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C O L E T ÂNEA DE L EGI SL A Ç Ã O E J URISP R UDÊ N CIA A GRÁRIA E C O RREL AT A TOMO I

CIA C DE LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA C AGRÁRIA E · legais, bem como por simples título de posse mansa e pacífica; e determina que, medidas e demarcadas as primeiras, sejam

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COLETNEA DE

LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

TOMO I

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Ministrio do Desenvolvimento Agrrio TOMO I

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TOMO I

COLETNEA DE LEGISLAO E

JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

MDABraslia, 2007

ORGANIZADORES JOAQUIM MODESTO PINTO JUNIOR

VALDEZ FARIAS

Luiz Incio Lula da Silva Presidente da Repblica

Guilherme Cassel Ministro de Estado doDesenvolvimento Agrrio

Marcelo Cardona Rocha Secretrio-executivo do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio

Rolf HackbartPresidente do Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria Incra

Adoniram Peraci Secretrio de Agricultura Familiar

Dino Sandro Borges de Castilhos Secretrio de Reordenamento Agrrio, Substituto

Jos Humberto Oliveira Secretrio de Desenvolvimento Territorial

Caio Galvo de Frana Coordenador-geral do Ncleo de Estudos Agrrios e Desenvolvimento Rural NEAD/MDA

Adriana L. LopesCoordenadora-executiva do Ncleo de Estudos Agrrios e Desenvolvimento Rural NEAD/MDA

TOMO I

COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAISLEIS COMPLEMENTARES

LEIS ORDINRIASMEDIDAS PROVISRIAS

DECRETOS-LEI

Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA)www.mda.gov.br

Organizadores:Joaquim Modesto Pinto JuniorValdez Farias

Coordenao Tcnica:Moema Bonelli Henrique de Faria

Equipe Tcnica:Eduardo ChavesVanessa Vieira LacerdaJoo Daniel Cardoso de LimaGislene Ferreira da Silva

Projeto grfico, capa e diagramaoCaco Bisol Produo [email protected]

RevisoChico Vilela

Distribuio:Ncleo de Estudos Agrrios e Desenvolvimento Rural NEAD/MDASCN Quadra 1 - Bloco C, Edifcio Trade Center, 5 andar, sala 501CEP 70711-902 - Braslia/DFTelefone: (61) 3328-8661www.nead.org.br

Todos os direitos reservados. A reproduo ou traduo de qualquer parte desta publicao ser possvel com prvia permisso escrita dos editores.1a edio: 2007. (NEAD Especial; 7)

B823c Brasil. Ministrio do Desenvolvimento Agrrio. Coletnea de legislao e jurisprudncia agrria e correlata / Organizadores

Joaquim Modesto Pinto Junior, Valdez Farias. -- Braslia : Ministrio do Desenvolvimento Agrrio, Ncleo de Estudos Agrrios e Desenvolvimento Rural, 2007. (NEAD Especial; 7).

3v. ; 15,5 x 22,5 cm.

ISBN 978-85-60548-15-6

Contedo: T. 1. Dispositivos constitucionais, Leis Complementares, Leis Ordinrias, Medidas Provisrias, Decretos-lei. T. 2. Decretos. T. 3. Normas Histricas, Normativos MDA/STN, Normas Conexas, Smulas, Jurisprudncias.

1. Direito agrrio - histria - Brasil. 2. Reforma agrria - aspectos constitucionais - Brasil. 3. Terra regulamentao Brasil. I. Ttulo II. Pinto Junior, Joaquim Modesto. III. Farias, Valdez.

CDD 343.07600981

PCT MDA/IICA - Apoio s Polticas e Participao Social no Desenvolvimento Rural Sustentvel

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APRESENTAO Ministrio do Desenvolvimento Agrrio

NOTA EXPLICATIVA PRESENTE EDIO

DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

CONSTITUIO POLTICA DO IMPRIO DO BRASIL, DE 25 DE MARO DE 1824(Art. 179)

CONSTITUIO DA REPBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1891(Arts. 64 e 72)

CONSTITUIO DA REPBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, DE 16 DE JULHO DE 1934(Arts. 20, 21, 113, 125, 126, 129, 130 e 166)

CONSTITUIO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1937(Arts. 36, 37, 122, 148, 155 e 165)

CONSTITUIO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, DE 18 DE SETEMBRO DE 1946(Arts. 34, 35, 141, 147, 156 e 180)

EMENDA CONSTITUCIONAL N 10, DE 9 DE NOVEMBRO DE 1964(Arts. 1, 2, 3, 4, 5 e 6)

CONSTITUIO DO BRASIL, DE 24 DE JANEIRO DE 1967(Arts. 4, 5, 22, 91, 150, 157 e 164)

ATO INSTITUCIONAL N 9, DE 25 DE ABRIL DE 1969Deu nova redao ao art. 157 da Constituio do Brasil de 1967, referente desapropriao de terras para fins de reforma agrria.

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6 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

EMENDA CONSTITUCIONAL N 1, DE 17 DE OUTUBRO DE 1969(Arts. 4, 5, 89, 153, 160, 161, 171, 172 e 198)Deu nova redao Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1967.

CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, DE 5 DE OUTUBRO DE 1988(Arts. 1 ao 4; Art. 5 caput e incisos XXII, XXIII, XXIV, XXVI e LV; Art. 20, incisos e pargrafos; Art. 22, inciso II; Art. 26; Art. 170, incisos e pargrafos; Arts. 184 a 191; Art. 225, pargrafos e incisos; Arts. 231 e 232; Art. 243 e pargrafo nico; Arts. 49 a 51 da ADCT; Art. 68 da ADCT)

LEIS COMPLEMENTARES

LEI CONSTITUCIONAL N 5, DE 10 DE MARO DE 1942(Art. 1)Emenda os artigos 122, 166 e 168 da Constituio de 1937.

LEI COMPLEMENTAR N 76, DE 6 DE JULHO DE 1993 Dispe sobre o procedimento contraditrio especial, de rito sumrio, para o processo de desapropriao de imvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrria.(TEXTO ORIGINAL)

LEI COMPLEMENTAR N 76, DE 6 DE JULHO DE 1993Dispe sobre o procedimento contraditrio especial, de rito sumrio, para o processo de desapropriao de imvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrria.(TEXTO CONSOLIDADO COM ALTERAES POSTERIORES)

LEI COMPLEMENTAR N 88, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1996Altera a redao dos arts. 5, 6, 10 e 17 da Lei Complementar n 76, de 6 de julho de 1993, que dispe sobre o procedimento contraditrio especial, de rito sumrio, para o processo de desapropriao de imvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrria.

LEI COMPLEMENTAR N 93, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1998Institui o Fundo de Terras e da Reforma Agrria - Banco da Terra, e d outras providncias.

LEIS ORDINRIAS

LEI N 601, DE 18 DE SETEMBRO DE 1850Dispe sobre as terras devolutas do Imprio.(TEXTO ORIGINAL)

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Dispe sobre as terras devolutas do Imprio, e acerca das que so possudas por ttulo de sesmaria sem preenchimento das condies legais, bem como por simples ttulo de posse mansa e pacfica; e determina que, medidas e demarcadas as primeiras, sejam elas cedidas a ttulo oneroso, assim para empresas particulares, como para o estabelecimento de colnias de nacionais e estrangeiros, autorizado o Governo a promover a colonizao estrangeira na forma que se declara.

LEI N 601, DE 18 DE SETEMBRO DE 1850Dispe sobre as terras devolutas do Imprio.(Quadro consolidador da Lei Imperial de Terras de 1850 e do decreto que a regulamentou)

LEI N 1.237, DE 24 DE SETEMBRO DE 1864Reforma a legislao hipotecria e estabelece as bases das sociedades de crdito real. (Registros Pblicos)

LEI N 2.613, DE 23 DE SETEMBRO DE 1955Autoriza a Unio a criar uma Fundao denominada Servio Social Rural.

MENSAGEM N 33, DE 26 DE OUTUBRO DE 1964Encaminha ao Congresso Nacional o Projeto de Lei que dispe sobre o Estatuto da Terra.

LEI N 4.504, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1964Dispe sobre o Estatuto da Terra, e d outras providncias.

LEI N 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965Institui o novo Cdigo Florestal.(TEXTO ORIGINAL)

LEI N 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965Institui o novo Cdigo Florestal.(TEXTO CONSOLIDADO COM ALTERAES POSTERIORES)

LEI N 4.947, DE 6 DE ABRIL DE 1966Fixa Normas de Direito Agrrio, dispe sobre o Sistema de Organizao e Funcionamento do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, e d outras providncias.

LEI N 5.197, DE 3 DE JANEIRO DE 1967Dispe sobre a proteo fauna, e d outras providncias.

LEI N 5.672, DE 2 DE JULHO DE 1971 Modifica o 2 do art. 10 da Lei n 4.947, de 6 de abril de 1966

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8 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

(Normas de Direito Agrrio), e o 2 do art. 11 do Decreto-lei n 57, de 18 de novembro de 1966, que dispe sobre o lanamento e cobrana do imposto sobre a propriedade territorial, e d outras providncias. (Reviso das reas dos mdulos e dos preos atribudos terra nua a pedido da Administrao Pblica ou entidades de classe.)

LEI N 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971Regula a Aquisio de Imvel Rural por Estrangeiro Residente no Pas ou Pessoa Jurdica Estrangeira Autorizada a Funcionar no Brasil, e d outras Providncias.(TEXTO ORIGINAL)

LEI N 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971Regula a Aquisio de Imvel Rural por Estrangeiro Residente no Pas ou Pessoa Jurdica Estrangeira Autorizada a Funcionar no Brasil, e d outras Providncias.(TEXTO CONSOLIDADO COM ALTERAES POSTERIORES)

LEI N 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971 (Quadro das restries para aquisio de terras por estrangeiros, incidentes sobre pessoas, imveis e territrios)

LEI N 5.709, DE 7 DE OUTUBRO DE 1971(Tabela comparativa das alteraes incorporadas Lei dos Estrangeiros)

LEI N 5.764, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1971Define a Poltica Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurdico das sociedades cooperativas, e d outras providncias.

LEI N 5.868, DE 12 DE DEZEMBRO DE 1972Cria o Sistema Nacional de Cadastro Rural, e d outras providncias.

LEI N 5.954, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1973Autoriza o Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria - Incra, a doar imveis remanescentes de ncleos de colonizao e de projetos de reforma agrria, nas condies que especifica.

LEI N 5.972, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1973Regula o Procedimento para o Registro da Propriedade de Bens Imveis Discriminados Administrativamente ou Possudos pela Unio.

LEI N 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973Dispe sobre o Estatuto do ndio.

LEI N 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973Dispe sobre os registros pblicos, e d outras providncias. (Ttulos I, V e VI).

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LEI N 6.383, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1976Dispe sobre o processo discriminatrio de terras devolutas da Unio, e d outras providncias.

LEI N 6.431, DE 11 DE JULHO DE 1977Autoriza a doao de pores de terras devolutas a municpios includos na regio da Amaznia Legal, para os fins que especifica, e d outras providncias.

LEI N 6.634, DE 2 DE MAIO DE 1979Dispe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-lei n 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e d outras providncias.

LEI N 6.739, DE 5 DE DEZEMBRO DE 1979Dispe sobre a matrcula e o registro de imveis rurais, e d outras providncias. (Cancelamento de registros. Situaes jurdicas constitudas a que se refere o art. 5, 2, do Decreto-lei n 1.164, de 1 de abril de 1971).

LEI N 6.746, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1979 Altera o disposto nos arts. 49 e 50 da Lei n 4.504, de 30 de novembro de 1964 (Estatuto da Terra), e d outras providncias. (Tributao - ITR).

LEI N 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979Dispe sobre o Parcelamento do Solo Urbano, e d outras Providncias.

LEI N 6.902, DE 27 DE ABRIL DE 1981Dispe sobre a criao de Estaes Ecolgicas, reas de Proteo Ambiental, e d outras providncias.

LEI N 6.925, de 29 de junho de 1981Altera dispositivos do Decreto-lei n1.414, de 18 de agosto de 1975, e d outras providncias. (Ratificao de ttulos expedidos pelos estados na Faixa de Fronteira e doao de reas a municpios).

LEI N 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981Dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulao e aplicao, e d outras providncias.

LEI N 6.969, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1981Dispe sobre a aquisio, por usucapio especial, de imveis rurais, altera a redao do 2 do art. 589 do Cdigo Civil, e d outras providncias.

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10 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

LEI N 7.754, DE 14 DE ABRIL DE 1989Estabelece medidas para proteo das florestas existentes nas nascentes dos rios e d outras providncias.

LEI N 8.171, DE 17 DE JANEIRO DE 1991Dispe sobre a poltica agrcola.

LEI N 8.177, DE 1 DE MARO DE 1991Estabelece regras para a desindexao da economia e d outras providncias.

LEI N 8.617, DE 4 DE JANEIRO DE 1993Dispe sobre o mar territorial, a zona contgua, a zona econmica exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e d outras providncias.

LEI N 8.629, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1993Dispe sobre a regulamentao dos dispositivos constitucionais relativos reforma agrria, previstos no Captulo III, Ttulo VII, da Constituio Federal.(TEXTO ORIGINAL)

LEI N 8.629, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1993Dispe sobre a regulamentao dos dispositivos constitucionais relativos reforma agrria, previstos no Captulo III, Ttulo VII, da Constituio Federal.(TEXTO CONSOLIDADO COM ALTERAES POSTERIORES)

LEI N 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituio Federal, institui normas para licitaes e contratos da Administrao Pblica e d outras providncias.(ALTERAES DADAS PELAS LEIS NOS 8.883/1994, 9.648/1998 E 11.196/2005)

LEI N 9.393, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1996Dispe sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, sobre pagamento da dvida representada por Ttulos da Dvida Agrria e d outras providncias.

LEI N 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997Institui a Poltica Nacional de Recursos Hdricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituio Federal, e altera o art. 1 da Lei n 8.001, de 13 de maro de 1990, que modificou a Lei n 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

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LEI N 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998Dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e d outras providncias.

LEI N 9.636, DE 15 DE MAIO DE 1998Dispe sobre a regularizao, administrao, aforamento e alienao de bens imveis de domnio da Unio, altera dispositivos dos Decretos-Leis nos 9.760, de 5 de setembro de 1946, e 2.398, de 21 de dezembro de 1987, regulamenta o 2o do art. 49 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, e d outras providncias.

LEI N 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999Regula o processo administrativo no mbito da Administrao Pblica Federal.

LEI N 9.871, DE 23 DE NOVEMBRO DE 1999Estabelece prazo para as ratificaes de concesses e alienaes de terras feitas pelos Estados na faixa de fronteira, e d outras providncias.

LEI N 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000Regulamenta o art. 225, 1, incisos I, II, III e VII da Constituio Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza, e d outras providncias.

LEI N 10.228, DE 29 DE MAIO DE 2001Acrescenta artigo Lei n 8.171, de 17 de janeiro de 1991, que dispe sobre a poltica agrcola, a fim de estabelecer procedimentos relativos ao cadastramento e recuperao de reas desertificadas.

LEI N 10.267, DE 28 DE AGOSTO DE 2001Altera dispositivos das Leis nos 4.947, de 6 de abril de 1966, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.739, de 5 de dezembro de 1979, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e d outras providncias.

LEI N 10.931, DE 2 DE AGOSTO DE 2004Dispe sobre o patrimnio de afetao de incorporaes imobilirias, Letra de Crdito Imobilirio, Cdula de Crdito Imobilirio, Cdula de Crdito Bancrio, altera o Decreto-Lei n 911, de 1 de outubro de 1969, as Leis n4.591, de 16 de dezembro de 1964, n 4.728, de 14 de julho de 1965, e n 10.406, de 10 de janeiro de 2002, e d outras providncias. (ARTS. 59, 66 E 67)

LEI N 11.196, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2005Institui o Regime Especial de Tributao para a Plataforma de Exportao de Servios de Tecnologia da Informao - REPES, o

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Regime Especial de Aquisio de Bens de Capital para Empresas Exportadoras - RECAP e o Programa de Incluso Digital; dispe sobre incentivos fiscais para a inovao tecnolgica; altera o Decreto-Lei n 288, de 28 de fevereiro de 1967, o Decreto n 70.235, de 6 de maro de 1972, o Decreto-Lei n 2.287, de 23 de julho de 1986, as Leis ns 4.502, de 30 de novembro de 1964, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.245, de 18 de outubro de 1991, 8.387, de 30 de dezembro de 1991, 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 9.311, de 24 de outubro de 1996, 9.317, de 5 de dezembro de 1996, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 9.718, de 27 de novembro de 1998, 10.336, de 19 de dezembro de 2001, 10.438, de 26 de abril de 2002, 10.485, de 3 de julho de 2002, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.755, de 3 de novembro de 2003, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.925, de 23 de julho de 2004, 10.931, de 2 de agosto de 2004, 11.033, de 21 de dezembro de 2004, 11.051, de 29 de dezembro de 2004, 11.053, de 29 de dezembro de 2004, 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, 11.128, de 28 de junho de 2005, e a Medida Provisria n 2.199-14, de 24 de agosto de 2001; revoga a Lei n 8.661, de 2 de junho de 1993, e dispositivos das Leis nos 8.668, de 25 de junho de 1993, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.755, de 3 de novembro de 2003, 10.865, de 30 de abril de 2004, 10.931, de 2 de agosto de 2004, e da Medida Provisria n 2.158-35, de 24 de agosto de 2001; e d outras providncias.

MEDIDAS PROVISRIAS

MEDIDA PROVISRIA N 2.166-67, DE 24 DE AGOSTO DE 2001Altera os arts. 1, 4, 14, 16 e 44, e acresce dispositivos Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965, que institui o Cdigo Florestal, bem como altera o art. 10 da Lei n 9.393, de 19 de dezembro de 1996, que dispe sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, e d outras providncias.

MEDIDA PROVISRIA N 2.183-56, DE 24 DE AGOSTO DE 2001Acresce e altera dispositivos do Decreto-Lei n 3.365, de 21 de junho de 1941, das Leis nos 4.504, de 30 de novembro de 1964, 8.177, de 1 de maro de 1991, e 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e d outras providncias.

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MEDIDA PROVISRIA N 192, DE 17 DE JUNHO DE 2004.D nova redao ao 4 do art. 5 da Lei n 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, que dispe sobre a forma de pagamento das indenizaes decorrentes de acordos judiciais, acrescenta os 7, 8 e 9 ao mesmo artigo, dispondo sobre a forma de pagamento dos imveis rurais pela modalidade de aquisio por compra e venda, e d outras providncias.(REJEITADA PELO CONGRESSO NACIONAL EM 20/10/2004)

DECRETOS-LEI

DECRETO-LEI N 0058, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1937Dispe sobre o loteamento e a venda de terrenos para pagamento em prestaes.

DECRETO-LEI N 1.545, DE 25 DE AGOSTO DE 1939Dispe sobre a adaptao ao meio nacional dos brasileiros descendentes de estrangeiros.

DECRETO-LEI N 1.968 , DE 17 DE JANEIRO DE 1940Regula as concesses de terras e vias de comunicao, bem como o estabelecimento de indstrias na faixa de fronteira.

DECRETO-LEI N 2.490, DE 16 DE AGOSTO DE 1940Estabelece novas normas para o aforamento dos terrenos de marinha e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 2.610, DE 20 DE SETEMBRO DE 1940Interpreta disposies do decreto-lei n 1.968, de 17 de janeiro de 1940, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 3.365, DE 21 DE JUNHO DE 1941Dispe sobre desapropriaes por utilidade pblica.

DECRETO-LEI N 3.438, DE 17 DE JULHO DE 1941Esclarece e amplia o decreto-lei n 2.490, de 16 de agosto de 1940.

DECRETO-LEI N 7.724, DE 10 DE JULHO DE 1945Submete ao regime de aforamento as terras devolutas dentro da faixa de sessenta e seis quilmetros ao longo das fronteiras, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 7.916, DE 30 DE AGOSTO DE 1945Dispe sobre a distribuio das terras devolutas nos Territrios Federais e d outras providncias.

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14 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

DECRETO-LEI N 9.063, DE 15 DE MARO DE 1946Modifica a data de incio da contagem do prazo a que se refere o 1 do art. 2 do Decreto-lei n 7.724, de 10 de julho de 1945.

DECRETO-LEI N 9.760, DE 5 DE SETEMBRO DE 1946Dispe sobre os bens imveis da Unio e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 57, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1966Altera dispositivos sobre lanamento e cobrana do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, institui normas sobre arrecadao da Dvida Ativa correspondente, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 58, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1966Delimita os efeitos do artigo 2 da Lei n 5.097, de 2 de setembro de 1966, estabelece novo critrio para contribuio, e d outras providncias.(Tributao Contribuies)

DECRETO-LEI N 151, DE 9 DE FEVEREIRO DE 1967Dispe sobre os depsitos bancrios do Sesi, Sesc, SENAI, Senac e das entidades sindicais.

DECRETO-LEI N 178, DE 16 DE FEVEREIRO DE 1967Dispe sobre a cesso de imveis da Unio Federal para as finalidades que especifica.

DECRETO-LEI N 271, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967Dispe sobre loteamento urbano, responsabilidade do Ioteador, concesso de uso e espao areo, e d outras providncias. (Concesso de direito real de uso).

DECRETO-LEI N 300, DE 28 DE FEVEREIRO DE 1967Dispe sobre as penalidades pela falta de pagamento da contribuio sindical rural.

DECRETO-LEI N 494, DE 10 DE MARO DE 1969Regulamenta o Ato Complementar n 45, de 30 de janeiro de 1969, que dispe sobre a aquisio de propriedade rural por estrangeiro.

DECRETO-LEI N 554, DE 25 DE ABRIL DE 1969Dispe sobre desapropriao, por interesse social, de imveis rurais para fins de reforma agrria, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 582, DE 15 DE MAIO DE 1969Estabelece medidas para acelerar a Reforma Agrria, dispe sobre a organizao e o funcionamento do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, e d outras providncias.

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DECRETO-LEI N 789, DE 26 DE AGOSTO DE 1969Dispe sobre o enquadramento sindical rural e sobre o lanamento e recolhimento da contribuio sindical rural.

DECRETO-LEI N 1.110, DE 9 DE JULHO DE 1970Cria o Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (Incra), extingue o Instituto Brasileiro de Reforma Agrria (Ibra), o Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrrio (Inda) e o Grupo Executivo da Reforma Agrria (Gera), e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 1.164, DE 1 DE ABRIL DE 1971Declara indispensveis segurana e ao desenvolvimento nacionais terras devolutas situadas na faixa de cem quilmetros de largura em cada lado do eixo de rodovias na Amaznia Legal, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 1.166, DE 15 DE ABRIL DE 1971Dispe sobre enquadramento e contribuio sindical rural.

DECRETO-LEI N 1.175, DE 11 DE JUNHO DE 1971Dispe sobre o recolhimento da contribuio sindical, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 1.179, DE 6 DE JULHO DE 1971Institui o Programa de Redistribuio de Terras e de Estmulo Agroindstria do Norte e do Nordeste (Proterra), altera a legislao do imposto de renda relativa a incentivos fiscais, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 1.414, DE 18 DE AGOSTO DE 1975Dispe sobre o processo de ratificao das concesses e alienaes de terras devolutas na Faixa de Fronteiras, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 1.766, DE 28 DE JANEIRO DE 1980Dispe sobre dao de imveis em pagamento de dbitos relativos ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, Taxa de Servios Cadastrais, Contribuio Sindical Rural, e Contribuio de que trata o art. 5 do Decreto-Lei n 1.146, de 31 de dezembro de 1970, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 1.767, DE 1 DE FEVEREIRO DE 1980Cria Grupo Executivo para regularizao fundiria no Sudeste do Par, Norte de Gois e Oeste do Maranho, e d outras providncias. (Cria o Getat).

DECRETO-LEI N 1.799, DE 5 DE AGOSTO DE 1980Reestrutura o Grupo Executivo das Terras do Araguaia-Tocantins - Getat, e d outras providncias.

SUMRIO

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DECRETO-LEI N 1.942, DE 31 DE MAIO DE 1982Dispe sobre terras situadas em rea indispensvel segurana nacional, no Estado do Paran, e d outras providncias. (Terras anteriormente reivindicadas pela Braviaco - Companhia Brasileira de Viao e Comrcio).

DECRETO-LEI N 1.963, DE 14 DE OUTUBRO DE 1982Dispe sobre recursos do Programa Nacional de Poltica Fundiria, sobre financiamento de projetos de construo de casa para o trabalhador rural, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 1.989, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1982Dispe sobre contribuio devida ao Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria - Incra, e clculo referente taxa prevista no Decreto-lei n 57, de 18 de novembro de 1966, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 2.375, DE 24 DE NOVEMBRO DE 1987Revoga o Decreto-lei n 1.164, de 1 de abril de 1971, dispe sobre terras pblicas, e d outras providncias.

DECRETO-LEI N 2.398, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1987Dispe sobre foros, laudmios e taxas de ocupao relativas a imveis de propriedade da Unio, e d outras providncias.

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APRESENTAO

A obra intitulada Coletnea de Legislao e Jurisprudncia Agrria e Correlata rene o principal da legislao agrria, incluindo jurisprudncias abrangendo smulas e acrdos da Justia Fede-ral, documentos histricos e normativos institucionais, e se constitui em relevante contribuio para pesquisadores, profissionais e pblico em geral interessado na questo agrria.

Sua elaborao, envolvendo a compilao e organizao de toda a legislao, resultou de um trabalho conjunto de vrias estruturas do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA) Ncleo de Estudos Agrrios e Desenvolvimento Rural (MDA), Assessoria Parlamentar e Consultoria Jurdica , alm da Procuradoria Federal Especializada do Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (Incra).

O empenho e envolvimento direto do ex-Ministro Miguel Ros-setto foi fundamental para a concretizao da Coletnea, garantindo a interao entre as equipes de trabalho e a constituio de parceria com o Senado Federal para sua publicao.

A Coletnea apresenta um rico trabalho de sistematizao ins-pirado em estudos anteriores j publicados. Iniciativa similar data de 1978, quando o Incra, em parceria com o Senado Federal, publicou o Vade Mecum Agrrio, obra composta por sete volumes sobre nor-mas agrrias brasileiras abrangendo os perodos Colonial, Imprio e Repblica. Alguns anos depois, na dcada de 80, foi publicada, tam-bm por meio de parceria dessas instituies, a obra Coletnea: Legislao Agrria Legislao de Registros Pblicos Jurispru-dncia, elaborada pela Dra. Maria Jovita Wolney Valente, com cola-boraes de Luiz Pinto de Souza, Marlene A. E. Martins de Paula e Maria Alves Rodrigues, e Osmar Rodrigues.

Essa publicao foi a base a partir da qual o presente trabalho foi desenvolvido. Somaram-se ao contedo anterior as smulas dos

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Tribunais Regionais Federais, do Superior Tribunal de Justia (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), resolues do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e jurisprudncias inovadoras, manten-do e acrescentando quela publicao algumas normas histricas e outras revogadas.

Faz-se necessrio expressar aqui meus cumprimentos a todos e todas que se envolveram neste grande trabalho, com persistncia e competncia. Registro, em particular, a dedicao do Dr. Joaquim Modesto, Dr. Valdez Farias e Moema Bonelli.

Esta nova coletnea dever constituir-se em referncia obriga-tria para os operadores e operadoras do Direito Agrrio. Contribuir, tambm, para que os diversos atores sociais interfiram, de maneira mais qualificada, tanto no processo de elaborao de novas normas jurdicas bem como de aplicao das j existentes. Ressalte-se ainda o enriquecimento de contedo que representar para acervos de bibliotecas, instituies de pesquisa e entidades pelas quais o pblico interessado ter acesso obra de tal importncia.

Guilherme CasselMinistro de Estado do Desenvolvimento Agrrio

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COLETNEA DE LEGISLAO E

JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

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NOTA EXPLICATIVA PRESENTE EDIO

Em idos da dcada de 1980, o Governo Federal, por iniciativa do ento Ministrio Extraordinrio para Assuntos Fundirios, preten-dendo criar utilidade aos que vivenciavam problemas agrrios de conotao jurdica, a quem coubesse dirimir dissdios tais, e aos es-tudiosos do Direito Agrrio em geral, deliberou editar uma coletnea de legislao agrria, registral e jurisprudncias correlatas.

Cabendo a tarefa de elaborao Dra. Maria Jovita Wolney Valente, com colaboraes dos servidores Luiz Pinto de Souza, Mar-lene A. E. Martins de Paula e Maria Alves Rodrigues, auxiliados por Osmar Rodrigues, surgiu obra referencial, tanto para os nefitos no tema, quanto para os iniciados, porquanto reuniu mritos de contem-plar diplomas legislativos antigos e novos, aliando concomitantemen-te o acesso ao conhecimento da norma positivada e interpretao jurisprudencial ento correntia a respeito.

Durante os anos que se seguiram, e mesmo atualmente, refe-rida obra tem exemplarmente servido de inestimvel fonte de subs-dios a operadores jurdicos engajados na aplicao do Direito Agrrio. Contudo, distanciando-se no tempo o admirvel esforo de reunio desses subsdios, a coletnea veio sendo colhida pelo processo ine-xorvel da desatualizao, porquanto o Direito decorrncia do processo social, cuja dinmica evidencia-se particularmente intensa nos contextos agrrios.

Da a j antiga necessidade de submeter a obra a um esforo de atualizao, a molde no s de mant-la na condio de referencial de excelncia, posio que decerto jamais deixar de ocupar, como ainda, enaltecendo-a, propiciar que sua reedio reverencie ainda que com certo atraso os 40 anos do Estatuto da Terra (Lei n 4.504/64), trazido a lume aos 30 de novembro de 1964.

22 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

Portanto, esta edio da coletnea no pretende ser seno aquela mesma obra dos idos de 1980, contendo todas as normas em origem ali reunidas, todas as chamadas de rodap, indicaes de textos revogados ou alterados (e da legislao revogadora ou altera-dora), e as mesmas correlaes entre dispositivos legais, aos quais ho de continuar aplicando-se as mesmssimas observaes e ressal-vas contidas na nota explicativa edio original, dela apenas tendo sido suprimidos alguns arestos de jurisprudncia, porquanto supera-dos por subseqentes entendimentos dos Tribunais.

Contudo, esta nova edio da coletnea vem atualizada com parte do amplo acervo legislativo produzido desde a edio de sua predecessora, reunindo, a par das normas e jurisprudncias agrrias e correlatas, tambm smulas dos Tribunais Regionais Federais, do Superior Tribunal de Justia e do Supremo Tribunal Federal, resolu-es do Conama e jurisprudncias inovadoras, escolhidas por perti-nncia temtica com assuntos jusagraristas ou conexos.

Manteve-se e se acresceu obra algumas normas histricas e outras revogadas. Objetiva-se, agora, como antes, possibilitar ao con-sulente acesso a conhecimento indispensvel resoluo de questes engendradas durante a vigncia das referidas normas, situao mui-to corriqueira no Direito Agrrio.

Aos atualizadores da obra no faltou a percepo da importn-cia do histrico da formao territorial do Brasil, desde as bulas papais precedentes ao Tratado de Tordesilhas, at os principais tratados de divisas, imbricando paralelismos com a cronologia do regime sesma-rial importado de Portugal, passando pela Lei de Terras do Imprio, at culminar no art. 64 da Constituio Republicana de 1891, fonte primaz da atual dualidade de jurisdio sobre as terras devolutas.

Por esse motivo, embora se haja optado por no incorporar obra os textos dos tratados de divisas, houve a preocupao de incor-porar coletnea alguns dos diplomas referidos ao regime sesmarial brasileiro, com foco nos limites quantitativos de rea e nos procedi-mentos a que se subordinava essa via de acesso propriedade pri-vada, dado a respeito ainda eclodirem vez ou outra - discusses ferrenhas nos Tribunais.

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Alguns dos novos diplomas agregados coletnea e.g. a Lei n 5.709/71, o Decreto n 433/92, a Lei n 8.629/93, a Lei Comple-mentar n 76/93 - vm acompanhados de tabelas, nelas ora se com-parando os respectivos textos com seus decretos regulamentadores, ora os comparando com leis correlatas, anotando-se ali tudo o que o alcance cognitivo dos atualizadores verificou ser pertinente para uma rpida inteleco das implicncias endgenas e exgenas dos coman-dos normativos que instrumentalizam.

Tambm na linha do que foi exposto, a nova coletnea agrega tabela comparativa entre a Lei Imperial de Terras do Imprio (Lei n 601, de 18 de setembro de 1850) e seu respectivo decreto regulamen-tador (Decreto n 1.318, de 30 de janeiro de 1854), porm com foco apenas no que atualmente pareceu aos atualizadores avultar como primordial para compreenso de institutos de direito agrrio e para formao de juzos sobre legitimidade de direitos invocados luz daquela legislao.

Em outros casos, alm da incluso das tabelas, a orientao dos atualizadores veio permeada da preocupao de consolidar tex-tos legislativos significativamente alterados por inovaes normativas recentes, do que so exemplos o texto anotado da Lei n 4.771/65 (Cdigo Florestal Brasileiro), o da prpria Lei n 8.629/93, e o da Lei Complementar n 76/93.

Outrossim, a par do que a respeito dispem artigos especficos do Estatuto da Terra e da Lei n 8.629/93, a nova edio da coletnea rene o que de mais basilar existe para a compreenso do regime dos ttulos da dvida agrria, colmatando uma lacuna renitente nas obras do gnero.

Alm disso, a equipe de atualizao considerou pertinente acrescer vrias normas correlatas, com nfase para as de natureza ambiental. Tal se pensa ser necessrio, pois a conservao dos recur-sos naturais renovveis um dos elementos bsicos do Direito Agr-rio positivo brasileiro, e to importante que faz parte das premissas que o legislador constitucional e infraconstitucional estatuiu para que a terra cumpra sua funo social.1

1. SODERO, Fernando. Curso de Direito Agrrio. Pg. 36.

NOTA EXPLICATIVA PRESENTE EDIO

24 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

De modo geral, a atual reedio da coletnea vem dividida em duas partes, estando sistematizada da seguinte forma:

Parte I Contm normas agrrias e correlatas, criterizadas mediante separao por espcie normativa, dispostas em cada grupo em ordem cronolgica.

Parte II Contm, alm das Smulas, tambm jurisprudncias do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justia, do extinto Tribunal Federal de Recursos e de alguns Tribunais Regionais Federais (a grande maioria em ementas, porm algumas em ntegra), em regra relacionadas com as normas coletadas, igualmente dispos-tas em cada grupo segundo a respectiva ordem cronolgica.

A presente publicao, portanto, pretende continuar sendo, modestamente, fonte de consulta de todos os profissionais que mili-tam no Direito Agrrio, no seu mister de buscar a efetivao das normas constitucionais e legais a ele afetas, em especial os membros da advocacia pblica federal.

No , contudo, como alertado na nota explicativa edio pioneira, obra que esgote todas as referncias sobre o tema. Mas justamente porque resulta ser apenas a continuao de um trabalho pioneiro, deve por justia ser consignado que todos os mritos e cr-ditos desta coletnea sejam atribudos, antes, como agora, equipe pioneira referida anteriormente, imputando-se equipe atualizadora todos os eventuais lapsos, imperfeies e desacertos, pelos quais nos penitenciamos antecipadamente perante o pblico a que se destina.

Valdez FariasProcurador FederalProcurador-chefe da

PFE/Incra

Joaquim ModestoAdvogado da Unio

Coordenador-geral daCGAPJP/Conjur/MDA

DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

27DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

CONSTITUIO POLTICA DO IMPRIO DO BRASIL, DE 25 DE MARO DE 1824

(ART. 179)

Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis e Polticos dos Cidados Brasilei-ros, que tem por base a liberdade, a segurana individual e a propriedade, garantida pela Constituio do Imprio, pela maneira seguinte.

XXII garantido o Direito de Propriedade em toda a sua plenitude. Se o bem pblico legalmente verificado exigir o uso e emprego da Propriedade do Cidado, ser ele previamente indenizado do valor dela. A Lei marcar os casos em que ter que lograr esta nica exceo, e dar as regras para se determinar a indenizao.

28 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

CONSTITUIO DA REPBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1891

(ARTS. 64 E 72)

Art. 64. Pertencem aos Estados as minas e terras devolutas situadas nos seus respectivos territrios, cabendo Unio somente a poro do territrio que for indispensvel para a defesa das fronteiras, fortificaes, construes militares e estradas de ferro federais. Pargrafo nico. Os prprios nacionais, que no forem necessrios para o ser-

vio da Unio, passaro ao domnio dos Estados, em cujo territrio estiverem situados.

Art. 72. A Constituio assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade dos direitos concernentes liberdade, segurana individual e propriedade, nos termos seguintes: 17. O direito de propriedade mantm-se em toda a sua plenitude, salva a

desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, mediante indenizao prvia. As minas pertencem aos proprietrios do solo, salvas as limitaes que forem estabelecidas por lei a bem da explorao deste ramo de indstria.

29DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

CONSTITUIO DA REPBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, DE 16 DE JULHO DE 1934

(ARTS. 20, 21, 113, 125, 126, 129, 130 E 166)

Art. 20. So do domnio da Unio: I os bens que a esta pertencem, nos termos das leis atualmente em vigor; II os lagos e quaisquer correntes em terrenos do seu domnio ou que ba-nhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros pases ou se esten-dam a territrio estrangeiro; III as ilhas fluviais e lacustres nas zonas fronteirias.

Art. 21. So do domnio dos Estados: I os bens da propriedade destes pela legislao atualmente em vigor, com as restries do artigo antecedente; II as margens dos rios e lagos navegveis, destinadas ao uso pblico, se por algum ttulo no forem do domnio federal, municipal ou particular.

Art. 113. A Constituio assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade dos direitos concernentes liberdade, subsistncia, segurana individual e propriedade, nos termos seguintes:

3) A lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa jul-gada.

17) garantido o direito de propriedade, que no poder ser exercido contra o interesse social ou coletivo, na forma que a lei determinar. A desapropriao por necessidade ou utilidade pblica far-se- nos termos da lei, mediante prvia e justa indenizao. Em caso de perigo iminente, como guerra ou comoo intestina, podero as autoridades competentes usar da propriedade particular at onde o bem pblico o exija, ressalvado o direito indenizao ulterior.

Art. 125. Todo brasileiro que, no sendo proprietrio rural ou urbano, ocupar, por dez anos contnuos, sem oposio nem reconhecimento de domnio alheio, um trecho de terra at dez hectares, tornando-o produtivo por seu trabalho e tendo nele a sua morada, adquirir o domnio do solo, mediante sentena declaratria devidamente transcrita.

Art. 126. Sero reduzidos de cinqenta por cento os impostos que recaiam sobre imvel rural, de rea no superior a cinqenta hectares e de valor at dez contos de ris, institudo em bem de famlia.

30 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

Art. 129. Ser respeitada a posse de terras de silvcolas que nelas se achem permanentemente localizados, sendo-lhes, no entanto, vedado alien-las.

Art. 130. Nenhuma concesso de terras de superfcie, superior a dez mil hec-tares, poder ser feita sem que, para cada caso, preceda autorizao do Sena-do Federal.

Art. 166. Dentro de uma faixa de cem quilmetros ao longo das fronteiras, nenhuma concesso de terras ou de vias de comunicao e a abertura destas se efetuaro sem audincia do Conselho Superior da Segurana Nacional, es-tabelecendo este o predomnio de capitais e trabalhadores nacionais e deter-minando as ligaes interiores necessrias defesa das zonas servidas pelas estradas de penetrao.

3 O Poder Executivo, tendo em vista as necessidades de ordem sanitria, aduaneira e da defesa nacional, regulamentar a utilizao das terras pbli-cas, em regio de fronteira, pela Unio e pelos Estados, ficando subordinada aprovao do Poder Legislativo a sua alienao.

31DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

CONSTITUIO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1937(ARTS. 36, 37, 122, 148, 155 E 165)

Art. 36. So do domnio federal: a) os bens que pertencerem Unio nos termos das leis atualmente em vigor; b) os lagos e quaisquer correntes em terrenos do seu domnio ou que ba-nhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros pases ou se es-tendam a territrios estrangeiros;c) as ilhas fluviais e lacustres nas zonas fronteirias.

Art. 37. So do domnio dos Estados:a) os bens de propriedade destes, nos termos da legislao em vigor, com as

restries do artigo antecedente; b) as margens dos rios e lagos navegveis destinadas ao uso pblico, se por

algum ttulo no forem do domnio federal, municipal ou particular.

Art. 122. A Constituio assegura aos brasileiros e estrangeiros residentes no Pas o direito liberdade, segurana individual e propriedade, nos termos seguintes:

14) O direito de propriedade, salvo a desapropriao por necessidade ou utili-dade pblica, mediante indenizao prvia. O seu contedo e os seus limites sero os definidos nas leis que lhe regularem o exerccio.

Art. 148. Todo brasileiro que, no sendo proprietrio rural ou urbano, ocupar, por dez anos contnuos, sem oposio nem reconhecimento de domnio alheio, um trecho de terra at dez hectares, tornando-o produtivo com o seu trabalho e tendo nele a sua morada, adquirir o domnio, mediante sentena declarat-ria devidamente transcrita.

Art. 155. Nenhuma concesso de terras, de rea superior a dez mil hectares, po-der ser feita sem que, em cada caso, preceda autorizao do Conselho Federal.

Art. 165. Dentro de uma faixa de cento e cinqenta quilmetros ao longo das fronteiras, nenhuma concesso de terras ou de vias de comunicao poder efetivar-se sem audincia do Conselho Superior de Segurana Nacional, e a lei providenciar para que nas indstrias situadas no interior da referida faixa predominem os capitais e trabalhadores de origem nacional.

32 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

CONSTITUIO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL, DE 18 DE SETEMBRO DE 1946(ARTS. 34, 35, 141, 147, 156 E 180)

Art. 34. Incluem-se entre os bens da Unio: I os lagos e quaisquer correntes de gua em terrenos do seu domnio ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limite com outros pases ou se estendam a territrio estrangeiro, e bem assim as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes com outros pases; II a poro de terras devolutas indispensvel defesa das fronteiras, s fortificaes, construes militares e estradas de ferro.

Art. 35. Incluem-se entre os bens do Estado os lagos e rios em terrenos do seu domnio e os que tm nascente e foz no territrio estadual.

Art. 141. A Constituio assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade dos direitos concernentes vida, liberdade, a segu-rana individual e propriedade, nos termos seguintes:

3 A lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada.

16. garantido o direito de propriedade, salvo o caso de desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, ou por interesse social, mediante prvia e justa indenizao em dinheiro. Em caso de perigo iminente, como guerra ou comoo intestina, as autoridades competentes podero usar da propriedade particular, se assim o exigir o bem pblico, ficando, todavia, assegurado o direito indenizao ulterior.

Art. 147. O uso da propriedade ser condicionado ao bem-estar social. A lei poder, com observncia do disposto no art. 141, 16, promover a justa dis-tribuio da propriedade, com igual oportunidade para todos.

Art. 156. A lei facilitar a fixao do homem no campo, estabelecendo planos de colonizao e de aproveitamento das terras pblicas. Para esse fim, sero preferidos os nacionais e, dentre eles, os habitantes das zonas empobrecidas e os desempregados. 1 Os Estados asseguraro aos posseiros de terras devolutas, que nelas

tenham morada habitual, preferncia para aquisio at vinte e cinco hectares.

33DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

2 Sem prvia autorizao do Senado Federal, no se far qualquer alienao ou concesso de terras pblicas com rea superior a dez mil hectares.

3 Todo aquele que, no sendo proprietrio rural nem urbano, ocupar, por dez anos ininterruptos, sem oposio nem reconhecimento de domnio alheio, trecho de terra no superior a vinte e cinco hectares, tornando-o pro-dutivo por seu trabalho e tendo nele sua morada, adquirir-lhe- a proprieda-de, mediante sentena declaratria devidamente transcrita.

Art. 180. Nas zonas indispensveis defesa do Pas, no se permitir, sem prvio assentimento do Conselho de Segurana Nacional:

I qualquer ato referente concesso de terras, a abertura de vias de comu-nicao e a instalao de meios de transmisso;

1 A lei especificar as zonas indispensveis defesa nacional, regular a sua utilizao e assegurar, nas indstrias nelas situadas, predominncia de ca-pitais e trabalhadores brasileiros.

34 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

EMENDA CONSTITUCIONAL N 10, DE 9 DE NOVEMBRO DE 1964EMENDA CONSTITUIO DE 1946(ARTS. 1, 2, 3, 4, 5 E 6)

Art. 1 A letra a do n XV do art. 5 da Constituio Federal passa a vigorar com a seguinte redao:

Art. 5 Compete Unio:

XV Legislar sobre: a) Direito Civil, Comercial, Penal, Processual, Eleitoral, Aeronutico, do Trabalho e Agrrio;

Art. 2 O art. 15 acrescido do item e pargrafo seguintes: Art. 15. Compete Unio decretar impostos sobre:

VII Propriedade territorial rural.

9 O produto da arrecadao do imposto territorial rural ser entregue, na forma da lei, pela Unio aos Municpios onde estejam localizados os imveis sobre os quais incida a tributao.

Art. 3 O art. 29 da Constituio e o seu inciso I passam a ter a seguinte redao: Art. 29. Alm da renda que lhes atribuda por fora dos 2, 4, 5 e 9 do art. 15, e dos impostos que, no todo ou em parte, lhes forem trans-feridos pelo Estado, pertencem aos Municpios os impostos: I Sobre propriedade territorial urbana;

Art. 4 O 16 do art. 141 da Constituio Federal passa a ter a seguinte redao: 16. garantido o direito de propriedade salvo o caso de desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, ou por interesse social, mediante prvia e justa indenizao em dinheiro, com a exceo prevista no 1 do art. 147. Em caso de perigo iminente, como guerra ou comoo intestina, as autoridades competentes podero usar da propriedade particular, se assim o exigir o bem pblico, ficando, todavia, assegurado o direito a in-denizao ulterior.

Art. 5 Ao art. 147 da Constituio Federal so acrescidos os pargrafos seguintes: 1 Para os fins previstos neste artigo, a Unio poder promover desa-propriao da propriedade territorial rural, mediante pagamento da prvia e justa indenizao em ttulos especiais da dvida pblica, com clusula de exata correo monetria, segundo ndices fixados pelo Conselho Nacional

35DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

de Economia, resgatveis no prazo mximo de vinte anos, em parcelas anuais sucessivas, assegurada a sua aceitao a qualquer tempo, como meio de pagamento de at cinqenta por cento do Imposto Territorial Rural e como pagamento do preo de terras pblicas. 2 A lei dispor sobre o volume anual ou peridico das emisses, bem como sobre as caractersticas dos ttulos, a taxa dos juros, o prazo e as condies de resgate. 3 A desapropriao de que trata o 1 da competncia exclusiva da Unio e limitar-se- s reas includas nas zonas prioritrias, fixadas em decreto do Poder Executivo, s recaindo sobre propriedades rurais cuja forma de explorao contrarie o disposto neste artigo, conforme for defi-nido em lei 4 A indenizao em ttulos somente se far quando se tratar de latifn-dio, como tal conceituado em lei, excetuadas as benfeitorias necessrias e teis, que sero sempre pagas em dinheiro. 5 Os planos que envolvem desapropriao para fins de reforma agrria sero aprovados por decreto do Poder Executivo, e sua execuo ser da competncia de rgos colegiados, constitudos por brasileiros de notvel saber e idoneidade, nomeados pelo Presidente da Repblica, depois de aprovada a indicao pelo Senado Federal. 6 Nos casos de desapropriao, na forma do 1 do presente artigo, os proprietrios ficaro isentos dos impostos federais, estaduais e municipais que incidam sobre a transferncia da propriedade desapropriada.

Art. 6 Os 1, 2 e 3 do art. 156 da Constituio Federal passam a ter a seguinte redao:

1 Os Estados asseguraro aos posseiros de terras devolutas, que nelas tenham morada habitual, preferncia para aquisio at cem hectares. 2 Sem prvia autorizao do Senado Federal, no se far qualquer alie-nao ou concesso de terras pblicas, com rea superior a trs mil hecta-res, salvo quando se tratar de execuo de planos de colonizao aprova-dos pelo Governo Federal. 3 Todo aquele que, no sendo proprietrio rural nem urbano, ocupar, por dez anos ininterruptos, sem oposio nem reconhecimento de dom-nio alheio, trecho de terra que haja tornado produtivo por seu trabalho e de sua famlia, adquirir-lhe- a propriedade, mediante sentena declarat-ria devidamente transcrita. A rea, nunca excedente de cem hectares, dever ser caracterizada como suficiente para assegurar, ao lavrador e sua famlia, condies de subsistncia e progresso social e econmico, nas dimenses fixadas pela lei, segundo os sistemas agrcolas regionais.

36 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

CONSTITUIO DO BRASIL, DE 24 DE JANEIRO DE 1967(ARTS. 4, 5, 22, 91, 150, 157 E 164)

Art. 4 Incluem-se entre os bens da Unio:I a poro de terras devolutas indispensvel defesa nacional ou essencial ao seu desenvolvimento econmico; II os lagos e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domnio, ou que banhem mais de um Estado, que sirvam de limites com outros pases ou se estendam a territrio estrangeiro, as ilhas ocenicas, assim como as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes com outros pases; III a plataforma submarina; IV as terras ocupadas pelos silvcolas; V os que atualmente lhe pertencem.

Art. 5 Incluem-se entre os bens dos Estados os lagos e rios em terrenos de seu domnio e os que tm nascente e foz no territrio estadual, as ilhas fluviais e lacustres e as terras devolutas no compreendidas no artigo anterior.

Art. 22. Compete Unio decretar impostos sobre:

III propriedade territorial, rural;

1 O imposto territorial, de que trata o item III, no incidir sobre glebas rurais de rea no excedente a vinte e cinco hectares, quando as cultive, s ou com sua famlia, o proprietrio que no possua outro imvel.

Art. 91. Compete ao Conselho de Segurana Nacional:

II nas reas indispensveis segurana nacional, dar assentimento prvio para:

a) concesso de terras, abertura de vias de transporte e instalao de meios de comunicao;

III modificar ou cassar as concesses ou autorizaes referidas no item anterior.

Pargrafo nico. A lei especificar as reas indispensveis segurana nacional, regular sua utilizao e assegurar, nas indstrias nelas situadas, predomi-nncia de capitais e trabalhadores brasileiros.

37DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

Art. 150. A Constituio assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade dos direitos concernentes vida, liberdade, segu-rana e propriedade, nos termos seguintes:

3 A lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada.

22. garantido o direito de propriedade, salvo o caso de desapropriao por necessidade ou utilidade pblica ou por interesse social, mediante prvia e justa indenizao em dinheiro, ressalvado o disposto no art. 157, 1. Em caso de perigo pblico iminente, as autoridades competentes podero usar da propriedade particular, assegurada ao proprietrio indenizao ulterior.

Art. 157. A ordem econmica tem por fim realizar a justia social, com base nos seguintes princpios:

III funo social da propriedade;

1 Para os fins previstos neste artigo, a Unio poder promover a desapro-priao da propriedade territorial rural, mediante pagamento de prvia e justa indenizao em ttulos especiais da dvida pblica, com clusula de exata correo monetria, resgatveis no prazo mximo de vinte anos, em parcelas anuais sucessivas, assegurada a sua aceitao, a qualquer tempo, como meio de pagamento de at cinqenta por cento do imposto territorial rural e como pagamento do preo de terras pblicas.

2 A lei dispor sobre o volume anual ou peridico das emisses, sobre as caractersticas dos ttulos, a taxa dos juros, o prazo e as condies de resgate.

3 A desapropriao de que trata o 1 da competncia exclusiva da Unio e limitar-se- s reas includas nas zonas prioritrias, fixadas em decreto do Poder Executivo, s recaindo sobre propriedades rurais cuja forma de explo-rao contrarie o disposto neste artigo, conforme for definido em lei.

4 A indenizao em ttulos somente se far quando se tratar de latifndio, como tal conceituado em lei, excetuadas as benfeitorias necessrias e teis, que sero sempre pagas em dinheiro.

5 Os planos que envolvem desapropriao para fins de reforma agrria sero aprovados por decreto do Poder Executivo, e sua execuo ser da competncia de rgos colegiados, constitudos por brasileiros, de notvel saber e idoneidade, nomeados pelo Presidente da Repblica, depois de apro-vada a escolha pelo Senado Federal.

6 Nos casos de desapropriao, na forma do 1 do presente artigo, os proprietrios ficaro isentos dos impostos federais, estaduais e municipais que incidam sobre a transferncia da propriedade desapropriada.

38 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

Art. 164. A lei federal dispor sobre as condies de legitimao da posse e de preferncia aquisio de at cem hectares de terras pblicas por aqueles que as tornarem produtivas com o seu trabalho e de sua famlia. Pargrafo nico. Salvo para execuo de planos de reforma agrria, no se far,

sem prvia aprovao do Senado Federal, alienao ou concesso de terras pblicas com rea superior a trs mil hectares.

39DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

ATO INSTITUCIONAL N 9, DE 25 DE ABRIL DE 1969

Deu nova redao ao art. 157 da Constituio do Brasil de 1967, referente desapropriao de terras para fins de reforma agrria.

O PRESIDENTE DA REPBLICA,

CONSIDERANDO a motivao contida nos Prembulos dos Atos Institucionais ns 5 e 6, respectivamente, de 13 de dezembro de 1968 e 1 de fevereiro, de 1969;

CONSIDERANDO, ainda, que a Reforma Agrria, para a sua execuo, reclama instrumentos hbeis que implicam alteraes de ordem constitucional, resolve editar o seguinte Ato Institucional:

Art. 1 O 1 do art. 157 da Constituio Federal passa a vigorar com a se-guinte redao:

Art. 157. 1 Para os fins previstos neste artigo a Unio poder promover a desa-propriao da propriedade territorial rural, mediante pagamento de justa indenizao, fixada segundo os critrios que a lei estabelecer, em ttulos especiais da dvida pblica, com clusula de exata correo monetria, resgatveis no prazo mximo de vinte anos, em parcelas anuais sucessi-vas, assegurada a sua aceitao, a qualquer tempo, como meio de paga-mento de at cinqenta por cento do imposto territorial rural e como pa-gamento do preo de terras pblicas.

Art. 2 substitudo o 5 do art. 157 da Constituio Federal pelo seguinte: 5 O Presidente da Repblica poder delegar as atribuies para desa-propriao de imveis rurais, por interesse social, sendo-lhe privativa a declarao de zonas prioritrias.

Art. 3 Revoga-se o 11 do art. 157 da Constituio Federal.

Art. 4 Este Ato Institucional entra em vigor nesta data, revogadas as disposi-es em contrrio.

40 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

EMENDA CONSTITUCIONAL N 1, DE 17 DE OUTUBRO DE 1969(ARTS. 4, 5, 89, 153, 160, 161, 171, 172 E 198)

Deu nova redao Constituio da Repbli-ca Federativa do Brasil de 1967.

Art. 4 Incluem-se entre os bens da Unio: I a poro de terras devolutas indispensvel segurana e ao desenvolvi-mento nacionais;1

II os lagos e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domnio, ou que banhem mais de um Estado, constituam limite com outros pases ou se estendam a territrio estrangeiro; as ilhas ocenicas, assim como as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes com outros pases; 1-A

III a plataforma continental; IV as terras ocupadas pelos silvcolas;2 V os que atualmente lhe pertencem; e VI o mar territorial.

Art. 5 Incluem-se entre os bens dos Estados os lagos em terrenos de seu do-mnio, bem como os rios que neles tm nascente e foz, as ilhas fluviais e lacus-tres e as terras devolutas no compreendidas no artigo anterior.3

Art. 89. Ao Conselho de Segurana Nacional compete:

III indicar as reas indispensveis segurana nacional e os municpios considerados de seu interesse; IV dar, em relao s reas indispensveis segurana nacional, assenti-mento prvio para:a) concesso de terras, abertura de vias de transporte e instalao de meios de comunicao;4

V modificar ou cassar as concesses ou autorizaes mencionadas no item anterior;

Art. 153. A Constituio assegura aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade dos direitos concernentes vida, liberdade, segu-rana e propriedade, nos termos seguintes:

3 A lei no prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada.

41DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

22. assegurado o direito de propriedade, salvo o caso de desapropriao por necessidade ou utilidade pblica ou interesse social, mediante prvia e justa indenizao em dinheiro, ressalvado o disposto no artigo 161, facultan-do-se ao expropriado aceitar o pagamento em ttulo de dvida pblica, com clusula de exata correo monetria. Em caso de perigo pblico iminente, as autoridades competentes podero usar da propriedade particular, assegu-rada ao proprietrio indenizao ulterior.

34. A lei dispor sobre a aquisio da propriedade rural por brasileiro e es-trangeiro residente no pas, assim como por pessoa natural ou jurdica, esta-belecendo condies, restries, limitaes e demais exigncias, para a de-fesa da integridade do territrio, a segurana do Estado e justa distribuio da propriedade.5

Art. 160. A ordem econmica e social tem por fim realizar o desenvolvimento nacional e a justia social, com base nos seguintes princpios:

I liberdade de iniciativa; II valorizao do trabalho como condio da dignidade humana; III funo social da propriedade;6 IV harmonia e solidariedade entre as categorias sociais de produo; V represso ao abuso do poder econmico, caracterizado pelo domnio dos mercados, a eliminao da concorrncia e o aumento arbitrrio dos lucros; e VI expanso das oportunidades de emprego produtivo.

Art. 161. A Unio poder promover a desapropriao da propriedade territorial rural, mediante pagamento de justa indenizao, fixada segundo os critrios que a lei estabelecer, em ttulos especiais da dvida pblica, com clusula de exata correo monetria, resgatveis no prazo de vinte anos, em parcelas anuais sucessivas, assegurada a sua aceitao, a qualquer tempo, como meio de pagamento at cinqenta por cento do imposto territorial rural e como pagamento do preo de terras pblicas.7 1 A lei dispor sobre volume anual ou peridico das emisses dos ttulos,

suas caractersticas, taxas dos juros, prazo e condies do resgate.8 2 A desapropriao de que trata este artigo da competncia exclusiva da

Unio e limitar-se- s reas includas nas zonas prioritrias, fixadas em de-creto do Poder Executivo, s recaindo sobre propriedades rurais cuja forma de explorao contrarie o acima disposto, conforme for estabelecido em lei.9

3 A indenizao em ttulos somente ser feita quando se tratar de latifndio, como tal conceituado em lei, excetuadas as benfeitorias necessrias e teis, que sero sempre pagas em dinheiro.

4 O PRESIDENTE DA REPBLICA poder delegar as atribuies para a de-sapropriao de imveis rurais por interesse social, sendo-lhe privativa a declarao de zonas prioritrias.9

42 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

5 Os proprietrios ficaro isentos dos impostos federais, estaduais e muni-cipais que incidam sobre a transferncia da propriedade sujeita a desapro-priao na forma deste artigo.

Art. 171. A lei federal dispor sobre as condies de legitimao da posse e de preferncia para aquisio, at cem hectares, de terras pblicas por aqueles que as tornarem produtivas com o seu trabalho e o de sua famlia.10 Pargrafo nico. Salvo para execuo de planos de reforma agrria, no se far,

sem prvia aprovao do Senado Federal, alienao ou concesso de terras pblicas com rea superior a trs mil hectares.

Art. 172. A lei regular, mediante prvio levantamento ecolgico, o aproveita-mento agrcola de terras sujeitas a intempries e calamidades. O mau uso da terra impedir o proprietrio de receber incentivos e auxlios do Governo.11

Art. 198. As terras habitadas pelos silvcolas so inalienveis nos termos que a lei federal determinar, a eles cabendo a sua posse permanente e ficando reco-nhecido o seu direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais e de todas as utilidades nelas existentes.12 1 Ficam declaradas a nulidade e a extino dos efeitos jurdicos de qualquer

natureza que tenham por objeto o domnio, a posse ou a ocupao de terras habitadas pelos silvcolas.

2 A nulidade e extino de que trata o pargrafo anterior no do aos ocu-pantes direito a qualquer ao ou indenizao contra a Unio e a Fundao Nacional do ndio.

43DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, 5 DE OUTUBRO DE 1988

(ARTS. 1 AO 4; ART. 5 CAPUT E INCISOS XXII, XXIII, XXIV, XXVI E LV; ART. 20, INCISOS E PARGRAFOS; ART. 22, INCISO II; ART. 26; ART. 170, INCISOS E PARGRAFOS; ARTS. 184 A 191; ART. 225, PARGRAFOS E INCISOS; ARTS. 231 E 232; ART. 243 E

PARGRAFO NICO; ARTS. 49 A 51 DA ADCT; ART. 68 DA ADCT)

Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos:

I a soberania;II a cidadania;III a dignidade da pessoa humana;IV os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V o pluralismo poltico.

Pargrafo nico. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de re-presentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituio.

Art. 2 So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legis-lativo, o Executivo e o Judicirio.

Art. 3 Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil:I construir uma sociedade livre, justa e solidria;II garantir o desenvolvimento nacional;III erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as desigualdades sociais e regionais;IV promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao.

Art. 4 A Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes internacio-nais pelos seguintes princpios:

I independncia nacional;II prevalncia dos direitos humanos;III autodeterminao dos povos;IV no-interveno;V igualdade entre os Estados;VI defesa da paz;VII soluo pacfica dos conflitos;VIII repdio ao terrorismo e ao racismo;IX cooperao entre os povos para o progresso da humanidade;X concesso de asilo poltico.

44 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

Pargrafo nico. A Repblica Federativa do Brasil buscar a integrao econ-mica, poltica, social e cultural dos povos da Amrica Latina, visando for-mao de uma comunidade latino-americana de naes.

Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabi-lidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:

XXII garantido o direito de propriedade;XXIII a propriedade atender a sua funo social;XXIV a lei estabelecer o procedimento para desapropriao por neces-sidade ou utilidade pblica, ou por interesse social, mediante justa e prvia indenizao em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituio;

XXVI a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que traba-lhada pela famlia, no ser objeto de penhora para pagamento de dbitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de fi-nanciar o seu desenvolvimento;

LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

Art. 20. So bens da Unio: I os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribudos;II as terras devolutas indispensveis defesa das fronteiras, das fortifica-es e construes militares, das vias federais de comunicao e preserva-o ambiental, definidas em lei; III os lagos, rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domnio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros pases, ou se estendam a territrio estrangeiro ou dele provenham, bem como os ter-renos marginais e as praias fluviais;IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes com outros pases; as praias martimas; as ilhas ocenicas e as costeiras, excludas, destas, as re-as referidas no art. 26, II; V os recursos naturais da plataforma continental e da zona econmica exclusiva;VI o mar territorial; VII os terrenos de marinha e seus acrescidos;VIII os potenciais de energia hidrulica;IX os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

45DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

X as cavidades naturais subterrneas e os stios arqueolgicos e pr-histricos;XI as terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios.

1 assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, bem como a rgos da administrao direta da Unio, parti-cipao no resultado da explorao de petrleo ou gs natural, de recur-sos hdricos para fins de gerao de energia eltrica e de outros recursos minerais no respectivo territrio, plataforma continental, mar territorial ou zona econmica exclusiva, ou compensao financeira por essa ex-plorao.

2 A faixa de at cento e cinqenta quilmetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, considerada fun-damental para defesa do territrio nacional, e sua ocupao e utilizao sero reguladas em lei.

Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:

II desapropriao;

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:I as guas superficiais ou subterrneas, fluentes, emergentes e em depsi-to, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da Unio;II as reas, nas ilhas ocenicas e costeiras, que estiverem no seu domnio, excludas aquelas sob domnio da Unio, Municpios ou terceiros;III as ilhas fluviais e lacustres no pertencentes Unio;IV as terras devolutas no compreendidas entre as da Unio.

Art. 170. A ordem econmica, fundada na valorizao do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existncia digna, conforme os ditames da justia social, observados os seguintes princpios:

I soberania nacional;II propriedade privada;III funo social da propriedade;IV livre concorrncia; V defesa do consumidor; VI defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e servios e de seus processos de elaborao e prestao;13 VII reduo das desigualdades regionais e sociais;VIII busca do pleno emprego;IX tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constitudas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administrao no Pas.14

46 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

Pargrafo nico. assegurado a todos o livre exerccio de qualquer atividade econmica, independentemente de autorizao de rgos pblicos, salvo nos casos previstos em lei.

Art. 184. Compete Unio desapropriar por interesse social, para fins de re-forma agrria, o imvel rural que no esteja cumprindo sua funo social, mediante prvia e justa indenizao em ttulos da dvida agrria, com clusula de preservao do valor real, resgatveis no prazo de at vinte anos, a partir do segundo ano de sua emisso, e cuja utilizao ser definida em lei. 1 As benfeitorias teis e necessrias sero indenizadas em dinheiro. 2 O decreto que declarar o imvel como de interesse social, para fins de

reforma agrria, autoriza a Unio a propor a ao de desapropriao. 3 Cabe lei complementar estabelecer procedimento contraditrio especial,

de rito sumrio, para o processo judicial de desapropriao. 4 O oramento fixar anualmente o volume total de ttulos da dvida agrria,

assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrria no exerccio.

5 So isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operaes de transferncia de imveis desapropriados para fins de reforma agrria.

Art. 185. So insuscetveis de desapropriao para fins de reforma agrria: I a pequena e mdia propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietrio no possua outra;II a propriedade produtiva.

Pargrafo nico. A lei garantir tratamento especial propriedade produtiva e fixar normas para o cumprimento dos requisitos relativos sua funo social.

Art. 186. A funo social cumprida quando a propriedade rural atende, si-multaneamente, segundo critrios e graus de exigncia estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I aproveitamento racional e adequado;II utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente;III observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho;IV explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores.

Art. 187. A poltica agrcola ser planejada e executada na forma da lei, com a participao efetiva do setor de produo, envolvendo produtores e trabalha-dores rurais, bem como dos setores de comercializao, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:

I os instrumentos creditcios e fiscais;II os preos compatveis com os custos de produo e a garantia de comer-cializao;III o incentivo pesquisa e tecnologia;IV a assistncia tcnica e extenso rural;

47DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

V o seguro agrcola;VI o cooperativismo;VII a eletrificao rural e irrigao;VIII a habitao para o trabalhador rural.

1 Incluem-se no planejamento agrcola as atividades agro-industriais, agro-pecurias, pesqueiras e florestais.

2 Sero compatibilizadas as aes de poltica agrcola e de reforma agrria.

Art. 188. A destinao de terras pblicas e devolutas ser compatibilizada com a poltica agrcola e com o plano nacional de reforma agrria. 1 A alienao ou a concesso, a qualquer ttulo, de terras pblicas com rea

superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa fsica ou jurdica, ainda que por interposta pessoa, depender de prvia aprovao do Congresso Nacional.

2 Excetuam-se do disposto no pargrafo anterior as alienaes ou as con-cesses de terras pblicas para fins de reforma agrria.

Art. 189. Os beneficirios da distribuio de imveis rurais pela reforma agr-ria recebero ttulos de domnio ou de concesso de uso, inegociveis pelo prazo de dez anos.Pargrafo nico. O ttulo de domnio e a concesso de uso sero conferidos ao

homem ou mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condies previstos em lei.

Art. 190. A lei regular e limitar a aquisio ou o arrendamento de proprieda-de rural por pessoa fsica ou jurdica estrangeira e estabelecer os casos que dependero de autorizao do Congresso Nacional.

Art. 191. Aquele que, no sendo proprietrio de imvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposio, rea de terra, em zona rural, no superior a cinqenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua famlia, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe- a propriedade. Pargrafo nico. Os imveis pblicos no sero adquiridos por usucapio.

Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. 1 Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:

I preservar e restaurar os processos ecolgicos essenciais e prover o mane-jo ecolgico das espcies e ecossistemas;II preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico; III definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a su-

48 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

presso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo; IV exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencial-mente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade; V controlar a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mto-dos e substncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a cons-cientizao pblica para a preservao do meio ambiente;VII proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as prticas que coloquem em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino de espcies ou submetam os animais a crueldade.

2 Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com soluo tcnica exigida pelo rgo p-blico competente, na forma da lei.

3 As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os danos causados.

4 A Floresta Amaznica brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira so patrimnio nacional, e sua utilizao far-se-, na forma da lei, dentro de condies que assegurem a preservao do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos na-turais.

5 So indisponveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por aes discriminatrias, necessrias proteo dos ecossistemas naturais.

6 As usinas que operem com reator nuclear devero ter sua localizao definida em lei federal, sem o que no podero ser instaladas.

Art. 231. So reconhecidos aos ndios sua organizao social, costumes, ln-guas, crenas e tradies, e os direitos originrios sobre as terras que tradicio-nalmente ocupam, competindo Unio demarc-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. 1 So terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios as por eles habitadas

em carter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindveis preservao dos recursos ambientais necessrios a seu bem-estar e as necessrias a sua reproduo fsica e cultural, segundo seus usos, costumes e tradies.

2 As terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

3 O aproveitamento dos recursos hdricos, includos os potenciais energti-cos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indgenas s podem

49DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

ser efetivados com autorizao do Congresso Nacional, ouvidas as comuni-dades afetadas, ficando-lhes assegurada participao nos resultados da lavra, na forma da lei.

4 As terras de que trata este artigo so inalienveis e indisponveis, e os direitos sobre elas, imprescritveis.

5 vedada a remoo dos grupos indgenas de suas terras, salvo, ad refe-rendum do Congresso Nacional, em caso de catstrofe ou epidemia que po-nha em risco sua populao, ou no interesse da soberania do Pas, aps de-liberao do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hiptese, o retorno imediato logo que cesse o risco.

6 So nulos e extintos, no produzindo efeitos jurdicos, os atos que tenham por objeto a ocupao, o domnio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a explorao das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse pblico da Unio, segundo o que dispuser lei complementar, no gerando a nulidade e a extino direito indenizao ou a aes contra a Unio, salvo, na forma da lei, quanto s benfeitorias derivadas da ocupao de boa-f.

7 No se aplica s terras indgenas o disposto no art. 174, 3 e 4.

Art. 232. Os ndios, suas comunidades e organizaes so partes legtimas para ingressar em juzo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Minis-trio Pblico em todos os atos do processo.

Art. 243. As glebas de qualquer regio do Pas onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrpicas sero imediatamente expropriadas e especifi-camente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentcios e medicamentosos, sem qualquer indenizao ao proprietrio e sem prejuzo de outras sanes previstas em lei. Pargrafo nico. Todo e qualquer bem de valor econmico apreendido em decor-

rncia do trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins ser confiscado e rever-ter em benefcio de instituies e pessoal especializados no tratamento e recu-perao de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalizao, controle, preveno e represso do crime de trfico dessas substncias.

ATO DAS DISPOSIES CONSTITUCIONAIS TRANSITRIAS

Art. 49. A lei dispor sobre o instituto da enfiteuse em imveis urbanos, sendo facultada aos foreiros, no caso de sua extino, a remio dos aforamentos mediante aquisio do domnio direto, na conformidade do que dispuserem os respectivos contratos. 1 Quando no existir clusula contratual, sero adotados os critrios e bases

hoje vigentes na legislao especial dos imveis da Unio.

50 COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA

2 Os direitos dos atuais ocupantes inscritos ficam assegurados pela aplicao de outra modalidade de contrato.

3 A enfiteuse continuar sendo aplicada aos terrenos de marinha e seus acrescidos, situados na faixa de segurana, a partir da orla martima.

4 Remido o foro, o antigo titular do domnio direto dever, no prazo de noventa dias, sob pena de responsabilidade, confiar guarda do registro de imveis competente toda a documentao a ele relativa.

Art. 50. Lei agrcola a ser promulgada no prazo de um ano dispor, nos termos da Constituio, sobre os objetivos e instrumentos de poltica agrcola, priori-dades, planejamento de safras, comercializao, abastecimento interno, mer-cado externo e instituio de crdito fundirio.

Art. 51. Sero revistos pelo Congresso Nacional, atravs de Comisso mista, nos trs anos a contar da data da promulgao da Constituio, todas as doaes, vendas e concesses de terras pblicas com rea superior a trs mil hectares, realizadas no perodo de 1 de janeiro de 1962 a 31 de dezembro de 1987. 1 No tocante s vendas, a reviso ser feita com base exclusivamente no

critrio de legalidade da operao. 2 No caso de concesses e doaes, a reviso obedecer aos critrios de

legalidade e de convenincia do interesse pblico. 3 Nas hipteses previstas nos pargrafos anteriores, comprovada a ilegali-

dade, ou havendo interesse pblico, as terras revertero ao patrimnio da Unio, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municpios.

Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os ttulos respectivos.

51DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

NOTAS

(1) V. Lei n 6.634, de 2-5-79, que dispe sobre a Faixa de Fronteira, e Decreto-lei n 1.164, de 1.4.71, que dispe sobre reas indispensveis segurana e ao desenvolvimento nacionais.

(1-A) V. RE 60.813-RJ STF.

(2) V. Lei n 6.001, de 19-12-73, que dispe sobre o Estatuto do ndio. Smula 480 do STF, AC, 9.620-MT-STF. Ag. 40.409-SP TFR.

(3) Art. 5 com a redao dada pela Emenda Constitucional n 16, de 27-11-80, que incluiu nele os Territrios Federais.

(4) V. Lei n 6.634, de 2-5-79, Decreto-lei n 1.164, de 1-4-71, e Lei n 5.709, de 7-10-71.

(5) V. Lei n 5.709, de 7-10-71, regulamentada pelo Decreto n 74.965, de 26-11-74,que re-gula a aquisio de imvel rural por estrangeiro residente no Pas ou pessoa jurdica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil.

(6) V. Lei n 4.504, de 30-11-64, que dispe sobre o Estatuto da Terra, e AC 54.186-RS - TFR.

(7) V. Decreto-lei n 554, de 25-4-69, e Decreto n 59.443, de 11-11-66, que regulamenta a emisso dos Ttulos da Dvida Agrria - TDA, art. 10 do Decreto-lei n 582, de 15-5-69, e AC 36.906-RS - TFR.

(8) V. Decreto n 59.443, de 1-11-66, e art. 10 do Decreto-lei n 582, de 15-5-69.

(9) V. Lei n 4.504, de 30-11-64, RE 89.880-PA-STF, RE. 81.603-MT-STF, RMS 11.656-RS-STF.

(10) V. art. 29 da Lei n 6.383, de 7-12-76; AC. 52.835-GO-TFR.

(11) V. art. 119 da Lei n 4.504, de 30-11-64, e art. 65 do Decreto n 59.566, de 14-11-66.

(12) V. Lei n 6.001, de 19-12-73, que dispe sobre o Estatuto do ndio. Smula n 480 do STF. AC 9.620-MT-STF. Ag. 40.409-SP TFR.

(13) Redao dada pela Emenda Constitucional n 42, de 19-12-2003. Redao anterior: VI - defesa do meio ambiente;

(14) Redao dada pela Emenda Constitucional n 6, de 15-8-95. Redao anterior: IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de peque-no porte.

LEIS COMPLEMENTARES

55LEIS COMPLEMENTARES

LEI CONSTITUCIONAL N 5, DE 10 DE MARO DE 1942 (ART. 1)

Emenda os artigos 122, 166 e 168 da Consti-tuio de 1937.

O PRESIDENTE DA REPBLICA, usando da atribuio que lhe confere o art. 180 da Constituio, decreta:

Art. 1 O art. 122, n 14, da Constituio, fica assim redigido:

Art. 12214) o direito de propriedade, salvo a desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, mediante indenizao prvia, ou a hiptese prevista no 2 do art. 166. O seu contedo e os seus limites sero os definidos nas leis que lhe regularem o exerccio.

COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA56

LEI COMPLEMENTAR N 76, DE 6 DE JULHO DE 1993(TEXTO ORIGINAL, PUBLICADO NO DIRIO OFICIAL DA UNIO EM 7 DE JULHO DE 1993)

Dispe sobre o procedimento contraditrio especial, de rito sumrio, para o processo de desapropriao de imvel rural, por interesse social, para fins de reforma agrria.

O PRESIDENTE DA REPBLICA,

Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:

Art. 1 O procedimento judicial da desapropriao de imvel rural, por inte-resse social, para fins de reforma agrria, obedecer ao contraditrio especial, de rito sumrio, previsto nesta Lei Complementar.

Art. 2 A desapropriao de que trata esta Lei Complementar de competn-cia privativa da Unio e ser precedida de decreto declarando o imvel de in-teresse social, para fins de reforma agrria. 1 A ao de desapropriao, proposta pelo rgo federal executor da refor-

ma agrria, ser processada e julgada pelo juiz federal competente, inclusive durante as frias forenses.

2 Declarado o interesse social, para fins de reforma agrria, fica o expro-priante legitimado a promover a vistoria e a avaliao do imvel, inclusive com o auxlio de fora policial, mediante prvia autorizao do juiz, respon-sabilizando-se por eventuais perdas e danos que seus agentes vierem a causar, sem prejuzo das sanes penais cabveis.

Art. 3 A ao de desapropriao dever ser proposta dentro do prazo de dois anos, contado da publicao do decreto declaratrio.

Art. 4 Intentada a desapropriao parcial, o proprietrio poder requerer, na con-testao, a desapropriao de todo o imvel, quando a rea remanescente ficar:

I reduzida a superfcie inferior da pequena propriedade rural; ou II prejudicada substancialmente em suas condies de explorao econ-mica, caso seja o seu valor inferior ao da parte desapropriada.

Art. 5 A petio inicial, alm dos requisitos previstos no Cdigo de Processo Civil, conter a oferta do preo e ser instruda com os seguintes documentos:

I texto do decreto declaratrio de interesse social para fins de reforma agrria, publicado no Dirio Oficial da Unio;II certides atualizadas de domnio e de nus real do imvel;III documento cadastral do imvel;IV laudo de vistoria e avaliao administrativa, que conter, necessariamente:

57LEIS COMPLEMENTARES

a) descrio do imvel, por meio de suas plantas geral e de situao, e me-morial descritivo da rea objeto da ao; b) relao das benfeitorias teis, necessrias e volupturias, das culturas e pastos naturais e artificiais, da cobertura florestal, seja natural ou decorrente de florestamento ou reflorestamento, e dos semoventes; c) discriminadamente, os valores de avaliao da terra nua e das benfeitorias indenizveis.

Art. 6 O juiz, ao despachar a petio inicial, de plano ou no prazo mximo de quarenta e oito horas:

I autorizar o depsito judicial correspondente ao preo oferecido; II mandar citar o expropriando para contestar o pedido e indicar assisten-te tcnico, se quiser; III expedir mandado ordenando a averbao do ajuizamento da ao no registro do imvel expropriando, para conhecimento de terceiros.

1 Efetuado o depsito do valor correspondente ao preo oferecido, o juiz mandar, no prazo de quarenta e oito horas, imitir o autor na posse do im-vel expropriando.

2 Inexistindo dvida acerca do domnio, ou de algum direito real sobre o bem, ou sobre os direitos dos titulares do domnio til, e do domnio direto, em caso de enfiteuse ou aforamento, ou, ainda, inexistindo diviso, hiptese em que o valor da indenizao ficar depositado disposio do juzo en-quanto os interessados no resolverem seus conflitos em aes prprias, poder o expropriando requerer o levantamento de oitenta por cento da indenizao depositada, quitado os tributos e publicados os editais, para conhecimento de terceiros, a expensas do expropriante, duas vezes na im-prensa local e uma na oficial, decorrido o prazo de trinta dias.

3 O juiz poder, para a efetivao da imisso na posse, requisitar fora policial.

Art. 7 A citao do expropriando ser feita na pessoa do proprietrio do bem, ou de seu representante legal, obedecido o disposto no art. 12 do Cdigo de Processo Civil. 1 Em se tratando de enfiteuse ou aforamento, sero citados os titulares do

domnio til e do domnio direto, exceto quando for contratante a Unio. 2 No caso de esplio, inexistindo inventariante, a citao ser feita na pes-

soa do cnjuge sobrevivente ou na de qualquer herdeiro ou legatrio que esteja na posse do imvel.

3 Sero intimados da ao os titulares de direitos reais sobre o imvel de-sapropriando.

4 Sero ainda citados os confrontantes que, na fase administrativa do pro-cedimento expropriatrio, tenham, fundamentadamente, contestado as di-visas do imvel expropriando.

Art. 8 O autor, alm de outras formas previstas na legislao processual civil, poder requerer que a citao do expropriando seja feita pelo correio,

COLETNEA DE LEGISLAO E JURISPRUDNCIA AGRRIA E CORRELATA58

atravs de carta com aviso de recepo, firmado pelo destinatrio ou por seu representante legal.

Art. 9 A contestao deve ser oferecida no prazo de quinze dias e versar ma-tria de interesse da defesa, excluda a apreciao quanto ao interesse social declarado. 1 Recebida a contestao, o juiz, se for o caso, determinar a realizao de

prova pericial, adstrita a pontos impugnados do laudo de vistoria administra-tiva, a que se refere o art. 5, inciso IV e, simultaneamente: I designar o perito do juzo; II formular os quesitos que julgar necessrios; III intimar o perito e os assistentes para prestar compromisso, no prazo de cinco dias; IV intimar as partes para apresentar quesitos, no prazo de dez dias.

2 A prova pericial ser concluda no prazo fixado pelo juiz, no excedente a sessenta dias, contado da data do compromisso do perito.

Art. 10. Havendo acordo sobre o preo, este ser homologado por sentena.