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COLHEITA FLORESTAL
A colheita florestal é composta pelas seguintes atividades e, conforme o sistema de
colheita adotado pelo empreendimento segue a seguinte ordem.
Derrubada: que pode ser com uso de motosseras (equipamento manual) ou
equipamentos mecanizados como “Harvester’s (tratores derrubadores com cabeçotes
processadores)” e “Feller Buncher’s (tratores derrubadores empilhadores)”.
Desgalhamento: após a derrubada se processa o desgalhamento que consiste no ato
de retirada, geralmente mecânica, da galhada da árvore. Pode ser feito com uso de
motosseras ou processadores florestais.
Traçamento ou toragem: consiste em, conforme o sistema de colheita adotado, traçar a árvore em pedaços menores (toras que variam de 2,40 até 4,80m) que facilitarão o transporte e processamento.
Extração: é a retirada da madeira do meio do mato para um pátio de toras, onde
ocorrerá o carregamento das mesmas para seu destino final. Essa etapa pode ocorrer
de diferentes maneiras como mecanizada (com a utilização de tratores) e não-
mecanizada (com a utilização de animais como bovinos, eqüinos e muares, da própria
gravidade, ou ainda utilizando-se rios), porém geralmente a extração é mecanizada
com uso de guinchos e tratores florestais ou ainda com equipamentos denominados
“Forwarder’s” que são auto carregáveis efetuando a extração por arraste, baldeio ou
ainda suspensa (caso específico do uso de teleféricos)
Descascamento: essa atividade pode ser realizada de forma mecanizada, com
uso de descascadores mecânicos fixos ou móveis e ainda descascamento
manual com uso de facão. A operação de descascamento ocorre na própria
floresta ou nos pátios das fábricas. A grande vantagem de o descascamento
ocorrer na própria floresta é que as cascas serão re-incorporadas ao solo como
forma de aumentar a capacidade nutricional do solo realizando a ciclagem
destes nutrientes. Além disso, deixando de se transportar as cascas, faz-se
uma economia tanto em peso quanto em volume de material transportado.
Carregamento/Descarregamento: considerada por alguns autores como a
última etapa da colheita florestal, consiste na operação de carregar/descarregar os
veículos que serão utilizados no transporte da madeira. O
carregamento/descarregamento pode ser desde manual, no caso de toretes de metro
para lenha, até mecanizada com uso de tratores agrícolas adaptados com gruas para
atividades florestais, caminhões tipo “Munk” e equipamentos mais modernos do tipo
“Forwardes”. O carregamento/descarregamento também pode ser feito com uso de
equipamento estacionário, como no caso dos “Slasher’s”, onde ale do traçamento a
madeira já é carregada no veículo para transporte até a fábrica ou centro consumidor.
Sistema de toras longas: no local do corte faz-se o desgalhamento e o destopo da árvore. É um sistema desenvolvido para terrenos acidentados. Este sistema pode ser considerado um dos mais baratos quando mecanizado, com alta eficiência mecânica dos equipamentos quando comparado ao sistema de toras curtas e com o menor custo por tonelada de madeira posta no pátio.
Sistema de toras curtas: neste sistema todos os trabalhos complementares ao corte (desgalhamento, destopo, toragem e descascamento quando necessários) são realizados no próprio local onde a árvore foi derrubada. As toras produzidas são de 1 a 6 metros dependendo do uso do
índice de mecanização empregado. Entre as vantagens deste sistema, estão a facilidade do deslocamento a pequenas distâncias e a baixa agressão ao meio ambiente principalmente em relação aos solos. Atualmente, este sistema é utilizado pelas maiores empresas que trabalham com plantios homogêneos de Pinus e Eucalyptus no Brasil.
Sistema de árvores inteiras: A utilização deste sistema implica na remoção da árvore inteira para fora do talhão, como operação subseqüente ao corte. No caso de uma futura utilização da biomassa para energia ou processo, o sistema poderá ser muito utilizado, devido à concentração dos restos das árvores em um determinado local.
Sistema de árvores completas: Retira-se a árvore completa inclusive com as raízes. Somente nos casos em que as raízes sejam de valor comercial interessante, como exemplo: tocos e raízes com alta concentração de resina ou consideradas medicinais.
A definição dos índices de mecanização nas diferentes fases do sistema de colheita de madeira se faz com a elaboração de relações de custo-benefício entre os diferentes tipos de equipamentos e sistemas. As principais fontes de análise para a elaboração da relação custo-benefício são:
· condições climáticas
· produtividade
· eficiência
· disponibilidade mecânica
· custo por unidade volumétrica de madeira em atividades equivalentes
· assistência técnica
· disponibilidade de peças e manutenção
· impacto ambiental e danos à floresta remanescente
· treinamento e segurança.
Define-se a utilização de equipamentos partindo-se das condições em que se encontram os povoamentos e os objetivos da colheita, devendo-se levar em conta:
• o diâmetro médio das árvores
• o espaçamento entre linhas
• a declividade do terreno
• o tipo de solo
• a microtopografia
• as condições climáticas
· a destinação da madeira na indústria
A produtividade de um determinado equipamento é de fundamental importância para o dimensionamento da frota, para realizar uma produção diária que atenda às necessidades da indústria.
O custo de produção por tonelada de madeira é de fundamental importância na escolha dos equipamentos, sendo os custos fixos: os de rentabilidade do investimento, o lucro que a empresa pretende obter e as condições em que a empresa pretende recuperar os investimentos feitos. Os custos variáveis são: gasto com peças e equipamentos (pneus, lubrificantes, peças de reposição), manutenção, salários dos operadores, encargos sociais, seguro, vigilância do equipamento entre outros.
Os equipamentos devem estar sempre em ordem, de forma a atender em tempo integral as necessidades da empresa. A disponibilidade dos equipamentos pode ser:
• Disponibilidade operacional: está ligada em grande parte ao operador e às condições de operação, como o tempo para as refeições, descanso, higiene pessoal, mas também se deve somatizar o tempo gasto no deslocamento da máquina até a área de trabalho.
• Disponibilidade mecânica: tempo em que o equipamento está indisponível para o trabalho em função da sua manutenção, preventiva ou corretiva. O tempo de disponibilidade mecânica tende a aumentar com o aumento das horas trabalhadas.
As atividades de colheita e transporte florestal são responsáveis também, pelo maior número de acidentes com trabalhadores florestais ocorridos no campo. Em todas as atividades humanas deve ser aplicado um Fator de Segurança (FS) a fim de que, dentro dos limites de segurança, possa ser
executado o trabalho. O fator de segurança é um valor numérico que se aplica à Capacidade Teórica de Trabalho (CTT), de um determinado elemento para se estabelecer a Capacidade Efetiva de Trabalho (CET), desse elemento ou meio de produção.
Para fator < 1 : CET = CTT * FS
Para fator > 1 : CET = CTT / FS
Por exemplo: a um cabo de aço, em solicitação dinâmica (arraste de toras) deve-se aplicar um Fator de Segurança 5. Assim, se um determinado cabo de aço tem a capacidade teórica de ruptura (limite de resistência à tração) igual a 30 toneladas, só podemos exigir um esforço de, no máximo, 6 toneladas.
O trabalho de colheita e transporte florestal, por utilizar um grande número de pessoas e equipamentos como tratores agrícolas, motosseras e caminhões devem ser monitorados de forma a ser realizado dentro de hierarquias que devem ser obedecidas para que não ocorram acidentes no campo.
Exemplos de cargas sofridas pelos operários no meio florestal:
· Ao objeto de trabalho (árvore).
· Ao tipo de terreno.
· Aos meios de trabalho, tais como instrumentos e ferramentas.
· Nível de ruído a que está exposto.
· Nível de vibração do equipamento no qual trabalha o funcionário, entre outros fatores levando-o a sofrer desgastes dos tipos físico e psíquico, que podem levar a conseqüências como surdez e falta de concentração.
Devido a estes problemas, há a necessidade de manter uma equipe que conte pelo menos com um Técnico de Segurança do Trabalho, um Médico do Trabalho e uma organização interna de prevenção de acidentes como as CIPA's, que realizam treinamentos periódicos nas funções de cada trabalhador, bem como treinamentos de atendimento em primeiros socorros, entre outros.
Referencia : http://home.furb.br/erwin/index_arquivos/Page297.htm
Colégio Estadual Profissional Presidente Costa e Silva
Sistemas de Colheitas
Jose Leandro Hatlan Destro
Irati-PR