53
CINEMA E CINEMA E SOCIOLOGIA SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CINEMA E CINEMA E SOCIOLOGIASOCIOLOGIA

PRATICA DE FORMAÇÃOPRATICA DE FORMAÇÃO

ARNALDO LEMOS FILHO

Page 2: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

Cinema e SociologiaCinema e SociologiaEMENTAEMENTA - - Busca utilizar o filme Busca utilizar o filme como meio de reflexão crítica como meio de reflexão crítica sobre os problemas da sociedade sobre os problemas da sociedade capitalista, a partir da sociologia, capitalista, a partir da sociologia, ciência que surgiu com a ciência que surgiu com a sociedade burguesa e que é sociedade burguesa e que é capaz de apreender, com suas capaz de apreender, com suas múltiplas determinações, a múltiplas determinações, a verdade de nosso tempo.verdade de nosso tempo.

Page 3: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

DESCRIÇÃO DA PRÁTICADESCRIÇÃO DA PRÁTICA – –

Esta prática estuda o filme como uma Esta prática estuda o filme como uma totalidade social completa, antes de ser totalidade social completa, antes de ser uma totalidade histórica, psicológica . uma totalidade histórica, psicológica .

Através da exibição e análise de filmes, Através da exibição e análise de filmes, estudaremos alguns temas da sociedade estudaremos alguns temas da sociedade capitalista, tais como trabalho, alienação, capitalista, tais como trabalho, alienação, mercadoria, ideologia e classes sociais, mercadoria, ideologia e classes sociais, família burguesa, violência,corrupção.Os família burguesa, violência,corrupção.Os filmes serão instrumentos para uma filmes serão instrumentos para uma reflexão sociológica crítica dos temas reflexão sociológica crítica dos temas citados. citados.

Page 4: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

. . OBJETIVOS ESPECÍFICOSOBJETIVOS ESPECÍFICOS ––

- - Oferecer um momento de reflexão Oferecer um momento de reflexão da sociedade burguesa para o da sociedade burguesa para o desenvolvimento de uma consciência desenvolvimento de uma consciência críticacrítica

- Desmitificar/desfetichizar o que - Desmitificar/desfetichizar o que está fetichizado na estrutura está fetichizado na estrutura narrativa dos filmesnarrativa dos filmes

- Desconstruir a narrativa fílmica com Desconstruir a narrativa fílmica com seus múltiplos personagens e seus múltiplos personagens e situações-chavessituações-chaves

Page 5: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CONTRIBUIÇÃO PARA A CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃOFORMAÇÃO

A visão crítica da sociedade A visão crítica da sociedade burguesa capitalista é fundamental burguesa capitalista é fundamental para o profissional de nível superior para o profissional de nível superior que vai atuar na sociedade. A que vai atuar na sociedade. A exibição e a análise de filmes exibição e a análise de filmes temáticos é uma oportunidade para o temáticos é uma oportunidade para o aluno desenvolver esta consciência aluno desenvolver esta consciência crítica.crítica.

Page 6: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

METODOLOGIAMETODOLOGIA

Exibição e análise de filmes que Exibição e análise de filmes que discutam temas específicos da discutam temas específicos da sociedade burguesa. Exposição sociedade burguesa. Exposição dialogada da formação da dialogada da formação da sociedade capitalista, tendo sociedade capitalista, tendo como instrumento os resultados como instrumento os resultados do projeto de extensão “Tela do projeto de extensão “Tela Crítica”, de Giovanni Alves, da Crítica”, de Giovanni Alves, da UNESPUNESP

Page 7: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

Unidade 1

Unidade 2

Unidade 3

Unidade 4

Violência e Sociedade

Dominação e Sociedade

Trabalho e Sociedade

Introdução

Desigualdades sociais no Brasil

Corrupção e Sociedade Brasileira

Poder e Sociedade Brasileira

Conclusão

Page 8: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

Unidade 2

Laranja Mecânica

Queimada

Onibus 174

Quanto vale ou é por quilo

O Corte

Batismo de Sangue

Unidade 3

Page 9: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CALENDARIO

ABRIL

08

15

17

22

MAIO

08

Aula Final

24

29

13

15

INTRODUÇÃO

PRIMEIRO FILME (1)

PRIMEIRO FILME (2)

DEBATE

SEGUNDO FILME(1)

SEGUNDO FILME (2)

DEBATE

DOCUMENTARIO

Page 10: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

Textos para leituraTextos para leitura

www.puc-campinas.edu.br/centrwww.puc-campinas.edu.br/centros/cchsaos/cchsa

FTP do Professor - lemosFTP do Professor - lemos

Page 11: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA

ALVES, Giovanni.Cinema como experiência ALVES, Giovanni.Cinema como experiência crítica- uma hermenêutica do crítica- uma hermenêutica do Filme. Filme. www.telacritica.orgwww.telacritica.org ALVES, Giovanni.-Laranja MecânicaALVES, Giovanni.-Laranja Mecânica CD-ROMCD-ROM ALVES, Giovanni – A Beleza Americana –ALVES, Giovanni – A Beleza Americana – CD- RomCD- Rom GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4ªedição,GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4ªedição, Porto-Alegre: Ed. Artmed, 2005.Porto-Alegre: Ed. Artmed, 2005. TOMAZI, Nelson. Iniciação à Sociologia.TOMAZI, Nelson. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Ed. Atual, 2001São Paulo: Ed. Atual, 2001

Page 12: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CONCEITOS BÁSICOSCONCEITOS BÁSICOS

AlienaçãoAlienação

IdeologiaIdeologia

MercadoriaMercadoria

Instituições SociaisInstituições Sociais

Fetichismo da Fetichismo da MercadoriaMercadoria

Sociedade Sociedade CapitalistaCapitalistaEstado

Classes Sociais

Page 13: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

VISÃO CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA

Macro-sociologia: examina a sociedade como um todo, ou seja, como um complexo sistema social.

Micro-sociologia: examina a interação entre os indivíduos e entre os pequenos grupos.

As principais teorias de sociologia moderna são do tipo macro-sociológico: as teorias funcionalistas e as teorias

do conflito social.

Page 14: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

TEORIAS FUNCIONALISTAS

São teorias de integração social. Partem de uma visão única: a sociedade funciona como uma máquina.

Características

A sociedade distribui papeis e recursos (dinheiro, poder, prestigio, educação) aos seus membros que são peças da máquina.

A sua finalidade é a sua reprodução através do funcionamento perfeito de seus vários componentes.

Os seus membros estão integrados num sistema de valores, compartilham os mesmos objetivos, aceitam as regras vigentes e se comportam de forma adequada às mesmas.

Page 15: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

TEORIAS FUNCIONALISTAS

Há mecanismos de reajustes, e redistribuição de recursos e funções, pequenas mudanças dentro de limites estabelecidos pela própria sociedade, sem afetar o equilíbrio social.

Em situação de crise e de conflito existe uma disfunção: ou os elementos de contestação são controlados e neutralizados (repressão) ou a maquina social será destruída.

As disfunções se opõem ao funcionamento do sistema social. São falhas do sistema, não possibilitando a integração das finalidades e valores sociais.

Page 16: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

SUAS FALHAS

Consideram a sociedade como um sistema harmônico: qualquer conflito é manifestação de patologia social

Adotam um modelo de equilíbrio social com pouco espaço aos processos de ruptura, conflito e mudança radical.

São teorias estáticas, limitando-se a descrições superficiais da sociedade.

Page 17: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL

São teorias que consideram a sociedade como constituída de grupos com interesses estruturalmente opostos que se encontram em luta pelo poder.

Afirmam que a coação e o condicionamento ideológico são pontos fundamentais que os grupos de poder exercem sobre os demais.

As crises e as mudanças são consideradas fenômenos normais na sociedade: luta de interesses e poder.

Características

A estabilidade é considerada como uma situação de exceção

Page 18: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

TEORIAS DO CONFLITO SOCIAL

Fundamentam-se na tese marxista : “ A história de todas as sociedades até hoje é a história da luta de classes”

Explicam o funcionamento da sociedade pela estratificação social: a sociedade é constituída de vários estratus, resultado de uma desigualdade social no acesso ao poder e aos meios econômicos.

Os marxistas afirmam a existência só de duas classes; os liberais analisam a atuação de vários estratos e elites sociais.

Para todos, o conflito e a ruptura constituem a lei principal da historia da sociedade.

Page 19: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

Karl Marx -1818-1883

Page 20: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

Textos Básicos:

1848

1859

1863

O Manifesto Comunista

O Capital

Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política

Page 21: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

PRESSUPOSTOS PARA O PRESSUPOSTOS PARA O

CONHECIMENTO DA SOCIEDADECONHECIMENTO DA SOCIEDADE

Conceito de Homem

Conceito de História

Conceito de Trabalho

Page 22: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

HOMEM ser de necessidades

satisfação das

necessidades

produção de bens

materiais

produção de bens

materiais

TRABALHO

Page 23: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

Relações

A ) com a Natureza Forças de Produção(instrumentos de produção)

B ) dos Homens entre

si

Relações de Produção

(divisão do trabalho)

modo de produção

+

História

CapitalistaAntigo Feudal

Page 24: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

“A história humana é a história das relações dos homens com a natureza e dos

homens entre si.”

Nesses dois tipos de relação

aparece como intermediário um

elemento essencial: O TRABALHO HUMANO

Assim como Darwin havia descoberto a lei

da evolução das espécies, Marx descobriu

as leis da HISTÓRIA

Page 25: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

SUPER ESTRUTURA

IDEOLÓGICA

POLÍTICA

ESTADO

JURÍDICA

DIREITO

FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO

(MODO DE PRODUÇÃO)

INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA

IDEOLÓGICAIDEOLÓGICA

Page 26: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

O conjunto das forças produtivas e das relações sociais de produção de uma sociedade forma sua basebase ou infra-estruturainfra-estrutura que por sua vez é o fundamento sobre o qual se constituem as instituições políticas e sociais. Esta base material é o modo de produçãomodo de produção que serve para caracterizar distintas etapas da história humana.

INFRA ESTRUTURA

Na produção da vida os homens geram outra espécie de produtos que não têm forma material: as ideologias políticas, concepções religiosas, códigos morais e estéticos, sistemas legais, de ensino, de comunicação, o conhecimento filosófico e científico, representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida.

SUPER ESTRUTURA

A explicação das formas jurídicas, políticas, espirituais e de consciência, encontra-se na base econômica e material da

sociedade, no modo como os homens estão organizados no processo produtivo

Page 27: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

“O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral”

“Não é a consciência do homem que determina a sua existência, mas ao contrário, é a sua existência que determina a sua consciência”

“Ao mudar a base econômica revoluciona-se, mais ou menos, toda a imensa superestrutura erigida sobre ela”

“Do mesmo modo que não podemos julgar um indivíduo pelo que ele pensa de si mesmo, não podemos julgar estas épocas de revolução pela sua consciência, mas pelo contrário, é necessário explicar esta consciência pelas contradições da vida material, pelo conflito existente entre as forças produtivas e as relações de produção”

“Nenhuma formação social desaparece antes que se desenvolvam todas as forças produtivas que ela contem e jamais aparecem relações de produção novas antes de amadurecerem no seio da própria sociedade antiga as condições materiais para a sua existência”

Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia Política

Page 28: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CONSCIÊNCIA

EXISTÊNCIA

CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

SUPER ESTRUTURA

IDEOLÓGICA

POLÍTICA

ESTADO

JURÍDICA

DIREITO

FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO

(MODO DE PRODUÇÃO)

INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA

IDEOLÓGICAIDEOLÓGICA

Page 29: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADECONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE

RELAÇÕES DE PROPRIEDADE

PROPRIETÁRIOS

CLASSE DOMINADACLASSE DOMINANTE

PROLETARIADOBURGUESIA

NÃO PROPRIETÁRIOS

RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO

MPC

Page 30: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA ANÁLISE DA MERCADORIA

1. O duplo valor dos bens materiais

2. A determinação do valor de troca

3. Os processos históricos de troca

4. A força de trabalho como mercadoria

5. O processo da mais valia

6. O fetichismo da mercadoria

• Valor de uso

• Valor de troca

Page 31: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA 1ANÁLISE DA MERCADORIA 1

1. O duplo valor dos bens materiais

Valor de uso

Valor de troca

homem

necessidades

satisfação

produção de bens materiais

valor dos bensUtilidade do bem material para o seu produtor

Quando o bem produzido não tem valor de uso para o seu

produtor e este o coloca no mercado para troca: MERCADORIA

Toda mercadoria é essencialmente valor de troca, mas tem embutido nela um valor de uso

Page 32: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA 1ANÁLISE DA MERCADORIA 1

2. A determinação do valor de troca

O que determina o valor de troca de uma MERCADORIA ?

QUANTIDADE ?

NECESSIDADE ?

FINALIDADE ?

EQUIVALÊNCIA (valores iguais)

Page 33: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA 2ANÁLISE DA MERCADORIA 2

2. A determinação do valor de troca

trabalho

equivalência

02 horas 04 horas02 horas

tempo de trabalho necessário para a sua produção

equivalência

Page 34: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA 2ANÁLISE DA MERCADORIA 2

2. A determinação do valor de troca

Socialmente

Tempo médio

Tempo social

Tempo de trabalho SOCIALMENTE necessário para a sua produção

Trabalho da sociedade: ao trocar as mercadorias, há uma comparação de trabalho humano. Logo toda mercadoria expressa relações sociais

Exemplo : compra no supermercadoPacote de arroz = 10 reais

O preço é o que aparece. O que significa?

Page 35: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

““Ao equiparar os seus diversos Ao equiparar os seus diversos produtos na troca como valores, os homens produtos na troca como valores, os homens equiparam os seus diversos trabalhos como equiparam os seus diversos trabalhos como

trabalho humano. Não se dão conta, mas trabalho humano. Não se dão conta, mas fazem-no”.fazem-no”.

O que é comum a todas as mercadorias não é trabalho concreto de um ramo de produção determinado,não é o

trabalho de um gênero particular, mas o trabalho humano abstrato, o trabalho humano geral.

Page 36: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA 3ANÁLISE DA MERCADORIA 3

3. Os processos históricos de troca

I) Processo Pré-Capitalista

a) Processo de circulação simples (troca direta)

b) Processo de circulação complexa (troca indireta)

M M

M D (equivalente geral) M

II) Processo Capitalista

D M D+

A troca direta não dinamiza a troca

Há necessidade de um equivalente geral

O processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCROO processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCRO

D M D Qual a vantagem ?

Dinheiro tem valor de uso ?

D M D+ M D++ M D+++ ...

Page 37: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA

O processo pré-capitalista começa com M

a mercadoria é produto do trabalho

O processo capitalista começa com D

Questão Básica

De onde veio o dinheiro para o início do capitalismo?De onde veio o dinheiro para o início do capitalismo?

Comércio = troca de mercadoria, conquista, pirataria, saque, exploração, suborno, fraude ...“Se o dinheiro .... Vem ao mundo com uma mancha congênita de sangue numa das faces, o capital vem

pingando da cabeça aos pés, de todos os poros, sangue e lama” (Marx, O Capital, vol 1)

o dinheiro é necessariamente produto do trabalho ?

Page 38: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA

D

máquina

matéria prima

força de trabalho

(Capital constante)

(Capital variável)

M D +

No capitalismo a força de trabalho tornou-se uma mercadoria. Antes, o trabalhador era dono de sua

força de trabalho: camponeses e artesãos

Camponeses = expulsos do campo

Artesãos = destituídos de suas ferramentas

Page 39: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA 4ANÁLISE DA MERCADORIA 4

4. A força de trabalho como mercadoria

Qual o valor desta mercadoria ?a) o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de trabalho necessário para que ela exista

b) ora, a força de trabalho é uma mercadoria

c) logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos meios necessários para que ela exista

d) ora, a força de trabalho não existe desvinculada de seu dono, o trabalhador

f) ora, um dia o trabalhador vai morrer

g) logo o valor da força de trabalho é determinado pelos meios necessários à subsistência do trabalhador e sua reprodução

e) Logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos meios necessários para que o trabalhador exista

Page 40: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA ANÁLISE DA MERCADORIA

Enquanto cresce, estuda e trabalha, o homem consome uma certa quantidade de mercadorias, que pode ser medida em tempo de

trabalho.

MEDINDO ESTE VALOR, ESTAREMOS MEDINDO, INDIRETAMENTE, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO

PORTANTO, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO É IGUAL AO VALOR DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA, PRINCIPALMENTE GÊNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE, INDISPENSÁVEIS À REPRODUÇÃO DA

CLASSE OPERÁRIA

Esse valor é pago no salário, que deve dar apenas para o estritamente necessário ao futuro trabalhador.

É esse o circulo vicioso do capitalismo, em que o assalariado vende a sua força de trabalho para sobreviver e o capitalista lhe

compra a força de trabalho para enriquecer.

A razão do circulo vicioso esta no processo de MAIS VALIA

Page 41: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA ANÁLISE DA MERCADORIA

1. Economistas Clássicos

A força de trabalho como criação de valor

2. Marx

O trabalho provoca nos objetos uma espécie de “ressurreição”

3. Economistas Clássicos

O valor das mercadorias depende do tempo de trabalho gasto na produção

4. Marx

Tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção

tempo médio tempo social

5. O processo da mais valia

Page 42: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA ANÁLISE DA MERCADORIA

Primeiro Modo Hipótese: 08 horas

5. O processo da mais valia

Tempo Necessário:

o tempo de trabalho necessário para produzir mercadorias cujo valor é igual ao valor da força de trabalho

Tempo Excedente:

o tempo de trabalho que excede, que vale mais que a força de trabalho: mais valia. O trabalhador, embora tenha feito juridicamente um contrato de trabalho de 08 horas, trabalha 04 horas de graça

Mais Valia Absoluta: Se o capitalista exigir aumento das horas, ainda que pague mais, estará aumentando a mais valia:

Mais Valia Relativa: Se o capitalista investir em novas tecnologias diminuirá o tempo necessário estará aumentando a mais valia

Page 43: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA ANÁLISE DA MERCADORIA

Segundo Modo

5. Exemplo Produção de um par de sapatos

100 unit de moeda

Matéria Prima =

Desgaste Instrumentos

Salário Diário

Como o capitalista

obtém o lucro?

5. O processo da mais valia

20 unit de moeda

30 unit de moeda

O valor de um par de sapatos é a soma de todos os valores representados pelas diversas mercadorias que

entraram na produção

Não é no âmbito da compra e venda

É no âmbito da produção

=

=

Page 44: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA ANÁLISE DA MERCADORIA

09 horas de trabalho

01 par a cada 03 horas

Nessas 03h o trabalhador cria uma quantidade de valor correspondente ao seu salário

Nas outras 06h produz mais mercadorias que geram um valor maior do que lhe foi pago na forma de salário

Page 45: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ANÁLISE DA MERCADORIA ANÁLISE DA MERCADORIA

+salário

Meios de Produção 120

30

150

+

=

+salário

Meios de Produção 120

30

390

+

=

x 03

03

130

=

Page 46: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

MAIS VALIAMAIS VALIA

Ao final da jornada, o trabalhador recebe 30 unidades de moeda e o seu trabalho rendeu o dobro ao capitalista: 20 unidades de moeda

em cada um dos pares de sapato. Este valor a mais não retorna ao operário: incorpora-se ao

produto e é apropriado pelo capitalista

Assim como um boi produz mais do que consome e enriquece o seu dono, a classe trabalhadora

produz mais valia do que consome e enriquece os proprietários dos meios de produção. Os

trabalhadores são os bois do sistema capitalista

Page 47: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

O FETICHISMO DA MERCADORIA O FETICHISMO DA MERCADORIA

FETICHISMO

FETICHE

FREUD

Adoração ou culto de fetiches

Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual o homem da o caráter de sagrado e presta culto

A aplicação do processo de fetichismo ao

comportamento individual: fetiches sexuais

MARX

A aplicação do processo do fetichismo ao comportamento

social: a mercadoria e o dinheiro são fetiches

(1856 – 1939) (1818 – 1883)

Page 48: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

O que é MERCADORIA ?

Trabalho humano concentrado e não pago. Ao trocar mercadorias, o homem compara trabalho humano. A mercadoria expressa, pois, relações sociais

Aparece como uma coisa dotada de valor de uso (utilidade) e de valor de troca (preço)

Exemplo de relações:

a mercadoria 3,00 se relaciona com a mercadoria sabonete Gessy,

a mercadoria 200,00 se relaciona com a mercadoria

menino-que-faz-pacotes

As coisas-mercadorias começam a se relacionar umas com as outras como se fossem sujeitos sociais, dotados de vida própria:

01 apartamento estilo “mediterrâneo” = um modo de viver

01 cigarro marca X = um estilo de vida

01 calça jeans griffe X = um vida jovem

Page 49: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

As coisas-mercadorias aparecem como sujeitos sociais, dotados de vida própria e os homens-mercadorias aparecem

como coisas

A mercadoria é um fetiche no sentido religioso da palavra: uma coisa que existe por si e em si

A mercadoria, como fetiche, tem poder sobre seus crentes

O FETICHISMO DA MERCADORIA O FETICHISMO DA MERCADORIA

As relações sociais de trabalho aparecem como relações materiais entre as pessoas e como relações sociais entre

coisas

COMO ENTÃO APARECEM AS RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO ?

Os homens são transformados em coisas e as coisas são transformadas em “gente”

Page 50: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

O FETICHISMO DA MERCADORIA O FETICHISMO DA MERCADORIA

trabalhador

trabalho

proprietário

Os homens são transformados em coisas:

uma coisa chamada mercadoria que possui outracoisa chamada preço

uma coisa chamada capital que possui outracoisa chamada capacidade de ter lucros.

Produzir, distribuir, comerciar, acumular, consumir, investir, poupar, trabalhar = funcionam e operam sozinhas, por si

mesmas, independente dos homens que as realizam

Desaparecem os seres humanos, ou melhor, eles existem sob a forma de coisas: reificaçãoreificação (Lucaks)

Uma coisa chamada força de trabalho

E a coisas são transformadas em “gente”:

Page 51: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

Questões FinaisQuestões Finais

Por que os homens conservam essa realidade ?

Como se explica que não percebam a reificação ?

Como entender que o trabalhador não se revolte contra uma situação na qual não só lhe foi roubada a condição humana, mas ainda é explorado naquilo que faz ?

Como explicar que essa realidade nos apareça como natural, normal, racional, aceitável ?

De onde vem o obscurecimento da existência das contradições e dos antagonismos sociais ?

De onde vem a não percepção da existência das contradições e dos antagonismos sociais ?

A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao fenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIAfenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIA

Page 52: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

ALIENAÇÃOALIENAÇÃO alienum = alheio - outro

Alienar um imóvel

ALIENAÇÃO ECONÔMICA

Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de produção da vida material e do saber do qual dependia a fabricação de um produto e a própria posição social do artesão

Vender = separar o proprietário da propriedadeCAPITALISMOCAPITALISMO

O capitalismo reduziu o trabalhador à execução de tarefas simplificadas, parciais e repetitivas na linha de produção da fábrica

O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber o salário e viver, pois esta é a percepção que tem da realidade na vida cotidiana

O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora de O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora de si, que pertence a outros. Daí adquire uma consciência si, que pertence a outros. Daí adquire uma consciência falsa do mundo em que vive: IDEOLOGIAfalsa do mundo em que vive: IDEOLOGIA

Page 53: CINEMA E SOCIOLOGIA PRATICA DE FORMAÇÃO ARNALDO LEMOS FILHO

IDEOLOGIAIDEOLOGIA

É aquele sistema ordenado de idéias e concepções, de normas e de regras (com base no qual as leis jurídicas são feitas) que obriga os homens a comportarem-se segundo a vontade do “sistema”, como se estivessem se como se estivessem se comportando segundo sua própria vontadecomportando segundo sua própria vontade

A ideologia dominante numa dada época histórica é a ideologia da classe dominante nessa época.

Ao contrário de outras épocas históricas (escravidão e servidão), no capitalismo o trabalhador acha que é justo que ele seja separado do produto de seu trabalho, mediante o pagamento de seu salário.

Para Marx, o salário não remunera todo o trabalho, pois uma parte é apropriada pelo capitalista e se transforma em lucro.O trabalhador não percebe isso por causa da ideologia que é uma concepção de mundo gerada pela classe dominante e assumida pela classe dominada como se fosse sua.