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CIÊNCIAS CONTÁBEIS A ÉTICA NA PROFISSÃO CONTÁBIL ETHICS IN ACCOUNTING ANDRÉ RESENDE BUENO JOICE CASTRO LUIS CARLOS SPAZIANI Resumo Este artigo aborda a questão da ética na profissão contábil, à luz dos recentes escândalos financeiros e contábeis ocorrendo nacional e internacionalmente. O objetivo foi demonstrar a responsabilidade civil do contador ante o sigilo e a ética profissional, onde foram realizadas pesquisas bibliográficas em literatura específica. É feita uma breve explanação dos princípios éticos gerais bem como aplicados à Contabilidade, de acordo com o Código de Ética Profissional do Contador. Após a revisão bibliográfica sobre o agir ético na profissão contábil bem como os casos de desvios de conduta que foram descobertos em grandes empresas, aplicou-se o questionário para diversos profissionais relacionados à contabilidade, a fim de se avaliar sua percepção sobre ética na contabilidade. É um estudo predominantemente teórico uma fonte de consulta para análise e reflexão sobre a aplicação da ética na profissão de Contabilista, utilizando-se de pesquisa bibliográfica e aplicação de questionário para profissionais da área. Palavras chave: Contabilidade; escândalos; ética; princípios, fraude. Abstract This article addresses the issue of ethics in the accounting profession in light of the recent financial and accounting scandals occurring nationally and internationally. The objective was to demonstrate the civil liability of the accountant before the secrecy and the professional ethics, where bibliographical researches when carried out in specific literature. A brief explanation of the general ethical principles as well as applied to Accounting, according to the Professional Code of Ethics of the Accountant, was make. After the bibliographic review on ethical behavior in the accounting profession as well as the cases of deviations of conduct that were discovered in large companies, the questionnaire was applied to several professionals related to accounting in order to evaluate their perception about ethics in accounting. It is a predominantly theoretical study a source of consultation for analysis and reflection on the application of ethics in the profession of Accountant, using bibliographical research and questionnaire application for professionals in the area. Keywords: accounting; scandals; ethics; principles, fraud. INTRODUÇÃO Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade é dever de todo o profissional da Contabilidade comprometido com a sociedade, com os colegas e com a classe, possuindo capacidade técnica, observando toda a legislação vigente, os princípios de contabilidade e normas brasileiras de contabilidade entre várias outras responsabilidades (CFC, 1996). A origem da palavra “ética” vem do grego ethos que significa morada coletiva e vida coletiva. Por isso seu conceito é usado em ações que promovam o bem comum ou a justiça no meio social. Os gregos a utilizavam no sentido de hábitos e costumes que privilegiassem a boa vida e o bem viver entre os cidadãos, com o tempo tal palavra passou também a significar modo de ser ou caráter. Enfim, um modelo de vida que deveria ser adquirido ou conquistado pelo homem por meio da disciplina rígida que lhe formaria o caráter e que seria transmitida aos jovens pelos adultos (AGUIAR, 2011). Devido à profissão contábil exigir elevado grau de confiabilidade, é requerido que o Contador tenha caráter ilibado, seja imparcial, que haja com responsabilidade diante das informações confidenciais a que constantemente lida. A ética deve ser a base da construção da vida profissional. Um conjunto de normas, deveres e obrigações foi criado para fixar a forma pela qual os profissionais de contabilidade devem conduzir, quando no exercício profissional e nos assuntos relacionados à profissão e à classe (CFC, 1996). O V Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em 1950, foi um marco importante no estudo e no debate do tema Código de Ética Profissional, na área contábil. Onde surgiu a primeira codificação de normas a orientar a conduta ética dos Contadores e Técnicos em Contabilidade brasileiros. Em 1970 foi criado o Código de Ética Profissional do Contabilista, que, por vinte e seis anos, orientou como deveria ser a conduta dos profissionais da Contabilidade no exercício de suas atividades. Em 1996, o CFC editou a Resolução nº 803, aprovando o vigente Código de Ética (CRCRS, 2011). Como qualquer profissional, o contabilista, está em contato com vários tipos de clientes podendo inclusive deparar-se com práticas criminosas, como a lavagem de dinheiro. Alguns, aliando-se à criminalidade e colocando o seu conhecimento a serviço das organizações criminosas. Outros, especializando-se na investigação contábil e ajudando a desvendar os mais variados crimes. Um contabilista é capaz de notar que alguns índices apresentados não correspondem com a realidade do mercado, a partir de sua experiência em empresas de determinada área. Neste caso, há uma atuação cotidiana do contabilista que verifica a prática do crime de lavagem de dinheiro. Pode-se observar a importância da postura ética do profissional de contabilidade através de um dos grandes temas nacionais da atualidade a “operação lava-jato”. A operação Lava Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ Simpósio de TCC e Seminário de IC , 2016 / 2º 535

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CIÊNCIAS CONTÁBEIS A ÉTICA NA PROFISSÃO CONTÁBIL ETHICS IN ACCOUNTING

ANDRÉ RESENDE BUENO

JOICE CASTRO LUIS CARLOS SPAZIANI

Resumo Este artigo aborda a questão da ética na profissão contábil, à luz dos recentes escândalos f inanceiros e contábeis ocorrendo nacional e internacionalmente. O objetivo foi demonstrar a responsabilidade civil do contador ante o sigilo e a ética profissional, onde foram realizadas pesquisas bibliográficas em literatura específ ica. É feita uma breve explanação dos princípios éticos gerais bem como aplicados à Contabilidade, de acordo com o Código de Ética Profissional do Contador. Após a revisão bibliográfica sobre o agir ético na profissão contábil bem como os casos de desvios de conduta que foram descobertos em grandes empresas, aplicou-se o questionário para diversos profissionais relacionados à contabilidade, a f im de se avaliar sua percepção sobre ética na contabilidade. É um estudo predominantemente teórico uma fonte de consulta para análise e reflexão sobre a aplicação da ética na profissão de Contabilista, utilizando-se de pesquisa bibliográfica e aplicação de questionário para profissionais da área. Palavras chave: Contabilidade; escândalos; ética; princípios, fraude. Abstract This article addresses the issue of ethics in the accounting profession in light of the recent f inancial and accounting scandals occurring nationally and internationally. The objective was to demonstrate the civil liability of the accountant before the secrecy and the professional ethics, where bibliographical researches when carried out in specif ic literature. A brief explanation of the general ethical principles as well as applied to Accounting, according to the Professional Code of Ethics of the Accountant, was make. After the bibliographic review on ethical behavior in the accounting profession as well as the cases of deviations of conduct that were discovered in large companies, the questionnaire was applied to several professionals related to accounting in order to evaluate their perception about ethics in accounting. It is a predominantly theoretical study a source of consultation for analysis and reflection on the application of ethics in the profession of Accountant, using bibliographical research and questionnaire application for professionals in the area. Keywords: accounting; scandals; ethics; principles, fraud. INTRODUÇÃO

Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade é dever de todo o profissional da Contabilidade comprometido com a sociedade, com os colegas e com a classe, possuindo capacidade técnica, observando toda a legislação vigente, os princ ípios de contabilidade e normas brasileiras de contabilidade entre várias outras responsabilidades (CFC, 1996).

A origem da palavra “ética” vem do grego ethos que significa morada coletiva e vida coletiva. Por isso seu conceito é usado em ações que promovam o bem comum ou a justiça no meio social. Os gregos a utilizavam no sentido de hábitos e costumes que privilegiassem a boa vida e o bem viver entre os cidadãos, com o tempo tal palavra passou também a significar modo de ser ou caráter. Enfim, um modelo de vida que deveria ser adquirido ou conquistado pelo homem por meio da disciplina rígida que lhe formaria o caráter e que seria transmitida aos jovens pelos adultos (AGUIAR, 2011).

Devido à profissão contábil exigir elevado grau de confiabilidade, é requerido que o Contador tenha caráter ilibado, seja imparcial, que haja com responsabilidade diante das informações confidenciais a que constantemente lida. A ética deve ser a base da construção da vida profissional.

Um conjunto de normas, deveres e obrigações foi criado para fixar a forma pela qual os profissionais de contabilidade devem conduzir, quando no exercício profissional e nos assuntos relacionados à profissão e à classe (CFC, 1996).

O V Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em 1950, foi um marco importante no estudo e no debate do tema Código de Ética Profissional, na área contábil. Onde surgiu a primeira codificação de normas a orientar a conduta ética dos Contadores e Técnicos em Contabilidade brasileiros. Em 1970 foi criado o Código de Ética Profissional do Contabilista, que, por vinte e seis anos, orientou como deveria ser a conduta dos profissionais da Contabilidade no exercício de suas atividades. Em 1996, o CFC editou a Resolução nº 803, aprovando o vigente Código de Ética (CRCRS, 2011).

Como qualquer profissional, o contabilista, está em contato com vários tipos de clientes podendo inclusive deparar-se com práticas criminosas, como a lavagem de dinheiro. Alguns, aliando-se à criminalidade e colocando o seu conhecimento a serviço das organizações criminosas. Outros, especializando-se na investigação contábil e ajudando a desvendar os mais variados crimes. Um contabilista é capaz de notar que alguns índices apresentados não correspondem com a realidade do mercado, a partir de sua experiência em empresas de determinada área. Neste caso, há uma atuação cotidiana do contabilista que verifica a prática do crime de lavagem de dinheiro.

Pode-se observar a importância da postura ética do profissional de contabilidade através de um dos grandes temas nacionais da atualidade a “operação lava-jato”. A operação Lava Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$

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10 bilhões. De acordo com a Polícia Federal, as investigações identificaram um grupo brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio.

A Petrobras está no centro das investigações da operação, que apontou dirigentes da estatal envolvidos no pagamento de propina a políticos e executivos de empresas que firmaram contratos com a petroleira (PETROBRAS, 2016). Entre os delitos cometidos por supostos "clientes" do esquema de movimentação ilegal de dinheiro está o tráfico internacional de drogas, a corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos.

Esta operação é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. O nome do caso, “Lava Jato”, decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas. Somam-se aos desvios bilionários a expressão econômica e política dos suspeitos de participar do esquema de corrupção que envolve a companhia.

A investigação baseia seus métodos na “operação mãos limpas” feitos pelo governo italiano contra a máfia, a metodologia principal é a “follow the money”, siga o dinheiro em português, onde se busca a evidência da prática de crimes através da análise contábil dos indivíduos e entidades envolvidas (El PAÍS, 2016).

Os operadores financeiros ou intermediários eram responsáveis por entregar a propina disfarçada de dinheiro limpo aos beneficiários. Primeiramente, o dinheiro ia das empreiteiras até o operador financeiro. Isso acontecia em espécie, por movimentação no exterior e por meio de contratos simulados com empresas de fachada. Num segundo momento, o dinheiro ia do operador financeiro até o beneficiário em espécie, por transferência no exterior ou mediante pagamento de bens.

Percebe-se pela descrição do caso que em ambos os lados da operação há a forte atuação da contabilidade, ora seguindo os rastros financeiros deixados pelas quadrilhas atuando ora a serviço do crime como no suposto esquema de contabilidade paralela na Odebrecht, destinado ao pagamento de propinas e vantagens indevidas a terceiros. Profissionalmente organizado, segundo os investigadores, o esquema era chamado de "setor de operações estruturadas". Tal departamento armazenaria dados referentes a pagamentos ilícitos e permitiria a "comunicação reservada" entre funcionários e executivos envolvidos no esquema.

Este estudo pretende expor as implicações do profissional de contabilidade que não respeita a ética, os efeitos negativos que tais condutas causam à economia, e a sociedade como um todo e a expressão que o código de ética deve representar à classe contábil. Formulação do Problema

A lavagem de dinheiro tornou-se um problema mundial, com ajuda dos avanços tecnológicos, impactando o desenvolvimento social e econômico da maioria dos países e financiando a corrupção em larga escala, bem como diversas atividades criminosas, incluindo tráfico de drogas e terrorismo. Para combater esse mal, a globalização econômica t rouxe a lavagem de dinheiro para a pauta das discussões internacionais.

Tendo em vista o recente aumento de escândalos contábeis em vários setores da economia tanto públicos quanto privados, e até mesmo a comoção social gerada por tais desvios, parece que o código de ética contábil não foi capaz de influenciar na tomada de decisões destes profissionais, de forma que estes se mantivessem afastados do crime. Tais condutas impactam desfavoravelmente na economia e no convívio social.

A chamada Contabilidade criativa é usada para produzir informações gerenciais a fim de avaliar a entidade de forma enganosa. Os interessados nisso podem manipular ativos e esconder dinheiro il ícito, o que representa uma transgressão à legislação específica, societária, fiscal, civil e penal. Objetivos

Analisar a conduta ética do profissional da contabilidade, no contexto da corrupção na Administração pública e privada no cenário brasileiro e demonstrar a responsabilidade civil do contador ante o sigilo e a ética profissional bem como verificar o comportamento ético na profissão contábil através da avaliação das respostas de um questionário aplicado a um público alvo. Justi ficativa

A atividade contábil por diversas vezes expõe o profissional a prática de crimes por seus clientes e a nefasta oportunidade ao contador de tornar-se cumplice nesses crimes, como por exemplo, a lavagem de dinheiro - procedimento usado para disfarçar a origem de recursos ilegais. Quando alguém ganha dinheiro de forma il ícita, não pode simplesmente gastar o dinheiro. É preciso justificar a fonte para evitar suspeitas.

De acordo com Gallerani (2014), acabar com à lavagem de dinheiro é a repreensão mais forte que um Estado pode fazer contra às organizações criminosas. Visto que, sem o dinheiro, nenhuma atividade, seja lícita ou il ícita, consegue se manter em funcionamento. A lavagem de dinheiro é um problema internacional, que acontece em todo o mundo, afetando a todos nós. Pois um dinheiro que é desviado poderia ser usado para melhoria da qualidade de vida. Com isso, surgiu a preocupação de todos os países em reprimir tal prática, no Brasil foi aprovada a lei 9.613/1998, que trata “dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores”. Em seguida, com a intenção de aprimorá-la e para torná-la mais eficiente foi aprovada a lei 12.683/2012.

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É necessário que o profissional contábil tenha uma conduta pessoal de forma a não fraudar informações. Apenas aumentar a quantidade de instrumentos legais não resolve os problemas gerados pelos desvios de conduta dos contadores, para o exercício da profissão de contador não resultar em prejuízo a sociedade, não basta a preparação técnica, ele deve defender os princípios e valores éticos aplicáveis a sua profissão. É preciso ter ética (PAIZAN, 2014).

A “Ética” é uma ciência com fundamento científico e filosófico sólido, que trata do comportamento humano e da moral, das relações comportamentais e interpessoais, do respeito pelo outro, de se pensar coletivamente e não individualmente. As questões éticas estão sendo discutidas na área profissional, organizacional e governamental. Os escândalos contábeis envolvendo empresas de renome nacional e internacional reforçam a preocupação da sociedade quanto a informações que demonstrem a real situação das empresas. (BARROS, 2010).

O profissional contábil além das constantes atualizações para seguir a legislação vigente, possui o Código de Ética que regulamenta a profissão, o objetivo do código de ética para o contador é habilitar esse profissional a adotar uma atitude pessoal, consoante com os princípios éticos conhecidos e aceitos pela sociedade. O Código de Ética não pode se limitar a ser apenas mais um instrumento de fiscalização da conduta do contador, mas um reflexo das práticas profissionais e sociais adotadas e aceitas pelos contadores, de forma que oriente sua conduta e haja de forma a ajudar a evitar os desvios e não apenas aguardar sua ocorrência, e os danos muitas vezes irreversíveis, para daí buscar punições (BARROS, 2010).

É preciso que se dê a devida importância à disciplina de ética e que os acadêmicos de ciências contábeis se mantenham atualizados sobre o que acontece em nível de corrupção e fraudes nos meios empresariais, governamentais e mesmo de pessoas físicas, pois só assim é possível formar profissionais contadores capazes de lidar com essas questões e exercer a profissão com respeito, lealdade, ética, autonomia e independência (ALCÂNTARA et al, 2013).

No Código de Ética Profissional dos Contadores é defendido em seus princípios fundamentais: a ampliação e concretização da cidadania, considerada empreitada primordial de toda sociedade, com o objetivo de garantir os direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; a defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; emancipação e completa expansão dos indivíduos sociais e posicionamento em favor da equidade e justiça social, que afirme universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática.

Esse objeto de trabalho é de extrema relevância para o curso de Contabilidade dentro do debate teórico, ético e político acerca de um dos campos de atuação dos profissionais de Contabilidade, por ser um dos deveres do contador agir de maneira a proporcionar orientações reflexivas e socializar informações ao enfatizar a participação dos usuários no conhecimento crítico da sua realidade e potencializar os sujeitos para a construção de estratégias coletivas. Metodologia

Entende-se metodologia como o tipo de processo adotado para a elaboração e um maior aprofundamento sobre determinado assunto, procurando sempre de forma clara e objetiva solucionar os problemas mencionados no assunto e, também, alcançar os objetivos estipulados nesse assunto em destaque.

Para atender os objetivos deste trabalho, demonstrando a responsabilidade civil do contador ante o sigilo e a ética profissional, foram realizadas pesquisas bibliográficas em literatura específica sobre o tema Ética e análise do Código de Ética Profissional do Contabilista, bem como as normas do Conselho Federal de Contabilidade. Foi um estudo predominantemente teórico que não teve pretensão de esgotar o tema, apenas ser mais uma fonte de consulta para análise e reflexão sobre a aplicação da ética na profissão de Contabilista.

Conforme Boccato (2006), a pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições cient íficas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura cient ífica. Segundo Gil (1999), pesquisa explicativa “tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”.

Quanto aos fins, esta pesquisa foi de caráter exploratório, a qual “não tem hipóteses a serem testadas no trabalho, restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informação sobre determinado assunto de estudo” (VERGARA, 2004, p. 45). Quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica, a qual, segundo Vergara “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral” (VERGARA, 2004, p. 48).

Para a obtenção de dados para a realização deste trabalho, foi aplicado em novembro de 2016 um questionário com 17 perguntas respondido por profissionais ligados à área contábil. O questionário foi esquematizado em três partes: perfil do profissional, ética no amplo sentido e o código de ética contábil, conforme mostrado no

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Apêndice 1. Os resultados obtidos foram demonstrados através de gráficos e analisados. Contabilidade

Contabilidade é a arte de registrar, classificar e resumir de modo significativo e em termos de capital, transações e eventos de natureza financeira e interpretar os consequentes resultados (AICPA, 1941). É uma linguagem de negócios usada para comunicar transações financeiras e seus resultados. Sua origem remonta ao surgimento da moeda, de modo que qualquer indivíduo interessado fazia registros de suas transações em certo período de tempo.

Com a expansão do capitalismo e crescimento populacional, o número de transações financeiras aumentou consideravelmente, fazendo-se necessário profissionalizar a arte de registrar transações financeiras de acordo com certos princ ípios e padrões.

Com o auxílio do processo contábil, o lucro ou perda de uma empresa pode ser determinado dado certo intervalo de tempo, permitindo analisar o desempenho passado da mesma e planejar os futuros caminhos a serem tomados, visando o equilíbrio financeiro.

Objetivos da Contabilidade

Os objetivos da contabilidade são (AICPA, 1941): • Manter registros sistemáticos: o objetivo primordial é ajudar na coleta de dados financeiros e registrá-los sistematicamente para se extrair resultados corretos e úteis para análises financeiras. • Avaliação dos lucros: análise dos lucros e prejuízos em certo período de tempo. • Avalição da situação financeira: planilhas contábeis podem indicar a categoria e nível de capital de uma empresa, ajudando em sua avaliação. • Ajudar em decisões futuras: planejar os passos futuros com base nos registros contábeis anteriores, permitindo assim tomar as decisões corretas na hora apropriada. • Adequação jurídica e tributária: registro de atividades financeiras em acordo com leis fiscais, à disposição da Justiça caso necessário.

Princípios da Contabilidade

Os Princípios de Contabilidade constituem as normas gerais delimitadoras da aplicação das Ciências Contábeis. Sua existência garante a uniformidade da forma de registrar os fatos contábeis, possibilitando a correta mensuração da riqueza patrimonial, necessária à defesa dos interesses da coletividade, dos particulares e dos próprios sócios e acionistas.

"Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias

relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades". (Art. 2°, CFC 750/93, redação dada pela Resolução CFC 1282/10.)

Os princípios devem ter três características que ocorram simultaneamente: • Utilidade: deles devem resultar informações significativas e valiosas aos usuários das demonstrações contábeis. • Objetividade: as informações resultantes de suas aplicações não devem sofrer influência por inclinações pessoais tampouco prejuízo dos que a fornecem. • Praticidade: devem ser adotados sem complexidade ou custos indevidos.

Os Princípios de Contabilidade são: (Art. 3°, CFC 750/93, redação dada pela Resolução CFC 1282/10.) • O da ENTIDADE: "O Princ ípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição" (Art. 4°, CFC 750/93). Comentário: Ao afirmar que o patrimônio da entidade é autônomo em relação ao dos sócios, a norma indica que se uma empresa possui um veículo, por exemplo, tal bem não pertence aos sócios, mas à empresa. Quando a norma afirma que a soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, pode-se citar o exemplo das demonstrações consolidadas, hipótese em que as demonstrações contábeis de duas ou mais empresas são agrupadas, segundo regras estabelecidas pelas Normas Brasileiras de Contabilidade, para que se possa avaliar o desempenho do grupo econômico, não havendo criação de nova entidade. • O da CONTINUIDADE: "O Princ ípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância". (Art. 5°, CFC 750/93, redação dada pela Resolução CFC nº. 1282/10). Comentário: A entidade é um organismo vivo que continuará a operar por um longo e indeterminado período de tempo até que surjam fortes evidências em contrário.

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• O da OPORTUNIDADE: "O Princ ípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas" (Art. 6°, CFC 750/93). Comentário: Ao se apropriarem provisões para créditos de liquidação duvidosa, está-se diante de uma das aplicações do princípio da oportunidade, pois a perda é tecnicamente estimável e há razoável certeza de sua ocorrência, o que se comprova mediante o histórico de inadimplência dos créditos a receber. • O do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL: "O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional". (Art. 7°, CFC 750/93). Comentário: O princípio determina que os componentes do patrimônio tenham seu registro inicial efetuado pelos valores ocorridos na data das transações havidas com o mundo exterior à Entidade, estabelecendo, pois, o pilar da avaliação patrimonial: a determinação do valor monetário de um componente do patrimônio. • O da COMPETÊNCIA: "O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento (Art. 9°, CFC 750/93). Comentário: determina que as receitas de despesas sejam lançadas quando ocorrer seu fato gerador, independentemente de recebimento ou pagamento. Como exemplo, questões que envolvem seguros e juros antecipados são resolvidas sob a ótica desse princípio. • O da PRUDÊNCIA: "O Princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido." (Art. 10°, CFC 750/93). Comentário: Como exemplo, tem-se o critério de avaliação de mercadorias, que devem ser registradas pelo seu custo de aquisição deduzido de provisão para ajustá-las ao valor de mercado, quando este for menor.

Por fim, após explanação individual de

cada princípio, ressalta-se que a "observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade" (Art. 1°, CFC 750/93). Ética

Os princípios e valores éticos fazem parte da nossa sociedade há mais de 2.500 anos, sendo sua presença nas organizações e conselhos profissionais essenciais e inquestionáveis, pois propicia a valorização do ser humano tanto na vida em sociedade como dentro das organizações.

Segundo Vásquez (2008, p.23), “A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano”. O agir com ética, neste contexto, significa agir com determinadas regras e preceitos. Porém, muitas empresas divulgam regras, e código de éticas e não as praticam no seu dia-a-dia. Agindo assim, de maneiras antiéticas, desonestas e injustas.

Segundo Stukart (2003, p.14), a ética é uma palavra que vem do grego ETHOS, que significa estudo de caráter, juízo do ser humano e reflete sobre a situação vivida, para ele, “A ética não analisa o que o homem faz, como a psicologia e a sociologia, mas o que ele deveria fazer. É um juízo de valores, como virtude, justiça, felicidade, e não um julgamento da realidade”.

Tal conceito é usado para ações que promovam o bem comum ou a justiça no meio social. Devido ao fato de que os gregos a utilizavam no sentido de hábitos e costumes que privilegiassem a boa vida e o bem viver entre os cidadãos, com o tempo tal palavra passou a significar modo de ser ou caráter. Enfim, um modelo de vida que deveria ser adquirido ou conquistado pelo homem por meio da disciplina rígida que lhe formaria o caráter e que seria transmitida aos jovens pelos adultos. Na Gréc ia, o homem aparece no centro da política , da ciência , da arte e da moral , uma vez que para sua cultura até os deuses eram humanos com seus defeitos e qualidades.

Os filósofos gregos sempre subordinaram a ética às ideias de felicidade da vida presente e de soberano bem . Nos textos antigos , ética quase sempre parece estar relacionada com desejo inato ao homem de busca da realização do supremo bem. A filosofia grega preocupa -se com a reexame sobre ética desde os primórdios . isso porque ética , ou a sede de justiça, é uma das três dimensões da filosofia. As outras duas seriam a teoria e a sabedoria. Em Roma, ética passa a ser denominada “mores”; que significa “moral”. No direito romano a palavra ética refere-se a normas de conduta ou princípios que regem a sociedade ou um determinado grupo e em uma determinada época. Numa palavra: lei (SILVA, 2009).

A ética é histórica, o que se deve ao fato de estar solidificada em noções de valor, que mudam à medida que se descobrem novas verdades. O agir ético não será apenas uma simples reprodução de ações das gerações anteriores, mas uma atividade reflexiva que oriente a ação a seguir num determinado momento de nossa vida pessoal (AGUIAR, 2011).

Quando surgem questionamentos sobre a validade de determinados valores ou costumes, e

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a realidade exige novos valores que possam orientar a ética, surge a necessidade de uma teoria que justifique esse novo agir, uma vez que é impossível a ação ética sem que o agente compreenda a racionalidade dessa ação. Portanto, reflexão teórica, que oriente a prática ou a crítica do viver ético está sempre sendo atualizada na sociedade.

Em resumo, como se expressa Cortella (2007), “Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida: quero? Devo? Posso? Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve”. Ética profissional

Desde seu nascimento, e ao longo de sua vida, o homem vive e aprende viver em sociedade, e com isso surgem às relações de trabalho, porém, antigamente só se trabalhava pelo alimento e a lei do mais forte imperava. O tempo foi passando e os conflitos e as lutas marcavam as relações de trabalho, até o período da Revolução Industrial.

Neste período marcado pela chegada das máquinas, o desemprego aumenta e os conflitos também, fazendo com que o Estado, que antes era só um espectador, passe a intervir para manter a paz social. A partir desse momento começam a surgir as primeiras normas e leis do trabalhador. Tais como: igualdade de oportunidades no trabalho e o combate à discriminação, fundamentada na raça, cor, sexo, religião, opinião pública; outras discriminações também como, idade, orientação sexual, estado de saúde, deficiência, obesidade, entre outras.

A ética profissional constitui-se de premissas da ética geral que se volta para a regulação do comportamento dos membros da associação na qual são aplicadas. Além de membros da sociedade, o ser humano está ligado a grupos, associações, conselhos profissionais. É comum que se estabeleçam, nessas células sociais, regras a serem obedecidas por seus membros (USSO, 2011).

Enquanto o comportamento ético é essencial para o devido funcionamento de um negócio, é também fundamental nas atuais práticas de contabilidade. Comportamento ético não advém exclusivamente por meio de códigos de ética ou imposições legais, mas principalmente por meio dos valores internos e princípios individuais.

A aceitação de diversos tipos de comportamento parece variar entre contadores e demais profissionais, que colocam algumas dessas ações mais (ou menos) aceitáveis que outras. Alguns Indivíduos tendem a ser honestos até certo nível, porém aceitariam ser desonestos em pequenos ganhos financeiros, não exagerados.

Declínio da Ética corporativa Várias razões têm sido propostas para

explicar o motivo das práticas éticas terem diminuído no mundo dos negócios. Em meio a economia fraca e meio corporativo competitivo, as empresas buscam manter os lucros as vezes às custas de padrões éticos que são descartados. Fatores que podem contribuir para a deterioração da ética no local de trabalho incluem fraca cultura trabalhista, pressão da chefia imediata, ganancia e falta de denúncias efetivas.

Programas éticos consolidados e culturas trabalhistas produzem o meio de negócios ideal, caracterizado por altos índices de denúncias e auditorias, sem pressões ou retaliações contrarias. Um fator crucial em uma instituição é para uma cultura trabalhista de sucesso é a comunicação efetiva entre gerentes e empregados, pois poucas coisas são mais fundamentais que uma comunicação aberta e honesta no ambiente de trabalho entre os diversos representantes na hierarquia de uma empresa.

Um ponto predominante por trás de condutas não éticas no ambiente de trabalho é a pressão advinda dos superiores hierárquicos. Muitos dos conhecidos escândalos coorporativos associados à ética envolvem gerentes manipulando registros financeiros para parecerem mais lucrativos do que realmente são ou então pressão para que os empregados comprometam o dever de independência e honestidade em face a aceitar números construídos como se fossem precisos e reais.

Outros geradores de condutas não éticas são ganancia, oportunidade e ignorância, podendo as duas primeiras estarem relacionadas à pressão dos superiores ou decisão própria do empregado. O desejo por dinheiro tem levado muitos profissionais, inclusive contadores, se predisporem a atos fraudulentos em ordem de se destacarem no meio. Em locais que grandes montantes de valores são negociados, pode ser mais fácil esconder ou remover dinheiro com pouca chance de detecção (GERMANO, 2013).

Os motivos acima elencados para o aumento do comportamento antiético na profissão de contador correspondem à quatro possíveis explicações para tal conduta:

“Meu comportamento não é de fato imoral ou ilegal”. Ignorância ou autonegação podem gerar tal pensamento.

“Minhas ações beneficiam minha empresa”. A empresa pode ser omissa e conivente, mesmo que não estimule diretamente tais ações.

“Ninguém jamais descobrirá”. De fato, nem todos os desvios éticos são descobertos ou expostos, sendo difícil quantificar a porcentagem que vem à tona e é combatida.

“A empresa irá me proteger”. Isso depende da integridade e cultura da empresa.

Escândalos recentes no mundo corporativo, especificamente em contabilidade, podem ser atribuídos à falta de sistemas éticos tanto pessoais

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quanto corporativos. As implicações da responsabilidade pessoal são claramente evidentes, quem podem ser vistas pelos nomes dos indivíduos listados em relatórios de auditorias feitas em corporações com suspeitas de corrupção. Apesar dessas falhas corporativas, empresas auditadas geralmente em seguida se reestruturam para recuperar a confiança dos investidores e imagem pública favorável a suas atividades (BONOTTO, 2010). Código de Ética Profissional

Devido à importância da Ética para a vida em sociedade, foram criados os códigos de ética geral, ou seja, não específicos por profissão, para nortear o comportamento das pessoas, principalmente, dentro das organizações. Existem algumas definições para o que seja um Código de Ética. Uma delas é entendida como sendo o instrumento que busca a realização dos princípios, visão e missão da empresa. Serve para orientar as ações de seus colaboradores e explicitar a postura social da empresa em face dos diferentes públicos com os quais interage.

O código de ética ou de compromisso social é um instrumento de realização da visão e missão da empresa, que orienta suas ações e explicita sua postura social a todos com quem mantém relações. O código de ética e/ou compromisso social e o comprometimento da alta gestão com sua disseminação e cumprimento são bases de sustentação da empresa socialmente responsável (ETHOS, 2000).

Para que um Código de Ética funcione em uma determinada empresa , é fundamental sua divulgação e acompanhamento pela alta administração. Sua importância não é só́ no ambiente empresarial, mas em qualquer agrupamento ou associação entre pessoas. A definição a seguir ilustra bem esse contexto:

Acordo explícito entre os membros de um grupo social: uma categoria profissional, um partido político, uma associação civil etc . Seu objetivo é explicitar como aquele grupo social , que o constitui, pensa e define sua própria identidade política e social; e como aquele grupo social se compromete a realizar seus objetivos particulares de um modo compat ível com os princípios universais da ética.

Dessa forma , o Código de Ética está presente em qualquer agrupamento onde as pessoas tenham um objetivo a ser atingido ou compartilhado , mas nem sempre é colocado em prática, como exemplo, pode-se citar as questões de fraudes e corrupção nos meios corporativos e políticos. Para fins deste estudo, esses dois comportamentos são considerados como consequências da perda dos padrões éticos. Código de ética profissional na Contabilidade

A ética de um profissional é um conjunto de comportamentos impostos a ele pela empresa em que ele trabalha ou pela profissão que ele pratica. A fim de normatizar estas situações foram criados

diversos códigos de ética, para o profissional da contabilidade não foi diferente.

O profissional contábil tem que ter um comportamento ético inquestionável, saber manter sigilo, ter conduta pessoal, dignidade, honra, competência e serenidade para proporcionar ao usuário informações com segurança e confiabilidade e, ao mesmo tempo, ter uma conduta pessoal de forma a não se sentir seduzido em fraudar informações. Por essas razões, o assunto “Ética” adquire enorme importância no contexto atual do mercado empresarial capitalista (PAIZAN, 2014).

Assim, é fundamental que existam cada vez mais estudos como instrumentos de reflexão no sentido de mudar a consciência individual , que é o primeiro passo para se mudar a consciência coletiva. As questões éticas são discutidas hoje no campo profissional, organizacional e governamental. Os escândalos contábeis envolvendo empresas de renome nacional e internacional intensificam a preocupação da sociedade quanto a informações que demonstrem a real situação das empresas (BARROS, 2010).

O profissional contábil além das constantes atualizações para seguir a legislação vigente, possui o Código de Ética que regulamenta a profissão. A “Ética” é uma ciência com embasamento científico e filosófico sólido, que trata da moral e do comportamento humano, das relações comportamentais e interpessoais, do respeito pelo outro, de se pensar coletivamente e não de maneira somente individual. Então, é preciso que o profissional de contabilidade exerça uma conduta ética, sem perder sua autonomia para trabalhar.

A matéria “Ética” vem sendo estudada com bastante ênfase nos cursos de Ciências Contábeis . É necessário que se dê a devida importância à disciplina e que os acadêmicos se mantenham atualizados sobre o que acontece em nível de corrupção e fraudes nos meios empresariais, governamentais e mesmo de pessoas físicas, pois só́ assim é possível formar profissionais contadores aptos a lidar com essas questões e exercer a profissão com dignidade, respeito, lealdade, ética, autonomia e independência (BARROS, 2010).

De acordo com Lisboa (1997), o objetivo do código de ética para o contador é habilitar esse profissional a adotar uma atitude pessoal, consoante com os princ ípios éticos conhecidos e aceitos pela sociedade.

Para o exercício da profissão de contador, não basta a preparação técnica, ele deve defender os princípios e valores éticos aplicáveis a sua profissão, de modo a produzir uma imagem verdadeira do que ela se constitui para as novas gerações de profissionais. Breve Histórico

O V Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em Belo Horizonte, no ano de 1950, foi um marco importante no estudo e debate do tema

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Código de Ética Profissional, no país, na área contábil. Nessa época, surgiu a primeira codificação de normas para orientar a conduta ética dos profissionais em contabilidade

Em 1970, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), atendendo determinação ao art. 10 de Decreto-Lei 1.040, de 1969, aprovou o Código de Ética do profissional Contabilista, através da Resolução 290, que por vinte anos, orientou como deveria ser a conduta do profissional de Contabilidade no exercício de suas atividades Código de Ética do Profissional Contábil

Em 1996, o CFC introduziu Código de Ética do Profissional Contábil, através da Resolução 803, de 10 de outubro de 1996, que visa nortear a conduta desse profissional de forma a prestar adequadamente seus serviços à sociedade . O artigo segundo e seus incisos estabelecem como deve ser sua conduta: I – Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e independência profissionais. II – Guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional licito, inclusive no âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade; III – Zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo; IV – comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou lhe confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e executores; V – Inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso; VI – renunciar as funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do cliente ou empregador , a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que os interesses dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos da renúncia; VII – Se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre fatos que devam chegar ao conhecimento desse , a fim de habilitá -ló para o bom desempenho das funções a serem exercidas; VIII – manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da profissão; IX – Ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja propugnando por remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho compat íveis com o exercício ético-profissional da Contabilidade e seu aprimoramento técnico.

Os incisos IV e VI do artigo citado, para fins deste estudo, são os que requerem especialmente uma conduta ética do contador, uma vez que, nos

dois casos, ele estará́ lidando com situações melindrosas perante seu cliente.

Considerando ser a ética o exercício da responsabilidade do indivíduo e que cada profissão deva estar a serviço do social, Lopes Sá argumenta que “a ausência de responsabilidade para com o coletivo gera, como consequência natural, a irresponsabilidade para a qualidade do trabalho” (SÁ, 1996, p. 131).

Na lei citada acima existe dois pilares fundamentais para a ética: os princípios e as regras . O primeiro diz respeito à idoneidade do profissional, já́ o segundo diz respeito à disciplina que o contador deve ter perante o cliente (pessoa física ou jurídica) e, também para a sociedade em geral.

A Resolução 819, de 20 de novembro de 1997, restabelece o recurso “e ofício” na área do processo ético e altera o parágrafo 2o, do art. 13, do Código de ética do Profissional Contabilista, revogando a Resolução 677, de 1990, nos seguintes termos: Art. 1o Ao § 2o do art. 13 do Código de Ética Profissional do Contabilista – CEPC, aprovado pela Resolução CFC no 803/96, dê -se a seguinte redação: “§ 2o Na hipótese do inciso III do art. 12, o Tribunal Regional de Ética Profissional deverá recorrer e ofício de sua própria decisão (aplicação de pena de Censura Pública). ” . Art. 2o Renumere -se o atual § 2o do art . 13 do Código de Ética Profissional – CEPC, aprovado pela Resolução CFC no 803/96, para § 3o.Art. 3o Para processar e julgar a infração de natureza ética, é competente o Conselho Regional d e Contabilidade, investido de sua condição de Tribunal Regional de Ética e Disciplina (TRED) do local de sua ocorrência. Art. 3o, caput, com redação dada pela Resolução CFC no 950, de 29 de novembro de 2002. Parágrafo único. Quando o CRC do local da infração não for o do registro principal do infrator, serão observadas as seguintes normas: I – O CRC do local da infração encaminhará cópia da notificação ou do auto de infração ao CRC do registro principal, solicitando as providências e informações necessárias à instauração, instrução e julgamento do processo. II – O CRC do registro principal, além de atender, em tempo hábil, as solicitações do CRC do local da infração, fornecerá a este todos os elementos de que dispuser no sentido de facilitar seus trabalhos de informação e apuração. III – De sua decisão condenatória, o TRET interporá́ , em todos os casos, recurso e ofício ao TSET.IV – Ao CRC (TRED) do registro principal do infrator incumbe executar a decisão cuja cópia, acompanhada da Deliberação do TSED sobre o respectivo recurso, lhe será́ remetida pelo CRC (TRED) do julgamento do processo. Inciso 4o com redação dada pela Resolução CFC no 950, de 29 de novembro de 2002.Art. 4o Revoga-se a Resolução CFC no 677/90.

De acordo com o CFC, “o agir ético e

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fundamentado nos preceitos legais vigentes é um dos principais responsáveis pela posição a que foi alçada a nossa profissão” (CFC, 2003). Para coibir praticas indevidas, o órgão criou diversas penas a que estão sujeitos os contabilistas: multas; advertência reservada; censura reservada; censura pública; suspensão do exercício profissional; e cancelamento do registro profissional nos casos mais graves. Escândalos Internacionais

Mesmo havendo uma busca constante pela governança corporativa e pela adoção das práticas contábeis geralmente aceitas, acontecem casos de maquiagens contábeis nas demonstrações financeiras de empresa de todo o mundo.

Diversos casos de desvios de conduta ética em grandes empresas devido à fraudes contábeis/ fiscais tem sido registrados. A tabela 1 mostra grandes casos internacionais de fraude contábeis ocorridos no presente século, tendo a maioria ocorrida até o ano de 2002, ano em que o congresso norte-americano promulgou novas leis de combate à corrupção. Serão relatados a seguir três casos: Enron, WorldCom e AIG.

Um dos casos mais evidentes é o da Enron , a sétima maior empresa de energia dos Estados Unidos no ano de 2000, cujo faturamento superava U$ 100 bilhões, que faliu após o escândalo relacionado à manipulação contábil e no uso de fraudes que contrariam normas legais e contábeis. Algumas das práticas utilizadas pela Enron para tornar suas demonstrações fina nceiras mais atraentes para seus usuários através de técnicas que propiciavam a inflação dos lucros e a diminuição do índice geral de risco da empresa foram: • A utilização de empresas SPE (Specific Purpose Enterprise), que pertenciam aos próprios executivos da Enron, para a transferência de débitos e investimentos arriscados. • Operações de contrato para inflar seus lucros aproveitando -se da flexibilidade da lei quanto à regulamentação da forma de contabilização dos contratos de energia, além de contabilizar as operações de intermediação de contrato como se fossem receitas de operações da própria Enron.

As fraudes descobertas não poderiam ser detectadas de imediato mesmo por experientes analistas, visto que a empresa em questão era bem conceituada no mercado através de uma poderosa marca , que se somando aos favoráveis dados apresentados, estava fora de suspeita.

Outro caso , este por sua vez considerado enfaticamente como de fraude contábil , por desrespeitar as normas contábeis , é o da WorldCom, importante empresa de telefonia de longa distância dos Estados Unidos . Tendo por objetivo aumentar a captação de recursos , utilizou manobras coc contábeis antiéticas e ilegais (BONOTTO, 2010):

• A empresa contabilizava aluguéis de linhas de redes telefônicas de outras empresas para acessar suas redes como se fosse investimento, considerando a transação como leasing financeiro, porém a operação caracteriza-se efetivamente como leasing operacional devendo ser classificada como Despesa Operacional e diminuir o Lucro da empresa. Assim, era como se a WorldCom transformasse despesas em lucro, o que rendeu para ela um lucro adicional de U$ 3,8 bilhões. • A WorldCom, aproveitando-se das constantes operações de compra de outras empresas não apresentava uniformidade entre as demonstrações financeiras de cada período o que não permitia a comparação entre elas, e, portanto, não era possível a percepção da real situação da empresa.

Em 2005, a gigante de seguros AIG foi

investigada por fraude contábil, em que mais de $ 1 bilhão foi maquiado nos registros contábeis. A empresa foi multada em $ 1,6 bilhão e alguns executivos foram indiciados criminalmente.

Devido ao declínio da confiança do público nas práticas contábeis e de divulgação após os escândalos financeiros ocorridos, as autoridades americanas buscaram tomar medidas imediatas visando evitar que novas práticas contábeis ilícitas fossem efetuadas pelos administradores das grandes corporações norte americanas. Como resultado dos sucessivos escândalos, foi promulgada em 2002 nos EUA Lei Sarbanes-Oxley, a fim de restabelecer a confiança dos investidores e da sociedade em geral nas informações divulgadas pelas companhias. As principais mudanças introduzidas por esta lei foram a responsabilização dos Administradores das organizações pelos sistemas de controle interno e maior transparência na divulgação das informações (BONOTTO, 2016).

Assim algumas das exigências que a lei faz à direção da empresa são: • Declaração oficial sobre sua responsabilidade no estabelecimento e manutenção de uma estrutura interna de controles internos e procedimentos para relatórios financeiros; • Avaliação da eficácia dos controles internos e procedimentos da empresa para relatórios financeiros; • Requerimento de um auditor externo para atestar suas declarações; • Obrigatoriedade de que, em cada relatório anual e trimestral, constem todas as participações societárias que não tenham sido mencionadas nas demonstrações contábeis. Escândalos no Brasil

No Brasil também ocorreram alguns casos de escândalos , principalmente, no setor de Instituições Financeiras , como o do Banco Nacional. O sexto maior banco brasileiro e o

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segundo em lucratividade em 1994, o Banco Nacional escondia graves problemas financeiros através de balanços fraudados em que escondia sua falta de liquidez , ou seja , o fato de que o patrimônio do banco era insuficiente para cobrir suas dívidas . Os balanços maquiados resultavam da concessão de falsos e vultoso s empréstimos utilizando contas inativas ou inexistentes do banco, o que aumentava a coluna do patrimônio e fazia com que o balanço da instituição refletisse uma situação p atrimonial sólida e promissora (SEQUEIRA, 2010).

Na época a legislação nã o continha dispositivos que limitavam o período em que as empresas de auditoria poderiam validar os balanços de uma mesma empresa . A partir desse e de outros escândalos financeiros foi determinado o rodízio de auditoria no Brasil através Art . 31 da Instrução Normativa da Comissão de Valores Imobiliários (CVM) n°. 308. Outra medida de controle foi a criação do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, Proer, permitindo ao Banco Central ser mais eficiente no controle das instituições financeiras e evitar quebras repentinas de bancos.

Após quase uma década do ocorrido no Banco Nacional , no ano de 2004, o Banco Central decretou a intervenção do Banco Santos estimando um déficit patrimonial de R$ 700 milhões, porém após investigação mais acurada este valor subiu para R$ 2,2 bilhões. Algumas das principais transações que resultaram neste rombo estão relacionadas às operações de empréstimos , envolvendo o uso de contabilidade criativa, para manutenção do esquema de “desvio de dinheiro” e inclusive transações ilegais e fraudulentas .

A questão envolvendo a manipulação contábil foi descoberta quando o Banco Central verificou que algumas operações de crédito já haviam sido liquidadas por meio da compra de debêntures de empresas não -financeiras relacionadas ao Banco Santos . No entanto , na contabilidade do banco elas constavam como créditos a receber . Essa maquiagem fazia o banco parecer mais saudável do que realmente estava (SEQUEIRA, 2010).

Outro caso de fraude repercussão nacional foi o da Schincariol , em 2005. A segunda maior fabricante de cerveja do Brasil envolveu -se em um grande esquema de sonegação de impostos , baseado em estratégias para burlar a lei e o fisco , sem ter repercussão nos demonstrativos da empresa (CRUZ, 2006).

O esquema utilizava como artifícios : subfaturamento das notas fiscais de venda , compra de matéria -prima sem nota fiscal ; exportações fictícias ; importação com a classificação e a quantida de das mercadorias incorretas nas notas fiscais ; distribuidoras em nome de “laranjas” . Tais práticas , investigadas na Operação Cevada da Policia Federal, foram denúnciadas pelo ministério publico como crimes

de sonegação fiscal , fraude no mercado de distribuição de bebidas e formação de quadrilha (ESTADÃO, 2016).

Semelhante situação ocorreu com a Grife de luxo Daslu , a qual uma operação da Polícia Federal denominada “Operação Narciso” desmantelou um esquema de sonegação fiscal e importação irregular. No primeiro caso, com ajuda de empresas importadoras, alguns fantasmas, a Daslu substituía as notas verdadeiras dos fornecedores estrangeiros por notas falsas subfaturadas. Lava Jato e a Petrobras

Em 2014 se deu o início da Operação Lava Jato pela Polícia Federal , com o objetivo apurar um grande esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras e grandes empreiteiras do país , sendo considerada a maior investigação de corrupção da histór ia do País .

O Ministério Público Federal (MPF) acredita que nesse esquema , que durava pelo menos dez anos, grandes empreiteiras , como Camargo Corrêa , OAS, Odebrecht dentre outras, organizavam-se em e pagavam propina para altos executivos da Petrobras e outros agentes públicos (CARTA CAPITAL, 2016). O valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários superfaturados . Esse suborno era distribuído por meio de operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados na primeira etapa.

Ainda segundo o MFP , em um cenário normal, empreiteiras concorreriam entre si , em licitações, para conseguir os contratos da Petrobras , e a estatal contrataria a empresa que aceitasse fazer a obra pelo menor preço . Neste caso, as empreiteiras se cartelizaram em um “clube” para substituir uma concorrência real por uma concorrência aparente . Os preços oferecidos à Petrobras eram calculados e ajustados em reuniões secretas nas quais se definia quem ganharia o contrato e qual seria o preço , inflado em benefício privado e em prejuízo dos cofres da estatal. O cartel tinha até um regulamento , para definir como as obras seriam distribuídas . (BARROS, 2015)

Em virtude das denúncias que incluíam o nome da Petrobras, a empresa teve dificuldades de publicar o balanço patrimonial referente ao 3° trimestre de 2014, pois a empresa Pricewaterhouse Coopers , que auditava os balanços da companhia desde 2012, recusou-se a assinar o documento . Em janeiro de 2015, após várias postergações de prazo , a Petrobras publicou seu balanço patrimonial , omitindo informações referentes ao impacto do superfaturamento no caixa da companhia , o que acabou culminando com a saída de toda a diretoria e presidência da empresa . Estima-se um desvio de R$ 2,1 bilhões dos cofres da Petrobrás e um possível prejuízo de R$ 6,1 bilhões provocados pela corrupção. (ESTADÃO, 2015) Estudo de caso - Questionário

Simpósio de TCC e Seminário de IC , 2016 / 2º 544

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Após a revisão bibliográfica sobre o agir ético na profissão contábil bem como os casos de desvios de conduta que foram descobertos em grandes empresas, aplicou-se o questionário (Apêndice 1) para diversos profissionais relacionados à contabilidade, a fim de se avaliar sua percepção sobre ética na contabilidade. As respostas foram estimuladas e únicas para cada pergunta. O perfil demográfico do público alvo da pesquisa está mostrado a seguir, tendo sido utilizada uma amostra de 20 pessoas.

Perfil da amostra

No gráfico 1, vê-se que a amostra utilizada se compõe majoritariamente de jovens adultos até 29 anos, representando a atual geração da era internet. O acesso fácil à informação proveniente das ferramentas de buscas online na web reflete o grau de conhecimento quase que em tempo real de notícias relacionadas a condutas éticas de grandes empresas, bem como fácil acesso à normas e regras, como o vigente na profissão contábil.

Gráfico 1: Faixa etária

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016.

O rol de questionados não apresentou

uma isonomia na questão de gênero, conforme observado na Tabela 2, porém as pessoas foram escolhidas aleatoriamente, sem viés algum de acordo com o gênero.

Tabela 2: Gênero

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016. Não houve, de acordo com o gráfico 2, uma pluralidade representada no estado civil e sim uma maioria solteira, sem presença de viúvos ou divorciados, característica em acordo com a faixa etária majoritária vista anteriormente. Gráfico 2: Estado civil

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016.

Técnicos e auxiliares compõem a maioria

do rol pesquisado, conforme o gráfico 3. Gráfico 3: Cargo de atuação na grande área contábil.

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016. A mostra foi abrangente nos setores pesquisados, não se limitando à área contábil, mas incluindo áreas afins e relacionadas, conforme gráfico 4. Gráfico 4: Setor específico de atuação.

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016.

Simpósio de TCC e Seminário de IC , 2016 / 2º 545

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Por fim, no gráfico 5 se confirma o perfil jovem em que a maioria possui menos de 5 anos de experiência profissional na área. Gráfico 5: Tempo de experiência, em anos.

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016. Em resumo, a amostra pesquisada consiste majoritariamente de jovens adultos com pouca experiência, lotados em setores diversos em áreas afins à contábil. Tal perfil é importante ao se considerar as respostas relacionadas à ética, que estão mostradas a seguir.

Resultados - Ética

A percepção do que é Ética está mostrada no gráfico 6, constituindo um rol de moral, conduta e princípios. Interessante notar que metade das alternativas não foi escolhida por ninguém, destacando-se que a legalidade não foi incluída como ilustração do que é ético. Essa distinção entre lei e moral, o que é ético e o que é legal, está em sintonia com o estudo da ética, que afirma que um ato pode ser legal, porém moralmente inaceitável pela população, bem como um ato pode ser ético, mas considerado ilegal pelas leis vigentes.

Cabe ressaltar que punições por desvios éticos ocorrem tanto na esfera administrativa (conselhos de ética que julgam a conduta ética) tanto quanto na es fera penal (julgamento do aspecto legal do ato). Gráfico 6: O que você entende por ética?

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016. O agir ético por princípios se confirma no gráfico 7, em concordância com a definição da maioria do que é ética, vista anteriormente. Nota-se que, no rol pesquisado, ideologicamente, não são as sanções que norteiam a conduta ética, apenas para 1 pessoa participante. Supreendentemente, religião não foi citada por ninguém, talvez reflexo do perfil jovem e talvez não conservador da amostra pesquisada. Gráfico 7: Que fatores levam você agir eticamente no seu ambiente de trabalho?

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016. O aspecto tradicional se manifesta no peso que a família tem como influência da conduta ética para 85% da amostra, de acordo com o gráfico 8. Novamente, o fator religião não foi escolhido nenhuma vez. Gráfico 8: O que influencia diretamente sua atuação ética?

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016. Em resumo, a percepção ética da amostra se baseia em princípios e valores de pessoas com forte influência das famílias. O agir ético deve

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ocorrer pela sua essência, para boa convivência das pessoas em sociedade de um estado laico, não sendo sanções e punições o que gera tal comportamento.

Resultados – Código de Ética Profissional Somente 1 pessoa (5%) relatou não conhecer o respectivo código profissional. Dos que conhecem, a maioria teve acesso ainda durante formação acadêmica. Gráfico 9: O que influencia diretamente sua atuação ética?

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016.

Quando perguntados sobre a importância da existência do Código de Ética Profissional do Contador (CEPC), todos foram unânimes na resposta afirmativa, sendo ponto pacífico.

Após breve explanação do Código de Ética Profissional do Contador, anexa ao questionário entregue aos participantes, 75% considerou suficientes as normas para conduta ética do profissional contábil, de acordo com o gráfico 10. Entretanto, verificou-se que 85% acreditam que uma fiscalização mais severa e eficiente faria os profissionais agirem mais reto e eticamente.

Gráfico 10: Você acha que as normas de condutas existentes no CEPC, são suficientes para a formação complementar profissional e norteadora do profissional contábil?

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016. Apenas 1 pessoa admitiu ter quebrado sigilo profissional sem solicitação legal, como mostrado na tabela 3. Tabela 3: Você já quebrou ou presenciou a quebra do sigilo sobre o que soube em razão do exercício profissional lícito, sem solicitação legal?

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016. Por fim, 20% relataram já ter agido de forma não ética com colegas, chefia ou clientes, porém nenhum relatou desvio de conduta relacionada ao fisco, conforme dados mostrados no gráfico 11. Gráfico 11: Você já agiu de forma não ética, perante:

Fonte: Pesquisa própria dos autores, novembro de 2016.

Conclusão

Dos objetivos propostos percebe-se ao analisar a conduta ética do profissional da contabilidade, no contexto da corrupção na Administração pública e privada no cenário brasileiro e no exterior a responsabilidade do contador fica claramente evidenciada, dados os exemplos observados percebe-se que a atuação do contador dentro da es fera ética e legal, devido a sensibilidade de sua área de atuação, possui um enorme poder de redução de desvios e da criminalidade.

A responsabilidade civil do contador diante de casos de corrupção é inegável e a atuação desse diante destes desvios é fundamental. Por mais que exista uma legislação reconhecidamente rígida quanto as práticas a serem adotadas, ainda existem companhias que buscam mascarar sua real situação, ocasionando em enormes prejuízos

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para todas as demais partes interessadas nas informações e também na desvalorização das demais empresas de capital aberto, fazendo um efeito cascata no valor das ações.

A manipulação contábil relacionada à sonegação de impostos importa na desfiguração da função dos demonstrativos contábeis de fornecer informações verdadeiras evidenciando transparência e confiabilidade. Quando uma organização utiliza de fraude, seus demonstrativos são caracterizados como irreais e em consequência disso perdem a comparabilidade e prejudicam a qualidade da informação proveniente das análises.

Através da avaliação do questionário aplicado, pode-se perceber, pelo teor das respostas, que apesar do aperfeiçoamento em instrumentos legais e de controle que aconteceram a partir de casos como o do Banco Nacional, que não é a legislação e um sistema de

controle mais eficiente que obrigará os dirigentes de empresas a respeitarem princípios éticos, forçando à reflexão de que a ética não pode ser imposta ao ser humano através de leis, mas tem de ser vivenciada desde cedo nas famílias e praticada em sociedade.

Fica claro, diante das respostas, principalmente em relação a suficiência do conteúdo das normas de conduta e das motivações e princípios que influenciam a atuação ética, que as atitudes individuais diante dos desvios possuem maior relevância do que a existência de um conjunto de normas regulando essas ações.

Resumindo-se, mais importante que ter leis que regulem a atividade dos contadores é ter contadores que estejam dispostos a cumprir estas leis, ou em casos omissos, tomarem decisões que se coadunam com os princ ípios morais e éticos da sociedade.

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providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9613.htm. Acesso em 01 de dez 2016. 9 - BRASIL, LEI Nº 12.683, DE 9 DE JULHO DE 2012: Altera a Lei no 9.613, de 3 de março de 1998, para tornar mais eficiente a persecução penal dos crimes de lavagem de dinheiro. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12683.htm. Acesso em 01 de dez 2016. 10 - CARTA CAPITAL. Lava Jato mira "contabilidade paralela" da Odebrecht, 2016. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/blogs/parlatorio/nova-fase-da-lava-jato-mira-odebrecht. Acesso em: 09 de nov. de 2016. 11 - CFC, Conselho Federal de Contabilidade. Resolução Nº 750/93 Dispõe sobre os Princípios de Contabilidade, 1993. 12 - CFC, Conselho Federal de Contabilidade. Resolução Nº 803/96. Aprova o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC, 1996. 13 - CFC, Conselho Federal de Contabilidade. Resolução N° 960/2003. Regulamento Geral dos Conselhos de Contabilidade. Disponível em: www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=rescfc960regimento. Acesso: em 26 nov. 2016. 14 - CORTELLA, MS. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. Petrópolis: Editora Vozes, 2007. 15 - CRCRS, Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Código de Ética Profissional, 2011. 16 - CRUZ et al. Responsabilidade, honestidade e conduta do profissional contábil uma discussão dialética, tendo por base o caso Schincariol, 2006. Disponível em: http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/Juridica/article/viewFile/537/533. Acesso: em 26 nov. 2016. 17 - EL PAÍS. Lava Jato, filho mais novo da operação Mãos Limpas, 2016. Disponível em:

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APÊNDICE 1

Questionário de Pesquisa

Caro Colaborador,

O questionário que segue faz parte de pesquisa acadêmica cujo objetivo é verificar o comportamento ético na profissão contábil.Esta pesquisa está sendo desenvolvida para o trabalho de conclusão do curso de Gestão de Recursos Humanos da Instituição: Faculdades Integradas Icesp Promove de Brasília.

Não é necessária identificação, e as informações fornecidas não serão divulgadas isoladamente. As questões são simples e não demandam muito de seu tempo.Suas respostas são primordiais para a conclusão deste trabalho.

Desde já, agradecemos imensamente sua contribuição.

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I. INFORMAÇÕES PESSOAIS 1. Idade ( )De 18 a 29 anos ( )Entre 30 e 40 anos ( )De 41 a 50 anos ( )Acima de 50 anos 2. Sexo ( )Masculino ( )Feminino 3. Estado Civil ( )Casado (a) ( )Solteiro (a) ( )Divorciado (a) ( )Viúvo (a) ( )Outros 4. Qual o seu cargo de atuação na área contábil? ( )Bacharel ( )Técnico ( )Auxiliar ( )Outros 5. Qual seu setor de atuação? ( )Fiscal ( )Contábil ( )Pessoal ( )Financeiro ( )Outros 6. Há quanto tempo de experiência/ atuação na área? ( )A menos de 01 ano ( )De 02 a 05anos ( )De 06 a 10 anos ( )Entre 11 a 15 anos ( )De 16 a 30 anos ( )A mais de 30 anos

II. PERGUNTAS SOBRE ÉTICA 7. O que você entende por ética? ( )Educação Moral ( )Conjunto de Princípios e Valores ( )Consciência perante a sociedade ( )Diretrizes que orienta o individuo perante sua postura e conduta ( )O que é legal ( )Base da construção pessoal 8. Que fatores levam você agir eticamente no seu ambiente de trabalho? ( )Possíveis sanções ( )Princ ípios morais ( )Religião ( )Convenções sociais ( )Outros

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9. O que influencia diretamente sua atuação ética? ( )Família ( )Chefia ( )Religião ( )Outros III. O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL 10. Você conhece seu código profissional? ( )Não ( )Sim 11. Onde você teve acesso ou conhecimento sobre a existência do código de conduta? ( )No ambiente de trabalho ( )Na formação acadêmica ( )Por colegas Outros 12. Você acha importante a existência do Código de Ética Profissional do Contador (CEPC)? ( )Não ( )Sim 13. Você acha que as normas de condutas existentes no CEPC, são suficientes para a formação complementar profissional e norteadora do profissional contábil? ( )Não ( )Sim 14. Você já agiu de forma não ética, perante: ( )Fisco ( )Colegas ( )Clientes ( )Chefia ( ) Nenhuma das opções 15. Fiscalização mais severa e eficiente faria os profissionais agir mais reto e eticamente? ( )Sim ( )Não

16. Você já quebrou ou presenciou a quebra do sigilo sobre o que soube em razão do exercício profissional licito, sem solicitação legal? ( )Sim ( )Não 17. Quem influência diretamente na tomada de decisão não ética do profissional contábil? Explique ( )Empresário/Clientes ( )Colegas ( )Chefia ( )Favorecimento Pessoal

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