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CIRURGIA PERIOPERATÓRIO SEMINÁRIOS REVISTA DA SAEB - SOCIEDADE DE ANESTESIOLOGIA DO ESTADO DA BAHIA E DA COOPANEST-Ba - COOPERATIVA DOS MÉDICOS ANESTESIOLOGISTAS DA BAHIA ANO II | Nº 3 | DEZEMBRO 2006 Bahianest COOPANEST-BA COOPERATIVA DOS MÉDICOS ANESTESIOLOGISTAS DA BAHIA Sucesso da XX JORBA Sucesso da XX JORBA RESOLUÇÃO CFM N° 1.802/2006 XX JORBA foi destaque pelo número de participantes Pág. 04 A responsabilidade médica e os novos paradigmas Pág. 09 Os desafios para o anestesiologista em cirurgias cardiovasculares Pág.11 Foi publicada a nova Resolução sobre o ato anestésico Pág. 17

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CIRURGIA PERIOPERATÓRIO SEMINÁRIOS

REVISTA DA SAEB - SOCIEDADE DE ANESTESIOLOGIA DO ESTADO DA BAHIA E DA COOPANEST-Ba - COOPERATIVA DOS MÉDICOS ANESTESIOLOGISTAS DA BAHIAANO II | Nº 3 | DEZEMBRO 2006

Bahianest

COOPANEST-BACOOPERATIVA DOS MÉDICOS ANESTESIOLOGISTAS DA BAHIA

Sucesso da XX JORBASucesso da XX JORBA

RESOLUÇÃO CFM

N° 1.802/2006

XX JORBA foi destaque pelo número departicipantesPág. 04

A responsabilidade médica e os novosparadigmas Pág. 09

Os desafios para o anestesiologistaem cirurgias cardiovascularesPág.11

Foi publicada a nova Resolução sobre o ato anestésico Pág. 17

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EDITORIAL

BAHIANEST é uma publ icação da SAEB - Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia em parceria com a COOPANEST-Ba - Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia.

RedaçãoAv. Garibaldi , 1815, Sobreloja, Bloco B, Centro Médico Empresarial, Ondina, Salvador - Bahia.Fone : 71 3247-4333

Responsável pela revista Dr. Samuel J o sé de O l i ve i r a

Textos e EdiçãoCinthya Brandão - 71 9964-5552

Designer GráficoCarlos Vilmar - car losv i lmar@gmai l .com

Tiragem 500 exemplares

ImpressãoCar togra f

DIRETORIA Presidente Dr. Samuel José de Oliveira

Vice-presidenteDr. Macius Pontes Cerqueira

Secretário GeralDr. Marco Aurélio Oliveira Guerra

1º SecretárioDr. José Admirço Lima Filho

1ª Tesoureira Dra. Leda Maria Fróes Miranda

2ª TesoureiraDra. Lúcia Pereira Nascimento

Diretor CientíficoDr. Rodrigo Leal Alves

Diretor de Defesa Profissional Dr. Aurino Lacerda Gusmão

Jornal ista DRT 2397

A SAEB disponibiliza para locação dois auditórios devidamente equipados com tecnologia e conforto suficientes para qualquer tipo de evento. Capacidade para oitenta pessoas confortavelmente sentadas, sonorização, ar-condicionado, projetor de slides e retroprojetor. Para outras informações, entre em contato com a nossa secretaria.

O espaço ideal para o sucesso do seu evento

Contato:(71) 3247-4333

Esta é a terceira edição de nossa revista Bahianest trazendo a todos vocês conhecimento científico, entretenimento e informações do que acontece na anestesiologia baiana. Acreditamos no sucesso da Revista, uma vez que é fruto de um grande trabalho empreendido na sua construção, sempre no intuito de agradar a todos.

Ao chegar Dezembro, é inevitável não falar do Natal. Poderíamos salientar o fato acontecido na história humana há mais de dois mil anos, mas por convergências de crenças e religiões somos compelidos a não fazê-lo.

Nossa vida é feita do presente, do agora. O passado já foi vivido, nos deu a experiência, um juízo. O futuro a se viver, dentro de uma certeza: não estamos sós. Tem algo que nos responde. Verdade, beleza, justiça, felicidade são exigências de todo ser humano. Não apenas conceitos teóricos, mas da natureza humana. Dar esta abertura à realidade é não negar nada. Ser capaz de julgar tudo que nos provoca, superando o que não nos corresponde. Ser livre aderindo ao que é verdadeiro.

A idéia do renascimento que vem com o final do ano é a mesma que nos deparamos ao acordarmos todas as manhãs. Sim, uma chance diária de um novo tempo, de uma conciliação, de um favor, de um acolhimento e porque não de um amor. Aceite!

A SAEB, seus diretores, funcionários e colaboradores desejam a todos um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de felicidade e realizações!

Dr. Samuel José de OliveiraPresidente da SAEB

Informe

Aos Cooperados,

A COOPANEST-Ba visando a melhoria nos serviços oferecidos aos seus cooperados vem informar a todos que se encontra em desenvolvimento um novo sistema de controle de Atos Cooperativos. O novo sistema será desenvolvido com recursos e tecnologia de última geração o que nos deixa, em termo de software de gestão, à frente das nossas singulares.

Vale salientar aos colegas que essa nova ferramenta de gestão da COOPANEST-Ba será capaz de auxiliar a diretoria no que se refere à questão de informações rápidas e seguras. O sistema será totalmente integrado fazendo toda a gestão da cooperativa, iniciando-se com a digitação dos boletins e encerrando o ciclo com o encerramento da contabilidade.

Informamos ainda que o referido sistema será totalmente acessado pelos colegas, via Internet, podendo os mesmos acompanhar seus boletins desde o protocolo na COOPANEST-Ba até o pagamento, inclusive relatórios de glosas dos convênios.

Durante o mês de outubro/2006, a COOPANEST-Ba expediu os seguintes comunicados aos cooperados:

· A Mastermed informou que os seus serviços estavam reativados desde 25/09/2006 com as empresas PLENNA, T. OLIVEIRA, URBANOS, OCEÂNICA e BONFIM 2000. (Circular 0032/2006, de 02/10/2006);· Orientar às secretárias para a necessidade de solicitação de senhas junto ao Call Center da PETROBRÁS para os procedimentos de “Porte 0” que necessitem de concurso anestésico (Circular 0033/2006, de 20/10/2006);· A Mastermed informou que os seus serviços estavam reativados desde 24/10/06 com as empresas OCÊNICA E BONFIM 2000.(Circular, 0036/2006, de 24/10/2006);· Devido ausência de contrato, os segurados da Unimed – Santo Antônio de Jesus serão atendidos normalmente, cabendo neste caso a cobrança dos honorários anestesiológicos em caráter particular mediante acordo com o paciente (Circular, 0037/2006, de 30/10/2006).

A Diretoria da COOPANEST-Ba

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Num cenário paradisíaco à beira mar, mais

precisamente no Catussaba Resort Hotel, no bairro

de Stella Mares, anestesiologistas de várias cidades

baianas e, inclusive, de outros Estados desfrutaram

de mais uma Jornada Baiana de Anestesiologia,

durante os dias 22 e 23 de setembro. A programação

extensa, mas muito bem selecionada que rendeu

quinze pontos na Comissão Nacional de Acreditação

agradou a grande maioria dos participantes. A prova

real disso foi a notável freqüência a todas as aulas,

mesmo diante do sol forte e do clima propício ao lazer.

20ª JORBA foi destaque pelo grande número de participantes

Fantástico Mundo daComunicação Virtual

A SAEB inserida no

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O presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, Dr. João Aurílio Estrela confirma o sucesso da Jornada: “A JORBA foi excelente pela qualidade científica. O

Capa

“A JORBA foi excelente pela qualidade científica. O número de inscritos atingido este ano é difícil de ser alcançado numa regional. Os profissionais não se deixaram seduzir pela bela paisagem e assistiram a todas as aulas. Vale ressaltar também a presença de representantes da vários Estados prestigiando a Jornada e isso se deve à credibilidade da Diretoria da SAEB. Os baianos são sempre amigos e

a hospitalidade faz a diferença!”

Dr. João Aurílio EstrelaPresidente da SBA

número de inscritos atingido este ano é difícil de ser alcançado numa regional. Os profissionais não se deixaram seduzir pela bela paisagem e assistiram a todas as aulas. Vale ressaltar também a presença de rep re sen t an te s da vá r io s E s t ados prestigiando a Jornada e isso se deve à credibilidade da Diretoria da SAEB. Os

ba i anos são sempre amigos e a hospitalidade faz a diferença!”.

Entre a platéia lotada, destaque para as

novas gerações e para os colegas sergipanos devido ao grande número de profissionais que participaram da Jornada. “A JORBA sempre foi uma referência de renovação de conhecimento para o Estado de Sergipe. Isso é comprovado pela grande presença de profissionais da nossa r e g i o n a l . V i n t e a n e s t e s i o l o g i s t a s

juntamente com suas famílias vieram participar do evento e aproveitar o hotel.”, reconhece Dr. Leonício Silva Umberlindo Júnior, Presidente da SAESE.

O primeiro dia de trabalho foi abrilhantado com a aula de Dr. Valdir Cavalcanti Medrado sobre Hipotensão na Gestante. Depois a programação seguiu conforme o programa. Após de um dia cheio de informações, os participantes seguiram para a sessão solene breve e objetiva. Dr. Samuel iniciou o discurso de forma clara e sucinta num gesto de agradecimento enaltecendo presença dos duzentos e quinze participantes e ressaltou a importância do apoio dos colegas e funcionários da SAEB durante o período em que preside a Sociedade. Em seguida, Dr. João Aurílio Estrela, presidente da SBA falou da alegria de estar de volta à Bahia reencontrando vários amigos. Aproveitou o momen to pa r a p re s t a r a l g un s esclarecimentos sobre o serviço junto ao Sistema Único de Saúde especificamente sobre preocupação com a retirada da cobrança do Tipo 7. “Numa reunião com

“Para mim não foi surpresa o sucesso da 20ª JORBA que já é uma tradição entre os eventos que envolvem a especialidade. A hospitalidade, o nível dos conferencistas e o tratamento VIP que foi destinado a todos os presidentes de regionais merecem um destaque especial.”

Dra. Maria Eneida Coutinho MotaPresidenta da SAEC

“O lugar escolhido para 20ª JORBA foi maravilhoso! Vale destacar o grande número de participantes e a simplicidade e leveza de como foram passadas as informações durante as aulas. O interesse dos profissionais

em adquirir conhecimento apesar do lugar convidativo ao lazer só confirma a quilidade da programação científica.”

Dra. Cristina Barreto RoichmanPresidenta da SAEPE

Solenidade oficial da 20ª Jornada Baiana de Anestesiologia.

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Capa

representantes do Ministério da Saúde, nos foi informado sobre a regionalização da administração do repasse, ou seja, a partir de agora os gestores passam a ser os municípios”. Diante disso, Dr. João Aurílio alertou para a importância da união entre os profissionais da Anestesia numa tentativa de galgar mais ganhos. Ele falou também que durante o encontro houve a aceitação da participação de representantes da especia l idade na reformulação da tabela dos serviços. “Há também um compromisso da inclusão de alguns procedimentos que, até então, estão fora da tabela. Todos os procedimentos ambulatoriais terão o mesmo valor dos hospitalares.

Dor e Cuidados Paliativos vão ter comissões distintas e está sendo estudada a possibilidade de criação de uma portaria específica de Dor. Essas conquistas são um avanço para a Especialidade!”, finalizou. Dr. João Aurílio também informou que a SBA já faz parte da Câmara Técnica do Conselho Federal de Medicina e, até o fim do ano, vai lançar dois livros um Manual sobre Drogas e uma sobre

“A programação científica da 20ª JORBA foi de altíssimo nível, inclusive a seleção dos conferencistas, com temas atuais que só vêm acrescentar aos participantes! Isso é um mérito principalmente da Comissão Científica da SAEB. O aspecto social também merece destaque porque é fundamental esse convívio de entrosamento entre os anestesiologistas.”

Dr. Alfredo Augusto Vieira PortellaPresidente da Comissão de Assuntos Internacionais da SBA

Educação Continuada.

“A JORBA sempre foi uma referência de renovação de conhecimento para o Estado de Sergipe. Isso é comprovado pela grande presença de profissionais da nossa regional. Um

ônibus com vinte anestesiologistas com suas famílias vieram participar do evento e aproveitar o hotel.”

Dr. Leonício Silva Umberlindo JúniorPresidente da SAESE

é comemorado com palestra sobre

A torrencial chuva que acometeu a capital baiana no sábado, dia 21 de outubro, fez com que alguns sócios deixassem de ir à SAEB desfrutar da agradável noite de festa que contou com a palestra de Dr. Ildo Meyer. Ele veio do Sul do país e falou sobre Qualidade de Vida para uma platéia atenta, durante uma hora e meia. Quem participou do evento certamente teve algum aspecto da vida mudado ou, pelo menos, pretende repensar a estressante rotina.

Dr. Ildo é formado em Medicina e especializado em Anestesiologia, já presidiu a Sociedade de Anestesiologia do Rio Grande do Sul e começou a ministrar palestras há três anos. Marketing para Anestesiologistas foi o primeiro tema. “Percebi que o que todos nós precisamos é qualidade e vida, por isso, redirecionei o assunto de minhas palestras. Esse novo desafio modificou bastante minha vida, afinal precisei me profissionalizar como palestrante porque não é fácil falar para centenas de pessoas ainda mais sobre um tema que gera muitas controvérsias. Sem falar que também alterou minha rotina de trabalho. Me dedico à anestesia de segunda à quinta e o restante da semana é reservado para as palestras”, explica.

Durante a entrevista ele revelou que seu objetivo daqui a mais cinco anos é deixar de vez a Anestesiologia para se entregar à missão de propor novas formas de viver.

Se a vocação para Medicina foi abalada isso não vem ao caso, Dr. Ildo revelou tranqüilidade, ao mesmo tempo, segurança e convicção ao falar de assuntos tão particulares. Diferente do que se vê em outras apresentações, Dr. Ildo começou o assunto de forma sutil através de uma divertida conversa para deixar o público mais à vontade. Fez a platéia refletir sobre os sonhos e a

capacidade de sonhar que é minimizada quando se torna adulto. Os exemplos seguiram através da revelação dos seus próprios sonhos de infância quando pensava em ser super-herói, o Batman. Sonho que o acompanhou durante toda a sua vida e o fez inclusive optar pela Medicina. A Anestesiologia surgiu como um complemento de tudo isso, afinal ele “pode” fazer as pessoas dormir, acordar, não sentir dor...

Essa história foi contada com o objetivo de mostrar o quanto é possível sonhar e tentar realizar os objetivos

Dr. Ildo Meyer durante a palestra. O brinde ao Dia do Anestesiologista.

Dia do anestesiologista

Qualidade de Vida

Presença de presidentes e colegas de outras regionais.

Auditório repleto de associados atentos às aulas.

Confraternização dos associados apósa solenidade.

Discurso do presidente durante a solenidade.

Dr. Samuel José de Oliveira, Dr. Ildo Meyer e Dra. Maria Lúcia Arbex.

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mesmo depois de adultos. O que se observa é que quando se cresce o indivíduo parece perder o brilho pela vida porque es tá envolv ido com as responsabilidades. Isso já começa na infância nos primeiros anos de estudo, onde é preciso ter atenção, disciplina. Com o passar dos anos, é chegado o tempo de pensar em qual profissão seguir, em constituir família, enfim, começa a eterna busca pela felicidade. Sentimento este que para a maioria está intimamente ligado ao sucesso, riqueza, s e g u r a n ç a e r e c o n h e c i m e n t o profissional. Nessa corrida, aspectos simples mas de tamanha importância são abdicados, e, consequentemente, a qualidade de vida é comprometida. O t r a b a l h o , o u m e l h o r, a m á administração do tempo de trabalho é o maior agravante.

Aos poucos, durante a conversa, que na verdade já se tornara a palestra de fato, algumas imagens foram apresentadas, entre elas, um clipe do filme Tempos Modernos, de Charlie Charplin e um trecho do filme Sob o Sol de Toscana. Dr. Ildo pediu licença para ficar mais à vontade, pediu para retirar o terno e gravata e continuou a falar da tão sonhada felicidade. Ele alertou que

para ser feliz é preciso fazer escolhas e assumir a responsabilidade de cada uma, por que uma escolha resulta em abrir mão de algo. Essa é a maior razão das pessoas deixarem de fazer escolhas n a v i d a p o r q u e t e m e m a s conseqüências, o novo. “Se quisermos atingir a felicidade temos que fazer escolhas, temos que decidir como queremos viver. Ao invés de vermos revistas de festas sociais, saiam de casa e se divirtam! Deixem de pegar filmes de romance e revelem o amor que sentem pela sua esposa ou namorada n u m a v i a g e m o u n u m j a n t a r romântico!”, refletiu.

O e q u i l í b r i o t a m b é m e s t á relacionado com o viver bem, segundo ele. “Na vida para se ter equilíbrio é preciso ter organização, disciplina e planejamento. Mas para isso não precisamos ser escravos do tempo. Em nossa vida existe espaço para tudo, nem trabalhar demais nem de menos e nunca deixarmos de nos dedicar à família que está acima de tudo”, conclui.

Para finalizar, Dr. Ildo falou que a

vocação vem da voz interior, por isso, devemos diminuir a distância que existe entre o cérebro e o coração: “Se vocês quiserem qualidade de vida, dêem uma chance ao coração!”. E se apresentou

ao público de forma surpreendente para encerrar mais um dia de super-herói. Depois os convidados seguiram para o jantar. Infelizmente, o presente do Dia do anestesiologista não foi recebido por tantos, mas com certeza, foi grandioso para quem o aceitou!

Cinthya Brandão Jornalista

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O vetor da responsabilidade médica modificou-se perdendo ênfase a antiga concepção de que o Médico no seu labor gozava de imunidade. Tal situação parece lógica, uma vez que, o extraordinário avanço da medicina limitou o espaço destinado ao insucesso e “infortúnios”, e a sociedade influenciada por um panorama de idé ias heterodoxas do mundo globalizado tornou-se intolerante e implacável com o erro ou desvio Médico.

Destarte sob a égide do Direito

contemporâneo, mormente que balizando os conflitos da relação Médico-paciente, tem consagrado os pressupostos da reparação do dano e a obrigação de indenizar, mui tos postu lantes têm conduzido um número cada vez maior de profissionais Médicos às barras do tribunal.

Para o entendimento das obrigações

apresentadas em tela se faz mister remeter-se ao novo código civil, lei 10406/2002 artigo 927 parágrafo único, ipsis l i tteris estabelece que haverá obrigação de reparar o dano independente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a a t i v i dade norma lmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Parece claro, portanto, que no novo

médica e os novos

diploma legal (código civil), o legislador inclinou-se favoravelmente a considerar a obrigação de indenizar fundada na responsabilidade objetiva do profissional a qual prescinde do erro Médico.

Ademais, cumpre ressaltar que no

entendimento doutrinário vigente, em que pese controvérsia, o Médico é um prestador de serviço pelo que está sujeito a disciplina do código do consumidor.

Por outro lado, merece registro que o

prazo prescricional para um paciente ensejar uma ação que antes era de 20 anos, mudou-se para 10 anos (art. 205 código civil).

Nesse diapasão é importante gerenciar

o risco profissional através do seguro de responsabilidade Médica. E, para evitar litígios, é essencial cultivar uma boa relação Médico-paciente; lembrar da importância do consent imento in formado cu ja linguagem deve ser inteligível, clara e s imples; invest ir continuamente no aperfeiçoamento profissional; e, por fim, não se olvidar que o prontuário é um potencial dossiê. Registre para ter defesa.

Dr. Márcio Henrique Lopes Barbosa Médico Anestesiologista

CRM 11.988- Ba

“Se quisermos atingir a felicidade temos que fazer

escolhas, temos que decidir como queremos

viver. Ao invés de vermos revistas de

festas sociais, saiam de casa e se divirtam!

Deixem de pegar filmes de romance e revelem

o amor que sentem pela sua esposa ou

namorada numa viagem ou num jantar romântico!”

paradigmas

responsabilidadeA “Na vida para se ter equilíbrio é preciso ter

organização, disciplina e planejamento. Mas para isso não precisamos ser escravos do tempo.”

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No ano de 2002, o numero de internações do SUS causados pelo aparelho circulatório foi de 1.216.394 total izando 10,38% do total de internamentos (11.713.749). As internações nas especialidades de cirurgia cardiovascular e cardiologia clínica do SUS respondem por 8,2% do total, 17% do volume financeiro, 7,7% do tempo de permanência hospitalar. No tocante aos óbitos hospitalares o percentual atribuível aos dois grupos é de 16%.

No Brasil, o acesso a internações à cardiologia de alta complexidade foi 57,3 internações por 100.000 (0,00057) habitantes/ano, em 2003. Na avaliação da equidade no acesso observa-se heterogeneidade importante entre as unidades federadas de residência. O Estado da Bahia apresenta indicadores bem abaixo da média nacional com menos de 0,0002 internação/habitante para a cardiologia de alta complexidade.

Dados recentes da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia – SESAB apontam uma população de 13.552.649 habitantes, no ano de 2004. Estima-se que o Estado da Bah ia tenha 892.197 pac ientes portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), 311.169 pacientes portadores de Diabetes Mellitus (DM), 155.584 pacientes com HAS e DM. O percentual de cobertura em relação aos casos estimados de HAS é de 47,95% e de DM é de 50,02%.

A conseqüência prática dos dados acima mencionados é que os pacientes que se apresentam para rea l i zação de procedimentos cirúrgicos do aparelho cardiovascular na rede pública do Estado freqüentemente apresentam controle inadequado de comorbidades (HAS, DM, insuficiência renal crônica, dislipidemias, etc...), doença cardiovascular em estágio avançado e procedimentos em caráter de urgência.

Nas cirurgias cardíacas em adultos, a idade é um fator de risco significante, assim como creatinina sérica elevada, cirurgia em caráter de urgência, re-operação, procedimentos cardíacos combinados, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão pulmonar grave, doença pulmonar avançada, estenose de vasos braquicefá l icos, ac identes vasculares prévios e lesão hepática.

A avaliação e preparo no período pré-operatório são de vital importância no manejo bem sucedido destes pacientes. Devem ser realizados por uma equipe interdisciplinar e têm como objetivo proporcionar um paciente consciente quanto ao procedimento, bem avaliado do ponto de vista laboratorial e de imagem e otimizado clinicamente.

Os anti-hipertensivos, antiarrítmicos e anti-anginosos devem ser mantidos até o dia da cirurgia. Os digitálicos quando usados com fim inotrópico devem ser suspensos. A manutenção dos inibidores d a e n z i m a c o n v e r s o r a d e ang io tens inogên io cons t i t u i - se , atualmente, em grande controvérsia na literatura por estarem implicados em vasodilatação persistente após a circulação extracorpórea (CEC). As estatinas têm um papel benéfico, mesmo que introduzidas dias antes da cirurgia.

A seleção do agente ansiolítico e sua dosagem deve ser baseada na idade do paciente, status cardiovascular e grau de ansiedade. A possibilidade de sedação excessiva, hipoxia, hipercarbia e instabilidade cardiovascular são sempre uma preocupação. Naqueles pacientes com dependência do tônus simpático a melhor conduta é realizar a medicação na sala de operação, com o paciente monitorizado.

Antes da entrada do paciente em sala é importante que as drogas anestésicas, de

reanimação, drogas cardiovasculares de infusão continua, sangue e a fonte de marcapasso estejam preparados. Os monitores devem estar ligados e calibrados. A monitorização deve obrigatoriamente constar de oximetria de pulso, ECG de duas derivações (DII e V5), temperatura central, pressão arterial invasiva e curva de pressão venosa central.

A monitorização de uma terceira derivação (AVF) e do segmento ST é recomendáve l . A ava l i a ção da responsividade a volume através da interação coração pulmão (variação de pressão sistólica, Delta de pressão de pulso, delta - peak, etc...) têm sido utilizada com mais freqüência e em breve deve tornar-se um cuidado básico.

Indicações para utilização de cateter de artéria pulmonar variam muito entre diferentes instituições. As indicações mais comuns são: hipertensão pulmonar grave, fração de ejeção < 30%, procedimentos combinados e re-operações. A utilização rotineira desta ferramenta diminui de forma considerável devido a problemas relacionados à obtenção dos dados, a capacidade de interpretação destes, aos riscos inerentes ao procedimento e a ausência da demonstração na literatura de uma relação risco beneficio claramente favorável. A popularização dos catéteres de artéria pulmonar com transistores de alta resposta (catéteres volumétricos), capazes de medir o débito e saturação venosa continuamente e inferir o volume diastólico final têm novamente despertado o interesse pela cateterização da artéria pulmonar. Outras formas de medir o débito cardíaco de forma não invasiva ( r e i n a l a ç ão de CO2, Dopp le r transesofágico e ecocardiograma transesofágico) ganharam espaço. A monitorização cerebral durante a CEC é difícil e necessita de normatização de equipamentos e critérios.

O desafio da em

cirurgia anestesia

cardiovascular

“Nas cirurgias cardíacas em adultos, a idade é um fator de risco significante, assim como creatinina sérica elevada, cirurgia em caráter

de urgência, re-operação, procedimentos cardíacos combinados, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão pulmonar grave, doença

pulmonar avançada, estenose de vasos braquicefálicos, acidentes vasculares prévios e lesão hepática.”

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Um ou mais acessos calibrosos devem ser obtidos antes da indução (várias vias de infusão são desejáveis em pacientes submetidos à re-operação). O catéter a r t e r i a l d e v e r á s e r p a s s a d o preferencialmente no braço direito e com o paciente acordado para que a indução seja feita de forma mais controlada possível. O acesso central deve ser passado com o paciente acordado nos casos mais graves, principalmente quando há disfunção ventricular avançada. Amostras de sangue devem ser colhidas para realização de gasometrias, tempo de coagulação ativada, hb, ht e plaquetas.

Durante a indução o objetivo maior é a estabilidade hemodinâmica, porém muitas vezes há necessidade da utilização de substâncias vasoativas e/ou suporte inotrópico a fim de evitar extremos de pressão arterial e freqüência cardíaca. A ventilação deve ser feita com volumes

correntes baixos (6 a 8ml/kg) e sempre que possível PEEP de 5 cm de H2O. A manutenção da anestesia deve ser feita com um anestésico volátil ao menos até a entrada em CEC devido à propriedade desta classe de fármacos em promover cardioproteção (pré-condicionamento mediado por anestésico inalatório semelhante ao pré-condicionamento isquêmico). Não há na literatura evidências que sugiram diferença na proteção oferecida entre isoflurano, desflurano e sevoflurano. O óxido nitroso deve ser evitado por não promover cardioproteção e promover rápida expansão de bolhas que por ventura entrem na circulação pela maquina de perfusão extracorpórea. Antes da entrada em CEC a anticoagulação deve ser confirmada com o TCA. Outra opção na a v a l i a ç ã o d a c o a g u l a ç ã o é a tromboelastografia que nos permite uma analise mais global dos fatores de coagulação. A maquina de perfusão normalmente é preenchida com 1000 a

1400ml. O manitol é freqüentemente empregado no preenchimento da maquina a fim de promover diminuição de lesão pulmonar por diminuição da quantidade de agregados de neutrófilos e plaquetas depositados na microcirculação pulmonar. O tipo de solução varia de acordo com a equipe podendo ser colóide, cristalóide ou uma mistura de ambos. Este volume deve ser levado em consideração durante a hidratação intra-operatória.

Durante a canulação da aorta, a PAM deve estar em torno de 50mm Hg para diminuir o risco de dissecção e, durante a canulação das cavas, a manipulação do coração pode causar alterações hemodinâmicas bruscas e diminuição aguda da pré-carga. A aorta é pinçada e então o coração é parado através de uma solução cardioplégica cuja composição e temperatura variam de acordo com a equipe (normalmente uma solução sanguínea rica em potássio, magnésio e levemente hipotérmica). A entrada em CEC causa hemodiluição aguda de hemácias, plaquetas e fatores de coagulação assim como disfunção plaquetária, hemólise e ativação das vias fibrinolíticas que são mais intensas quanto maior a sua duração.

Antifibrinolíticos devem ser utilizados a f i m d e r e d u z i r s a n g r a m e n t o perioperatório. Recentemente Mangano, D.T. demonstrou que a aprotinina quando utilizada nas cirurgias de revascularização está relacionada a uma maior incidência de complicações renais e cerebrais. O ácido tranexâmico 30mg/kg de peso é um esquema barato e eficaz. O fluxo ideal a ser mantido em perfusão é mot ivo de controvérs ias sendo empregado valores em torno de 60ml/kg/min. A hipnose deverá ser mantida durante a CEC através de um sistema de vaporização na máquina de perfusão ou através da infusão de anestésicos venosos.

O propofol em altas doses durante a CEC parece promover diminuição de marcadores de lesão cardíaca. Antes de sair de CEC deve ser certificado que o paciente encontra-se compensado do ponto de vista eletrolítico. Normalmente é necessário auxil iar o coração com agentes

vasodilatadores e inotrópicos durante a saída de CEC e, muitas vezes, esses agentes são mantidos até que o coração melhore sua função contrátil. A colocação de um catéter para medir as pressões do átrio esquerdo é de grande valia na saída de CEC.

Quando o paciente encontra dificuldade para manter débito a despeito da maximização de agentes vasodilatadores e inotrópicos, lança-se mão do balão intra-aórtico de contra-pulsação que tem como objetivo aumentar a pressão diastólica (para melhorar perfusão coronariana) e diminuir a pós-carga (facilitar a ejeção de sangue pelo ventrículo). A suspeita de falência de ventrículo direito deve ser acompanhada de medidas para reduzir a pressão pulmonar (a mais efetiva delas é a inalação de oxido nítrico).

O fato de a CEC estar associada a uma série de efeitos deletérios fez surgir recentemente o interesse na cirurgia cardíaca sem CEC. Avanços na técnica cirúrgica, como o uso de retrator tipo octopus e shunts intracoronários fizeram a cirurgia com o coração batendo uma realidade. Os desafios para o anestesista são maiores e enquanto benefícios como a diminuição da resposta inflamatória e menor necessidade de hemoderivados estão comprovados outros benefícios teóricos aguardam comprovação. As vantagens e desvantagens necessitam de estudos aleatorizados e multicêntricos para confirmar a segurança e eficácia desta nova técnica em relação à duração da patência do enxerto e diminuição de morbidade.

Em um passado recente, o regime anestésico tradicional era baseado em altas doses de opióides devido à estabilidade hemodinâmica percebida com a técnica e a diminuição da reposta endócrino-metabólica ao trauma. A necessidade de ventilação mecânica prolongada resultante era aceita com a crença de que esta técnica permitia uma recuperação mais estável e seguro. Em 1993, esta prática começou a ser q u e s t i o n a d a c o m We s t a b y e co l aboradores repor t ando sua experiência na redução do tempo de extubação de sete para duas horas sem

“Em 1993, esta prática começou a ser questionada com Westaby e colaboradores reportando sua experiência na

redução do tempo de

extubação de sete para duas

horas sem aumento de

complicações pós-operatórias.”

aumento de complicações pós-operatórias. A este processo de redução do tempo para extubação traqueal foi dado o nome de cirurgia cardíaca “fast-track” (CCFT) que tem como eixo a redução da quantidade de opióide empregada. A CCFT tem sido entendida cada vez mais como um conjunto de intervenções que possam reduz ir as compl icações pós-operatórias e por conseqüência o tempo de permanência na UTI e o tempo de permanência no hospital.

A ablação da reposta neuroendócrina não necessita em todos os casos de altas doses de opióides. Estudos clínicos têm mostrado que a clonidina pode reduzir a incidência de taquicardia, hipertensão, melhorar a função renal em associação com diminuição da secreção de cortisol e catecolaminas.

Outro método de produzir analgesia e diminuição do estresse é através do b loque io do neuro-e ixo com admnistração intratecal ou peridural de opióides, anestésicos locais, clonidina e/ou ketamina. Outros benefícios atribuídos aos bloqueios centrais, principalmente à peridural torácica são: diminuição de complicações renais, respiratórias e arritmias. O risco de hematoma peridural associado à anticoagulação plena faz com que a técnica encontre resistência em muitos serviços.

A infusão de ketamina em infusão continua pode estar associada a uma menor incidência de dor aguda e crônica podendo, inclusive, ser empregada no pós-operatório como adjuvante a analgesia opióide. O controle pós-operatório da pressão arterial é de fundamental importância na evolução do paciente, devendo-se ter em mente que níveis pressóricos elevados favorecem ao sangramento pós-operatório. A euglicemia deve ser u m o b j e t i v o d u r a n t e t o d o procedimento e durante o pós-operatório. Níveis de glicose entre 110 e 150mg/dl têm se mostrados efetivos na redução da morbimortalidade com uma boa margem de segurança para eventos de hipoglicemia.

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Leituras Recomendadas:

Dica de Leitura

“Ora, a felicidade não é uma dádiva, e sim a recompensa de um esforço constante e bem orientado. Daí a importância suprema da investigação sobre o que é bom ou mau para se alcançar esse objetivo, como salientou o f i lósofo – um ser de condição assemelhada à divina.” (Obs: Ao responder a EVA, que lhe confirmara haver Iahweh proibido ao primeiro casal humano comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, sob pena de morte, disse a serpente: “Não, não morrereis! Mas DEUS sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e vós sereis como deuses, versados no bem e no mal” – Gênesis 3,1-5 versão da Bíblia de Jerusalém).

Humanos, aí começou a saga do homo sapiens (!?) neste planeta. Sabemos que estamos em processo de dissolução (solve); nosso daimon se desvirtuou do verdadeiro caminho (Ethos) (coagula).

“Talvez os leitores estranhem estas duas palavras gregas. Mas elas nos permitem acercar de um tema urgente: o resgate dos fundamentos da ética que se contrapõe ao desmando ético dos dias atuais especialmente quando chefes de Estado usam mentira para enganar seu povo e ganhá-lo para a perversidade da guerra. Em primeiro lugar, cabe dizer que 'DAIMON' em grego não é demônio, ao contrário, é o anjo bom, o gênio protetor. E 'ETHOS' não é primeiramente ética,

mas a morada humana. Heráclito, genial filósofo pré-socrático (500 A.C.) uniu as duas palavras do aforismo 119: o Ethos é o daimon do ser humano”. Esta formulação esconde a chave para toda uma construção ética. É o conjunto das relações do ser humano com o meio natural, separando um pedaço dele para que seja sua morada, com os que habitam na morada para que sejam cooperativos e pacíficos, com o cantinho sagrado onde guardamos memórias queridas, a vela que arde ou os santos de nossa devoção e com os vizinhos para que haja mútua ajuda e gentileza. Morada é tudo isso, portanto, é um modo de ser das pessoas e das coisas.

Ser feliz a esse anjo bom faz com que moremos bem na casa, a individual, a cidade, o país e o planeta Terra, a Casa Comum. Tudo que fizemos para que se more nem juntos (felicidade) é ético e bom, o contrário é antiético e mau.

Há uma espécie de tragédia em nossa história: o daimon foi esquecido. Em seu lugar, os filósofos como Platão e Aristóteles, Kant e Habermans colocam sistemas éticos com normas tidas por universais. A voz do anjo bom não deixa de falar, mas é confundida com as mil outras vozes das religiões, das igrejas, dos estados e de outros mestres.

Se quisermos uma revolução ética duradoura devemos liberar o daimon e começar a auscultá-lo de novo. No

termo, é o bom senso ético. Ele irá nos sugerir como ordenar a casa que á a cidade, o Estado, e a Casa Comum planetária. Não temos outra saída. É Utopia? Sim, mas é a direção correta que aponta o caminho com todas as coisas.

A atual situação mundial exige a mobilização dos cidadãos, nos dizem. Mas não se trata aqui da tomada da Basílica chamada Terra: trata-se de uma tomada de cons-ciência chamada “METAPOLÍTICA”. Não se trata de uma luta pelo poder político. Trata-se muito mais que uma luta leia-se uma ascese para uma cons-ciência planetária do ser humano e do divino sem abolir, no entanto, as distinções. As tensões secular/sagrado, laico/clerical, crente/não crente, assim como as dialéticas senhor/escravo, masculino/feminino não podem ser negadas, mas integrar-se em um todo (Uni-verso), sem cair, no entanto, em uma indiscriminação amorfa (solve).

O Lema de nosso estudo nos fala do ETHOS. Literalmente “A ética para o homem [é o seu] Espírito”. Daimon é o que constitui a autêntica personalidade de homem, o que lhe dá sua característica mais profunda e distintiva. ETHOS é aqui a natureza incomunicável. De cada Pessoa, seu caráter, sua dignidade, sua eticidade.

“Nós, cristãos, bem sabemos que é impossível restabelecer o paraíso terrestre (O meu reino não deste mundo-CRISTO), mas que em contrapartida, o inferno terrestre é sempre e, a qualquer momento, perfeitamente realizável. Que DEUS, em Sua misericórdia, se digne de nos poupar dessa provação, ou pelo menos, de encurtá-la o máximo possível!”.

Assim seja!

Dr. Roberto ValoisCRM 6232

Médico Anestesiologista - Ba

Anestesiar pacientes para cirurgia cardiovascular é intelectualmente desafiador, e emocionalmente gratificante. O manejo clínico competente e habilitado exige um entendimento através da fisiologia cardíaca normal e alterada, um íntimo conhecimento da farmacologia dos anestésicos, drogas vasoativas e cardioativas e familiaridade com as alterações fisiológicas associadas com a circulação extracorpórea e com os procedimentos cirúrgicos em si. Os objetivos são semelhantes a qualquer outro procedimento: minimizar a morbidade perioperatória e maximizar os benefícios cirúrgicos sempre com a preocupação de alcançar estas metas com a melhor relação custo-efetividade possível. O aumento da idade da população ocidental e a necessidade de devolver à população mais velha capacidade funcional provavelmente aumentarão o numero de cirurgias cardiovasculares nos anos vindouros. A morbimortalidade destes procedimentos caiu drasticamente ao longo das décadas e um melhor manejo perioperatório é responsável por grande parte desta redução.

Dr. Pablo AmadoMédico Anestesiologista

CRM-Ba 17.333

Bibliografia:1. Ministério da Saúde do Brasil (MS) – Datasus e banco de dados do Sistema de Informação Hospitalar -

(SIH).

2. Datasus, Sistema de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e/ou diabéticos (Hiperdia) (2003).

3. De Hert SG, Turani F, Mathur S, Stowe DF: Cardioprotection with Volatile Anesthetics: Mechanisms and Clinical Implications. Anesthesia & Analgesia. 100(6):1584-1593, June 2005.

4. Salem R, Denault AY, Couture BS, Fortier A, Guertin M, Carrier M, Martineau R: Left ventricular end-diastolic pressure is a predictor of mortality in cardiac surgery independently of left ventricular ejection fraction. BJA: British Journal of Anaesthesia. 97(3):292-297, September 2006.

5. Xia Z, Huang Z, Ansley DM: Large-Dose Propofol During Cardiopulmonary Bypass Decreases Biochemical Markers of Myocardial Injury in Coronary Surgery Patients: A Comparison with Isoflurane. Anesthesia & Analgesia. 103(3):527-532, September 2006.

6. Mangano DT, Tudor IC, Dietzel C; for the Multicenter Study of Perioperative Ischemia Research Group and the Ischemia Research and Education Foundation. The risk associated with aprotinin in cardiac surgery. N Engl J Med 2006;354:353–65. n engl j med 354;4 www.nejm.org january 26, 2006.

7. Westaby S, Pillai R, Parry A, et al: Does modern cardiac surgery require conventional intensive care? Eur J Cardiothorac Surg 7:313-318, 1993.

8. Paul SM, David M: Fast-Track Cardiac Anesthesia: Choice of Anesthetic Agents and Techniques. Seminars in Cardiothoracic and Vascular Anesthesia, Vol 9, No 1 (March), 2005: pp 5–16 5.

9. Dorman BH, Zucker JR, Verrier ED, et al: Clonidine improves perioperative myocardial ischemia, reduces anesthetic requirement, and alters hemodynamic parameters in patients undergoing coronary artery bypass surgery. J Cardiothorac Vasc Anesth 7:386-395, 1993.

10 Lahtinen P, Kokki H, Hakala T, Hynynen M: S (+) - Ketamine as an Analgesic Adjunct Reduces Opioid Consumption After Cardiac Surgery. Anesthesia & Analgesia. 99(5):1295-1301, November 2004.

1) O Espírito da Política; Raimon Panikkan; TRION; 2005.

2) Ética, Direito, Moral e Religião no Mundo Moderno; Fábio Konder Comparato; Companhia das Letras; 2006.

3) O Império Ecológico e o Totalitarismo Planetário; Pascal Bernardin; 1999.

4) Opus Alquímica; Jung; 1977.

5) Cuidar do Ser-Filon e os Terapeutas de Alexandria; Jean-Yves Leloup.

6) A Vigança de Gaia; James Lovelock

“... viver para o bem, ou viver para o mal...”Platão, A República, 578 A.C.

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Para quem deseja acessar um site onde pode fazer pesquisa de uma gama variada de assuntos, recomenda-se os portais do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (http://www.cremeb.org.br) e do Conselho Federal de Medicina Neles, o usuário poderá localizar os médicos brasileiros, checar as resoluções e pareceres dos conselhos de medicina, atualizar endereço, solicitar 2ª via de boleto de cobrança, requisitar certidão de regularidade com autenticidade digital (on line), conhecer e consultar, o Código de Ética Médica, a legislação pertinente à prática médica, a CBHPM e o projeto diretrizes, entre outros.

Para os interessados em discutir a bioética, existe o portal , criado e mantido sob a responsabilidade do Prof. Dr. José Roberto Goldim, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É de interesse ainda para quem atua na área de pesquisa clínica e experimental com discussões sobre áreas temáticas básicas e avançadas, a exemplo de bioética e emergência, comitê de ética em pesquisa, bioética e células-tronco, consentimento informado, bioética para residentes, além de diversas apresentações em diapositivos.

Outro endereço que deve estar inserido no navegador dos PC's de estudantes, profissionais de saúde, professores e pesquisadores é o da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), mantido pelo Ministério da Educação portugues/index.jsp) no qual o leitor poderá acessar 10.555 periódicos nacionais e estrangeiros com textos completos e mais de 90 bases de dados com resumos de documentos em todas as áreas do conhecimento. O uso é livre e gratuito para os usuários de qualquer uma das 182 instituições participantes. Da Bahia participam a UFBa, a UESC, a UNEB, a UEFS, a UESB, a UNIVASF e o CEFET/Ba.

E vamos democratizar o conhecimento! Boa pesquisa a todos.

Dr. José Abelardo Garcia de MenesesMédico Anestesiologista

CRM-Ba 6616

(http://www.portalmedico.org.br/).

http://www.bioetica.ufrgs.br/bioetica.htm

(http://www.periodicos.capes.gov.br/

Dispõe sobre a prática do ato anestésico. Revoga a Resolução CFM n. 1363/1993.

O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuições conferidas pela Lei nº 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto nº 44.045, de 19 de julho de 1958, e pela Lei nº 11.000, de 15 de dezembro de 2004, e

CONSIDERANDO que é dever do médico guardar absoluto respeito pela vida humana, não podendo, em nenhuma circunstância, praticar atos que a afetem ou concorram para prejudicá-la;

CONSIDERANDO que o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional;

CONSIDERANDO que o médico deve aprimorar e atualizar continuamente seus conhecimentos e usar o melhor do progresso científico em benefício do paciente;

CONSIDERANDO que não é permitido ao médico deixar de ministrar tratamento ou assistência ao paciente, salvo nas condições previstas pelo

Código de Ética Médica;

CONSIDERANDO que a Portaria nº 400, de 6 de dezembro de 1977, do Ministério da Saúde, prevê sala de recuperação pós-anestésica para a unidade do centro cirúrgico;

CONSIDERANDO o proposto pela Câmara Técnica Conjunta do Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Anestesiologia, nomeada pela Portaria CFM nº 62/05;

CONSIDERANDO a necessidade de atualização e modernização da prática do ato anestésico;

CONSIDERANDO, finalmente, o decidido em sessão

CFM garante maior segurança ao ato anestésico e paciente

plenária de 04 de outubro de 2006;

RESOLVE:Art. 1º Determinar aos médicos anestesiologistas que:

I – Antes da realização de qualquer anestesia, exceto nas situações de urgência, é indispensável conhecer, com a devida antecedência, as condições clínicas do paciente, cabendo ao médico anestesiologista decidir da conveniência ou não da prática do ato anestésico, de modo soberano e intransferível.a) Para os procedimentos eletivos, recomenda-se que a avaliação pré-anestésica seja realizada em consulta médica antes da admissão na unidade hospitalar;b) na avaliação pré-anestésica, baseado na condição clínica do paciente e procedimento proposto, o médico anestesiologista solicitará ou não exames complementares e/ou avaliação por outros especialistas;c) o médico anestesiologista que realizar a avaliação pré-anestésica poderá não ser o mesmo que administrará a anestesia.

II – Para conduzir as anestesias gerais ou regionais com segurança, deve o médico anestesiologista manter vigilância permanente a seu paciente.

III – A documentação mínima dos procedimentos anestésicos deverá incluir obrigatoriamente informações relativas à avaliação e prescrição pré-anestésicas, evolução clínica e tratamento intra e pós-anestésico (ANEXO I).

IV – É ato atentatório à ética médica a realização simultânea de anestesias em pacientes distintos, pelo mesmo profissional.

V - Para a prática da anestesia, deve o médico anestesiologista avaliar previamente as condições de segurança do ambiente, somente praticando o ato anestésico quando asseguradas as condições mínimas para a sua realização.

Art. 2º É responsabilidade do diretor técnico da instituição assegurar as condições mínimas para a realização da anestesia com segurança.

Art. 3º Entende-se por condições mínimas de segurança para a prática da anestesia a disponibilidade de:

I – Monitoração da circulação, incluindo a determinação da

Dica de Site

Após um trabalho conjunto da Câmara Técnica em Anestesiologia, do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira e da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, foi publicada no Diário Oficial da União em 01 de novembro de 2006 a Resolução do CFM n° 1.802 de 2006, a qual substitui a Resolução 1.363 de 1993.

RESOLUÇÃO CFM N° 1.802/2006(Publicado no D.O.U. de 01 novembro 2006, Seção I, pg. 102)

Através desta atualização da Resolução que trata sobre a prática do ato anestésico é possível uma melhoria das nossas condições de trabalho, o que resulta numa grande conquista dos anestesiologistas do Brasil.

A Diretoria da SAEB

Já está no ar para o desfrute de todos os sócios o formato dinâmico do site da SAEB com o mesmo endereço www.saeb.org.br. A iniciativa faz parte do projeto de Inclusão Digital adotado pela nova diretoria.

Através de uma atualização mais freqüente, é possível acompanhar as últimas notícias envolvendo a especialidade, a programação detalhada e fotografias de todos os eventos do Calendário Científico, indicações de artigos de relevância para a Anestesiologia, além das aulas de todos os cursos. Todo o material pode ser visualizado adquirido através de downloads. Uma novidade que o novo formato do site traz!

A SAEB ratifica sua missão: viabilizar um maior envolvimento da instituição com seus sócios tornando acessível um aprimoramento ainda maior dos conhecimentos científicos.

A Diretoria da SAEB

SAEB lança site em novo formato

A rede mundial de computadores proporciona a todos aqueles que já estão incluídos no mundo digital a oportunidade de lazer, divertimento e informação com agilidade e praticidade inimagináveis há poucos anos.

Na prática médica o volume de informações é tão espantoso e gigantesco que se o usuário não for objetivo e disciplinado, enfrentará dificuldades no acompanhamento dos avanços científicos e tecnológicos, além de acumular grande perda de tempo.

No número anterior do Bahianest foram mostrados três endereços, um de pesquisa, um de VOIP e o outro da Sociedade Americana de Anestesiologia. Neste, são apresentados endereços que irão contribuir para outros tipos de pesquisa.

www.saeb.org.br

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§ 4º Na SRPA, desde a admissão até o momento da alta, os pacientes permanecerão monitorados quanto:a) à circulação, incluindo aferição da pressão arterial e dos batimentos cardíacos e determinação contínua do ritmo cardíaco, por meio da cardioscopia;b) à respiração, incluindo determinação contínua da oxigenação do sangue arterial e oximetria de pulso;c) ao estado de consciência;d) à intensidade da dor.

Art. 5º Os anexos e as listas de equipamentos, instrumental, materiais e fármacos que obrigatoriamente devem estar disponíveis no ambiente onde se realiza qualquer anestesia, e que integram esta resolução, serão periodicamente revisados.Parágrafo único - Itens adicionais estão indicados em situações específicas.

Art. 6° Revogam-se todas as disposições em contrário, em especial a Resolução CFM nº 1.363, publicada em 22 de março de 1993.

Art. 7° Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília/DF, 04 de outubro de 2006.

Edson de Oliveira Andrade Presidente

Lívia Barros Garção Secretária-Geral

pressão arterial e dos batimentos cardíacos, e determinação contínua do ritmo cardíaco, incluindo cardioscopia;

II - Monitoração contínua da oxigenação do sangue arterial, incluindo a oximetria de pulso;

III - Monitoração contínua da ventilação, incluindo os teores de gás carbônico exalados nas seguintes situações: anestesia sob via aérea artificial (como intubação traqueal, brônquica ou máscara laríngea) e/ou ventilação artificial e/ou exposição a agentes capazes de desencadear hipertermia maligna.

IV – Equipamentos (ANEXO II), instrumental e materiais (ANEXO III) e fármacos (ANEXO IV) que permitam a realização de qualquer ato anestésico com segurança, bem como a realização de procedimentos de recuperação cardiorrespiratória.

Art. 4º Após a anestesia, o paciente deve ser removido para a sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) ou para o/a centro (unidade) de terapia intensiva (CTI), conforme o caso.

§ 1º Enquanto aguarda a remoção, o paciente deverá permanecer no local onde foi realizado o procedimento anestésico, sob a atenção do médico anestesiologista;

§ 2º O médico anestesiologista que realizou o procedimento anestésico deverá acompanhar o transporte do paciente para a SRPA e/ou CTI;

§ 3º A alta da SRPA é de responsabilidade exclusiva do médico anestesiologista;

No dia 30 de setembro, na cidade de Juazeiro, faleceu o nosso ilustre amigo Marcos David Rodrigues Ferreira (ME2 do CET-HUPES). Graduado em Medicina há mais de dez anos, o Professor Ferreira (como era chamado em nosso hospital) trabalhou por um longo período como clínico geral no interior do estado. Em 2005, iniciou a especialização em Anestesiologia e, desde então, mostrou-se muito feliz com o novo rumo da carreira. Segundo ele mesmo, vivia uma fase especial da sua vida: estava noivo, planejava ter um filho no próximo ano, e ao término da sua nova formação poderia

retornar para Juazeiro, mas agora, Anestesiologista!

Marcão , em pouco t empo , “conquistou” o centro cirúrgico. Autêntico e bem-humorado, tinha a inigualável habilidade de fazer as pessoas sorrirem! Este era realmente um dom! E talvez por isso esteja sendo tão difícil aceitar que o grande companheiro não faça mais parte do nosso dia-dia. O longo corredor do centro cirúrgico ficou cinza...

Mas... se existe vida após a morte, sorte de quem passou a conviver com esta figura única!

Professor! “Um grande abraço e felicidades” de todos os seus amigos do CET-HUPES!

Dr. Alexandre Chaves MiraMédico Anestesiologista ME 2

CRM-Ba 16.364

Dr. Marcos Davi Rodrigues Ferreira no Centro Cirúgico do

Hospital das Clínicas

O longo corredor do centro cirúrgico ficou cinza...O longo corredor do centro cirúrgico ficou cinza...

Primeira parte: como em toda grande obra, foi a criação, a idéia, que aconteceu na festa de encerramento da 30ª JONNA, nos idos de março de 2006, em Manaus-Am. Conversando estávamos, quando surgiu o desejo de integração da anestesiologia nacional, como o Alagipe, que reúne, anualmente, A lagoas e Serg ipe. Participavam desta conversa uma cearense, um paraense reconhecido e apaixonado pelo Maranhão, onde reside e um sergipano grato ao Piauí, pois durante muito tempo acolheu um irmão de sua mãe, mais precisamente na Cidade de Gilbués, onde o titio era garimpeiro, daí se nomear representante da terra que abriga o delta do Parnaíba, na falta de um piauiense original. Surgia, então, a vontade incontida de integrar o Piauí, o Ceará e o Maranhão, nos moldes de um evento, hoje inexistente, chamado JACA, cujo acrograma tem várias, ou melhor, algumas versões, que as deixo para quem dele se lembrar ou participou. A data do nascedouro foi sugerida para 21 de outubro em São Luiz do Maranhão. A decisão foi comunicada, pelo sergipano, através microfone, aos presentes na animada festa, acima citada.

Segunda parte: composta pela evolução, aprimoramento, escolha dos palestrantes, divulgação, um pouco acanhada, diga-se de passagem, como os s e u s i d e a l i z a d o r e s . D u r o u aproximadamente sete meses.

Terceira parte: nascimento. Revestida de uma precisão de causar inveja a qualquer programa espacial de que se fala por a í , po i s tudo t ranscorreu rigorosamente de acordo com a programação e determinação da comissão organizadora.

Presentes, além dos anfitriões, cearenses, baianos, sergipanos, cariocas, paraibanos e tantos mais, que foram brindados com palestras de alto nível versando sobre assuntos atuais da especialidade, proferidas por colegas conhecedores, científica e tecnicamente, dos temas a eles sugeridos. A docência baiana esteve muito bem representada pelo Dr. José Admirço, de nome diferente, porém com incomum desenvoltura ao discorrer sobre anestesia em pediatria.

Vários espaços acomodaram a parte profana do evento cabendo ressalva ao restaurante da Dona Maria, onde serve um ensopado de carneiro de tirar o rumo e à Base do Rabelo, que não tem nada de militar e sim um serviço nota 10. Vale uma

passada por lá, quando possível for.

A parte social foi encerrada com chave de ouro com um passeio aos lençóis maranhenses, lamentavelmente não desfrutado por todos os que participaram do encontro. Várias alegações foram dadas, não sei se aceitas ou acatadas, para justificar a ausência ao divertimento, cujo os presentes jamais irão olvidar.

Qualquer dúvidas, por favor, procurem o Dr. Pedro Wanderley de Aragão, que talvez ele tenha uma idéia. Pedrão, um abraço! Quase esqueço de nominar a atividade em epígrafe: P I O C E R Ã O (sugestivo, não?)

Elencos:Cearense - Maria Eneida Coutinho MotaParaense - Carlos Alberto de S. Martins (naturalizado maranhense)Sergipano - Adhemar Chagas Valverde

Data: 19 a 21 de outubro de 2006.

Dr. Adhemar Chagas ValverdeCoodenador do GABA

CRM-Ba 6.055

Encontro NordestinoA criatividade do nordestino não tem limite.

Como diria Jack, vamos por partes.