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Clipping de notícias Recife, 03 de abril de 2017.

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Recife, 03 de abril de 2017.

Recife, 1º de abril de 2017.

Recife, 02 de abril de 2017.

Recife, 01 de abril de 2017.

Recife, 03 de abril de 2017.

Recife, 03 de abril de 2017.

Recife, 02 de abril de 2017.

31/03/2017

Chapéu de Palha da Pesca inicia cadastramento pelo Sertão e Agreste Trabalhadores de 37 municípios podem se inscrever entre 3 e 6

de abril O Chapéu de Palha inicia, nesta segunda-feira (3/04), o cadastramento para os beneficiários da

modalidade Pesca Artesanal residentes nos municípios do Agreste e Sertão. As inscrições para a

edição 2017 do programa acontecem até o dia 6 de abril em cada um dos 37 municípios

beneficiados. Este é o 11º ano consecutivo do programa, desde que foi reeditado pelo Governo do

Estado em 2007, sendo que a modalidade da pesca foi instituída a partir de 2011. O Chapéu de Palha

é coordenado pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag). Para participar do Chapéu de Palha o trabalhador ou trabalhadora da pesca artesanal precisa ter mais

de 18 anos e não receber benefícios do INSS e do Defeso. Também é necessário ser morador de um

dos 37 municípios que participam do programa no Sertão e no Agreste. Atendendo estes pré-

requisitos, o candidato deve comparecer, entre os dias 3 e 6 de abril, aos locais de cadastramento

com a seguinte documentação: originais e cópia da carteira de identidade, CPF, carteira de trabalho,

comprovante de residência, registro geral da atividade pesqueira e o cartão cidadão ou o cartão do

Bolsa Família. Para saber sobre os locais de cadastro ou tirar qualquer dúvida, o interessado pode

ligar gratuitamente para o número 0800.282.5158. As 37 cidades do Sertão e Agreste beneficiadas pelo Chapéu de Palha são: Afogados da Ingazeira,

Afrânio, Águas Belas, Araripina, Belém do São Francisco, Belo Jardim, Bodocó, Bonito, Brejo da

Madre de Deus, Cabrobó, Cumaru, Custódia, Feira Nova, Floresta, Frei Miguelinho, Gameleira,

Ibimirim, Iguaraci, Itacuruba, Jatobá, Lagoa do Carro, Lagoa de Itaenga, lagoa Grande, Limoeiro,

Moreno, Parnamirim, Paudalho, Pedra, Pesqueira, Petrolândia, Petrolina, Poção, Riacho das Almas,

Santa Maria da Boa Vista, Serra Talhada, Serrita e Venturosa. Durante o período em que ficam impossibilitados de pescar, os trabalhadores inscritos no Chapéu de

Palha recebem uma bolsa complementar ao programa federal Bolsa Família de até R$ 256,42.

Márcio Stefanni, secretário de Planejamento e Gestão, ressalta a determinação do governador Paulo

Câmara em manter o programa mesmo em um período de restrição fiscal. “Nunca foi uma opção não

continuar com o Chapéu de Palha. Mesmo com as dificuldades, o programa é uma prioridade do

Governo e todo o esforço possível é feito para não mexer em nada, nem em valores nem no número

de beneficiados”, explicou Márcio. Só em 2015 e 2016, o Chapéu de Palha da Pesca beneficiou 17.457 pessoas. Em todas as

modalidades, nos primeiros dois anos do governo Paulo Câmara, quase 100 mil pessoas participaram

do programa. Em 2017, já foi realizado o cadastramento do Chapéu de Palha da Fruticultura

Irrigada, em janeiro, quando 7.287 pessoas se inscreveram. O cadastramento para os beneficiários da

Pesca Artesanal que moram nos municípios do Litoral acontece entre os dias 24 e 27 de abril. Já os

trabalhadores que se encaixam no Chapéu de Palha Cana de Açúcar poderão se inscrever no

programa de 8 a 12 de maio, na Mata Norte, e entre 22 e 26 de maio, na Mata Sul.

03/04/2017

Agenda proveitosa – O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, na sua agenda da

semana passada em Brasília, foi recebido por Michel Ferraz, Diretor do Ministério da

Agricultura, Duque foi tratar sobre a implantação de um novo abatedouro de animais,

que pode atender Serra Talhada e outras cidades da região. “Michel tem sido um grande

parceiro para nosso município, ele assegurou a liberação de 200 kit de irrigação, que

serão disponibilizados para agricultores familiares, que vai proporcionar uma grande

transformação na zona rural do município, e vai gerar ainda mais desenvolvimento e

renda, melhorando cada vez mais a vida das pessoas”, disse Duque.

03/04/2017 MOVIMENTO SINDICAL RURAL DEBATE ESTRATÉGICAS DE

RESISTÊNCIAS E LUTA CONTRA AMEAÇAS AOS DIREITO

DOS/AS TRABALHADORES/AS

A Fetape realiza, nesta segunda-feira, a primeira reunião de 2017 do seu Conselho

Deliberativo. Esse é um espaço importante para o Movimento Sindical dos

Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Pernambuco (MSTTR), pois é nele que

são realizados debates e encaminhamentos fundamentais para o fortalecimento da luta

pela defesa e ampliação de direitos dos homens e mulheres do campo. A atividade, que

deve reunir cerca de 400 lideranças sindicais de todas as regiões do estado, acontece no

Centro Social da Federação, em Carpina, e terá início às 9h, com uma análise de

conjuntura, que contará com exposições dos senadores José Pimentel, que é ex-ministro

da Previdência, e Humberto Costa.

Entre as pautas abordadas pelas lideranças Sindicais estão, especialmente, a realização

da Audiência Pública Estadual sobre a Reforma da Previdência (PEC 287), que está

marcada para o dia 17 de abril, na Assembleia Legislativa; mesma data do Grito da

Terra Pernambuco, momento em que se espera do Governo do Estado o retorno sobre

várias reivindicações do Movimento Sindical Rural e de um conjunto de Movimentos e

Organizações Sociais que atuam no campo. Para essas duas ações, estão sendo

mobilizados mais de 5 mil participantes.

As lideranças presentes farão, ainda, um balanço das audiências públicas sobre a

Reforma da Previdência que vêm acontecendo nos municípios, e que têm reunido

centenas de trabalhadores e trabalhadoras em cada localidade. Essas iniciativas já

ocorreram em mais de 60% das cidades do estado, e a proposta do conjunto do MSTTR

é atingir 100% (184 municípios). Uma campanha de Sindicalização e contra a PEC 287

também está entre as pautas do Conselho, que vai até o meio dia da terça-feira.

31/03/2017 CHUVA SUPERA PREVISÃO DA METEOROLOGIA E

CAUSA PREJUÍZOS EM AFOGADOS DA INGAZEIRA

Os institutos de meteorologia faziam previsão 36mm de chuva em Afogados da

Ingazeira para a 5ª feira. A chuva caiu e a precipitação pluviométrica somou 62mm. O

grande volume de água alagou ruas nos bairros Costa e S. Braz, Av. Manoel Borba,

Diomedes Gomes, Euclides Torres Ramos e derrubou parte da parede do Centro

Desportivo Municipal. A chuva caiu forte também em cidades como Tabira,

Tuparetama, Itapetim, São José do Egito, Iguaraci e Serra Talhada. Em Carnaíba, a

chuva também foi muito forte somando 52mm. Na Rua Nova, importante artéria da

cidade, a imagem da rua deu a dimensão da força das chuvas. Era muita água

percorrendo sua extensão.

Na zona rural choveu no Leitão, Góes 93mm, Capim Grosso 71mm(Barragem no Pajeú

está sangrando e a do Chinelo que abastece Carnaíba deve receber água hoje), Riacho

do Peixe foram 80mm, Várzea da Cruz, Serra Branca(Carnaíba), Serra de Zuza, Cajá,

Matolotagem e Fátima de Flores, Caldeirão Dantas(Tabira) 23mm; Encruzilhada de

Afogados 52mm.(Por: Anchieta Santos)

03/04/2017

Semana começa em Petrolina com possibilidade

de chuva, diz meteorologia

A semana começa com possibilidade de

chuva leve em Petrolina. É o que apontam os principais institutos de meteorologia do

país. No decorrer da semana, no entanto, o céu deve variar entre parcialmente nublado e

ensolarado.

A temperatura mínima deve oscilar de 22ºC a 23ºC, e a máxima de 30ºC a 34ºC.

03/04/2017 Interior | Sertão

Meteorologia

Sertão de PE registra chuvas no primeiro fim de semana de abril O fim de semana foi de chuvas para os moradores do Sertão de Pernambuco. Foram

registradas precipitações em Serra Talhada, Floresta, Calumbi, Triunfo, Petrolina, entre

outros municípios. O mês de abril é o último da quadra chuvosa na região.

De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), das 9h de sábado

(1º) às 6h de domingo (2), foram 36 mm de precipitação em Floresta, 5,2 mm em Serra

Talhada; 4,2 mm em Petrolina; 2,4 mm em Ibimirim e 1,4 mm em Arcoverde.

Ainda segundo a Apac, das 9h de domingo (2) até às 6h desta segunda-feira (3), foram

17 mm de chuvas em Ouricuri; 14,4 mm de chuvas em Floresta, 7,6 mm em Serra

Talhada; 3,8 mm em Ibimirim e 2 mm em Arcoverde.

Nas estações do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), foram registrados, da

sexta para o sábado, 41 mm em Serra Talhada; 30 mm em Triunfo; 29,3 mm em

Calumbi, entre outros. Do sábado para o domingo, as maiores chuvas foram em

Custódia (47,33 mm); Floresta (39 mm) e Serra Talhada (31 mm). Do domingo para a

segunda, a maior chuva foi em Calumbi, onde choveu 70 mm. Em Betânia, foram 40

mm e em Floresta, 28,8 mm.

De acordo com o meteorologista da Apac Fabiano Prestrelo, as chuvas de até 20 mm

são consideradas fracas. A precipitação deste fim de semana é considerada comum para

esta época do ano. "Abril é o último mês do período chuvoso no Sertão", afirma.

Ainda segundo o meteorologista, as chuvas dos últimos três meses foram poucas em

relação ao que era esperado pelos institutos. A previsão é de que o mesmo aconteça nos

próximos meses.

02/04/2017

Nordeste em emergência: histórias de uma seca sem fim Em 5 anos, quase 80% das cidades da região decretam

emergência ou calamidade por seca. G1 conta o que os

habitantes de cada um dos nove estados do Nordeste

fazem para sobreviver

Gado morrendo. Barragens sem uma gota de água. Rio virando mar. É tanta secura que

até os cactos estão sentindo. Para quem passa despercebido pelo interior do Nordeste, o

horizonte seco e monocromático pode parecer o mesmo de sempre, mas um segundo

olhar revela os açudes vazios, a terra rachada e as carcaças dos animais.

É a seca. Mas não uma seca qualquer. Desde 2012, a região passa por poucas chuvas,

perdas de safras e baixa vazão de água nos rios, e está caminhando para o sexto ano

seguido de estiagem severa em 2017.

Neste período, quase 80% das cidades do Nordeste decretaram estado de emergência ou

de calamidade por seca ou por estiagem pelo menos uma vez, segundo levantamento

feito pelo G1 com base em dados do Ministério da Integração Nacional. Em quatro dos

nove estados da região, o percentual de cidades com decretos é superior a 90% nestes

cinco anos.

No Piauí, com alarmantes 98,2%, apenas quatro cidades não entraram em emergência.

Já no Ceará, as precipitações estão tão baixas que a Fundação Cearense de Metereologia

e Recursos Hídricos (Funceme) crava: é a pior seca da história do estado. "É uma seca

agrícola, uma seca hidrológica. A água que entra nos reservatórios não é suficiente para

repor as necessidades das pessoas", afirma Eduardo Martins, presidente da fundação.

O Monitor de Secas, um programa que acompanha as condições de seca no Nordeste

com o apoio de instituições como a própria Funceme, mostra que, em fevereiro de 2017,

as chuvas conseguiram abrandar a gravidade da situação em relação a meses anteriores,

principalmente em estados mais ao norte, como o Maranhão. Mas o mapa segue

majoritariamente vermelho intenso, indicando a existência de seca extrema e

excepcional em grande parte do Nordeste.

Comparação de mapa de seca do Nordeste entre janeiro e fevereiro (Foto:

Divulgação/Monitor de Secas)

Um fraco La Niña no final do ano passado trouxe a expectativa de chuva em 2017, mas,

segundo o professor Humberto A. Barbosa, coordenador do Laboratório de Análise e

Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas

(Ufal), a temperatura da superfície do Pacífico equatorial encontra-se em elevação desde

janeiro, o que pode indicar novos períodos de seca pela frente.

“Essa característica oceânica indica possibilidade de ocorrência de El Niño, fenômeno

diretamente ligado às secas no Nordeste brasileiro. Embora as projeções não sejam

consensuais, as tendências indicam que, no período de abril a junho, o El Niño

possivelmente influenciará no clima do Nordeste brasileiro, ocasionando mais secas”,

afirma.

E, segundo Eduardo Martins, se as condições metereológicas desfavoráveis

continuarem, as preocupações dos especialistas já se deslocarão para a fase chuvosa de

2018.

"É um problema contínuo. Tem que ter uma visão de médio e longo prazo. Não tem que

pensar só no atendimento naquele momento. A gente pode ser surpreendido", afirma.

"Precisamos pensar em um programa de eficiência ligado à água, para ter transferências

entre reservatórios, para diminuir os percentuais de perda. Também é preciso trabalhar

mais com culturas de ciclo curto, que não são tão vulneráveis ao clima. Além disso, há

uma ausência de esforço de comunicação com a população para diminuir o desperdício.

Na região litorânea, com grandes cidades, as pessoas não percebem a gravidade da

situação."

Mas o que os números e os estudiosos não mostram, apenas indicam, é o sofrimento do

povo do semiárido nordestino, que enfrenta com força, resiliência e, muitas vezes, com

desespero, as consequências da seca.

O G1 mostra, em uma série de reportagens, uma pequena amostra da realidade vivida

por esse povo - e as muitas saídas que encontra para conseguir sobreviver. Confira as

histórias, contadas em cada um dos nove estados do Nordeste brasileiro.

Alagoas

Mar tem avançado sobre as águas do Rio São Francisco, forçando os ribeirinhos a

navegar rio acima para conseguir estocar garrafões de água potável (Foto: Jonathan

Lins/G1)

Morar à beira do Rio São Francisco poderia ser considerado um privilégio por

pescadores, mas um fenômeno conhecido como salinização tem provocado uma

mudança na rotina de ribeirinhos de Piaçabuçu, em Alagoas. A seca fez a hidrelétrica de

Sobradinho, na Bahia, reduzir a vazão ao menor nível da história. Com menos água no

leito do rio, o reflexo é sentido na foz do São Francisco, onde o mar avança cada vez

mais, tornando salgada a água doce. Por conta disso, os ribeirinhos navegam até seis

horas para levar água potável para casa.

Bahia

Seu Antônio alimenta com mandacaru os animais em Feira de Santana, no interior da

Bahia (Foto: Alan Tiago Alves/G1)

De um lado, o solo árido não permite que as plantações vinguem; de outro, animais

debilitados por fome e sede se reduzem a carcaças. É nesse cenário que seu Antônio, de

70 anos, cuida do único cajueiro que sobreviveu à estiagem e dos mandacarus, que

servem de alimento para seus animais. Não muito longe dali, Bernadete, de 46 anos,

também é um dos mais de 4,1 milhões afetados pela seca no estado. Para conseguir

manter os cinco filhos vivos, usou a água suja e esverdeada de um tanque durante

meses. "Tem gosto de pé de animal", diz.

Ainda no interior da Bahia, a estiagem transformou o polo mundial de sisal em um

"cemitério verde" e acabou com o sustento de muita gente. É o caso de Zé Maria, que há

décadas vive da sua roça. É com nostalgia, porém, que, agora, percorre o solo ressecado

pela falta de chuva. "Quando entra a seca, acaba tudo."

Ceará

Sem produção por causa da seca, Francisco de Assis levou meses para juntar R$ 100

para fazer um suposto seguro. (Foto: André Teixeira/G1)

Além de perder as plantações e sofrer com a falta de água, a população do Ceará ainda

enfrenta outro problema: golpes que desviam serviços, benefícios e verbas que iriam

para os flagelados pela pior seca do estado em 100 anos. Depois de penar com a família

para conseguir poupar, Francisco de Assis de Freitas, de 55 anos, entregou R$ 100 para

um homem que dizia ser do governo e que faria um seguro de safra. Depois de entregue

o dinheiro, porém, o homem sumiu. Já Maria Fernandes da Silva entregou R$ 30 para

um suposto agente do Bolsa Família que prometia aumentar o benefício. "Ele enganou

mais de 15 pessoas com esse cadastro", lamenta.

Maranhão

Nível dos rios aumentou após chuvas amenizar a seca no Maranhão (Foto:

Reprodução/TV Mirante)

Depois de ter seca considerada extrema em mais da metade do seu território, o

Maranhão encontrou alívio com as chuvas dos primeiros meses de 2017. Por ter parte

do seu bioma na região amazônica e precipitações mais generosas, o Maranhão foi o

estado com menos cidades com decreto de calamidade ou emergência por causa da seca

que atinge o Nordeste nos últimos cinco anos.

Paraíba

Vila da Ribeira, distrito de Cabaceiras, está em processo de desertificação (Foto:

Reprodução/Lapis/INSA)

Além da seca, que já vem afligindo os paraibanos há cinco anos, outro problema ameaça

o solo e a vegetação do estado. Só que, desta vez, o processo é irreversível. A Paraíba é

o estado brasileiro mais afetado, proporcionalmente, pela desertificação - processo de

degradação ambiental que torna as terras inférteis e improdutivas. Isso faz com que a

população ocupe novos territórios em busca de sobrevivência. Pesquisadores apontaram

que, desde 2010, a seca tem contribuído para a expansão das áreas susceptíveis à

desertificação.

Pernambuco

Seca castiga os canaviais da região da Zona da Mata de Pernambuco (Foto: Marlon

Costa/Pernambuco Press)

O pernambucano Roberval Germano, de 39 anos, só tem um desejo: a chegada da

chuva. Vivendo da cana durante toda sua vida, ele reza para que a seca que castiga os

canaviais da região da Zona da Mata não seja capaz de cessar a sua única fonte de

renda. A situação é a mesma no Agreste do estado, onde o agricultor Luiz Carlos Silva,

que sempre sustentou a família com plantações de milho e feijão, não sabe mais o que

fazer. "Não tem água. Não tenho onde plantar", diz, lamentando o solo seco e rachado

que predomina na barragem de Jucazinho há meses.

O casal Manoel e Maria Gercília apenas não compartilha as angústias de Roberval e

Luiz Carlos por causa da instalação de um sistema, o bioágua, que reaproveita a água

usada no chuveiro e na pia da cozinha para irrigar suas plantas. Em meio à secura, eles

produzem acerola, goiaba, banana, pinha e romã.

Piauí

Sertanejos lucram com poços particulares no semiárido do Piauí (Foto: Catarina

Costa/G1 PI)

Com reservatórios secos, a população de Pio IX sofre as consequências da estiagem. Na

zona rural, o abastecimento das cisternas é feito por caminhões-pipa, que demoram dois

meses para retornar a uma localidade. Por isso, os moradores pagam R$ 1 por um balde

de água e até R$ 130 por uma carrada (cerca de 8 mil litros) para conseguir sobreviver.

Enquantos uns sofrem, porém, outros sertanejos lucram com poços particulares. As

vendas estão tão favoráveis que o empresário Aldemar Arrais pretende abrir um clube

com piscinas. "Nem vejo lucro, mas uma opção de lazer para a população de Pio IX,

que sofre tanto com a falta de água", diz.

Rio Grande do Norte

Francisca Ferreira depende de uma moradora do bairro que tem poço e revende água

(Foto: Thyago Macedo

Pela primeira vez na história, Natal passa por um racionamento de água. O rodízio

atinge cerca de 70% dos 350 mil habitantes da Zona Norte da cidade, a região mais

populosa da capital. “Nunca vivemos uma coisa dessas, a gente não tem água”, diz dona

Francisca Ferreira, de 65 anos. Moradora de uma casa simples, ela depende de uma

vizinha que tem um poço e revende água. O racionamento a obriga a escolher o dia que

lavará roupa, o dia que tomará banho e o dia que terá água potável para beber.

Sergipe

Ribeirinhos apelam para a fé para tentar melhorar a situação da seca (Foto: Haleph

Ferreira)

No Baixo São Francisco, a seca mexe com a rotina dos ribeirinhos, que pouco a pouco

acompanham o desaparecimento de importantes reservas hídricas. Se a natureza dá

sinais de cansaço, a fé entra como último recurso para amenizar o sofrimento. O jovem

Haleph Ferreira resolveu fazer uma oração às margens da Lagoa Salomé, pedindo a

intercessão de Nossa Senhora Aparecida para mudar o cenário da seca. Com a água

baixando, os peixes estão morrendo.

02/04/2017

Barragem de Brotas inicia recuperação após chuvas

As boas chuvas que tem caído na região do Pajeú finalmente começaram a impactar o

maior reservatório de Afogados da Ingazeira, a Barragem de Brotas, concebida na

década de 70 para dar segurança hídrica à cidade.

Imagens enviadas pelo vereador Augusto Martins ao blog mostram um cenário diferente

do visto há dias atrás, quando o leito de Brotas estava totalmente seco.

É pouco diante da capacidade total do reservatório, mas aumenta a esperança de um ano

melhor, depois de anos de seca que fizeram no início deste ano a Barragem chegar ao

colapso total.

Segundo estimativa preliminar do vereador, é possível que o volume atual esteja na casa

dos 5%. A Compesa ainda não avaliou tecnicamente a possibilidade de voltar a usar a

água de Brotas para dar suporte à distribuição em Afogados e Tabira. Atualmente, com

dificuldade, as Adutoras do Pajeú e Zé Dantas cumprem esse papel.

31/03/2017

Adutoras do Pajeú e Zé Dantas voltam a funcionar e abastecimento d’água é retomado em Afogados

Após mais um problema na estação 3 em Carqueja a Compesa conseguiu solucionar o

problema na Adutora do Pajeú e o sistema voltou a operar normalmente na tarde desta

6ª feira em Afogados da Ingazeira. O sistema adutor Zé Dantas também apresentou

problema de estouramento e foi solucionado no início desta tarde.

O abastecimento voltará pelos bairros São Sebastião, São Francisco, Planalto e Ponte.

Segundo Washington Jordão, coordenador de distribuição da Compesa a cidade terá que

esperar um pouco mais pela normalização do abastecimento, uma vez que houve vários

problemas ao longo desta semana e os reservatórios estão praticamente todos secos.

02/04/2017

Em plena seca, famílias de PE mantêm plantação verde com 'bioágua' Tecnologia reaproveita água do chuveiro e da pia da

cozinha para irrigação. Manoel e Maria produzem acerola,

goiaba, banana e pinha no Sertão de PE.

Manoel e Maria Gercília estão conseguindo plantar mesmo com a Seca (Foto:

Juliane Peixinho/ G1) No Sertão de Pernambuco, Manoel e Maria Gercília produzem acerola, goiaba, banana,

pinha e romã apesar dos quase cinco anos de estiagem na região. A família, que reside

na comunidade de Sítio Santa Fé, na Zona Rural de Santa Filomena, uma das 36 cidades

pernambucanas em estado de emergência pela seca, tem conseguido manter o verde da

plantação graças ao sistema de 'bioágua', uma tecnologia que reaproveita as 'águas

cinzas', usadas no chuveiro e na pia da cozinha, para a irrigação de plantas frutíferas e

hortaliças.

O G1 mostra, em uma série de reportagens, uma pequena amostra da realidade vivida

na região - e as muitas saídas que encontra para conseguir sobreviver. Confira aqui as

histórias, contadas em cada um dos nove estados do Nordeste brasileiro.

Maria Gercília consegue ter água para

irrigar a plantação após o sistema de bioágua (Foto: Juliane Peixinho/ G1) Maria Gercília Alves da Silva tem 56 anos e há 33 anos é casada com Manoel Pereira

Barros, de 58 anos, mais conhecido como 'Nequinho', com quem teve oito filhos. Há

dois anos, a propriedade do casal em Santa Filomena recebeu da ONG Caatinga um

bioágua familiar. O sistema possibilita o reúso da água através de um processo de

filtragem.

A partir do sistema, 130 litros de água gastos em média pela família passaram a ser

levados para irrigar a plantação. “Antes, a gente estava comprando água, e uma carrada

de água estava R$70. Não tinha condição de comprar para molhar as plantas. Nós

tínhamos uma plantação de banana que se acabou. Agora, ficaram só as outras plantas,

as goiabeiras, acerola, graviola e pinha, e nós sustentamos essas plantas com a água do

bioágua”, conta a agricultora.

Manoel acreditava que o sistema era difícil,

mas logo se adaptou ao bioágua (Foto: Juliane Peixinho/ G1) Segundo Manoel, é o sistema que mantém a plantação viva. “Começou em 2014. Eu

achava difícil, mas depois de montado, eu vi que era mais fácil. O biágua é uma ajuda

boa, conseguimos plantar umas goiabas, pinha, romã e acerola. A gente vende e dá uma

renda. Se não fosse o biágua, não sei como a gente estava passando com essa seca”,

ressalta.

O sistema do biógua funciona de forma simples: a água que é utilizada pela família no

banheiro e na pia da cozinha é canalizada para uma caixa de coleta de gordura. Em

seguida, a água da caixa é direcionada para um cano em formato de 'garfo'. A sujeira é

decantada, e a água goteja em um primeiro filtro com um metro de profundidade e um

metro e meio de diâmetro. O filtro possui cinco camadas de materiais diferentes: pedras,

cascalho de pedras, areia, pó de serra, húmus de minhoca e carvão. Depois de filtrada, a

água segue para o segundo tanque, que tem um motor que bombeia o líquido para as

mangueiras que irrigam a plantação.

Já foram instalados 20 bióguas no Sertão do Araripe. De acordo com a técnica de campo

da ONG Caatinga, Kátia Rejane Holanda Lopes, a tecnologia foi trazida para a região

através de um intercâmbio com o projeto Dom Helder Camara, no Rio Grande do Norte.

“Em 2012, a ONG Caatinga reuniu um grupo de famílias de agricultores e levou para o

Rio Grande do Norte, que já tinha a tecnologia implantada, para conhecer e aprender a

fazer o sistema. Na volta da viagem, foram construídos dez bioáguas em várias

comunidades. [Instalamos] mais dez em um projeto que a gente trabalhou com jovens”,

explica.

Água para mohar a plantação não tem faltado com biágua (Foto: Juliane Peixinho/

G1) A implantação de um biógua familiar custa em torno de R$5 mil. Segundo a técnica de

campo, é uma tecnologia relativamente barata. A ONG faz a captação de recursos

através de editais de projetos. “Durante o período da seca, muitas famílias deixam de

produzir porque não tem água. O bioágua dá condição de que elas aproveitem a água

que naturalmente elas já usariam", afirma.

Sistema de biógua está sendo adaptado

para Escola Rural Ouricuri (Foto: Juliane Peixinho/ G1) A expectativa é que agora seja adaptado um grande bioágua na Escola Rural Ouricuri , e

que 414 alunos possam se beneficiar com as hortaliças irrigadas pela água do sistema. A

implantação já aconteceu em 2015, mas o equipamento precisou de mudanças por causa

da grande produção de água do local. “Nós usamos por uns seis meses, mas começou a

surgir problema por por conta da produção de água excedente. Agora, a gente está

repensando [o sistema] com a ONG Caatinga para que ele volte a funcionar”, relata a

gestora da escola, Ana Paula da Silva.

"Quando se fala em tecnologia, as pessoas pensam em celular, em computador, mas

essa é uma tecnologia de captação, tratamento e reúso de água cinzas", explica o

professor Joseilton Texeira Salviano, que participa da implantação do bioágua. "São

produzidos em torno de 300 litros de água por dia. A caixa [de gordura do sistema] não

comportava essa produção, então a gente quebrou e desativou para fazer adaptações",

esclarece.

Água usada para lavar a louça da escola será

aproveitada com reativação do bioágua (Foto: Juliane Peixinho/ G1) Ele defende que a tecnologia é viável para o semiárido nordestino. “Nós moramos em

uma região em que a precipitação é muito abaixo da média nacional. Aqui chove entre

600 e 900 milímetros quando é um ano bom. E como isso não vem acontecendo na

nossa região, reaproveitar qualquer água que você tem é viável. E ainda a gente utiliza

para produzir hortaliças que podem ser usadas na alimentação das crianças", afirma. "É

importante fazer que toda a família tenha uma estrutura dessa em sua casa.”

03/04/2017

Cadastro do Programa 'Leite de Todos' inicia nesta segunda (03) em Petrolina, PE Podem participar crianças, idosos, gestantes e nutrizes. Os

interessados devem ir a uma das unidades do Cras no município.

O Programa 'Leite de Todos', do Governo de Pernambuco, vai ampliar o número de

pessoas beneficiadas em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Os interessados podem

realizar o cadastro a partir desta segunda-feira (03) em uma das unidades do Centro de

Referência de Assistência Social (Cras) do município.

Podem participar do programa idosos a partir de 60 anos, gestantes com exames pré-

natal em dia, nutrizes, ou seja, mulheres que amamentam, até seis meses após o parto e

crianças de 6 meses a 6 anos de idade. O programa contempla uma pessoa por família e

oferece sete litros de leite num período de duas semanas. De acordo com o diretor de

Segurança Alimentar de Petrolina, Fausto Alencar, atualmente 200 famílias são

beneficiadas pelo programa no município, mas a intenção é aumentar este número para

400 famílias.

Para ser beneficiário do programa, é necessário possuir cadastro no Cras e apresentar o

Número de Identificação Social (NIS). A prioridade do benefícios é para crianças de

dois a sete anos de idade, que devem ter o controle de vacina em dia e certidão de

nascimento. A família beneficiade não pode ter renda maior que meio salário mínimo.

Ao todo, serão selecionadas 80 famílias por unidade do Cras.

Programa O Programa 'Leite de Todos', do Governo do Estado, busca reduzir as deficiências

nutricionais da população carente da região, através da doação de 1 litro de leite fluido

pasteurizado para uma pessoa da família, diariamente, no período de duas semanas. São

quatro litros na primeira semana e três na próxima. Atualmente, 159 municípos estão

sendo atendidos.

Unidades do Cras:

Cras do João de Deus: Rua 12, s/n.

Cras do José e Maria: Rua Tucuruí, nº 43.

Cras do Rio Corrente: Rua do Tamarindo (Rua 11), s/n.

Cras do Uruás: Rua Principal, s/n.

Cras de Rajada: Rua Vaz Filgueira, nº 180.

01/04/2017

Agricultores com plantio de cana-de-açúcar sofrem com a seca no Sertão Produtores lamentam ausência de chuvas em Santa Cruz

da Baixa Verde. Chuva este ano foi de 174,7 mm e no

período do ano passado foi 582,9 mm. Santa Cruz da Baixa Verde é o município com mais engenhos e produção de cana-de-

açúcar na região do Sertão do Pajeú. Mas, esta produção caiu devido à seca. O

agricultor Valdemir Adriano da Silva, por exemplo, diz que fabricação de rapadura caiu

pela metade. "Período de produção eram os doze meses do ano, agora conseguimos no

máximo 60 dias.

Até os coqueiros que Valdemir tinha morreram. E os que ainda vivem, não dão frutos.

De acordo com dados do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), a quantidade de

chuva registrada de janeiro a março deste ano foi de 174,7 mm, enquanto no mesmo

período do ano passado foi de 582,9 mm.

Agricultores sofrem com a seca no Sertão de PE (Foto: Reprodução/TV Asa

Branca) Nas terras do agricultor Modesto dos Santos Neto, a situação também não está boa.

"Desde 2005 a produção caiu muito. A gente moía 100 dias, hoje, apenas 30 dias",

afirmou. Segundo o IPA, o impacto das poucas chuvas neste tipo de plantio é

preocupante.

"Hoje, Santa Cruz da Baixa Verde, que tinha cerca 600 hectares plantados de cana, se

chegar a 150 é muito nessa área. É uma crise séria da produção de cana e rapadura",

lamentou o Supervisor de extensão rural do IPA, Tito Ferraz.

Embora a seca seja prejudicial, os agricultores ainda insistem em manter uma pequena

produção da cana-de-açúcar. O problema é que com a pouca água, a planta perde a

qualidade - o que afeta diretamente a produção de rapadura.

Para o prejuízo não ser tão grande, a solução que o produtor rural encontrou foi a de

plantar outros produtos de ciclo mais curto, como o milho e o feijão. "Trocamos a cana

pelo milho que precisa de menos água", finalizou o agricultor Modesto dos Santos.

02/04/2017

Com barragem seca, moradores perdem safras e recorrem a cisternas Principal fonte de água da região, barragem de Jucazinho

secou há 5 meses. Colapso do 3º maior reservatório de PE

afetou 800 mil pessoas, diz Compesa.

Barragem de Jucazinho secou há cinco meses e prejudicou mais de 800 mil pessoas

(Foto: Joalline Nascimento/G1) A imagem da barragem de Jucazinho cheia de água está apenas na lembrança dos

moradores de Surubim, no Agreste de Pernambuco. O reservatório, que abastecia cerca

de 800 mil pessoas de 15 municípios do estado, está seco há cinco meses devido ao

sexto ano consecutivo de seca. Cidades da região entraram em colapso, e até mesmo a

palma, um tipo de cacto característico da região, está morrendo com a falta de água.

Para conseguir sobreviver, moradores têm que recorrer a água de caminhões-pipa e de

cisternas comunitárias.

O G1 mostra, em uma série de reportagens, uma pequena amostra da realidade vivida

na região - e as muitas saídas que encontra para conseguir sobreviver. Confira aqui as

histórias, contadas em cada um dos nove estados do Nordeste brasileiro.

O agricultor Luiz Carlos Silva, de 40 anos, sustentava a família com plantações de

milho e feijão, mas a situação mudou no último ano. "Não tem água. Não tenho onde

plantar. Perdi minha renda e meu trabalho", lamenta. "Agora, tiro minha renda do Bolsa

Família, mas ainda assim é difícil. Eu moro com mais três pessoas em casa: minha

esposa, minha vó e meu filho [que tem necessidades especiais]. A falta de água

prejudicou tudo", afirma o agricultor.

Desde outubro de 2016, o reservatório de Jucazinho - que é o terceiro maior de

Pernambuco - está totalmente seco. Capaz de comportar 327.035.818 milhões de m³, a

última vez que Jucazinho chegou a 100% do volume foi em setembro de 2011. "Antes,

ninguém nunca ia imaginar que a barragem ia 'sangrar'. Agora, a gente olha e não tem

nada", afirma a dona de casa Rafaela Severina de Lima, de 33 anos.

Luiz Carlos é agricultor e perdeu fonte da renda familiar com a falta de água

(Foto: Joalline Nascimento/G1) Rafaela mora com mais três pessoas e diz que há mais de um ano não vê água nas

torneiras. "Reaproveito de todas as formas que eu posso", destaca. A comunidade do

Cajá, onde vive, tem uma cisterna comunitária que comporta cerca de 16 mil litros de

água, mas não é o suficiente. "Quando falta, tenho que comprar. Já cheguei a gastar R$

200 por mês", afirma a dona de casa.

A também dona de casa Josefa Nascimento, de 54 anos, mora na mesma comunidade de

Rafaela e Luiz Carlos. Ao G1, ela conta o que tem feito para driblar a falta de água no

município. "Está triste, muito difícil. Eu reaproveito a água da lavagem dos pratos e das

roupas. É um sofrimento muito grande."

Rafaela lembra da última vez que viu Jucazinho com água em Surubim (Foto:

Joalline Nascimento/G1) De acordo com a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), os municípios

que recebiam água de Jucazinho eram Caruaru, Bezerros, Santa Maria do Cambucá,

Toritama, Vertentes, Frei Miguelinho, Vertente do Lério, Surubim, Casinhas,

Salgadinho, Passira, Riacho das Almas, Cumaru, Gravatá e Santa Cruz do Capibaribe.

Dos 15 municípios, apenas cinco têm outras fontes de água. "Fora Santa Cruz do

Capibaribe, Caruaru, Bezerros, Surubim e Gravatá, as outras dez cidades estão em total

colapso e recebem água de caminhões-pipa, alem de cisternas comunitárias", informa o

gerente do Agreste central da Compesa, Mário Heitor Filho.

Obras Ao G1, Mário Heitor ainda destaca que algumas obras estão em andamento para fazer

com que os municípios em colapso recebam água em curto prazo. "Estamos tentando

executar as obras do Pirangi e Serro Azul emergencialmente, para que possamos suprir

a necessidade da população neste período em que não temos chuvas", diz.

Profissionais trabalham na reparação da barragem de Jucazinho (Foto: Joalline

Nascimento/G1) O gerente da Compesa também ressalta que Jucazinho secou devido aos muitos anos de

seca consecutivos que o estado enfrenta. Ele esclarece que a Companhia tem um sistema

de monitoramento de seca nos reservatórios de água. "De acordo com a situação de cada

manancial, vamos tomando algumas ações para usá-lo o maior tempo possível. Isso

aconteceu com Jucazinho. Quando identificamos a situação, tiramos Caruaru do

abastecimento, depois Bezerros e Gravatá. Isso foi feito para prolongar o uso do

manancial", detalha.

Em visita ao município de Surubim em dezembro de 2016, o presidente da República

Michel Temer anunciou R$ 40 milhões para obras hídricas. Destes, R$ 12 milhões

foram destinados à recuperação e modernização da barragem de Jucazinho. "A

necessidade [da reforma] foi identificada a partir de diagnóstico feito pelo Dnocs

[Departamento Nacional de Obras Contra as Secas]", segundo o Ministério da

Integração Nacional.

Segundo Mário Heitor Filho, esta é uma seca histórica e "não tem como se precaver de

uma seca tão severa". Ele afirma que este período de falta de água durava de três a

quatro anos, mas, atualmente, está durando quase o dobro do tempo normal.

Planta característica de locais secos, a palma está morrendo por falta de água

(Foto: Joalline Nascimento/G1) Fenômenos influenciam a seca

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) detalha ao G1 que as causas da

ocorrência de seca no estado o e na região do semiárido nordestino "são complexas, pois

a precipitação que ocorrer nesta região está relacionada a vários fenômenos

meteorológicos que tem grandes variações no tempo e no espaço".

Conforme informa a Apac, o principal fenômeno natural que provoca a seca é o "El

niño", mas a Zona de Convergência Intertropical também tem influenciado na falta de

água. "Este fenômeno interfere na temperatura das águas e dos oceanos", destaca a

Agência.

A Apac ainda explica que este é o sexto ano de seca que Pernambuco enfrenta. O último

período forte de seca foi entre 1998 e 1999, associado ao "El Niño", que teve seu início

em 1997.

Considerando apenas os meses de janeiro e fevereiro, o ano de 2017 foi mais seco que

os dois anos anteriores, segundo a Apac. Neste ano, choveu 81% a menos que o

esperado, enquanto que em 2015 e 2016 este valor foi de 59% a menos que o esperado e

36%, respectivamente.

Estradas rurais de Surubim retratam situação da seca no Agreste pernambucano

(Foto: Joalline Nascimento/G1)

Solo com características de seca

O G1 conversou com a professora Fabíola Gomes, que é graduada e mestre em

engenharia civil. Ela afirmou que o ambiente no qual a barragem de Jucazinho está

localizada é uma área própria da seca, de Caatinga e pedregosa.

A professora afirma que os solos da região são minerais e não são ricos em água, com

boa nutrição. "Nestes horizontes, comumente ocorre uma pedregosidade constituída

predominantemente de calhaus, cascalhos e matacões de quartzo, às vezes distribuída

apenas na superfície do solo. São moderadamente ácidos a praticamente alcalinos, com

teores de alumínio extraível insignificantes ou nulos", afirma.

Jucazinho em 2015 e em 2017 (Foto: Divulgação/Compesa;Joalline

Nascimento/G1)

03/04/2017 Agricultura familiar recebe mais recursos para

investimentos

O Pronaf – Programa Nacional de

Fortalecimento da Agricultura Familiar – acaba de ser beneficiado com uma linha de

financiamento de máquinas e equipamentos no Banco Nacional do Desenvolvimento

(BNDES). Serão aplicados mais recursos do Governo Federal neste ano. O valor anual

destinado para essa linha no início da safra, que era de R$ 870 milhões, foi elevado para

R$ 936 milhões em janeiro. Em março, o valor anual passou para R$ 1.618 milhões.

Totalizando uma ampliação de R$ 748 milhões para atender a demanda dos agricultores

familiares por investimentos e dinamismo do setor.

Nos primeiros seis meses da safra 2016-17, os financiamentos de investimento agrícola

cresceram 3,5% em comparação com o ano anterior e os recursos do BNDES na linha

Pronaf de máquinas e equipamentos se esgotaram no final de 2016. Em janeiro deste

ano já havia mais de R$ 300 milhões de solicitações de financiamento em espera, que

agora poderão ser atendidas.

Para o diretor substituto do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção

(DFPP) da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário

(Sead), José Carlos Zukowski, a ampliação da produção rural depende muito desses

investimentos para a modernização e o aumento da produtividade e o Pronaf está aí para

apoiar o agricultor familiar, através do financiamento para investimentos na atividade

rural, com juros e prazos adequados.

O diretor ressalta ainda que esses investimentos têm efeitos muito positivos de

dinamização da economia, sendo muito importantes, sobretudo, no atual momento

vivido pelo país. “Eles contribuem para aumentar a produção de alimentos e demais

produtos rurais, ajudando a combater a inflação e gerando renda no campo, melhorando

a qualidade de vida dos agricultores”, diz Zukowski.

O Pronaf financiou mais de 543 mil operações de investimento no primeiro semestre da

safra 2016-17, sendo mais de 32 mil operações de máquinas e equipamentos agrícolas,

147 mil em infraestrutura (silos, galpões, irrigação, eletrificação e unidades de

processamento) e 3,9 mil para transporte da produção (caminhões, furgões e

equipamentos), mais de R$ 5 bilhões aplicados em investimentos na produção rural.