Ciência Política e Direito Constitucional

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    1/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    CINCIA POLTICA E DIREITO CONSTITUCIONAL

    2001 / 2002

    1

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    2/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Bibliografia:

    CANOTILHO, J., Direito Constitucional e Teoria da Constituio, 5. ed., Almedina,2002MACHADO, Joo Baptista, Introduo ao Direito e ao Discurso Legitimador, 12.reimpresso, Almedina, 2000MACHADO, Jonatas et al, Direito Constitucional Casos prticos resolvidos, 1995SOARES, Filgueiras, Introduo poltica, Didtica Editora, 1977

    os apontamentos dispersos das aulas tericas dos Professores

    Gomes Canotilho e Jonatas Machado e sistemticos das aulasprticas do Prof. Mrio Simes Barata.

    NOTA IMPORTANTE: estes apontamentos so informais, fruto dacompilao particular entre o G14 e no foram revistos nemratificados pelos docentes.

    2

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    3/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Labor improbus omnia vincit

    3

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    4/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Citaes............................................................ 10Organizao poltica................................................ 11Nao............................................................. 11Estado............................................................ 11Elementos constitutivos do Estado ............................... 11

    Poder............................................................. 11CONSTITUIO........................................................ 12Sentido material.................................................. 12Sentido formal.................................................... 12Sentido formal nuclear .......................................... 12Sentido formal complementar ..................................... 12

    Sentido instrumental.............................................. 12Sentido institucional............................................. 12Importncia do prembulo.......................................... 13

    BREVE HISTRIA DA CONSTITUIO PORTUGUESA........................... 14Constituio 1822................................................. 15Princpios estruturantes ........................................ 15Direitos fundamentais ........................................... 15Poderes polticos ............................................... 15Ruptura ......................................................... 15

    Constituio 1826................................................. 16Princpios estruturantes ........................................ 16Poderes polticos ............................................... 16Direitos fundamentais ........................................... 16Ruptura ......................................................... 16

    Constituio de 1838.............................................. 17Princpios estruturantes ........................................ 17Estrutura da Constituio ....................................... 17Ruptura ......................................................... 17

    Constituio de 1911.............................................. 18Viso global: princpio republicano ............................. 18Repblica laica ................................................. 18Descentralizada ................................................. 18Suporte social .................................................. 18Estrutura ....................................................... 18

    Constituio de 1933 o Estado Novo.............................. 20Ideologia constitucional do Estado Novo ......................... 20Estado forte .................................................... 20Ideia supra-individualista da Nao ............................. 20Constituio econmica .......................................... 20Estrutura ....................................................... 20Estrutura poltica e organizatria .............................. 20

    Constituio de 1976.............................................. 22Tradies de continuidade Constitucional.......................... 24

    PODER CONSTITUINTE.................................................. 24Poder constituinte ou originrio.................................. 24Titular do poder constituinte..................................... 24Procedimentos constituintes....................................... 24

    As instituies da Confederao Norte-Americana ............... 254

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    5/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Limites ao Poder Constituinte..................................... 26Garantias da Constituio......................................... 27Vcios............................................................ 27

    PRINCPIOS CONSTITUCIONALMENTE ESTRUTURANTES........................ 27Princpio Estado de Direito....................................... 28Legalidade da Administrao ..................................... 29Subprincpio da prevalncia ou supremacia da lei .............. 29Subprincpio da reserva de lei ................................ 31

    Preciso ou determinabilidade das leis .......................... 31No retroactividade das leis .................................... 32Proibio dos pr-efeitos das leis .............................. 32Segurana jurdica e proteco da confiana dos cidados - actos

    jurisdicionais .................................................. 32Segurana jurdica e proteco da confiana dos cidados - actos daAdministrao ................................................... 33Segurana jurdica e proteco da confiana dos cidados - actos dolegislador ou normativos ........................................ 33

    Proibio do excesso ou proporcionalidade......................... 33Princpio da Necessidade (ou exigibilidade) ..................... 33Princpio da Adequao (ou conformidade) ........................ 33Princpio da Proporcionalidade .................................. 33

    Princpio da proteco jurdica................................... 33Princpio democrtico............................................. 34Democracia directa .............................................. 35Democracia indirecta ou representativa .......................... 35Democracia semi-directa - o referendo ........................... 36Sufrgio ........................................................ 36Princpios materiais do sufrgio .............................. 36

    Sistemas eleitorais ............................................. 37Partidos polticos .............................................. 37

    Princpio da Sociabilidade (socialista)........................... 38Deciso socialista e abertura econmica, social e cultural (ESC) 38Significado jurdico-constitucional do princpio Econmica, Sociale Cultural ...................................................... 38No retrocesso social ........................................... 39O princpio ESC como elemento de interpretao .................. 39Imposio de democracia ESC ..................................... 39O princpio ESC como fundamento de pretenses jurdicas ......... 39O princpio DESC e a Administrao .............................. 39O principio DESC como limite reviso constitucional ........... 39A concretizao constitucional do princpio DESC ................ 39Tarefas ou funes do Estado .................................. 39A Constituio econmica ...................................... 40A Constituio do trabalho .................................... 40A Constituio social ......................................... 41A Constituio cultural ....................................... 41O princpio da igualdade ...................................... 41

    Princpio da unidade do Estado.................................... 42O Estado unitrio da Constituio - o art. 6. .................. 42Organizao territorial do poder .............................. 42

    5

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    6/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Regime autonmico insular ..................................... 42Princpio da autonomia da autarquias locais ................... 42DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS..................................... 43Regime geral dos dtos fundamentais e regime especfico dos DLGs.. 43Regime geral dos direitos fundamentais............................ 43Princpio da universalidade ..................................... 43Princpio da reciprocidade ...................................... 43Direitos das pessoas colectivas ................................. 44

    Regime especfico dos DLGs....................................... 44Casos especiais de restrio...................................... 45Restries de DLGs............................................... 471. requisito critrio da lei formal .......................... 472. requisito autorizao expressa ............................ 473. requisito proibio do excesso ............................ 474. requisito generalidade e abstraco ....................... 475. requisito no retroactividade ............................. 476. requisito salvaguarda do ncleo essencial ................. 47

    INTERPRETAO CONSTITUCIONAL........................................ 48Princpio da unidade da Constituio.............................. 48Princpio da concordncia prtica................................ 48Princpio da mxima efectividade.................................. 48

    ESTRUTURA E FUNES DOS RGOS DE SOBERANIA......................... 49O PRESIDENTE DA REPBLICA......................................... 49Posio jurdico-constitucional ................................. 49Os poderes do PR ................................................ 49Poderes prprios .............................................. 49Direco poltica ............................................. 49Poderes de controlo ........................................... 49Direito de recusa de referendo ................................ 50

    ASSEMBLEIA DA REPBLICA........................................... 50Posio jurdico-constitucional ................................. 50Funes ......................................................... 50De eleio .................................................... 50Legislativa ................................................... 50Controlo ...................................................... 50Fiscalizao .................................................. 51Autorizante ................................................... 51Representao ................................................. 51Europeia ...................................................... 51

    GOVERNO........................................................... 51Posio jurdico-constitucional ................................. 51Primeiro Ministro ............................................... 51Princpios estruturantes do Governo ............................. 51Responsabilidade poltica do Governo ............................ 52Funes do Governo .............................................. 52

    Conselho de Estado................................................ 52TRIBUNAIS......................................................... 52Os Tribunais na Constituio .................................... 52Princpios estruturantes do poder judicirio .................... 52Princpios jurdico-organizatrios .............................. 53

    6

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    7/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Estrutura orgnica dos Tribunais ................................ 53Tribunal Constitucional ......................................... 54Ministrio Pblico (MP) ......................................... 55Os Conselhos Superiores ......................................... 55

    REGIME POLTICO................................................... 55Elementos do Regime Parlamentar................................... 55Elementos do regime presidencial.................................. 56Elementos do regime Parlamentar Presidencialista.................. 56

    ESTRUTURAS NORMATIVAS............................................... 56A Constituio e o sistema das fontes de Direito.................. 56Relevo da Constituio .......................................... 60A Constituio e o cosmos normativo ........................... 61Relaes entre fontes do Direito .............................. 61A lei............................................................. 61

    Individualizao e anlise de algumas categorias de Leis ........ 61Decreto-Lei....................................................... 62Decretos Legislativos Regionais................................... 62Lei orgnica...................................................... 63Fiscalizao preventiva ......................................... 63Das leis ...................................................... 64Das leis orgnicas ............................................ 64

    Lei de autorizao................................................ 64Leis de Bases..................................................... 66Leis estatutrias................................................. 66Decretos Leis..................................................... 67Regulamento....................................................... 67Tipos de Regulamentos ........................................... 67

    Decretos.......................................................... 68Actos normativos atpicos......................................... 68O Direito Internacional........................................... 68Directivas comunitrias ......................................... 69

    GARANTIA E CONTROLO DA CONSTITUIO................................. 69Quem controla as normas constitucionais?.......................... 70Como se controla?................................................. 70Quando se controla?............................................... 71Quem pede o controlo / Quem tem legitimidade?..................... 71Quais os efeitos do controlo?..................................... 71

    FISCALIZAO DA INCONSTITUCIONALIDADE............................... 71Processo de fiscalizao de inconstitucionalidade por omisso..... 75Omisses ........................................................ 75Requisitos processuais .......................................... 76Requisitos processuais subjectivos ............................ 76Requisitos objectivos ......................................... 76

    Efeitos ......................................................... 76Processo de fiscalizao abstracta preventiva..................... 76Controle preventivo ............................................. 76Requisitos processuais .......................................... 77Requisitos processuais subjectivos ............................ 77Requisitos processuais objectivos ............................. 77Requisitos processuais temporais .............................. 77

    7

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    8/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Efeitos ......................................................... 77Veto e reenvio ................................................ 77Expurgao ou confirmao ..................................... 78Reformulao .................................................. 78Falta de promulgao ou de assinatura ......................... 78

    Fiscalizao preventiva de Leis orgnicas......................... 78Processo fiscalizao abstracta sucessiva......................... 78Requisitos Processuais .......................................... 79Requisitos objectivos ......................................... 79Requisitos subjectivos ........................................ 79

    Princpios do processo .......................................... 79Efeitos das decises ............................................ 80Fora de caso julgado ......................................... 80Fora obrigatria geral ....................................... 80

    Efeitos das decises (continuao) .............................. 80Regime geral .................................................. 80Efeitos repristinatrios ...................................... 81Sentenas de rejeio de inconstitucionalidade ................ 81

    Processo de fiscalizao difuso, concreto ou incidental........... 81Sentido geral da fiscalizao judicial concreta ................. 81Requisitos processuais .......................................... 82Requisitos subjectivos ........................................ 82Requisitos objectivos ......................................... 82

    Recursos para o TC .............................................. 83Tipos de recursos ............................................. 83Objecto ..................................................... 83Qualidade dos recorrentes ................................... 83Carcter obrigatrio ou facultativo ......................... 83Anlise dos recursos ........................................ 84Efeitos das decises dos TC ................................. 84

    Processo de declarao de inconstitucionalidade com base em controloconcreto.......................................................... 86

    HISTRIA DAS IDEIAS POLTICAS....................................... 87Thomas Hobbes..................................................... 87John Locke........................................................ 88Montesquieu....................................................... 88JJ Rousseau....................................................... 88

    ESQUEMAS............................................................ 90Princpio da unidade do Estado.................................... 91Princpio Estado Direito.......................................... 92Regime especfico dos DLGs....................................... 94Princpio Democrtico............................................. 96Princpio democrtico, econmico social e cultural................ 99

    8

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    9/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Alexandre Herculano ................................20Alexis Toqueville.......................................32Antnio Oliveira Salazar ...........................21Antnio Vitorino ........................................22anulabilidade.............................................29Benjamin Constant ...................................18Carta Constitucional outorgada................18confederao............................................24Constituio..............................................23Constituio Brasileira..............................20

    Constituio econmica......................21, 37Constituio pactuada ..............................19Conveno Constitucional de Filadlfia....24Costa Cabral.......................................18, 19democracia directa ...................................33descontinuidade material..........................23Direitos fundamentais de natureza anloga

    ..............................................................41Disposies transitrias............................31espelho da sociedade...............................35Estado.......................................................13Fernando Catroga.....................................20funes de terceira ordem........................37Giovanni Sartori........................................32Gomes Canotilho..........2, 17, 22, 23, 27, 43James Madison.........................................25jurisdicidade..............................................28liberdade de conscincia ..........................41Maastricht. .......... Ver Tratado de MaastrichtMarcelo Rebelo Sousa .............................22Mrio Barata .............................2, 20, 22, 41modelos de poder Constituinte.................24Montesquieu.......................................18, 25

    Nao .......................................................13nacionalismo romntico............................13normas abstractamente impositivas .........69normas constitucionalmente impositivas ..69normas imperfeitas ...................................70normas tarefa............................................69

    nula poena sine lege................................30nulabilidade ..............................................29nulum crimen sine lege............................30o veto jurdico...........................................59Passos Manuel.........................................18poder.12, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24,

    25, 32, 34, 35, 36, 87povo..................................23, 24, 27, 32, 87princpio monrquico................................18princpio representativo............................18

    princpio republicano .................... 20, 33, 34rectroactividade autntica ........................ 30rectroactividade inautntica......................30referendo..........................20, 21, 24, 33, 34Regulamentos ..................27, 29, 52, 55, 61res privata.................................................33res publica................................................33restrio constitucionalmente autorizada.42restrio constitucionalmente expressa ... 42retroactividade autntica .......................... 30retroactividade inautntica .......................30reviso extraordinria...............................26reviso peridica ......................................26revises oficiais da Constituio de 1976 22Rousseau .................................................33segmento..................................................41separao de poderes horizontal.............25separao de poderes vertical ................. 25Splica de Constituio............................16teoria da essencialidade.....................33, 53Teoria da regulamentao das liberdades41Tratado de Maastricht ..............................22vacatio legis..............................................30

    veto poltico ..............................................59Vcios formais...........................................26Vcios materiais........................................26Vcios orgnicos.......................................26vintismo constitucional .............................19

    9

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    10/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Citaes

    Lord ActonO poder corrompe. O poder absoluto corrompe absolutamente

    Freitas do Amaral, Histria das Ideias PolticasQuando o poder no exercido por quem o detm, depressa passa

    a ser detido por quem o exerce.

    Jorge Miranda, Direito Constitucional, Vol. IVA indiferena perante a excluso social corri os direitoseconmicos, sociais e culturais, assim como o abstencionismoeleitoral corri os direitos de participao poltica.

    Samuelson, Economia, 16. ed.E quando o sistema legal perde valor [...] as pessoas comeam arecear pelas suas vidas e ficam com pouco tempo e disposio

    para fazerem investimentos de longo prazo para o futuro.

    10

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    11/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Organizao poltica

    Nao o conjunto de cidados do Estado.

    Estado a Nao (comunidade) politicamente organizada.

    O estado soberano caracteriza-se por um poder supremo no planointerno e independente no plano internacional. A soberania noplano interno traduz-se no monoplio da:

    - produo do direito positivo;

    - coaco legtima para o impor;

    Elementos constitutivos do Estado1. poder poltico de comando;

    2. destinado aos cidados nacionais (o povo - sujeitos doEstado e destinatrios da soberania);

    3. reunidos num determinado territrio;

    Poder- a faculdade de mandar e a capacidade de se fazer

    obedecer.

    (Prof. Freitas do Amaral)

    - Faculdade de traar livremente a sua prpria conduta oude definir a conduta alheia.

    (prof. Marcelo Caetano)

    O nacionalismo romntico deu origem ao princpio dasnacionalidades, defendido pelos liberais e que promovia aautodeterminao das nacionalidades e das minorias (sc. XVIII eXIX).

    Algumas das consequncias do princpio das nacionalidades so aindependncia dos EUA, das colnias espanholas, do Brasil e asunificaes da Alemanha e da Itlia.

    11

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    12/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    CONSTITUIO

    Sentido material o estatuto jurdico do Estado; estrutura o Estado e o Direitodo Estado.

    Em sentido material moderno, a Constituio, (CRP), revela-sepor normas decretadas por um poder constitudo para o efeito;so normas de fonte legal, no consuetudinrias e exige umprocesso especial de formao.

    Sentido formalDisposio das normas constitucionais revestida de forajurdica superior s de outras normas; (o Reino Unido no temuma Constituio escrita).

    Sentido formal nuclear

    Normas provenientes do poder constituinte originrio

    Sentido formal complementarDireito recebido de outro ordenamento (Conveno dosDireitos do Homem, etc.)

    Sentido instrumentalO texto Constitucional como texto materialmente visvel.

    Sentido institucionalA Constituio institucionaliza o poder poltico, tornandopatente o Estado como instituio.

    12

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    13/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Uma Constituio um conjunto de regras jurdicas, (deconceitos-princpios e de normas), que fundamentam e orientam avida poltica de um Pas.

    Uma Constituio geralmente constituda por um:

    Prembulo: sintetiza o sistema poltico que rege o Pas;

    Parte Dogmtica: Direitos, Liberdades e Garantias DLGs;

    Parte orgnica: forma de Governo e estrutura dos rgos dopoder;

    A Constituio contm as normas fundamentais de direito privadoe pblico e tem a primazia sobre as demais leis art. 3/3;

    Estrutura o Estado e o Direito do Estado.

    Procede de um poder constituinte originrio: uma Assembleia,Constituinte, que constituda para o efeito, (a sua criao) e(depois) revista por um consenso alargado: 2/3 dos deputados.

    A Constituio consagra, a lei regula.

    Importncia do prembulo(Jorge Miranda II vol. p. 241)

    A doutrina distribui-se por trs posies relativamente importncia do prembulo do texto Constitucional; so elas a da:

    Irrelevncia jurdica;

    Eficcia idntica; Relevncia indirecta;

    O prembulo no um conjunto de preceitos, um conjunto deprincpios que se projectam sobre os preceitos e sobre osrestantes sectores do ordenamento.

    Por isso, o prembulo no pode ser invocado isoladamente, nemcria direitos ou deveres, s se podendo invocar os princpiosnele declarados.

    13

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    14/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    BREVE HISTRIA DA CONSTITUIO PORTUGUESA

    1822 Assembleia Constituinte Soberana

    1826 Carta Constituinte OutorgadaSc.XIX 1838 Assembleia Constituinte Soberana

    1911 Assembleia Constituinte Soberana

    1933 Procedimento Constituinte Directo -plebiscito

    Sc. XX

    1976 Assembleia Constituinte Soberana

    1808poca das invases Francesas; a opinio da sociedade elitistadividia-se em trs grandes grupos ou sectores:

    Os afrancesados radicais

    Os anglo-saxnicos ala moderada

    Os espanhis os gradualistas (preferiam que vigorasse aConstituio de Cdiz)

    Havia uma Splica de Constituio a Junot pelo sector dosafrancesados, um sinal de maturidade (modernidade) poltica queno vingou porque era pedida a um invasor.

    1820

    Uma grande instabilidade econmica e poltica origina a

    Revoluo Liberal;

    1821

    Uma Assembleia Constituinte soberana elaborou e aprovou a CRP de1822.

    14

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    15/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Constituio 1822Conhecida como Constituio Vintista; uma tentativa delimitar o poder do monarca.

    Princpios estruturantes

    a) princpio soberania nacional que residia na Nao: a uniode todos os portugueses de ambos os hemisfrios;

    b) princpio da representao: os legalmente eleitos;c) princpio de independncia de poderes: a diviso clssica -

    poder legislativo, executivo e judicial;

    Direitos fundamentaisIgualdade e participao poltica, econmica e social.

    Poderes polticos

    a) legislativo: uma Assembleia nica (as Cortes)b) executivo: o Rei (com poder de veto suspensivo)c) judicial: Juizes

    RupturaCom D. Miguel e a Vilafrancada; este texto Constitucional teveuma vida efmera: Setembro de 1822 a Junho de 1823. AVilafrancada repes as leis tradicionais monrquicas.Esta Constituio foi mais smbolo do que Lei (Prof. GomesCanotilho).

    15

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    16/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Constituio 1826Carta Constitucional outorgada pelo Rei D. Pedro IV e nooriginada num Poder Constituinte (PC).

    Princpios estruturantesa) princpio monrquico: o monarca que de livre vontade

    outorga uma Constituio;b) princpio representativo: a Nao representada pelo Rei e

    pelas Cortes Gerais;

    c) princpio de diviso de poderes: legislativo, executivo ejudicial.

    Poderes polticosa) poder moderador do Rei: poder de vetar; uma influncia de

    Benjamin Constant que alargou a teoria dos trs poderes deMontesquieu;

    b) legislativo: dividido em duas Cmaras (sistema bicameral):a Cmara Alta (Pares) e a Cmara Baixa (Deputados).

    c) Judicial: reconhece-se a independncia dos Juizes de formamenos clara; existncia de jurados;

    d) Executivo: o Rei;

    Direitos fundamentaisO Rei reconhece a existncia de direitos fundamentais no ltimoartigo da Carta, a nica onde os direitos fundamentais esto emltimo lugar.

    Ruptura1826 1828 (Passos Manuel)1834 18361842 1910 (Costa Cabral)

    16

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    17/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Constituio de 1838Espelha duas concepes ideais de Constituio: a de 1822(vintismo constitucional) e a Carta Constitucional de 1826.

    Princpios estruturantesConstituio pactuada entre duas foras: monrquicas vs.adeptos da soberania nacional.

    Estrutura da Constituioa) princpios estruturantes so um pacto; os poderes do Rei

    so limitados ou diminudos pelo compromisso entre asdiferentes naturezas dos dois tipos de adeptos, em que asCortes podem intervir na administrao pblica;

    b) declarao de direitos: novamente deslocados do ltimoartigo da Carta Constitucional para a primeira parte dotexto constitucional.

    c) Organizao do poder poltico:a. transferncia do poder moderador do Rei para os

    Ministros que eram nomeados ou demitidos por ele;b. executivoc. legislativo: bicameral Cmara dos Senadores e dos

    Deputados;d. judicial: Juizes

    RupturaEntre 1838 1842, data em que foi restaurada por Costa Cabral,a Carta Constitucional de 1826.

    Esta Carta sofreu duas revises por actos adicionais em 1852 eem 1885.Destaca-se a abolio da pena de morte por crimes polticos. AsProvncias ultramarinas podiam ter leis especiais decretadaspelo Governo ou pelos Governadores em casos urgentes e quandono fosse possvel ouvir as Cortes.

    1910O fim da monarquia portuguesa com a implantao da Repblica em25 Outubro. Inicia-se um procedimento constituinte que elabora e

    aprova a primeira Constituio Republicana.

    17

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    18/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Constituio de 1911Influenciada pela Constituio Brasileira.

    Viso global: princpio republicanoa) soberania nacionalb) regime representativo: os legalmente eleitosc) separao clssica dos trs poderes: legislativo, executivo

    e judicial;d) sufrgio universal: maiores de 21 anos; homens (excludas

    as mulheres, os analfabetos e os militares)

    e) bicameralismo: Senado e Cmara Baixaf) parlamentarismo: o poder legislativo dominava os poderes

    executivo e judicial;

    Repblica laicaNo h religio oficial; h separao entre o Estado e a Igreja;A educao laica; abre-se caminho para a existncia dodivrcio (Alexandre Herculano).

    DescentralizadaOs municpios ganham maior poder local; h a possibilidade dereferendo local;

    Suporte socialApoio transversal: apoio de todas as classes sociais;Reuniu o pensamento, a riqueza e o trabalho (Prof. MrioBarata, citando Prof. Fernando Catroga).

    Estruturaa) declarao dos direitos logo na primeira parte do texto;b) poder poltico: bicameral

    a. rgo legislativo: o Congresso (Senado e Cmara dosDeputados)

    b. Presidente da Repblica eleito pelas Cmaras; o PR notem direito de veto e no pode dissolver o Parlamento.o PR era eleito por 4 anos, pelo congresso, que opodia destituir com 2/3 de votos; a Constituioprevia a sua reviso de 10 em 10 anos;

    18

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    19/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    19

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    20/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Constituio de 1933 o Estado NovoAntnio Oliveira Salazar elabora um texto e submete a umplebiscito ou referendo, (forma directa), em que as abstenesforam contadas como votos a favor.

    Ideologia constitucional do Estado NovoInstaura-se um regime poltico marcadamente autoritrio.

    Estado forteCaracterizado por um Estado forte e independente do poderlegislativo; este no podia estar partidariamente dividido.Haviam movimentos polticos e no partidos polticos.

    Ideia supra-individualista da NaoTraduzido pela frase Tudo pela Nao, nada contra a Nao(antes de 25 Abril de 1974, nos ofcios da Funo Pblica: ABem da Nao).

    Constituio econmicaPela Primeira vez, a Constituio tem um bloco de artigos sobre

    a economia; tenta organizar o capitalismo; reconheceu vriosdireitos entidade patronal e uma drstica reduo dos direitosdos trabalhadores, nomeadamente, o direito greve e liberdadesindical.

    Estruturaa) Poder Constituinte: poder adoptado por plebiscito;

    procedimento constituinte directo;b) Declarao de Direitos:

    a. Condensado num artigo nico (art. 8)b. Direitos sujeitos a um regime posteriormente adoptado

    por Dec-Lei.

    Estrutura poltica e organizatria(Ou rgos de soberania)

    a) Chefe de Estadob) Governoc) Assembleia Nacionald) Tribunais

    Aplica-se Metrpole e ao Ultramar. Em teoria o poder moderador

    pertencia ao Chefe de Estado, mas Salazar faz do cargo um

    20

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    21/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    presidencialismo do primeiro-ministro; alis, do Presidente doConselho.

    21

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    22/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Constituio de 1976Em 1975 eleita uma Assembleia Constituinte Soberana.Cinco revises oficiais da Constituio de 1976: 1982, 1989(Cavaco Silva), 1992, 1997 (Antnio Vitorino e Marcelo RebeloSousa), 2001.

    1982a) retirou a carga ideolgica: socialismo e sociedade

    socialista

    b) retirou o Conselho da Revoluo desmilitarizaoc) criou o Tribunal Constitucional (TC)

    Ficou um vestgio socialista no 4. pargrafo do Prembulo;toda a Constituio tem de ter um projecto de sociedade Prof.Mrio Barata.

    1989Reviso motivada por razes econmicas:

    a) reviso dos artigos sobre economiab) extino da irreverssibilidade das nacionalizaesc) privatizaes previstas;

    1992Razes de participao na Europa - Tratado de Maastricht.

    Mais que uma confederao, menos que uma federao (Prof.Mrio Barata)

    1997

    Segundo os Profs. Gomes Canotilho e Mrio Barata:

    a) no h uma ideia de reviso

    b) uma reforma tmida do sistema polticoc) fim do SMO Servio Militar Obrigatrio

    2001

    a) reviso de normas ligadas aos DLGs: podem realizar-sebuscas domicilirias noite, com mandado judicial ou emflagrante;

    b) razes polticas de adeso ao Tribunal CriminalInternacional

    c) admisso de pena de priso perptua para crimes contra a

    humanidade

    22

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    23/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    23

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    24/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Tradies de continuidade Constitucional1. de tipo autoritrio: Constituies de 1826 e de 19332. de tipo republicano / democrtico: 1822, 1838, 1911 e

    1976

    PODER CONSTITUINTE

    Poder constituinte ou originrio

    o poder, (art. 13 CRP), fora ou autoridade que numdeterminado momento histrico, cria, modifica ou extingue umaLei Fundamental - a Constituio: norma superior que ordena aomunidade poltica.c

    Titular do poder constituinteO povo (em sentido poltico); o povo como conjunto de cidados aagir de acordo com ideias, com interesses e representaes denatureza poltica, por via democrtica o que, sendo a viademocrtica, afasta outras formas. H vrios entendimentos para

    o conceito de povo, como demonstra o conceito de povo naHistria, para efeitos de sufrgio:

    - democracia ateniense: o macho adulto;- povo jacobino: homens de Robespierre- proprietrio- proletariado- hitleriano/aclamatrio- eleitoral- maioritrio- impoltico

    O povo uma grandeza pluralistica1onde cabem todos. (Prof.Gomes Canotilho)

    Procedimentos constituintes(como se elabora uma Constituio)Geralmente, revela-se em momentos de fractura social e poltica:descontinuidade constitucional material.Em regra, o poder Constituinte envolve:

    a) eleies de uma Assembleia;b) projectos de Constituio;

    1P. Hberle

    24

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    25/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    c) votao (ou referendo ao povo)d) promulgaoe) publicao

    Existem dois grandes modelos de poder Constituinte:

    a) Directo:a. Uma pessoa, um grupo ou uma personalidade, elabora uma

    Constituio, que depois submetida a ratificaolar (caso da Constituio de 1933, com Salazar);popu

    b) Indirecto:

    a. So os representantes do povo que a elaboram, por meiode umaAssembleia Constituinte de tipo:

    Soberana assembleia com poderes de elaboraoe de aprovao: o caso da 1. de 1822, 3. de1839, 4. de 1911 e a 6. de 1976;

    No soberana assembleia tem poderes para aelaborao; o povo no delega poder deaprovao;

    Convenes do povo o povo intervm duas vezes:elege os representantes e aprova ou no a

    Constituio1. caso Francs de 19462. caso americano:

    a. Em 1763 as colnias britnicas nasAmricas entram em coliso com a Gr-Bretanha;

    b. 1776 os EUA declaram unilateralmente aindependncia;

    c. 1781 1789, foi elaborada a 1.Constituio: artigos da confederao(unio de Estados soberanos e

    independentes);d. 1783 guerras contra a Gr Bretanhapela posse independente dos 13 Estados;

    As instituies da Confederao Norte-Americana

    - cada um dos Estados tinha uma Assembleia representativa;- cada uma das Assembleias enviou delegados ConvenoConstitucional de Filadlfia (1787), de onde sairia aConstituio Federal de 1787, a mais velha Constituio do Mundoe ainda em vigor;

    - os delegados voltaram aos Estados e deram-se eleies derectificao, registando-se um quase equilbrio entre

    25

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    26/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    federalistas (litoral) e no federalistas (interior); os 13Estados ratificaram o texto constitucional;

    James Madison introduz o conceito de separao de poderesvertical (Estado Central vs. poder local);

    Montesquieu (Rev. Francesa) introduz o conceito de separaode poderes horizontal (legislativo, executivo e judicial);Benjamim Constant, introduz o conceito do poder moderador.

    Limites ao Poder ConstituintePoder Constituinte ou originrio vs poder de reviso ou derivado(art. 284 a 289).Com a Revoluo Francesa, entendia-se no haverem limites aoPoder Constituinte (PC) como defendia o mais radical, o abadeEmmanuel Sieys, para quem o PC era originrio e soberano:inicial, autnomo e omnipotente; a Nao tinha plena liberdadepara criar uma Constituio, no tendo que respeitar valorespreexistentes. uma poca de transio do ancien rgime, afavor da cidadania e pela liberdade, igualdade e fraternidade.

    Desde a queda do muro de 1989, cr-se existirem limitesticos, sociolgicos, espirituais e religiosos, a par de doislimites jurdicos:

    1. limites jurdicos internos: valores da igualdade, daJustia e da dignidade humana;

    2. limites jurdicos externos: Carta das Naes Unidas:a) valores da autodeterminao dos povosb) respeito pelos Direitos Humanosc) no ingerncia nos outros Estados soberanos

    Por exemplo, no se admite a pena de morte, ou a poligamia, emnome da socializao e reintegrao social.Por tal e em relao ao contedo da CRP no h nenhum dogma pr-fixo; mas se assim, ento a Constituio regula o qu?Exemplos da CRP:- art. 16, declarao de direitos do Homem- art. 18, limitao s leis restritivas- art. 26, identidade gentica- art. 35, utilizao da informtica sobre os dados pessoais- art. 36, o direito famlia (homossexual)*- art. 60, ambiente e qualidade de vida*

    * as actuais angstias da sociedade (Prof. GomesCanotilho).

    26

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    27/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    - art. 288, limites materiais reviso constitucional

    Garantias da Constituioart. 277 e seguintes

    a) reviso peridica (art. 284, n. 1): ordinria; de 5 em 5anos;

    b) reviso extraordinria (art. 284, n. 2): 4/5 dos

    deputados;c) fiscalizao da Constituio e Constitucionalidade: art.

    277 a 283Pretende-se a garantia de uma Constituio viva, no eternizada,mas simultaneamente, no revista por minorias.

    VciosA correcta aplicao da matria terica depende da deteco doschamados vcios constitucionais, verificando sistematicamente,(mas no exclusiva-mente), estes artigos:

    art. 18, 161, 164, 165, 198

    Trs tipos de vcios:

    vcios orgnicos o rgo legislativo o competente?

    vcios formais a forma do diploma adoptada, adequada? (Lei,DL, Dec. Regulamentar);

    vcios materiais violao de princpios ou de normas daConstituio;

    PRINCPIOS CONSTITUCIONALMENTE ESTRUTURANTES

    A CRP um sistema aberto de valores, de princpios e de regras,desenvolvidas pela doutrina a opinio dos doutores (opiniocommunis doctorum).Aqui, por sistema, entende-se a interdependncia entre a C.R.

    e as Leis; aberto, nos campos religioso, poltico e social.

    27

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    28/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Direitos humanos art. 1.Liberdade Dignidade

    humanaIgualdade solidariedade

    Estes princpios so ideias fundamentais que o povo gostaria dever realizadas, quer individualmente quer colectivamente.

    A base do desenvolvimento dos valores, (econmicos, polticos,etc.), uma cultura cvica democrtica; o seguidismocompromete o desenvolvimento; preciso mudar as pessoas, no asleis; [...] o desenvolvimento poltico est ligado aodesenvolvimento econmico Prof. Gomes Canotilho.

    Princpio Estado de Direitoart. 2. CRP; um princpio geral de interdio do arbtrio.

    A Constituio regula os actos legislativos (art. 112 CRP)

    Assembleia Repblica LeiGoverno Dec. LeiGoverno Regional Dec. Lei

    Regional

    Constituio

    Valores

    Opes de fundo; essnciatica e moral de um povo de

    elevado grau degenerosidade e abstraco:um campo semntico.

    28

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    29/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Leis

    Princpios

    Nem to vagos como osvalores nem to densoscomo as regras optimizveis;vo sendo optimizados; soexemplo os princpios daigualdade, da protecojurdica efectiva e o daresponsabilidade daAdministrao.

    ordenamento

    jurdico

    Regulamentos

    Regras

    Actos normativos daAdministrao,complementando empormenor outra legislao

    normas

    Sub-princpios:

    Legalidade da AdministraoA subordinao do Estado (Administrao) ao Direito:jurisdicidade.Essa subordinao exerce-se sobre a Administrao Central(entidades administrativas independentes, como o InstitutoComunicaes de Portugal ou Comisso Proteco de Dados), aAdministrao regional ou a Administrao local.

    Est em curso um liberalismo Constitucional, caracterizado porautonomia individual; descentralizao da autoridade;voluntarismo da adeso; tudo nos planos:

    - econmico (sistema misto: mercado livre e direcode Estado)- poltico (democrtico)- social (cvico)

    O liberalismo engloba o liberalismo poltico (ao qual estoassociadas as doutrinas da diviso de poderes e dos direitoshumanos) e liberalismo econmico (centrado sobre uma economia demercado livre capitalismo)

    Subprincpio da prevalncia ou supremacia da lei

    29

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    30/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    art. 164 - a actuao da Administrao norteada pela Leie esta aexpresso mxima do princpio democrtico.

    princpio da tipicidade das leis: art. 112 n. 1 no cria outras categorias de actos legislativos que

    possam suspender, ou revogar outras leis art. 112n. 6

    princpio de precedncia de lei: a lei deve seranterior ao Regulamento, quanto Lei que visa regular(art. 112 n. 8)

    princpio da legalidade negativa: exigncia de nocontradio do menos para o mais;

    princpio da legalidade positiva:o os regulamentos devem desenvolver as leiso a lei prevalece sobre os regulamentos (Decretos

    regulamentares, Despachos Normativos, Resoluesdo Conselho de Ministros)

    30

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    31/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Subprincpio da reserva de lei

    Rev-se nos art. 161/c, art. 164 (reserva absoluta daAssembleia), art. 165 (reserva relativa da Assembleia), e art.198 (competncia exclusiva do Governo).

    Assembleia da Repblica Governo164 165

    Lei

    Lei de autorizao Dec. Lei autorizadoindicando a Lei deAutorizao (198 n. 2)

    Em matrias de reserva de lei h uma grande ateno sobre averificao do princpio da preciso, clareza edeterminabilidade das leis, porque se a Lei vaga, poder oGoverno tentar recorrer a Regulamentos para a clarificar, o que inadmissvel.

    Preciso ou determinabilidade das leis- Redaco clara, compreensvel e no contraditria; tem dehaver preciso dos termos (lxico); clareza dos vocbulos;determinabilidade no sendo a norma demasiado vaga ou aberta(ex.: Lei de extradio: indesejveis; CPenal: ultraje aossmbolos nacionais); o CCivil no tem validade se a lei forobscura, vaga, imprecisa naquele preceito que diz que noaproveita invocar o desconhecimento da lei (art. 6. CCivil).- publicidade dos actos do Estado (art. 119; art. 268 notificao aos interessados)- publicidade dos actos particulares: constituio de

    sociedades; patentes, marcas e direitos de autor; escrituras decompra e venda;- precedncia de Lei: o regulamento tem de indicar a lei quevisa regulamentar ou no prembulo ou no articulado (art. 112/8).- anulabilidade e impugnabilidade dos actos administrativos (2meses aps conhecimento pelo particular e um ano se for o MP)- nulabilidade e anulabilidade do negcio jurdico nos vciosmais graves; o primeiro, invocado a todo o tempo por qualquerinteressado; o segundo, invocado pelo interessado (art. 285CCivil).

    31

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    32/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    No retroactividade das leis(art. 2.; 18; 29/1, /3, /4; art. 103)

    29/1 - nulum crimen sine lege29/3 - nula poena sine lege

    A lei dispe para o futuro em matria de comportamentos humanose especifica casos em que no se admite a retroactividade:

    1- fiscal (desde a reviso de 1977 art. 103/3)2- as leis restritivas de DLGs art. 18/33- penal, admitida s in mitius2 - desde que resulte

    benefcio para o arguido (art. 29/1 a /4)4- normas que violem de forma grave, arbitrria edesproporcional o princpio da confiana e seguranajurdica;

    Retroactividade autntica: existe, se se verificar qualquer umdos 3 primeiros pontos;Retroactividade inautntica: se a lei regula para o futuro mastoca situaes do passado: ex.: a reforma da segurana social.Entende-se haver retroactividade em legislao de proteco doambiente e nas declaraes de inconstitucionalidade do TribunalConstitucional.

    Proibio dos pr-efeitos das leisEste princpio nada tem a ver com rectroactividade. A lei e aRegulamentao no produz efeitos antes da entrada em vigor; sexiste eficcia jurdica aps a publicao das leis (art. 119)Decorre a vacatio legis3: esta tambm deve estar de acordo com aintensidade das alteraes ao ordenamento jurdico, sejamefeitos retroactivos, sejam efeitos prospectivos.

    Segurana jurdica e proteco da confiana dos cidados - actos jurisdicionaisPortanto, do Juiz. H necessidade de um limite ou termo para ocaso ou para a sua reviso.- O instituto do caso julgado (art. 29/4 e 5; 282/3): a sentena, a certa altura, definitiva e irretratvel, esgotando orecurso ordinrio;- verdade formal: insusceptvel de recurso;- verdade material: vale como lei para todos os outrostribunais;

    2Prof. Baptista Machado, Introduo ao direito e ao discurso legitimador3Lei 74/98 11NOV;

    32

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    33/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Segurana jurdica e proteco da confiana dos cidados - actos daAdministrao- fora de caso decidido (mesmo que tacitamente); discute-seactualmente o dever de revogao de actos ilegais e o deveroficioso de anulao de actos invlidos, pela Administrao.

    Segurana jurdica e proteco da confiana dos cidados - actos do legisladorou normativosVisa a estabilidade do ordenamento jurdico globalmenteconsiderado, para que as relaes entre cidados e as doscidados com o Estado sejam claras e conhecidas.Sobre as disposies transitrias: tem de se verificar se eranecessria e indispensvel uma disciplina transitria entre alei velha e a nova; e se sim, se ficou regulado de forma justa,adequada e proporcional os resultados dos efeitos da entrada emvigor da lei nova sobre situaes anteriores.

    Proibio do excesso ou proporcionalidade

    art. 18/2; art. 19/4; art. 272; Iniciou-se no DireitoAdministrativo. Trata-se de avaliar a relao entre meios efins, seja de uma aco, de um acto ou de uma norma jurdica:

    Princpio da Necessidade (ou exigibilidade)

    Princpio da Adequao (ou conformidade)

    Princpio da ProporcionalidadeEstes princpios existem quer por defeito, untermass, (amedida jurdica fica aqum da proteco do bem jurdico), querpor excesso.

    Princpio da proteco jurdica1- acesso ao Direito e aos Tribunais (art. 20/1; art. 22; art.268)O patrocnio judicirio uma das dimenses deste direito, que

    no pode ser negado por insuficincia econmica, nem por outradiscriminao contida no art. 13. Qualquer reduo de proteco

    33

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    34/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    de direitos fundamentais tem que assentar num fundamentomaterial razovel e por isso, no arbitrria.2- garantias pessoais e procedimentais:

    a) de processo penal (art. 29/4 e /5; art. 32/3 e /5;b) de processo judicial (art. 205/1; art. 20/4; art. 28/1)c) de processo administrativo (art. 266/1 a art. 269);

    3- a responsabilidade do Estado (art. 22; art. 62), quer poractos ilcitos quer por actos lcitos (-> indemnizao); estaresponsabilidade :

    a) pessoal (do funcionrio)b) responsabilidade indirecta

    c) responsabilidade directa (1. responde o Estado, depoisdemanda-se o funcionrio)d) responsabilidade solidria

    Princpio democrticodemos (povo) cracia (Governo)

    Trata do funcionamento do sistema poltico; no directamenteaplicvel aos casos mais comuns da vida, mas tem importncia emcontencioso eleitoral e de partidos polticos. Trata-se de

    direitos de participao e de orgnica eleitoral. A democraciacoexiste com o valor da difuso pluralstica do poder, mesmo quecontrolado (ex.: impacto ambiental, comercial e internacional),na medida em que quer o Direito Privado quer o Pblico estvinculado ao respeito dos Direitos individuais.A democracia o Governo limitado da maioria (GiovanniSartori)

    o oposto datirania da maioria (Alexis Tocqueville, A Democracia naAmrica) - pr em causa os direitos das minorias e dosindivduos;

    Defendo a estrutura policntrica da comunicao social comodefesa dos direitos fundamentais.(Prof. Jonatas Machado)

    No nosso sistema constitucional a democracia coexiste comoutros valores ou princpios constitucionais muito importantescomo o da:

    1. autonomia individual:- da democracia (voto livre, directo e secreto)- poltica econmica (iniciativa privada)- esfera religiosa, acadmica, cultural artstica ecientfica

    2. Estado de Direito:

    34

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    35/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    a validade das leis tem de estar conforme com aConstituio, subtraindo maioria o poder de alterar leisfundamentais.

    Democracia directa(Presidente da mesa > votao da proposta > comisso deexecuo)

    Historicamente no deixa de ser curioso que antes dopensamento democrtico (sc. XVII e XVIII) o incio da

    democracia encontra-se na resoluo dos conflitos entre Bispos ePapa, nos Conclios dos Bispos e a Cria Papal: as tesesConcilianistas dos Bispos que defendiam a sua primazia sobre ado Papa.

    Historicamente, sempre se registou grande suspeio quanto democracia directa. Rousseau defendia-a, mas s funciona emmodelo e em pequenas comunidades. No um sistema praticvel anvel nacional. Quando muito, os comissrios do povo emassembleia por mandato imperativo: votavam naquilo para o qualtinham sido instrudos.

    No nosso pas h reconhecimento Constitucional para a

    existncia de referendo nacional e local (art. 115).

    Democracia indirecta ou representativaEleio do representante o que implica uma dimenso parlamentar;

    A primazia democrtica parlamentar, maxime o referendo e aprimazia do parlamento como fiscalizador da legislao doGoverno as comisses parlamentares.

    Tem subjacente um sentimento de princpio republicano nosentido de res publica, por oposio res privata,proporcionar um frum onde os interesses privados fossemsuperados em favor do interesse pblico.

    Vinga a teoria da essencialidade: numa democraciarepresentativa, as matrias ou questes essenciais da vida emcomunidade deve ser decidida pelo Parlamento.

    A representao parlamentar feita pelos deputados, querepresentam todos os cidados portugueses e no s os eleitoresdo crculo pelo qual foram eleitos (art. 147). No tm ummandato imperativo (Rousseau); tm um mandato livre. H contudoa chamada disciplina partidria, afinal um mandato imperativo

    35

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    36/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    partidrio, que pode conflituar com o papel do deputado. Odeputado pode romper com o partido e permanecer como deputadoindependente. Mas no pode manter o cargo e aderir a outropartido, por comprometer o princpio da proporcionalidade dosufrgio.Para alguns autores no de aceitar o deputado que permanece nocargo como independente, porque j distorce a proporcionalidadedo partido.

    Democracia semi-directa - o referendoart. 115Nacional ou local. Consulta feita populao sobre umadeterminada questo.

    a) mbito do referendo: 115/4 nacional ou local; (excepto sesobre Oramento de Estado ou sobre questes tributrias);

    b) iniciativa do referendo: 115/1 e /2 Governo, Assembleia ecidados;

    c) eficcia jurdica: 115/11 50,1% da participao vlida;d) universo eleitoral: 115/12 o da Presidncia da Repblica

    Sufrgioart. 10, 49, 113O sufrgio o meio de converter a vontade poltica em poder; hsufrgio passivo e activo;

    Princpios materiais do sufrgio

    So seis os princpios materiais do sufrgio:1. universalidade: um direito de todos os cidados;2. imediaticidade: o voto tem consequncias jurdicas imediatas;

    no h mediao como nos USA);3. liberdade de voto: um dever cvico e no jurdico (art.

    49/2); uma liberdade de voto no votar (escolha) e liberdadede no votar.

    4. secreto;5. igualdade material:

    a) princpio do voto igual: um Homem, um voto; no ponderadopor qualquer censo (seja econmico, acadmico, cultura,etc.)

    b) princpio do igual valor do resultado do voto: aproporcionalidade; os votos devem contribuir para o

    36

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    37/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    resultado em proporo entre a representao de um deputadoe um nmero de votos de terminado.

    6. periodicidade: legislativas de 4 em 4 anos; Presidenciais de5 em 5; (art. 171 e art. 128)

    O sufrgio implica o princpio da no vitalicidade do cargopblico (art. 118) mesmo que ocorra uma legitimao por voto vitalicidade de facto.O Prof. Jorge Miranda contesta a permanncia reiterada e defendeque h violao deste princpio, mesmo quando h um eleitoconfirmado por voto.

    um subprincpio do princpio republicano: o Governo por, dee para cidados livres e iguais.

    Sistemas eleitoraisa) proporcional de Hondt: art. 149, n. 1; um limite

    material Reviso Constitucional: art. 288, h). osistema adoptado entre ns: o sistema proporcional; aconverso dos votos em mandatos, onde os crculoseleitorais so plurinominais e no uninomonais, este tpicodos sistemas maioritarios. O parlamento o espelho dasociedade. Favorece a democracia partidria e sobrevivem

    vrios partidos;b) Maioritario ou anglo-saxnico: aproxima o deputado do

    eleitor; o derrotado no tem representatividade; noincentiva o aparecimento de novos partidos, por concentrara luta poltica entre dois grandes blocos; alcana umagovernao mais estvel, com oposies polticas fortes,mesmo que no representadas. H uma alternncia do poder.

    Partidos polticosVistos como:

    1. Democracia de partidos polticos art. 10 n. 2; 40; 51;114; 151; 180; 187; 288, i)

    2. Associaes privadas com funes constitucionais art. 51;liberdade de formao de partidos polticos; estatutoespecial em relao ao direito geral de associao:

    a) mediao poltica; organizao e expresso de vontadepopular (art. 10, n. 2)

    b) participao dos rgos representativos (art. 114, n.1)

    c) influncia na formao do Governo (art. 187 n. 1)3. liberdade dos partidos polticos:

    37

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    38/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    a) externa: fundao de partidos; actuao partidria;b) interna: no h controle sobre o programa do partido;

    no h controlo em termos organizatrios. H tambm aobservncia do princpio democrtico nas eleiesinternas dos partidos.

    4. Igualdade de oportunidades: todos os partidos tmpossibilidade de participao e de desenvolvimento davontade popular. Esta igualdade formal pode nocorresponder a igualdade de meios.

    5. Direito de oposio: decorre da liberdade de: opinio

    (art. 37) e associao partidria (art. 51) e no selimita oposio Parlamentar, mas tambm extra-Parlamentar (art. 114)

    6. Princpio maioritrio: da vida poltica que ter sempre derespeitar as minorias devido ao facto de ser umaconcorrncia entre minor e major que se podem alterar;o mesmo princpio na aprovao legislativa: a maioriaqualificada (50% + 1); e para a reviso da CRP, 2/3 davotao.

    Princpio da Sociabilidade (socialista)

    Deciso socialista e abertura econmica, social e cultural (ESC)A realizao da democracia ESC uma consequncia poltica doprincpio democrtico. Neste sentido, o art. 2. da CRP,considera como objectivo do Estado, a realizao da democraciaEconmica, Social e Cultural. A verso originria da CRP acolheuclaramente a opo socialista porque para os defensores destatese a democracia no se limita democracia poltica. As

    revises sucessivas, da 1. 4., atenuaram e eliminaram estaopo.

    Significado jurdico-constitucional do princpio Econmica, Social e CulturalContm uma imposio obrigatria dirigida aos rgos de direcopoltica, (legislativo e executivo), no sentido de desenvolveremuma actividade econmica e social conformadora, transformadora eplanificadora das estruturas scio-econmicas.O princpio da sociabilidade impe tarefas ao Estado, de forma apromover a igualdade real entre os portugueses (art. 9, art. 81)

    38

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    39/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    No retrocesso social proibida uma contra-revoluo social: uma vez obtido umdeterminado grau de desenvolvimento e de realizao de direitossociais e econmicos, passam a constituir uma garantiainstitucional e um direito subjectivo.

    O princpio ESC como elemento de interpretaoO legislador, a Administrao e os Tribunais, esto obrigados aavaliar a conformidade dos actos do poder com a Constituio.

    Imposio de democracia ESCJustifica e legitima a interveno econmica do Estado.

    O princpio ESC como fundamento de pretenses jurdicasA realizao deste princpio uma tarefa do legislador e nodos Tribunais.

    O princpio DESC e a AdministraoA administrao Pblica socialmente vinculada estruturaode servios fornecedores de prestaes sociais Ensino, Sade eSegurana Social.

    O principio DESC como limite reviso constitucionalH a garantia jurdica contra uma eventual revisoconstitucional que decorre de uma leitura conjugada do art. 288,al. e) f) e g)

    A concretizao constitucional do princpio DESC

    Tarefas ou funes do Estado

    O quadro das funes do Estado no se limita manuteno dasegurana interna e externa, nem na criao de instrumentos deestmulo e interveno na organizao capitalista da economia.O Estado tem funes de terceira ordem: tem intervenesqualitativas na ordem econmica existente; so instrumentos detransformao e de modernizao de estruturas econmicas e

    sociais.

    39

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    40/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    A Constituio econmicaH um conjunto de disposies constitucionais, (art. 80 a 107),que dizem respeito conformao da economia e constitui achamada Constituio econmica; o princpio da democraciaEconmica, Social e Cultural simultaneamente um limite e umimpulso para o legislador.

    A Constituio do trabalho

    A Constituio elevou o trabalho, os direitos dos trabalhadorese a interveno democrtica dos trabalhadores em elementoconstitutivo da prpria ordem constitucional global (art. 53 a56; art. 58)

    40

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    41/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    A Constituio social

    H um conjunto de direitos e de princpios de natureza socialformalmente plasmados na Constituio (art. 63 a 72)

    63 segurana social e solidariedade 68 paternidade e maternidade64 sade 69 infncia65 habitao e urbanismo 70 juventude66 ambiente e qualidade de vida 71 cidados portadores de deficincia67 famlia 72 terceira idade

    A Constituio cultural

    H um conjunto de normas referentes cultura:

    73 educao cultura e cincia 78 fruio e criao cultural74 ensino 79 cultura fsica e desporto

    O princpio da igualdade

    O objectivo do princpio da democracia Econmica, Social e

    Cultural a igualdade material de todos os portugueses.

    H um princpio da igualdade:- social: art. 13/1- perante a lei: art. 13/1 (quer na criao do direito querna posio do cidado perante a lei)

    Os direitos protegidos em concreto: art. 13/2 a nodiscriminao.

    41

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    42/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Princpio da unidade do Estado

    O Estado unitrio da Constituio - o art. 6.

    Organizao territorial do poder

    - h una organizao poltica e jurdica: o Estado;- uma soberania interna e externa ( diferente de Federao)- imediaticidade nas relaes jurdicas entre o poder central e

    os cidados- o territrio indivisvel e h rgos de soberania nicospara todo esse territrio:

    Assembleia da Repblica

    Presidente da Repblica

    Governo

    TribunaisEste Estado unitrio comporta uma certa flexibilizao.

    Regime autonmico insularO carcter unitrio do Estado Portugus compatvel com aautonomia regional (art. 225 e ss.)

    Princpio da autonomia da autarquias locais

    A Constituio afirma como componente de organizao democrticado Estado a existncia de Autarquias locais (art. 235 e ss).

    42

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    43/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS

    Regime geral dos dtos fundamentais e regime especfico dos DLGsRegime geral dos direitos fundamentais: todos os direitosfundamentais, ou seja, os DLGs e os DESC (direitos econmicossociais e culturais).Regime especfico dos DLGs: aplica-se apenas aos DLGs.

    Regime geral dos direitos fundamentais

    Agora vertidos na CRP, no futuro, na Constituio Europeia -art. 12, e 15Os DLGs compreendem trs grandes dimenses de direitos:

    o pessoais (direitos com valor prprio, autnomo eirrenuncivel de origem Crist)

    o cidado (como limite ao prprio Estado) igualdade de dignidade social: um no tem mais

    peso social que outro; no objecto: impe-se limites ao Estado; livre desenvolvimento da criana; apoio

    geritrico;o trabalhador - direito greve

    Princpio da universalidadeOs direitos fundamentais aplicam-se a todas as pessoas,(direitos dos seres humanos), quer sejam ou no, cidadosportugueses (art. 12/1).H contudo certos direitos, como os cargos pblicos, quedependem da cidadania, pelo que aqui constitui excepo:capacidade eleitoral (art. 10 e 48). Aplicam-se tambm s

    pessoas colectivas, em relao a direitos e deveres nohumanos; a ttulo de exemplo, parece reconhecer-se o direitoao bom nome e os direitos de inviolabilidade do domiclioempresarial e da correspondncia. Por vezes h barreiras: alngua espanhola do mdico psiquitrico que queria exercer naAlemanha; a mo solteira que no podia ser professora naUniversidade Catlica (privada; onde estava a vinculao deentidades privadas art. 18?)

    Princpio da reciprocidade

    Direitos dos cidados dos pases de lngua portuguesa, da UnioEuropeia, dos estrangeiros e dos aptridas (art. 15).

    43

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    44/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Direitos das pessoas colectivasTambm so alvo de direitos, mas compatveis com a sua natureza,ou seja, gozam de todos os direitos Constitucionais, excepto osque tm uma conexo com o ser humano (art. 12/2).

    Regime especfico dos DLGs

    art. 17 - O regime dos DLGs;- regime: a disciplina jurdica que est na prpria Constituioe que em cada momento, um dos princpios; so os prpriosprincpios enunciados.

    Direitos fundamentais de natureza anloga:- direitos fundamentais de natureza anloga: So direitos quegozam do mesmo regime dos direitos, liberdades e garantias. Umbom exemplo o direito de propriedade previsto no artigo 62 daCRP. O direito propriedade um direito fundamental de

    natureza anloga (Prof. Mrio Barata)

    art. 18 n. 1- Primeira parte (ou em linguagem do TC, primeiro segmento):os DLGs so directamente aplicveis significa que soeficazes e actuais de forma imediata: no necessita deregulamentao. Diferente da:

    Teoria da regulamentao das liberdades: Com origem na doutrinafrancesa ela defendia que as normas da Constituio queconsagram direitos fundamentais no poderiam ter aplicao

    prtica e efectiva enquanto no fossem objecto de uma posteriorconcretizao por parte do legislador ordinrio. (Prof. JonatasMachado).

    Esta teoria afastada pela CRP por intermdio daaplicabilidade directa do art. 18 - os DLGs aplicam-seindependentemente da interveno do legislador e valem contra aprpria lei quando esta enferma de vcios materiais.

    Contudo, algumas normas que consagram DLGs carecem de umainterveno legislativa densificadora; ex.: o art. 41,liberdade de conscincia (e de religio e de culto com elaligadas); isto s significa que no caso de alguns DLGs aConstituio no garante de forma automtica uma operatividadeimediata de alguns dtos como direitos subjectivos.

    44

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    45/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    - Segunda parte: vinculao das entidades pblicas e privadas;significa que o Governo, a Administrao, o Executivo e osTribunais, esto vinculados aos DLGs. Tal vinculao tambmest presente nos negcios jurdicos entre particulares.As restries aos DLGs s so admitidas nos termos do art. 18.

    Casos especiais de restrio

    1. perda de direitos2. renncia de direitos3. estatutos especiais

    No nosso ordenamento no h perda nem renncia de direitos, sobpena de violao do princpio do ncleo essencial de DLGs.

    Os direitos pessoais no so em regra renunciveis; os direitospassveis de renncia, nunca so admissveis quando sopermanentes (ex. do alto quadro feminino que contrata no ser

    me durante 10 anos); nem quando no observam o princpio NAP; atodo o tempo tem que se observar o bom senso.

    Trs tipos de restries consagradas:

    1- restrio constitucionalmente expressa (art. 46/4:pacificamente sem armas exclui as demais com armas);

    2- restrio constitucionalmente autorizada (art. 47/1: todostm direito a escolher livremente a profisso...); autorizadapelo silncio da norma constitucional que deixa para aregulamentao essa restrio;

    3- limites imanentes (art. 270: direito greve, (profissionalou por solidariedade) condicionada pelo princpio NAP)

    Dos movimentos poltico-liberais surgidos nos sculos XIX e XXduas consideraes de ordem jurdica:

    - estatuto de sujeio: ex.: o militar que entra ao serviodas Foras Armadas; o preso na penitenciria; o jovem numa casade recuperao. Prof. Gomes Canotilhoprefere a designao deestatutos especiais.

    45

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    46/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    - a ideia de que os direitos nascem com restries; para oProf. Canotilho, no; primeiro nas cem os direitos, aps o queestes podem ser limitados para proteco de outros direitos.

    46

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    47/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Restries de DLGsart. 18/1/2 - Os DLGs podem ser restringidos para asseguraroutros princpios. H seis requisitos cumulativos para que umacto normativo restrinja os DLGs de forma constitucionalmentevlida.

    1. requisito critrio da lei formalEm princpio, s a lei pode regular a restrio de DLGs. Maspelo art. 165/1/b, cabe a reserva relativa da Assembleia daRepblica. Deste modo pode um Dec. Lei restringir DLGs, se oGoverno estiver munido de uma lei de autorizao prvia.

    2. requisito autorizao expressaO legislador, para restringir DLGs, tem de fundamentar essanecessidade nos termos da Constituio: uma espcie defundamentao constitucional.

    3. requisito proibio do excessoAs restries as DLGs tm de obedecer ao critrio NAP:

    necessrio, adequado eproporcional.4. requisito generalidade e abstracoLei geral e abstracta - que o Dr. Gomes Canotilho define comoaquela que se dirige a um nmero indeterminado ouindeterminvel de indivduos ou pessoas e pretende regular umnmero indeterminado ou indeterminvel de casos por oposio Lei individual ou concreta.

    5. requisito no retroactividadeAs restries dos DLGs s valem para o futuro, aps publicao.

    Em concreto, a retroactividade penal, s in mitios.

    6. requisito salvaguarda do ncleo essencial um requisito ainda em construo pela doutrina. Resume-se defesa de que cada DLG tem um contedo essencial, que em casoalgum pode ser violado. H duas correntes doutrinais principaissobre este critrio. Entre as duas principais correntes, h ummnimo de entendimento quanto a alguns desses contedos:- pena de morte -> no aplicvel por violar o direito vida;- pena perptua -> no aplicvel por violar o direito liberdade;

    47

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    48/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    INTERPRETAO CONSTITUCIONALProf. Jonatas Machado

    Princpio da unidade da ConstituioAs diferentes normas da Constituio tm igual valorhierrquico.

    Princpio da concordncia prticaQuando a interpretao de dois preceitos constitucionais conduza resultados contraditrios, especialmente quando se trata dedireitos fundamentais, procura-se uma interpretao harmoniosade forma a no sacrificar nenhuma delas.

    Princpio da mxima efectividadeSe a norma constitucional admite vrias interpretaesplausveis, estuda-se o resultado a que elas conduzem, optando-se pela que melhor realize as finalidades constitucionais.

    48

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    49/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    ESTRUTURA E FUNES DOS RGOS DE SOBERANIA

    O PRESIDENTE DA REPBLICA

    Posio jurdico-constitucionala) O Presidente da Repblica, (PR) um rgo de Soberania

    (art. 110)b) o Chefe de Estadoc) tem uma legitimidade democrtica directa (art. 121 n.1)

    d) tem poderes prpriose) co-defensor da CRPf) a Presidncia da Repblica um rgo autnomo

    Os poderes do PR

    Poderes prprios

    So aqueles que o PR est autorizado a praticar nos termos daCRP, s e pessoalmente, mesmo que condicionados pela observnciade outras formalidades constitucionais. So exemplos:

    o poder de dissolver a Assembleia art. 133/e; mas estcondicionado por dois preceitos: art. 145/a; art. 172/a limites temporais

    o poder de nomear o Primeiro Ministro, demitir o Governo ede nomear 5 membros do Conselho de Estado art. 133/f/g/n

    Direco poltica

    O PR tem funes politicamente conformadoras (podem moldar apoltica):

    nomear o PM dissolver a Assembleia

    ratificar Tratados

    Poderes de controlo

    O veto:

    jurdico fiscalizao preventiva da Constitucionalidade(art. 278 e 279) o diploma enviado pelo PR ao TC

    poltico o PR contesta a oportunidade ou o mrito dodiploma art. 136

    49

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    50/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Os Professores ensinam tambm que h dois vetos : um suspensivo(Leis) e um definitivo (D.L. do Gov).

    Direito de recusa de referendo

    art. 115/10

    ASSEMBLEIA DA REPBLICA

    Posio jurdico-constitucional

    a) a AR uma assembleia representativa de todos osportugueses art. 147; tambm, um rgo de Soberania art. 110; Os deputados no Parlamento, representam o Pas art. 152/2.

    b) h uma relao entre deputados e os partidos polticos art. 151

    c) o mandato do deputado livre, (no condicionado:comissrios do povo)

    d) cada partido tem o seu grupo Parlamentare) o Parlamento um rgo:

    autnomo

    permanente

    unicameral

    colegial; e o seu principal rgo o Plenrio

    Funes

    De eleio

    A AR tem uma funo de eleio - elege membros para determinadosrgos: Conselho de Estado art. 163/h/i

    Legislativa

    o rgo legislativo por excelncia art. 161/c; 164; 165;

    Controlo

    Dispe de 4 meios:

    perguntas e interpolaes

    inquritos parlamentares

    peties

    moo de censura 194; 195/f) - se aprovada o Governo cai

    50

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    51/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    Fiscalizaoart. 162/d/e

    Autorizante

    art. 161/h/l/m

    Representao

    Representa todos os portugueses; de certa forma, tambm presentena aprovao de tratados art. 161/i

    Europeia

    Competncias para acompanhar e participar no processo deconstruo europeia art. 161/n

    GOVERNO

    Posio jurdico-constitucionala) um rgo de soberania art. 110; tem a funo de

    Governar: conduzir a poltica geral do Pas e superintender

    a administrao pblica art. 182b) constitudo por trs rgos: o Primeiro Ministro PM;Conselho de Ministros; Ministros

    c) competncias especficasd) um rgo colegial (composto por vrios membros) e

    solidrio (no podem vir a pblico criticar os pares; nospases anglo-saxnicos este princpio cumprido com rigor) art. 189

    e) hierarquicamente estruturado, derivando do PM princpioda preeminncia do PM (primus inter pares)

    f) tem poderes de auto-organizao art. 198/2

    Primeiro Ministro

    o primeiro entre os iguais; responsvel perante o PR art. 191/1

    compete-lhe dirigir a poltica geral do Governo art.201/1/a/b

    a sua demisso implica a demisso do Governo

    Princpios estruturantes do Governo

    colegialidade art. 200 preeminncia do PM

    51

  • 7/29/2019 Cincia Poltica e Direito Constitucional

    52/100

    UUUAAALLL111... aaannnooo DDDiii rrreee iii tttoooPPPLLL,,, --- 222000000111

    CCCiiinnnccc iiiaaa PPPooo lll ttt iii cccaaa eee DDDiii rrreee iii tttooo CCCooonnnsssttt iii tttuuuccc iiiooonnnaaa lll GGG111444

    verso:10-02-2005 16:31

    repartio de competncias art. 201/2/a

    Responsabilidade poltica do Governoart. 190 - responsvel perante:

    a Assembleia da Repblica

    o Presidente da Repblica

    Funes do Governo

    polticas art. 197 legislativas art. 198 administrativas art. 199

    Conselho de EstadoNo um rgo de Soberania (no est especificado como tal noart. 110). um rgo Constitucional de consulta do PR art. 141 a 146.

    TRIBUNAIS

    So rgos de soberania (art. 110 CRP). So objecto de um ttuloespecfico (art. 202 e ss.); administram a Justia em nome dopovo (art. 202/1).

    Os Tribunais na ConstituioO grande princpio orientador o de independncia judicial;na doutrina italiana h quem defenda que caminhamos para um

    Governo de Juizes: no esto habituados aprestar contas.

    Princpios estruturantes do poder judicirio

    2.1 princpio da independnciaa) independncia pessoal: garantir aos Juizes a suainamovibilidade (art. 216 CRP)b) independncia colectiva: os juizes enquantocorporao so autnomosc) independncia funcional: esto vinculados lei e

    CRPd) ind