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RESUMOS TEMAKI BEER   Cirurgia Plástica - Vanessa Sumiyoshi  1 Queimaduras  Lesões frequentes, atingem todas as faixas etárias, causando grande sofrimento. Pode ser de origem o Física o Química o Térmica o Elétrica o Radiação  Importante identificar a causa para tratar corretamente  Crianças: maioria das queimaduras ocorre pela curiosidade ou maus tratos. Pp com vela e álcool.  Idosos (10%) pela diminuição dos reflexos, baixa acuidade visual.  Adultos: lesões associadas ao uso de álcool, cigarro, drogas e durante o trabalho.  Lesão com destruição total ou parcial da pele, podendo acometer tecido celular subcutâneo, pele, fáscias...  Etiologia o Simples: líquido aquecido, sólidos, substâncias inflamáveis, contato direto com chama, exposição solar, frio (congelamento) o Complexas: mecânica ou fricção, elétricas, químicas (não tentar neutralizar as substâncias pelo risco de piorar a queimadura, já que se trata de uma reação EXOtérmica), radiação ionizante.  Ex de queimadura química além das convencionais: quimioterápico IV.  Mecanismos fisiopatológicos o Temperatura x Tempo  Indivíduo exposto a 44ºC por 6 horas (deserto)  Trombose de vasos (3 a 4 semanas)  Depressão imediata das imunoglobulinas o Aumento da permeabilidade capilar  Hemólise e diminuição em 30% do tempo de vida  Em 4 dias há perda plasmática de 2x pool  total  O paciente grande queimado perde aproximadamente 350 ml por hora, sendo que a maior perda ocorre dentro das primeiras 12 a 18 horas transcorridas após o acidente. o Coagulação, estase e hiperemia  Hemólise e diminuição em 30% DC > 50% SC, normaliza em 36h  Aumento da ventilação e consumo de O2 o Perda da barreira cutânea  Hiperacidez e diminuição do muco gástrico  Aumento do catabolismo de 2 -3x  Úlcera de Curling - úlcera duodenal que surge como consequência de uma queimadura extensa ou stress   hemorragia digestiva.  Derme superficial X derme profunda o Diferencia clinicamente pelo agente causador. (vasos estão na derme mais superficial) Ou seja:

[CIRURGIA PLÁSTICA] Queimaduras

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RESUMOS TEMAKI BEER –  Cirurgia Plástica - Vanessa Sumiyoshi  1

Queimaduras

  Lesões frequentes, atingem todas as faixas etárias, causando grande sofrimento.

  Pode ser de origemo  Físicao  Químicao  Térmicao

 

Elétricao  Radiação

  Importante identificar a causa para tratar corretamente

  Crianças: maioria das queimaduras ocorre pela curiosidade ou maus tratos. Pp com vela e álcool.

  Idosos (10%) pela diminuição dos reflexos, baixa acuidade visual.

  Adultos: lesões associadas ao uso de álcool, cigarro, drogas e durante o trabalho.

  Lesão com destruição total ou parcial da pele, podendo acometer tecido celular subcutâneo, pele, fáscias...

  Etiologiao  Simples: líquido aquecido, sólidos, substâncias inflamáveis, contato direto com chama, exposição solar, frio

(congelamento)o  Complexas: mecânica ou fricção, elétricas, químicas (não tentar neutralizar as substâncias pelo risco de piorar a

queimadura, já que se trata de uma reação EXOtérmica), radiação ionizante.  Ex de queimadura química além das convencionais: quimioterápico IV.

  Mecanismos fisiopatológicos

o  Temperatura x Tempo  Indivíduo exposto a 44ºC por 6 horas (deserto)  Trombose de vasos (3 a 4 semanas)  Depressão imediata das imunoglobulinas

Aumento da permeabilidade capilar  Hemólise e diminuição em 30% do tempo de vida  Em 4 dias há perda plasmática de 2x pool  total  O paciente grande queimado perde aproximadamente 350 ml por hora, sendo que a maior perda ocorre

dentro das primeiras 12 a 18 horas transcorridas após o acidente.o  Coagulação, estase e hiperemia

  Hemólise e diminuição em 30% DC > 50% SC, normaliza em 36h  Aumento da ventilação e consumo de O2

o  Perda da barreira cutânea  Hiperacidez e diminuição do muco gástrico

 

Aumento do catabolismo de 2 -3x  Úlcera de Curling - úlcera duodenal que surge como consequência de uma queimadura extensa

ou stress –  hemorragia digestiva.

  Derme superficial X derme profundao  Diferencia clinicamente pelo agente causador. (vasos estão na derme mais superficial) Ou seja:

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  Queimaduras de 3º grau geralmente cursam com ausência de sensibilidade.

  Epitélio dentro das glândulas pilosas é cilíndrico. A cicatrização ocorre da borda para o meio. Quanto mais profunda,mais tempo demora.

 

Intermaçãoo  Provocada pela ação do calor em ambiente com temperaturas muito alta, locais onde estejam em funcionamento

fornos, fogões, caldeiras, forjas...o  Clínica

  Cansaço, náuseas, calafrios, palidez ou tonalidade azulada no rosto, temperatura corporal elevada, peleúmida e fria (desidratação), diminuição da PA.

  Classificaçãoo  Profundidade

o  1º grau: pele avermelhada e quente, dor leve e moderada (Ex mais frequente é a queimadura solar)o  2º grau: dor é extremamente importante. Receptores sensoriais da pele (calor é o Ruffini)

  Dor (por que colocamos a mão onde está doendo?) Porque o gânglio só responde a uma informação  –  ou dor ou tátil.

  A pele é avermelhada e com bolhas e a dor é severa. Beneficia-se de curativos adequados.o  3º grau: apresentam-se secas, esbranquiçadas ou de aspecto carbonizado, fazendo com que a pele se assemelhe a

couro. É indolor, vai doer em áreas de queimadura de 2º e 1º grau.

  Extensão (quanto maior extensão, maior o risco da vítima) tem que saber calcular a porcentagem!

Superficial –  Bolha mais vermelha (maior quantidade)Profunda –  Bolha com base mais esbranquiçada (pele seca, cor de carvão)

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  Conduta quanto a gravidadeo  Pequenas ► AMBULATÓRIO 

  2% III grau  10% II grau

o  Moderadas ► HOSPITAL GERAL   2ª 10% III grau  10 a 29% II grau

o  Críticas ► HOSPITAL ESPECIALIZADO 

 

> 10% III grau  > 29% II grau  Traumas associados

  Indicações de remoção para centro especializado:  Queimadura de II e III com 10%, <10 a e >50a  Queimadura de II e III com >20% em qualquer idade  Queimadura de face, mãos, pés, períneo e articulações  Queimadura de III com 5%  Trauma elétrico

 

Queimadura química  Lesão inalatória (pode se manifestar tardiamente, após 4  –   6h da exposição, referida como tosse e

rouquidão)  Queimadura circunferencial do tórax (em queimaduras de III grau pode levar a restrição respiratória  –  

necessário fazer escarotomia ou fasciotomia)  Patologias associadas (diabetes, cardiopatia, nefropatia) pelo risco de choque hipovolêmico por baixo

débito.

  Atendimento inicial –  ATLS/CNNAQo  Vias aéreas

  Aspiração, O2, IOT, traqueostomia, coluna cervicalo 

Respiração  Trauma fechado de tórax, restrição, oximetria, gasometria

o  Circulação  Hipotermia, acesso venoso, monitorização, exames, analgesia, escarotomia, diurese

o   Neurológico   Nível de consciência, resposta motora e verbal, hipoglicemia, TCE, CO, Glasgow<8 = IOT

o  Exposição  Lesões associadas, peso, extensão, cultura.

o  É necessário conhecer a etiologia da queimadurao  Cuidados locais: queimaduras superficiais e pequenas deve-se fazer compressas friaso   Não perfurar as bolhas. Se romper, retirá-la totalmente para virar meio de cultura.o

 

Atenção especial para vias aéreas (expectoração, tosse, principalmente se história de explosão)o  Lesão de olho, suspeitar quando há queima de supercílioo  Interromper o processo de queimadurao  Remover a roupa queimada, exceto as aderidas na peleo  Lembrar, na hora de socorrer a vítima no local do acidente, PRIMEIRO, garantir a segurança da equipe.o   Na queimadura química devemos remover a roupa e lavar, lavar, lavar.

  Queimaduras elétricaso  “Lesão em iceberg ”. Lesão no ponto de entrada da corrente elétrica, no ponto de saída e em todo o trajeto.o  Hemólise, hemoglobinúria pela rabdomiólise(risco de fazer IRA  –  hidratar 4ml/kg, mantendo diurese acima de

100ml/h)o

 

Passar SNGo  Avaliar ruptura de vísceras ocas e fraturas associadas

  Tratamento geralo  ABCD das VAo  Verificar segurança da equipe de resgate, retirar vítima do foco do acidente

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o  Restabelecer o volumeo  Infecção 48-72ho  Restabelecer precocemente a alimentação (dieta oral e enteral –  hipercalórica, hiperprotéica)o  Se lesão laríngea (suspeitar quando houver broncorreia e rouquidão), verificar necessidade de intubação,

ventilação assistida.o  Vacinação e soro antitetânico, na dúvida sobre imunização, deve-se fazer!o  Limpeza e debridamentoo  Atenção ao aparelho digestivo para vômito, íleo paralítico, úlcera de curling...

Queimadura química  –  diluir em água corrente. Se lesão ocular, pode-se usar anestésico local para prevenir o blefaroespasmo.

  Restabelecer volume circulante –  Prescrição de um paciente queimadoo  Método de Parkland

  2 a 4 ml/kg/%SCQ/24h  Cristaloide –  RL  Monitorar a diurese

  1 a 2 ml/kg/h (criança)

  30 - 50 ml/h (adulto)

  > 100 ml/h (elétrica) pelo risco de IRA

 

Volume  Metade do volume total faz nas primeiras 8h

  A outra metade em 16h  Um paciente com 70 kg, com 20% de SCQ. Qual o volume necessário de RL?

  V = 4 x Kg x %SCQ = 5600 ml

  Administrar 2800 ml nas primeiras 8h e depois 2800 nas outras 16h

  Consideraçõeso  Perdas

  Pele íntegra –  1 a 3g de água/h  Queimadura 120 –  140 g/h

 

Em 24h perde-se até 3L/masc²o  Antibiótico, iniciar apenas se infecção sistêmicao  Alimentação –  precoceo  Repouso gástrico inicial –  cuidado com a dieta imediata. Risco: íleo adinâmicoo  Proteção gástrica –  cuidado com a úlcera de Curlingo  Dieta líquida hiperproteica e hipercalóricao  Ingesta 2000 –  3000 kcalo  Indivíduo queimado perde 150 –  200 g de proteína por dia