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1 COMO PASSAR NO CONCURSO DO MPT - 1ª PARTE 1 PHILIPPE GOMES JARDIM 2 É preciso força pra sonhar e perceber Que a estrada vai além do que se vê. Além do que se vê, Marcelo Camelo / Los Hermanos I Uma introdução Sim, o título é bastante ousado. Mas não espere encontrar aqui a fórmula mágica, a solução ideal para a aprovação no concurso do Ministério Público do Trabalho. E isso por uma razão bastante simples: não existe receita milagrosa. O resultado positivo é a combinação de organização e método, empenho e dedicação, estudo e aprendizado. Ah, claro... e um pouco de sorte também! Quero compartilhar, aqui, a minha experiência com o desejo de que possa ajudá-lo a tornar essa caminhada menos difícil e mais prazerosa. É comum nos sentirmos perdidos ou inseguros. São sentimentos que atingem a todos em um momento ou outro. Não sabemos por onde começar, como se preparar, de que forma organizar os estudos, qual a intensidade do esforço, quando e quais cursos fazer, como saber se estamos evoluindo, qual o modo de realizar as provas, enfim... São incontáveis as dúvidas e todas elas fazem parte da trilha a ser superada. 1 Texto escrito em fevereiro de 2015. É permitida a sua distribuição, cópia e citação desde que indicada a autoria. 2 Procurador do Trabalho em Porto Alegre, RS. Coordenador Nacional da Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho do MPT desde 2012 (Codemat). Coordenador Pedagógico da área MPT do Curso Juslaboral. Mestre em Direito das Relações Sociais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR, 2007). Mestre em Derechos Humanos, Interculturalidad y Desarollo, pela Universidad Pablo de Olavide, em Sevilla, Espanha (UPO, 2008). Coordenador e autor da obra Meio Ambiente do Trabalho Aplicado. Homenagem aos 10 anos da Codemat, publicado pela Editora LTr (2014). [email protected] / cursojuslaboral.com.br.

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COMO PASSAR NO CONCURSO DO MPT - 1ª PARTE1

PHILIPPE GOMES JARDIM2

É preciso força pra sonhar e perceber

Que a estrada vai além do que se vê.

Além do que se vê, Marcelo Camelo / Los Hermanos

I

Uma introdução

Sim, o título é bastante ousado. Mas não espere encontrar aqui a fórmula mágica, a

solução ideal para a aprovação no concurso do Ministério Público do Trabalho. E isso por uma

razão bastante simples: não existe receita milagrosa. O resultado positivo é a combinação de

organização e método, empenho e dedicação, estudo e aprendizado. Ah, claro... e um pouco de

sorte também!

Quero compartilhar, aqui, a minha experiência com o desejo de que possa ajudá-lo a

tornar essa caminhada menos difícil e mais prazerosa. É comum nos sentirmos perdidos ou

inseguros. São sentimentos que atingem a todos em um momento ou outro. Não sabemos por

onde começar, como se preparar, de que forma organizar os estudos, qual a intensidade do

esforço, quando e quais cursos fazer, como saber se estamos evoluindo, qual o modo de realizar

as provas, enfim... São incontáveis as dúvidas e todas elas fazem parte da trilha a ser superada.

1 Texto escrito em fevereiro de 2015. É permitida a sua distribuição, cópia e citação desde que indicada a autoria.

2 Procurador do Trabalho em Porto Alegre, RS. Coordenador Nacional da Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho do MPT desde 2012 (Codemat). Coordenador Pedagógico da área MPT do Curso Juslaboral. Mestre em Direito das Relações Sociais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR, 2007). Mestre em Derechos Humanos, Interculturalidad y Desarollo, pela Universidad Pablo de Olavide, em Sevilla, Espanha (UPO, 2008). Coordenador e autor da obra Meio Ambiente do Trabalho Aplicado. Homenagem aos 10 anos da Codemat, publicado pela Editora LTr (2014). [email protected] / cursojuslaboral.com.br.

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II

Um pouco da minha história

I've planned each charted course / Eu planejei cada caminho do mapa

Each careful step along the byway / Cada passo, cuidadosamente, no correr do atalho

And more, much more than this / E mais, muito mais que isso

I did it my way / Eu fiz do meu jeito

My Way / Meu jeito, Frank Sinatra

Costumo dizer que o MPT nunca foi meu sonho, mas se tornou minha realidade.

Desde a faculdade, sempre gostei de Direito do Trabalho. Aliás, somente eu. Éramos em

aproximadamente 40 colegas, e nenhum deles hoje trabalha na área. Não pensava em seguir a

carreira pública. Não tinha pretensão em fazer o concurso pra magistratura e, confesso, não

conhecia o MPT. Estudei no interior do Rio Grande do Sul, na Universidade Federal de Santa

Maria. Foi no final do ano de 1999 que eu me formei e, na época, o MPT ainda não tinha iniciado

o processo de interiorização. Havia Procuradorias do Trabalho apenas nas capitais dos Estados.

Sempre fiz estágios em escritórios de advocacia trabalhista e pensava que seguiria

naturalmente esse caminho. Quando me formei, me mudei para Porto Alegre e fui contratado por

um grande escritório. Era – e ainda é – um escritório bastante respeitado, com plano de carreira

para os advogados iniciantes, com bom engajamento político e sindical. Pensava que meu

caminho profissional já estava desenhado.

Advoguei por dois anos. E, com o tempo, comecei a questionar a minha escolha

profissional. Claramente não estava mais contente com o meu trabalho no escritório. Pensava

que trabalhava muito e ganhava pouco. Não tinha o reconhecimento que eu achava que

merecia. Era começo de 2002, e fico sabendo que o MPT lança o edital para o X Concurso para

Procurador do Trabalho. Apenas cinco vagas. Não costumo acreditar em sinais, sou até bastante

cético, mas uma luz surgiu... E se? E se eu mudar meus planos para o futuro? E se eu começar

a estudar? E se der certo? E se?

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Decidi que iria estudar para essa prova. Trabalhava o dia inteiro e fazia uma pós

(especialização em Direito do Trabalho) nos finais de semana. Estudaria à noite. E no que

sobrasse de tempo nos finais de semana.

A primeira coisa que fiz foi analisar as provas objetivas dos anos anteriores. Assim

como um viajante que chega a uma cidade desconhecida e busca orientar-se por um mapa.

Procurar descobrir quais as matérias mais cobradas, os assuntos mais exigidos, os conteúdos

mais frequentes. Calculei o tempo que eu teria até a data da primeira prova e dividi os dias de

estudo conforme o que era mais importante. Somente avançava para a matéria seguinte quando

concluía o assunto.

Nesse meio tempo meu rendimento no escritório já não estava lá essas coisas.

Embora eu não tivesse comentado com ninguém que eu iria fazer o concurso do MPT, o pessoal

percebeu a mudança de foco. Quando me chamaram para uma conversa, abri o jogo quanto ao

meu descontentamento e disse que estava estudando para a prova. Em um diálogo franco,

resolvemos – o escritório e eu – que a melhor decisão para mim seria sair do escritório, parar de

advogar. Decidimos então que no último mês de trabalho, um mês antes da prova, eu poderia

fazer meio turno de expediente para conciliar com os estudos. Eu já era independente

financeiramente e havia guardado certa grana que me permitiria ficar “só” estudando por um

período de um ano e meio, talvez um pouco mais. Essa havia se tornado a minha meta: passar

em algum concurso na área trabalhista no prazo de um ano e meio. Se não desse certo, voltaria

a advogar ou venderia sanduíches na praia...

Bom... se você estiver mesmo prestando atenção nessa história, deve estar agora se

perguntando: se ele se formou no final de 1999, e o edital do concurso foi lançado no começo de

2002, como ele vai conseguir completar os três anos de atividade jurídica?

Eu respondo. Muito fácil. Simplesmente naquela época não se exigia os três anos.

Essa é uma inovação trazida com a Emenda Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004,

lembra? O requisito era apenas dois anos da graduação (artigo 187 da Lei Complementar nº

75/93), tempo de calendário, exatamente o período que eu tinha quando o edital foi lançado.

Mais um sinal?

Veio a primeira prova e... passei! Veio a segunda prova e... passei! Veio a terceira

prova e... passei!

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Pera lá. Estou acelerando essa história. Vamos mais devagar.

Eu cheguei a dizer que também fiz o concurso para magistratura do trabalho? Pois é.

No meio dos estudos para MPT, o TRT 12 lançou o XI Concurso para Juiz do Trabalho

Substituto. E foi um concurso extremamente rápido. Entre a primeira fase e a prova oral, foram

pouco mais de quatro meses.

Cartão de identificação do MPT Cartão de identificação do TRT 12

O fato é cuidei de ambos os concursos ao mesmo tempo, mas sempre mantendo o

foco no concurso do MPT. E fui conseguindo vencer cada etapa, sem nenhuma reprovação.

Apenas para ter uma ideia, a prova oral do concurso da magistratura foi na sexta-feira seguinte

ao domingo em que ocorreu a terceira prova do MPT. Em pouco mais de seis meses de estudos

eu já havia conseguido ser aprovado em um concurso para Juiz do Trabalho e seguia estudando

para o concurso do MPT. Ao final de um ano de preparação, no dia 12 de março de 2003, em

Brasília, aos 25 anos de idade, eu tomava posse no cargo de Procurador do Trabalho. Festa na

família.

Confesso que sempre tive um pouco de timidez em contar que passei no primeiro

concurso que eu fiz, no primeiro da magistratura, no primeiro do MPT, aprovado em dois

concursos com um ano de preparação, que era o mais novo da minha turma na posse e tal...

Escutava as histórias dos colegas que se prepararam por cinco ou dez anos, que fizeram mais

de 20 concursos, que rodaram em provas orais e se reergueram até tomar posse em outro

concurso, que sofreram privações pessoais, que passaram com mais de 50 anos de idade. São

histórias incríveis, cativantes, que têm muito a ensinar sobre perseverança e coragem. Achava a

minha história pessoal desimportante. O tempo acabou me mostrando que todas as histórias de

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quem é aprovado em um concurso público são histórias que merecem ser compartilhadas.

Todas elas trazem um legado interessante. E depois de que você toma posse, todos têm a

mesma carteira funcional vermelha e a placa com o nome na porta do gabinete.

Fiz a opção por assumir a carreira no MPT. Foi uma escolha acertada. Respeito muito

o trabalho dos magistrados. Minha esposa é Juíza do Trabalho. Julgar é uma arte. Mas é no

MPT que encontro a satisfação de ver que o resultado da minha ação pode mudar a realidade.

Fazer parte do Ministério Público do Trabalho traz pequenas alegrias diárias e também um

enorme senso de responsabilidade. Tenho a consciência de que somos a voz de uma parcela

importante da sociedade brasileira para a afirmação de seus direitos que são desrespeitados por

práticas como o trabalho escravo contemporâneo, trabalho infantil, fraudes trabalhistas,

discriminações e agressões à saúde e à vida dos trabalhadores. A atuação do Ministério Público

do Trabalho está sempre voltada para a proteção do interesse público e na defesa dos direitos

sociais cotidianamente violados. Temos a chance de contribuir para o empoderamento de grupos

historicamente marginalizados e carentes de uma sociedade mais justa, mais democrática e

mais igualitária.

III

Alguns conselhos

Tudo bem se você acha ruim receber conselhos de um desconhecido apenas porque

ele passou em um concurso público. Também tenho certa resistência a tudo que se afirma

apenas pela posição dominante. Sou um pouco iconoclasta. Você pode substituir por dicas,

palpites, pitacos. Definitivamente não são advertências ou avisos. Quero apenas apresentar

algumas sugestões que eu gostaria de ter ouvido quando iniciei a minha trajetória de estudos.

Acredito que as duas primeiras coisas que você precisa fazer é definir um objetivo e

estabelecer um prazo para conquistá-lo.

Pense em onde você quer se ver trabalhando daqui a 10 anos. Pense em como você

deseja a sua rotina daqui a 20 anos. Se você acredita que tem vocação para ser juiz, invista

nessa carreira. Se você tem o sonho de fazer parte do MPT, lute por ele. Ouço muitos alunos

dizerem que o que querem mesmo é passar no MPT. No entanto, acabam fazendo o concurso

para magistratura trabalhista porque é mais fácil para ficar perto de casa, porque tem mais

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concursos no ano, porque a chance de passar é maior, porque não é um concurso tão difícil

quanto o do MPT. Quantas vezes você já escutou alguém falando “estou iniciando a minha

jornada em direção à magistratura e, quem sabe, ao MPT”? Meu caro, você quem sabe! Essa

decisão é somente sua! O concurso do MPT, sim, é um concurso difícil. Mas é um concurso

possível. E o fundamental para a sua aprovação depende de você mesmo: você tem que

acreditar que é capaz! Você deve acreditar no seu potencial! A sua autoconfiança é que ajudará

você a superar os desafios e as dificuldades, os obstáculos e os insucessos.

Não estou dizendo que você deve fazer apenas o concurso do MPT. Estou dizendo

que você deve se preparar para o concurso do MPT, que é algo bem diferente. E,

principalmente, não abandonar esse sonho antes mesmo de tentar, ou depois de algumas

reprovações. Se você conseguir manter o seu objetivo bem definido no MPT, fazer os concursos

da magistratura será um acréscimo.

Avalie com calma e tranquilidade qual a bagagem de estudos que você acumulou ao

longo da sua vida acadêmica. Considere o quanto você aproveitou da sua graduação, ou de

algum curso de pós-graduação. Analise a sua experiência profissional. Calcule quanto tempo

disponível você tem para se dedicar aos estudos, às aulas, às discussões em grupo, aos

exercícios práticos. Some tudo isso e defina qual o seu prazo para você conseguir atingir o

objetivo final de aprovação.

Acho engraçado quando escuto que a média de tempo para passar é de 2 a 3 anos.

Média para quem? Baseada em quê? Entrevistaram todos os candidatos? E aquele que desistiu

no meio da preparação, entra na média ou não? Qual a margem de erro do Ibope?

A verdade é que é você que tem que estabelecer o prazo para atingir a sua meta. Você

se conhece melhor do que ninguém. Só você sabe da sua experiência, do seu acúmulo, das

suas potencialidades e das suas dificuldades, no que você se destaca e no que ainda precisa

melhorar. São todos esses elementos bem valorizados por você mesmo que irão dar a resposta

de quanto tempo será suficiente para passar. Não terceirize a decisão de quando você chegará

ao seu grande objetivo!

Claro que tudo isso são dados subjetivos e a resposta não será precisa (bem...

somando tudo isso, descobri que demorarei 2 anos, 7 meses e 4 dias para passar). Mas a

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resposta sempre será mais útil e próxima da realidade do que um suposto tempo médio afirmado

por outra pessoa.

A definição do prazo para atingir o seu objetivo é importante para você criar e executar

as metas de estudos. O cronograma de estudos. Dentro da janela de tempo que você definiu

para passar no concurso, divida todo o programa do edital. Os dois grandes referenciais de

estudos deverão ser o seu prazo para aprovação e o calendário das provas do concurso.

Dialogue com ambos e defina as suas metas de estudo.

Além do grande objetivo de aprovação final, crie também metas a curto e médio

prazos, sempre pensando no calendário do concurso que você busca. Mesmo que o edital ainda

não tenha sido lançado. Uma boa saída é definir metas de estudos diárias (podemos chamar de

micro metas ou de metas imediatas), semanais e mensais. Antes de sentar na cadeira pra

estudar, você precisa saber o quanto você deverá estudar naquele momento. É importante

estabelecer um limite prévio e respeitá-lo. Procure não desistir antes de completar aquela meta

específica, e também não adiante o objetivo do dia seguinte caso você termine antes. Esse limite

é fundamental para que você perceba que está evoluindo e cumprindo as metas. E o sentimento

de dever cumprido é muito importante nessa hora. Se você conseguir organizar o seu calendário

de estudos dessa forma, a satisfação de vencer cada micro meta/meta imediata será maior do

que o esforço diário para atingi-la. Caso você tenha dificuldade ou falta de experiência para

definir as suas metas, pense na possibilidade de contratar um profissional especializado na área,

um coach para concursos públicos.

No entanto, não seja severo com você mesmo. Permita-se errar. Seja critico sem

perder a suavidade, seja persistente sem perder a ponderação. Não se deixe dominar pelo medo

da derrota. Não seja um candidato “Regina Duarte”, aquele que tem medo. Cada tropeço deve

ser considerado como um incentivo para seguir adiante na caminhada. Encare o futuro.

Dedicação. Empenho. Comprometimento. E, sobretudo, não se leve tão a sério. Permita-se

reavaliar constantemente seus objetivos e metas. Corrigir o rumo é tão importante quanto seguir

no rumo correto.

Um erro bastante comum na preparação dos candidatos é se concentrar apenas para a

próxima fase. Geralmente esse equívoco é mais comum no início da preparação, quando se tem

o fantasma da primeira fase e se esquece de que o concurso seguirá em frente. Muitos

entendem que a prova objetiva é a mais difícil. Pode até ser. Mas é errado achar que a primeira

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fase é a mais importante. Todas são importantes. Inclusive a prova de títulos, a sua classificação

final depende disso, ficar perto ou longe de casa. Os concursos do MPT guardam pouco tempo

entre a primeira fase e as seguintes. A segunda e a terceira provas são separadas por apenas

uma semana. Deixar para se preparar para as próximas etapas apenas após o resultado da

primeira pode ser insuficiente para acumular conhecimento para a prova subjetiva e aprender a

executar a peça prática. Na sua programação de estudos, reserve um período para praticar e

simular as respostas das etapas seguintes desde já. Treine as questões dissertativas.

Desenvolva as peças práticas. O estudo para todas as fases do concurso deve ser

concomitante, embora com intensidades distintas. Deixar tudo isso para depois pode ser tarde

demais.

Especialistas indicam que há várias técnicas de estudos. Se você chegou até aqui,

significa que terminou o ensino médio, passou no vestibular ou no ENEM, e se formou em

Direito. Provavelmente você já descobriu qual o seu melhor método. Para algumas pessoas

basta ler, outras precisam destacar ou grifar o conteúdo, e há também quem precise falar alto a

matéria. Eu preciso escrever. Fiz resumos de (quase) todo o programa, incluindo o texto de lei e

súmulas. Não vou entrar na discussão de qual a melhor técnica. A melhor técnica é a que você

se sente mais confortável e a com melhor resultado. Apenas adapte e concilie o seu cronograma

de estudos com o método escolhido. Provavelmente você demorará mais tempo para vencer

uma meta (micro meta ou meta imediata) se você precisar trans(es)crever o conteúdo, fazer

resumos. Paciência. Aceite que esse é o melhor modo para você adquirir e guardar

conhecimento. Não adianta ficar brigando com esse fato e desejar que você gostaria de estudar

apenas lendo os livros.

Outra questão interessante para conversarmos é sobre a realização das provas

anteriores. Principalmente a resolução de questões objetivas. Há duas escolhas. Ou você deixa

para fazer as provas objetivas após esgotar o estudo completo da matéria. Ou você resolve as

questões antes de estudar a matéria. É uma opção pessoal. Particularmente eu prefiro a primeira

alternativa. Responder as questões objetivas depois de estudado todo o conteúdo servia para

mim como avaliação de como eu estudei, qual a efetividade dos estudos, o quanto eu realmente

assimilei das matérias, quais as lacunas que ainda precisavam ser preenchidas. Isso também

evitava a angústia de tentar resolver a questão de uma matéria que eu não havia estudado

ainda. Porém, evite fazer as questões objetivas e também responder as questões subjetivas

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imediatamente após estudar determinado conteúdo. Conceda um tempo para o seu cérebro

assimilar o estudo, para o cérebro perceber que deixou passar alguma coisa. Essa verificação

você irá fazer exatamente quando for testar o seu estudo com a resolução das questões.

Por outro lado, há quem consiga tirar bom proveito da segunda opção. Ao responder

as questões sem o estudo da matéria ainda, a pessoa aprende com o próprio erro e acaba

servindo como um modo válido de assimilar conhecimento. Enfim, escolha a forma que você

melhor se adapta.

Conheça bem, digo, muito bem a instituição Ministério Público do Trabalho. Saiba

quais são os seus principais órgãos, suas atribuições, seus precedentes, os membros que os

integram. Conheça as Coordenadorias Nacionais temáticas, saiba dos Projetos Nacionais, leia

as orientações, estude as grandes ações civis públicas, os termos de ajustamentos de conduta e

os pareceres, acostume-se com as teses defendidas. Informe-se sobre a carreira que você

decidiu seguir. Procure acessar diariamente as notícias das Procuradorias Regionais e da PGT

(www.pgt.mpt.gov.br). Não deixe de ler a Revista do MPT (www.anpt.org.br) e a Revista Labor

(www.pgt.mpt.gov.br). Assistir ao programa Trabalho Legal também pode ser interessante

(https://www.youtube.com/user/mptpgt). Hoje em dia é bastante fácil reunir informações sobre a

atuação institucional do MPT. No momento da prova, demonstrar que você está atualizado sobre

as principais questões que envolvem o MPT pode ser um diferencial positivo para a aprovação.

Tão importante quanto mostrar que você conhece o MPT é se apresentar com o perfil

da instituição. Vista a camiseta. Defenda o MPT. Na dúvida, ultrapasse. Deixe a cautela e a

ponderação para o concurso da magistratura. Está no DNA do MPT ser arrojado, criativo,

audacioso, propor soluções novas para velhos problemas. Procure demonstrar que você tem

esse perfil na prova. Muitas vezes as posições do MPT não estão de acordo com os

entendimentos dominantes do TST.3 Claro que isso não significa assumir compromissos com

teses irrealizáveis ou sem fundamentos. A sensatez e o discernimento sempre deverão

acompanhá-lo, seja durante o concurso, seja na atuação institucional.

Incorpore com prazer o papel de aluno e de estudante. Etimologicamente, aluno deriva

do verbo latim alere, que significa alimentar, nutrir. Olha que bela metáfora. Aluno é aquele que é

nutrido de conhecimentos. Não tem nada a ver com alguém sem luz, provavelmente uma

3 O caso da OJ 130, principalmente em sua redação anterior, é emblemático quanto à divergência entre as posições do MPT e do TST.

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comparação equivocada entre aluno e a significando sem mais lumen, luz. Já estudante vem do

latim studium, entendido como aplicação e dedicação. Seja ao mesmo tempo aluno e estudante.

Seja determinado em busca de conhecimentos.

Você faz exercícios? Estou me referindo a exercícios físicos. Não? Então deveria.

Procure fazer alguma atividade física que lhe traga satisfação. Faça musculação, nade, corra,

jogue futebol, dance, pratique curling... Certo, praticar curling no Brasil é muito complicado. Mas

todas as outras, não. Se você não gosta de nada disso, caminhe. Procure reservar uns 40

minutos de caminhada dia sim, dia não. Incorpore alguma atividade física na sua rotina semanal.

Os benefícios da prática desportiva para o seu corpo, saúde e bem-estar são inúmeros. Mas

sobretudo será o seu momento de descontinuidade dos estudos, de recuperação da capacidade

intelectual, de reforço da concentração, de recondicionamento da energia.

E por fim, seja feliz! Busque encantamento e satisfação ao estudar. Pense que coisa

maravilhosa é ganhar conhecimento. Perceba que interessante é questionar-se e evoluir. Torne

essa caminhada a mais prazerosa possível.

IV

O concurso do MPT

O Concurso Público de Provas e Títulos para o ingresso na carreira do Ministério

Público do Trabalho atualmente é regulamentado pela Resolução CSMPT nº 108, de 05 de

março de 2013, alterada pela Resolução CSMPT nº 119, de 02 de dezembro de 2014. Nas

resoluções você encontrará todas as informações de ordem formal necessárias para prestar o

concurso. Nem preciso afirmar que é leitura obrigatória e completa, certo? Mas se você estiver

sem tempo, vou fazer um breve resumo.

São cincos fases no total, quatro eliminatórias e uma classificatória.

A primeira fase é escrita e objetiva, com 100 questões de múltipla escolha de “a” a “d”.

Tem a duração de 4 horas. O detalhe é que a cada 3 erros há o desconto de 1 questão certa.

Você precisa acertar pelo menos 50% da prova. Para o 19º Concurso houve alteração quanto ao

número de aprovados, que passou dos 300 candidatos que obtiverem a maior nota para os 200

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candidatos. Todos os candidatos empatados no ducentésimo lugar serão admitidos à prova

seguinte, mesmo que ultrapassado o limite de 200 candidatos.

A segunda fase é escrita, subjetiva, composta de questões dissertativas e/ou resolução

de problemas. Costuma-se cobrar 5 questões/problemas. Novamente é necessário atingir a nota

mínima de 50. A duração é de no mínimo 4 e no máximo 5 horas, conforme será fixado pela

Comissão de Concurso. No concurso anterior, o tempo foi de 5 horas.

A terceira fase é escrita, de natureza prática, e corresponde a elaboração de uma ou

mais peças jurídicas próprias da atuação institucional do membro do MPT, na esfera judicial ou

administrativa. Geralmente é uma ação civil pública, mas nos concursos mais recentes caiu um

recurso ordinário e uma ação rescisória. Mais uma vez você será eliminado caso não obtenha a

nota mínima de 50. Igualmente o tempo da prova é de 4 a 5 horas, ainda a ser determinado. No

concurso anterior, o tempo foi de 4 horas.

A quarta fase é a prova oral, com questionamentos a serem respondidos para os cinco

examinadores da Comissão de Concurso. Ocorre no auditório da sede da Procuradoria Geral do

Trabalho, em Brasília, com presença de público. Ao contrário do que acontece na magistratura

do trabalho, não há o sorteio dos pontos do edital 24 horas antes da arguição. O sorteio é feito

no momento da própria arguição. Pela última vez você precisa tirar a nota mínima de 50 em cada

uma das matérias da prova oral.4 O tempo da arguição é de até 50 minutos.

A quinta fase é a aferição de títulos. O seu histórico acadêmico e profissional será

valorado com pontos relativos ao exercício da advocacia, em cargo ou função técnico-jurídico, de

magistério superior em direito, aprovação em concurso público, especialização, mestrado ou

doutorado, publicações de artigos, livros, teses, entre outros. A nota máxima a ser obtida nessa

fase é 100. Apesar de ser meramente classificatória, e não eliminatória, essa fase é muito

importante porque definirá a sua colocação final no concurso. E isso influenciará a sua vida

institucional dentro da carreira, para fins de remoção, promoção ou participação em cursos, por

exemplo.

Você encontrará o seu nome na relação de habilitados (aprovados) se tiver nota final

de aprovação igual ou superior a 60 considerando todas as fases eliminatórias do concurso. Já

4 Os pontos a serem sorteados abrangem as matérias Direito Constitucional e Direitos Humanos, Direito Individual do Trabalho, Direito Coletivo do Trabalho, Direito Processual do Trabalho, Direito Civil e de Empresa, Regime Jurídico do Ministério Público, Direito Processual Civil e Direito Administrativo.

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para saber a sua média final, é preciso somar a nota de títulos. Tanto para a nota final, como

para a média final, as provas escritas, as orais e a nota de títulos possuem pesos distintos. É a

média final que irá determinar a sua colocação na ordem de classificação. E correr para o

abraço.

O momento de você comprovar os três de anos de atividade jurídica é no requerimento

da inscrição definitiva. E a inscrição definitiva ocorre depois de publicado o edital com os

candidatos aprovados na 3ª prova prática. A exigência de três anos de atividade jurídica deverá

ser atendida até a data da posse. Perceba que há diferença entre quando você deverá cumprir o

tempo de atividade jurídica e quando você deverá comprovar o seu cumprimento.

Os concursos do MPT geralmente são realizados a cada ano, a cada ano e meio. Veja

que o 10º Concurso é de 2002. O 19º Concurso foi lançado no final de 2014. São exatamente 10

concursos no período de quase 13 anos.

Não se impressione com o pouco número de cargos vagos no edital. Geralmente

constam as vagas mínimas necessárias para o lançamento do concurso. Dentro do prazo de

eficácia do concurso, que é de dois anos da homologação, prorrogável uma vez pelo mesmo

período, todas as vagas que forem surgindo nesse tempo serão consideradas para o

preenchimento. Isso se houver candidatos aprovados, óbvio. São vagas que decorrem de

aposentadoria, morte, eleição para o quinto constitucional, promoção na carreira ou mesmo a

criação de novos cargos por lei.

Também não pense que as lotações indicadas no edital serão preenchidas pelos

colegas aprovados no concurso. Antes da posse dos novos colegas, as vagas disponíveis são

oferecidas pelo critério de remoção por antiguidade na carreira aos Procuradores já atuantes. As

localidades em que não houver interesse no preenchimento é que serão ofertadas aos novos

colegas. Como você já deve ter percebido, dificilmente haverá vagas nas capitais de Estados ou

grandes centros urbanos. Considere a possibilidade de ir para lugares como Picos (PI), Ji-

Paraná (RO), Bacabal (MA), Água Boa (MT), Três Lagoas (MS), Marabá (PA) ou Uruguaiana

(RS). Por isso, não se preocupe com isso agora. É absolutamente imprevisível saber com

antecipação onde haverá vagas para a lotação dos colegas aprovados no concurso. A carreira

no MPT deve ser atraente pela potencialidade de fazer a diferença na realidade, independente

de onde você esteja.

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V

A Primeira fase

É muito comum escutar que para a primeira prova do concurso do Ministério Público do

Trabalho basta o estudo da lei seca. Ou seja, você precisa conhecer o texto da lei e das súmulas

e orientações jurisprudenciais dos tribunais superiores. Eu costumo dizer que para alcançar a

zona de segurança da aprovação o candidato deve ir além. Eu brinco que deve buscar a lei

molhada.

Além do texto das convenções e recomendações internacionais, da Constituição da

República, da legislação infraconstitucional, e das súmulas e orientações jurisprudenciais, o

candidato deve ter noção e conhecimento dos principais institutos e categorias jurídicas.

Considere a lei molhada como o complemento do conhecimento do texto normativo à doutrina

propedêutica, às principais teses relacionadas e aos julgamentos paradigmáticos. Claro que o

aprofundamento do conhecimento não deverá ser tão intenso como o estudo para as próximas

etapas. Mas a lei molhada/encharcada dos outros saberes vinculados é desejável para não

passar sufoco na primeira fase.

A prova do MPT é toda elaborada pelos próprios Procuradores que compõem a

Comissão Examinadora do concurso. Isso significa dizer que não se terceiriza a decisão quanto

ao nível de conhecimento que é exigido do candidato. O resultado é uma prova que vai além da

mera decoreba, embora o conhecimento do texto da lei continue sendo muito importante nessa

primeira fase. O perfil do candidato começa a ser selecionado já na prova objetiva.

Mas não basta apenas o conhecimento da lei molhada. É preciso metodologia para a

resolução da prova, definir um método que lhe auxilie a solucioná-la. Há vários métodos e

critérios para enfrentar essa fase. Provavelmente cada aprovado teve a sua técnica própria e

com resultado positivo. Quero apresentar a forma que eu escolhi para superar a prova objetiva

do MPT. “I did it my way”!

Para que esse critério dê certo, você precisa ser honesto com você mesmo na hora da

prova, ter a real consciência dos seus conhecimentos e nível de estudos. E também das suas

deficiências e das matérias que você não conseguiu estudar adequadamente. Não tente se

enganar.

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Como você sabe, a primeira prova do MPT são 100 questões de múltipla escolha, da

letra “a” até “d”. A letra “e” é para ser marcada quando não se sabe a resposta. O diferencial

dessa prova do MPT em relação a todas as demais da carreira jurídica é que há o desconto de 1

questão certa para cada 3 erradas. A letra “e” serve exatamente para isso, para evitar a

contagem da questão errada.

O método consiste no seguinte. Durante a prova, divida as questões em 3 conjuntos:

aquelas em que você tem certeza absoluta da resposta, aquelas em que você está em dúvida

entre duas alternativas, e aquelas que você não tem a menor ideia da resposta certa. A dica é

levar 3 cores de canetas e assinalar cada conjunto de questão com uma cor. Se for permitido

levar apenas canetas nas cores azul ou preta, faça sinais gráficos distintos para cada conjunto

ao lado do número da questão, como círculos, quadrados, flechas etc. Você irá classificar a

questão em cada um dos 3 conjuntos no mesmo momento em que for ler e responder a questão.

No primeiro conjunto, assinale todas as questões daquelas matérias que você domina

com segurança, que você conseguiu estudar e assimilar o conteúdo, que você consegue explicar

a resposta para si ou para outra pessoa, que você já acertou em alguma prova ou exercício

anterior. Geralmente são as questões que o nosso inconsciente (aquele lugar onde guardamos

certas coisas, inclusive o conhecimento) identifica a resposta na primeira leitura e geralmente

nosso inconsciente acaba acertando.

Mas geralmente não significa sempre.

Pra esse conjunto, você deve acertar de 80 a 90% das respostas.

No segundo conjunto, estão aquelas questões que você tem grande chance de acertar,

mas não tem certeza absoluta da resposta. Você está próximo de descobrir a resposta certa,

mas falta convicção por algum motivo. Você examina e relê a questão com calma e acabam

sobrando duas alternativas. Há uma dúvida razoável entre duas respostas. É aquela questão tipo

"eu acho que é tal, mas não tenho certeza".

Para esse conjunto, calcule de 40 a 60% de acerto.

Se você está em dúvida entre 3 alternativas, então muito provavelmente você não está

em dúvida entre 3 alternativas. No fundo você não sabe a questão. Você está próximo do

terceiro conjunto.

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E no último conjunto estão todas aquelas matérias que você não estudou, aquela lei

que você deixou pra última hora e não deu tempo, aquela teoria que você nunca ouviu falar – ou

se ouviu, fingiu que não escutou –, ou aquela súmula que você jamais pensou que fosse cair...

Enfim... Aquelas questões que parecem escritas em sânscrito.

Para essas, é letra "e" e assunto encerrado. O negócio é evitar um mal maior.

É impossível afirmar, antes da prova, qual será o ponto de corte. Nos dois últimos

concursos, ambos realizados pela atual administração da Procuradoria Geral do Trabalho, o

ponto de corte foi de 60 e 57 acertos. Nos dois passavam os 300 primeiros colocados. A

tendência é que o ponto de corte para o concurso atual aumente já que diminuiu o número de

aprovados, passando apenas os 200 candidatos com a maior nota. Mas, eu repito, é apenas

uma estimativa. O ponto de corte está ligado diretamente à dificuldade da prova.

O que você precisa é atingir a zona de segurança, aquele número de acertos em que

você não dependa de questões anuladas posteriormente e se mantenha longe do ponto de corte.

Podemos dizer que a zona de segurança inicia com 70 acertos líquidos. O cálculo dos 70 acertos

líquidos deve considerar o desconto de 1 questão certa para cada 3 erradas conforme a

estimativa do percentual de acertos dos conjuntos 1 e 2 de questões. É até provável que você

consiga a aprovação com a pontuação inferior e próxima a 70 acertos líquidos. Mas estamos

propondo atingir a zona de segurança, a situação ideal.

Pois bem. Quando você terminar toda a prova, antes de passar o resultado para a

folha de respostas, conte quantas questões você assinalou nos conjuntos 1 e 2 e faça os

cálculos considerando o percentual de acerto. Não se esqueça de considerar as questões

provavelmente erradas dentro da média, e descontar 1 questão certa para cada 3 erradas.

Se o seu resultado estiver próximo a 70 acertos líquidos, respire fundo, beba um gole

d´água, e comece a passar o resultado para o gabarito tranquilamente.

Se o resultado não estiver próximo a 70 acertos líquidos, procure retornar àquelas

questões do conjunto 2 e tente salvar mais algumas, diminuir a margem de erro, veja se

consegue reclassificar alguma questão do grupo 2 para o grupo 1. Vale mais a pena insistir com

alguma questão do conjunto 2 do que de uma questão do conjunto 3.

Ah, mas e se mesmo assim eu ficar longe dos 70 acertos líquidos? Bem, esse critério

sugerido não tem o poder de alterar o seu resultado na prova. O método não irá fazer você

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acertar mais questões do que você estudou. Parece meio óbvio, mas a sua nota será resultado

do seu estudo. O método é apenas uma proposta de resolução de prova. Não há nenhuma

comprovação científica quanto à certeza de sucesso. Até porque está baseada em dados

subjetivos, que variam de uma pessoa para outra. A ideia foi apenas apresentar uma sugestão.

Fique à vontade para segui-la ou descartá-la.

Você terá 4 horas pra fazer a prova. São 240 minutos. A minha sugestão é deixar 20

minutos para a passagem do gabarito. Somente transcreva o gabarito para a folha de respostas

quando terminar completamente a prova. Isso ajuda a evitar o erro na marcação das respostas,

como pular uma questão. Se você mantiver a atenção e a concentração, é tempo suficiente.

Reserve 2 minutos para cada questão. Aí já temos 200 minutos (2 minutos x 100 questões = 200

minutos). Somando com os 20 minutos para passar o gabarito, totaliza 220 minutos. E você

ainda terá 20 minutos para rever as questões do conjunto 2 objetivando atingir os 70 acertos

líquidos da margem de segurança.

O controle do tempo é uma questão fundamental. No concurso do MPT, não é

permitido o uso de relógio pelo candidato. Mas é de praxe o fiscal da sala informar o horário e

anotá-lo na lousa a cada hora cheia. Use o tempo a seu favor ao invés de se tornar refém dele.

Tenha o controle do tempo como um amigo a lhe informar como você está evoluindo na

execução da prova dentro da sua programação. E não como mais um adversário pronto para

desestabilizá-lo, assim como o nervosismo, a insegurança, a pressão, a fome, o cansaço...

É apenas a primeira fase. A caminhada segue.

VI

A Segunda fase

(Continua...)