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Citomorfologia Bacteriana
A célula Procariótica
Os procariotos incluem as bactérias e as arquibactérias.
As bactérias são diferenciadas por diversos fatores, que incluem a morfologia (forma), a
composição química (frequentemente detectada por reações de coloração), as
necessidades nutricionais, as atividades bioquímicas e a fonte de energia (luz solar ou
química).
O tamanho, a forma e o arranjo das células bacterianas
Formas básicas: corpo esférico, bacilo em forma de bastão e espiral.
Os cocos normalmente são redondos, mas podem ser ovais, alongados ou achatados
em uma das extremidades.
Quando os cocos se dividem para se
reproduzir, as células podem permanecer
unidas umas às outras. Os planos em que a
célula se divide determinam o arranjo das
células.
Os bacilos são células, alongadas, cilíndricas, em forma de bastonetes. Os bacilos se
dividem ao longo do seu eixo curto; assim existe menos agrupamento de bacilos que de
cocos. A maioria dos bacilos apresenta-se isolados.
As bactérias espirais possuem uma ou mais curvaturas; elas nunca são retas. As
bactérias que parecem uma vírgula são denominadas vibriões. Outras, denominadas
espirilos, possuem forma helicoidal. Outro grupo de espirais tem forma helicoidal e flexível, e
são denominadas espiroquetas.
Estruturas externas à parede celular
Glicocálice
Glicocálice (significando revestimento de açúcar) é o termo geral usado para as substâncias
que circundam as células. O glicocálice bacteriano é um polímero viscoso e gelatinoso que
está situado externamente à parede celular e é composto de polissacarídeo, polipeptídeo ou
ambos. Na maioria dos casos, ele é produzido dentro da célula e secretado para a superfície
celular. Se a substância é organizada e está firmemente aderida à parede celular, o
glicocálice é descrito como uma cápsula. Se a substância não é organizada e está
fracamente aderida à parede celular, o glicocálice é descrito como uma camada viscosa.
Em certas espécies, as cápsulas são importantes para a contribuição da virulência
bacteriana. As cápsulas frequentemente protegem as bactérias patogênicas da fagocitose
pelas células do hospedeiro.
Um glicocálice composto de açúcares é denominado polissacarídeo extracelular (PSE). O
PSE permite a fixação da bactéria a várias superfícies em seu ambiente natural para
sobreviver.
Flagelos
São longos apêndices filamentosos que propelem as bactérias.
Um flagelo tem três partes básicas. A longa região mais externa, o filamento, tem diâmetro
constante e contém a proteína globular flagelina, distribuída em várias cadeias que se
entrelaçam e formam uma hélice em torno de um centro oco. O filamento está aderido a
uma alça levemente mais larga, consistindo de uma proteína diferente. A terceira porção de
um flagelo e o corpo basal, que ancora o flagelo à parede celular e à membrana plasmática.
Filamentos axiais
Os filamentos axiais ou endoflagelos são feixes de fibrilas que se originam nas extremidades
das células, sob uma bainha externa, e fazem um espiral em torno da célula, as
espiroquetas se movem por meio desses filamentos.
Fímbrias e pili
Muitas bactérias gram-negativas contem apêndices semelhantes a pelos que são mais
curtos, mais retos e mais finos que os flagelos e que são usados para fixação em vez de
motilidade.
As fímbrias podem ocorrer nos pólos da célula bacteriana, ou podem estar
homogeneamente distribuídas em toda a superfície celular.
Os pili normalmente são mais longos que as fímbrias, e há apenas um ou dois por célula. Os
pili unem-se às células bacterianas na preparação para a transferência de DNA de uma
célula para outra. Por essa razão, algumas vezes são denominados pili sexuais.
A parede celular
A parede celular bacteriana é uma estrutura complexa, semi-rigida, responsável pela forma
celular.
A principal função da parede celular é prevenir a ruptura das células bacteriana quando a
pressão da água dentro da célula é maior que fora dela. Ela também ajuda a manter a forma
de uma bactéria e serve como ponto de ancoragem para os flagelos. À medida que o
volume de uma célula bacteriana aumenta, sua membrana plasmática e parede celular se
estendem conforme necessário.
Composição e característica
A parede celular bacteriana é composta de uma rede macromolecular denominada
peptideoglicna, que está presente isoladamente ou em combinação com outras substâncias.
A peptideoglicana consiste em um dissacarídeo repetitivo unido por polipeptídeos para
formar uma rede que circunda e protege toda a célula.
Paredes celulares de células Gram-Positivas
Na maioria das bactérias gram-positivas, a parede celular consiste de muitas camadas de
peptideoglicana, formando uma estrutura espessa e rígida. Em contraste, as paredes
celulares de gram-negativas contêm somente uma camada fina de peptideoglicana. Além
disso, as paredes celulares das bactérias gram-positivas contêm ácidos teióicos, que
consistem principalmente em um álcool e fosfato.
Essas bactérias podem ser coradas com a coloração de Gram e são consideradas gram-
positivas.
Paredes celulares de células Gram-Negativas
As paredes celulares das bactérias gram-negativas consistem de uma ou poucas camadas
de peptideoglicana e uma membrana externa. A peptideoglicana está ligada a lipoproteínas
na membrana externa e está no periplasma, um espaço cheio de fluido entre a membrana
externa e a membrana plasmática. O periplasma contém uma alta concentração de enzimas
de degradação e proteínas de transporte. As paredes celulares gram-negativas não contêm
ácidos teióicos. Como as paredes celulares das bactérias gram-negativas contêm somente
uma pequena quantidade de peptideoglicana, são mais susceptíveis ao rompimento
mecânico.
O componente LPS da membrana externa fornece duas características importantes
das bactérias gram-negativas. Primeiro, a porção polissacarídica atuam como antígenos e
são úteis para diferenciar as espécies de bactérias gram-negativas. Segundo, a porção
lipídica do lipopolissacarídeo, é referida como endotoxina, sendo tóxica quando presente na
corrente sanguínea do hospedeiro ou no trato GI, ele causa febre e choque.
Paredes celulares de e mecanismo da coloração de Gram
O mecanismo se baseia nas diferenças na estrutura da parede celular das bactérias gram-
positivas e gram-negativas, e como cada uma reage com os vários reagentes. Violeta de
genciana, o corante principal, cora ambas as células gram-positivas e gram-negatvas de
púrpura, pois o corante entra no citoplasma de ambos os tipos de células. Quando o iodo é
aplicado, forma grandes cristais com o corante que são muito grandes para escapar pela
parede celular. A aplicação de álcool desidrata a peptideoglicana das células gram-positivas
para torná0lo mais permeável ao cristal violeta-iodo. O efeito das células gram-negativas é
bem diferente: o álcool dissolve a membrana externa das células gram-negativas, deixando
também pequenos buracos na fina camada de peptideoglicana pelos quais o cristal violeta-
iodo se espalha. Como as bactérias gram-negativas ficam incolores após a lavagem com
álcool, a adição de safranina (contracorante) torna as células cor de rosa.
Paredes celulares atípicas
Entre os procariotos, certos tipos de células não possuem paredes ou têm muito pouco
material de parede. Esses incluem os membros do gênero Mycoplasma e organismos
relacionados. Os micoplasmas são as menores bactérias conhecidas que podem crescer e
se reproduzir fora de células vivas de hospedeiros. Suas membranas plasmáticas destacam-
se das bactérias por possuírem lipídeos denominados esteróis, que ajudam a protegê-las da
lise.
As arquibactérias podem não ter paredes ou ter paredes incomuns compostas de
polissacarídeos e proteínas, mas não de peptideoglicana. Essas, porém, contêm uma
substância similar à peptideoglicana, denominada pseudomureína.
Dano à parede celular
Um meio pelo qual a parede celular pode ser danificada é pela exposição à enzima digestiva
lizosima. Essa enzima ocorre naturalmente em algumas células eucarióticas, sendo um
constituinte das lágrimas, do muco e da saliva. A lizosima é particularmente ativa sobre os
principais componentes da parede celular da maioria das células gra-positivas, tornando-as
vulneráveis a lise. A lizosima catalisa a hidrólise das ligações entre os açúcares do
dissacarídeo repetitivo do “esqueleto” da peptideoglicana.
O conteúdo celular que permanece circundando pela membrana plasmática pode ficar
intacto se a lise não ocorrer; essa célula sem parede é denominada protoplasto.
Estruturas internas à parede celular
Membrana plasmática
A membrana plasmática é constituída principalmente de fosfolipídeos e proteínas,
desempenhando importante papel na permeabilidade seletiva da célula. Ela difere da
membrana plasmática das células eucarióticas por: não apresentar esteróides em sua
composição; ser sede de numerosas enzimas do metabolismo responsáveis pela síntese de
biomoléculas (lipídeos e ATP); controlar a separação dos cromossomos e a divisão celular
através dos mesossomos.
Mesossomos
Os mesossomos são invaginações da membrana plasmática. Os mesossomos estão ligados
ao material genético da célula estando envolvidos na replicação de DNA e na divisão
celular.
Estruturas Celulares Internas
Citoplasma
Citoplasma: em qualquer célula, o citoplasma tem em torno de 80% de água, ácido
nucléicos, proteínas, carboidratos, lipídeos, íons inorgânicos, compostos de baixo peso
molecular e partículas com várias funções. Esse fluido denso é o sítio de muitas reações
químicas.
Ribossomos: responsáveis pela síntese protéica (tradução) estão presentes em grande
número no citoplasma das células bacterianas.
Material genético
Nucleóide: as bactérias apresentam um cromossomo circular constituído por uma única
molécula de DNA não delimitado por membrana nuclear. O cromossomo bacteriano contém
todas as informações essenciais ao crescimento bacteriano.
Plasmídeo: algumas bactérias possuem moléculas menores de DNA, também circulares,
cujos genes não codificam características essenciais, porém muitas vezes conferem
vantagens seletivas à bactéria que os possui. Essas moléculas chamadas plasmídeos são
capazes de replicação independente da cromossômica, e podem existir em número variável
no citoplasma bacteriano.
Esporos
Os esporos que se formam dentro da célula, chamados endosporos, são exclusivos das
bactérias pertencentes ao gênero Bacillus e Clostridium. Eles possuem parede celular
espessa e são altamente resistentes a agentes físicos (dessecação, aquecimento e
radiação) e químicos (desinfetantes). Os esporos surgem quando a célula bacteriana não se
encontra em um meio ideal para o seu desenvolvimento. A bactéria produtora pode crescer
e multiplicar-se por muitas gerações. Em alguma etapa do desenvolvimento, em ambiente
com condições desfavoráveis (falta de nutrientes, tensão de O2, temperatura), ocorre no
interior do citoplasma a síntese do esporo (sua formação leva por volta de 6 horas). Os
esporos têm pouca atividade metabólica, podendo permanecer latente por longos períodos,
representando uma forma de sobrevivência e não de reprodução.