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COLÉGIO SANTO ANTÔNIO 20182018.sisacsa.com.br/guias/FINAL Mercosul.pdf · 2 Blocos Envolvidos na 46ª Cúpula ... OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), número

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Sumário 1 Introdução ............................................................................................................................ 3

2 Blocos Envolvidos na 46ª Cúpula ..................................................................................... 5

2.1 Mercosul ........................................................................................................................ 5

2.1.1 O bloco e seu funcionamento ................................................................................ 5

2.1.2 Problemas e desafios ............................................................................................ 7

2.2 Nafta .............................................................................................................................. 9

2.2.1 Surgimento e objetivos .......................................................................................... 9

2.2.2 Relação entre os países membros ...................................................................... 10

2.3 Aliança do Pacífico ...................................................................................................... 12

2.3.1 História................................................................................................................. 12

2.3.2 Objetivos .............................................................................................................. 13

2.3.3 Atuação ............................................................................................................... 14

3 Panorama americano contemporâneo ............................................................................ 15

3.1 Visão geral ................................................................................................................... 15

3.2 Crise de 2008 .............................................................................................................. 17

4 A 46ª Cúpula do Mercosul ................................................................................................ 19

4.1 Relatório dos eventos .................................................................................................. 19

4.2 A “Tarifa Zero” entre Mercosul, Colômbia e Peru ....................................................... 21

5 Expectativas para o comitê .............................................................................................. 23

6 Perguntas a serem respondidas ...................................................................................... 23

7 Dinâmica do Comitê .......................................................................................................... 24

8 Dossiês ............................................................................................................................... 25

8.1 República Federativa do Brasil ................................................................................... 25

8.2 República Argentina .................................................................................................... 26

8.3 República Oriental do Uruguai .................................................................................... 27

8.4 República do Paraguai ................................................................................................ 28

8.5 República Bolivariana da Venezuela........................................................................... 29

8.6 Estado Plurinacional da Bolívia ................................................................................... 32

8.7 República do Equador ................................................................................................. 33

8.8 Estados Unidos Mexicanos ......................................................................................... 33

8.9 República do Chile ...................................................................................................... 34

8.10 República do Peru ....................................................................................................... 35

8.11 República da Colômbia ............................................................................................... 36

8.12 Estados Unidos da América ........................................................................................ 36

8.13 Canadá ........................................................................................................................ 38

8.14 República Popular da China ........................................................................................ 38

9 Sugestões de pesquisa .................................................................................................... 39

10 Referências Bibliográficas ........................................................................................... 40

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1 Introdução

O ideal da integração econômica é um fantasma que assombra os governos

latino-americanos desde o fim da Guerra Fria. Com a redemocratização

generalizada do subcontinente, veio a impossibilidade de os governos, antes

autoritários e, em alguns casos, totalitários, manterem suas políticas

econômicas protecionistas e engessadas - projetos cuja validade, embora

questionável, foi obtida pela passividade imposta à população nos regimes

repressivos. Dessa forma, a porção subdesenvolvida do continente americano

entrava na última década do século passado com a impressão de ter sido

deixada para trás: saímos da década perdida verdadeiramente lançados à

pouca sorte que nos é característica, em um mundo que vivia o auge da

globalização, da flexibilização dos mercados e, acima de tudo, marcado pela

formação de grandes conglomerados econômicos.

É nesse contexto que surgem, após anos de negociações e de precedentes

pouco notáveis, os dois grandes blocos americanos: o NAFTA (Tratado Norte-

Americano de Livre Comércio) e o Mercosul (Mercado Comum do Sul), que têm

em comum apenas o desejo da expansão de mercados. O primeiro,

comandado pela forte presença dos Estados Unidos, foi o responsável pelo

fenômeno controverso da chamada “deslatinização” do México. Já o segundo,

parece atuar no caminho oposto: prega a união dos países sul americanos com

o singular objetivo de resgatar suas identidades individuais, ao passo que

permite, também, a utopia do crescimento conjunto.

Mais de duas décadas depois, surge a Aliança do Pacífico. Embora jovem,

já figura como um bloco de peso, e com intenções muito mais mercadológicas

do que políticas. O rápido crescimento e as expectativas positivas para a

Aliança parecem uma ameaça aos países do Sul, embora a própria já tenha

deixado claros seus objetivos de integração, não rivalidade.

É este o tema da 46ª Cúpula do Mercosul. Chefes de Estado dos países-

membro reúnem-se em Caracas, na Venezuela, aos 29 de julho de 2014 para

discutir a possibilidade de adiantar a Tarifa-Zero, movimento ousado sugerido

pela presidenta brasileira Dilma Rousseff, e ampliá-la não só aos demais

membros da Aliança do Pacífico, mas também ao NAFTA. Como resultado do

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encontro, é possível que se concretize a tão sonhada união americana - pelo

menos no que diz respeito ao comércio. Mas seriam as negociações apenas

uma abertura aos passos imperialistas estadunidenses? Quanto aos impactos

sociais do acordo, quantos empregos seriam perdidos, e quantos novos seriam

criados? É possível, ainda, que sejam deixados de lado os próprios conflitos

internos ao Mercosul em prol de uma efetivação de seus projetos? Ou seria

impraticável países bolivarianos e neoliberais ignorarem suas diferenças

ideológicas?

Essas e muitas outras questões deverão ser respondidas por vocês,

delegados, ao longo dos dias 4, 5 e 6 de maio de 2018, na SiSA VI. Confiamos

em vocês o destino de todo um continente - e esperamos pelo melhor.

Mesa Diretora

http://generosemdebate.blogspot.com/2010/12/o-que-%C3%A9-uma-charge.html – acesso em 18/01/2018

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2 Blocos Envolvidos na 46ª Cúpula

2.1 Mercosul

2.1.1 O bloco e seu funcionamento

O Mercado Comum do Sul, ou Mercosul, foi criado em 1991, através da

assinatura do Tratado de Assunção. Tendo em vista a incapacidade de um país

se desenvolver plenamente sem as devidas parcerias econômicas, os

governos brasileiro, paraguaio, uruguaio e argentino se reuniram para

assegurar a política de integração de suas economias. Essa medida tinha

como fim, além da parceria financeira, o fortalecimento latino-americano no

cenário político internacional, já que a criação de tal grupo acabaria por dar

mais independência e economia à região. A partir de então, as negociações

bilaterais com os países do Norte poderiam se dar por vias mais justas.

O Mercosul surgiu como símbolo de resistência dos países sul-americanos. Disponível em: http://www.resistencia.cc/cupula-social-do-mercosul-afirma-apoio-a-dilma/ - acesso em 18/01/2018

O caminho por meio do qual se visava atingir tal sucesso era a criação de

uma zona de “livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do

estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma

política comercial comum, da coordenação de políticas macroeconômicas e

setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas pertinentes”1. Além

disso, o Mercosul pode, por ser reconhecido como pessoa jurídica no direito

internacional, negociar acordos econômicos e comerciais em nome de todos os

seus integrantes, sem precisar necessariamente da prévia negociação bilateral.

Todos os países da América do Sul, à época em que se passa o comitê,

são membros do bloco (a Venezuela seria suspensa em 2017, por ruptura com

a democracia), seja como Estado Parte ou Estado Associado. Desta forma, são

Estados Parte, em 2014: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. O

restante do continente atua como associado no bloco.

1 Disponível em: http://www.mercosul.gov.br/saiba-mais-sobre-o-mercosul; Acesso em 24/12/2017.

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A 46ª Cúpula do Mercosul se dá logo após o fim da suspensão do

Paraguai do bloco. A medida se deu pela retirada de Fernando Lugo da

presidência paraguaia, numa manobra política que foi considerada pelos

companheiros sul-americanos como uma “ruptura com a ordem democrática”2.

Foi essa suspensão dos paraguaios que viabilizou, então, a oficialização da

Venezuela como membro do Mercado Comum, visto que a entrada da

República Bolivariana carecia da ratificação do Congresso paraguaio, que

sempre resistiu à inclusão do país chavista como Estado Parte.

A importância do Mercosul pode ser traduzida em números: Os quase

300 milhões de habitantes do

bloco, cujo PIB é de

aproximadamente 3,3 trilhões de

dólares, vivem em uma área que

equivale ao triplo da extensão

territorial da União Europeia. Com

isso, o grupo é o maior receptor

de investimentos estrangeiros

diretos na América do Sul.

A atuação do Mercosul se dá em duas faces: na externa, há uma

representação dos países latino-americanos no exterior, ao passo que na

interna ocorre a promoção de projetos econômicos integrados. Essa atividade é

essencial para lidar com o dilema de coordenar a exportação de matérias

primas - as commodities -, que é historicamente a principal fonte de riquezas

da América do Sul, com a necessidade de industrialização dos países. Nesse

sentido, o Mercado Comum favorece o comércio de produtos industrializados

entre os seus membros, atuando ainda como na negociação dos seus

interesses de exportação de commodities e outros bens primários para o

restante do mundo.

A produção agrícola e energética tem grande destaque no bloco. Com a

adesão da Venezuela, em 2012, o Mercosul se tornou o detentor da maior

reserva de petróleo do mundo, com quase 20% das reservas certificadas pela

OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), número que tende

2 Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/internacional/paraguai-e- suspenso-do- mercosul-e-

venezuela-vira- membro-pleno; Acesso em 26/12/2017.

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a aumentar com a certificação do pré-sal brasileiro. Além disso, os países que

o compõem, juntos, tomam a forma do maior exportador de açúcar e soja, e do

maior produtor de carne bovina e soja do mundo.

Produção de bens primários na América do Sul em suas regiões de maior destaque.

2.1.2 Problemas e desafios Ao bom funcionamento do Mercosul, assim como de toda a economia da

América Latina, sempre se impuseram grandes problemas. A grande oscilação

na política econômica dos países que o compõem é um exemplo. A

instabilidade política de países que caminham entre modelos protecionistas,

neoliberais e socialdemocratas tão rapidamente é intensa. A falta de ideologia

na política sul-americana acarreta um constante processo de aproximação do

bloco, seguida de enfraquecimento: é comum que, quando da gestão de um

governo com determinada ideologia, haja uma maior contribuição de seu país

com o bloco, esta que é seguida, justamente por essa volatilidade de governos

característica do continente, de um quase desligamento, na ocasião de uma

vitória eleitoral da oposição. Nos dias de hoje, por exemplo, pode se ver no

Brasil, que sempre assumiu um papel de liderança e protagonismo absoluto no

bloco, um certo afastamento.

Outro fator relevante é a dependência do mercado externo.

Historicamente, os países sul-americanos mostraram-se incapazes de

prosperar em uma economia que se auto sustentasse. Por isso, acabam à

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mercê do mercado internacional. Isso se dá pelo próprio papel histórico da

América ibérica, que se coloca muito mais como exportadora de matéria-prima.

Desta maneira, uma depressão em outros países, como China ou Estados

Unidos, pode ter impactos devastadores na economia sul-americana. Assim, o

Mercosul, entregue à situação volátil de cada membro, fica impossibilitado de

planejar uma agenda em longo prazo. Com isso, as intrigas entre os próprios

membros acabam por ser um entrave aos objetivos do bloco. Destaca-se Brasil

e Argentina, duas economias que tem papel de liderança no bloco, mas

possuíram, recentemente, desavenças econômicas, como a tomada de

decisões unilaterais, por parte do governo argentino, para fugir de crises. Essas

medidas foram vistas como protecionistas por representantes brasileiros,

sendo, portanto, incoerentes com o propósito do grupo.

Os efeitos da crise que assolara a Argentina durante os governos Kirchner foram sentidos em toda a América

do Sul. Disponível em: https://linhaslivres.wordpress.com/2014/08/02/charge-do-duke-crise-argentina/ - acesso em

18/01/2018

Além disso, a América Latina não é desigual somente de dentro para

fora: existem desigualdades grandes no próprio bloco. Com países muito mais

industrializados que outros, com diferenças notáveis nos recursos naturais e

político-econômicos, muitos questionam se o acordo é igualmente benéfico a

todos os países do bloco. Por exemplo, o Brasil, país que compõe o BRICS,

junto com a potência econômica chinesa e a militar russa, além de possuir uma

vastidão territorial que se destoa em muito do restante dos países latino-

americanos, com tantas riquezas e um processo de colonização bem diferente,

chegou a um momento de aparente prosperidade na década de 2000,

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prevendo-se que em breve postularia na elite econômica mundial. A indústria

brasileira, bem mais preparada e moderna, suportada por um Estado mais

endinheirado, especialmente no ano em questão [2014], acaba por exportar

bem mais do que exportam, em contrapartida, Uruguai e Paraguai.

O processo de dependência econômica foi construído por países do

Norte, de forma consciente, para que sua influência na América Latina não

tivesse fim. A integração latino-americana passa por pontos como a

autossuficiência dos países, o que ataca diretamente os interesses de grandes

empresas que lucram com as condições de pobreza e vulnerabilidade da

região. Por isso, o Mercado Comum do Sul rivaliza com interesses de agentes

externos ao continente, que se vêem distanciados das negociações pelo

acordo, acabando por apoiar organismos paralelos nos quais tenham um maior

poder de decisão. Daí vem a rivalidade entre o Mercosul, exclusivamente

formado de países da América do Sul, que busca muito mais a integração,

sendo até mesmo chamado, pelos seus opositores, de bolivarianista, e a

Aliança do Pacífico, que possui os próprios Estados Unidos como membro-

observador e protetor geopolítico.

2.2 Nafta

2.2.1 Surgimento e objetivos

O Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), é um bloco

estabelecido em 1994, depois da Guerra Fria, já na nova ordem mundial que

dividiu os países entre desenvolvidos e subdesenvolvidos e que, nesse sentido,

exigia acordos para oficializar a influência dos “avançados” sobre os

“atrasados”. Nesse contexto, então, a criação do Nafta, reunindo Estados

Unidos, México e Canadá, mostra a intenção dos Estados Unidos de enfrentar

a concorrência de outros blocos, sobretudo da União Europeia.

O Nafta tem como objetivo central a eliminação das tarifas alfandegárias

e obstáculos para o livre trânsito de bens e serviços, visando a criação de uma

zona de livre-comércio entre os países membros. Esses objetivos já estão

sendo implementados, como se observa na facilidade de instalação de

empresas de um país signatário em outro do bloco - já que houve a eliminação

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das barreiras de investimento - e na supressão dos direitos aduaneiros de

grande parte dos produtos em 2008.

A grande controvérsia do Nafta parte da notória ação imperialista dos

Estados Unidos perante seus dois Estados vizinhos, cujas economias

consolidaram-se, a partir da criação do bloco, como satélites do gigante

capitalista. Contudo, é importante lembrar que, mesmo que tenha trazido

ganhos econômicos importantes aos grandes conglomerados empresariais

estadunidenses, na medida em que estes foram capazes de relocar sua matriz

produtiva para países com menores preços de mão-de-obra e também maiores

mercados, o acordo comercial não foi tão positivo para a população de baixa

renda dos Estados Unidos. Isso porque gerou a migração em massa dos

empregadores, especialmente para o México, acarretando um vácuo

empregatício no 2º setor. O Rust-Belt, ou cinturão enferrujado, região do Norte

cujas maiores fontes de renda eram as indústrias, sofreu um recrudescimento

preocupante em sua economia nos anos 1990.

Disponível em: http://slideplayer.com.br/slide/11431235/ - acesso em 18/01/2018

2.2.2 Relação entre os países membros Pode-se afirmar que, economicamente, a atuação do Nafta gira em torno

do mercado e dos investimentos dos Estados Unidos. Dessa forma, a o México

depende assimetricamente das relações comerciais com esse país, enquanto o

Canadá tem sua economia complementada pela potência.

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2.2.2.1 O Canadá e os Estados Unidos A relação de complementação econômica existente entre Canadá e

Estados Unidos se dá, principalmente, pelo grande volume de exportações

canadenses absorvidas pelos Estados Unidos. Além disso, o Canadá, apesar

de seus altos níveis de condição de vida e economia desenvolvida, recebe

grandes investimentos do outro país no setor industrial e financeiro, que

impulsionam ainda mais sua economia e qualidade de vida. Ainda que não seja

possível pensar na cooperação EUA-Canadá como equiparada, os dois países

desenvolveram uma relação relativamente mutualística, que projeta o Canadá

geopoliticamente, ao passo que oferece um suporte estável de escoamento

para a produção estadunidense.

2.2.2.2 México e Estados Unidos

A dependência econômica do México em relação aos Estados Unidos se

mostra, por meio do Nafta, no fluxo de exportações e importações e no setor

industrial. No que tange o setor industrial há a dependência mexicana das

indústrias dos Estados Unidos instaladas na fronteira dos países, indústrias

estas chamadas de maquiladoras. Essas indústrias são atraídas por meio da

isenção de impostos oferecida pelo governo mexicano, além da possibilidade

de exploração da mão de obra barata e dos recursos naturais do país, tais

como as jazidas de petróleo. Outro fator determinante para a instalação de

indústrias estadunidenses no México é a intenção da potência de conter o fluxo

migratório de mexicanos para o outro país, na medida em que essa instalação

vem atrelada à criação de empregos que segura a população em seu local de

origem. Dessa forma, os Estados Unidos também resolvem a questão da falta

de mercado consumidor, já que o México, com melhoria no poder de compra,

passa a consumir os produtos produzidos em território nacional. Além do setor

industrial, o México depende dos Estados Unidos economicamente, porque

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exporta commodities para ele e importa produtos industrializados - mais caros,

criando um déficit.

Vale ressaltar que as vantagens oferecidas pelo México aos Estados

Unidos e a dependência econômica criada entre os dois países não são de

todo desvantagens para os mexicanos, uma vez que há geração de empregos

(aumento do poder de compra) no país e crescimento econômico, além de

atração de tecnologia, prestígio e investimento internacionais. Contudo, a

criação do NAFTA não contribuiu para a melhoria de vida da população, e a

globalização, perda de autonomia mexicana, enfraquecimento da agricultura

local e agravamento do narcotráfico oriundos dessa integração são pautas de

movimentos culturais no México que buscam a volta da latinidade do país.

2.3 Aliança do Pacífico

2.3.1 História O mais recente projeto de integração e cooperação regional latino-

americano nasce em 2011, idealizado pelo então presidente peruano Alan

García Perez. García, motivado por um cenário de busca crescente por

integração latino-americana, determina, também, requisitos básicos para a

adesão ao bloco, chamado Aliança do Pacífico: a existência de acordos

comerciais bilaterais com os Estados membros, a vigência do Estado de direito,

da democracia e da ordem constitucional, a separação dos poderes de Estado

e a garantia dos direitos humanos e do cidadão.

As negociações relativas à estrutura final da nova organização

estenderam-se por quatro sessões anteriores à sua inauguração, até a

assinatura do Marco da Aliança, no dia 6 de junho de 2012, na IV Cimeira de

Chefes de Estado em Antofagasta, Chile. É fundada, então, a Aliança do

Pacífico, mediante assinatura dos presidentes Sebastian Piñera (Chile), Juan

Manuel Santos (Colômbia), Felipe Calderón (México) e Ollanta Humala (Peru).

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Presidentes do México, Colômbia, Chile e Peru. Disponível em:

https://onial.wordpress.com/2013/05/27/a-alianca-do-pacifico-e-um-bloco-comercial/ -

acesso em 19/01/18;

Com um PIB combinado de mais de 2 trilhões de dólares e um mercado

de aproximadamente 209 milhões de pessoas, a AP, que uniu as economias

que mais crescem na região, mostra-se como o mais ambicioso acordo de

integração nas Américas. Os países membros do bloco representam, juntos,

35% do PIB da América Latina e 41% do comércio latino-americano com o

resto do mundo.3

Sua influência detecta-se, também, pelo número de solicitações de

adesão ao bloco que tem sido feitas desde sua criação. Um ano após a

assinatura do Marco, 25 países já haviam requerido participação como

observadores; Estados Unidos, China, Canadá e Japão estão entre eles. Além

disso, Costa Rica e Panamá estão, também desde 2013, em processo de

avaliação para tornarem-se países-membros da AP.

2.3.2 Objetivos “A Aliança do Pacífico tem como objetivo os seguintes:

a. Construir, de maneira participativa e consensual,

uma área de integração profunda afim de avançar

progressivamente para a livre circulação de bens, serviços,

capital e pessoas;

3 Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2014/02/17/opinion/1392664062_872001.html. Acesso em 29/12/17.

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b. Impulsar um maior crescimento, desenvolvimento e

competitividade das economias das Partes, visando alcançar

bem-estar, superação das desigualdades econômicas e a

inclusão social de seus habitantes; e

c. Converter-se em uma plataforma de articulação

política, de integração econômica e comercial e projeção ao

mundo, dando ênfase especial à região Ásia-Pacífico”4

Apesar de a Aliança ser, em si, uma iniciativa recente, os acordos

comerciais entre os quatro países fundadores já aconteciam há tempos. O

bloco vem, então, somar-se aos projetos de integração já existentes na

América Latina e entre os próprios países signatários do Acordo Marco.

Diferencia-se de todos os outros projetos de integração já existentes pela visão

mais comercial que apresenta, além de prezar por uma maior integração dos

países latinos com o restante da comunidade internacional. Ademais,

diferencia-se, também, por não seguir o tradicional modelo de desenvolvimento

da União Europeia, não tendo como objetivo o estabelecimento de uma união

aduaneira entre os países-membros, mas de uma área de profunda integração

que culminaria na livre circulação de bens entre esses Estados.

2.3.3 Atuação

Parte do reconhecimento da Aliança do Pacífico vem do fato deste ser

considerado um bloco de grandes progressos. Ela é responsável por

representar os países-membros em fóruns internacionais, tendo grande

importância numa maior inserção deles nesse meio exterior à comunidade em

que estão inseridos. São feitas, também, reuniões entre os ministros desses

países, responsáveis por tomar medidas concretas para o alcance dos

objetivos da Aliança. Periodicamente, ainda, reúnem-se os chefes de Estado

para revisar avanços das medidas por eles adotadas.

Os relatórios de reuniões e comunicados emitidos atraem investidores

pelos projetos que contém, considerados por eles claros e concretos. É em

torno dessa reputação que acabou sendo atribuída à Aliança que gira grande

parte de sua promoção. Os líderes dos Estados membros, bem como a

4 http://www.sice.oas.org/Trade/PAC_ALL/Framework_Agreement_Pacific_Alliance_s.pdf , tradução livre do texto original em

espanhol; Acesso em 20/12/2017.

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imprensa internacional, em diversos discursos, fizeram uso dessa tal boa

estima para, inclusive, criticar outros blocos e associações, que seriam,

segundo eles, idealistas, pouco práticas e ineficientes.

Infográfico que explana os impactos comerciais da Aliança do Pacífico na América. Disponível

em:http://www.geografia-ensinareaprender.com/2013/05/alianca-do-pacifico-e-o-mercosul.html – acesso

em 19/01/18

3 Panorama americano contemporâneo

3.1 Visão geral

O fim do século XX foi marcado pelo início de uma ordem mundial

comandada pelo capitalismo. Com a simbólica queda do Muro de Berlim (1989)

e a dissolução da União Soviética, estava claro que os Estados Unidos e seu

liberalismo econômico haviam conquistado a hegemonia da influência mundial.

Em paralelo, o salto tecnológico ocorrido durante a Guerra Fria originou o

processo conhecido como Revolução Tecno-científica-informacional, ou

Terceira Revolução Industrial, responsável por intensificar a globalização.

Nesse momento, a perspectiva mundial era a de que os países, e,

consequentemente, suas economias, caminhavam para a eliminação das

barreiras e protecionismos, criando o conceito de um capital extraterritorial. É

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desse contexto que surgem os blocos, seguindo a vanguarda da União

Europeia:

“Como resultado da economia mundial globalizada, a

tendência atual é a formação de blocos econômicos,

destinados a realizar uma maior integração entre seus

membros e facilitar o comércio entre os mesmos. Para isso,

geralmente adotam a redução ou isenção de impostos ou de

tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para

problemas comerciais. Em tese, o comércio entre os

integrantes de um bloco aumenta e gera crescimento, e deixar

de participar de uma organização do tipo significa atualmente

viver isolado do mundo comercial. Tais associações são

costumeiramente formadas por países vizinhos ou que

possuam afinidades culturais ou comerciais.”5

Além da formação de blocos econômicos, outra característica marcante

do período é a adoção do modelo neoliberal, que consiste na flexibilização das

tarifas alfandegárias, na diminuição do aparelho estatal e principalmente numa

mudança de paradigma que cerne às funções do mesmo: ao contrário do que

comumente se acredita, o chamado modelo flexível é marcado não pela

diminuição da intervenção do Estado na economia, mas na realização desta

em função exclusiva da atração do capital de investimento internacional. Assim,

um exemplo de medida tipicamente neoliberal é a redução do valor real do

salário mínimo, que garante os baixos preços da mão-de-obra e atrai mais

investimentos.

No que diz respeito às Américas, o período foi, também, de

redemocratização. Mais de uma dezena de países latino-americanos

vivenciaram, durante a Guerra Fria, anos de ditaduras, civis ou militares.

Portanto, percebe-se uma volta repentina ao Estado democrático de direito,

que é acompanhada pela abertura generalizada dos mercados. Exemplos de

governos neoliberais são os de José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e

Fernando Henrique Cardoso, no Brasil e, mais recentemente, Juan Manoel

Santos, na Colômbia.

5 Disponível em: https://www.infoescola.com/economia/blocos-economicos/ - acesso em 20/01/18

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Já para os Estados Unidos e Canadá, foi um momento de expansão de

seus mercados, que se beneficiaram muito com a abertura dos países do Sul.

Isso porque seus produtos, cuja montagem e elaboração é muito mais

tecnológica e, portanto, mais barata, puderam ser exportados com maior

facilidade e conquistaram os consumidores dos países latinos com muito mais

rapidez do que os produtos nacionais, de matriz produtiva mais dispendiosa e

tecnologias, muitas vezes, ultrapassadas.

3.2 Crise de 2008

O modelo flexível sofreu seu primeiro baque, pelo menos no que tange a

história econômica ocidental, com a crise imobiliária de 2008. O panorama, até

então, era positivo, e grande parte dos países concedia créditos quase que

ilimitados a seus cidadãos. Uma bolha econômica oriunda desse movimento já

havia estourado, anos antes, nos bancos japoneses. São os chamados

“créditos podres”, responsáveis pelas duas crises dos tigres asiáticos e por um

retardo no crescimento da economia japonesa. Nos Estados Unidos, porém, a

situação atingiu parâmetros absurdos. A concessão de financiamentos

imobiliários com condições “prime” de juros sem o menor critério e a

subsequente securitização das dívidas da população originou uma rede de

transações entre bancos nacionais e internacionais que era baseada na

promessa do pagamento de uma dívida que, na verdade, não tinha a menor

possibilidade de ser quitada.

A falência de um dos bancos envolvidos, o tradicional Leman Brothers,

gerou um efeito dominó. A volatilidade de capitais garantida pelo modelo

flexível causou a retirada maciça dos investimentos, de forma que, se os

recebíveis securitizados já careciam de um lastro econômico viável antes do

evento, agora eram atestados da falha no modelo neoliberal. Além dos Estados

Unidos, a economia europeia também sofreu muito com a crise, e países de

tradição desenvolvida, como Grécia, Portugal e Espanha, precisaram pedir

socorros ao Banco Europeu e ao FMI. Mesmo nos países europeus que foram

menos abalados, as taxas de desemprego nunca estiveram tão altas, e o peso

das contribuições financeiras à União Europeia já começa a ser sentido.

Na América, os efeitos da crise foram sentidos, principalmente, na

retração dos investimentos. Contudo, na Argentina, ela contribuiu para piorar a

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situação de uma economia já em apuros, que até hoje não mostra sinais de

recuperação. De qualquer forma, os países latino-americanos, com sua

tradição de exportação de commodities, foram, a princípio, pouco afetados pela

bolha. Isso porque desde o início do século a China atua como grande

financiadora desse modelo agroexportador, sendo um dos principais

importadores das matérias-primas da América do Sul e da África. Esse

mercado relativamente estável para as exportações brasileiras levou o então

presidente brasileiro, Luís Inácio “Lula” da Silva, a chamar a crise de

“marolinha”, num episódio icônico.

O ano de 2014, em que se passa o comitê, é ainda de relativa

prosperidade no cenário sul-americano. Mesmo que alguns impactos da crise

tenham chegado na China, que retraiu as importações, o preço das

commodities ainda está em alta – como sugerem os gráficos abaixo, de preços

das commodities metálicas e energéticas e agrícolas, respectivamente.

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Disponível em: https://www.itau.com.br/itaubba-pt/analises-economicas/publicacoes/macro-visao/declinio-secular-

das-commodities-de-volta-a-tendencia - acesso em 21/01/18

Disponível em: https://mansueto.wordpress.com/tag/boom-de-commodities/ - acesso em 21/01/18

Uma análise cuidadosa dos gráficos leva à conclusão de que o valor

agregado desses produtos já começa a cair, o que pode levar a períodos

extensos de recessão, caso não sejam tomadas as medidas cabíveis pelos

Estados. Nessa situação, é importante que se garantam bons acordos

comerciais, tanto no Mercosul quanto com outros blocos, para que se consolide

um mercado alternativo, tanto para commodities quanto para bens

industrializados, mercado este que funcione como um fator de segurança a

impedir a agravação dos efeitos da crise.

4 A 46ª Cúpula do Mercosul

4.1 Relatório dos eventos

Aos 29 dias de julho de 2014, reúnem-se em Caracas os chefes de

Estado e de governo dos países membros do Mercado Comum do Sul. O

encontro, que conta com a presença de Dilma Rousseff, do Brasil, Cristina

Kirchner, da Argentina e José Mujica, do Uruguai, marca também o retorno do

Paraguai, representado pelo presidente Horácio Cartes, à agenda do bloco. O

país tinha sido suspenso de suas atividades após a 43ª cúpula, em 2012. A

medida tomada após a deposição do então-presidente Fernando Lugo

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continuaria efetiva até a realização de novas eleições democráticas no país,

que aconteceram em abril de 2013. Nesse mesmo encontro, Nicolás Maduro

representa a Venezuela na primeira reunião do Estado como membro pleno do

Mercosul. A Bolívia, país que pleiteia adesão ao bloco como membro efetivo

dele, é representada por Evo Morales. Ademais, participam da cúpula os

países da Aliança do Pacífico, Equador, Chile, Peru e Colômbia, representados

respectivamente por Rafael Correa, Michelle Bachelet, Ollanta Humala e Juan

Manuel Santos, além de países caribenhos, Nicarágua e El Salvador.

Chefes de Estado posam para fotos na 46ª Cúpula do Mercosul. Disponível em:

http://missaodiplomatica.blogspot.com.br/2014/08/cupula-mercosul-2014.html - acesso em 20/01/18

No encontro, foram discutidas as relações comerciais entre Brasil e

países caribenhos, o fortalecimento dos mercados internos latino-americanos,

acordos entre países do Mercosul e da Aliança do Pacífico e o estabelecimento

da tarifa zero, proposto pela presidente brasileira Dilma Rousseff, em 2013.

Outro tópico em pauta na reunião foram as relações do Mercado Comum com

a União Europeia, considerando os esforços feitos pelos países membros nos

semestres anteriores à reunião com o objetivo de reforçar os laços entre os

dois blocos e possivelmente selar um acordo de diminuição tarifária no

comércio entre eles.

Coincidentemente, a reunião realiza-se semanas antes do fim do prazo

para o pagamento dos chamados “juros abutres” argentinos, aqueles gerados

pelas dívidas do calote de 2001. Durante a cúpula, discute-se, então, o

posicionamento do bloco frente a essa questão e o apoio à Argentina que, por

esse motivo, encontra-se em uma situação delicada. A cúpula também for

responsável por deliberar a respeito dos conflitos entre Israel e Palestina e por

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transferir a presidência temporária do bloco da Venezuela para a Argentina,

que passa a exercer a função pelos próximos seis meses.

4.2 A “Tarifa Zero” entre Mercosul, Colômbia e Peru

Um dos tópicos abordados pela 46ª Cúpula do Mercosul de grande

relevância para o cenário real e para a contexto do comitê foi a proposta de

“tarifa zero” nas transações entre os países do Mercosul (Argentina, Brasil,

Paraguai, Uruguai e Venezuela) e o Chile, a Colômbia e o Peru, estes

membros da Aliança do Pacífico. Essa desgravação tarifária, ou seja,

progressiva diminuição das tarifas comerciais, entre os países já estava em

acordo para o ano de 2019. No entanto, a presidenta Dilma Rousseff já havia

apresentado, na Cúpula de 2013, em Montevidéu, no Uruguai, a sua intenção

de antecipar tal medida para 2014, devido ao aumento do comércio do Brasil

com os países da AP nos anos anteriores. Destaca-se, então, o aumento de

300% no comércio do Brasil com a Colômbia, de 389% com o Peru e de 200%

com o Chile. Dessa forma, a chamada “tarifa zero” proposta diz respeito à

redução das alíquotas comerciais, que funcionam como um “indicador de

intensidade” para a incidência de tributos sobre determinado produto, e tem

como objetivo a liberalização comercial total e a constituição de uma área de

livre comércio na América do Sul.

É importante ressaltar que, na prática, essas tarifas do Brasil,

protagonista no Mercosul e na proposta da “tarifa zero”, com os países da

Aliança já são próximas de zero e a mudança envolveria o volume e o perfil do

mercado, que abrangeria também as manufaturas e não só as commodities.

Para o Brasil, país que propôs a mudança, é de grande importância o

envolvimento dos produtos manufaturados, pois, por possuírem alto valor

agregado, a medida estimula a criação de empregos formais. Para os outros

países envolvidos, porém, esse resíduo de tarifa maior que zero tem

importância econômica relevante para proteção dos seus segmentos

produtivos.

Além disso, para o Brasil, a “tarifa zero”, segundo Ruy Pereira,

embaixador do Brasil na Venezuela, “é um passo importante no sentido de

concluir a realização de uma área de livre comércio na América do Sul, uma

vez que já existem áreas de livre comércio estabelecidas entre países

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membros do Mercosul e vários países da América do Sul”. E, ainda, de acordo

com a avaliação do economista Darc Costa, presidente da Federação das

Câmaras de Comércio e Indústria da América do Sul, essa mudança cria um

mecanismo de protecionismo regional, porque estabelece um mercado

diferenciado para os produtos da zona em relação aos de outros países, como

a China.

A discussão sobre a “tarifa zero”, entretanto, não é só sobre efeitos

econômicos, mas também sobre rivalidades ideológicas entre os blocos

Mercosul, Aliança do Pacífico e Nafta. Dessa forma, essa antecipação pode

representar uma resposta política ao discurso da Aliança do Pacífico de que a

“ideologização” do Mercosul prejudica o desempenho do bloco no comércio

regional, sendo a medida uma maneira de dissolver as divisões ideológicas

entre Chile, Colômbia e Peru, mais liberais e membros da Aliança do Pacífico e

o Mercosul, de perfil mais esquerdista. Isso se daria, pois o Brasil, propondo a

mudança, “reafirma seu protagonismo e mostra que o que norteia suas ações é

a integração prática, mais do que a suposta dicotomia ideológica entre

bolivarianos que se aproximam do Mercosul e os liberais da Aliança do

Pacífico”, como afirmou o economista Pedro Silva Barros, titular da missão em

Caracas do Ipea.

Outra questão a ser discutida no que se refere a “tarifa zero” entre

Mercosul e Chile, Colômbia e Peru é a competição desse recurso com os

Tratados de Livre Comércio (TLC) bilaterais, sobretudo aqueles feitos com os

Estados Unidos. Nesse sentido, deve-se atentar às vantagens comerciais, que

as TLC’s normalmente oferecem em relação ao que é proposto pelo Mercosul,

mas também às “vantagens comparativas” que podem ser oferecidas pela nova

medida de desagravação tarifária. Dentre essas “vantagens comparativas”, a

menor distância entre os países do Mercosul e da Aliança, quando comparada

à distância entre os Estados Unidos e esses países, reduz custos para

transporte dos produtos. Além disso, há uma maior semelhança cultural entre

os países envolvidos no novo acordo, o que pode exercer influência no

mercado.

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5 Expectativas para o comitê

A agenda do encontro da Cúpula do Mercosul passa, então, pela discussão

do quão viável é criar uma tarifa zero entre Mercosul (no caso, os cinco

titulares) e Chile, Peru e Colômbia, o que significaria uma significativa

aproximação entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico. A “Tarifa Zero” seria o

fortalecimento de acordos já existentes, ainda que distintos (Mercosul-Chile,

Mercosul-Peru e Mercosul-Colômbia), que perderiam sua forma de mera

desgravação tarifária (tarifas de importação mais baixas), para tomar o corpo

da anulação das tarifas comerciais. Essa liberalização pressupõe o desmanche

dos prévios acordos tarifários com os países que farão parte da “Tarifa Zero”,

se fazendo necessária a determinação de data realista para que entre em

vigor. É importante ressaltar que a criação de um acordo de “Tarifa Zero” não

equivale à criação de um bloco econômico, mas sim de uma efetiva

aproximação dos blocos já existentes.

O comitê deve focar, também, em discutir as possíveis consequências da

crise de 2008, de forma a tomar uma conclusão conjunta de se ela pode, ou

não, afetar o crescimento econômico do bloco e do continente como um todo. A

partir dessa conclusão, medidas para evitar maiores problemas devem ser

tomadas. Espera-se, porém, que essas medidas estejam de acordo com os

princípios de união e companheirismo que justificam a existência do Mercosul.

6 Perguntas a serem respondidas

A mesa recomenda que, para orientar suas pesquisas, os delegados

procurem responder às seguintes perguntas, mantendo em mente o

posicionamento diplomático de seu país:

É viável antecipar a “Tarifa Zero’?

Ela deve ou não abranger também outros países?

Quais os benefícios e malefícios da integração econômica

interamericana, tanto em âmbito inter quanto intranacional?

De que maneira a desgravação tarifária afeta a balança comercial do

meu país?

Seria mais interessante reduzir as taxas de forma universal ou particular

entre cada país do bloco?

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COLÉGIO SANTO ANTÔNIO 2018

Quais são os melhores caminhos para retomar o crescimento econômico

pós-2008?

A cooperação inter-regional auxilia ou atrasa essa recuperação?

7 Dinâmica do Comitê

O comitê, embora leve o nome da Cúpula, terá sua configuração, bem como

os temas abordados, modificada para fins didáticos. Dessa forma, a reunião

contará com a participação não apenas dos chefes de estado dos cinco países

membros do Mercosul, como é de costume, mas também de alguns membros

observadores ao bloco e de todos os participantes da Aliança do Pacífico e do

NAFTA. Organizar-se-á a sala de reunião em três eixos, nos quais se sentarão

os países membros de cada bloco. É importante lembrar que, mesmo que haja

apenas uma lista de oradores e que a discussão flua livremente entre todos os

participantes, os delegados devem se atentar ao posicionamento conjunto de

seus blocos.

O eixo temático do comitê é a integração comercial interamericana. Dentro

dela, é sugerido pela mesa que se estenda a negociação da “Tarifa Zero” aos

demais países presentes, dentro das limitações político-econômicas existentes.

Ademais, caso haja tempo, discutir-se-ão estratégias para o vencimento dos

efeitos da crise de 2008, levando em consideração as experiências internas

dos próprios países. Os outros tópicos discutidos na Cúpula, como a crise

argentina e as relações econômicas com a União Europeia, não serão

discutidos.

A votação funcionará por bloco, tendo o Mercosul, a Aliança do Pacífico e o

NAFTA um voto cada, de forma que são necessários dois votos a favor para a

aprovação de uma resolução. Nova Zelândia, Bolívia e Equador, sendo

membros observadores do Mercosul, podem opinar na decisão do voto do

bloco, mas não poderão apresentar objeções ao posicionamento tomado. As

questões procedimentais do comitê seguirão as regras normais de votação,

tendo cada participante um voto. Nenhuma delegação possui poder de veto, e

os delegados devem chegar a um consenso interno a respeito do voto de seu

bloco, durante os debates, negociações paralelas fora da sala ou debate não-

moderado. O México, que participa tanto da Aliança quanto do NAFTA, deverá

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atentar-se ao posicionamento de ambos, mas levando sempre em

consideração sua tradição diplomática e geopolítica.

8 Dossiês

8.1 República Federativa do Brasil

A República Federativa do Brasil, maior país em extensão territorial e em

contingente populacional da América do Sul, é membro do Mercado Comum do

Sul desde sua fundação, em 1991. Sua economia sustenta-se principalmente

pela agroexportação de commodities como a soja e o açúcar bruto, prática

comum em países latino-americanos. Outras mercadorias, tais como minério

de ferro e o petróleo também estão entre as principais exportações do país. A

federação brasileira conta com um PIB 75 vezes maior do que o de alguns

países membros do Mercosul e é exemplo da assimetria do bloco e as

desigualdades dentro da própria América Latina.

Através do Mercosul, o Brasil é capaz de estabelecer uma grande corrente

comercial com Estados latinos. Nessa corrente, destaca-se a Argentina,

membro pleno do Mercosul e país que está entre os principais destinos de

exportação e origens de importação da nação brasileira. A existência de um

bloco comercial minimiza conflitos existentes entre os países latino-

americanos, sejam eles étnicos, territoriais ou políticos de qualquer esfera,

tornando mais fáceis as transações e garantindo aos países sul-americanos

uma maior autonomia até mesmo no cenário internacional, onde passam a

atuar em conjunto. Nesse contexto de menor influência europeia, asiática e

norte-americana, o Brasil se torna líder da região, com um PIB de aproximados

2,4 trilhões de dólares.

A antecipação da política de tarifa zero para o presente ano é proposta da

delegação brasileira na reunião. Segundo o embaixador brasileiro Antônio José

Ferreira Simões, o governo federal já teria iniciado a tomada de medidas a

favor da proposta em questão, aumentando o fluxo comercial em mais de

200% com Chile, Colômbia e Peru. A desagravação tarifária, segundo Simões,

seria necessária justamente pelo aumento no comércio entre esses países, que

envolve principalmente produtos manufaturados, de alto valor agregado e que

acabam por render empregos.

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Luiz Alberto Figueiredo, chanceler brasileiro presente em Caracas durante a

reunião, acredita que antecipação dessa proposta de tarifa zero seria

extremamente vantajosa para a delegação brasileira, pois garantiria um maior e

mais equilibrado fluxo de transações com os países envolvidos e, assim, uma

maior inserção dos produtos brasileiros em mercados externos.6 Além disso,

ela viria como promessa de diluir possíveis divisões ideológicas na América

Latina, sobretudo entre a Aliança do Pacífico, bloco de características liberais,

e o próprio Mercosul, com um perfil mais esquerdista.

8.2 República Argentina

A Argentina é a 36º economia de exportação no mundo, sendo seus

principais produtos o farelo de soja, o óleo de soja e o milho. Dentre seus

principais destinos de exportação destacam-se o Brasil, os Estados Unidos e o

Chile para o contexto do comitê, mas também são destinos o Vietnã e a China.

No que tange às importações, a Argentina é receptora de carros, peças de

veículos, telefones, petrolíferos refinados e petróleo, de países americanos

(Brasil, Estados Unidos e México) e da China e da Alemanha.

Dessa forma, observando o fluxo de importação e exportação entre a

Argentina e seus vizinhos americanos, a “tarifa zero” é interessante para o país

tal como foi proposta pelo Brasil, pois, visto que a Argentina é um membro do

Mercosul, a resolução já abrange suas relações com o desenvolvedor da

proposta e com o Chile. Entretanto, também é de relevância para a Argentina

que esse comércio seja ampliado para outros países do continente, tal como o

México e os Estados Unidos, abrindo espaço para uma negociação com o

Nafta e com a Aliança do Pacífico.

Em relação ao crescimento econômico da Argentina ao longo dos últimos

anos, pode-se afirmar que o país teve um salto no saldo de sua balança

comercial. Em 1995 esse saldo era negativo de US$228 milhões e em 2000 ele

já era positivo e se mantém dessa forma até o ano do comitê (2014).

Entretanto, apesar dessa estabilidade na balança comercial e do crescimento

econômico argentino, o país sofreu com os impactos da crise de 2008 que

diminuiu suas taxas de importações e exportações por cerca de um ano.

6 Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/07/1492532-brasil-quer-antecipar-tarifa-

zero-entre-mercosul-e-alianca-do-pacifico.shtml. Acesso às 23h de 01/02/18.

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Depois desse período, o país logo retomou o crescimento até 2011, quando

começou a enfrentar variações nas taxas de importação e exportação, mas

ainda mantendo saldo positivo na balança comercial.

Disponível em: https://atlas.media.mit.edu/pt/profile/country/arg/#Balan%C3%A7a_comercial Acesso em 27/01/18

8.3 República Oriental do Uruguai

O Uruguai, segundo menor país da América do Sul, inicia em 1990 um

processo de abertura econômica e privatização de empresas estatais, seguindo

a tendência mundial da época. No entanto, o processo neoliberal ganhou

pouca força no país: em pouco tempo, 72% da população uruguaia votou para

que os serviços essenciais continuassem públicos, suplantando as

privatizações. A nação iniciou, então, um processo que foi responsável por dar-

lhe, hoje em dia, o título de paraíso fiscal. Para atrair empresas e impulsionar a

economia do país que não podia contar com explorações minerais como outros

a sua volta, reformaram-se as legislações, favorecendo a implantação de

instituições financeiras nele. Contudo, o paraíso não faz parte da chamada

“lista cinza” da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento

Econômico), sendo considerada internacionalmente um Estado transparente e

cooperativo na troca de informações fiscais. Além disso, é o país com menor

índice de corrupção da América do Sul, segundo relatórios da ONG

Transparência Fiscal.

A 72ª economia de exportação do mundo cresce cerca de 6,4% ao ano e

sustenta-se principalmente da agropecuária, tendo a carne bovina e o arroz

como os dois principais produtos exportados. A indústria têxtil também é de

grande importância para a economia do país, apesar de depender fortemente

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da importação de combustíveis e, muitas vezes, de matéria prima. Entre seus

grandes parceiros comerciais, podemos ressaltar Brasil e Argentina, membros

plenos do Mercosul. O setor de serviços corresponde a 71% do PIB uruguaio,

país que possui atualmente a menor taxa de desempregos de sua história, 6%.

Para o Uruguai, o Mercosul age como instrumento de integração e

representação no cenário internacional, sendo fundamental para a estratégia

de desenvolvimento do país por ter como um de seus objetivos principais o

estabelecimento de integração regional latino-americana. Como representante

exterior de seus membros, permite ao país a formação de uma mais extensa

rede de relações internacionais e aumenta sua visibilidade neste cenário,

trazendo ao Estado americano a oportunidade de, um dia, não mais ser aquela

“perdida nação pequenina ao sul do mapa”, como era definida pelo escritor

Eduardo Galeano por volta dos anos 70.

8.4 República do Paraguai

A economia da República do Paraguai é de tradição agrícola, sendo o país

um dos mais fracos da América do Sul, em termos industriais. A

agroexportação é responsável por cerca de 20% de seu PIB, com a soja como

carro-chefe. Ademais, o país tem no comércio informal e na revenda de

produtos industriais produzidos nos países vizinhos parte significativa de sua

matriz econômica, de forma que o bom funcionamento do Mercosul é

indispensável para sua estabilidade financeira.

Ainda que tenha sofrido algum abalo com a crise de 2008, o Paraguai tem

apresentado crescimento positivo durante todo o século XXI, o que pode ser

visto como uma consequência do boom das commodities e também do

estreitamento das relações do Mercado Comum. Isso porque seus principais

parceiros de exportação são justamente os países do bloco, Brasil, Argentina e

Uruguai. Por outro lado, a criação da “tarifa-zero” seria muito benéfica para o

país, uma vez que outro de seus principais contingentes exportadores é parte

da Aliança do Pacífico, o Chile.

Conclui-se, portanto, que a República do Paraguai, com grande

dependência de exportação de commodities e um setor de serviços crescente,

vislumbra, na expansão da “tarifa-zero”, uma grande oportunidade de

crescimento interno.

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8.5 República Bolivariana da Venezuela

A Venezuela, ao longo da história, seguiu a narrativa comum aos países da

América do Sul: rica em recursos naturais, explorada por colonizadores iludidos

pelas vastas possibilidades de enriquecimento; ilusão tal, que os desmotivou a

investir num desenvolvimento industrial para o país que o modernizasse e

tornasse independente; a desigualdade se aprofunda ao longo da história, com

elites a mercê do mercado externo e o país exercendo o papel de explorador

de matéria prima, passando ainda, nos anos 60, por ditaduras semelhantes a

de seus vizinhos, com a perseguição a esquerdistas e militares no poder.

Em 1999, o presidente recém-eleito Hugo Chávez convocou uma

Assembleia Constituinte, que mudou o nome do país para República

Bolivariana da Venezuela, ampliou o poder do executivo e a intervenção do

Estado na economia. Com a nova constituição, Chávez estatizou o petróleo do

país. O bolivariano foi extremo nas mudanças sociais, buscando a redução das

desigualdades e da pobreza, com certo sucesso. No entanto, a inflação, que

sempre assombrou o país, se manteve na casa dos 20% por toda a década de

2000, sendo controlada através do controle da taxa de câmbio. O câmbio fixo

permitia ao país exportar muito, mas dificultava as importações, fortificando a

dependência do petróleo, que alcançou a notável marca de 99% das

exportações do país em 2012.

No entanto, quando Maduro assume o poder em 2013, ao abrir mão do

monopólio do câmbio, o ex-ministro de relações exteriores não toma as

medidas contracionistas esperadas, gerando uma inflação inicial de 50%, que

se agrava com uma lei que proibia lucros acima de 30%. A lei acaba por

desestimular a produção, e, num novo controle do câmbio, Maduro dificulta

ainda mais que a oferta acompanhe as demandas básicas da população, e a

inflação, no ano de 2014, chegou aos 68%. A inflação gerou protestos

extremamente polarizados na Venezuela, tanto contrários quanto a favor de

Nicolás Maduro. Os dois grupos divergentes, por muitas vezes se

confrontaram, gerando 28 mortes. O governo argumenta que há uso de força

por parte dos manifestantes, que um terço dos feridos são membros da Guarda

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Nacional e que 25 armas de fogo foram apreendidas durante os protestos, que

seriam orquestrados pelos EUA.

A dependência da Venezuela em relação ao petróleo é cada vez mais

preocupante. As dificuldades de empreender vão, aos poucos, ao desaquecer

a economia, tornando o petróleo uma fonte de renda quase que única para o

Estado, que tem um gasto muito grande. Na crise de 2008, a resposta

encontrada por Chávez foi o endividamento. A inflação, no entanto, está

anulando as reservas do país, que são cada vez mais insuficientes para

sustentar as próprias despesas. Um fator que assombra a Venezuela é a

recente descoberta de reservas de xisto nos EUA, maior comprador do petróleo

venezuelano. O gás de xisto e o óleo de xisto são alternativas energéticas ao

petróleo, que poderiam tornar os norte-americanos autossuficientes, reduzindo

drasticamente o preço do petróleo ao redor do mundo, levando a Venezuela ao

caos econômico.

O bolivarianismo prega o surgimento de uma Nova Ordem Mundial, com

novos atores. Essa Nova Ordem não seria caracterizada pela suposta pressão

econômica que exerceriam os países desenvolvidos sobre os

subdesenvolvidos. Seria, porém, moldada pela “cooperação e colaboração

recíprocas” (LAREDO et al.; 2006). A construção dessa ordem passa pela

formação de um mundo multipolar, o que pressupõe o fortalecimento do

Segundo e do Terceiro Mundo, de forma a se equivaler, no âmbito da força

política, aos países do Norte. A Venezuela encara, portanto, os Estados Unidos

da América como os maiores rivais à essa Nova Ordem, visto que, enquanto

ela representaria a multipolaridade, os EUA representam, aos dias de hoje,

uma supremacia na geopolítica internacional. O líder que conduziu a

Venezuela ao bolivarianismo, Hugo Chavez denuncia, em seus calorosos

discursos, o maniqueísmo da política externa norteamericana, que atribuiria o

monopólio do mal a certos atores internacionais, em geral, islâmicos ou

socialistas. A resolução bilateral de conflitos é, desta forma, um objetivo

primordial para a diplomacia venezuelana. Nota-se, portanto, uma certa

rivalidade entre os interesses do governo venezuelano e os norte-americanos.

A economia Venezuelana é muito baseada no petróleo, com um Estado

gastador que se financia pelo comércio dessa riqueza. Junto com países

africanos e asiáticos, integra a OPEP, Organização dos Países Exportadores

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de Petróleo. A organização tem, do ponto de vista chavista, o dever de

assegurar um preço justo ao petróleo. Entende-se preço justo, para os

venezuelanos, como um preço determinado pelos exportadores,

subdesenvolvidos, e não pelos países desenvolvidos. Essa seria uma

afirmação de soberania, que, para os líderes venezuelanos, blindaria a

Venezuela da pressão dos compradores e dos altos e baixos do mercado,

garantindo “a estabilidade dos preços [...] através do controle da produção”

(Rodríguez, 2004, citado por Laredo, 2006).

Segundo Rodríguez (2005), que ocupa o cargo de canciller venezuelano

(cargo máximo do Ministério de Relações Exteriores, citado novamente por

Laredo (2006), a entrada no Mercosul, por parte da Venezuela, levaria em

consideração a “complementação econômica, cooperação, solidariedade e

respeito à soberania”. A integração latino-americana é um objetivo venezuelano

assegurado pela Constituição7, defendendo os interesses “econômicos,

sociais, culturais, políticos e ambientais da região”. O artigo prevê ainda a

assinatura de acordos que visem essa integração, como é o Mercosul, com

uma preferência sempre à América espanhola ou portuguesa. Os tratados e

normas aprovados dentro do Mercosul, ou de qualquer outro bloco, devem ser,

para que entrem de fato em vigor, aprovados pela Assembleia Nacional e,

posteriormente, ratificados pelo presidente ou pela presidenta.

Ao propor a ALBA, Alternativa Bolivariana para a Nossa América, Hugo

Chávez critica um dos problemas do próprio Mercosul, e de outros blocos, da

existência de uma desigualdade entre os países que o compõem. A ALBA é,

ainda, uma clara afronta à ALCA, o Acordo de Livre Comércio das Américas,

proposta pelo estadunidense Bill Clinton, que propunha uma zona de livre

comércio entre todos os países da América. Na visão da República Bolivariana

da Venezuela, a grande desigualdade econômica entre os países, num bloco

que vai do Haiti aos Estados Unidos, era uma barreira ao comércio justo.

Dentre os objetivos principais da ALBA, estaria o combate à pobreza e à

desigualdade, à austeridade fiscal, ao FMI e ao Banco Mundial.

A Venezuela, apesar de todas as discordâncias ideológicas, tem os EUA

como principal destino de suas exportações. A relação, no entanto, é

7 Artigo 153 da Constitución de la República Bolivariana de Venezuela, disponível em:

https://www.oas.org/juridico/mla/sp/ven/sp_ven-int-const.html. Acesso em: 25/01/2018

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mutualista, visto que ambos dependem bastante um do outro, o que não

permite, no contexto do comitê, o fim da parceria. No entanto, o nível crescente

da hegemonia norte-americana sobre a compra do petróleo e de outros ativos

venezuelanos, que atingia os 60% do total de exportações do país andino no

ano de 2000, acabaram por motivar a entrada da Venezuela no Mercosul. A

extrema dependência do mercado externo, que caracterizou a economia, não

só venezuelana, mas de toda a América Latina, é ilustrada pelo contraste entre

as exportações de produtos primários, as matérias primas, e os produtos

manufaturados: enquanto no ano de 2000, foram atingidos os 1,2 bilhões de

dólares em exportação de produtos primários, por volta de 100 milhões de

dólares foram exportados em manufaturas. Laredo conclui que “a adesão ao

Mercosul poderia representar, para a República Bolivariana da Venezuela, uma

possibilidade de diminuir sua dependência em relação aos EUA.” (2006).

Dessa forma, a Venezuela de Maduro apoia qualquer medida que vise a

integração entre os países latino-americanos, defendendo a necessidade de

incluir os países caribenhos nos acordos. Não vê com bons olhos, no entanto,

a entrada dos EUA na zona de livre comércio, visto que o país tem um poderio

científico e industrial muito maior, que acabaria por sobressair com folga aos

produtos locais.

8.6 Estado Plurinacional da Bolívia

A Bolívia, Estado associado ao Mercosul, é um país que mantém grandes

taxas de importação e exportação com os membros desse bloco. Nas

exportações, seus maiores números se concentram em commodities,

sobretudo em minério de zinco e ouro, além de petróleo, metal precioso de

minério e farelo de soja, para destinos americanos como Brasil, Argentina,

Colômbia e Estados Unidos, mas também para a China. Nas importações, a

Bolívia recebe carros, petrolíferos refinados, caminhões de entrega, veículos de

construção e pesticidas do Brasil, Argentina, Chile, Estados Unidos, na

América, e da China. Dessa forma, a implementação da “tarifa zero” é de

grande interesse para a Bolívia, desde que o acordo entre o Mercosul e o

Chile, a Colômbia e o Peru inclua também os Estados associados ao bloco e

não somente os membros. Além disso, a participação dos Estados Unidos no

acordo também traria benefícios à economia da Bolívia.

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No que se refere aos efeitos da crise de 2008 no país, pode-se dizer que a

Bolívia sofreu com um decréscimo econômico, mas logo recuperou o

crescimento. Também foi observado os efeitos da crise das commodities em

2014, que diminuiu as exportações do país.

Disponível em: https://atlas.media.mit.edu/pt/profile/country/bol/ Acesso em 27/01/18

8.7 República do Equador

O equador é a 55ª maior economia de exportação do mundo (2016), e suas

principais mercadorias são as commodities agrícolas e energéticas, com

destaque para o petróleo. Membro associado do Mercosul, é com os países

andinos que realiza as trocas comerciais mais significativas. Peru, Colômbia e

Chile, os dois primeiros integrantes da Comunidade Andina, fazem parte dos

grandes importadores de produtos do Equador.

É importante notar que, caso a “tarifa-zero” seja aprovada ou estendida a

mais países, a República do Equador pode perder parte de seu mercado de

exportações, sofrendo com um déficit em sua balança comercial. Nesse

sentido, é crucial que o país aproveite de sua influência diplomática sobre o

Mercosul para tentar alternativas á proposta brasileira, tais como uma

adequação paulatina de tarifas ou até a inclusão do país na lista de

beneficiários

8.8 Estados Unidos Mexicanos

O México possui a segunda maior economia da América Latina, com o 12º

maior PIB (2016) mundial. Membro do NAFTA e da Aliança do Pacífico, o país

tem um setor industrial bastante significativo, que pesa em sua economia tanto

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quanto a exportação de bens de transporte (carros, caminhões, etc). Isso se

deve principalmente à existência, no país, das indústrias maquiladoras, que

migraram para lá em busca de maiores lucros, após a criação do NAFTA.

Em termos de importância econômica, a presença no NAFTA é de maior

interesse ao México do que na Aliança do Pacífico, um bloco muito mais novo e

com um mercado menos consolidado. Contudo, o otimismo com que o capital

financeiro tem enxergado a Aliança não pode ser desconsiderado, de forma

que o investimento na manutenção das relações intrabloco bem como elas

estão agora parece benéfico.

Assim, o México assume, no comitê, uma posição importante: além de

pesar na decisão de dois dos três votos disponíveis, se coloca como um dos

maiores opositores à tarifa-zero, juntamente com os EUA. Tendo sido excluído

da proposta inicial, não faz o menor sentido para o país que apoie essa ideia,

que, além de não lhe trazer benefícios, pode abalar seu mercado na América

Latina, pois uma maior integração dos demais países traria maior

competitividade a bens industriais de países sul-americanos, como o Brasil ou

a Argentina.

8.9 República do Chile

O Chile é a 35ª economia de exportação no mundo. O país é

economicamente dependente do comércio de commodities metálicas como o

minério de cobre e o cobre refinado. Ademais, a exportação de vinhos e peixes

também é substancial, considerando o clima e a extensão do litoral do país.

Além da China e dos Estados Unidos, Brasil e Argentina, membros plenos do

Mercosul, também são grandes parceiros comerciais chilenos.

Ao assumir a chefia do Estado em 2014, Michelle Bachelet encontra uma

nação carente por maiores investimentos em educação e em aspectos sociais

diversos. Estudantes de todos os níveis antecipam que este será um ano de

notáveis reivindicações e manifestações. Além disso, Michelle recebe em suas

mãos uma pátria que desacelera frente a uma queda internacional no preço

das matérias primas, abalando a economia do maior produtor de cobre do

mundo.

Na reunião, a delegação chilena busca por debates produtivos, acreditando

na proposta de tarifa zero como forma de unir nações do Pacífico e do

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Atlântico, apaziguando possíveis conflitos existentes entre elas. O acordo

ampliaria a produtividade e competitividade da região, aumentando a conexão

entre Aliança e Mercado Comum e diversificando o mercado regional.

Outrossim, a República do Chile procura acordos desse nível com outras

nações para uma maior abertura comercial, com foco principal em países

asiáticos, como é de objetivo da Aliança do Pacífico.

8.10 República do Peru

O Peru é um país que se destaca pela exportação de commodities, minérios

em sua maioria, de cobre, de zinco e ouro, além de petrolíferos refinados, para

países americanos, tais como Estados Unidos e Canadá e para outras

potências como China, Suíça e Coréia do Sul. No campo das importações, o

Peru recebe, também, petrolíferos refinados, bem como outros produtos como

carros, equipamentos de transmissão e caminhões de entrega. Os parceiros

americanos de importação para o Peru são os Estados Unidos, o Brasil, o

México e o Chile, além da China, no outro lado do globo.

No que tange à implementação da “tarifa zero” no Peru, é preciso analisar

os últimos anos da economia do país para determinar se essa medida será

benéfica. Dessa forma, pode ser observado um crescimento econômico que se

inicia nos anos 2000 e permanece até 2013, sofrendo apenas um decréscimo

com a crise de 2008. Outro aspecto importante na economia do Peru é o déficit

na balança comercial a partir de 2013, provocado pela crise das commodities,

em 2012, e pelo aumento significativo das importações do país de produtos

vindos sobretudo do Brasil.

Dessa forma, apesar da “tarifa zero” aumentar ainda mais os índices de

importações do Peru, principalmente vindas do Brasil, que é grande parceiro

comercial do país, ela abaixa o preço desses produtos importados, fazendo

com que sejam adquiridos mais baratos e, por consequência, a medida pode

impedir o aumento do déficit na balança comercial. Outro benefício da “tarifa

zero” para o Peru se observa na diminuição dos impactos da crise das

commodities caso a proposta seja ampliada para os países que o Peru exporta,

como o Canadá e os Estados Unidos. Isso se daria, pois, com as commodities

mais baratas, o país exporta mais em volume e, além promover melhoria no

déficit da balança comercial, ainda faz com que o Peru retome o crescimento

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econômico. O diálogo para ampliação da “tarifa zero” com esses países pode

ser feito, por exemplo, por intermédio do México: membro da Aliança do

Pacífico, que o Peru é presente; e também membro do Nafta, juntamente com

o Canadá e Estados Unidos.

8.11 República da Colômbia

A Colômbia, sede de um dos maiores e mais sangrentos conflitos internos

latino-americanos enfrenta agora um período de crescimento econômico que

permanece sólido há mais de dez anos. Apesar do clima de tensão no país

ainda ser constante, observa-se que a classe média colombiana duplicou e a

taxa de pobreza foi reduzida de 50 a 35%. Além disso, o governo vigente tem

sido capaz de manter sob controle a inflação, fazendo com que o Banco

Mundial chegasse a considerar a nação colombiana a primeira em nível

regional para negócios. Contudo, espera-se que a economia do país seja

afetada negativamente nos próximos anos e enfrente uma fase de fragilidade.

Isso por ser dependente da exportação de petróleo e carvão, produtos que

devem facear uma queda brusca de valor por crises diplomáticas no Oriente

Médio e pelo aumento da oferta no mercado.

O país é Estado associado ao Mercado Comum sul-americano desde 2004,

possuindo diversos acordos econômicos com países membros dele. O Brasil,

um desses membros, é uma das principais origens de importação do Estado

colombiano. Além disso, é integrante da ambicionista Aliança do Pacífico, com

um projeto que busca por avanços rápidos quando se trata de integração, sem

interferência de conflitos ideológicos e políticos de qualquer tipo. O bloco viria

como uma alternativa ao burocrático Mercosul, segundo os próprios chefes de

Estado signatários de seu Acordo Marco.

8.12 Estados Unidos da América A administração Obama teve a Parceria Transpacífico (TPP), como uma de

suas principais jogadas no mercado internacional. A parceria demonstra o

interesse do presidente de criar uma zona de livre comércio alternativa ao

NAFTA. A criação desse acordo, assim como sua negociação às escuras,

indicam, segundo críticos do TPP, a proximidade entre Obama e

multinacionais. No que tange às Américas, o acordo inclui o México, já

presente no NAFTA e muito próximo dos EUA, a Colômbia, o Chile e o Peru,

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protagonistas da Aliança do Pacífico, do qual os EUA participam como membro

observador. O interesse norte-americano em um mercado comum que inclua

países da América do Sul, do Norte e do Caribe são antigos, visto que

facilitariam suas exportações para esses países e, ainda, suas importações,

tendo em vista a importância da América Latina no fornecimento de matéria

prima e alimentos para os EUA. A criação do TPP indica ainda o esforço norte-

americano de combater o avanço da influência da China, que tem se

aproximado muito da América Latina e fortalecido suas parcerias na Ásia.

Com uma política bastante estável, os últimos anos foram, para os EUA,

de recuperação econômica. Após o crash econômico de 2008, que abalou todo

o mundo, o país, comandado por Barack Obama, teve a melhor recuperação

do mundo. O desemprego, que bateu os 10% na crise, em junho de 2014 já

fora reduzido a 6,2%. Em 2013, a renda média das famílias norte-americanas

teria ainda tido o primeiro crescimento desde a recessão8. Esses números,

apesar de tímidos, ilustram que, 6 anos após a crise, a economia já dava sinais

de estabilidade. Deve-se estar atento, no entanto, de que a economia ainda

não alcançava os mesmos níveis de antes da crise.

O NAFTA, o TPP e a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) são

zonas de livre comércio. Os EUA, no entanto, não veem com bons olhos o

Mercosul, da forma que se configura. Segundo documentos vazados pelo

WikiLeaks, os líderes norte-americanos entendem o bloco como “uma

organização restritiva e anti norte-americana”. A aproximação da América

Latina à China é uma grande ameaça ao império econômico estadunidense

que existiu no continente americano por todo o século XX. Como blocos como

o TPP visam, justamente, a anulação desse rival econômico, criando maior

proximidade entre os EUA e a América Latina, uma aproximação entre a

Aliança do Pacífico e o Mercosul é uma grave ameaça aos interesses norte-

americanos na região. Esse interesse, no entanto, é velado. Dessa forma, os

EUA não corroborariam com um acordo de tarifa zero que não os incluísse.

Um outro ponto importante, é a desconfiança que os EUA têm na figura

de Hugo Chávez e de seu sucessor Nicolás Maduro. Pela sua forma de

governo, que flerta com o socialismo e acaba, por muitas vezes, deixando a

8 Disponível em: http://diariodocomercio.com.br/noticia.php?id=141416. Acesso em: 30/01/2018

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democracia de lado, é sabido que aos EUA pouco interessa a manutenção dos

bolivarianos no poder, preferindo a instalação de uma ordem “democrática”.

Essa atenção na Venezuela se dá pelo fato de os Estados Unidos serem os

maiores compradores de petróleo venezuelano no mundo. Veem com

interesse, no entanto, a possibilidade de existir uma rixa entre a Venezuela e o

Brasil na liderança do Mercosul.

8.13 Canadá

O Canadá é membro do NAFTA e membro observador da Aliança do

Pacífico. Em relação ao NAFTA, após a entrada em vigor do bloco, o Canadá

foi o país que mais recebeu investimentos, com o PIB per capita mais do que

dobrando. O país é ainda definitivamente mais próximo dos países da Aliança

do Pacífico do que do Mercosul. Chile, Colômbia, Peru e México representam

70% das exportações canadenses para a América Latina.

O primeiro ministro canadense Stephen Harper conduziu seu país, com

austeridade econômica, a emergir como um dos mais fortes após a crise de

2008, com uma política econômica de poucos gastos e pouca arrecadação.

Essa política, no entanto, leva o Canadá, em 2014, a um princípio de recessão

econômica.

A política econômica externa do Canadá é parecida com a norte-americana,

visando a abertura de mercados e os interesses de empresas e cidadãos

canadenses. Entendem, ainda, como vital a difusão dos princípios

democráticos e humanitários. Esse ideal é apresentado em tons de críticas ao

governo venezuelano, por exemplo. No entanto, o Canadá é bem menos

coercitivo do que os vizinhos norte-americanos, sendo ainda menos

intransigente, podendo ser uma ponte, juntamente com os membros da Aliança

do Pacífico, para o diálogo entre o Mercosul e os EUA. O posicionamento do

Canadá de Stephen Harper, no entanto, é mais próximo ao neoliberalismo

norte-americano do que ao intervencionismo do Mercosul.

8.14 República Popular da China

A China é o maior país de exportação do mundo, sendo, portanto, de extrema relevância a discussão da “tarifa zero” entre os países da América e dos efeitos socioeconômicos da crise de 2008 para a realidade do país. As exportações da China consistem em unidades de disco digital, equipamentos

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de transmissão, telefones, circuitos integrados e luminárias principalmente para seus vizinhos asiáticos, como Japão e Hong Kong, e para os Estados Unidos.

Além desses países, é importante destacar que os demais países da América, sobretudo do Mercosul, fazem parte da teia comercial com a China e, devido a isso, negociações entre essas partes são benéficas aos países americanos, que não negociam com o gigante asiático há uma década. Dessa forma, no que tange à “tarifa zero” é de interesse da China que essa medida seja implementada, desde que ampliada para o seu país e para os Estados Unidos, seu maior parceiro comercial.

Em relação aos efeitos da crise de 2008 na China pode-se afirmar que a economia do gigante não entrou em colapso, mas que sofreu uma desaceleração que acompanhava o decaimento mundial. Inicialmente, entre 2008 e 2009, com a recessão global, o PIB chinês se manteve próximo aos níveis do ano anterior. Já a partir de 2012 a economia chinesa iniciou seu processo de menor taxa de crescimento econômico.

9 Sugestões de pesquisa

http://www.geografia-ensinareaprender.com/2013/05/alianca-do-pacifico-

e-o-mercosul.html

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