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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO CLASSIFICAÇÃO MULTICRITÉRIO DOS FATORES DE COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL: UMA APLICAÇÃO DO MÉTODO UTADIS MARCOS EDUARDO LOPES GONÇALVES ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLAVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2011.

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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

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CLASSIFICAÇÃO MULTICRITÉRIO DOS FATORES DE COMPROMETIMENTO

ORGANIZACIONAL: UMA APLICAÇÃO DO MÉTODO UTADIS

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ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLAVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES

Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2011.

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CLASSIFICAÇÃO MULTICRITÉRIO DOS FATORES DE COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL: UMA APLICAÇÃO DO MÉTODO UTADIS

MARCOS EDUARDO LOPES GONÇALVES

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

ORIENTADOR: LUIZ FLAVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES

Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2011.

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CLASSIFICAÇÃO MULTICRITÉRIO DOS FATORES DE COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL: UMA APLICAÇÃO DO MÉTODO UTADIS

MARCOS EDUARDO LOPES GONÇALVES

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Professor Luiz Flavio Autran Monteiro Gomes (Orientador) Instituição: IBMEC – RJ

_____________________________________________________

Professor Carlos Francisco Simões Gomes Instituição: IBMEC – RJ

_____________________________________________________

Professor Luís Alberto Duncan Rangel Instituição: UFF

Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2011.

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FICHA CATALOGRÁFICA Gonçalves, Marcos Eduardo Lopes. Classificação multicritério dos fatores de comprometimento organizacional: uma aplicação do método UTADIS / Marcos Eduardo Lopes gonçalves -. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec. 2011. Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração das Faculdades Ibmec, como requisito parcial necessário para a obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Administração Geral. 1. Administração. 2. Apoio à decisão. 3. Análise multicritério.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, que estiveram sempre ao meu lado. Dedico também a minha esposa e filhos que são a inspiração para todas as minhas realizações pessoais e profissionais.

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AGRADECIMENTOS

À minha esposa Raquel, por toda a compreensão, paciência e apoio dado durante a realização

do mestrado, me proporcionando a tranqüilidade para dedicação neste empreendimento.

Ao meu orientador Professor Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes, por todo o aprendizado

proporcionado por ele e suas contribuições para realização desta dissertação.

À Professora Flávia Cavazotte, pelo auxílio e direcionamento nos estudos do

comprometimento organizacional na etapa inicial da pesquisa.

Aos membros da banca, Professores Carlos Francisco Simões Gomes e Luís Alberto Duncan

Rangel, pelas sugestões que contribuíram para melhoria e enriquecimento do trabalho.

À minha gerente Martha, por ter acreditado na minha capacidade e investido na minha

carreira, tornando possível a realização deste curso.

A todos os funcionários que contribuíram e me apoiaram na realização desse estudo.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é a realização da classificação dos itens da pesquisa de ambiência

organizacional da empresa XYZ em relação ao seu impacto no comprometimento

organizacional, a partir das preferências dos funcionários de uma gerência. O método

utilizado para classificação dos itens foi o método de apoio multicritério à decisão UTADIS,

utilizando critérios definidos a partir de questionários de medida do comprometimento

organizacional. Os resultados obtidos com a participação de 38% dos funcionários da gerência

foi a classificação de 6 itens, do total de 61, no grupo de alto impacto no comprometimento

organizacional. O resultado obtido mostrou a aplicabilidade do método para o problema,

abrindo a possibilidade de ser utilizado em outras gerências da mesma empresa.

Palavras Chave: Apoio Multicritério à Decisão, UTADIS, Classificação, Comprometimento

Organizacional.

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ABSTRACT

The objective of this study is to perform the classification of survey items organizational

environment of XYZ company in relation to its impact on organizational commitment, from

the preferences of employees in a particular management. The method used for sorting of the

items was UTADIS, using criterions based on organizational commitment measure

questionnaires. The result obtained with the participation of 38% of employees was the

sorting of six items in 61 at high impact on organizational commitment. The result showed the

method's applicability to the problem, opening the possibility of being used in other

managements of the same company.

Key Words: Multicriteria Decision aid, UTADIS, Classification, Organizational

Commitment.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Problemas discretos e contínuos (Doumpos e Zopounidis, 2002) ..........................10 Figura 2 – Etapas do processo de apoio multicritério à decisão (Doumpos e Zopounidis, 2002)

..........................................................................................................................................12 Figura 3 – Formas das funções de utilidade marginal (Doumpos e Zopounidis, 2002)...........22 Figura 4 – Processo geral do método UTADIS........................................................................23 Figura 5 – Parâmetros de erro e distância, onde as alternativas 1x e 2x pertencem ao conjunto

1C ficando: 1 );( ;)( 2212111 =−=−= EUuuUd gg σ .........................................................25 Figura 6 – Aproximação da função de utilidade marginal por intervalos (Doumpos e

Zopounidis, 2002).............................................................................................................27 Figura 7 – Exemplos de itens da pesquisa de ambiência..........................................................36 Figura 8 – Diagrama de analise de interdependência para o grupo de Responsabilidade social.

..........................................................................................................................................38 Figura 9 – Saída do software GAMS para o problema de programação linear........................44 Figura 10 – Funções de utilidade marginal dos critérios, obtidas com o resultado da

programação linear. ..........................................................................................................46 Figura 11 – Funções para cada combinação de ipw .................................................................48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número de restrições e variáveis do problema de programação linear ..................28 Tabela 2 – Valores médios das avaliações das alternativas para cada critério.........................41 Tabela 3 – Valores mínimo e máximo das avaliações das alternativas dos critérios ...............41 Tabela 4 – Alternativas do conjunto de referência ...................................................................42 Tabela 5 – Intervalos e valores de limite entre eles..................................................................43 Tabela 6 – Valores dos limiares entre os grupos de classificação............................................44 Tabela 7 – Valores das variáveis w ..........................................................................................44 Tabela 8 – Classificação das alternativas do conjunto de referência e valores do erro............45 Tabela 9 – Classificação de todas as alternativas .....................................................................46 Tabela 10 – Itens da pesquisa classificados no grupo de alta prioridade .................................47 Tabela 11 – Combinações de ipw em incrementos de 0,25......................................................47

Tabela 12 – Alternativas que tiveram variações na classificação com a alteração do parâmetro δ . .....................................................................................................................................49

Tabela 13 – Alternativas que tiveram variações com o aumento do número de variáveis w. ..51 Tabela 14 – Percentual de classificações das alternativas em 1C nas soluções com erro 0. ....51

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 .................................................................................................................................13 Equação 2 .................................................................................................................................13 Equação 3 .................................................................................................................................21 Equação 4 .................................................................................................................................24 Equação 5 .................................................................................................................................24 Equação 6 .................................................................................................................................24 Equação 7 .................................................................................................................................25 Equação 8 .................................................................................................................................26 Equação 9 .................................................................................................................................26 Equação 10 ...............................................................................................................................27 Equação 11 ...............................................................................................................................27 Equação 12 ...............................................................................................................................27 Equação 13 ...............................................................................................................................28 Equação 14 ...............................................................................................................................28 Equação 15 ...............................................................................................................................28 Equação 16 ...............................................................................................................................28 Equação 17 ...............................................................................................................................28 Equação 18 ...............................................................................................................................28 Equação 19 ...............................................................................................................................28 Equação 20 ...............................................................................................................................28 Equação 21 ...............................................................................................................................42 Equação 22 ...............................................................................................................................42 Equação 23 ...............................................................................................................................43

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LISTA DE ABREVIATURAS

EBACO Escala de Bases do Comprometimento Organizacional

ECOA Escala do Comprometimento Afetivo

ECOC Escala do Comprometimento de Continuidade

ECON Escala do Comprometimento Normativo

ELECTRE Elimination et Choix Traduisant la Realité

GRIP Generalized Regression With Intensities Of Preference

MAUT Multiattribute Utility Theory

MCDA Multiple Criteria Decision Aid

MHDIS Multi-Group Hierarchical Discrimination Method

ORT Outranking relation theory

P&D Pesquisa e Desenvolvimento

PDA Preference Disaggregation Analysis

PROMETHEE Preference Ranking Organization Method for Enrichment Evaluations

RH Recursos Humanos

TI Tecnologia da Informação

TODIM Tomada de Decisão Interativa Multicritério

UTA Utilitès Additives

UTADIS Utilitès Additives Discriminantes

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UTADIS GMS Utilitès Additives Discriminantes, variante desenvolvida por Greco

Mousseau e Słowi�ski

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................2

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA............................................................................................................. 2

1.2 OBJETIVOS DE PESQUISA ................................................................................................................ 4

1.3 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................................... 4

2 APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO................................................................8

2.1 TOMADA DE DECISÃO....................................................................................................................... 8

2.2 CATEGORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS DE APOIO A DECISÃO................................................ 9

2.3 PROCESSO DE APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO ............................................................. 11

2.4 MÉTODOS DE APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO .............................................................. 12

2.5 APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO PARA PROBLEMAS DE CLASSIFICAÇÃO............ 15

2.6 MÉTODOS MULTICRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO............................................................ 17

2.7 ESCOLHA DO MÉTODO ................................................................................................................... 19

3 MÉTODO UTADIS .............................................................................................20

3.1 PROCESSO DO MÉTODO UTADIS ................................................................................................. 23

3.2 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA DO MÉTODO UTADIS............................................................ 24

4 ESTUDO DE CASO...........................................................................................31

4.1 DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS ......................................................................................................... 314.1.1 Comprometimento organizacional ..................................................................................................... 314.1.2 Critérios.............................................................................................................................................. 33

4.2 DEFINIÇÃO DAS ALTERNATIVAS ................................................................................................ 35

4.3 METODOLOGIA DO LEVANTAMENTO DOS DADOS JUNTO AOS DECISORES ............... 38

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4.4 EXECUÇÃO DO MÉTODO UTADIS................................................................................................ 40

4.5 ANÁLISE PÓS-OTIMIZAÇÃO.......................................................................................................... 49

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS.........53

5.1 CONCLUSÕES. .................................................................................................................................... 53

5.2 RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS. ................................................................... 55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................56

APÊNDICE A – MODELO DO QUESTIONÁRIO – PRIMEIRA PARTE ...................63

APÊNDICE B – MODELO DO QUESTIONÁRIO – SEGUNDA PARTE...................64

APÊNDICE C – DESCRIÇÃO DO PROBLEMA DE PROGRAMAÇÃO LINEAR NO SOFTWARE GAMS ..................................................................................................65

APÊNDICE D – LÓGICA DO PROGRAMA SUGERIDO PARA ENCONTRAR O ERRO MÍNIMO..........................................................................................................67

ANEXO A – ALGORITMO PARA DEFINIÇÃO DOS SUBINTERVALOS ................68

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1 INTRODUÇÃO

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Entre as atribuições do RH corporativo da empresa XYZ (empresa de grande porte com mais

de 50.000 funcionários) está o processo de gestão da ambiência organizacional, que consiste

basicamente em medir, avaliar e melhorar a ambiência organizacional da empresa (XYZ,

2011a). A ambiência organizacional, também conhecida como clima organizacional nas

pesquisas em Administração, é considerada pelos pesquisadores como: “um conceito

importante para compreensão do modo como o contexto do trabalho afeta o comportamento e

as atitudes das pessoas nesse ambiente, sua qualidade de vida e o desempenho da

organização” (Martins, 2008). Ainda segundo Martins (2008) o clima organizacional consiste

nas percepções, compartilhadas pelos trabalhadores, da ausência ou presença de determinados

aspectos do ambiente organizacional.

Para medir a ambiência organizacional o RH realiza anualmente uma pesquisa de ambiência

organizacional abrangendo todos os funcionários da companhia. Esta pesquisa é construída

com base em práticas de mercado e internas da empresa, refletindo o planejamento estratégico

da mesma (XYZ, 2011a). Ela é composta por quatro grupos (ou dimensões), onde dois desses

grupos são fontes para indicadores estratégicos corporativos: um para indicar o nível de

satisfação dos funcionários e outro para indicar o nível de comprometimento entre os

funcionários e a empresa.

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O nível de satisfação dos funcionários é medido a partir das notas dadas pelos funcionários

para afirmativas agrupadas em nove fatores, formando uma das dimensões da pesquisa. As

outras três dimensões são obtidas através das notas de afirmativas agrupadas em três outros

fatores.

Após a realização da pesquisa junto aos funcionários da empresa os resultados são gerados do

menor nível de gerência e consolidados até o resultado geral da empresa. Dessa forma podem

ser realizadas comparações de resultados entre gerências do mesmo nível, entre gerência e os

das gerências superiores, entre áreas de empresa e também entre a empresa e outras empresas

do grupo ao qual ela pertence. Também é realizado o acompanhamento temporal, analisando a

evolução dos resultados entre as pesquisas de cada ano (XYZ, 2011a).

Após a análise dos resultados e identificação de pontos de melhoria, são iniciados os trabalhos

voltados para melhoria da ambiência. Estes trabalhos são conduzidos por equipes do RH

dedicadas às áreas da empresa e são realizados junto aos funcionários, para levantar as

sugestões e solicitações destes sobre o que poderia vir a melhorar a ambiência da empresa.

Normalmente o método de trabalho utilizado no levantamento é subjetivo: realização de

entrevistas com cada funcionário, ou grupos de funcionários, com a análise empírica das

respostas. O resultado do trabalho é um consolidado de solicitações, das mais diversas, que

são traduzidas para um plano de ação, que passa a ser acompanhado pelos gerentes, visto que

a ambiência é um insumo estratégico para a empresa.

Na gerência escopo deste estudo, que faz parte da área de TI (Tecnologia da Informação), a

pesquisa de ambiência vem apresentando resultados menores que o da média das gerências do

mesmo nível e também menores do que os resultados consolidados para área de TI para os

indicadores de satisfação e comprometimento. Isso vem ocorrendo, nas quatro últimas

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realizações da pesquisa de ambiência (XYZ, 2011b, 2010, 2009), apesar dos esforços da

equipe de RH e dos funcionários na elaboração do plano de ação de melhoria da ambiência.

Na última pesquisa, realizada em 2011, houve até mesmo a redução dos resultados em relação

ao ano anterior (XYZ, 2011b).

1.2 OBJETIVOS DE PESQUISA

O objetivo do estudo é, a partir da percepção dos funcionários da gerência, identificarmos

entre os fatores de satisfação medidos na pesquisa quais são críticos para o aumento do

comprometimento organizacional, através classificação dos itens da pesquisa utilizando um

método de apoio multicritério à decisão: UTADIS (Devaud et al., 1980).

A classificação proposta com a execução do UTADIS (Devaud et al., 1980) poderá ser

utilizada como base para discussão entre funcionários e a equipe de RH na definição das

prioridades para o plano de ações de melhoria de ambiência.

Como objetivo secundário da pesquisa, temos a possibilidade de criar um processo de

avaliação e priorização que possa ser reutilizado em outras gerências da empresa.

Não é objetivo neste trabalho buscarmos correlações estatísticas entre os itens da pesquisa e o

comprometimento organizacional, nem como avaliar ou medir o comprometimento

organizacional dos funcionários.

1.3 JUSTIFICATIVA

Conforme explicado pela área de RH corporativo da empresa, o objetivo da gestão da

Ambiência Organizacional é contribuir para a constituição de um corpo de empregados

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satisfeitos, motivados e comprometidos com os resultados da empresa. A pesquisa de

ambiência é tida pelo RH como “o principal instrumento de monitoração e diagnóstico da

ambiência da empresa.” (XYZ, 2011a).

No trabalho de pós-pesquisa, como o levantamento das solicitações dos funcionários é

realizada de forma subjetiva, podem ser perdidos aspectos importantes durante a proposição

do plano de ação para melhoria da ambiência. A subjetividade do trabalho de levantamento

pode acarretar também na dificuldade de se perceber a importância para a empresa das

solicitações resultantes do trabalho, isso porque não haveria um critério estabelecido para

avaliar as solicitações dos funcionários. Além dessas questões, também temos que atentar

para o fato de que, mesmo com a imparcialidade e a garantia do sigilo por parte da equipe de

RH e os colaboradores que ajudam no trabalho de levantamento, alguns funcionários podem

não se sentir a vontade para expressar suas necessidades de forma completa.

A impossibilidade de se realizar ações para todas as solicitações faz com que sejam

estabelecidas prioridades para execução dessas ações de melhoria de ambiência. É importante

que o critério estabelecido para priorizar os assuntos do plano de ação tenha relação com a

empresa e com o funcionário, caso contrario, mesmo que as ações de melhoria sejam

executadas com sucesso, o resultado poderia não trazer benefícios para ambos. Podemos

exemplificar com um caso hipotético onde fossem priorizadas as ações que são mais fáceis de

realizar. Neste caso elas poderiam ter um reflexo ínfimo dia a dia do funcionário, da empresa,

e, conseqüentemente, no resultado da pesquisa no ano posterior.

O resultado da pesquisa de ambiência para a gerência em questão indica um baixo valor para

o índice de comprometimento com a empresa (XYZ, 2011b). O comprometimento

organizacional é um conceito relacionado com a empresa e com o funcionário. Diversos

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estudos comprovaram que o resultado do crescimento do comprometimento organizacional

trás benefícios para a empresa e para o funcionário. Meyer e Allen (1997) citam estudos que

comprovam a relação entre o aumento do comprometimento e: a redução da rotatividade dos

funcionários (Allen e Meyer, 1996, Mathieu e Zajac, 1990, Tett e Meyer, 1993); a redução de

faltas ao trabalho (Meyer et al. 1993, Hacket et al., 1994, Gellatly 1995, Somers 1995); a

melhoria do desempenho e esforço no trabalho (Bycio et al. 1995, Ingram et al., 1989, Leong

et al., 1994, Randall, 1990, Sager e Johnston, 1989); a melhoria da cidadania organizacional

(Meyer at al., 1993, Pearce, 1993, Gregersen, 1993, Moorman et al., 1993, Munene, 1995,

Shore e Wayne, 1993, Organ e Ryan, 1995); e redução do stress físico e emocional (Begley e

Czajka, 1993, Jamal, 1990, Ostroff e Kozlowski, 1992, Reilly e Orsak, 1991). Vale ressaltar

que nos estudos citados por Meyer e Allen (1997) as correlações são avaliadas para diferentes

dimensões do comprometimento. Meyer et al. (2002) mostram, através da meta-analise de

vários estudos da década de 90 realizados na América do Norte, as correlações encontradas

entre as dimensões do comprometimento e suas conseqüências.

No Brasil, Bastos (1993) aponta que as pesquisas mostram correlações entre o

comprometimento e a redução da intenção de sair da empresa e com redução de faltas ao

trabalho (absenteísmo), embora essas correlações sejam moderadas pelo estágio na carreira:

“a relação comprometimento-rotatividade é mais forte nos estágios de iniciais da carreira;

comprometimento-absenteísmo e comprometimento-desempenho são relações mais fortes nos

estágios intermediários e finais da carreira.” (Bastos, 1993, pag. 63). Cançado et al. (2006)

menciona em um estudo sobre comprometimento organizacional e práticas de gestão de

recursos humanos que “O comprometimento deve ser entendido também como um recurso

empresarial para amenizar perdas e prejuízos.” (Cançado et al., 2006, pag. 12).

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Outro fato que deve ser considerado é a composição multidimensional do comprometimento

organizacional, que implica na utilização de mais de um critério para avaliar e classificar os

itens da pesquisa. Para realizar a classificação dos itens da pesquisa em grupos de prioridades

distintas, é necessário escolher um método que descreva as preferências dos funcionários de

forma transparente e que seja adequado para trabalhar considerando os vários critérios

relacionados ao comprometimento organizacional.

Os métodos de apoio multicritério à decisão oferecem um ferramental adequado para o

problema em questão, pois além de serem métodos voltados para tratar problemas de decisão

que envolvam dois ou mais critérios de escolha, eles possuem como característica dar

transparência ao processo de decisão com a “documentação” das preferências dos decisores

em um modelo claramente apresentado, esclarecendo a decisão a ser tomada (Gomes et al.,

2004).

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2 APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO

2.1 TOMADA DE DECISÃO

A tomada de decisão inspira a reflexão de muitos pensadores de desde os tempos mais

remotos (Figueira et al., 2005a). Entre eles podemos citar grandes filósofos como Aristóteles

e Platão, que discutiram a capacidade do homem de decidir e a consideravam como sendo

uma das características que diferenciam os humanos dos outros animais.

Tomamos decisões todos os dias, elas variam de decisões simples, como o caminho a ser

escolhido para ir ao trabalho, a decisões mais complexas como a escolha de uma carreira

profissional ou a decisão da compra de um imóvel para morar.

Durante muitos anos os problemas de tomada de decisão eram analisados a partir de um único

critério, simplificando a complexidade do ambiente de tomada de decisão. Segundo Figueira

et al. (2005a), ainda hoje os livros de pesquisa operacional sugerem o seguinte passo a passo

para a resolução dos problemas de tomada da decisão: Primeiro determinar uma função de

objetivo, como uma função de lucro representando a preferência do tomador de decisão, por

exemplo, e depois buscar ações para maximizar ou minimizar esta função objetivo.

Ainda segundo Figueira et al. (2005a) esta visão é muito reducionista e de alguma forma

também não parece ser natural para o problema de tomada de decisão. A realidade é complexa

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e a tomada de decisão depende de diversos fatores, que em muitos casos são antagônicos,

como por exemplo, a escolha de um modelo de carro para compra: o decisor pode querer

comprar um carro confortável, potente e barato, mas sabemos que quanto mais potente mais

caro será o carro. A tomada de decisão neste exemplo deve considerar todos esses fatores para

possibilitar uma escolha que agrade ao decisor.

A consideração desses vários fatores na tomada de decisão é o escopo do apoio multicritério à

decisão ou MCDA (Multiple Criteria Decision Aid), uma das áreas de estudo da pesquisa

operacional o qual tem sido desenvolvida rapidamente nas últimas três décadas tanto no

campo teórico como prático (Doumpos e Zopounidis, 2002).

Na MCDA são analisadas alternativas que, segundo Figueira et al. (2005a), são ações

possíveis de serem realizadas pelo tomador de decisão. Essas alternativas são avaliadas a

partir de dois ou mais critérios, no exemplo da escolha do carro citado anteriormente as

alternativas seriam os carros que ele pode comprar e os critérios seriam: confortável, potente e

barato.

2.2 CATEGORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS DE APOIO A DECISÃO

Segundo Doumpos e Zopounidis (2002) a categorização dos problemas de tomada de decisão

pode ser feita em dois grupos (Figura 1):

• Problemas discretos – onde é analisado um número finito de alternativas, que são

descritas por um número também finito de atributos, estes atributos são a base para

avaliar as alternativas, dentro do contexto da tomada de decisão;

• Problemas contínuos – onde o número de alternativas a serem analisadas é infinito.

Nestes casos é necessário trabalhar com uma região de alternativas viáveis, onde cada

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10

ponto dessa região corresponde a uma alternativa específica. Um exemplo desse tipo

de problema é a alocação de recursos

Figura 1 – Problemas discretos e contínuos (Doumpos e Zopounidis, 2002)

Segundo Roy (1985) os problemas discretos podem atender a quatro tipos de necessidade do

tomador de decisão:

• Problemas do tipo � (P�) – Escolher a melhor alternativa ou o melhor conjunto de

alternativas entre as alternativas analisadas;

• Problemas do tipo � (P�) – Ordenar as alternativas da melhor para a pior;

• Problemas do tipo � (P�) – Classificar e ordenar as alternativas em grupos

homogêneos;

• Problemas do tipo � (P�) – Identificar as características mais distintas entre as

alternativas, realizando uma descrição das alternativas com base nessas características.

Segundo Doumpos e Zopounidis (2002) os três primeiros tipos de problema geram um

resultado a partir da avaliação das alternativas, mas há uma diferença entre o terceiro tipo

(classificação) e os dois primeiros (escolha e ordenação): nos dois primeiros as alternativas

são avaliadas basicamente a partir de comparações entre elas, por exemplo, “para o critério G

o produto A é melhor que o produto B”. Já os problemas de classificação se baseiam em

julgamentos independentes da existência de outras alternativas similares.

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11

Ainda segundo Doumpos e Zopounidis (2002) esses julgamentos não são sempre absolutos,

pois são sempre definidos com um contexto geral que caracteriza o ambiente de decisão. Por

exemplo: a classificação de uma empresa dentro do grupo que atende completamente os

requisitos para receber um financiamento. As regras para entrar nesse grupo podem ser mais

rígidas ou mais flexíveis, podendo a empresa fazer parte dele em um momento e

posteriormente não, dependendo contexto vivido no mercado. Esta é a grande diferença entre

os problemas de classificação e os problemas de escolha e ordenação (Doumpos e

Zopounidis, 2002).

2.3 PROCESSO DE APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO

O processo de apoio multicritério à decisão descrito por Roy (1985) é composto por quatro

etapas (Figura 2). A primeira consiste no entendimento do problema, sua complexidade, o

objetivo a ser alcançado e identificação das alternativas viáveis para a solução do problema.

Após essa etapa são definidos os critérios de avaliação das alternativas, que são todos os

fatores inerentes à decisão.

Na terceira etapa é escolhido um método que seja adequado às características do problema

levantadas nas etapas anteriores, que é utilizado então para que os decisores realizem as

avaliações das alternativas através dos critérios, resultando em um modelo que descreva a

preferência dos decisores.

Na última etapa do processo os resultados são analisados e são geradas as recomendações

para os decisores. É importante resaltar que o processo prevê o retorno às fases anteriores

sempre que necessário.

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12

Figura 2 – Etapas do processo de apoio multicritério à decisão (Doumpos e Zopounidis, 2002)

2.4 MÉTODOS DE APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO

Como mencionado anteriormente na terceira etapa do processo de apoio a decisão deve ser

escolhido um método para a construção do modelo. Existem diversos métodos para auxiliar a

tomada de decisão no MCDA, e segundo Doumpos e Zopounidis (2002) a diferença entre

esses métodos está tanto no modelo desenvolvido quanto no próprio processo de

desenvolvimento do modelo e considerando essas alternativas Pardalos et al. (1995) sugerem

a seguinte divisão para os métodos do MCDA:

• Programação linear multiobjetivo;

• Teoria de utilidade multiatributo;

• Teoria de relação de superação;

• Analise de desagregação de preferência.

Os métodos de programação linear multiobjetivo são uma extensão da teoria de programação

matemática tradicional para o caso em que múltiplas funções precisam ser otimizadas.

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Segundo Doumpos e Zopounidis (2002) a teoria de utilidade multiatributo (Multiattribute

utility theory – MAUT) é uma extensão da teoria da utilidade para problemas

multidimensionais. São métodos da escola americana (Gomes et al., 2004) onde as

preferências do decisor são modeladas a partir de funções de utilidade U(g), onde g é o

conjunto de critérios, que representam o resultado agregado da avaliação das alternativas em

todos os critérios, de forma que (Equações 1 e 2):

)x a preferível é x aalternativ(a xx)g()g( xx ′′⇔> ′ �UU (1)

)x a eindiferent é x aalternativ(a xx)g()g( xx ′′=⇔= ′UU (2)

Os métodos de relação de superação (Outranking relation theory – ORT) foram iniciados com

o desenvolvimento dos métodos ELECTRE (ELimination Et Choix Traduisant la REalité) por

Bernard Roy nos anos 60 e, em 1985, complementados com os métodos PROMETHEE

(Preference Ranking Organization METHod for Enrichment Evaluations) desenvolvidos por

Brans et al. (1984). Segundo Doumpos e Zopounidis (2002) essas duas famílias de métodos

são as mais utilizadas na abordagem ORT, e possuem diversas variantes para atender as

diferentes necessidades dos problemas de apoio a decisão, citados anteriormente (tipos �, �, �

e �).

Esses métodos são da escola Européia (Gomes et al., 2004) e se baseiam em relações de

superação ( S ), que são relações binárias entre as alternativas para indicar se uma alternativa é

pelo menos tão boa quanto outra, por exemplo para que xx ′S é necessário que x seja pelo

menos tão bom quanto x′ . Considerando os resultados das relações entre duas alternativas

temos:

• Se xx ′S é verdadeiro e xx S′ é falso, então x é estritamente preferível a x′ ( xxP ′ );

• Se xx ′S e xx S′ são ambos verdadeiros, então x é indiferente a x′ ( xxI ′ );

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• Se xx ′S não é verdadeiro e xx S′ também não é verdadeiro, então x é incomparável a

x′ ( xxR ′ ).

A família de métodos ELECTRE inclui parâmetros de limite para preferência e indiferença de

forma a possibilitar uma relação de preferência fraca, entre as relações estritamente preferível

e de indiferença. Com isso, os métodos ELECTRE tratam a imprecisão na avaliação das

alternativas.

Tanto os métodos MAUT quanto os métodos ORT buscam modelar as preferências dos

decisores a partir de avaliações aos pares das alternativas e a definição de parâmetros

estruturais dos modelos diretamente com os próprios decisores. As diferenças principais entre

os dois tipos de métodos são:

• Os métodos MAUT exigem a transitividade entre as avaliações das alternativas,

enquanto que nos métodos ORT não há essa necessidade;

• Os métodos ORT introduzem a relação de incomparabilidade entre as alternativas,

além das relações de preferência e de indiferença utilizadas nos métodos MAUT.

Essas diferenças mostram maior flexibilidade dos métodos ORT para os decisores, pelo fato

de possuírem menos restrições em sua aplicação.

Os métodos de análise de desagregação de preferência (Preference Disaggregation Analysis –

PDA) buscam formar um modelo que represente da forma mais fiel possível as preferências

dos decisores a partir de decisões realizadas por eles anteriormente. De forma oposta ao

processo utilizado nos métodos MAUT e ORT o decisor não participa da modelagem,

informando os parâmetros necessários para compor o modelo, ele apenas informa suas

decisões e o método busca a relação entre as decisões e os fatores de avaliação (critérios). Os

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métodos PDA foram baseados no princípio de que normalmente é difícil levantar as

informações necessárias para parametrização e definição do modelo junto aos decisores, por

restrições de tempo e da indisponibilidade do tomador de decisão para participação ativa no

processo de desenvolvimento (Doumpos e Zopounidis, 2002).

Segundo Siskos et al. (2005) a história do uso do princípio da desagregação no contexto da

análise multicritério começa com as técnicas de programação objetivo, citando trabalhos da

década de 50 como Charnes et al. (1955), Karst (1958) e Wagner (1959) que utilizaram

modelos de regressão linear para analisar problemas que tinham apenas um único critério.

Durante a década de 80 Jacquet-Lagrèze e Siskos (1982) criaram o método UTA (UTilitès

Additives – Utilidade aditiva) propondo a utilização da técnica de desagregação de preferência

para problemas multicritério. A partir dele foram propostos outros métodos como UTASTAR

(Siskos e Yannacopoulos, 1985), UTADIS (Devaud et al., 1980, Jacquet-Lagrèze, 1995,

Zopounidis e Doumpos, 1997, 2001, Doumpos e Zopounidis, 2002), MHDIS (Zopounidis e

Doumpos, 2000), UTA-CR (Rangel, 2002, Araya et al., 2002, Rangel et al., 2003, 2006),

GRIP (Figueira et al., 2009) e UTADISGMS (Greco et al., 2010).

2.5 APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO PARA PROBLEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

Segundo Doumpos e Zopounidis (2002) os problemas de classificação são normalmente

tratados de duas formas:

• Atribuição de um conjunto de alternativas em grupos predefinidos, observando apenas

as características de cada alternativa, sem poder estabelecer uma relação de

preferência entre elas. Um exemplo seria a classificação de flores em espécies

distintas, neste caso nenhum grupo é preferível à outro. Para descrever estes tipos de

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problemas são utilizados os termos Discriminação (Discrimination) ou Classificação

(Classification);

• Classificação das alternativas em grupos que possuam uma relação de preferência

entre eles, onde o primeiro grupo é preferível ao segundo e assim sucessivamente, de

forma que também é possível estabelecer uma relação de preferência entre as

alternativas de grupos distintos. Um exemplo seria a classificação de empresas em

grupos de baixo risco de inadimplência ou alto risco de inadimplência para liberação

de crédito, onde o primeiro é preferível ao segundo. Neste caso o termo mais utilizado

é de Ordenação (Sorting).

O primeiro tratamento descrito é normalmente utilizado por estatísticos ou pesquisadores das

áreas relativas a inteligência artificial. Como exemplos de usos o reconhecimento de padrões

McLachlan (2005) e a identificação de espécies a partir de suas características Fisher (1936),

este último conhecido como um dos trabalhos pioneiros de análise discriminante (Doumpos e

Zopounidis, 2002).

Entre as técnicas para discriminação e classificação temos (Doumpos e Zopounidis, 2002):

• Analise discriminante;

• Redes neurais;

• Aprendizado de máquina;

• Teoria dos conjuntos nebulosos (Fuzzy set theory);

• Teoria dos conjuntos Aproximativos (Rough sets theory).

Já o termo Sorting para problemas do tipo � (P�) é mais utilizado pelos pesquisadores dos

métodos de apoio multicritério à decisão, sendo aplicados em problemas das áreas de finanças

(Zopounidis et al., 1999a, 1999b, Nakayama e Kagaku, 1998, Doumpos et al., 2000), ecologia

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(Rossi et al., 1999, Flinkman et al., 2000) e medicina (Stefanowski e Slowinski, 1998,

Belacel, 2000, Michalowski et al., 2001), por exemplo.

2.6 MÉTODOS MULTICRITÉRIO PARA CLASSIFICAÇÃO

No contexto do MCDA os métodos mais utilizados para problemas do tipo � (P�) são das

famílias ORT e MAUT (Zopounidis e Doumpos, 2002):

Entre os métodos ELECTRE um dos mais recentes métodos desenvolvidos para classificação

é o ELECTRE TRI (Figueira et al., 2005b), o termo TRI significa classificação em francês

(Acolet, 2008).

Como mencionado anteriormente, os métodos ORT são fundamentados no conceito de

relação de superação. No ELECTRE TRI a aplicação desse conceito para problemas de

classificação cada grupo de classificação recebe um perfil ( kr ), que consiste em um vetor com

a avaliação do grupo para cada critério representando o limite inferior do grupo kC , o perfil

passa a ser utilizado como uma alternativa fictícia para ser comparado com as alternativas

reais.

Para que uma alternativa supere um grupo, é realizada a comparação do vetor de avaliações

( jg ) da alternativa jx com as avaliações do perfil do grupo para cada critério, podendo a

alternativa ser estritamente preferível (P), fracamente preferível (Q), indiferente (I) ou

incomparável (R) em relação ao grupo de classificação.

A partir das comparações são calculados dois índices: o de concordância e o de discordância.

O primeiro indica a força dos indícios que suportam a afirmação “alternativa é pelo menos tão

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boa quanto o perfil do grupo comparado”. O de discordância indica a força dos indícios

contrários à mesma alternativa (Doumpos e Zopounidis, 2002). Os índices são calculados para

cada critério e agregados para gerar o valor global de concordância e discordância e a partir

deles são calculados os índices de credibilidade: ),( kj� rx e ),( jk� xr .

As relações de superação são estabelecidas a partir dos índices de credibilidade da alternativa

em relação ao perfil e do perfil em relação à alternativa, comparados com um nível de corte

( 15,0 onde , ≤≤ λλ ) estabelecido junto ao decisor, de forma que:

• Se λ>),( kj� rx então jx supera kr ;

• Se λ>),( jk� xr então kr supera jx .

Após a construção das relações de superação a atribuição das alternativas aos grupos é

realizada a partir de dois procedimentos: otimista e pessimista.

No procedimento otimista cada alternativa é comparada com os perfis dos grupos ( kr ) a partir

do pior perfil ( 1−= qk , considerando q grupos de classificação) para o melhor ( 1=k ) até

que seja encontrado o primeiro kr onde a credibilidade seja maior que o nível de corte

( λ>),( kj� rx ), então a alternativa jx é atribuída ao grupo 1−kC delimitado superiormente

pelo perfil kr .

No procedimento pessimista as comparações começam pelo melhor perfil até encontrar a o

primeiro em que a credibilidade supere o nível de corte ( λ>),( kj� rx ), então a alternativa é

classificada no grupo kC delimitado inferiormente pelo perfil kr .

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Os métodos de apoio multicritério à decisão da família PDA utilizados para problemas de

classificação são os métodos UTADIS e suas variantes e o método MHDIS (Siskos et al.,

2005). O método UTADIS será descrito posteriormente.

2.7 ESCOLHA DO MÉTODO

O problema em questão possui como característica a grande quantidade de alternativas para

realização da classificação: são 76 alternativas, que foram reduzidas a 61, para serem

classificadas através de seis critérios em três grupos, conforme a modelagem do problema que

será apresentada na seção 4. Para utilização de um método ORT como o ELECTRE TRI seria

necessário realizar 242 avaliações pareadas entre as alternativas e os perfis dos grupos de

classificação para cada critério, levando a um total de 1452 avaliações considerando todos os

6 critérios. Além de demandar um esforço maior por parte do decisor para realizar as

avaliações entre as alternativas, o decisor precisa participar ativamente na definição dos

parâmetros durante o processo de desenvolvimento do modelo. Outra característica do

problema é a grande quantidade de decisores, que são todos os funcionários da gerência em

questão. Haveria uma dificuldade em conseguir a dedicação de todos eles para determinação

de todos os parâmetros do modelo, tanto por questões de prazo para conclusão do estudo

como a conciliação das agendas de todos eles.

Como citado anteriormente os métodos PDA partem do princípio de que normalmente é

difícil levantar as informações necessárias para criação do modelo e, neste caso, essa

dificuldade torna-se clara. Considerando essa finalidade dos métodos PDA exposta por

Doumpos e Zopounidis (2002) e a quantidade menor de avaliações necessárias a serem

realizadas pelos decisores, 366 (61 alternativas por 6 critérios), foi escolhido o método de

Desagregação de preferência UTADIS para realização da classificação.

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20

3 MÉTODO UTADIS

O método de Utilidade Aditiva Discriminante (UTilitès Additives DIScriminantes – UTADIS)

é uma variante do método UTA, citado anteriormente, apresentado primeiramente por Devaud

et al. (1980). Segundo Doumpos e Zopounidis (2002) o método passou a ser de interesse dos

pesquisadores do MCDA durante a década de 90, sendo utilizado em 1995 por Jacquet-

Lagrèze para avaliação de projetos de P&D e, a partir de 1997, amplamente utilizado para

classificação em modelos de tomada de decisão para área financeira em vários trabalhos, tais

como: Zopounidis e Doumpos, 1997, 1998, 1999a, 1999b, Doumpos e Zopounidis 1998 e

Zopounidis et al., 1999a, 1999b).

O objetivo do método é realizar a classificação das alternativas em q grupos preordenados C1

�C2 � ...�Cq através de uma função de utilidade aditiva, onde a partir do resultado da função

para cada alternativa elas são atribuídas aos grupo de forma que as com maior resultado

fiquem no grupo C1 e as com os menores valores no Cq. A função de utilidade aditiva é

expressa da seguinte forma (Equação 3):

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21

�=

=n

i

iii gupU1

)()(g (3)

Onde:

),...,, 21 ngg(g=g é o vetor de avaliações para cada critério.

ipé o peso de cada critério, sendo 10 << ip e

1)...( 21 =+++ nppp .

)( ii gu

é a função de utilidade marginal para o

critério ig .

As funções de utilidade marginal são funções monótonas crescentes que variam de ∗ig a ∗

ig ,

onde ∗ig é o menor valor de avaliação das alternativas no critério ig e ∗

ig é o maior valor de

avaliação das alternativas no mesmo critério

As funções de utilidade marginal podem ser lineares ou não lineares e provêem um

mecanismo para transformar a escala dos critérios em uma nova escala, para representar a

função de utilidade do decisor em cada critério. Essa transformação possui duas grandes

vantagens (Doumpos e Zopounidis, 2002):

• Permite a modelagem do comportamento não linear do decisor ao avaliar as

alternativas;

• Provê uma forma metodológica, através de um modelo de regressão, para converter

uma escala qualitativa (como baixo, médio e alto) em uma escala quantitativa ao invés

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de uma atribuição arbitrária, como por exemplo 1 para baixo, 2 para médio e 3 para

alto.

As funções de utilidade marginal podem assumir diversas formas. De acordo com a teoria dos

prospectos elaborada por Kahneman e Tversky (1979) a forma da função de utilidade indica o

comportamento do decisor frente ao risco, conforme a curva de ganhos e perdas elaborada por

eles. A figura 3 ilustra a forma das funções para o comportamento de aversão ao risco (a),

propensão ao risco (b) e indiferença ou comportamento neutro ao risco (c).

Figura 3 – Formas das funções de utilidade marginal (Doumpos e Zopounidis, 2002)

Um método de apoio multicritério à decisão que se baseia na teoria dos prospectos em sua

modelagem, permitindo modelar as preferências em decisões de risco, é o método TODIM

(Tomada de Decisão Interativa e Multicritério), proposto em 1992 por Gomes e Lima (1992a,

b) para resolver problemas do tipo � (P�).

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3.1 PROCESSO DO MÉTODO UTADIS

O processo de modelagem do problema de apoio multicritério à decisão no UTADIS consiste

na definição dos pesos dos critérios ( ip ), das funções de utilidade marginal ( )( ii gu ) e dos

valores limite entre os grupos ( iu ) a partir da avaliação e classificação de um subconjunto de

alternativas (chamado de conjunto de referência). A figura 4 representa o processo geral do

método UTADIS.

Figura 4 – Processo geral do método UTADIS

São utilizadas duas variáveis de erro para representar a diferença entre o modelo de

classificação e a classificação do conjunto de referência, e então, através de programação

linear, busca-se a minimização do erro entre o modelo e o conjunto de referência. Uma vez

que a classificação do conjunto de referência e a classificação através do modelo sejam

compatíveis, o restante das alternativas é classificado através do modelo.

Avaliação e classificação do conjunto de referência pelo

decisor

Definição de ip , )( ii gu e ( iu )

através do uso de programação linear

Classificação correta?

Fim

Sim

Não

Verificar conjunto de referência

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3.2 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA DO MÉTODO UTADIS

Considerando )( jU g a função de utilidade aditiva a classificação em q grupos de m

alternativas do conjunto de referência avaliadas através de n critérios é definida da seguinte

forma (Equação 4):

��

��

∈�>

∈�≥>

∈�≥

− qjjq

jj

jj

CUu

CuUu

CuU

xg

xg

xg

)(

...

)(

)(

1

221

11

(4)

O erro pode ser calculado com base em dois critérios, um que considera o número de

alternativas classificadas de forma errada, tendo como base uma variável booleana ( jE ) que

tem o valor 0 se a alternativa jx for classificada de forma correta é 1 quando jx for

classificada de forma errada. O outro critério é a diferença entre o valor da função de utilidade

aditiva ( )( jU g ) e os limites do grupo a que a alternativa jx pertence que pode ser expresso

da seguinte forma (Equações 5 e 6):

{ } 1..., ,2 ,1, ,)(,0max −=∈∀−=+ qkCUu kjjkj xgσ (5)

{ } qkCuU kjkjj ..., ,3 ,2, ,)(,0max 1 =∈∀−= −− xgσ (6)

Onde o +jσ significa que a alternativa jx foi classificada em um grupo abaixo do qual ela

pertence e para que ela seja classificada corretamente o valor da função )( jU g deve aumentar

em )( jk Uu g− . Da mesma forma −jσ significa que a alternativa jx foi classificada em um

grupo acima do qual ela pertence e para que ela seja classificada corretamente o valor da

função )( jU g deve diminuir em 1)( −− kj uU g . O erro total pode ser expresso da seguinte

forma (Equação 7):

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25

��

=

∈∀

���

=q

k k

C

j

mq

kj

1

1 x

σ

γ (7)

Onde: −+ += jjj σσσ , e km é o número de alternativas do conjunto de referência que

pertencem ao grupo kC .

Além dos dois tipos de erro algumas variantes do UTADIS utilizam também um parâmetro de

distância ( d ), que consiste na diferença entre a função de utilidade aditiva e os limites do

intervalo para as alternativas classificadas corretamente, para otimizar o modelo de

classificação. Os parâmetros de erro e distância são demonstrados graficamente na figura 5.

Figura 5 – Parâmetros de erro e distância, onde as alternativas 1x e 2x pertencem ao conjunto 1C

ficando: 1 );( ;)( 2212111 =−=−= EUuuUd gg σ

O método UTADIS utiliza apenas o erro σ para otimizar o modelo. Existem variantes que

foram propostas que utilizam os outros tipos de erro. O UTADIS I considera tanto a

minimização do erro σ como a maximização da distância ( d ) para classificação correta das

alternativas. O objetivo da variante UTADIS II é minimizar o número de alternativas

classificadas de forma errada ( E ), enquanto que o UTADIS III busca minimizar o número de

alternativas classificadas de forma errada e maximizar a distância ( d ) (Siskos et al., 2005 e

Greco et al., 2011).

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26

Doumpos e Zopounidis (2002) propõem o seguinte procedimento para simplificar o problema

de programação linear utilizado para minimizar o erro:

• Primeiro substituir a função de utilidade aditiva por outra realizando a seguinte

transformação (Equações 8 e 9):

�=

=n

i

ii gu'U'1

)()(g (8)

Onde:

��

��

=

=

=

iii

ii

iiiii

pgu'

gu'

gupgu'

)(

0)(

)()(

(9)

• Dividir o intervalo [ ]∗∗ ii

gg , de cada critério em 1−ia subintervalos

[ ] 1..., ,2 ,1,, 1 −=+i

h

i

h

i ahgg , de forma a estimar a função por aproximação através dos

valores marginais nos pontos de limite entre os intervalos 132 ..., , , −ia

iii ggg conforme o

gráfico da figura 6. Após a estimativa das utilidades para cada ponto de limite, as

utilidades para os valores intermediários podem ser calculadas através de uma

interpolação linear simples. A função de utilidade marginal passa a ser o somatório

das funções lineares dos intervalos.

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27

Figura 6 – Aproximação da função de utilidade marginal por intervalos (Doumpos e Zopounidis, 2002)

• Mais uma transformação, proposta por Siskos e Yannacopoulos (1985) é aplicada

(Equação 10), inserindo uma variável que representa a diferença entre as utilidades de

cada valor limite dos intervalos ( ihw ). Desta forma a função de utilidade marginal

pode ser escrita como o somatório das variáveis ihw somado ao valor obtido pela

interpolação linear de jig dentro do intervalo que ele pertence (Equação 11). A função

de utilidade aditiva resultante dessa transformação está descrita na Equação 12.

)()( 1 h

ii

h

iiih gu'gu'w −= + (10)

[ ]1

1

11

, :Onde

)(

:marginalutilidadede Função

+

=+

−+=�

h

i

h

iji

h

p

ihh

i

h

i

h

iji

ipjii

ggg

wgg

ggwgu' (11)

� �=

=+ �

−+=

n

i

r

p

ihr

i

r

i

r

iji

ipj

ji

jiji

ji

wgg

ggwU

1

1

11)(

:aditivautilidadede Função

g(12)

Onde: )11( −≤≤ ijiji arr indica o subintervalo [ ]1, +jiji r

i

r

i gg ao qual pertence a avaliação ( jig )

da alternativa jx pelo critério ig .

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Após essas transformações o problema de programação linear fica da seguinte forma:

( )

��

��

��

���

���

� +

��

=

∈∀

−+

q

k k

C

jj

m

kj

1

Minx

σσ

(13)

Sujeito a:

1111

1

11 , Cuw

gg

ggw jj

n

i

r

p

irr

i

r

i

r

iji

ip

ji

jijiji

ji

∈∀≥+−��

−+ +

=

=+� � xδσ (14)

)12( ,

211

1

11

11

1

11

−≤≤∈∀

���

���

−≤−−��

−+

≥+−��

−+

−−

=

=+

+

=

=+

� �

� �qkC

uwgg

ggw

uwgg

ggw

kj

jk

n

i

r

p

irr

i

r

i

r

iji

ip

jk

n

i

r

p

irr

i

r

i

r

iji

ip

ji

jijiji

ji

ji

jijiji

ji

x

δσ

δσ

(15)

qjjq

n

i

r

p

irr

i

r

i

r

iji

ip Cuwgg

ggw

ji

jijiji

ji

∈∀−≤−−��

−+ −

−=

=+� � x ,21

1

1

11 δσ (16)

,11

1

1

=��=

=

n

i

a

p

ipw (17)

2..., ,2 ,1 ,1 −=∀≥− + qksuu kk (18)

mjjj ..., ,2 ,1 ,0 ,0 =∀≥≥ −+ σσ (19)

1..., ,2 ,1 ,..., ,2 ,1 ,0 −=∀=∀≥ apniwip (20)

Com o seguinte número de restrições e variáveis (Tabela 1).

Restrições Quantidade Variáveis Quantidade

Classificação �−

=

++1

21 2

q

k

qk mmm De erro −+jj σσ , �

=

++1

21 2

q

k

qk mmm

Normalização 1 Intervalos w �=

−n

i

ia1

)1(

Restrições para os limites dos intervalos

2−qLimites entre os

grupos de classificação

1−q

Tabela 1 – Número de restrições e variáveis do problema de programação linear

A Equação 13 é a função de erro a ser minimizada, as restrições de classificação referentes as

alternativas do conjunto de referência classificadas no primeiro grupo, grupos intermediários

e último grupo são dadas pelas Equações 14, 15 e 16 respectivamente. O parâmetro δ ,

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utilizado nessas equações (14, 15 e 16), é um valor positivo próximo de zero utilizado para

evitar que caso o valor da função de utilidade global de uma alternativa que pertença ao grupo

kC coincida com o valor do limiar 1−ku o erro seja igual a zero (por definição a função de

utilidade global dessa alternativa está classificando ela no grupo 1−kC ). A Equação 17 faz com

que a soma das variáveis de intervalo seja igual a 1 e as Equações 19 e 20 com que as

variáveis de erro e intervalo sejam positivas. O parâmetro S (Equação 18) implica na

diferença mínima entre os limiares.

O número de restrições de classificação do problema de programação linear, equações (14, 15

e 16), depende do número de alternativas utilizadas no conjunto de referência: m (sendo im o

número de alternativas classificadas no grupo i). Para cada alternativa do conjunto de

referência classificada no primeiro ou último grupo é gerada uma restrição e para as

alternativas do conjunto de referência classificadas no restante dos grupos, são geradas duas

restrições (Tabela 1).

Segundo Doumpos e Zopounidis (2002) o número de variáveis de intervalo w não deve ser

maior do que �−

=

++1

21 2

q

k

qk mmm , pois isso causaria efeitos negativos no modelo, aumentando a

instabilidade do mesmo, tendo em vista que haveria mais variáveis do que restrições e, com

isso, as variáveis excedentes não seriam incluídas em qualquer solução para o problema de

programação linear. Para definir os intervalos de cada função marginal de utilidade de forma a

respeitar essa condição, Doumpos e Zopounidis (2002) sugeriram um algoritmo que é

apresentado no ANEXO A.

Após a solução do problema de programação linear deve ser realizada uma analise pós-

otimização, pois pode haver outras soluções próximas da solução ótima que poderiam

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apresentar uma representação mais consistente das preferências do decisor. Isto porque a

solução ótima para o conjunto de referência pode não continuar sendo a solução ótima quando

executada para o conjunto completo (Doumpos e Zopounidis, 2002). Para essa análise pós

otimização entre as técnicas utilizadas podemos citar:

• Maximização das diferenças ( d );

• Variação dos parâmetros (δ );

• Minimização do número de variáveis w.

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4 ESTUDO DE CASO

4.1 DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS

Os critérios de avaliação das alternativas foram definidos a partir dos conceitos básicos das

teorias do comprometimento organizacional e seus constructos.

4.1.1 Comprometimento organizacional

Segundo Siqueira e colaboradores (2008) os estudos sobre o comprometimento no trabalho e

especialmente o comprometimento organizacional é um dos constructos mais investigados em

comportamento organizacional.

Entre as teorias mais difundidas sobre a natureza do comprometimento organizacional está o

modelo de três componentes do comprometimento organizacional de Meyer e Allen (1991).

Segundo Medeiros et al. (2003) a maior contribuição de Meyer e Allen ao estudo do

comprometimento organizacional foi a operacionalização das teorias existentes,

desenvolvendo uma série de instrumentos para o estudo do comprometimento organizacional.

Em seu trabalho de 1991 Meyer e Allen perceberam que as várias definições sobre

comprometimento organizacional tinham em comum: “a visão de que o comprometimento é

um estado psicológico que (a) caracteriza o relacionamento do empregado com a organização,

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e (b) afeta na decisão de continuar a ser um membro da organização”. A diferença entre as

várias definições, ainda segundo Meyer e Allen (1991), é a natureza do estado psicológico

descrito, e dividiram essas diferenças em três componentes do comprometimento: afetivo,

continuidade e normativo

• Afetivo (Affective) – estado emocional de ligação (sentimental), identificação e

envolvimento entre o funcionário e a empresa. O funcionário com forte

comprometimento afetivo permanece na empresa porque ele quer ficar;

• Continuidade (Continuance) – refere-se à relação de ganhos e perdas ao deixar a

empresa. O funcionário permanece na empresa por necessidade. Tem sua origem nos

estudos de Becker (1960) que o descreve como a propensão do funcionário em

permanecer na empresa apenas pela avaliação dos custos e benefícios da sua saída;

• Normativo (Normative) – relacionado ao sentimento de obrigação com a empresa. O

funcionário permanece na empresa por acreditar que possui um dever moral com ela.

Medeiros et al. (2003) aponta que inúmeros trabalhos no Brasil já validaram os instrumentos

de medida do comprometimento organizacional proposto por Meyer e Allen, apesar de

algumas críticas. Entre esses trabalhos, em um estudo de Medeiros et al. (1999), foi obtido um

quarto componente, que foi denominado de Afiliativo.

Siqueira (1995, 2000) propôs um conjunto de escalas para medir o comprometimento

organizacional, adaptando para o Brasil as medidas das três bases do comprometimento

organizacional de Meyer e Allen.

Siqueira e colaboradores (2008) apresentam a Escala de Bases do Comprometimento

Organizacional (EBACO) proposto por Medeiros (2003), em um estudo realizado no Brasil, e

que o desenvolvimento está apresentado em um artigo escrito por Medeiros et al. (2005).

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Segundo Siqueira e colaboradores (2008) essa escala foi desenvolvida para preencher a lacuna

de identificação e mensuração das bases do comprometimento organizacional.

4.1.2 Critérios

Para definição dos critérios, foram analisados os questionários mais utilizados, segundo

Siqueira e colaboradores (2008), para medir o comprometimento organizacional. São eles:

• EBACO, proposto por Medeiros (2003);

• ECOA (Escala do COmprometimento Afetivo), proposto por Siqueira e colaboradores

(2008) a partir da adaptação do questionário proposto por Meyer e Allen (1997);

• ECON (Escala do COmprometimento Normativo), proposto por Siqueira e

colaboradores (2008) a partir da adaptação do questionário proposto por Meyer e

Allen (1997);

• ECOC (Escala do COmprometimento de Continuidade), proposto por Siqueira e

colaboradores (2008) a partir da adaptação do questionário proposto por Meyer e

Allen (1997).

Pelo número elevado de questões nesses questionários, não seria possível criar um critério

para cada questão. Seguindo a recomendação de não se utilizar mais de 9 critérios em

problemas que utilizam funções de utilidade aditiva, tendo assim um número tratável de

critérios (Gomes et al., 1992), foi realizada uma análise sobre as questões de forma a propor

três critérios para cada base do comprometimento organizacional de Meyer e Allen .

A partir das questões relacionadas à base afetiva e afiliativa, foram consideradas as seguintes

características para formação das três questões:

• Sentimentos de orgulho, interesse e ânimo com a empresa.

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• Sentimento de afiliação, fazer parte da equipe e da empresa

• Sentimento de identificação com os valores da empresa

Para base do comprometimento normativo foram retiradas as seguintes características:

• Necessidade de retribuir ações realizadas pela empresa em benefício do funcionário;

• Sentimento de que a empresa precisa do funcionário;

• Sentimento de justiça com a empresa e com a equipe.

No comprometimento de continuidade as seguintes características foram agrupadas:

• Perdas financeiras, como salário, benefícios, plano de carreira;

• Perdas sociais, como amizades, respeito e prestígio;

• Perdas profissionais, como estabilidade, capacitação, tempo investido na empresa e

etc..

Um primeiro questionário foi criado para avaliação das alternativas pelos nove critérios

formados, que foi levado para um grupo dos funcionários da gerência para verificar a

consistência do questionário. Foi verificado que os critérios relativos ao comprometimento de

continuidade estavam redundantes com perguntas da pesquisa de ambiência, que avalia a

satisfação do empregado em relação à benefícios financeiros e profissionais, de forma que

esses critérios não faziam sentido com os outros itens da pesquisa. Portanto os critérios de

avaliação ficaram restritos às características relacionadas às bases do comprometimento

normativo, afetivo e afiliativo. Dessa forma os seis critérios utilizados foram traduzidos no

questionário pelas seguintes afirmativas:

• Eu me sentiria mais orgulhoso, interessado e animado com a empresa;

• Eu me sentiria mais como membro da equipe e da empresa;

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• Eu me sentiria mais coerente com os valores da empresa;

• Eu teria mais dificuldade em trocar de empresa por querer retribuir tudo que a empresa

fez por mim;

• Eu teria mais dificuldade em trocar de empresa por sentir que é uma obrigação moral,

pois a empresa precisa de mim;

• Eu teria mais dificuldade em trocar de empresa por entender que não seria justo nem

honesto de minha parte fazer isso com a empresa ou com as pessoas daqui;

Para o objetivo de classificação proposto, foi decidido dar pesos iguais para os critérios,

considerando apenas as funções de utilidade marginal de cada critério como um preditor da

preferência do decisor na classificação das alternativas em relação aos critérios.

4.2 DEFINIÇÃO DAS ALTERNATIVAS

A pesquisa de ambiência é composta por 76 itens, distribuídos em 11 grupos, tais como

Liderança (15 itens), Benefícios (5 itens) e Espírito de equipe (6 itens), por exemplo. Apesar

de não ser considerada como informação sigilosa, a pedido do RH da empresa, não serão

publicados nesse trabalho todos os itens da pesquisa de ambiência, apenas alguns para fins de

ilustração. A figura 7 ilustra alguns itens da pesquisa:

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1. Estou satisfeito com as informações que recebo sobre os benefícios oferecidos pela Companhia.2. Estou satisfeito com os benefícios oferecidos pela Companhia....6. A XYZ fornece informações importantes sobre o que está ocorrendo com a Companhia.7. Tenho facilidade para acessar as informações que a Companhia disponibiliza....11. Na equipe em que trabalho as pessoas têm um bom relacionamento.12. Na equipe em que trabalho existe liberdade de falar, criticar, sugerir e trocar idéias....16. Confio nas pessoas da equipe em que trabalho.17. Sou informado sobre a contribuição do meu trabalho para os resultados da minha gerência.18. Meu superior imediato fornece as informações que necessito para realizar o meu trabalho com eficácia.19. Participo das decisões que afetam meu trabalho.20. Recebo delegação necessária para a realização do meu trabalho.21. Meu superior imediato aceita sugestões para melhoria do trabalho....31. Meu superior imediato está comprometido com as questões de SMS.32. Recebo elogios do meu superior imediato pela qualidade do meu trabalho.33. Sou informado sobre os critérios básicos para a concessão de Promoção....38. Estou satisfeito com as práticas de Reconhecimento e Recompensa da Companhia.39. Gosto do trabalho que realizo.40. Sinto-me motivado na realização do meu trabalho.41. O trabalho que faço me permite usar meus conhecimentos.42. O trabalho que realizo é importante para o alcance dos resultados da Companhia.43. Minha remuneração é compatível com as responsabilidades inerentes ao trabalho que realizo.44. Minha remuneração está de acordo com a praticada no mercado.45. Estou satisfeito com as condições do meu local de trabalho.46. As medidas de segurança adotadas são adequadas para a execução do meu trabalho....51. Tenho oportunidades de desenvolvimento na Companhia.52. Participo do levantamento de minhas necessidades de treinamento e desenvolvimento....62. Conheço a Política de Responsabilidade Social da XYZ.63. Estou bem informado sobre as iniciativas de Responsabilidade Social desenvolvidas pela XYZ.64. A XYZ me oferece condições para atuar de forma socialmente responsável em minhas atividades.65. A XYZ atua com Responsabilidade Social em todas as suas atividades.66. Percebo que a atuação socialmente responsável da XYZ contribui para o desenvolvimento da Companhia.67. Percebo que, na prática, os empregados se mostram responsáveis pelo sucesso das iniciativas de Responsabilidade Social da XYZ.68. De uma maneira geral, estou muito satisfeito em trabalhar na XYZ.69. Os resultados da Pesquisa de Ambiência Organizacional têm sido utilizados para promover melhorias na Companhia.70. Sou tratado com respeito no meu ambiente de trabalho.71. Conheço o conteúdo do Código de Ética do Sistema XYZ....L5. Percebo que as Gerências da TIC trabalham de forma integrada.L6. De uma maneira geral, estou muito satisfeito em trabalhar na TIC.

Responsabilidade Social

Espírito de Equipe

Benefícios

Comunicação

Liderança

Opinião geral

Relação com o Trabalho

Remuneração

Reconhecimento e Recompensa

Segurança, Meio Ambiente e Saúde

Treinamento e Desenvolvimento

Figura 7 – Exemplos de itens da pesquisa de ambiência.

Os itens são avaliados na pesquisa de ambiência em uma escala Likert com valores de 1 a 5.

Após o término do período de pesquisa, o RH consolida os resultados das gerências e inicia as

atividades de divulgação dos resultados.

As alternativas a serem classificadas são os itens da pesquisa de ambiência, sendo avaliados

sob os seis critérios definidos no item 4.1.2. No entanto alguns itens estão muito relacionados

ou, em alguns casos, são muito genéricos em relação aos outros para poderem ser utilizados

como referência para um plano de ação.

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Para tratar essa questão, foi realizada uma análise heurística das alternativas, baseado no

método apresentado por Gomes et al. (1992) para minimização heurística da interdependência

entre critérios. Nessa análise, foi realizado o cruzamento pareado entre os itens de um mesmo

grupo e indicado o grau de interdependência de cada par, que significa a existência de uma

relação de influência, utilizando a seguinte escala subjetiva:

• Muito interdependente (M).

• Interdependente (I).

• Não interdependente (N) ou independente

Por exemplo, na análise de interdependência realizada para o grupo de Responsabilidade

Social, os itens 62 e 63 foram marcados como muito interdependentes (M) para todas as

outras alternativas (Figura 8), porque supomos que a resposta das questões 64, 65, 66 e 67

dependem do conhecimento por parte do funcionário sobre a política de responsabilidade

social (item 62) e das iniciativas desenvolvidas pela empresa (item 63), existindo uma forte

relação de influência em cada par. O único cruzamento que foi entendido como independente

(N) foi o da alternativa 64 com a 66, onde entendemos que para “perceber que a atuação

socialmente responsável contribui para o desenvolvimento da companhia” não é necessário

“ter condições para atuar de forma socialmente responsável” e vice versa, não havendo

portanto relação de influência entre esse par de alternativas.

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Figura 8 – Diagrama de analise de interdependência para o grupo de Responsabilidade social.

Após a comparação, foram analisados os itens muito interdependentes e interdependentes para

identificar quais teriam seus aspectos mais relevantes descritos por outros itens.

Por exemplo: o item “Estou satisfeito com os benefícios oferecidos pela Companhia” do

grupo de benefícios é muito interdependente dos outros itens do grupo que perguntam sobre a

satisfação com cada benefício. Como os outros itens do grupo cobrem todos os benefícios de

uma forma mais detalhada foi decidido retirar esse item do conjunto de alternativas à serem

classificadas. Outro exemplo de item que foi retirado foi o “De uma maneira geral, estou

muito satisfeito em trabalhar nesta empresa.”, por ser muito interdependente com os outros

itens do grupo que perguntam sobre diversos aspectos da satisfação em trabalhar na empresa.

Após e análise de todas as alternativas foram excluídos 15, restando 61 itens que formaram as

alternativas a serem classificadas através do método UTADIS

4.3 METODOLOGIA DO LEVANTAMENTO DOS DADOS JUNTO AOS DECISORES

Conforme descrito anteriormente, na aplicação do método UTADIS é necessário que o

decisor realize a avaliação das alternativas pelos critérios e realize a classificação de um

subconjunto das alternativas (conjunto de referência).

62 63 64 65 66 67

M

M

M

M

M M

M

M

M

M

N

I

I

I

I

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Para isso foi criado um questionário dividido em duas partes. A primeira consiste na avaliação

das alternativas pelos critérios, construída da seguinte forma: considerando que o plano de

ação resultasse na melhoria da sua satisfação em relação à alternativa em questão, indique a

sua concordância em relação às seguintes afirmativas:

• Eu me sentira mais orgulhoso, interessado e animado com a empresa.

• Eu me sentira mais como membro da equipe e da empresa.

• Eu me sentira mais coerente com os valores da empresa.

• Eu teria mais dificuldade em trocar de empresa por querer retribuir tudo que a empresa

fez por mim.

• Eu teria mais dificuldade em trocar de empresa por sentir que é uma obrigação moral,

pois a empresa precisa de mim.

• Eu teria mais dificuldade em trocar de empresa por entender que não seria justo nem

honesto de minha parte fazer isso com a empresa ou com as pessoas daqui.

Cada afirmativa corresponde a um critério utilizado no modelo, e para medir a concordância

das afirmativas foi utilizada uma escala Likert com cinco valores, variando de “1 – Discordo

totalmente” a “5 – Concordo totalmente”. O APÊNDICE A contém um modelo da primeira

parte do questionário utilizado.

Para a formação do conjunto de referência classificado pelos decisores, foi solicitado que cada

decisor classificasse de 3 a 5 alternativas em cada grupo de classificação de prioridade

• Grupo de alta prioridade – Itens da pesquisa que você concorda que sejam incluídos

no plano de ação de ambiência por considerar que, se forem implementados, terão

efeito no seu comprometimento organizacional e os considera prioritários.

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• Grupo de média prioridade – Itens da pesquisa que você concorda que sejam

incluídos no plano de ação de ambiência por considerar que, se forem

implementados, terão efeito no seu comprometimento organizacional, mas não os

considera prioritários.

• Grupo de baixa prioridade – Itens da pesquisa que você não concorda que sejam

incluídos no plano de ação de ambiência por considerar que, mesmo que sejam

implementados, não terão efeito no seu comprometimento organizacional

O modelo da segunda parte do questionário está no APÊNDICE B.

Os questionários foram apresentados e enviados a todos os funcionários da gerência (48).

Foram respondidos apenas 18 questionários, representando 38% do total. Por questões de

prazo o método foi executado com apenas com a participação desses funcionários.

4.4 EXECUÇÃO DO MÉTODO UTADIS

A matriz final de avaliação das alternativas pelos critérios foi calculada a partir da média

simples das avaliações dos decisores (Tabela 2), os valores de ∗ig e ∗

ig para cara critério

estão na Tabela 3.

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41

1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 61 2,333 2,500 2,333 1,611 1,056 1,111 32 3,944 3,667 4,056 2,556 2,389 2,0562 4,111 3,222 3,278 2,667 1,278 1,611 33 4,333 4,056 4,056 3,556 2,889 2,7223 3,444 2,611 2,667 2,889 1,556 1,889 34 4,833 4,167 3,833 3,167 2,889 2,6114 3,444 2,833 2,778 2,667 1,611 1,944 35 4,500 3,722 3,722 3,056 2,944 2,7225 3,000 3,167 2,833 1,500 1,278 1,278 36 4,222 4,167 3,889 2,778 3,278 2,9446 2,778 2,778 2,667 1,667 1,500 1,500 37 4,278 3,944 3,611 3,667 3,000 2,8897 3,056 2,778 3,000 1,333 1,278 1,167 38 4,278 3,833 3,556 3,611 2,889 2,6678 3,222 3,278 2,889 1,556 1,444 1,389 39 3,278 3,000 3,000 1,944 1,667 1,5009 3,667 4,222 3,056 1,944 2,111 2,778 40 2,444 2,167 2,556 1,667 1,389 1,389

10 3,833 4,167 3,167 2,333 2,111 2,500 41 3,000 2,222 3,000 1,500 1,611 1,44411 3,889 4,222 3,667 1,889 1,889 2,611 42 3,111 2,611 2,833 2,111 1,611 1,61112 4,056 4,333 3,444 2,000 1,778 2,389 43 3,889 3,167 3,444 3,556 2,444 2,50013 3,167 3,889 2,667 1,444 1,278 1,444 44 2,944 2,333 3,389 1,889 1,889 1,83314 3,667 3,833 2,944 1,556 1,500 2,000 45 4,556 4,000 3,889 4,167 3,333 3,05615 4,278 4,611 3,944 2,444 2,556 2,333 46 3,500 3,722 3,500 3,056 2,500 2,55616 3,444 4,000 3,222 2,611 1,889 2,056 47 3,778 3,500 3,833 3,278 2,667 2,61117 4,167 4,167 3,500 2,889 2,500 2,167 48 4,167 3,556 3,722 3,389 2,833 2,50018 3,667 3,667 3,167 2,389 2,000 2,111 49 3,111 2,389 3,333 1,667 1,667 1,50019 3,889 4,222 3,444 2,667 2,333 2,611 50 3,889 3,444 3,611 3,000 2,167 2,00020 3,778 3,389 3,611 2,222 2,000 2,556 51 3,222 3,444 3,389 2,333 2,389 2,22221 3,778 3,722 3,611 1,944 2,056 2,111 52 2,389 2,167 2,778 1,444 1,278 1,27822 3,333 3,444 3,167 2,222 1,889 2,000 53 3,444 2,889 3,556 1,833 1,889 2,00023 3,333 3,444 3,111 2,056 1,833 2,000 54 2,444 2,667 2,444 1,556 1,389 1,50024 3,889 3,667 3,222 2,333 2,111 2,444 55 3,389 3,722 3,556 2,111 2,389 1,88925 3,722 4,000 3,278 2,500 2,056 2,333 56 3,222 2,833 2,833 2,111 1,722 1,66726 3,000 2,333 3,278 1,833 1,500 1,611 57 3,278 2,944 3,167 2,333 1,611 1,50027 4,000 4,222 3,611 2,611 2,667 2,722 58 2,333 2,056 2,722 1,167 1,111 1,11128 2,833 2,667 2,833 2,000 1,667 1,611 59 3,500 3,056 3,333 1,722 1,722 1,61129 2,778 2,556 2,667 1,833 1,556 1,611 60 2,889 2,944 2,889 1,667 1,722 1,55630 4,278 4,000 3,778 2,778 2,278 2,389 61 4,444 4,444 4,389 2,111 2,167 2,05631 4,667 4,500 4,167 3,278 3,444 2,833

Critérios Critérios

Alternativas

Alternativas

Tabela 2 – Valores médios das avaliações das alternativas para cada critério

Critério ∗i

g ∗

ig

1 2,333 4,8332 2,056 4,6113 2,333 4,3894 1,167 4,1675 1,056 3,4446 1,111 3,056

Tabela 3 – Valores mínimo e máximo das avaliações das alternativas dos critérios

Para formação do conjunto de referência foram escolhidas as 5 alternativas mais indicadas

pelos decisores em cada grupo, caso houvesse empate entre alternativas ultrapassando o limite

de 5 alternativas por grupo, a escolha seria realizada de forma aleatória entre as alternativas

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mais indicadas. Na escolha das alternativas para o conjunto de referência, também foi

verificado se existiam alternativas dominadas por outras que estivessem classificadas em um

grupo inferior. Uma alternativa a é dominada por outra alternativa b quando a avaliação da

alternativa a é sempre menor ou igual do que a avaliação da alternativa b em todos os critérios

e exista pelo menos uma avaliação de a que seja menor do que a de b para pelo menos um

critério (Pomerol e Barba-Romero, 2000, pag. 67). A dominância pode ser escrita

matematicamente conforme as Equações 21 e 22.

nigg ii ..., ,2 ,1 , =∀≤ ba

e (21)

ii ggi ba <∃ : (22)

Essa análise foi necessária, pois como as funções de utilidade marginal são monótonas e

crescentes não haveria como uma alternativa dominada ser classificada em um grupo superior

do que o grupo em que a alternativa dominante foi classificada, levando a uma inconsistência

no conjunto de referência. No conjunto selecionado a alternativa 43x (com 6 indicações de

alta e 4 de média prioridade) era dominada pelas alternativas 38x e 45x (com 4 e 7 indicações

de média prioridade respectivamente), a alternativa 43x foi substituída pela 36x , que possuía 4

indicações de alta prioridade e não era dominada por nenhuma das alternativas indicadas

como de média e baixa prioridade. Após as análises, o conjunto de referência pode ser visto

na Tabela 4.

Prioridade Alta ( 1C ) Prioridade Média ( 2C ) Prioridade Baixa ( 3C )

31x 12x 26x

33x 20x 41x

34x 38x 44x

36x 39x 49x

61x 45x 52x

Tabela 4 – Alternativas do conjunto de referência

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Após a aplicação do algoritmo proposto por Doumpos e Zopounidis (2002) – vide ANEXO A

– os intervalos estabelecidos e seus limites foram (Tabela 5):

Critério 1−a 1ig 2

ig 3ig 4

ig

1 3 2,333 3,000 4,222 4,8332 3 2,056 2,389 4,056 4,6113 3 2,333 3,333 3,833 4,3894 3 1,167 1,833 2,222 4,1675 3 1,056 1,667 2,167 3,4446 3 1,111 1,611 2,611 3,056

Tabela 5 – Intervalos e valores de limite entre eles

Uma vez determinados os parâmetros, o problema de programação linear já pode ser descrito

no formato apresentado no tópico 3.2. Foi adicionada mais uma restrição (Equação 23), para

forçar a igualdade de pesos entre os critérios, de forma que a soma das variáveis de intervalo

( w ) de cada critério ( i ) fossem iguais:

6 ..., ,2 ,1 ,61

1

1

=∀=�−

=

iwa

p

ip (23)

Para resolução do problema de programação linear foi utilizada a versão livre do software

GAMS, a versão livre limita o número de variáveis e outros parâmetros que podem existir no

problema, neste caso o problema estava dentro dos limites da versão. A descrição do

problema no programa é exibida no APÊNDICE C. Os parâmetros δ e S receberam os

valores 0,01 e 0,1 respectivamente.

Os resultados da execução do programa (Figura 9) para as variáveis σe, uw , assim como a

classificação gerada são exibidos nas tabelas 6, 7 e 8 abaixo:

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Figura 9 – Saída do software GAMS para o problema de programação linear.

1u 2u

0,682 0,220

Tabela 6 – Valores dos limiares entre os grupos de classificação

Critério 1w 2w 3w

1 0 0,146 0,021 2 0 0 0,167 3 0 0 0,167 4 0 0,167 0 5 0,149 0 0,017 6 0 0,167 0

Tabela 7 – Valores das variáveis w

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Alternativa

jxClassificação dos decisores

Classificação Proposta pelo modelo

)( jU g +σ −σ

12x Média Média 0,559 0 0

20x Média Média 0,566 0 0

26x Baixa Baixa 0,108 0 0

31x Alta Alta 0,894 0 0

33x Alta Alta 0,708 0 0

34x Alta Alta 0,692 0 0

36x Alta Alta 0,693 0 0

38x Média Média 0,640 0 0

39x Média Média 0,230 0 0

41x Baixa Baixa 0,135 0 0

44x Baixa Baixa 0,210 0 0

45x Média Média 0,672 0 0

49x Baixa Baixa 0,162 0 0

52x Baixa Baixa 0,054 0 0

61x Alta Alta 0,779 0 0

Tabela 8 – Classificação das alternativas do conjunto de referência e valores do erro

Com as funções de utilidade marginal (figura 10), foram classificadas no grupo de alta

prioridade apenas 6 alternativas, das alternativas restantes, 38 foram classificadas no grupo de

média prioridade e 17 no grupo de baixa prioridade. A lista com a classificação de todas as

alternativas está na Tabela 9, e as descrições das alternativas classificadas no grupo de alta

prioridade estão na Tabela 10.

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xj U(xj) Grupo xj U(xj) Grupo xj U(xj) Grupo

1 0,000 C3 22 0,420 C2 42 0,268 C2

2 0,354 C2 23 0,349 C2 43 0,574 C2

3 0,388 C2 24 0,561 C2 44 0,210 C3

4 0,411 C2 25 0,522 C2 45 0,672 C2

5 0,054 C3 26 0,108 C3 46 0,537 C2

6 0,108 C3 27 0,658 C2 47 0,582 C2

7 0,061 C3 28 0,220 C2 48 0,612 C2

8 0,121 C3 29 0,122 C3 49 0,162 C3

9 0,493 C2 30 0,595 C2 50 0,487 C2

10 0,597 C2 31 0,894 C1 51 0,447 C2

11 0,496 C2 32 0,572 C2 52 0,054 C3

12 0,559 C2 33 0,708 C1 53 0,267 C2

13 0,074 C3 34 0,692 C1 54 0,081 C3

14 0,253 C2 35 0,648 C2 55 0,364 C2

15 0,789 C1 36 0,693 C1 56 0,304 C2

16 0,443 C2 37 0,641 C2 57 0,335 C2

17 0,585 C2 38 0,640 C2 58 0,014 C3

18 0,479 C2 39 0,230 C2 59 0,209 C3

19 0,641 C2 40 0,081 C3 60 0,149 C3

20 0,566 C2 41 0,135 C3 61 0,779 C1

21 0,373 C2

Alternativas

Alternativas

Alternativas

Tabela 9 – Classificação de todas as alternativas

Figura 10 – Funções de utilidade marginal dos critérios, obtidas com o resultado da programação linear.

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Alternativas Descrição

15x 17. Sou informado sobre a contribuição do meu trabalho para os resultados da minha gerência.

31x 36. Sinto-me valorizado pelo trabalho que realizo.

33x 38. Estou satisfeito com as práticas de Reconhecimento e Recompensa da Companhia.

34x 39. Gosto do trabalho que realizo.

36x 42. O trabalho que realizo é importante para o alcance dos resultados da Companhia.

61x L5. Percebo que as Gerências da TIC trabalham de forma integrada.

Tabela 10 – Itens da pesquisa classificados no grupo de alta prioridade

Neste trabalho, considerando a simplicidade do problema a ser modelado, com apenas 15

alternativas no conjunto de referência e 6 critérios, foi proposta uma também uma outra

abordagem para buscar o erro mínimo. Foi criado um algoritmo para testar todas as

combinações possíveis para as variáveis ipw a partir de incrementos pré-definidos,

considerando limiares fixos em intervalos iguais.

Por exemplo: considerando um problema com dois critérios, com pesos iguais a 0,5, cada

função marginal de utilidade sendo dividida em dois subintervalos e utilizando um incremento

de 0,25 teríamos as seguintes 3 combinações para ipw em cada critério (Tabela 11 e Figura

11)

1iw 2iw

0 0,5 0,25 0,25 0,5 0

Tabela 11 – Combinações de ipw em incrementos de 0,25

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Figura 11 – Funções para cada combinação de ipw

Para cada combinação das variáveis ipw em que o erro for igual, ou próximo, ao mínimo

encontrado a classificação de todas as alternativas utilizando aquela combinação é

armazenada. Os valores 1u e 2u sendo iguais a 2/3 e 1/3 respectivamente.

O objetivo de utilizar essa abordagem é de verificar a variação das alternativas classificadas

dentro do grupo de alta prioridade em cada combinação de funções marginais de utilidade que

resultassem no erro 0, ou erro mínimo caso o erro 0 não fosse encontrado, e a partir dessa

variação realizar uma análise de sensibilidade. O APÊNDICE D mostra a lógica do programa

criado para avaliar as alternativas.

Após a aplicação do programa o resultado com os mínimos encontrados e a classificação de

todas as alternativas utilizando as funções de cada mínimo é relacionado em uma planilha.

Com base nos dados apresentados podem ser verificadas as alterações nas classificações das

alternativas de alta prioridade para avaliar a estabilidade do modelo, podendo apresentar os

resultados para os decisores opinarem sobre qual modelo reflete melhor a preferência deles.

Com o resultado da execução do algoritimo considerando o incremento de 0,06 tivemos 2

soluções ótimas com erro zero. Uma delas idêntica a obtida pela programação linear e a outra

com uma única diferença: a alternativa 59x passando do grupo de baixa prioridade para o de

média prioridade.

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4.5 ANÁLISE PÓS-OTIMIZAÇÃO

Para a análise pós-otimização foram testados os resultados obtidos alterando o parâmetro δ

para os valores 0,001, 0,005, 0,05 e 0,1, reduzindo e aumentando a diferença entre os valores

das funções globais das alternativas e os limiares de forma a variar a separação dos conjuntos.

Para os resultados obtidos com os valores de δ reduzidos (0,001 e 0,005) houve apenas uma

diferença na classificação, relativa à alternativa 28 que mudou do grupo de média prioridade

para o de baixa prioridade.

Como resultados para δ =0,05 obtivemos apenas três diferenças em relação a classificação

gerada com δ =0,01, e uma alternativa classificada de forma errada que foi a 45x . Já os

resultados para δ =0,1 tivemos mudanças na classificação de 10 alternativas, e apenas duas

alternativas do conjunto de referência foram classificadas de forma errada: 39x e 45x . A

Tabela 12 mostra todas as alternativas que sofreram variação em suas classificações:

Alternativas δ =0,01 δ =0,001 δ =0,005 δ =0,05 δ =0,1

27x Média Média Média Média Alta

28x Média Baixa Baixa Média Baixa

30x Média Média Média Alta Alta

32x Média Média Média Média Alta

35x Média Média Média Média Alta

37x Média Média Média Média Alta

39x Média Média Média Média Baixa

42x Média Média Média Média Baixa

45x Média Média Média Alta Alta

48x Média Média Média Média Alta

59x Baixa Baixa Baixa Média Baixa

Tabela 12 – Alternativas que tiveram variações na classificação com a alteração do parâmetro δ .

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Em todos os casos as alternativas classificadas inicialmente como de alta prioridade

permaneceram no mesmo grupo.

A alternativa 45x apesar de ter sido a alternativa com mais indicações de média prioridade

(sete indicações, ou 39% do total de indicações possíveis), ela também recebeu cinco

indicações (28%) de alta prioridade e as avaliações dela foram altas, isto fez com que o valor

de corte para diferenciar as alternativas do grupo de alta e média prioridade ficasse muito alto.

Além da variação do parâmetro δ , variamos também o número de intervalos das funções de

utilidade marginal, aumentando o número de variáveis w de cada critério para 4 e 5. O maior

número de intervalos melhora a aproximação da função marginal, aumentando a capacidade

do modelo se adequar ao conjunto de referência. Por outro lado, há um aumento no grau de

liberdade do modelo, trazendo uma instabilidade maior para o mesmo (Doumpos e

Zopounidis, 2002).

Comparado com o primeiro resultado, a classificação com 4 variáveis w para cada critério

teve diferença em 7 alternativas, incluindo variações no grupo de alta prioridade. Com 5

variáveis w, houve apenas 4 variações, mas também com mudanças na classificação do grupo

de alta prioridade. Todas as mudanças estão indicadas na Tabela 13.

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Alternativas 3 intervalos 4 intervalos 5 intervalos

8x Baixa Média Baixa

13x Baixa Média Baixa

14x Média Média Baixa

15x Alta Média Média

17x Média Alta Média

27x Média Alta Alta

28x Média Baixa Média

53x Média Média Baixa

59x Baixa Média Baixa

Tabela 13 – Alternativas que tiveram variações com o aumento do número de variáveis w.

Executando o programa que busca outros erros mínimos, citado anteriormente, encontramos

304 soluções com erro 0 na classificação do conjunto de referência utilizando 5 intervalos na

aproximação das funções de utilidade marginal. Dessas soluções, o número de alternativas

classificadas no grupo de alta prioridade variou de 5 a 12, o que mostra o aumento da

instabilidade do modelo com o aumento do número de intervalos.

Alternativas Classificações no grupo de alta prioridade

9x 32%

10x 37%

11x 13%

15x 84%

17x 27%

19x 55%

27x 91%

Tabela 14 – Percentual de classificações das alternativas em 1C nas soluções com erro 0.

Apenas as cinco alternativas do conjunto de referência classificadas no grupo de alta

prioridade permaneceram no grupo de alta prioridade em todas as 304 soluções. A alternativa

15x , indicada no modelo inicial como de alta prioridade, permaneceu neste grupo em 256

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(84%) dessas soluções. A Tabela 14 mostra para cada alternativa o percentual de soluções

onde ela foi classificada no grupo de alta prioridade.

Como o objetivo principal do trabalho é indicar quais itens da pesquisa de ambiência são

prioritários na preferência dos funcionários, o modelo proposto com os parâmetros iniciais já

apresenta uma resposta satisfatória para levar à equipe de RH com a finalidade dela iniciar as

discussões para proposição de ações para melhoria da ambiência, aumentando o foco nas 6

questões classificadas como prioritárias na solução inicial.

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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

5.1 CONCLUSÕES.

O objetivo do estudo foi propor uma abordagem diferente para o processo de priorização de

ações de melhoria na ambiência da empresa XYZ com foco na gerência em que trabalho. A

proposta consistia em utilizar um método de apoio multicritério à decisão para classificar os

itens da pesquisa de ambiência, tendo como critérios fatores ligados ao comprometimento

organizacional, segundo as preferências dos funcionários da gerência que foi escopo do

trabalho.

O método de apoio multicritério a decisão UTADIS (Devaud et al., 1980), escolhido para

realizar a classificação das alternativas, atendeu ao objetivo do trabalho, indicando a

preferência dos decisores que participaram da pesquisa em relação aos itens considerados

prioritários para melhoria do comprometimento organizacional. Como resultado para os

funcionários, obtivemos uma forma transparente de explicitar as suas necessidades sem

precisar que os funcionários tivessem que se expor a um grupo de pessoas. Outro benefício

para os funcionários é que o método provê um entendimento mais fácil, em relação à

utilização de entrevistas, na forma como são agregadas as preferências deles.

Para a empresa, alinhado com processo de gestão da ambiência (XYZ, 2011a), a metodologia

proposta abre a possibilidade de ter um tipo de metodologia para priorização do plano de ação

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padronizada que poderia ser aplicada em outras gerências, mostrando as preferências dos

funcionários de cada uma delas, e os resultados obtidos também podem ser consolidados,

apresentando um modelo de preferências em vários níveis de gerência, permitindo a

priorização de questões relevantes a um escopo mais amplo. Toda via, deve ficar claro que a

utilização do método é apenas um insumo para a definição do plano de ação de melhoria da

ambiência, que busca enriquecer e complementar os resultados obtidos com o outro método já

utilizado no levantamento das necessidades dos funcionários. Com isto, o objetivo secundário

exposto no início do trabalho também foi alcançado.

Apesar do método UTADIS (Devaud et al., 1980) propiciar um forma mais objetiva e clara na

agregação das preferências dos funcionários, existem dificuldades que foram observadas na

aplicação do método. Uma delas foi a forte subjetividade na avaliação dos critérios, que é uma

característica inerente à metodologia MCDA onde a situação não se ajusta a um perfeito

formalismo (Gomes et al., 2004). Outra dificuldade foi a grande quantidade de alternativas,

que somadas, acarretaram em uma complexidade maior na explicação e aplicação do

questionário e, conseqüentemente, um aumento no tempo de dedicação necessária dos

decisores na construção do modelo. Desta forma não foi possível, dentro do prazo disponível

para conclusão deste trabalho, a obtenção das respostas de todos os funcionários da gerência.

Outro resultado obtido nesse estudo, que não fazia parte dos objetivos, foi a utilização de

outra abordagem para busca do erro mínimo, através do teste de várias combinações das

funções de utilidade. Essa abordagem, apesar de ser aproximativa, exigir uma carga maior de

processamento e ter a limitação de não considerar como variáveis os pesos dos critérios e os

limiares dos grupos de classificação, possibilita uma simplificação na busca e interpretação de

múltiplas soluções próximas ou iguais ao erro mínimo.

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5.2 RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS.

Na realização deste trabalho, algumas etapas não foram aprofundadas ou tiveram que ser

simplificadas, por restrições de tempo ou por não serem consideradas necessárias neste

momento, tendo em vista que é uma primeira proposta de utilização de métodos de apoio

multicritério à decisão na construção do plano de ações de melhoria de ambiência. Como

sugestões para pesquisa futura temos:

• A execução do método com as respostas de todos os funcionários da gerência, de

forma a buscar um modelo de preferências completo, antes do início da definição do

plano de ação de melhoria de ambiência;

• Analisar outros métodos para a formação do conjunto de referência do modelo;

• Medir periodicamente o comprometimento dos funcionários através dos questionários

já validados nas pesquisas sobre comprometimento organizacional, de forma a

acompanhar o resultado da implementação das ações de melhoria derivadas do estudo

realizado;

• Com base nos resultados das medidas de comprometimento organizacional reavaliar

os critérios utilizados no modelo para aplicá-lo novamente a cada período buscando a

constante melhoria dos índices da gerência;

• Comparar os resultados obtidos com o uso do método UTADIS com resultados

utilizando outros métodos, tais como Teoria dos conjuntos aproximativos (Rough sets

theory) e ELECTRE-TRI.

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APÊNDICE A – MODELO DO QUESTIONÁRIO – PRIMEIRA PARTE

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APÊNDICE B – MODELO DO QUESTIONÁRIO – SEGUNDA PARTE

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APÊNDICE C – DESCRIÇÃO DO PROBLEMA DE PROGRAMAÇÃO LINEAR NO SOFTWARE GAMS

Parameter D delta de erro; D = 0.01;

Parameter S diferença ente os limiares; S= 0.1 ;

Variables

Sma1 Sma2 Sma3 Sma4 Sma5 Sma6 Sma7 Sma8 Sma9 Sma10 Sme6 Sme7 Sme8 Sme9 Sme10 Sme11 Sme12 Sme13 Sme14 Sme15

w11 w12 w13 w21 w22 w23 w31 w32 w33 w41 w42 w43 w51 w52 w53 w61 w62 w63

u1 u2

z total error ;

Positive variable Sma1; Positive variable Sma2; Positive variable Sma3; Positive variable Sma4; Positive variable Sma5; Positive variable Sma6; Positive variable Sma7; Positive variable Sma8; Positive variable Sma9; Positive variable Sma10; Positive variable Sme6; Positive variable Sme7; Positive variable Sme8; Positive variable Sme9; Positive variable Sme10;

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Positive variable Sme11; Positive variable Sme12; Positive variable Sme13; Positive variable Sme14; Positive variable Sme15;

Positive variable w11; Positive variable w12; Positive variable w13; Positive variable w21; Positive variable w22; Positive variable w23; Positive variable w31; Positive variable w32; Positive variable w33; Positive variable w41; Positive variable w42; Positive variable w43; Positive variable w51; Positive variable w52; Positive variable w53; Positive variable w61; Positive variable w62; Positive variable w63;

Positive variable u1; Positive variable u2;

Equations cost define objective function constrainW Limitador para as variáveis w constrainu limitador para as variáveis u Cons01 Cons02 Cons03 Cons04 Cons05 Cons06 Cons07 Cons08 Cons09 Cons10 Cons11 Cons12 Cons13 Cons14 Cons15 Cons16 Cons17 Cons18 Cons19 Cons20

Pesso01 Pesso02 Pesso03 Pesso04 Pesso05 Pesso06;

cost.. z =e= Sma1+Sma2+Sma3+Sma4+Sma5+Sma6+Sma7+Sma8+Sma9+Sma10+Sme6+Sme7+Sme8+Sme9+Sme10+Sme11+Sme12+Sme13+Sme14+Sme15; constrainW.. w11+w12+w13+w21+w22+w23+w31+w32+w33+w41+w42+w43+w51+w52+w53+w61+w62+w63 =e= 1; constrainu.. u1-u2 =g= S; Cons01.. w11+w12+0.727*w13+w21+w22+0.8*w23+w31+w32+0.6*w33+w41+w42+0.543*w43+w51+w52+w53+w61+w62+0.5*w63-u1+Sma1=g=D; Cons02.. w11+w12+0.182*w13+w21+w22+w31+w32+0.4*w33+w41+w42+0.686*w43+w51+w52+0.565*w53+w61+w62+0.25*w63-u1+Sma2=g=D; Cons03.. w11+w12+w13+w21+w22+0.2*w23+w31+w32+w41+w42+0.486*w43+w51+w52+0.565*w53+w61+w62-u1+Sma3=g=D; Cons04.. w11+w12+w21+w22+0.2*w23+w31+w32+0.1*w33+w41+w42+0.286*w43+w51+w52+0.87*w53+w61+w62+0.75*w63-u1+Sma4=g=D; Cons05.. w11+w12+0.364*w13+w21+w22+0.7*w23+w31+w32+w33+w41+0.714*w42+w51+w52+w61+0.444*w62-u1+Sma5=g=D; Cons06.. w11+0.864*w12+w21+w22+0.5*w23+w31+0.222*w32+w41+0.429*w42+w51+0.222*w52+w61+0.778*w62-u2+Sma6=g=D; Cons07.. w11+0.864*w12+w21+w22+0.5*w23+w31+0.222*w32+w41+0.429*w42+w51+0.222*w52+w61+0.778*w62-u1-Sme6=l=-D; Cons08.. w11+0.636*w12+w21+0.6*w22+w31+0.556*w32+w41+w42+w51+0.667*w52+w61+0.944*w62-u2+Sma7=g=D; Cons09.. w11+0.636*w12+w21+0.6*w22+w31+0.556*w32+w41+w42+w51+0.667*w52+w61+0.944*w62-u1-Sme7=l=-D; Cons10.. w11+w12+0.091*w13+w21+0.867*w22+w31+0.444*w32+w41+w42+0.714*w43+w51+w52+0.565*w53+w61+w62+0.125*w63-u2+Sma8=g=D; Cons11.. w11+w12+0.091*w13+w21+0.867*w22+w31+0.444*w32+w41+w42+0.714*w43+w51+w52+0.565*w53+w61+w62+0.125*w63-u1-Sme8=l=-D; Cons12.. w11+0.227*w12+w21+0.367*w22+0.667*w31+w41+0.286*w42+w51+0.778*w61-u2+Sma9=g=D; Cons13.. w11+0.227*w12+w21+0.367*w22+0.667*w31+w41+0.286*w42+w51+0.778*w61-u1-Sme9=l=-D; Cons14.. w11+w12+0.545*w13+w21+0.967*w22+w31+w32+0.1*w33+w41+w42+w43+w51+w52+0.913*w53+w61+w62+w63-u2+Sma10=g=D; Cons15.. w11+w12+0.545*w13+w21+0.967*w22+w31+w32+0.1*w33+w41+w42+w43+w51+w52+0.913*w53+w61+w62+w63-u1-Sme10=l=-D; Cons16.. w11+0.833*w21+0.944*w31+w41+0.727*w51+w61-u2-Sme11=l=-D; Cons17.. w11+0.5*w21+0.667*w31+0.5*w41+0.909*w51+0.667*w61-u2-Sme12=l=-D; Cons18.. 0.917*w11+0.833*w21+w31+0.111*w32+w41+0.143*w42+w51+0.444*w52+w61+0.222*w62-u2-Sme13=l=-D; Cons19.. w11+0.091*w12+w21+w31+0.75*w41+w51+0.778*w61-u2-Sme14=l=-D; Cons20.. 0.083*w11+0.333*w21+0.444*w31+0.417*w41+0.364*w51+0.333*w61-u2-Sme15=l=-D;

Pesso01.. w11+ w12+ w13 =l=1/6; Pesso02.. w21+ w22+ w23 =l=1/6; Pesso03.. w31+ w32+ w33 =l=1/6; Pesso04.. w41+ w42+ w43 =l=1/6; Pesso05.. w51+ w52+ w53 =l=1/6; Pesso06.. w61+ w62+ w63 =l=1/6;

Model transport /all/ ; solve transport using lp minimizing z ; display u1.l, u2.l, w11.l, w12.l, w13.l, w21.l, w22.l, w23.l, w31.l, w32.l, w33.l, w41.l, w42.l, w43.l, w51.l, w52.l, w53.l, w61.l, w62.l, w63.l ;

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APÊNDICE D – LÓGICA DO PROGRAMA SUGERIDO PARA ENCONTRAR O ERRO MÍNIMO.

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ANEXO A – ALGORITMO PARA DEFINIÇÃO DOS SUBINTERVALOS

. O algoritmo apresentado neste anexo foi proposto por Doumpos e Zopounidis (2002 - 2).

Deve ser aplicado a todos os critérios nos quatro passos a seguir:

• Passo 1 – Ordenar todas as alternativas do conjunto de referência de acordo com sua

performance em cada critério, da menor avaliação a maior. Definir um número

mínimo de alternativas que pertençam a um subintervalo sendo igual a zero (�=0).

• Passo 2 – Criar subintervalos consecutivos [ ]1, +h

i

h

i gg de forma que a alternativa que

tenha avaliação igual a h

ig pertença a um subintervalo diferente da alternativa que

possua avaliação igual a 1+h

ig .

• Passo 3 – Verificar o número de alternativas que pertencem a cada subintervalo

formado no passo 2. Se o número de alternativas for menor do que � então junte este

subintervalo com o anterior.

• Passo 4 – Verificar se o número de subintervalos ultrapassa o número de premissas do

modelo �−

=

++1

21 2

q

k

qk mmm caso ultrapasse incrementar o valor de � em 1 e retornar ao

passo 3, caso contrario encerrar o procedimento.