COLUMETRIA

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MARLON TIAGO DAMACENA CDIGO: 87952-9

COULOMETRIA E ELETROGRAVIMETRIA

FRANCA 2011

COLUMETRIA

Introduo

Os mtodos coulomtricos (ou a coulometria), em uma anlise quantitativa, so baseados na medida da quantidade de eletricidade requerida para reduzir ou oxidar, em uma clula eletroltica, a substncia a determinar. Uma cela coulomtrica possui um ctodo e um nodo, mas, em geral, apenas um destes, o eltrodo de trabalho, diretamente relacionado com o processo desejado; o outro eltrodo atua como auxiliar para completar a cela. A substncia interessada pode ser submetida reao de transferncia diretamente no eltrodo de trabalho (processo primrio) ou ela reage em plena soluo com alguma espcie eletroliticamente gerada (processo secundrio).

A coulometria compreende duas distintas tcnicas:

- Coulometria Potenciosttica (com potencial do eltrodo de trabalho controlado); - Coulometria Amperosttica ou Titulao Coulomtrica (com corrente constante).

A coulometria potenciosttica consiste em manter o eltrodo de trabalho a um valor fixo at que a reao se complete. A quantidade total de eletricidade consumida na eletrlise avaliada com um coulmetro.

Aplicaes

empregado para a determinao de gua livre ou hidratao em compostos orgnicos ou inorgnicos, slidos e lquidos. O mtodo adequado para a dosagem de gua em uma ampla faixa de concentrao, isto , desde ppm at gua pura, levando-se

em conta a escolha do volume de amostra, a concentrao do reagente Karl Fischer e o aparelho empregado. - Os mtodos coulomtricos a potencial controlado tm sido empregados na determinao de mais de 55 elementos em compostos inorgnicos. - O mercrio um ctodo popular; tm sido descritos mtodos para a deposio de mais de duas dzias de metais nesse eletrodo. - O mtodo encontrou utilidade no campo da energia nuclear nas determinaes relativamente livres de interferncia de urnio e plutnio. - A coulometria a potencial controlado tambm oferece possibilidades para as determinaes eletrolticas (e snteses) de compostos orgnicos.

VANTAGENS E DESFANTAGENS

Vantagens: - Eliminao de problemas relacionados soluo padro; - Pequenas quantidades de amostra; - Uma nica fonte de corrente constante pode ser utilizada para titulaes de precipitao, complexao, neutralizao e oxi-reduo; - Facilidade de automao; - Medidas corrente X tempo obtidas com grande exatido;

Desvantagem: - Em amostras complexas, o potencial de oxidao (ou reduo) de outras espcies pode ser atingido, levando ento a erros.

INSTRUMENTAO

A Cela Eletroltica

Na figura a esquerda abaixo apresentada uma cela coulomtrica de compartimento nico que emprega um catodo de mercrio e anodo de prata, enquanto na figura da direita mostrado uma cela que usa um catodo de mercrio e o anodo de prata-cloreto de prata colocados em compartimentos separados.

Cela Eletroltica

- A cela abaixa consiste de um eletrodo de trabalho de tela de platina e de um contraeletrodo (= eletrodo auxiliar) de fio de platina, que est separado da soluo em estudo por um tubo poroso contendo o mesmo eletrlito suporte da soluo-teste. - s vezes, necessrios um contra-eletrodo para impedir que os produtos da sua. reao produzam interferncia na anlise. - Um eletrodo de referncia de calomelano saturado juntado soluo-teste por meio de uma ponte salina. Muitas vezes, essa ponte contm algum eletrlito assim. como a soluo-teste.

Determinao Em principio, qualquer reao (catdica ou adnica) pode ser utilizada em uma determinao coulomtrica.

- Dissoluo de um metal; - Oxidao ou reduo de uma espcie solvel.

ELETROGRAVIMETRIA

Introduo A eletrogravimetria uma tcnica analtica baseada na determinao da massa de um composto, ou elemento, a ser analisado, depositado eletroliticamente sobre um eletrodo, que havia sido previamente pesado. Pesando-se novamente o eletrodo aps a deposio e subtraindo-se o seu peso inicial obtm-se o peso do metal depositado. Para as deposies so utilizadas as chamadas clulas eletrolticas, que diferem das clulas galvnicas, estudadas no captulo anterior. Estas clulas podem ser definidas como: 1 Clula ou Cela Galvnica: So dispositivos capazes de gerarem uma corrente eltrica entre dois eletrodos, como resultado de reaes de oxi-reduo. Um exemplo de clula galvnica so as pilhas comumente utilizadas em lanternas, brinquedos, etc.. 2 Clula ou Cela eletroltica. So dispositivos nos quais a aplicao de uma fora eletromotriz externa (fem), (um potencial externo) provoca um fluxo de ons dentro da soluo, com os ons positivos (os ctions) se dirigindo para o plo negativo (eletrodo negativo), o catodo e os ons negativos (os nions) se dirigindo para o plo positivo (eletrodo positivo), o anodo. Como conseqncia ocorre a decomposio das espcies inicas na soluo, num processo conhecido como eletrlise. Na figura 1 mostrada uma clula eletroltica que pode ser utilizada para a dosagem do Cd2+ em uma soluo.

Fig. 1: Clula eletroltica com eletrodos de prata (ando) e de cdmio (catodo), que pode ser utilizada para a dosagem de cdmio em solues.

O eletrodo de referncia um eletrodo de Ag/AgCl(s), cujo potencial permanece praticamente constante durante todo o processo analtico anodo e o eletrodo indicador, aqui chamado de eletrodo de trabalho, um eletrodo de cdmio, o catodo, onde ocorre a reduo do Cd2+ a Cdo e o metal depositado sobre o eletrodo, que tem peso conhecido e, aps a deposio, novamente pesado, permitindo assim a determinao do Cd2+, presente na soluo. As semi-reaes envolvidas e seus respectivos potenciais padro seriam:

AgCl (s) e

Ag (s) Cl E 0 0,222volts, (eq.1);

Cd 2 2e

Cd (s) E 0 0,403volts(eq.2).

Considerando a concentrao de cloreto, Cl-, em soluo, da ordem de 0,2 mol/L e a de cdmio, Cd2+, de 0,005mol/L. Aplicando-se a equao,E Eo a 0,0591 log red (equao de Nernst), obteremos os valores de potencial, para n a oxi

os eletrodo Ag/AgCl e de Cdo/Cd2+ . Para o eletrodo Ag/AgCl teremos:

E = 0,222volts 0,0591log0,2 = 0,263volts.

Para o eletrodo Cd/Cd2+, ser::

E 0,403

0,0591 log0,005 0,471volts. 2

Obtemos a equao da reao de reduo do Cd2+ invertendo a semi-reao (1), multiplicando-a por dois e ento somando, membro a membro as duas equaes.

2Ag(s) +2Cl- = 2AgCl(s) + 2e-; Eo = - 0,263volts. Cd2+ + 2e- = Cd(s); Eo = -0,471volts.

2Ag(s) + 2Cl- + Cd2+ = AgCl(s) + Cd(s). E = - 0,734volts.

O valor negativo (-0,734volts) indica que o processo no espontneo, que a tendncia seria a oxidao do Cd(s) e no sua reduo. Para que ocorra tal reduo devemos aplicar um potencial mais negativo que -0,734volts, digamos -0,764volts (O clculo deste valor ser mostrado mais tarde). Desta maneira haver a deposio do Cdo sobre o catodo e evoluo de Cl2 no anodo.

ELETRLISE

Conforme j foi citado, a eletrlise um processo onde os componentes de uma soluo so decompostos em conseqncia da passagem de uma corrente eltrica atravs da soluo. Na soluo vo ocorrer reaes chamadas de reaes eletrdicas. No

eletrodo ligado ao plo negativo do gerador externo e identificado como catodo, iro ocorrer reaes de reduo, (reaes com o ganho de eltrons) enquanto no eletrodo ligado ao plo positivo, identificado como anodo, iro ocorrer reaes de oxidao, (reaes com a perda de eltrons). evidente a presena de ons H+ e OH nas solues, por se tratarem, na maioria das vezes, de solues aquosas. Assim, se o on metlico tiver potencial padro de reduo, Eo, menor que o do hidrognio, ao qual foi arbitrariamente atribudo o valor zero (0), quem sofrer a reduo no catodo ser o on H+, ocorrendo evoluo de H2 neste eletrodo, mas se o potencial padro do elemento for maior que o do hidrognio, ser depositado o metal, correspondente ao on, sobre o catodo. Nas reaes andicas, que so reaes de oxidao, devemos considerar o estado de oxidao do anion. Se o mesmo estiver em seu maior estado de oxidao haver a oxidao do on hidroxila, com a evoluo de oxignio neste eletrodo. A reao correspondente ser representada pela equao: 2OH O 2 H 2 O 2e , ou 211 H O O 2H 2e 2 2 2

Tal

fato

ocorrer,

quando

nion

for

o

sulfato, SO 2 , o nitrato, NO , o perclorato , ClO etc , nos quais os ametais esto em 4 3 4

seu maior estado de oxidao. Consideremos os casos de uma eletrlise das solues de CuCl2, Cu(NO3)2, de NaCl e de Na2CO3. Os potenciais padro de reduo dos ons envolvidos sero respectivamente:1 - Cu 2 2e Cu o E o 0,337 volts; 2 - Na e Na o E o 2,71 volts 3 - Cl 2 2e 2Cl E o 1,36 volts 4 4H O 2 4e 2H 2 O E o 1,28volts 5 2H 2e H 2 E o 0,00volts

Na eletrlise da soluo de CuCl2 haver a deposio do Cuo no catodo, uma vez que seu potencial normal de reduo (semi reao 1) maior que o do hidrognio semi reao 5), isto , o on Cu2+ tem maior avidez por eltrons que o H+. No anodo haver evoluo de Cl2. No caso da eletrlise da soluo de Cu(NO3)2, ainda haver deposio de Cuo no catodo, pela mesma razo anteriormente exposta, mas no anodo haver a evoluo de O2, uma vez que o nitrognio no nitrato ( NO 3 ) est no seu maior estado de

oxidao e assim no poder perder mais eltrons. No caso da eletrlise da soluo de NaCl, como o on Na+ tem menor avidez por eltrons (semi reao 2) que o on H+ (semi reao 5), haver a evoluo de H2 no catodo e de Cl2 no anodo, enquanto que na eletrlise da soluo de Na2CO3 haver evoluo de H2 no catodo e de O2 no anodo,2 uma vez que o carbono no on CO 3 , se encontra no seu estado de oxidao mximo.

LEIS DA ELETRLISE.

Veremos inicialmente alguns conceitos de eletricidade. A lei de Ohm estabelece que a resistncia de um condutor a passagem da corrente eltrica diretamente proporcional voltagem (E) aplicada aos extremos do condutor e inversamente proporcional corrente eltrica que circula pelo mesmo, isto ,R E , com R dada em Ohm (), E em volts e i em amprs (A). 1 definida como i

a resistncia oposta passagem corrente por uma coluna de mercrio de 106,300 cm e uma seo reta uniforme de modo que pese 14,4521g. O ampr (A) a corrente eltrica, que passando atravs de uma soluo de AgNO3, deposite 0,00111797 g de prata por segundo. A quantidade eletricidade que flui atravs de um condutor , representada por q, igual ao produto da corrente pelo tempo, isto q = i x t. A unidade de q o coulomb. Pode-se ento propor que 1 C a quantidade de eletricidade capaz de depositar 0,0011797 g de prata. Faraday props as seguintes leis para a eletrlise.

1 A massa de uma substncia depositada em uma reao eletrdica diretamente proporcional quantidade de eletricidade que passa atravs da soluo. Teremos ento a expresso matemtica: m = q = i.t 2 Massas de diferentes substncias, depositadas pela mesma quantidade de eletricidade so proporcionais aos seus respectivos equivalentes qumicos.

A massa atmica da prata igual a 107, 87g e seu equivalente qumico ser igual a 107,87 g/1 = 107,87 g (equivalente = massa atmica/carga em exerccio, que no caso da prata igual +1). Podemos estabelecer a seguinte relao:1 C 0,00111797 g , onde X = 96.487C 96.500C X 107.87g

Pela 2 lei de Faraday podemos concluir que 96.500C depositam 1 equivalente qumico de qualquer substncia.

POTENCIAL DE DECOMPOSIO:

Devamos esperar que logo que uma fora eletromotriz fosse aplicada a um sistema submetido eletrlise, uma corrente crescente imediatamente comearia a fluir atravs da soluo, mas isto no ocorre havendo uma fluidez de corrente crescente apenas aps a aplicao de um certo potenial, o qual denominado de potencial de decomposio. Este potencial mostrado na figura abaixo.

Observa-se na figura que a corrente atravs da soluo permanece muito baixa, mas aps atingir um dado valor, o qual chamado de potencial de decomposio, a mesma aumenta rapidamente com a f.e.m. aplicada. Para que ocorra passagem da corrente atravs da soluo, de uma maneira efetiva preciso aplicar uma f.e.m. externa (Ea) que inclua o potencial de decomposio e o potencial hmico, isto , i.R. Teremos ento Ea = Ed + i.R, onde Ed igual a potencialE E d . de decomposio. Desta equao podemos deduzir: i a R

A origem do potencial de decomposio pode ser entendido atravs da Fora eletromotriz de retorno, ou fora contra eletromotriz (f.c.e.m.).

FORA ELETROMOTRIZ DE RETORNO (f.c.e.m.)

Consideremos a eletrlise de uma soluo de cido sulfrico (H2SO4). Como sabemos haver evoluo de H2 no catodo e de O2 no anodo. Podemos observar portanto, que haver um acmulo de H2 entorno do catodo e de O2 entorno do anodo da clula eletroltica. Os potenciais padro do hidrognio e do oxignio sero:

H 2 2e 2H E o 0

1 O 2 2H 2e H 2 O E o 1,23volts 2

Em conseqncia destas concentraes de gases ser formada uma clula galvnica com o eletrodo de H2 funcionando como anodo (menor Eo) e o de O2 funcionando como catodo. O potencial desta clula galvnica, que estar em oposio voltagem externa aplicada ser dada por:E r E O2 E H 2 .

Nas condies ambiente teremos E O2 1,23volts

a H 2O 0,0591 log . Como a 2 a O1/2 a 2 H2

atividade da gua pura e do oxignio puro ser igual a 1 (um) teremos a equao dada por E O 1,23volts 0,0591log a H . Para o anodo da clula galvnica teremos2

E H 2 0,0591log a H .

Como E r E O E H teremos: E r 1,23 volts 0,0591 log a H 0,0591 . log a H ,2 2

o leva a Er = 1,23 volts. Experimentalmente o potencial de decomposio encontrado para este sistema, eletrlise de uma soluo de cido sulfrico da ordem de 1,70 volts, maior que o encontrado teoricamente que foi de 1,23 volts, para as descargas de hidrognio e oxignio.. Esta diferena sugere que alm do potencial de retorno um outro fator est envolvido. Este outro fator conhecido como sobre-voltagem , que se deve ao fato das descargas daqueles dois gases no se darem reversivelmente. Observa-se ainda que a sobre-voltagem ocorre tanto no catodo como no anodo, o que leva a Es = Sc + Sa, onde Es representa a sobre-voltagem da clula eletroltica, Sc a sobre-voltagem no catodo e Sa a do anodo. O potencial de decomposio assim ser a soma do potencial de retorno e a sobre voltagem: Ed = Er + Es. Quando a descarga do on ocorre de maneira reversvel, a sobre-voltagem desprezvel, como no caso da deposio de metais sobre o catodo ou da evoluo de Cl2. Mas quando ocorre evoluo de H2 no catodo e/ou de O2 no anodo. , durante a

eletrlise, por exemplo, a eletrlise de uma soluo de H2SO4, as sobre voltagens so considerveis. A sobre-voltagem depende dos produtos ocorrentes nos eletrodos, do material de que tais eletrodos so constitudos, alm da densidade da corrente (razo entre a intensidade da corrente e a rea especfica do eletrodo, dada em ampr/cm2). Nas tabelas dadas a seguir, so mostradas sobre-voltagens para o H2 e o O2 em eletrodos de diferentes materiais, com diferentes densidades de correntes.

Tab.1:Sobre-voltagens catdica do H2 com eletrodos de diferentes materiais e diferentes densidades de correntes Material do Catodo 0,0001 0,0034 0,001 0,0154 Densidade de corrente (amp/cm2) 0,002 0,0208 0,005 0,0272 0,010 0.0300 0,050 0,0370

Platina platinizada

0,024 Platina polida 0,122 Ouro 0,651 Cdmio 0,351 Cobre 0,298 Prata 0,218 Ferro 0,399 Estanho 0,563 Nquel 0,856 0,404 0,475 0,479 0,981 0,241

0,034

0,051

0,068

0,186

0,332

0,390

0,507

1,086

1,134

1,211

0,548

0,584

0,579

0,692

0,762

0,830

0,447

0,502

0,557

0,947

1.0258

1,077

1.185

0,633

0,705

0,747

0,890

Tab.2:Sobre-voltagens andica do O2 com eletrodos de diferentes materiais e diferentes densidades de correntes Densidade de corrente (amp/cm2) Material do Anodo Platina platinizada 0,398 0,480 0,521 0,561 0,605 0,638 0,001 0,005 0,010 0,020 0,050 0,100

Platina polida

0,721

0,800

0,850

0,920

1,160

1,280

Ouro

0,673

0,927

0,963

0,996

1,064

1,244

Prata

0,580

0,674

0,729

0,813

0,912

0,984

Cobre

0,422

0,546

0,580

0,605

0,637

0,660

Nquel polido

0,353

0,461

0,519

0,670

0,726

Nquel esponjoso

0,414

0,511

0,563

0,653

0,687

Potenciais de Descarga e Reaes Eletrdica Consecutivas. Como j assinalado o potencial de decomposio ser a soma do potencial de retorno e a sobre voltagem: Ed = Er +Es. Considerando que a sobre-voltagem se d tanto no catodo como no anodo teremos a expresso: Ed = Er + Sc +As. Como o potencial de retorno resultante da fcem, da clula galvnica originida pelos materiais da eletrlise, teremos Ed = (Ea Ec) + Sc +As (observe os sinais trocado para Er, uma vez que ela est em oposio ao potencial externo aplicado). Podemos escrever a seguinte relao, desdobrando o potencial de decomposio em duas reaes referentes ao anodo e ao catodo.

Ed = (Ea + Sa) (Ec Sc).

Consideremos a eletrlise de uma soluo a 0,1 mol/L de CuSO4, em soluo de H2SO4 a 0,5 mol/L. As semi-reaes envolvidas sero respectivamente:

Cu 2 2e Cu o E o 0,337volts 2H 2e H 2 E o 0 volts

Observamos que no catodo poderia ocorrer a descarga dos ons Cu2+ ou H+. Como o potencial padro (Eo) do sistema Cuo/Cu2+ maior que o do sistema H2/2H+, o on Cu2+ ter prioridade na descarga. Considerando ainda que a sobre voltagem na descarga do Cu2+ desprezvel, podemos dizer que o potencial em que se inicia a deposio do cobre ser dado pela expresso:

E Eo

a o 0,0591 log Cu . 2 a Cu 2o

Substituindo o Eo pelo valor dado e considerando que a Cu igual a 1, teremos:

E 0,337volts

0,0591 0,0591 loga Cu 2 , ou melhor E 0,337volts log0,1 , o 2 2 0,0591 0,307volts. (Lembre-se que log0,1 = log10-1= 2

que leva a: E 0,337volts 1).

Calculemos agora, qual seria o potencial catdico em que se iniciaria a descarga do on H+, considerando que est sendo utilizado um eletrodo de platina polida e que a corrente empregada na eletrlise tem uma densidade de 0,01 amp/cm2. Consultando a tabela 1 observamos que haver no catodo uma sobrevoltagem de 0,068 amp/cm2. Considerando ainda a dissociao total do H2SO4, o que leva a uma concentrao de 1 mol/L para o H+ e que para o hidrognio E o 0,0 volts , o potencial ser ento: H

E 0

0,0591 a H 2 log 2 . A atividade do hidrognio molecular (H2) mais bem expressa 2 a H

em termos de presso de hidrognio, que estando no ambiente, ser igual a 1 atm. A

expresso passar ento a E 0

0,0591 log a 2 , e assim, E c 0,0591 log a H . Mas H 2

agora a sobre voltagem no desprezvel, o que leva a E c 0,0591 log a H 0,068 volts . Como a atividade dos ons H+ ser igual a 1 mol/L (H2SO4 a 0,5 mol/), teremos Ec = 0,068 volts. Podemos calcular qual seria a concentrao do on Cu2+ na soluo, quando se iniciasse a evoluo de H2. Para isto basta igualar a expresso para a deposio do Cu2+ no catodo, com o valor do potencial deste eletrodo, Ec = -0,068 volts. Teremos ento:

0,337volts

0,0591 loga Cu 2 0,068 . Resolvendo esta equao encontraremos: 2

a Cu 2 1,97x1014 mol/L.No incio da eletrlise a atividade do on Cu2+ era 0,1 mol/L e ficariam sem depositar 1,97 x 10-10 % do cobre, .Podemos ento considerar que a precipitao do cobre sobre o catodo foi completa. Como podemos observar, durante a eletrlise da soluo de CuSO4, o potencial no catodo ser dado por E 0,337volts 2

0,0591 loga Cu 2 . medida que a eletrlise 2

evolui, a Cu diminui, pois o cobre estar sendo depositado sobre o catodo. Assim, o potencial catdico diminui, ou desloca-se no sentido mais negativo. O resultado mostrado indicou que a eletrlise de uma soluo de cobre pode ser conduzida em meio cido, pois somente haver evoluo de hidrognio no catodo, quando a deposio de Cu2+ tiver sido completada. Estudemos agora a eletrlise de uma soluo de ZnSO4 a 0,1 mol/L, em presena de H2SO4 a 0,5 mol/L, utilizando-se eletrodos de platina polida e densidade de corrente igual a 0,01 amp/cm2. A sobre voltagem da descarga do H+ seria ento 0,068 volts. As semi-reaes de redox envolvidas sero:

Zn 2 2e Zn E o 0,763

2H 2e H 2

E o 0 volts

Estes valores indicam que nesta eletrlise, o on H+ ter prioridade de descarga e em conseqncia haver evoluo de H2 no catodo. Temos ento que considerar a sobre voltagem. Neste caso haver dois potenciais no catodo, o potencial necessrio para a descarga do on e o outro, a sobre voltagem. Podemos ento escrever:

E 0

0,0591 a H 2 log 2 Sc Com as mesmas consideraes j efetuadas teremos: 2 a H+

E 0,0591 log a H S c . Como a atividade do on H ser igual a 1, e log 1 = 0, teremos

Ec = -Sc, ou melhor Ec = -0,068 volts. O valor indica que quando for atingido este potencial (-0,068 volts) se iniciar a evoluo de hidrognio no eletrodo. Caso a atividade de ons H+ fosse diferentes de 1 (um), digamos igual a 0,1mol/L a expresso seria: E 0,0591log 0,1 0,068 0,127volts , o que mostra novamente, que diminuindo a concentrao do on a ser descarregado o potencial desloca-se no sentido mais negativo. Calculemos agora o potencial em que se iniciaria a precipitao do zinco sobre o catodo, lembrando que a sobre voltagem ser desprezvel.

E 0,763

a 0 0,0591 0,0591 loga Zn2 . Sendo a Zn = 0,1 log Zn , ou E 0,763 2 2 a Zn2 2

mol/L, e a sobre voltagem desprezvel, obtm-se E = -0,793 volts. Este resultado mostra que somente depositar o zinco sobre o catodo, aps a evoluo do hidrognio, assim podemos concluir que a eletrlise do zinco s se dar em meio neutro, ou pouco cido. Outro fator importante que na descarga do hidrognio no catodo deve-se considerar a sobre voltagem, o que poder vir a facilitar a deposio do zinco. Exerccio: Seria possvel conduzir a eletrlise de uma soluo de sulfato de zinco (ZnSO4) a 0,1mol/L, em um sistema tamponado em pH = 6, utilizando-se eletrodo de platina lisa, com 10 cm2 de rea e uma corrente 0,1 amp? Que massa de zinco permaneceria sem depositar?.

POLARIZAO DE CONCENTRAO:

Considere a eletrlise de uma soluo de CuSO4. evidente que antes de se iniciar a eletrlise a atividade de ons Cu2+ ser a mesma em qualquer ponto da soluo (Justifique esta afirmao). Porm, ao se iniciar a eletrlise aqueles ons Cu2+ mais prximos do catodo ir se depositar sobre o mesmo como Cuo. Este fato acarretar um gradiente de concentrao de ons Cu2+, uma vez que a velocidade de reposio dos mesmos, oriundos de outros pontos da soluo, no se dar na mesma velocidade da demanda de corrente eltrica. possvel minimizar a polarizao de concentrao utilizando-se eletrodos com grande superfcies e uma corrente no muito alta.

ELETROGRAVIMETRIA COMUM.

So utilizadas duas tcnicas, uma com a aplicao de uma fora eletromotriz constante e a outra com a intensidade da corrente constante. No primeiro caso aplica-se uma fora eletromotriz suficiente para vencer o potencial de decomposio, a resistncia hmica da soluo e depositar

quantitativamente o metal motivo de anlise. Teremos ento: Eaplicada = (Eanodo Ecatodo) + (Sanodo + Scatodo) + IR

Consideremos mais uma vez a eletrlise de uma soluo de sulfato de cobre. No catodo, inicialmente, ocorrer a deposio de Cuo e no anodo haver a evoluo de oxignio. Com o transcorrer do processo haver uma diminuio na concentrao dos ons Cu2+ da soluo, o que provocar uma diminuio no potencial no catodo, ocorrendo um aumento no potencial de decomposio [Edecomposio = (Eanodo Ecatodo) + Sanodo].

As principais vantagens desta metodologia so: simplicidade e preciso. As desvantagem que que a precipitao descontrolada sua maior , pois pode levar incorporao de impurezas.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

http://www.metrohm.com.br/Produtos/Laboratorio/Produtos_Laboratorio/KF/Titulador Coulometrico.html Acessado dia 07/11/2011 s 15:00 http://equipamentosparalaboratorios.blogspot.com/2011/07/titulador-volumetrico-ecoulometrico.html Acessado dia 07/11/2011 s 16:00 http://www.ufjf.br/nupis/files/2011/02/aula-5-coulometria.pdf Acessado dia 07/11/2011 s 16:20 http://pt.wikipedia.org/wiki/Volumetria Acessado dia 07/11/2011 s 17:00