

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III. Componente Vigilância em Saúde

Conceitualmente, a Vigilância em Saúde está organizada a partir da articulação da

Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental e Vigilância em Saúde do

Trabalhador, e as ações devem integrar as redes de atenção à saúde, visando à integralidade

do cuidado.

As ações de Vigilância em Saúde são coordenadas com as demais ações e serviços

desenvolvidos e ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir a integralidade da

atenção à saúde da população conforme definido no Artigo. 3º da Portaria n. 1.378 de

09/7/2013 (BRASIL, 2013a).

Considerando que a vigilância de riscos e a vigilância dos agravos não podem ser

separadas (MACHADO, 1997), as ações da VISAT incluem a investigação e intervenção sobre

situações de riscos, os determinantes tecnológicos e sociais presentes nos ambientes e nos

processos de trabalho e a análise e monitoramento de situações de saúde dos trabalhadores

que vivem e/ou trabalham em um determinado território.

São consideradas ações mínimas de Vigilância em Saúde do Trabalhador a serem

desenvolvidas na perspectiva da Vigilância em Saúde:

1. Identificação do perfil produtivo do território que compreende as atividades

produtivas e a presença de situações de risco ou perigos para a saúde dos trabalhadores, da

população em geral e o ambiente;

2. Análise da situação de saúde dos trabalhadores e definição das prioridades de

ação, considerando os critérios clássicos adotados em Saúde Pública: o número de expostos

a risco, número de doentes; riscos ou perigos para a saúde, gerados nas atividades

produtivas predominantes, entre outros;

3. Vigilância dos processos e ambientes de trabalho (Vigilância Sanitária), com vistas

a orientar as mudanças das condições e processos de trabalho geradores de agravos e

doenças;

4. Vigilância epidemiológica dos agravos relacionados ao trabalho (morbidade e

mortalidade), garantindo a notificação desses agravos, a busca ativa, a investigação de casos,

a sistematização e análise das informações;

5. Disponibilização e divulgação de informações, por meio da produção e

disponibilização de relatórios técnicos, em tempo real, para orientar o planejamento, a

execução e o monitoramento das ações de saúde e o controle social;

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45

Quanto à vigilância sanitária, de acordo com o Regulamento Técnico para

Municipalização das Ações de Vigilância Sanitária no Mato Grosso do Sul (Resolução n.

105/SES de 26/11/2012 – Anexo I), pactuado pelos municípios, todos os serviços de

vigilância sanitária tem por atribuição a execução de ações de investigação, monitoramento,

atendimento de denúncias e inspeção sanitária em saúde do trabalhador, pois “cabe a todos

os municípios a execução das ações de gerenciamento de risco constantes nos Grupos 1 e 2

do Subanexo V deste Regulamento Técnico, existentes no seu território” (art. 14).

Articulação de Ações Intra e Intersetoriais

No plano institucional, um dos grandes desafios para a VISAT-SUS é a vigilância dos

ambientes de trabalho. Tradicionalmente, as ações de normatização e fiscalização das

condições de trabalho sempre estiveram na esfera do Ministério do Trabalho. A Constituição

de 1988 atribuiu ao SUS a mesma competência, resultando em atribuições concorrentes,

gerando dificuldades para a atuação do SUS. Entretanto, para Lenir Santos, é indiscutível a

responsabilidade atribuída ao SUS quanto à vigilância dos ambientes do trabalho (SANTOS,

1997).

Existem diferenças conceituais entre vigilância dos ambientes e processos de

trabalho, na perspectiva da VISAT e da inspeção dos ambientes de trabalho realizada pelo

Ministério do Trabalho e Emprego.

No âmbito do SUS, a vigilância dos processos e ambientes de trabalho deve ser

desenvolvida de forma articulada com a Vigilância Sanitária (VS) e a Vigilância Ambiental

(VA). Desse modo, as ações de vigilância e fiscalização sanitária devem considerar, além do

objeto tradicional – produto/consumidor –, as condições de trabalho e a saúde dos

trabalhadores.

O ambiente de trabalho pode ser definido como os locais onde se desenvolvem os

processos produtivos. Se por um lado os modos de produção sociais e econômicos trazem

conquistas para o bem-estar e conforto da população, por outro, geram riscos para a saúde

do trabalhador, além de comprometer o meio ambiente.

A VISAT busca conhecer as condições presentes no ambiente de trabalho, visando

corrigir ou mitigar as situações perigosas para a saúde. Ela envolve a participação dos órgãos

públicos, os empregadores e os trabalhadores. No caso do trabalho domiciliado, é

importante lembrar que, no cenário atual, apenas as equipes da APS, em especial os ACS,

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têm acesso fácil aos ambientes e processos de trabalho, aumentando a responsabilidade do

SUS.

Rede de Unidades Sentinelas

A notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos

serviços de saúde públicos e privados no Brasil, segue as Portarias MS/GM n.º 1.271 de

6/6/2014 e 1.984 de 12/9/2014 (BRASIL, 2014a; 2014b).

A notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros profissionais de

saúde ou responsáveis pelos serviços de saúde, que prestam assistência ao paciente e deve

ser realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo.

Os agravos relacionados ao trabalho elencados na Portaria Ministerial MS/GM n.º

1.271 de 6/6/2014 são os acidentes de trabalho com exposição a material biológico;

acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e adolescentes; acidente por animal

peçonhento e intoxicação exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases

tóxicos e metais pesados).

O acidente de trabalho com exposição a material biológico é de notificação

compulsória semanal, realizada em até 7 (sete) dias, a partir do conhecimento da ocorrência

do acidente; já os demais acidentes são de notificação compulsória imediata, ou seja, a

notificação deve ser realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, a partir do conhecimento da

ocorrência do agravo.

Em se tratando das doenças relacionadas ao trabalho: câncer relacionado ao

trabalho; dermatoses ocupacionais; lesões por esforços repetitivos/distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT); perda auditiva induzida por ruído

– PAIR relacionada ao trabalho; pneumoconioses relacionadas ao trabalho e transtornos

mentais relacionados ao trabalho, estas foram listadas como de notificação compulsória na

Portaria Ministerial n.º 1.984 de 12/9/2014.

A notificação dessas doenças segue a estratégia de vigilância sentinela7, que objetiva

o monitoramento de indicadores em unidades de saúde selecionadas, denominadas

unidades sentinelas, que servem de alerta precoce para o sistema de vigilância.

7 Considera-se vigilância sentinela o modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde

estratégico para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública (Portaria nº 1.984 de 12/09/2014).

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Para a definição das unidades sentinelas na rede de serviços, o município deverá:

1. De modo articulado com a Vigilância Epidemiológica, a Referência Técnica

Municipal em Saúde do Trabalhador (RT–ST) e com a participação dos gestores municipais

deverão identificar os pontos da rede de atenção que são sensíveis para a captação dos

casos, de acordo com o Quadro 7;

2. Considerar o perfil produtivo com seus possíveis riscos e seus efeitos à saúde.

3. Após a definição das unidades sentinelas, deverá ser elaborada uma lista dos

estabelecimentos de saúde responsáveis pela notificação, segundo o tipo de agravo à saúde

relacionado ao trabalho, contendo endereço, telefone, nome do responsável e o fluxo de

notificações;

4. Revisão periódica da lista de unidades sentinelas.

Quadro 7. Exemplos de serviços de saúde que podem ser unidades sentinelas de agravos à

Saúde do Trabalhador de Notificação Compulsória

UNIDADES SENTINELAS AGRAVOS À SAÚDE DO TRABALHADOR DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

Atenção Primária à Saúde

Intoxicação Exógena; Acidente de Trabalho Fatal; Acidente de Trabalho Grave; Acidente com Exposição a Material Biológico; Acidente de Trabalho com Crianças e Adolescentes; Dermatoses Ocupacionais; Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT); Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR); Câncer Relacionado ao Trabalho; Pneumoconiose; Transtorno Mental Relacionado ao Trabalho.

Hospitais, Pronto-Socorro e demais serviços de atendimento de urgência e emergência da rede pública e privada

Acidente de Trabalho Fatal; Acidente de Trabalho Grave; Acidente com Exposição a Material Biológico; Acidente de Trabalho com Crianças e Adolescentes; Intoxicação Exógena.

Instituto Médico-Legal (IML) Acidente de Trabalho Fatal.

Centros de Referência em Saúde do Trabalhador – CEREST

Intoxicação Exógena; Acidente de Trabalho Grave; Acidente com Exposição a Material Biológico; Acidente de. Trabalho com Crianças e Adolescentes; Dermatoses Ocupacionais; Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT); Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR); Câncer Relacionado ao Trabalho; Pneumoconiose; Transtorno Mental Relacionado ao Trabalho.

Centros de Testagem e Aconselhamento – CTA e Serviços de Assistência Especializada – SAE

Acidente com Exposição a Material Biológico.

Centros de Atendimento Psicossocial – CAPS

Transtorno Mental Relacionado ao Trabalho.

Serviços de oncologia – CACON Câncer relacionado ao trabalho.

Ambulatórios de otorrinolaringologia e serviços de fonoaudiologia

Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR).

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Centros de reabilitação, clínicas de fisioterapia

Acidente de trabalho Grave; Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT).

Ambulatórios de reumatologia e neurologia, clínicas de dor

Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT)

Fonte: DIAS, E.C; Ribeiro, E.E.N, MG, 2011.

Por serem os serviços de saúde da Atenção Primária à Saúde a principal porta de

entrada do usuário no SUS e os serviços de Urgência e Emergência de grande importância

nos casos de acidentes de trabalho, a notificação dos agravos relacionados ao trabalho

confirmados nestas instâncias, assume um caráter universal: qualquer unidade de serviço

poderá notificá-los.

Após a definição, cada município da microrregião de saúde encaminhará sua lista ao

Cerest Regional para homologação na Comissão Intergestores Regional (CIR) para pactuação.

De acordo com registros fornecidos pelo Cerest Estadual, atualmente a microrregião

de saúde de Campo Grande, possui 40 unidades sentinelas de Baixa, Média e Alta

complexidade, com pelo menos uma unidade sentinela de referência por município, exceto

o município Paraíso das Águas (QUADRO 8). Todos são credenciados para a notificação dos

agravos: acidente de trabalho grave (ATG), acidente de trabalho com exposição a material

biológico (ATMB) e intoxicação exógena (IE).

Quanto à notificação das doenças relacionadas ao trabalho, verifica-se a necessidade

de atualização junto aos municípios, pois de acordo com o Quadro 3, existe no SINAN, o

registro de casos de LER/DORT em três municípios (Corguinho, Maracaju e Sidrolândia) e de

Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho em Sidrolândia, porém nenhum desses

municípios está credenciado como unidade sentinela para as doenças.

Já o município de Campo Grande possui unidades sentinelas credenciadas para todos

os agravos e doenças relacionados ao trabalho (QUADRO 9).

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QUADRO 8. REDE DE UNIDADES SENTINELAS DE NOTIFICAÇÃO DOS AGRAVOS À SAÚDE DO TRABALHADOR DA MICRORREGIÃO DE CAMPO GRANDE, EXCETO CAMPO GRANDE

Município CNES Agravo Unidade Sentinela

Bandeirantes 2371138 ATG/ATMB/IE Unidade Mista João Carneiro de Mendonça

Camapuã 2536587 ATG/ATMB/IE Sociedade de Proteção Materna de Camapuã

Chapadão do Sul 2536293 ATG/ATMB/IE Hospital Municipal

Corguinho 8013985 ATG/ATMB/IE Unidade Mista de Corguinho

Costa Rica 2375826 ATG/ATMB/IE Fundação Hospitalar de Costa Rica

Figueirão 6423353 ATG/ ATMB / IE Hospital Municipal Dr. Naldo Luza Nascentes Guimarães

Jaraguari 2371766 ATG/ATMB/IE Unidade Básica de Saúde

Maracaju 2646943 ATG/ATMB/IE Hospital Soriano Correa da Silva

Nova Alvorada do Sul 2558262 ATG/ATMB/IE Hospital Municipal Francisca Ortega

Paraíso das Águas * *

Ribas do Rio Pardo 2536935 ATG/ATMB/IE Hospital Municipal de Ribas do Rio Pardo

Rio Negro 2710455 ATG/ATMB/IE Hospital e Mat. Idimaque Paes Ferreira

Rochedo 2376075 ATG/ATMB/IE Unidade Mista de Saúde Senhor Bom Jesus da Lapa

São Gabriel do Oeste 2659603 ATG/ATMB/IE Hospital Municipal José Valdir Antunes de Oliveira

Sidrolândia 2370816 ATG/ATMB/IE Sociedade Beneficente Dona Elmiria Silvério Barbosa

Terenos 2371774 ATG/ATMB/IE Dr. Samuel Chaia Jacob (UBS-24h)

Fonte: Cerest Regional Campo Grande, 2014. * Não consta.

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QUADRO 9. REDE DE UNIDADES SENTINELAS DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE PARA NOTIFICAÇÃO DOS AGRAVOS À SAÚDE DO TRABALHADOR DA MICRORREGIÃO DE CAMPO GRANDE.

Unidade Sentinela CNES Agravo

Santa Casa 0009717 ATG/ ATMB / IE

Hospital Universitário 0009709 ATG/ ATMB / IE/ Pneumoconiose

Hospital Regional 0009725 ATG/ ATMB / IE

Hospital do Câncer 0009776 CO

CEM - Centro Especializado Municipal 0021784 LER/DORT, PAIR, Dermatose,

ATG e Pneumoconiose

FUNCRAF 0021709 PAIR , ATG/ ATMB / IE

Centro regional de Saúde – Guanandy 0024465 ATG / ATMB / IE

Centro Regional de Saúde- Aero Rancho 0024449 ATG / ATMB / IE

UPA- Vila Almeida 0010081 ATG /ATMB / IE

Centro Regional de Saúde – Coophavila II 0028851 ATG /ATMB / IE

Centro Regional de Saúde – Tiradentes 0024457 ATG /ATMB / IE

Centro Regional de Saúde-Moreninha 0028789 ATG /ATMB / IE

UPA – Universitário 0024430 ATG / IE

Centro Regional de Saúde-Nova Bahia 0024481 ATG /ATMB / IE

UPA – Coronel Antonino 0010049 ATMB

CEDIP – Centro de Doenças Infecto Contagiosas 0010405 ATG e LER/DORT

UERD – Unidade Especializada de Reabilitação e Diagnóstico

5456185 TM

CAPS II – Vila Planalto 5456185 TM

CAPS II – Vila Margarida 0010359 TM

CAPS III 6075371 TM

CAPS AD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Droga

3973611 TM

Clínica UCDB/SUS – Serviço de Atenção à Saúde Auditiva e Serviço de Fisioterapia

3553655 PAIR e LER/DORT

CER/APAE – Centro Especializado de Reabilitação Fisioterapia e Terapia Ocupacional

0778623 ATG e LER/DORT

CEMED/ANHANGUERA – Centro Médico 0028797 ATMB, Pneumoconiose,

Dermatose e TMRT Fonte: Cerest Regional Campo Grande, 2014

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IV. Controle Social8

Na área da saúde, a Constituição, em seu art. 198, incluiu entre as diretrizes do SUS a

participação da comunidade, expressa nos termos da Lei no 8.142/1990, nas Conferências de

Saúde e nos Conselhos de Saúde.

A implementação das políticas e ações em Saúde do Trabalhador deve ser

acompanhada pelas instâncias de Controle Social do SUS, por meio das Conferências e

Conselhos de Saúde, nas suas respectivas esferas de governo (União, Estados, Distrito

Federal e Municípios). O Controle Social é fundamental para a efetivação das ações de Saúde

do Trabalhador e seu fortalecimento se dá através da articulação permanente entre as

diversas instâncias de participação social.

Como parte integrante dos conselhos de saúde tem-se as Comissões Intersetoriais,

entre elas, a Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST). A CIST do Conselho

Nacional de Saúde (CNS) é definida legalmente nos artigos 12º e 13º da Lei Orgânica da

Saúde (nº 8.080/1990), e a recomendação CNS nº 034, de 09 de dezembro de 2009 propõe o

mesmo ordenamento para estados, Distrito Federal e municípios.

A participação social na gestão da Renast encontra-se referida no artigo 8º da

Portaria GM/MS nº 2.728/09. A participação dos trabalhadores é fundamental na

identificação dos fatores de riscos presentes nos ambientes e processos de trabalho, no

reconhecimento das repercussões sobre o processo saúde-doença e no desencadeamento

das transformações das condições geradoras de acidentes e doenças.

Assim, a gestão municipal para atender este componente, deverá:

1. Fomentar a participação da comunidade e dos trabalhadores na formulação e

implementação da Política de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, e no planejamento e

execução das ações em Saúde do Trabalhador.

2. Criar e efetivar a CIST no âmbito do Conselho Municipal de Saúde conforme

realidade local.

3. Implementar ações para o fortalecimento do controle social, no município e

região, colaborando com o processo de formação e de qualificação em Saúde do

Trabalhador em conjunto com as demais áreas do SUS.

8 Manual RENAST, 2010

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8. PLANO DE AÇÃO

O Plano de Ação da Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador da

Microrregião de Campo Grande é produto da construção conjunta com os municípios no I

Seminário do Cerest Regional Campo Grande realizado nos dias 14 e 15 de abril de 2015. O

Seminário contou com a presença de 15 municípios representados pelos secretários de

saúde, gestores da atenção básica e da vigilância em saúde e representantes dos conselhos

municipais de saúde.

A partir da consolidação das propostas foram definidas e priorizadas as ações, metas,

indicadores de avaliação e as variáveis de acompanhamento que permitam a avaliação das

ações executadas e o alcance dos objetivos.

O Plano de Ação em Saúde do Trabalhador é uma ferramenta de planejamento, em

que estão descritas as ações que os municípios e o Cerest Regional Campo Grande irão

desenvolver em um período definido, a partir da pactuação na CIR.

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8.1. PLANILHAS DO PLANO DE AÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR DA MICRORREGIÃO DE CAMPO GRANDE

COMPONENTE 1: GESTÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR

AÇÃO INDICADOR META RESPONSÁVEL PRAZO DE EXECUÇÃO

Indicar Referência Técnica Municipal em Saúde do Trabalhador (RTM – ST)

% de Municípios com Referência Técnica em Saúde do

Trabalhador (RTM – ST)

17 Municípios com indicação de RTM – ST

validadas na CIR

Gestor Municipal

e

Cerest Regional

2015

ATIVIDADES

ATRIBUIÇÃO MUNICIPAL ATRIBUIÇÃO CEREST

1. Designar profissional ou equipe como Referência Técnica Municipal em Saúde do Trabalhador (RTM – ST);

1. Realizar visita técnica nos municípios para sensibilização;

2. Capacitar os profissionais envolvidos na implantação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT).

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COMPONENTE 1: GESTÃO EM SAÚDE DO TRABALHADOR

AÇÃO INDICADOR META RESPONSÁVEL PRAZO DE EXECUÇÃO

Incluir ações de Saúde do Trabalhador (ST) no Plano Municipal de Saúde (PMS) e na Programação Anual (PA)

% de Municípios com ações de ST no PMS e PA

17 Municípios com ações de ST no PMS e

PA

Gestor Municipal

e

Cerest Regional

2015

ATIVIDADES

ATRIBUIÇÃO MUNICIPAL ATRIBUIÇÃO CEREST

1. Promover o planejamento das ações de Saúde do Trabalhador, em processos coletivos, com a participação de representante da Atenção Básica, das Vigilâncias Epidemiológica e Sanitária, regulação, responsável pela assistência à saúde da SMS, unidade sentinela pactuada e conselho municipal de saúde.

2. Encaminhar a planilha com as ações programadas ao Cerest Regional.

1. Dar suporte técnico para a elaboração do Plano e da Programação;

2. Dar apoio na sensibilização da Gestão e do Conselho Municipal de Saúde.

3. Apresentar o Plano de Ação do Cerest Regional.

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COMPONENTE 2: ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR

AÇÃO INDICADOR META RESPONSÁVEL PRAZO DE EXECUÇÃO

Reconhecer e Mapear as atividades produtivas desenvolvidas nos territórios das UBS e UBSF

% de Municípios com as atividades produtivas mapeadas

17 Municípios com as atividades produtivas

mapeadas e perfil elaborado

Equipes de Saúde das UBS e UBSF

2016

ATIVIDADES

ATRIBUIÇÃO MUNICIPAL ATRIBUIÇÃO CEREST

1. Realizar o reconhecimento e mapeamento das atividades produtivas;

2. Garantir a participação dos profissionais envolvidos no processo.

1. Criar instrumento para o mapeamento;

2. Capacitar os profissionais que realizarão o mapeamento.

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COMPONENTE 2: ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR

AÇÃO INDICADOR META RESPONSÁVEL PRAZO DE EXECUÇÃO

Elaborar o perfil produtivo e epidemiológico do município

% de Municípios com o perfil elaborado

17 Municípios com o perfil elaborado

Referência Técnica Municipal em Saúde do Trabalhador

(RTM – ST) em parceria com Vigilâncias Epidemiológica e

Sanitária

2015 - 2016

ATIVIDADES

ATRIBUIÇÃO MUNICIPAL ATRIBUIÇÃO CEREST

1. Realizar o levantamento do perfil do produtivo e epidemiológico por meio das fontes de informações existentes (IBGE, MTE, SINAN, SIM etc);

2. Encaminhar relatório ao Cerest Regional com o mapeamento e a análise situacional.

1. Dar suporte técnico aos profissionais responsáveis pela elaboração.

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COMPONENTE 3: VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

AÇÃO INDICADOR META RESPONSÁVEL PRAZO DE EXECUÇÃO

Notificar os Agravos e Doenças Relacionados ao Trabalho pactuados na CIR

% Municípios com notificação dos agravos

pactuados

17 municípios com notificação Dos agravos

pactuados Unidades Sentinelas 2015 - 2016

ATIVIDADES

ATRIBUIÇÃO MUNICIPAL ATRIBUIÇÃO CEREST

1. Capacitar os profissionais responsáveis pelas notificações e digitação no SINAN;

2. Garantir a participação dos profissionais nas capacitações oferecidas;

3. Realizar monitoramento das notificações no SINAN;

4. Acompanhar as unidades sentinelas quanto à realização das notificações;

5. Manter equipe capacitada em vigilância epidemiológica de acordo com a capacidade instalada da rede de atenção;

6. Estabelecer fluxo de notificação, investigação e acompanhamento desses agravos;

7. Investigar os acidentes de trabalho fatal.

1. Capacitar os profissionais responsáveis pelas notificações desses agravos;

2. Dar apoio matricial e suporte técnico aos profissionais das unidades sentinelas;

3. Monitoramento das notificações;

4. Disponibilizar os dados epidemiológicos;

5. Capacitar em Investigação de Acidente de Trabalho.

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COMPONENTE 3: VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

AÇÃO INDICADOR META RESPONSÁVEL PRAZO DE EXECUÇÃO

Atualizar as Unidades Sentinelas no município

% Municípios com Unidades Sentinelas atualizadas

17 Municípios com as Unidades Sentinelas

atualizadas

Vigilância Epidemiológica e

RTM - ST 2015 - 2016

ATIVIDADES

ATRIBUIÇÃO MUNICIPAL ATRIBUIÇÃO CEREST

1. Atualizar o cadastro das Unidades Sentinelas com elaboração de lista dos estabelecimentos de saúde responsáveis pela notificação, segundo o tipo de agravo à saúde relacionado ao trabalho, contendo endereço, telefone, nome do responsável e o fluxo de notificações;

2. Atualização periódica da lista de unidades sentinelas, assim que houver qualquer modificação em relação ao item acima;

3. Encaminhar a lista atualizada ao Cerest Regional sempre quando houver as modificações.

1. Dar suporte técnico.

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COMPONENTE 3: VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

AÇÃO INDICADOR META RESPONSÁVEL PRAZO DE EXECUÇÃO

Ampliar o Número de Unidades Sentinelas de acordo com a capacidade instalada do município

% Municípios com ampliação no Nº de Unidades

Sentinelas

17 Municípios com o Nº de Unidades Sentinelas

ampliadas

Vigilância Epidemiológica, RTM – ST e Cerest Regional

2015 - 2016

ATIVIDADES

ATRIBUIÇÃO MUNICIPAL ATRIBUIÇÃO CEREST

1. Identificar os serviços de saúde público e privado que tenham a capacidade de serem Unidades Sentinelas;

2. Promover reuniões com o gestor municipal, as Vigilâncias Epidemiológica e Sanitária, Gerências Técnicas, RTM – ST, controle social e responsáveis pelo estabelecimento de saúde para a indicação como Unidade Sentinela;

3. Encaminhar para pactuação na CIR a Unidade Sentinela indicada;

4. Capacitar os profissionais de saúde das Unidades Sentinelas.

1. Dar suporte técnico na identificação de possíveis unidades sentinelas;

2. Dar suporte na capacitação em vigilância epidemiológica.

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COMPONENTE 3: VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

AÇÃO INDICADOR META RESPONSÁVEL PRAZO DE EXECUÇÃO

Executar ações de investigação, monitoramento, atendimento de denúncias e inspeção sanitária em saúde do trabalhador de acordo com o Regulamento Técnico para Municipalização das Ações de Vigilância Sanitária no Mato Grosso do Sul (Resolução n. 105/SES de 26/11/2012 – Anexo I)

% Municípios executando a Resolução

- Vigilância Sanitária e

RTM – ST 2016

ATIVIDADES

ATRIBUIÇÃO MUNICIPAL ATRIBUIÇÃO CEREST

1. Investigar e monitorar os casos de agravos relacionados ao trabalho;

2. Atender às denúncias de acidente de trabalho;

3. Realizar inspeção sanitária em estabelecimentos que por sua natureza ou atividade ofereça risco iminente ou grave à integridade física e mental ao trabalhador;

4. Realizar inspeção sanitária em comércio de agrotóxicos e produtos veterinários para a verificação das condições de saúde do trabalhador;

5. Capacitar os profissionais envolvidos.

1. Dar suporte técnico para a capacitação em vigilância em saúde do trabalhador;

2. Dar apoio matricial nas ações de maior complexidade tecnológica.

3. Dar apoio técnico na investigação dos acidentes de trabalho;

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COMPONENTE 4: CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE DO TRABALHADOR

AÇÃO INDICADOR META RESPONSÁVEL PRAZO DE EXECUÇÃO

Fortalecer o controle social em saúde do trabalhador

% Municípios com planejamento em saúde do

trabalhador aprovado no CMS

17 de Municípios com planejamento em saúde do trabalhador aprovado

no CMS

RTM – ST e Cerest Regional 2015 - 2016

ATIVIDADES

ATRIBUIÇÃO MUNICIPAL ATRIBUIÇÃO CEREST

1. Fomentar a participação da comunidade e dos trabalhadores na formulação e implementação da Política de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, e no planejamento e execução das ações em Saúde do Trabalhador;

2. Implementar ações para o fortalecimento do controle social, no município, colaborando com o processo de formação e de qualificação em Saúde do Trabalhador em conjunto com as demais áreas do SUS.

1. Estimular a criação de Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador (CIST) nos e pelos Conselhos Municipais de Saúde;

2. Apoiar a capacitação de conselheiros municipais de saúde na temática Saúde do Trabalhador.

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REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 3.048 de 06 de maio de 1999 (Lei da Previdência Social). Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 6 maio 1999 (republicação). ______. Lei nº 6.367 de 19 de outubro de 1976 (Lei de Acidentes do Trabalho). Dispõe sobre o seguro de acidentes do trabalho a cargo do INPS e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 21 out. 1976. Seção 1, p. 13.975. ______. Lei nº 8.213 de 24 de Julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 25 jul. 1991, p. 14.809 (republicações e consolidações: D. O. de 11/04/1996 e D. O. de 14/08/1998). ______. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 29 jun. 2011a. Seção 1, p. 1. ______. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei Orgânica da Saúde). Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 29 set. 1990. ______. Lei nº 9.032 de 28 de abril de 1995. Dispõe sobre o valor do salário mínimo, altera dispositivos das Leis nº 8.212 e nº 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 29 abr. 1995, p. 6033. ______. Ministério da saúde. Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalho. Brasília, DF: Ministério da Saúde, nov. 2004a, 18p. ______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 777 de 28 de abril de 2004. Dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador em rede de serviços sentinela específica, no Sistema Único de Saúde – SUS. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 29 abr. 2004b. Seção 1, p. 37. ______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.271 de 06 de junho de 2014. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 09 jun. 2014a. Seção 1, p. 67. ______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.378, de 09 de julho de 2013. Regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 10 jul. 2013a. Seção 1, p. 48.

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______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.679 de 19 de setembro de 2002. Dispõe sobre a estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador no SUS e dá outras providências. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 20 set. 2002. Seção 1, p. 53. ______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.984 de 12 de setembro de 2014. Define a lista nacional de doenças e agravos de notificação compulsória, na forma do Anexo, a serem monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas e suas diretrizes. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 15 set. 2014b. Seção 1, p. 59. ______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.996 de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 22 ago. 2007. Seção 1, p. 34. ______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 1.823 de 23 de agosto de 2012. Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 24 ago. 2012. Seção 1, p. 46. ______. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da atenção básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 24 out. 2011b. Seção 1, p. 48. ______. Ministério da Saúde. Portaria nº GM/MS 2.728, de 11 de novembro de 2009. Dispõe sobre a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) e dá outras providências. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 12 nov. 2009. Seção 1, p. 76. ______. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 2.978 de 15 de dezembro de 2011. Amplia para 210 (duzentos e dez) a quantidade de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) passíveis de implantação no território nacional. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 16 dez. 2011c. Seção 1, p. 89. ______. Ministério da Saúde. Portaria SVS/MS nº 27 de 1º de outubro de 2012. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 3 out. 2010. Seção 1, p. 59. CAMPO GRANDE. Decreto nº 12.155 de 20 de junho de 2013. Altera dispositivos do decreto n. 10.719, de 16 de janeiro de 2009, que organiza a estrutura básica da Secretaria Municipal de Saúde Pública – SESAU, e dá outras providências. Diário Oficial de Campo Grande - MS, Campo Grande, MS, 21 jun. 2013b, n. 3.791, p. 01. ______. Resolução Conjunta SESAU/SEMAD nº 25 de 20 de junho de 2013. Altera dispositivos da resolução conjunta SESAU/SEMAD nº 19 de 23 de outubro de 2010, que estabelece o regimento interno da secretaria municipal de saúde pública. Diário Oficial de Campo Grande - MS, Campo Grande, MS, 21 jun. 2013c, n. 3.791, p. 10. DIAS, E. C.; RIBEIRO, E. E. N. Construindo ações de Saúde do Trabalhador no âmbito das Superintendências e Gerências Regionais de Saúde. Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, 2011, 160p.

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MACHADO, J. M. H. Processo de vigilância em saúde do trabalhador. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, RJ, v. 13, supl. 2. Jan. 1997. MELLO, J. M. H. P.; DAVIDSON, G. S. L.; RUY, L. O sistema de informações sobre mortalidade: problemas e propostas para o seu enfrentamento II - Mortes por causas externas. Revista Brasileira de Epidemiologia. São Paulo, SP, v. 5, n. 2, p. 212-223, ago. 2002. MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, RJ, v. 15, n. 5, p. 2297-2305, 2010. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/portal-mte/>. Acesso em: 25 out. 2014. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (PNUD). Atlas do desenvolvimento humano no Brasil. Disponível em: <http://www.atlasbrasil.org.br>. Acesso em: 31 out. 2014. RENAST ONLINE. Disponível em: < http://www.renastonline.org/>. Acesso em: 30 out. 2014. SANTOS, L. O poder regulamentador do Estado sobre as ações e serviços de saúde. Revista dos Tribunais. São Paulo, SP, v. 5, n. 20, p. 144-145, jul./set. 1997. WÜNSCH FILHO, V. Perfil Epidemiológico dos Trabalhadores. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, Belo Horizonte, MG, v. 2, n. 2, p. 103-117, abr./jun. 2004.

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SESAU Secretaria Municipal

de Saúde Pública