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Fatores cruciais da conjuntura políticaExecutivo: encaminhamento
de agenda na política
econômica.
Legislativo: preservação da
coalizão pró-Temer e reações
à Lava-Jato.
Partidos: mudança estrutural
do sistema partidário.
Sistema de justiça: operação
Lava-Jato e julgamento da
chapa Dilma-Temer.
Sociedade civil: mobilizações
contra o governo e suas
políticas.
A Presidência pemedebista
Temer é político hábil e experiente, mas
desprovido de carisma e legitimidade
eleitoral.
Sua experiência política foi do lado ”da
demanda”; terá de se adaptar ao lado ”da
oferta” – PMDB fica dos dois lados do
balcão.
Partido leva adiante agenda que nunca
construiu, mas incorporou na onda reativa
aos governos petistas e à crise
econômica.
Base congressual do governo é a mesma dos governos anteriores: partidos de adesão.
Congresso atual é celeiro de políticos medíocres: desapareceu o “alto clero”: ”lumpemparlamentariado”.
Montagem da base do governo Temer revela os limites que o atual Congresso impõe a qualquer governo.
Investigações da Lava-Jato podem afetar personagens chave da base governistas: corruptos, porém com capacidade de articulação institucional (PMDB).
Eduardo Cunha era exceção a este padrão: liderança predatória.
O Congresso de sempre
Partidos Bancada na Câmara Bancada no Senado % Câmara % Senado Peso Ponderado
1 PMDB 67 19 13,1% 23,5% 18,3%
2 PP 47 7 9,2% 8,6% 8,9%
3 PR 42 4 8,2% 4,9% 6,6%
4 PSD 35 4 6,8% 4,9% 5,9%
5 PTB 18 3 3,5% 3,7% 3,6%
6 PRB 22 1 4,3% 1,2% 2,8%
7 PSC 7 2 1,4% 2,5% 1,9%
8 SDD 14 0 2,7% 0,0% 1,4%
9 PTN 13 0 2,5% 0,0% 1,3%
10 PV 6 1 1,2% 1,2% 1,2%
11 PROS 7 0 1,4% 0,0% 0,7%
12 PHS 7 0 1,4% 0,0% 0,7%
13 PTC 0 1 0,0% 1,2% 0,6%
14 PEN 3 0 0,6% 0,0% 0,3%
15 PTdoB 3 0 0,6% 0,0% 0,3%
16 PSL 2 0 0,4% 0,0% 0,2%
17 PMB 2 0 0,4% 0,0% 0,2%
18 PRP 1 0 0,2% 0,0% 0,1%
19 PRTB 1 0 0,2% 0,0% 0,1%
20 PT 58 10 11,3% 12,3% 11,8%
21 PDT 19 3 3,7% 3,7% 3,7%
22 PCdoB 11 1 2,1% 1,2% 1,7%
23 PSDB 50 7 9,7% 8,6% 9,2%
24 DEM 27 11 5,3% 13,6% 9,4%
25 PPS 8 4 1,6% 4,9% 3,2%
26 PSB 33 16 6,4% 19,8% 13,1%
27 PSOL 6 1 1,2% 1,2% 1,2%
28 Rede 4 1 0,8% 1,2% 1,0%
Totais 513 81 100,0% 100,0% 100,0%
A agenda do governo e da coalizão
PEC do teto de gastos: aprovada sem maiores dificuldades, altera a estrutura do conflito sobre o orçamento público.
Hoje temos conflito distributivo.
Passaremos a ter um conflito redistributivo.
Corporações estatais tendem a ser postas na berlinda.
Excessiva rigidez e prazo longo são obstáculos menores num país que já emendou a Constituição mais de 100 vezes.
Reforma previdenciária: bem mais difícil de ser aprovada, porém auxiliada pelo problema produzido pela PEC do teto de gastos.
Base do governo é fundamentalmente fisiológica e afetada por problemas de corrupção.
Sua agenda refletirá isto de alguma forma, mas nem todas as medidas são ruins.
Anistia ao Caixa 2 em eleições passadas.
Retaliação ao Judiciário e ao Ministério Público no projeto do Senado: correção de excessos.
Reforma política que reduz o peso dos pequenos partidos e a fragmentação partidária.
Resistência a limitar ganhos da própria classe política.
A agenda do governo e da coalizão
A Situação dos PartidosPrincipais partidos.
Perdeu 60% dos prefeitos nas últimas eleições: 10º em número de prefeitos.
Na média da população governada por seus prefeitos, ocupa o 11º lugar – virou partido de pequenos municípios.
Esclerose organizacional
Perda de apoio social
Cresceu nas últimas eleições municipais: 2º maior partido.
Disputa entre lideranças prossegue.
Aécio perdeu em seu estado, novamente.
Alckmin ganha força.
Maior partido em nível municipal.
Cresceu em cidades médias.
Segue sendo partido complicado
com problemas judiciais.
PARTIDOS EM NÚMERO DE PREFEITOS
ELEITOSELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2016
10
29
78
9
53
8
49
2
411
33
2
29
6
26
4
25
9
25
4
11
7
10
3
10
0
87
10
38
80
3
54
0
49
2
41
5
33
5
29
9
26
6
26
1
25
4
12
2
10
5
10
3
87
PMDB PSDB PSD PP PSB PDT PR DEM PTB PT PPS PRB PV PSC
14 MAIORES PARTIDOS EM PREFEITURAS
1º turno 2016 2º turno 2016
PARTIDOS PELA MÉDIA DA POPULAÇÃO
GOVERNADAELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2016
-
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
100.000
PRB PPS PSDB DEM PSB PDT PMDB PR PTB PSD PT PP
media pop governada
Crise de Legitimidade persiste
Escândalos de corrupção não geram apenas problema judicial e político-partidário, mas também de legitimidade.
Cidadãos descreem cada vez mais dos políticos e das instituições representativas.
Políticos carecem de legitimidade para tomar decisões.
Investidores desconfiam das ações do governo e do uso dos recursos públicos.
Imagem do país é arranhada internacionalmente.
Dinâmica social e política geral nas democracias, bem como crise de legitimidade dos políticos reforçam papel do sistema de justiça.
Corporativismo dos atores judiciais e clamor social por justiça a qualquer preço tornam sua atuação ainda menos sujeita a limites.
Excessos de juízes de primeira instância.
Perseguição a críticos.
Promotores ávidos por implementar agendas próprias.
Políticos-juízes não são necessariamente políticos hábeis ou responsáveis: disputa política impõe restrições e necessidades particulares.
Judicialização da política e politização da justiça
Lava-Jato: fonte de imprevisibilidade continuará
Efeitos de novas delações e da acusação pelo PGR aumentam a incerteza:
Instabilidade na base, se novos membros de partidos aliados forem acusados.
Lideranças do PMDB com capacidade de articulação institucional foram alvejadas (Jucá, Renan, Geddel, Moreira Franco etc.).
Alvo deixa paulatinamente de ser o PT e inclui outros partidos, em especial o PMDB.
Eventual prisão de Lula pode causar grande tumulto social.
Judiciário e MP não são só Lava-Jato
Medidas de auto-anistia pelos congressistas podem produzir
reação do STF: há precedente da época de FHC.
Se isto ocorrer, tensão entre os Poderes deverá
aumentar.
Julgamento das contas de campanha da chapa Dilma-
Temer pode produzir mais instabilidade e nova mudança na
chefia de governo.
Outros juízes pelo país adotam procedimentos mais duros,
motivados pela Lava-Jato: efeito demonstração.
Moraes no STF ajuda governo, mas não resolve todos os
problemas.
A sociedade civilImpeachment de Dilma e
fragorosa derrota eleitoral do
PT desmobilizaram os novos
ativistas de rua, de oposição ao
petismo.
Esquerda e movimentos a ela
ligados voltam a ganhar
protagonismo.
Medidas duras de ajuste
podem reavivar mobilizações
capitaneadas pela esquerda
sindical e não sindical.
Repressão policial tem sido
cada vez mais dura: risco de
violência letal e comoção.
Crise nos estados pode
produzir dinâmica mobilizatória
independente do que ocorrer
no âmbito federal, mas capaz
de produzir efeitos em cadeia
de alcance nacional.
Considerações Finais
Cenário prospectivo é de ainda de grande incerteza.
Armistício dos grandes veículos de imprensa com o atual governo e apoio a reformas, aproveitando momento de crise econômica, podem facilitar a concretização de uma agenda de mudanças.
Novo governo dispõe de maioria Congressual, mas sua natureza fisiológica a torna descomprometida de reformas mais profundas no longo prazo.
Falta de legitimidade eleitoral do novo governo também o fragiliza como propositor de reformas mais controversas; crise ajuda.
Compromisso de não disputar a reeleição facilita a obtenção de apoios que superem o fisiologismo dos partidos de adesão.
Sucesso da política econômica pode proporcionar fôlego ao governo, mas o tempo é pouco e no curto prazo as medidas são duras.
Temer é capaz para liderar coalizão, mas seu governo começa sem dar sinais de qualquer renovação política; pelo contrário.