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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA CURSO TÉCNICO EM SERVIÇOS JURÍDICOS
PEC 66/12: UM ESTUDO DETALHADO SOBRE A LEI NO MUNICÍPIO DE PALMITAL
ALINE RODRIGUES SOARES FERNANDA MARIA DE LIMA
HELENA PIMENTEL JULIANA APARECIDA LOPES
PALMITAL 2014
ALINE RODRIGUES SOARES FERNANDA MARIA DE LIMA
HELENA PIMENTEL JULIANA APARECIDA LOPES
PEC 66/12: UM ESTUDO DETALHADO SOBRE A LEI NO MUNICÍPIO DE PALMITAL
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Etec Professor Mário Antônio Verza, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Técnico em Serviços jurídicos. Orientadora: Professora Gabriela Cristina Abud Nunes
PALMITAL 2014
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ETEC PROFESSOR MÁRIO ANTÔNIO VERZA
ALINE RODRIGUES SOARES FERNANDA MARIA DE LIMA
HELENA PIMENTAL JULIANA APARECIDA LOPES
PEC 66/12: UM ESTUDO DETALHADO SOBRE A LEI NO MUNICÍPIO DE PALMITAL
APROVADO EM ____/____/____
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________________ PROFESSOR GABRIELA CRISTINA ABUD NUNES –
ORIENTADORA
__________________________________________________________ PROFESSORA VALDIZA MARIA DO NASCIMENTO FADEL –
EXAMINADORA
__________________________________________________________ PROFESSOR RANDAL DO VALE ORTIZ – EXAMINADOR
DEDICATÓRIA Dedicamos este trabalho a Deus por todo seu amor; Às nossas famílias, filhos e maridos pelo apoio, compreensão, carinho e paciência durante todo este curso, principalmente nos momentos de dificuldades. E aos professores e amidos pelo companheirismo e amizade verdadeira.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos às manifestações de carinho e apreço, recebidas de todos os
colegas da ETEC Prof. Mário Antonio Verza, os quais foram nossa maior fonte de
luz inspiradora e de apoio para o sucesso deste trabalho.
Nosso muito obrigado também as nossas Professoras Valdiza e Gabriela,
pelo auxílio seguro e oportuno durante todo o processo de orientação deste trabalho,
pois aliado à sua experiência profissional e intelectual, todas as dicas e instruções
foram imprescindíveis para o desenvolvimento e conclusão deste trabalho.
Também agradecemos aos nossos familiares por nos terem apoiado e
entendido a nossa ausência, não só durante as aulas, mas especialmente durante o
processo de desenvolvimento deste trabalho.
Enfim, a todos, o nosso grande muito obrigado!
EPÍGRAFE
“Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça."
(Cora Coralina)
RESUMO
A garantia dos Direitos dos trabalhadores domésticos tem sido tema de diversas discussões atualmente, e tendo em vista a importância do assunto, o presente trabalho apresenta um estudo que busca verificar da aplicabilidade da Emenda Constitucional 72/2013, conhecida como a PEC das domésticas no município de Palmital-SP. Para tanto foram realizados estudos bibliográficos em obras existentes sobre o assunto, principalmente na Legislação pertinente e em publicações afins. Por meio das quais foi possível obter conhecimento sobre o tema. Além disso, foi realizada uma pesquisa de campo na Cidade, utilizando como instrumentos de coleta de dados dois questionários, sendo eles para o empregador e o outro para o empregado doméstico, objetivando criar um perfil dos mesmos e analisar de uma forma sistêmica e bilateral sobre os direitos que estão garantidos com a alteração na redação do artigo 7º da Constituição Federal de 88, a qual equiparou os empregados domésticos aos demais empregadores rurais e urbanos. Acredita-se que os resultados do presente estudo poderão contribuir para a disseminação do assunto, e consequentemente para o aumento da aplicabilidade da referida Legislação. Palavras-chave: Direitos; Empregado doméstico; PEC 66/12; Aplicabilidade da Lei.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Direitos não assegurados e assegurados ……..…..………………. 20
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Tipo e número de empregados domésticos…......…………………. 27
FIGURA 2 – Número e faixa etária dos empregados domésticos……...…….…. 29
FIGURA 3 – Tipo e número de empregados domésticos …...…..………………. 30
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS PEC – Proposta de Emenda Constitucional
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
FGTS – Fundo de Garantia de Tempo de Serviço
EC – Emenda Constitucional
CF – Constituição Federal
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................
1.1 OBJETIVOS..................................................................................................
1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................
11
11
12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................... 13
2.1 HISTÓRIA DO EMPREGADO DOMÉSTICO ............................................... 13
2.1.1 Características do trabalho doméstico ...................................................... 14
2.2 DOS DIREITOS DO EMPREGADO DOMÉSTICO.......................................
2.2.1 Dos contratos de trabalho...........................................................................
2.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DO EMPREGADO DOMÉSTICO: UMA
ABORDAGEM HISTÓRICA.................................................................................
2.3.1 A CLT..........................................................................................................
2.3.2 PEC 66/12..................................................................................................
2.4 CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE EMPREGADO DOMÉSTICO............
2.5 DESAFIOS DA APLICAÇÃO DA NOVA LEI.................................................
3 PESQUISA DE CAMPO NO MUNICÍPIO DE PALMITAL.............
3.1 VISÃO DO EMPREGADOR..........................................................................
3.2 VISÃO DO EMPREGADO............................................................................
16
17
19
19
21
23
24
26
26
28
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................... 32
REFERÊNCIAS ............................................................................... 34
APÊNDICES ..................................................................................... 35
ANEXOS ........................................................................................... 41
11
1 INTRODUÇÃO
O empregado doméstico é aquele definido pela Lei 5859/72 em seu art.1°
como “aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa
à pessoa ou à família no âmbito residencial destas”. Essa categoria profissional vem
enfrentando muitos desafios em busca de igualdade e reconhecimento pela
sociedade, visto que os direitos básicos do trabalhador não eram garantidos por Lei
no Brasil.
Após anos de debate na sociedade e pressão dos movimentos sociais e
sindicais, o Brasil, na busca de equiparar essa atividade profissional às demais,
equiparou a legislação trabalhista das empregadas domésticas a dos demais
assalariados, por meio da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC
66/2012) em 03 de abril de 2013, por meio da qual o empregado doméstico foi
finalmente incorporado ao art. 7º da Constituição Federal.
Desde 07 de agosto de 2014 a Emenda Constitucional 72/13 (PEC66/12),
aprovada pelo governo está em vigor, a partir da qual o trabalhador doméstico
passou a ter direitos que anteriormente não eram garantidos pela legislação
brasileira.
Dada a magnitude do assunto, esse trabalho mostra a importância da lei para
o empregado doméstico, abordando os principais conceitos envolvidos no tema, e
por meio de pesquisa de campo demonstra uma análise sistêmica sobre a sua
aplicação no município de Palmital-SP. Ademais, são apontados os pontos de
melhoria, com vistas reforçar a importância da existência e aplicabilidade dessa
legislação para a sociedade como um todo.
1.1 OBJETIVOS
Constitui objetivo geral deste trabalho a verificação da aplicabilidade da Lei no
município de Palmital-SP.
Constituem objetivos específicos:
a) Apresentar de forma resumida a Lei PEC 66/12;
b) Levantar por meio de pesquisa de campo a visão e o perfil dos
empregadores e empregados domésticos no Município de Palmital;
12
c) Analisar os desafios e dificuldades na aplicação da Lei no Município, e se
possível, sugerir pontos de melhoria.
1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A elaboração do presente trabalho será dividida em dois momentos.
Primeiramente será realizada uma pesquisa bibliográfica em obras existentes sobre
o assunto, seguida de uma pesquisa documental na Legislação pertinente e em
publicações afins, por meio das quais será possível obter maior conhecimento sobre
o tema. Posteriormente, será feita uma pesquisa de campo com a aplicação de dois
questionários qualitativos contendo 10 questões cada um. Os questionários serão
aplicados junto a 50 empregadores e 50 empregados com o intuito de analisar as
dificuldades e pontos positivos na aplicação da Lei para ambas as partes.
No primeiro momento serão levantados os conceitos relativos ao tema, e no
segundo momento será analisada como está sendo exercida a Lei pelos
empregadores do município de Palmital-SP, ou seja, os pontos positivos e
negativos, as dificuldades e pontos de melhoria acerca da sua aplicação.
13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo serão apresentados os conceitos pertinentes ao tema
pesquisado, com abordagens feitas pelos principais autores da área, tais como:
Pamplona Filho, Villatore, Vianna, Nogueira, Pinheiro, dentre outros.
2.1 HISTÓRIA DO EMPREGADO DOMÉSTICO
O início da atividade doméstica no Brasil não tem uma data exata registrada,
porém após as pesquisas, é possível dizer que deriva da época da escravidão,
período em que os negros e índios eram usados como escravos nas mais diversas
atividades, como pecuária, agricultura, artesanato e trabalho doméstico.
Segundo Albuquerque (2012, p.1), nesse período as atividades domésticas
eram realizadas por,
...homens e mulheres “negras” (escravos embarcados na África), que exerciam funções como jardineiros, mucamas, amas de leite, costureiras, aias, pajens, cozinheiros, também cuidavam dos filhos dos senhores, transmitiam recados, serviam à mesa, recebiam as visitas e etc., nos casarões dos senhores de engenho, onde estes escolhiam aqueles que tivessem melhor aparência e que fosse mais forte e mais limpo. Suas jornadas de trabalho nunca eram inferiores a 18 horas diárias. Essas atividades não eram exercidas por pessoas de cor branca, pois na época esse tipo de trabalho era sinônimo de desonra, onde preferiam a morte a exercer qualquer atividade doméstica.
E dentro desse cenário de escravidão surgiu a Lei de 13 de setembro de
1830, “que tratava de contrato escrito sobre prestação de serviços feitos por
brasileiros ou estrangeiros dentro ou fora do Império”. (ALBUQUERQUE, 2012, p.5).
E depois, em 13 de maio de 1888, foi sancionada a Lei Áurea (Lei imperial nº
3.353) que extinguiu a escravidão no Brasil.
E mesmo “com a abolição da escravatura, muitos dos escravos ainda
continuavam nas fazendas, trabalhando em troca de moradia e comida, como
empregados domésticos.” (PAMPLONA FILHO; VILLATORE apud NOGUEIRA;
PINHEIRO, p.4).
No decorrer dos anos, leis e decretos foram criados visando regularizar a
situação do empregado doméstico, que não eram mais somente índios e negros,
mas também brancos, principalmente mulheres (solteiras, analfabetas, filhas de
pequenos agricultores), que eram levadas para os grandes centros para trabalharem
14
especialmente em casas de família, recebendo em troca dos serviços prestados,
alimentação, vestuário, moradia e pequenos valores. (ALBUQUERQUE, 2012).
E não havendo no ordenamento jurídico Brasileiro uma regulamentação
trabalhista ao empregado doméstico, utilizava-se o Código Civil de 1916, Lei nº
3.071, que disciplinou a relação dos contratos trabalhistas relacionado à locação de
serviços dos empregados, inclusive dos domésticos, sendo este aplicável dentro das
possibilidades. E como expõem Nogueira e Pinheiro (2012, p.7):
Essa legislação trata-se de um marco na evolução legislativa, que buscava a uniformização dos procedimentos e a concentração dos dispositivos normativos. Nesse período não tinha que se falar do direito do trabalho como um ramo autônomo na legislação brasileira. Apesar da denominação civilista das locações de serviço, foi esse Código Civil de 1916 que regulamentou muito contratos trabalhistas, inclusive os domésticos até o surgimento da Consolidação das Leis Trabalhistas.
E no ano de 1923 o trabalho doméstico foi regulamentado no âmbito federal
pelo Decreto Lei n. 16.107, o qual explicitava quais eram considerados
trabalhadores domésticos, quais seriam arrumadeiras, cozinheiras, jardineiros, entre
outros. (NOGUEIRA E PINHEIRO, 2012).
Assim, a regulamentação dos trabalhadores Brasileiros tem passado por um
lento processo de desenvolvimento e aprimoramento, que se estende até os dias
atuais.
2.1.1 Características do trabalho doméstico
O emprego doméstico é essencialmente feminino no Brasil e abriga uma das
maiores categorias de trabalhadores. Em 2011, estimava-se que 6,6 milhões de
pessoas estavam ocupadas nos serviços domésticos no país. Deste total, o
contingente de mulheres correspondia a 6,1 milhões (92,6%). (DIEESE, 2013).
Segundo o Dieese (2013), a mão de obra total feminina dos serviços
domésticos registrou, no período de 2004 a 2011, crescimento de 3,1%, de acordo
com os dados da Pnad do IBGE. Todavia, na comparação com a Pnad de 2009,
cujos dados constam do Anuário das Mulheres Brasileiras - publicação realizada em
parceria do DIEESE com a Secretaria de Política de Mulheres (SPM) em 2011 -
percebe-se que no período 2009-2011, diminuiu em 9,06% o número de mulheres
empregadas no trabalho doméstico remunerado.
Para o Dieese (2013) o trabalho doméstico é fortemente marcado por vínculos
informais. Não apenas a diarista, que trabalha cada dia em uma casa, sem nenhum
15
tipo de proteção, estando à mercê de ficar sem nenhum trabalho e, portanto, sem
nenhuma renda, mas também a mensalista está sujeita à informalidade, ao trabalho
sem registro em carteira, o que lhes nega os direitos sociais associados ao trabalho,
como férias remuneradas, licença-saúde, seguro contra acidentes, FGTS,
previdência social etc. Essa situação agrava a condição de precariedade e
instabilidade dessa ocupação.
Considera-se trabalhador doméstico aquele maior de 18 anos que presta
serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no
âmbito residencial destas (Cartilha do empregado doméstico, 2013).
Conforme dispõe a CLT (1943, artigo 3º), “considera-se empregado toda
pessoa física que prestar serviço de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário”.
Ainda, conforme a CLT (1943), o trabalhador, deve ser pessoa física com
plena capacidade para exercer seus direitos e deveres, o que no direito civil é
chamado de capacidade de fato ou de exercício.
Dentro do contexto proposto, o primeiro ponto a ser caracterizado ao trabalho
doméstico é a natureza contínua. Contudo, muitas pessoas acham que se contratar
uma pessoa para limpar a casa duas ou três vezes por semana, estão contratando
simplesmente um serviço de diarista e não uma empregada doméstica. Todavia, o
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região já julgou favorável a causa de uma
pessoa que exercia o serviço de forma continua apenas duas vezes na semana. Isso
porque se a pessoa escolhe os dias e os horários que irá trabalhar, de forma
esporádica, não há relação de emprego, neste caso haverá a eventualidade, pois
não há controle por parte daquele que contrata o serviço. (VIANA, 2011).
O segundo ponto, é que o resultado do trabalho nessa categoria profissional
tenha finalidade não lucrativa. Caso o empregador venha a contratar a (o)
empregada (o) doméstica, por exemplo, para preparar doces e salgados, para
venda, entre suas atribuições no lar, essa relação não será mais a prevista na Lei
5.859/72, mais um relação de emprego prevista na CLT, com todos os direitos
previstos na referida Consolidação.
O terceiro ponto é que o trabalho deve ser dirigido à pessoa ou à família, no
âmbito residencial destas. É importante ressaltar que uma empresa não pode
contratar empregado doméstico, assim como nenhuma associação ou entidade,
16
ainda que ele seja filantrópico, pois a legislação é clara, de acordo com Viana (2011,
p.2) “finalidade não lucrativa a pessoa ou a família no âmbito residencial”.
2.2 DOS DIREITOS DO EMPREGADO DOMÉSTICO
Existe uma relação de consumo entre empregado e empregador, a qual é
regulamentada pela Legislação, estabelecendo os Direitos e Deveres de ambas as
partes. O conceito de empregador está previsto na CLT (1943, artigo 2°), “considera
como empregador a empresa, individual ou coletiva, que assumindo da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço”.
Segundo a Lei nº 8.036 (1990, o § 1º do artigo 15):
“entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador de mão-de-obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que eventualmente venha obrigar-se”.
Já “o empregador doméstico é a pessoa física, que sem finalidade lucrativa,
admite o empregado doméstico, também pessoa física, a fim de que preste serviço
de natureza contínua para sua própria residência, ou seja, no âmbito familiar”. (CLT,
1943 § 1º do artigo 2º).
São reservados alguns direitos fundamentais ao profissional dessa categoria
dos quais é possível destacar: Carteira de Trabalho e Previdência Social,
devidamente anotada, Salário-mínimo fixado em lei, gozar os Feriados civis e
religiosos, Irredutibilidade salarial, 13º (décimo terceiro) salário, Repouso semanal
remunerado preferencialmente aos domingos, Férias de 30 (trinta) dias, Férias
proporcionais no término do contrato de trabalho, Estabilidade no emprego em razão
da gravidez, Licença à gestante sem prejuízo do emprego e do salário, Licença-
paternidade de cinco dias corridos, Auxílio-doença pago pelo INSS, Aviso-prévio de
no mínimo 30 dias, Aposentadoria, Integração à Previdência Social, Vale-
Transporte, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (opcional pelo empregador,
que se pagar uma vez, deve manter o benefício) e Seguro-Desemprego. (VIANA,
2011).
Nos termos da Lei nº 8.212 (1991, artigo 24), a contribuição na Previdência
Social, do empregador doméstico é de 12% do salário de contribuição do
17
empregado doméstico a seu serviço. Em relação ao empregado doméstico, quando
estiver gozando licença maternidade, o empregador deverá pagar à Previdência
Social somente a quota patronal.
Ademais, nos termos da Lei nº 5.859 (1972, artigo 2), “ao empregador
doméstico “é vedado efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento
de alimentação, vestuário, higiene ou moradia”.
Ainda, de acordo com o artigo 1º da mesma Lei: “poderão ser descontadas as
despesas com moradia de que trata o caput deste artigo quando essa se referir a
local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, e desde que essa
possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes”. O § 2º menciona,
que “as despesas referidas no caput deste artigo não têm natureza salarial nem se
incorporam à remuneração para quaisquer efeitos”.
2.2.1 Dos Contratos de Trabalho
Para que empregador e empregado tenham garantidos os seus direitos e
deveres é fundamental que elas firmem um contrato de trabalho.
De acordo com a CLT (1943, artigo 442), “Contrato individual de trabalho é o
acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego”. Portanto, é
através do contrato de trabalho que nasce uma relação de natureza contratual,
envolvendo empregado e empregador.
Conforme dispõe a CLT (1943, o artigo 443), “o contrato individual de trabalho
poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por
prazo determinado ou indeterminado”.
A Lei nº 11.644 (2008, artigo 442-A) estabeleceu que para fins de
contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego comprovação de
experiência prévia por tempo superior a seis meses no mesmo tipo de atividade.
Portanto, a experiência que muitas vezes era visualizada em vários meios de
comunicação, informando, por exemplo, a exigência de experiência de dois ou mais
anos, agora não é mais possível. Infelizmente, mesmo com esta obrigatoriedade, é
óbvio que várias empresas avaliam os currículos, observando aquilo que lhes
convém, sem manifestar publicamente suas exigências para realizar seus contratos
de trabalho.
Convém mencionar, que ainda de acordo com a Legislação Nacional, na
realização do contrato de trabalho, não há forma específica para sua validade e
18
eficácia, porém o empregador deverá em 48 horas, anotar a carteira de trabalho do
empregado, registrando, portanto, essa relação contratual.
Na maioria dos casos, a relação contratual começa como contrato de
experiência, que não poderá exceder a 90 dias. (CLT, 1943, artigo 445).
No “contrato por prazo determinado”, como o próprio nome diz, há uma data
fim, determinada para encerrar o contrato. Porém, esse tipo de contrato só será
válido quando se trata de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a
predeterminação do prazo de atividades empresariais de caráter transitório e no
contrato de experiência. (CLT, 1943, as alíneas do § 2º, do artigo 443).
Vale esclarecer que o contrato de trabalho pode ser bilateral, consensual,
oneroso, sucessivo e não solene.
Todo contrato de trabalho deve ser bilateral, pois há participação do sujeito
ativo, empregador, seja ele pessoa física ou jurídica, podendo ser o empregador
individual ou coletivo e do sujeito passivo, empregado, que deve ser
obrigatoriamente pessoa física. No tocante ao consensual, deve haver entre as
partes o consentimento, independente da formalidade, seja ela escrita ou verbal.
Não podendo, portanto, haver uma obrigação para uma das partes, forçando a
relação contratual. Em relação ao termo oneroso, não há como existir uma relação
contratual entre empregador e empregado sem a figura da remuneração. Não sendo
possível a existência da gratuidade, e sendo este o caso, não há o que se falar em
contrato de trabalho. O contrato também é sucessivo, pois deve haver continuidade
na prestação de serviços, por isso podemos dizer que é de trato de duração, não se
exaurindo na execução de uma determinada prestação. Por fim, o contrato de
trabalho é “não solene”, pois não há formalidade para a sua formação, sendo
observada a primazia da realidade, podendo ser verbal ou escrito. (VIANA, 2011).
Em análise geral, é possível verificar que alguns conceitos perduram no
tempo e outros passaram a vigorar por exigências de nossa atualidade,
acompanhando o progresso do direito do trabalho.
A CLT vem realizando a manutenção da relação entre empregado e
empregador, estabelecendo direitos e deveres a serem cumpridos, a fim de garantir
o equilíbrio entre eles.
Por fim, cabe mencionar que o direito do trabalho, seja ao expor o conceito de
empregado e empregador, sua evolução e demais institutos, vem apresentando o
crescimento e conquistas, provenientes das lutas de vários trabalhadores. O nosso
19
ordenamento jurídico deve ser colocado em prática, através da avaliação do poder
judiciário e da fiscalização do Estado, avaliando com cautela os casos concretos, a
fim de garantir a dignidade dos trabalhadores, independente de suas funções,
qualificações, classe ou posição social.
2.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DO EMPREGADO DOMÉSTICO: UMA
ABORDAGEM HISTÓRICA
O trabalho doméstico é regulado pela Lei nº 5.859/1972, cujo art. 1º define
empregado doméstico como “aquele que presta serviços de natureza contínua e de
finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas”.
A lei nº 11.324/2006 retirou a natureza salarial dos fornecimentos de
alimentação, vestuário, higiene e moradia ao empregado doméstico e desta forma
são vedados tais descontos no salário por parte do empregador. Com relação às
férias, atualmente o doméstico faz jus a férias anuais remuneradas de 30 dias, tal
qual o empregado celetista.
Quanto ao FGTS, é facultativo para o empregador doméstico, e, uma vez feita
a opção, torna-se a mesma irretratável e dessa maneira deve ser recolhido por todo
o contrato uma vez que este direito foi regulamentado pelo art.2º do Decreto nº
3.361/2000. (RESENDE, 2013).
TABELA 1 – DIREITOS ASSEGURADOS E NÃO ASSEGURADOS DO EMPREGADO DOMÉSTICO
EMPREGADO DOMÉSTICO
Direitos constitucionalmente assegurados Direitos constitucionalmente não assegurados
Salário mínimo Proteção contra despedida arbitrária/estabilidade
Irredutibilidade salarial Seguro-desemprego
Décimo Terceiro salario FGTS
Repouso semanal remunerado Remuneração superior do trabalho noturno
Férias Salário-família
Licença-gestante Limitação da duração do trabalho
Licença-paternidade Horas extras
Aviso prévio proporcional Adicional de insalubridade e periculosidade
Aposentadoria
Fonte: Produzida pelo autor Ricardo Resende (2013)
2.3.1 A CLT
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a principal norma legislativa
referente ao Direito do Trabalho e ao Direito Processual do Trabalho aprovada pelo
20
Decreto- Lei nº 5.452 de 1º de Maio de 1943 da era Getúlio Vargas e entrou em
vigor em 10 de novembro de 1943.
Em seu artigo 7º, a CLT diz que:
Art 7º Os preceitos constantes da presente Consolidação, salvo quando for a cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam: a) Aos empregados domésticos, assim considerados, de um modo geral, os que prestam serviços de natureza não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas.
O decreto nº 71.885 de 09 de março de 1973 DOU de 9/3/73 aprovou o
regulamento da lei nº 5.859 de 11 de dezembro de 1972, que dispõe sobre a
profissão de emprego doméstico e assegurou aos empregados domésticos, os
benefícios e serviços da Lei Orgânica da Previdência Social, porém excetuou o
capítulo referente às férias do empregado doméstico e deixou a cargo da Justiça do
Trabalho e Delegacia Regional do Trabalho a resolução das divergências.
Além de dispor sobre a profissão de empregado doméstico o artigo 5º da lei
nº 5.859/72, diz que os recursos para custear as contribuições previdenciárias
incidirão sobre o valor do salário mínimo da região sendo:
1- 8% (oito por cento) do empregador
2- 8% (oito por cento) do empregado
Com a publicação da Lei nº 11.324, de 19 de julho de 2006, os trabalhadores
domésticos tiveram direito aos feriados civis e religiosos devendo receber em dobro
se trabalhar ou ser–lhe concedida folga compensatória em outro dia da semana.
Dessa forma os empregados domésticos conquistaram vários direitos com a
lei 11.324/2006 como:
1- Carteira e previdência social, devidamente anotada.
2- Irredutibilidade salarial
3- 13º (décimo terceiro) salário
4- Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
5- Férias de 30 (trinta) dias
6- Férias proporcionais, no término do contrato de trabalho.
7- Estabilidade no emprego em razão da gravidez
8- Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário.
9- Licença-paternidade de 5 dias corridos
10- Auxílio-doença pago pelo INSS
11- Aviso-prévio de, no mínimo 30 dias.
21
12- Aposentadoria
13- Vale transporte
14- Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), benefício opcional
15- Seguro-Desemprego.
A Emenda Constitucional 72/13 PEC66/12 ao ser aprovada veio garantir os
direitos trabalhistas já conquistados pelos empregados domésticos e ainda faz jus:
1- Ao salário-mínimo ou ao piso estadual, fixado em lei;
3- Jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias e a 44 semanais;
4- Seguro contra acidentes de trabalho (depende de regulamentação);
5- Horas Extras (depende de regulamentação);
6- Adicional noturno (depende de regulamentação);
7- Salário-família (depende de regulamentação);
8- FGTS (depende de regulamentação);
9- Seguro-desemprego (depende de regulamentação);
E dessa forma agora com a Emenda Constitucional 72/13 aprovada os acordo
e convenções coletivas de trabalho passam a ser reconhecidos aos domésticos
desde que os sindicatos estejam devidamente registrados no Ministério do Trabalho.
2.3.2 PEC 66/12
Após anos de luta com a promulgação pelo Congresso Nacional da Proposta
de Emenda à Constituição PEC 66/2012 em 02 de abril de 2013, essa se
transformou a partir de então, na Emenda Constitucional EC 72/2013, e assegurou
aos domésticos vários direitos reconhecidos aos trabalhadores de um modo geral,
sendo assim os direitos que não estejam previstos na Lei do Empregado Doméstico
(Lei n. 5.859/72), encontram normatização infraconstitucional na CLT, como exemplo
os direitos às horas extras, ao adicional noturno.
E com a alteração na redação do artigo 7º da CF de 88, passa os
empregados domésticos ter o direito,
[...] ao recebimento de salário nunca inferior ao mínimo; o salário é protegido na forma da lei; a duração do trabalho normal não pode ser superior a 8 horas diárias e 44 semanais (pela lei é facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo escrito entre as partes). Também passa a ter direito ao pagamento de horas extras de no mínimo 50%, introdução de normas de saúde, higiene e segurança; proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão do trabalhador por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; proibição de qualquer discriminação ao portador de deficiência. (DIESSE, 2013, p13).
22
A PEC ainda garante o vínculo trabalhista para aqueles que trabalham dois
dias ou mais na mesma residência; proibição do trabalho doméstico para menores
de 18 anos, o que já era proibido pelo Decreto 6.481/08, por tratar de trabalho
insalubre e perigoso e ainda regula questões como a compensação da jornada, a
multa do FGTS, a fiscalização do trabalho, entre outros, dada a especificidade da
relação entre patrão e empregado, informa o DIESSE.
E de acordo com a lei 12.964 de 8 de abril de 2014, a multa para quem não
assinar carteira do empregado doméstico será elevada em pelo menos 100%. A
nova lei não inclui a previsão de multa apenas em caso de ausência de registro do
trabalhador, mas também em caso de descumprimento de qualquer obrigação
trabalhista prevista na CLT e salienta que a diferença é que a multa para a ausência
do registro em carteira do empregado doméstico pode chegar a ser o dobro da multa
aplicada pela mesma infração no caso do trabalhador urbano e rural. Os valores das
multas variam de acordo com a infração, sendo que existem dezenas de infrações
que fazem parte da CLT e que esses valores podem ser consultados na tabela de
multas administrativas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No entanto,
como a tabela mais recente disponibilizada para acesso data de 2009, os valores
podem estar desatualizados. Porém se for considerada essa tabela, é possível dizer
que o valor da infração por falta de registro pode chegar a ser de 805,60 reais, que
seria o dobro da multa aplicada pela falta de registro de trabalhadores urbanos, de
402,53 reais. E para registrar o trabalhador doméstico, basta que o empregador
informe na carteira do empregado a data de contratação e o valor da remuneração.
Outra questão refere-se ao INSS, que assim como o registro em carteira, o
recolhimento do INSS já era feito, mas agora poderá ser aplicada uma multa caso o
patrão não cumpra mais essa obrigação. O empregador deve pagar o adicional de
12% sobre o valor do salário do empregado e a contribuição do trabalhador pode ser
de 8%, 9% ou 11% da remuneração, dependendo da faixa salarial. Para recolher o
INSS, o empregador deve fazer o download do Guia da Previdência Social no site do
Ministério da Previdência, preencher o documento e realizar o pagamento por débito
em conta. (CARVALHO, 2010).
No tocante, aos benefícios e consequências da PEC tanto para o empregado
como para o empregador, entre os benefícios e consequências pode-se destacar a
necessidade de mudanças culturais desenvolvidas durante muitas gerações, em que
empregados e empregadores se tratavam de maneira totalmente informal. A lei
23
exige um tratamento profissional por parte dos envolvidos na relação contratual: por
parte do empregado, este deverá cumprir regras exatas em relação à jornada. Já o
empregador estará atrelado a uma série de regras e atividades administrativas que
terá de desenvolver de imediato. Com a aplicação dos demais direitos, que irão
exigir a elaboração de guias para recolhimento do FGTS, do seguro-desemprego,
auxílio-creche, o cumprimento de normas de acordos coletivos e a contratação de
seguros contra acidentes. Ocorrerá um grande impacto econômico devido à
exigência do cumprimento destas normas mais explícitas e à determinação de
pagamento de outros encargos. (SILKA, 2013).
A aprovação da PEC garante os direitos dos empregados domésticos, mas
para que de fato seus direitos sejam garantidos é preciso que os mesmos conheçam
e cumpram o que neles estão expressos, pois com as mudanças como na jornada
de trabalho, horas extras e com a obrigatoriedade e as alterações na contratação,
podem fazer com que muitos empregadores dispensem ou diminuam o tempo de
serviço dos empregados, podendo causar a informalidade, visto que podem ocorrer
redução da renda, pois trabalharão menos dias e, podendo acontecer ainda o
aumento de gastos com transportes por terem que ter mais que um lugar de
trabalho.
2.4 CARACTERIZAÇÃO DOS TIPOS DE EMPREGADO DOMÉSTICO
Os domésticos são profissionais que trabalham em residências e que têm
como empregador uma pessoa física proprietária ou locatária de imóvel para
moradia própria e da família.
Podem ser considerados empregados domésticos: babás, caseiros,
cozinheiros, cuidadores de idoso, governantas, lavadeiras/passadeiras, jardineiros,
motoristas particulares, vigias, piscineiros, copeiro, empregada doméstica, porteiro,
recepcionista.
De acordo com o professor e especialista em direito do trabalho Guimarães
(2013, p. 2).
È que os profissionais somente se enquadrarão como trabalhadores domésticos se tiverem cinco requisitos básicos da relação de trabalho: - Habitualidade: a prestação dos serviços não pode ocorrer de forma descontínua, ou seja, com afastamentos temporários razoáveis, fragmentação dos períodos de trabalho. Deve haver, no caso de empregados domésticos, pelo menos uma escala de três dias da semana com horários e dias iguais. Por exemplo: segunda, quarta e sexta, das 8h às 17h;
24
- Subordinação: receber ordens diretas e seguir normas determinadas pelo empregador. - Onerosidade: receber um salário mensal acordado previamente com o empregador; - Pessoalidade: o trabalhador presta seus serviços pessoalmente a terceiros, exercendo atividade direta sem poder delegá-la a outras pessoas; - Ser pessoa natural: pessoa física e não jurídica. Ou seja, é proibida a figura do "PJ" (trabalhador que abre uma microempresa para prestar serviços ao empregador).
Fica claro, então, que o perfil do empregado doméstico é caracterizado de
peculiaridades, que o difere dos demais trabalhadores, visto que uma das
características mais marcantes é a questão de exercer trabalho lucrativo.
2.5 DESAFIOS DA APLICAÇÃO DA NOVA LEI
Com a aprovação da PEC 66/12, conhecida como a PEC das domésticas, os
empregados domésticos passaram a ter uma série de direitos adicionais, que já
eram assegurados aos demais trabalhadores urbanos e rurais.
Um ponto extremamente importante a ser ressaltado é que nem todos os
direitos trabalhistas adicionais dos empregados domésticos têm aplicação
imediata. Várias questões como o recolhimento do FGTS e o pagamento de
seguro-desemprego, ainda dependem de regulamentação.
Dos direitos concedidos pela PEC, que têm aplicação imediata, o mais
impactante foi a limitação da jornada de trabalho a até 8 horas diárias e 44 horas
semanais, e pagamento de horas extras no valor mínimo de 50% acima da hora
normal. Para os empregados que não trabalham aos sábados, é possível fazer
acordo de compensação para que a jornada diária (de segunda a sexta-feira) seja
de 8hs e 48min, perfazendo uma jornada semana de 44 horas.
Sobre essa questão do horário, muito se tem falado sobre adoção de um
livro de ponto (que é vendido qualquer papelaria), no qual o empregado doméstico
anotaria o horário de sua entrada e saída, além do intervalo para refeição e
descanso. O grande problema dessa recomendação, porém, é que os patrões não
terão efetivo controle da jornada e dificilmente poderão confirmar se as horas
assinaladas estão corretas e refletem a realidade.
Também vale destacar que, pelas regras da CLT art. 74 §2, “apenas
empregadores que contam com mais de 10 empregados é que têm obrigação
legal de manter controle escrito de jornada de trabalho”.
25
Diante de todas as mudanças, sem dúvida é recomendável que os
contratos de trabalho com os empregados domésticos sejam formalizados por
escrito, com uma cláusula clara sobre a jornada de trabalho diária/semanal,
seguindo os parâmetros acima, ainda que não haja controle de horário. Feito isso,
é preciso aguardar a regulamentação dos direitos ainda pendentes.
Com a PEC, o custo do empregado doméstico ficará inevitavelmente mais
caro e essa é uma realidade que os empregadores terão que lidar, especialmente
se mantiverem os empregado atuais contratados com um salário que não previa a
realidade hoje.
Levando em conta a evolução contínua de todos os setores trabalhistas,
será preciso uma fase de transição para que todas as partes envolvidas se
adaptem a essa nova realidade. Para tanto é necessário evitar medidas bruscas e
impensadas. Isto porque os desdobramentos práticos das novas regras só virão
com o tempo, na medida em que as questões controversas forem sendo debatidas
e definidas na Justiça do Trabalho.
26
3 PESQUISA DE CAMPO NO MUNICÍPIO DE PALMITAL
Neste capítulo serão apresentados os dados referentes à pesquisa de campo
realizada no Município de Palmital, os quais serão extremamente importantes para
analisar a aplicabilidade da Legislação pesquisada e para propor melhorias.
3.1 VISÃO DO EMPREGADOR
Após estudo da legislação que circunda o empregado doméstico no Brasil e
principalmente da PEC 66, hoje EC 72/2013, será feita uma análise dos
questionários aplicados com empregadores e empregados domésticos de Palmital-
SP.
Primeiramente serão abordadas as respostas do questionário dos
empregadores. Totalizaram-se cinquenta entrevistados, que quando questionados
se possuem conhecimento sobre a EC 72, conhecida como a PEC das domésticas,
97% responderam que sim e 3% disseram que somente ouviram falar e por isso não
possuem conhecimento dos direitos que foram igualados com os demais
empregados rurais e urbanos.
Por meio dessa porcentagem, percebemos que a maioria dos empregadores
entrevistados sabe quais são suas novas obrigações para manter seus empregados,
como por exemplo, fazer o registro em carteira para que não tenham que pagar
multa de aproximadamente R$ 805,60.
E quando questionados se sabiam que “empregado doméstico” é aquele que
presta serviços de forma contínua por mais de dois dias na semana, no âmbito
residencial e com finalidade não lucrativa, 97% disseram que sim e que obtiveram
esse conhecimento após a aprovação da PEC, por meio da mídia televisiva.
Podemos dizer por essa colocação, que os meios de comunicação foram de grande
importância para informar os direitos que foram garantidos com a aprovação da PEC
e esclarecer sobre quais os tipos de serviços prestados que caracteriza o
trabalhador como empregado doméstico.
Na figura 1 é possível observar o número e tipo de empregado que os
participantes da pesquisa tinham contratados no momento da realização da
entrevista.
Figura 1 – Tipo e número de empregados domésticos
27
Fonte: Elaborado pelos autores (2014).
No tocante ao período de tempo que possuem empregado doméstico, dos
entrevistados, 27 responderam que a mais ou menos dez anos, e que os
empregados possuíam a documentação que era necessária até a aprovação da
nova lei. Já 15 empregadores não cumpriam tudo o que estava previsto na lei, mas
que a partir da aprovação da PEC está regularizando a documentação. E 8 dos
entrevistados declararam que dispensaram as empregadas domésticas e só as
manterão como diaristas.
Com as informações acima, observamos que a maioria dos empregadores
manterão seus empregados e para isso cumprirão as novas regras prescritas na EC,
como o direito a horas extras e horário de almoço. Mas é importante mencionar que
com o aumento dos gastos do empregador, esse pode vir a dispensar o serviço do
empregado, o que pode causar desemprego e/ou informalidade.
Dos 42 empregadores que possuem empregados, a maioria relatou que os
matem por necessidade e que a multa referente ao registro em carteira, mesmo alta
se faz necessária, pois muitos não registram seus funcionários, devido ao aumento
nos custos, e não podemos esquecer ainda, que há empregadores que querem
cobrar os encargos dos empregados.
Na questão referente ao serviço doméstico ser restrito somente a maior de 18
anos, todos relataram ter conhecimento. Compreendemos então que eles sabem
que não é correto perante a Lei manter em suas residências, menor de idade
prestando serviços domésticos.
28
Dos entrevistados 85% não sabiam que com a entrada em vigor da PEC
66/12 foi estabelecido a possibilidade de regime de 12 horas de trabalho por 36
horas de descanso, desde que prevista em contrato. Entende-se com os dados, que
ainda falta conhecimento sobre os direitos que a EC garantiu e para que de fato
esses sejam cumpridos em contrato é necessário que tanto empregador e
empregados tomem ciência.
Todos os entrevistados declararam que será muito difícil o registro eletrônico
ou manual com a hora “exata”, principalmente o manual, pois pode o empregador
não estar em casa, quando o empregado chegar e se tratando principalmente das
empregadas, sabe-se que a maioria são mães e por isso podem ocorrer eventuais
atrasos, o que muitas vezes pode ser deixado de lado por parte do empregador,
devido ao vinculo afetivo que se cria após anos de serviço. E quanto ao registro
eletrônico, todos concluíram que aumentaria ainda mais os custos para o
empregador.
E quando questionados sobre as novas regras para contratação, os
empregadores relataram que com isso fica mais difícil manter um empregado e que
isso pode causar alguns inconvenientes como a demissão ou contratação como
diarista, no caso de empregada doméstica. E para aqueles que necessitam de um
empregado, é preciso cumprir corretamente a lei para que as multas não recaíam
sobre os mesmos, onerando os custos domésticos.
3.2 VISÃO DO EMPREGADO
No questionário aplicado com os empregados domésticos, é possível
visualizar, conforme demonstra a Figura 2, o número de entrevistados e a faixa
etária.
Figura 2 - Número e faixa etária dos empregados domésticos
29
Fonte: Elaborado pelos autores (2014).
Dos entrevistados, 75% possuem o ensino fundamental e alguns relatam que
não puderam estudar para ajudar em casas e outros comentaram que não
aproveitaram a oportunidade e que agora pensam que é tarde para recomeçar.
Analisando a resposta podemos dizer que a falta de estudo faz com que as
oportunidades de emprego fiquem restritas às profissões que não exigem
escolaridade.
Quando questionados sobre o período que trabalham 20% respondeu que
duas vezes na semana, 65% de segunda a sábado e 15% de segunda a sexta. E
todos já trabalham como empregado há mais de um ano.
No tocante ao registro em carteira, dos 50 entrevistados, 31 já possuíam
registro e que a partir da lei alguns tiveram modificações nos horário de prestação
de serviço para adequação a nova legislação. Os outros 19 relataram não possuir
registro em carteira, porém 15 desses serão registrados e os outros 4 não sabem
como ficará sua situação.
Analisando os dados acima, percebemos que a lei está sendo cumprida, visto
que os empregados que já possuíam registro adequaram-se as novas exigências. E
que os que não possuíam registro serão registrados adequando-se assim ao que
está previsto na lei. Porém nos causa certa preocupação, mesmo que o percentual
de adequação a norma seja maior, os quatro empregados que não sabem se terão
registro em carteira, podem se enquadrar na informalidade.
30
Dos entrevistados, o tipo de empregado que se classificaram conforme
demonstra a Figura 3:
Figura 3 – Tipo e número de empregado
Fonte: Elaborado pelos autores (2014).
Todos os entrevistados relataram que possuem conhecimento da PEC, pois
viram nos telejornais e outras mídias, porém não sabem ao certo quais foram as
alterações e quais são os seus direitos e deveres. Contudo, eles afirmaram terem
ciência de que é obrigatório o registro em carteira e que o horário deve ser cumprido
corretamente. Vale ressaltar que durante as entrevistas ficou claro que existe
preocupação por parte dos empregados, pois com o aumento dos custos o
empregador pode dispensar os seus serviços.
Considerando as colocações acima, compreendemos que a lei, mesmo
visando garantir e equiparar os direitos, pode afetar negativamente, como no caso
citado, pois com já foi ressaltado os custos aumentaram e ainda falta conhecimento
aprofundado sobre os direitos que foram garantidos, tanto por parte dos
empregados, como também dos empregadores.
A respeito da oferta de trabalho 90% disseram que será mais difícil a
contratação com registro e que isso pode causar a informalidade, pois afinal todos
precisam trabalhar e também para cumprir tudo que a lei prevê será complicado,
31
visto que o trabalho dentro do ambiente familiar cria vínculos de amizade e afeto,
ocasionando acordos entre as partes e é cabível mencionar que alguns dos direitos
como o de hora extras, será de difícil fiscalização, como por exemplo, uma babá que
acompanha a família durante as viagens de férias, qual será o horário de trabalho
dela? Sendo assim, entendemos que a lei garantiu os direitos, mas ainda precisa de
esclarecimentos e isso ocorrerá com o tempo, por meio das jurisprudências e dos
casos práticos que vierem a ocorrer no dia-a-dia na relação trabalhista.
Os entrevistados quando questionados se gostariam de obter informações
sobre o assunto, esses disseram que sim e que folhetos explicativos seriam mais
viáveis. E referente à satisfação deles com o seus empregos, todos responderam
que por enquanto estão satisfeitos.
Pelo exposto concluímos que a estabilidade no emprego, garantido
principalmente pelo registro obrigatório em carteira, foi algo que trouxe certa
tranquilidade aos empregados entrevistados, porém não escondem a preocupação
de perderem os empregos em virtude do acréscimo nos gastos, pela adequação dos
aos horários durante a prestação dos serviços, como o horário de almoço, a
quantidade de horas extras e outras regulamentações que estão por serem
elucidadas.
32
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para o empregado doméstico muitos direitos foram conquistados ao longo
dos anos, porém ainda há muitos preconceitos e discriminação social perante o
empregado doméstico, o qual é de grande importância pelo trabalho que realiza e
pela dedicação que tem pela família que o emprega.
Os empregados domésticos conquistaram o seu espaço e mais direitos, por
meio da aprovação da Emenda Constitucional 72/13 (PEC 66/12), sendo de
fundamental importância a discussão sobre tais conquistas e necessidade de
conhecimento das mesmas, fica agora a conclusão dos estudos bibliográficos
realizados e da pesquisa de campo realizadas por esse estudo.
Conclui-se que na cidade de Palmital-SP, a EC nº 72/13 mais conhecida
como PEC das Domésticas que equipara os direitos trabalhistas dos empregados
domésticos aos trabalhadores formais é de conhecimento, tanto de empregadores
quanto empregados.
Grande parte dos empregadores e empregados pesquisados conhecem a
definição de empregado doméstico e apenas uma minoria desconhece tal definição.
Quanto aos tipos em que se enquadram os empregados domésticos, alguns
souberam responder e outros não.
Constatou-se que a maioria dos empregadores entrevistados possuem
empregado doméstico e cumprem a legislação ou estão se adequando. Com relação
ao regime de trabalho e registro de ponto alguns empregadores tiveram dúvida de
como fazê-lo. Quando indagados sobre a permanência ou não da figura do
empregado doméstico nas residências das famílias da classe média, os
empregadores disseram que a mesma tende a desaparecer, devido ao aumento de
custos.
Com relação as característica dos empregados domésticos pesquisados,
estes possuem idade entre 26 e 49 anos com nível de ensino fundamental, a maioria
empregada doméstica, com mais de um ano de trabalho e carteira registrada.
Para obter maiores informações sobre os direitos já regulamentados pela
aprovação da Emenda Constitucional 72/13 e os que ainda necessitam de
regulamentação empregadores e empregados gostariam que o veículo de
comunicação fosse o folheto.
33
Deste modo, pelos estudos realizados com relação ao empregado doméstico
e a forma como foi e ainda vem sendo tratado, é necessário que se dê o devido
valor aquele trabalhador que se dedica todos os dias, deixando sua residência e a
sua família para se dedicar a outras famílias e não só pelo emprego, mas pelo
carinho com que se dedicam a família e a atividade que realizam.
34
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Cheylla. Origem do Trabalho Doméstico no Brasil. Disponível em <http://www.meuadvogado.com.br/entenda/origem-do-trabalho-domestico-no-brasil.html>. Acesso em: 22 ago. 2014.
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DINIZ, Laura. Entenda o que muda na prática com a PEC das domésticas. Disponível em <http://veja.abril.com.br/noticia/economia/o-que-muda-na-pratica-com-a-pec-das-domesticas>. Acesso em 11 set. 2014.
FARIA, Ana C.; CUNHA, Ivan; FELIPE, Yone X. Manual Prático para Elaboração de Monografias (Trabalhos de Conclusão de Curso, Dissertações e Teses). São Paulo USJP, 2012.
FIGUEREDO, Leticia. A PEC dos empregados domésticos - Como lidar com a nova rotina de trabalho dessa categoria http://www.migalhas .com.br/dePeso /16,MI1754 71,81042-A+PEC+dos+empregados +domesticos+Como+lidar +com+a+nova +roti na+de. Acesso em 21/10/14.
HOFFMANN, Mariana. Formalização do trabalho doméstico tem impacto positivo na economia e na redução da pobreza. Disponível em <http://pressroom.ipc-undp.org/ formalizacao-do-trabalho-domestico-tem-impacto-positivo-na-economia-e-na-redu cao-da-pobreza/?lang>. Acesso em 17 set. 2014.
NOGUEIRA, Taciana Gimenes; PINHEIRO, Fabiana Souza. EMPREGADO DOMÉS-TICO. Disponível em <http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/ viewFile/2584/2263>. Acesso em: 22 ago. 2014.
RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado - 3ª ed – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2013.
SILKA, Ronald. A PEC das Domésticas. Disponível em <http://www.gazetadopovo. com.br/opiniao/conteudo.phtml?id=1361038>. Acesso em 25 ago. 2014.
VIANA, Marcelo.A importante relação entre empregador e empregado. Disponível em <http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_ leitura& artigo_ id=9589&revista_caderno=25> .Acesso em 20 ago.2014.
35
APÊNDICES
APÊNDICE A – Modelo de questionário aplicado na pesquisa de campo...............36
APÊNDICE B – Modelo de questionário aplicado na pesquisa de campo...............39
36
APÊNDICE A – Modelo de questionário aplicado na pesquisa de campo
Questionário de Pesquisa
Segue abaixo a pesquisa de campo, realizada com empregador e
empregados domésticos do município de Palmital – SP, com o objetivo de
trazer informação sobre a aprovação da PEC (66/12) e quais as consequências
pra empregador e empregado.
1-Em 2014 o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional nº72 de 02 de
abril de 2013 (Pec 66/l2) chamada PEC das Domésticas que iguala os direitos dos
empregados domésticos aos dos demais trabalhadores urbanos e rurais. Você
conhece essa Lei?
( )Sim
( )Não
2-A regulamentação define como empregado doméstico aquele que presta serviços
de forma contínua, por mais de dois dias na semana, no âmbito residencial e com
finalidade não lucrativa. Você tem ou tinha conhecimento dessa definição?
( )Sim
( )Não
3- Você tem empregado doméstico em sua residência?
( )Sim
( )Não
3.1 Em caso positivo na questão 3, o empregado foi contratado antes ou depois da
aprovação da PEC 66/l2?
R: _________________________.
3.2 Em caso positivo na questão 3, qual empregado doméstico você emprega?
( )Babá
( )Copeiro
( )Motorista Particular
( )Cozinheiro
37
( )Empregada doméstica
( )Mordomo/governanta
( )Jardineiro
( )Caseiro
( )Lavadeira
( )Porteiro
( )Recepcionista
( )Vigia
( )Acompanhante de idosos.
3.3Em caso positivo na questão 3, o seu empregado doméstico tem registro em
carteira?
( )Sim
( )Não
3.4 Com a aprovação da Pec 66/12 que passou a vigorar a partir de 07 de agosto de
2014 é notório que os gastos para manter o empegado doméstico aumentaram.
Mesmo assim você o mantém?
( )Sim
( )Não
4- Você sabia que desde 07 de agosto de 2014 é obrigatório o registro em carteira
do empregado doméstico, mencionando a data de admissão e da remuneração sob
pena de multa acima de R$ 805,00 dependendo da situação?
( )Sim
( )Não
5- O trabalho do empregado doméstico fica restrito a maiores de l8 anos, a carga
horária é fixada em , no máximo, oito horas por dia ou 44 horas semanais, após
aprovação da PEC 66/12 das domésticas. Você sabia disso?
( )Sim
( )Não
38
6- Após a aprovação da PEC 66/12 das domésticas, fica estabelecida a
possibilidade de regime de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, desde
que prevista em contrato. Você tem conhecimento disso?
( )Sim
( )Não
7- Os horários de entrada e saída devem ser, obrigatoriamente registrados por meio
manual ou eletrônico. PEC 66/12 das domésticas. Você tem conhecimento desta
informação?
( )Sim
( )Não
8- Você contrataria um empregado doméstico hoje com as novas regras se
precisasse?
( )Sim
( )Não
9-O Congresso Nacional ao aprovar a Emenda Constitucional nº 72 de 02 de abril de
2013 (PEC 66/12) das domésticas alterou a redação do Parágrafo único do Art.7º da
Constituição Federal estabelecendo a igualdade de Direitos Trabalhistas entre os
trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais. Você acha
que a figura do empregado doméstico irá desaparecer das residências das famílias
de classe média?
( )Sim
( )Não
10- Você gostaria de obter mais informações sobre esse assunto?
( )Sim
( )Não
11- Em caso positivo na questão 10, por qual canal de comunicação você gostaria
de conhecer mais sobre a Pc....?
( )palestra ( )internet
( )Folheto ( )outros: Especifique: ______________.
39
APÊNDICE B – Modelo de questionário aplicado na pesquisa de campo
Questionário Empregado 1-Qual sua idade?
( ) de 18 a 25 anos
( ) de 26 a 49 anos
( ) mais de 50 anos
2-Qual seu nível de escolaridade?
( )ensino fundamental
( ) ensino médio
( ) outros
3-Quantas vezes por semana você trabalha na mesma residência?
( ) 2 vezes
( )mais de duas vezes
4- Há quanto tempo você trabalha como empregado (a) doméstico (a)?
( )menos de 1 ano
( )mais de 1ano
5-Você trabalha com carteira registrada como empregado (a) doméstico (a)?
( )Sim
( ) Não
6-Que tipo de empregado doméstico você se enquadra?
( )Babá
( )Motorista Particular
( )Cozinheiro
( )Empregada doméstica
( )Mordomo/governanta
( )Jardineiro
( )Caseiro
40
( )Porteiro
( )Recepcionista
( )Vigia
( )Acompanhante de idosos.
7- Você tem conhecimento sobre a aprovação da PEC das domésticas?
( )Sim
( )Não
8- Há oferta de trabalho doméstico aqui em Palmital, baseado na aprovação da
PEC?
( )Sim
( )Não
9-Você gostaria de ter mais informações sobre a PEC 66/12 das domésticas, por
qual meio de comunicação?
( )folheto
( )internet
( )outros: Especifique_______________________
10-Você está satisfeito (a) com seu trabalho?
( )Sim
( )Não
41
ANEXOS ANEXO A – PEC 66/2012......................................................................................... 42
ANEXO B – CF ART. 7º ........................................................................................... 43
42
PEC – Proposta de Emenda Constitucional nº 66/2012
Altera a redação do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal para
estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e
demais trabalhadores urbanos e rurais.
AS MESAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL, nos
termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte Emenda
ao texto constitucional:
Artigo único. O parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 7º...............................
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XIX, XXI, XXII,
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e
observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
nos incisos I, II, III, IX, XII, XVIII,XXV e XXVIII, bem como a sua integração à
previdência social.”(NR)
CÂMARA DOS DEPUTADOS, de dezembro de 2012.
Marcos Maia
Presidente
43
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender as suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada ao inciso pela Emenda Constitucional nº 20/98, DOU 16.12.1998) XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por
cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
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XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada ao inciso pela
Emenda Constitucional nº 53, de 19.12.2006, DOU 20.12.2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e
de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz,
a partir de quatorze anos;