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CHOQUE ELÉTRICO
DANOS E CONSEQUÊNCIAS NA SAÚDE DO TRABALHADOR
15/08/2018 Dra. Gabriella de Oliveira - Médica do Trabalho 1
CHOQUE ELÉTRICO
CID – 10 – T75.4;
Especialidade – Medicina de Urgência/Traumatologia;
“Passagem de corrente elétrica através do corpo, utilizando-o como condutor. Esta passagem de corrente pode causar um susto, pode também causar queimaduras, parada cardíaca ou até mesmo a morte.”
(Wikipedia)
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TIPOS DE CHOQUE ELÉTRICO
1. Choque estático – Obtido pela descarga de um capacitor, isto é,
gerado por um dispositivo que armazena energia.
2. Choque dinâmico – Mais conhecido e tradicional, obtido ao se
tocar em um elemento da rede de energia elétrica.
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CONDIÇÕES DE
TENSÃO QUE
FAVORECEM OS
ACIDENTES POR
CHOQUE ELÉTRICO
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Fonte: Anuário Estatístico Brasileiro de Acidentes de origem elétrica 2018 – ano base 2017
Residências e rede aérea de distribuição
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INTRODUÇÃO – DADOS GERAIS
Os acidentes causados por eletricidade constituem até 4% de todos
os acidentes fatais na indústria.
Instaladores e reparadores de linha de energia elétrica, eletricistas,
operadores de equipamento elétrico de alta potência e equipes de
manutenção estão submetidos aos mais elevados riscos de choque
elétrico.
Ocorrem como consequência de agressão, ACIDENTE, homicídio
ou suicídio.
(CURRENT – Medicina Ocupacional e Ambiental – 5ª edição)
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ENERGIA DE ORDEM FÍSICA
As energias de ordem física mais comuns são:
Temperatura
Pressão atmosférica
Eletricidade
Radioatividade
Luz e som.
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ELETRICIDADE NATURAL X ARTIFICIAL
NATURAL (RAIO)
Fulminação (Letal);
Fulguração (não letal).
ARTIFICIAL (ELETRICIDADE)
Eletrocussão (letal)
Eletroplessão (não letal).
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(Medicina Legal – Genival França – 10ª edição, 2015)
LEI DE OHM
A tensão elétrica (U) nas correntes continuas é dada pela lei de
Ohm:
U = R . i
R = Resistência
i = intensidade de corrente
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LEI DE OHM X LESÕES NO ORGANISMO
A maioria das lesões teciduais está relacionada
com o calor produzido pela corrente elétrica, e
a resistência do tecido é amplamente
influenciada pelo conteúdo hídrico.
O sistema vascular e os músculos são bons
condutores de eletricidade, enquanto os ossos,
os nervos periféricos e a pela seca apresentam
maior resistência.
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GRAVIDADE DAS LESÕES
Dependem da ação da eletricidade NATURAL ou ARTIFICIAL para ocorrerem.
Da INTENSIDADE da corrente elétrica; (AMPERAGEM)
Da diferença de potencial (VOLTAGEM, TENSÃO OU FORÇA ELÉTRICA);
Do TIPO DE CORRENTE (alternada ou contínua)
Do TEMPO DE EXPOSICAO ou DURAÇÃO DO CONTATO ;
DA REGIAO DO CORPO ATINGIDA ou ÁREA DE CONTATO ;
Da VIA DE CORRENTE pelo interior do corpo e
Da CONSTITUICAO INDIVIDUAL da vítima.
Da MAGNITUDE E RESISTÊNCIA DO TECIDO.
15/08/2018 (CURRENT – Medicina Ocupacional e Ambiental – 5ª edição)
Dra. Gabriella de Oliveira - Médica do Trabalho 12
ACHADOS CLÍNICOS NA EXPOSICAO À CORRENTE
ELETRICA
Choque
Queimaduras por chamas ou necrose direta do tecido.
Asfixia, com presença de cogumelo de espuma em VAS;
Arritmia cardíaca;
Lesões contusas secundárias como miosite pós traumática e rabdomiólise;
Marca eletroespecífica de Jellinek (+ comum) – representa a entrada de corrente
elétrica na vitima. Pode também apresentar a forma do condutor elétrico.
Efeito Joule e Metalização.
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(CURRENT – Medicina Ocupacional e Ambiental – 5ª edição)
LEI DE JOULE
Q = I2.R.t
Q = Calor
I = corrente elétrica
R= Resistência
t= Tempo
“A passagem de uma corrente elétrica através de um condutor determina calor”
(efeito);
“O calor desenvolvido por uma corrente elétrica é proporcional à resistência do
condutor, ao quadrado da intensidade e ao tempo durante o qual passa no
condutor”. (Lei)
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ACHADOS CLÍNICOS
Quando a eletricidade é de alta tensão, dá margem às lesões
mistas, ou seja, à marca elétrica e à queimadura.
Marca elétrica é diferente de queimadura elétrica.
Há lesões muito graves que vão desde a amputação de
membros até a secção completa do corpo.
Algumas vezes, encontra-se nos pés a lesão denominada de
saída.
Podem surgir também os salpicos metálicos (pequenas
incrustrações de pequenas partículas metálicas que se
desprendem do condutor.
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(CURRENT – Medicina Ocupacional e Ambiental – 5ª edição)
QUEIMADURA ELÉTRICA
São resultantes do calor de uma corrente, têm forma de escara
pardacenta ou escura, apergaminhada, bordas nítidas, sem área
de congestão, nem tampouco a presença de flictenas.
Podem ser cutânea, muscular, óssea e até visceral, dependendo
do efeito e da lei de Joule.
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RELAÇÃO ENTRE A CORRENTE ELÉTRICA E SEUS
EFEITOS NO ORGANISMO
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A ETIOLOGIA DA MORTE PELA CORRENTE ELÉTRICA
É JUSTIFICADA POR 3 TEORIAS:
1. Morte Pulmonar – Achados necroscópicos compatíveis
com asfixia: edema dos pulmões, enfisema subpleural,
congestão polivisceral, coração mole contendo sangue
escuro e líquido; hemorragias puntiformes subpleurais e
subpericárdicas, congestão de traqueia e dos brônquios,
com secreção espumosa e sanguinolento (fruto da
tetanização dos musculos respiratórios), estudos
demonstram que a parada respiratória antecedem a
cardíaca).
2. Morte cardíaca – Provocando contração fibrilar do
ventrículo , alternando-lhe a condução elétrica normal.
3. Morte cerebral – Hemorragia de meninges, hiperemia
dos centros nervosos, etc.
INVESTIGAÇÃO CLÍNICA
As feridas superficiais que cobrem a necrose tecidual induzida pelo calor
geralmente são arredondadas ou ovais e bem demarcadas, podendo apresentar
uma aparência amarelo-amarronzada relativamente inócua.
Deve-se investigar o local das lesões de entrada e de saída para determinar a via
elétrica percorrida no interior do corpo.
Em todos os casos, um ECG com uma faixa de ritmo;
EAS (buscando-se sangue e proteínas)
Ritmo e frequência respiratória;
Em suspeitas de lesões em órgãos, músculos ou nervos – Testes diagnósticos
como: dosagem de mioglobina no EAS, monitorização de CPK por 24 h (>
1000 U/L) + Fração MB inferior a 3% caso inexista lesão no musculo cardíaco.
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INVESTIGAÇÃO CLÍNICA
Em suspeitas de lesões em órgãos, músculos ou nervos – Testes diagnósticos
como: dosagem de mioglobina no EAS, monitorização de CPK por 24 h (>
1000 U/L) + Fração MB inferior a 3% caso inexista lesão no musculo cardíaco.
Fraturas ocultas pós-tetania muscular ;
Aumento de permeabilidade vascular com redução do volume intravascular e
extravasamento de liquido na área da lesão interna.
Hematócrito, volume plasmático e diurese devem ser monitorados
minuciosamente.
Complicações agudas e tardias podem ocorrer: arritmias, raros infartos, sepses e
complicações psiquiátricas.
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CONDUTA - AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
A avaliação primária deve ser efetuada em até 45 segundos objetivando
identificar ou intervir nas lesões que comprometam ou venham a comprometer
a vida da vítima nos instantes IMEDIATAMENTE APÓS O ACIDENTE.
PCR
Obstrução de vias aéreas
Arritmia cardíaca
Hemorragias
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PRIMEIRA ABORDAGEM
Avaliar o local do acidente;
Controlar via aérea (Airway);
Verificar se as vias aéreas se encontram permeáveis (Breathing);
Verificar pulso (Circulation).
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RCP
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NIVEL DE CONSCIÊNCIA
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ESTABILIZAÇÃO CERVICAL
Orientar vítima a não mover a
cabeça;
Antes de instalar o colar
cervical pesquisar qualquer
dismorfia ou hipersensibilidade
da região cervical;
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DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS
Abrir vias aéreas com hiperextensão de pescoço ou protrusão
ou tração mandibular;
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PREVENÇÃO
Padronização de procedimentos e metodologias seguras de trabalho;
Trabalhadores do setor elétrico adequadamente treinados e qualificados para seguir os procedimentos de segurança, que envolvem a instalação, aterramento e desconexão de fontes de energia;
Difusão de princípios básicos de controle de riscos elétricos;
Conscientização de profissionais envolvidos e promoção de melhorias na atitude e comportamento dos trabalhadores do setor;
Divulgação de boas práticas de segurança com energia elétrica;
Bloquear e marcar os interruptores de fechamento elétrico, assim como verificar a ausência de tensão.
Ferramentas e vestes não condutoras deverão ser utilizadas sempre que possível;
Barricadas e sinais de aviso deverão ser colocados em torno das áreas de alta tensão e procedimentos para excluir os demais trabalhadores dessas áreas serão rigorosamente aplicadas.
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NORMAS BRASILEIRAS
A norma regulamentadora, atualmente em vigor, que trata sobre o trabalho em
eletricidade é a NR-10 (segurança em instalações e serviços em eletricidade),
com redação dada pela portaria n. 598 de 7 de dezembro de 2004;
Mas quem normatiza o padrão em trabalhos técnicos no território nacional é a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Existem inúmeras normas,
dentre elas destacam:
NBR 5410/2004 (Instalações elétricas de baixa tensão);
NBR 5356/1993 (Transformador de potência);
NBR 5361/1998 (Disjuntores de baixa tensão);
NBR 5419/2005 (Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas);
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NORMAS BRASILEIRAS
NBR 5434/1982 (Redes de distribuição aérea urbana de energia elétrica;
NBR 5456/1987 (Eletricidade geral);
NBR 5460/1992 (Sistemas elétricos de potência);
NBR 5471/1986 (Condutores elétricos);
NBR 7096/1981 (Relés Elétricos Térmicos)
NBR 9523/1995 (Subestações de Distribuição);
NBR 10295/1988 (Transformadores de potência secos);
NBR 11301/1990 (Cálculo de capacidade de condução);
NBR 12483/1992 (Chuveiros elétricos)
NBR 14039/2003 (Instalações elétricas de média tensão de 1 a 36,2 Kv)
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NR-10
As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 V em corrente
alternada ou superior a 120 V em corrente contínua, somente podem ser realizadas por pessoas
qualificadas, que tenha concluído o curso específico na área elétrica reconhecido pelo sistema
oficial de ensino.
As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção
contra incêndio e explosão conforme NR-23.
Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser dotada de sinalização adequada conforme
NR-26;
Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos e ferramentas elétricas
compatíveis com a instalação elétrica existente.
A iluminação deve ser adequada e garantida ao trabalhador, conforme estabelcido em NR-17;
As instalações devem ser providas de dispositivo automático de proteção contra sobre-corrente
e sobre-tensão.
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NR-10
Todas as edificações devem ser protegidas contra descargas elétricas
atmosféricas com ligação a terra e pára-raios (SPDA);
É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho na mesma tomada de
tensão, a não ser que a instalação seja projetada para isto.
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BENEFÍCIOS DECORRENTES DO ACIDENTE DE
TRABALHO
Auxílio-doença
Auxílio-acidente
Aposentadoria por invalidez
Assistência médica
Reabilitação profissional
Órteses e próteses.
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15/08/2018 Dra. Gabriella de Oliveira - Médica do Trabalho 32
Contato: [email protected] [email protected]