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COLÉGIO TIRADENTES DA PMMG Aula 04 A BAIXA IDADE MÉDIA I Objetivo Principal: Discutir as relações entre Cristãos e Mulçumano s através das Cruzadas Objetivo Consequente: Discutir a importância da cidade medieval e das atividades comerciais: A Cidade Medieval como parâmetro de transição para a Idade Moderna e para permanências medievais.

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COLÉGIO TIRADENTES DA PMMG Aula 04

A BAIXA IDADE MÉDIA I Objetivo Principal: Discutir as relações

entre Cristãos e

Mulçumanos através das

Cruzadas

Objetivo Consequente:

Discutir a importância da

cidade medieval e das atividades comerciais: A

Cidade Medieval como parâmetro de

transição para a Idade Moderna e

para permanências medievais.

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INTRODUÇÃO

Viagens no Mundo Medieval: Estradas eram espaço para atuação de assaltantes contra os “Pés Empoeirados” (apelido dos viajantes).

Maiores Objetivos das Viagens: Chegar até Roma (Ver o Papa); tocar em relíquias (objeto relacionado a algum santo ou parte do corpo de um santo); buscar a cura ou o perdão.

EX.: Peregrinação de Santiago de Compostela – Espanha (Restos mortais do apóstolo Tiago).

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MULÇUMANOS: Visão da Igreja Medieval: “Inimigos do Cristianismo” Obs.: Um dos maiores gestos de coragem da Idade Média era fazer a peregrinação pra a Palestina (região dominada pelos mulçumanos desde o séc. VII).

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CRUZADAS: A fé move a Europa

MOTIVAÇÕES (Séculos XI e XIII): 1) Questão Religiosa; 2) Diminuição das Guerras a partir do séc. XI e consequente crescimento da população. “Paz de Deus”. – Guerras entre cristãos haviam cessado. 3) Revolução Agrícola (Moinho, Arados mais pesados (Charrua)) reduzindo o número de mortes e diminuindo a fome – Consequente Aumento Demográfico. 4) Nova Síndrome de Malthus provocou um movimento espontâneo em direção ao Oriente. 5) Papa Urbano II, no Concílio de Clermont (1095) defendeu a Guerra Santa (Guerra Justa) contra os Mulçumanos. Posteriormente incentivou a conquista e defesa de Jerusalém (Cruzada = Ato de Penitência = Perdão dos Pecados = Garantia de Salvação). OBS.: As cruzadas também simbolizavam uma possibilidade de confronto direto com a Igreja Ortodoxa do Império Bizantino.

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O CRUZADO: A) Enquanto em campanha o Cruzado (“Tomar a Cruz” – Recebimento da Cruz de Pano) era um clérigo.

B) Viam a possibilidade de ampliar o Patrimônio e fugir da Primogenitura saqueando, assaltando e pilhando.

C) Milhares de pobres abandonaram suas aldeias e se juntaram aos Cavaleiros de Cristo para tomar o “Remédio da Alma” combatendo contra o mulçumano.

SALDO DAS CRUZADAS: 1) 8 Cruzadas Oficiais em quase dois séculos; 2) Hegemonia da Igreja católica sobre a Europa Medieval; 3) Cruzadas abriram o Mar Mediterrâneo para o Domínio de Gênova e Veneza. 4) Falência e enfraquecimento de nobres (Senhores Feudais – Poder Local) e fortalecimento do poder Central (Reis se tornam líderes regionais da Cristandade). 5) Ampliação do contato com o mundo Bizantino e Mulçumano.

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OBSERVAÇÃO: Na quarta cruzada já era posível verificar como as motivações religiosas iniciais tinham dado lugar à ganância e ao saque. Na quarta cruzada (1202-1204 – financiada por mercadores da Península Itálica), tivemos uma mudança de planos: ao invés de ir ate Jerusalém, desviou seu caminho para saquear Constantinopla.

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INTENSIFICAÇÃO DO COMÉRCIO (Transformações no Desenvolvimento Mercantil Europeu): - Cruzadas; - Expansão da Produção Agrícola (Séc. XI até XIII); - Diminuição dos Conflitos Internos; - Crescimento Demográfico (impulsionou o Mercado Consumidor); - Aumento das Atividades comerciais (“Revolução Comercial”); OBS.: Veneza, desde o século VIII havia desenvolvido contato com os bizantinos e mulçumanos, se transformando nos séculos seguintes no maior entreposto comercial de contato com o Oriente.

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FATORES QUE FAVORECERAM O CRESCIMENTO DA SOCIEDADE FEUDAL:

* Ausência de epidemias no Ocidente nos séculos VII e VIII (Recuperação Demográfica) * O tipo de guerra feudal: envolvendo poucos combatentes por períodos limitados, a guerra era pouco destruidora, além disso,, a guerra não objetivava a morte, mas a captura, visando receber resgate pelo prisioneiro. * A redução demográfica do início da Idade Média que permitiu o reflorescimento natural da Europa, resultando numa abundância de recursos naturais. * A passagem da escravidão para a servidão, iniciado com o colonato, que proporcionou uma melhoria do estatuto jurídico do produtor, incentivando sua reprodução. A generalização da dependência servil, nos séculos X e XI, também contribuiu para o aumento demográfico. * O fim das invasões bárbaras do século IX, Sarracenos, Vikings e Magiares, que deixou de ameaçar a cristandade, criando um clima de segurança

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DESENVOLVIMENTO DEMOGRÁFICO

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TRANSFORMAÇÕES RESULTANTES DA EXPANSÃO MERCANTIL URBANA

* Novas Ordenações Jurídicas: O direito feudal consuetudinário era voltado para a sociedade ruralizada e não atendia às novas situações. Foi preciso um novo corpo jurídico, daí o renascimento do Direito Romano (Inicialmente na Itália) - Universidades de direito na Europa (primeira em Bolonha)

* Movimentos Comunais (Lutas pelas Cartas de Franquia nas Cidades): Para expandir a nascente economia de mercado, os burgos não poderiam continuar submetidos aos padrões jurídicos e aos tributos medievais. Teve início então as lutas pelas liberdades urbanas e franquias econômicas (para obter o direito de comuna)

* Surgimento de uma mentalidade urbana laica: O mercado exigia atitudes mentais racionais (processo de laicização do conhecimento)

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RENASCIMENTO COMERCIAL E RENASCIMENTO URBANO:

- Ampliação das Rotas Terrestres e Marítimas: * Feiras: Maior – Feira de Champagne (Nordeste da França); * Liga Hanseática ou Hansa Teutônica: União de 90 cidades alemãs que dominavam o comércio no Norte da Europa (Mar do Norte / Mar Báltico). * Gênova, Veneza e Pisa (Triângulo Comercial da Península Itálica): Controlavam o comércio no Mediterrâneo. - Ampliação dos núcleos urbanos: * Burgos (Praça de Guerra Armada): Primeiro eram simples aglomerações ao pé do Castelo mas foram ampliando sua estrutura até se tornarem cidades onde viviam os Burgueses (Comerciantes). Obs.: O crescimento da Agricultura propiciou o constante

abastecimento das cidades. RESULTADO GERAL: Modificação da Paisagem da Europa

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BUSCA DE PROTEÇÃO CONTRA A CONCORRÊNCIA:

GUILDAS Associações de comerciantes d uma determinada cidade. Seus associados obtinham o direito de realizar livremente o comércio dentro da cidade e com isenção de alguns tributos. CORPORAÇÕES DE OFÍCIO Associações de artesãos de cada ofício. Controlavam o preço, a quantidade e a qualidade da produção, impediam a concorrência de estrangeiros e não membros e procuravam limitá-la entre os próprios associados. Não-filiação poderia implicar a expulsão da cidade.

Obs.: Concorrência entre membros era desencorajada e incentivado o “Preço Justo”, Mesmas Condições de Trabalho a assistência mútua.

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BANCOS Cambistas e Banqueiros eram pessoas que faziam operações sobre bancas espalhadas pela cidade, daí o nome banqueiros. Sua prática mais comum era o Câmbio. Em meio a diversidade de moedas em circulação, de diferentes origens, banqueiros faziam trocas de moedas – mediante cobrança de Taxa de Câmbio. Emprestavam a juros com discrição, pois a prática era condenada pela Igreja Medieval. OBS.: Tal complexidade levou à necessidade do investimento em Universidades substituindo os mosteiros como centro do saber. FACULDADES COMPLETAS: Artes (Letras e Ciências), Medicina, Direito e Teologia – Artes e Teologia submetidos ao Clero (Celibato e Abstenção ao Comércio) Principais Universidades: Paris, Bolonha, Lisboa, Oxford e Cambridge.

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ESCOLÁSTICA: Tentativa de explicar e esclarecer os ensinamentos cristãos por meio de conceitos e princípios lógicos. Ex.: “A fé não é contrária à razão”- Através da razão procuravam provar o que já consideravam verdade através da fé. Maior destaque da Escolástica: São Tomás de Aquino (1225-1274) – Considerava que a Revelação não era inimiga da Razão, mas a complementava e aperfeiçoava. A razão não devia ser temida, pois era outro caminho para Deus.

“Amar o Intelecto é Honrar a Deus”

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(Em Classe) (ENEM) Os cruzados avançavam em silêncio, encontrando por todas s partes ossadas humanas, trapos e bandeiras. No meio desse quadro sinistro, não puderam ver, sem estremecer de dor, o acampamento onde Gauthier havia deixado as mulheres e crianças. Lá, os cristãos tinha sido surpreendidos pelos mulçumanos, mesmo no momento em que os sacerdotes celebravam o sacrifício da Missa. As mulheres, as crianças, os velhos, todos os que a fraqueza ou a doença conservava sob as tendas, perseguidos até os altares, tinham sido levados para a escravidão ou imolados por um inimigo cruel. A multidão dos cristãos, massacrada naquele lugar, tinha ficado sem sepultura. MICHAUD, J. F. História das Cruzadas. Sã Paulo: Ed. Das Américas, 1956. (Adaptado.) Foi, de fato, na sexta-feira 22 do tempo de Chaaban, do ano de 492 da Hégira, que os franj (Cruzados) se apossaram da Cidade Santa, após um sítio de 40 dias. Os exilados ainda tremem cada vez que falam nisso, seu olhar se esfria como se eles ainda tivessem diante dos olhos aqueles guerreiros louros, protegidos de armaduras, que espelham pelas ruas o sabre cortante, desembainhado, degolando homens, mulheres e crianças, pilhando as casas, saqueando as mesquitas. MAALOUF, Amim. As Cruzadas vistas pelos Árabes. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1989. (Adaptado.)

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(Em Classe) (ENEM Continuação) Avalie as seguintes afirmações a respeito dos textos acima, que tratam das cruzadas. I. Os textos referem-se ao mesmo assunto – as Cruzadas, ocorridas no período medieval -, mas apresentam visões distintas sobre a realidade dos conflitos religiosos desse período histórico. II. Ambos os textos narram partes dos conflitos ocorridos entre cristãos e mulçumanos durante a Idade Média e revelam como a violência contra mulheres e crianças era prática comum entre adversários. III. Ambos narram conflitos ocorridos durante as Cruzadas medievais e revelam como s disputas dessa época, apesar de ter havido alguns confrontos militares, foram resolvidas com base na ideia do respeito e da tolerância cultural religiosa. É correto apenas o que se afirma em: a) I. b) II. c) III. d) I e II e) II e III.