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Compreensão do cuidado e apoio psicossocial (APS) Nota do facilitador Os conceitos de cuidado e apoio psicossocial e a respectiva program ação sempre foram e continuam sendo comprendidos e aplicados de formas diferentes. Para muitos dos programadores, o cuidado e apoio psicossocial têm sido entendido como sendo, acampamentos, clubes infantis ou grupos de aconselhamento sobre a perda. Este módulo não irá lhe fornecer uma definição única de cuidado e apoio psicossocial, mas sim irá lhe introduzir às diferentes formas usadas para definir o cuidado e apoio psicossocial, com a finalidade de lhe permitir identificar os rumos que possam lhe ajudar a compreender o que o cuidado e apoio psicossocial procuram alcançar. O módulo irá se focalizar na aplicação dos conceitos no contexto de HIV e SIDA, pobreza e conflictos embora reconhecemos também que a ausência destes três factores não significa que as pessoas não necessitam de apoio psicossocial. No fim do módulo irá encontrar uma actividade de reflecção pessoal que pode realizá-la durante ou depois da formação. Resultados da aprendizagem do módulo: Compreensão do impacto do HIV e SIDA, pobreza e conflictos nas crianças, famílias e comunidades Compreensão do conceito de cuidado e apoio psicossocial Elaboração da lista e explicação dos princípios da programação psicossocial Avaliação do papel do cuidado e apoio psicossocial Compreensão dos modelos da programação psicossocial Directrizes para o uso do manual REFLECÇÃO PESSOAL CASO DE ESTUDO OU HISTÓRIA FOLHA DE INFORMAÇÃO APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO ANALIZAR MINUCIOSAMENTE (REFLECÇÃO SOBRE O SEU TRABALHO OU CONTEXTO) PÁGINA DAS ANOTAÇÕES Sessão 1: O impacto do HIV e SIDA, pobreza e conflictos nas famílias e comunidades Objectivos da sessão:

Compreensão do cuidado e apoio psicossocial (APS)adra-angola.org/wp-content/uploads/2015/08/Modulo-1Compreendendo-o... · Africano de ubuntu: ^Eu sou, porque nós somos, e ... O

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Compreensão do cuidado e apoio psicossocial (APS)

Nota do facilitador Os conceitos de cuidado e apoio psicossocial e a respectiva program ação sempre foram e continuam sendo comprendidos e aplicados de formas diferentes. Para muitos dos programadores, o cuidado e apoio psicossocial têm sido entendido como sendo, acampamentos, clubes infantis ou grupos de aconselhamento sobre a perda. Este módulo não irá lhe fornecer uma definição única de cuidado e apoio psicossocial, mas sim irá lhe introduzir às diferentes formas usadas para definir o cuidado e apoio psicossocial, com a finalidade de lhe permitir identificar os rumos que possam lhe ajudar a compreender o que o cuidado e apoio psicossocial procuram alcançar. O módulo irá se focalizar na aplicação dos conceitos no contexto de HIV e SIDA, pobreza e conflictos embora reconhecemos também que a ausência destes três factores não significa que as pessoas não necessitam de apoio psicossocial. No fim do módulo irá encontrar uma actividade de reflecção pessoal que pode realizá-la durante ou depois da formação. Resultados da aprendizagem do módulo:

Compreensão do impacto do HIV e SIDA, pobreza e conflictos nas crianças, famílias e

comunidades

Compreensão do conceito de cuidado e apoio psicossocial

Elaboração da lista e explicação dos princípios da programação psicossocial

Avaliação do papel do cuidado e apoio psicossocial

Compreensão dos modelos da programação psicossocial

Directrizes para o uso do manual

REFLECÇÃO PESSOAL

CASO DE ESTUDO OU

HISTÓRIA

FOLHA DE INFORMAÇÃO

APLICAÇÃO DO

CONHECIMENTO

ANALIZAR

MINUCIOSAMENTE

(REFLECÇÃO SOBRE O SEU

TRABALHO OU

CONTEXTO)

PÁGINA DAS

ANOTAÇÕES

Sessão 1: O impacto do HIV e SIDA, pobreza e conflictos nas famílias e comunidades

Objectivos da sessão:

Explicar o impacto do HIV e SIDA, pobreza e conflictos nas crianças, famílias e comunidades.

Identificar as necessidades das crianças no contexto de HIV e SIDA, pobreza e conflictos. “O HIV e SIDA, pobreza e conflictos têm um impacto devastador nas vidas das crianças e das suas famíliass e comunidades. Para que o nosso trabalho com as famílias e comunidades seja relevante e efectivo, precisamos de compreender este impacto, ler os buletins Informativos Regionais e escutarmos com cuidado às palavras das crianças, suas famílias e suas comunidades.”

Buletim Informativo Regional: O impacto da tripla crise

Conflicto: Violência após as eleições

A Quénia sofreu a sua pior crise humanitária, desde a independência, depois dos resultados das eleições presidenciais arduamente contestados, anunciados no dia 30 de Dezembro. Os protestos degeneraram em violência generalizada assim que as décadas de frustração económica e rivalidade étnica saíram fora de controlo. Nos dias logo depois do anúncio dos resultados, grupos de jovens bloquearam as estradas principais de Quénia e incendiaram centenas de residências dos percebidos “intrusos” . No total, 1,200 pessoas foram mortas e algumas 350,000 deslocadas e alojadas em campos temporários, com um número igual à procura de refúgio nos amigos ou familiares. A actividade agrícola foi gravemente impedida, enquanto os sectores da educação e saúde foram comprometidos pela grande escala da deslocação dos profissionais.

Vozes das crianças durante as eleições

“Nós queremos que o nosso líder garanta que nenhuma criança morra devido a uma causa que possa ser impedida, tais como a malária e o sarampo.”

“Nós queremos que esses que desejam ir ao Parlamento prometam que as crianças, mesmo as órfãos e as provenientes de famílias pobres, irão se beneficiar do seu direito à saude, educação, protecção e igualdade.”

Extraído no dia 1 de Outubro de 2010, do www.unicef.org/infobycountry/kenya_42224.html

Pobreza : Crianças Zimbabweanas forçadas a emigrar

Perto da meia noite, estas crianças Zimbabweanas podem ser encontradas a dormirem no relento quase em todo o sítio nesta cidade fronteiriça. Uma jovem rapariga nos informou que o seu pai morreu, e ela queria ajudar a sua mãe e os seus irmãos mais novos ganhando dinheiro na África do Sul, “Alguns homens — homens que têm carros — querem dormir comigo,” disse ela, considerando o lado positivo contra o negativo. “Eles me ofereçeram 100 randes (cerca de 10 Dólares Norte Americanos).”

O que estas crianças estão a fugir é um país onde a metada da população passa fome, muitas escolas e hospitais estão encerrados ou disfuncionais e a epedemia da cólera tomou posse de milhares de pessoas. Todavia, elas chegam em lugares onde não são bem vindas e são consideradas rivais nos empregos.

Um jovem rapaz, que chegou na África do Sul, é um dos nove rapazes oriundos duma cidade mineira na zona central de zimbabwe. A sua história é razoavelmente típica duma catástrofe periódica. Ele vivia com um tio depois da morte dos seus pais, mas depois o seu tio também morreu, devido à doença em Novembro. Ele falou sobre a sua esperança de obter um rendimento para ser capaz de ajudar a sua

viúva tia.

Extraido no dia 1 de Outubro de 2010, dohttp://www.thestandard.co.zw/international/19602-desperate-children-flee-zimbabwe-for-lives-just-as-bleak-.html

HHIV e SIDA: Apoio para a Terçeira idade em declínio em Malawi por causa do impacto do HIV/SIDA

Um relatório governamental recente diz que a população da terçeira idade de Malawi tem procurado menos cuidado e apoio dos seus filhos e da comunidade, assim que o HIV e SIDA enfraquece a economia e muda as estructuras da família no país.

No início de 2008, 11.9% da população adulta do país vivia com HIV e SIDA, de acordo com UNAIDS. Entretanto, 13% das crianças Malawianas menores de 18 anos são órfãos, principalmente como resultado do HIV e SIDA. O Informativo de IRIN reporta que devido ao HIV e SIDA houve um maior impacto na geração adulta jovem, muitos órfãos estão sob cuidados dos seus avós que muitas vezes não têm estabilidade económica e são incapazes de cuidarem das suas necessidades e das necessidades dos seus netos.

Extraido no dia 1 de October de 2010, de: www.stayhealthynews.com/AIDSandHIV/id_130302

Pontos chaves da aprendizagem:

O impacto e experiência do HIV e SIDA, conflictos e pobreza é sentido de maneiras diferentes em idades diferentes e é influenciado pelo género.

A vulnerabilidade de cada idade e grupo etário é variada. Muitas vezes as crianças são as mais vulneráveis e necessitam de serem protegidas e cuidadas de formas especiais.

Os provedores de cuidados também são afectados e precisam de apoio. É importante que as intervenções se focalizam no melhoramento da capacidade das famílias e comunidades de amar, proteger e cuidar das suas crianças.

As necessidades das crianças no contexto de HIV e SIDA, pobreza e conflictos Faça a lista das necessidades das crianças no quadro abaixo, considere a idade e o género

Pontos chaves da aprendizagem

As crianças têm necessidades diversas, e todas elas são importantes.

É necessário focalizar nos cuidados e apoio garantindo que as suas necessidades sejam alcançadas de maneira holística e de forma que assegure um crescimento e desenvolvimento positivos.

As necessidades das crianças no contexto de HIV e SIDA, pobreza e conflictos a nível familiar e comunitário

Grupos de crianças Necessidades das crianças (meninas)

Necessidades das crianças (rapazes)

0-1 anos

2-3 anos

4-5 anos

10-12 anos

13-18 anos

Sessão 2: Compreensão do cuidado e apoio psicossocial (APS) Objectivos da sessão:

Definir e explicar o conceito do APS.

Discutir os resultados emocionais/psicossociais e socias do APS.

Conceitos de cuidado e apoio psicossocial

Desenhe uma figura que melhor representa as atitudes e acções que demostram o que o cuidado e apoio psicossocial é , para si.

Conceitos chaves do APS O que é que queremos dizer com psicossocial? O termo ‘psicossocial’ indica o relacionamento dinâmico entre os aspectos psicológicos ou emocionais e sociais da vida duma pessoa.

Uma mudança no nosso mundo ou ambiente social produz uma resposta emocional e de comportamento em nós. Isto influencia a maneira como somos experimentados por outras pessoas e também como nos relacionamos com o nosso ambiente e com os que nele vivem. O que é que queremos dizer com cuidado e apoio psicossocial (APS)? O APS é uma continuidade de cuidado e apoio que influencia ambos os ambientes individual e social nas quais as pessoas vivem. Focaliza para o bem estar social, emocional e psicológico duma pessoa. Fortifica a sua capacidade de lidar com acontecimentos desgastantes ou crises. Pode ser preventivo ou curativo. Pode ser explicado assim, como sendo o cuidado e apoio oferecido pelos provedores de cuidados, membros da família, amigos, vizinhos, professores, trabalhadores de saúde e membros da comunidade diariamente. É caracterizado por relacionamentos contínuos afectuosos que comunicam a compreensão, amor e tolerância incondicionais. O que são intervenções psicossociais? Sob condições normais/ideais, o desenvolvimento saudável de muitas crianças pode não exigir APS adicionado ao cuidado e apoio “suficiente” oferecido pelas famílias e membros da familia. Contudo, quando a capacidade duma família de prover apoio é deformada, os outros membros da comunidade devem intervir. Quando este segundo círculo de apoio está quebrado ou rompido, as agências externas têm um papel a desempenhar oferecendo cuidado e apoio ou intervenções programáticos psicossociais (Richter, Foster & Sher 2006). As Intervenções são ligados ao tempo, planificados e têm o objectivo de fortificar o apoio

Psycho

Social

Comentário [R11]: Words inside need to be translated, may be during the layout

providenciado pelas famílias e comunidades.

Muitas intervenções não planificadas ou concebidas como intervenções de APS podem ter um impacto psicossocial significante, por exemplo, acesso a saúde, bem-estar e apoio nutricional. Ao aliviar o stress de alguém relacionado com alimentação e abrigo, por exemplo, o seu bem estar geral, incluíndo o bem estar psicossocial, tem a possibilidade de melhorar. As intervenções que não são directamente psicossociais, por consequência, têm um impacto no bem estar psicossocial. O que é bem estar psicossocial? Bem estar psicossocial tem sido definido como sendo a habilidade compreender o seu mundo, e ter um grau de controlo sobre esse mundo e um sentido de esperança para com o futuro (Antonovsky, 1979). O bem estar psicossocial relacionado com crianças diz respeito às conecções entre a criança e as pessoas na comunidade e na sociedade (“social”) ao seu redor. Involve as formas nas quais a criança se sente e pensa sobre ela mesma e sobre a vida (“psico”). Muitas vezes está ligado ao conceito Africano de ubuntu: “Eu sou, porque nós somos, e nós somos, porque eu sou”. O bem estar psicossocial inclui muitos aspectos diferentes da vida da criança: físicos, materiais, psicológicos, sociais, culturais e espirituais. O foco do bem estar psicossocial não estará apenas no indivíduo; inclui os membros da família e comunidades. O desenvolvimento e cura humana é um processo de transição em direcção a um maior significado, balanço, conecção e totalidade. Este processo pode ser descrito como sendo um movimento em direcção ao bem estar psicossocial, ambos a nível do indivíduo e a nível do relacionamento entre os indivíduos e o ambiente social mais amplo.

Pontos chaves da aprendizagem:

O cuidado e apoio psicossocial é sobre os relacionamentos diários de cuidado e afecto que são experimentados ao nível da família e da comunidade.

As abordagens compreensivas e colaborativas têm uma grande capacidade de melhorar o bem estar psicossocial de alguém.

Sessão 3: Programação psicossocial Objectivos da sessão:

Compreender a importância de implementar os princípios da programação do APS no seu trabalho.

Compreender os diferentes modelos de programação e a sua possível aplicação.

“A programação do APS considera o facto de que a criança nao existe isolada. Procura fortificar os relacionamentos das crianças entre elas mesmas e com os que estão à sua volta (ambiente). A programação psicossocial considera a criança e o ambiente parceiros na protecção, estimulação e promoção dos direitos emocionais e sociais da criança.”

Princípios da programação do APS

Relevância contextual: situa os indivíduos dentro de um contexto local e ambiente material, e os valores culturais e sociais predominantes. Inclusão social: direcionado na formação e fortificação da ligação entre a criança e um adulto na sua vida e garantir a inclusão da criança nas grandes redes comunitárias. Cuidado familiar e comunitário: focalizado na fortificação das comunidades, famílias e outras instituições sociais como espaços responsivos e protectores para as crianças. Acesso universal: advoca para o acesso universal aos serviços issenciais e protecção estatal para a maioria das crianças vulneráveis. Participação da criança: funciona para capacitar as crianças a se tornarem participantes activas na construção de comunidades e na planificação do futuro. Criação da resiliência: providencia experiências adicionais que criam resiliência, capacita a cura emocional e promove um acompanhamento melhorado e desenvolvimento positivo, apesar da experiência da adversidade.

Pense sobre como você poderia implementar estes princípios num projecto gerido pela sua organização.

Modelos para a compreensão do apoio pasicossocial

1. O Modelo da Roda

O Modelo da Roda

O Modelo da Roda é uma analogia duma roda de bicicleta. No centro é o eixo representando um indivíduo com uma gama de exigências para o seu desenvolvimento e sobrevivência. Estas exigências podem ser categorizadas como emocionais, sociais, mentais, espirituais e físicas, e são representadas pelos raios da roda. Os aspectos da vida que são representadas pelas partes da roda irão mudar de posição constantemente em relação à sua urgência para um indivíduo e o impacto que elas têm no seu bem estar psicossocial em períodos diferentes da sua vida. A família e a comunidade são representadas pela jante e pneu. Elas providenciam a estrutura, suporte e contexto dentro do qual as necessidades de sobrevivência e desenvolvimento do indivíduo são alcançadas, e são os guardiões principais do cuidado e apoio. O modelo implica que os vínculos e as interações que ligam um indivíduo (criança) com uma família particular e a comunidade requerem um ambiente político, sócio-económico e cultural habilitante para garantir que eles protegem e melhoram o desenvolvimento de um indivíduo (criança). Social:

Refere à necessidade de pertencer a uma família, a um grupo de indivíduos semelhantes, uma cultura e outras instituições sociais relevantes.

Físico

Emocional Social

Mental Espiritual

CHILD Política do

Governo

Cultura

Comentário [R12]: The words Family and Community, need to be translated during the layout.

Inclui relacionamentos saudáveis com a família, amigos e comunidade.

A inclusão da participação e idade apropriada em actividades sociais e culturais, é issencial. Emocional:

Refere à habilidade de identificar e comunicar uma gama de emoções.

Requere oportunidades seguras para expressar pensamentos e sentimentos relacionados às experiências pessoais.

Inclui a necessidade de se sentir aceite, apreciada, compreendida, amada e apoiada. Espiritual:

Refere à necessidade de se sentir ligado ao grande universo.

Inclui as conecções com o ‘poder supremo’ (Deus), humanidade, vida no mundo e no universo, e aos antepassados.

Muitas vezes é expressado através da religião e cultura.

Tem uma grande influência nos valores e normas. Físico:

Uma gama de exigências ambientais, biológicas e materiais para um óptimo crescimento.

Inclui água potável, nutrição, sono, exercício, abrigo e cuidados de saúde.

O accesso às exigências físicas influencia o bem estar psicossocial. Mental/intelectual

A necesidade de desafiar pensamentos, leitura, aprendizagem e a estimulação da mente.

Inclui a educação formal e não formal. Princípios do Modelo da Roda

1. Programação holística

As necessidades de desenvolvimento das crianças são variadas e devem ser alcançadas.

Todas estas necessidades são importantes para um desenvolvimento e sobrevivência saudáveis das crianças, e fundamentalmente para o seu bem estar psicossocial.

As necessidades das crianças são igulamente importantes e interdependentes.

2. Centralização na criança

Garantir que as crianças por si mesmas participem de forma significante na abordagem das suas próprias necessidades e ansiedades, e isto deve ser consistente com o alcançe dos seus direitos fundamentais.

As crianças não são receptores passivos de serviços, mas sim podem ser participantes activas nas soluções.

3. Involvimento da família e da comunidade

É responsabilidade dos pais, família alargada, comunidades e, fundamentalmente, do governo garantir a satisfação das necessidades das crianças.

As prácticas locais culturais, normas, valores e crenças precisam ser respeitadas e sustentadas quando se alcançam estas necessidades.

Os serviços de apoio e cuidado direcionados a crianças precisam ser centralizadas nas crianças e famílias e focalizadas na comunidade.

O contexto cultural e o sistema de valores local desempenha um papel importante na determinação de como estas necessidades podem ser alcançadas.

Como é que o Modelo da Roda poderia moldar ou influenciar um programa focalizado na

criança?

Discute as vantagens de usar o Modelo da Roda num programa focalizado na criança.

Discute os desafios de usar o Modelo da Roda num programa focalizado na criança.

Pontos chaves da aprendizagem:

Manter o foco no papel da família e comunidade na busca de soluções para os problemas que as crianças enfrentam, garante um cuidado e apoio sustentáveis a longo prazo.

Um dos desafios do Modelo da Roda é o mesmo encorajar uma intensa centralização na criança o que diminui o papel importante da família ou ignora o facto de que a família também necessita de apoio a fim de poder providenciar de maneira adequada à criança.

Estar centralizado na criança exige que os melhores interesses da criança sejam sempre encorajados.

A criança é um participante e contribuinte activo para o seu crescimento e desenvolvimento.

As exigências de desenvolvimento e crescimento das crianças são alcançadas através de um processo colaborativo realizado por todos os sectores.

2. Modelo dos Indicadores do APS

“O Modelo dos Indicadores do APS pode ser usado para garantir que todos os aspectos do APS estejam presentes num programa ou actividade que tem como objectivo providenciar cuidado e apoio às crianças e suas famílias e comunidades.”

Leia a folha da informação 1.3 abaixo e reflicta sobre as seguintes questões: a) Faça a lista das várias actividades que a sua organização ou programa podem realizar para

suprir as necessidades psicológicas e sociais das crianças b) Como é que um programa pode garantir que as crianças mantenha-se apoiadas nas suas

famílias e communidades?

O Modelo dos Indicadores do APS

P – Psicológico: A organização providencia um espaço seguro no qual as crianças podem expressar abertamente as suas realidades e falarem sobre a experiência, pensamentos e sentimentos que estão relacionados às suas vidas e circunstâncias. Desta maneira, a organização responde aos aspectos psicológicos das vidas das crianças. As perguntas que as organizações podem se colocar s si mesmas incluem:

Será que a nossa organização fornece um espaço seguro para as crianças expressarem as suas realidades abertamente e falarem sobre a experiência, pensamentos e sentimentos relacionados às suas vidas e circunstâncias?

Será que conduzimos processos de acoselhamento em grupo para crianças e seus provedores de cuidados, por exemplo, grupos de apoio?

Será que criamos espaço para falar com as crianças depois de lhes submeterem em actividades, por exemplo, exercícios empíricos de aprendizagem, actividades desportivas e reuniões?

Será que a nossa organização realiza visitas domiciliárias aos órfãos e outras crianças vulneráveis (OCV)? Será que passamos tempo a interagir com com elas, escutando e falando com elas sobre as suas experiências diárias (ou apenas falamos aos adultos nas famílias)?

Será que a nossa organização desenvolve centros abertos ou cria um espaço em que as crianças podem usar nas suas vidas diárias para compartilharem pensamentos, sentimentos e desafios com pessoas que irão prontalmente escutar e apoiá-las?

Será que a nossa organização realiza actividades de participação das crianças, tais como comités de crianças e organizações lideradas por crianças?

S – Social: A organização toma um interesse profundo em apoiar e melhorar o tecido social das vidas das crianças. Os programas e organizações precisam influenciar activamente o ambiente social das crianças fortificando a capacidade das famílias de conviverem com stress, apoiando as famílias lideradas por crianças, ligando crianças às suas famílias permanentemente, involvendo os pais e provedores de cuidados em programas de COVSs, encorajando apoio mútuo entre elas e fortificando as redes de segurança em volta das crianças.

As perguntas que as organização podem se colocar s si mesmas incluem:

Será que a nossa organização se engaja em actividades que apoiam e melhoram o tecido social ou ambiente social das vidas das crianças?

Será que a nossa organização facilita ligações entre as crianças e suas famílias permanentemente com a finalidade de fortificar as redes de segurança para as crianças?

Será que as metas e os objectivos da nossa organização se focalizam na fortificação da capacidade das famílias de conviverem com stress e de cuidar dos órfãos e doutras crianças vulneráveis?

Será que a nossa organização encoraja o apoio mútuo entre crianças?

Será que a nossa organização leva a cabo processos de aconselhamento familiar?

Será que a nossa organização cria de maneira prepositada plataformas onde as conversas da comunidade sobre vários assuntos das crianças podem tomar parte?

Será que a nossa organização forma provedores de cuidados e guardiões e os equipa com habilidades parentais e outras?

Será que a nossa organização facilita seminários de sensibilização comunitária em volta dos assuntos do APS que afectam as COV, tais como os oferecidos pelo instrumento Jornada da Vida REPSSI? (Vide o REPSSI’s website, www.repssi.org para informações adicionais.)

S – Apoio A experiência das crianças, famílias e comunidades em programas de COV precisa ser aquela de fortalecimento. As organizações que trabalham com crianças e comunidades precisam desempenhar um papel facilitador que permite a sua população alvo a explorar colectivamente os seus recursos para serem capazes de responder aos problemas e dilemas que elas experimentam nas suas vidas. É sempre crucial focalizar nos recursos que as crianças e suas famílias já têm ao seu dispor para puder lutar contra os problemas que elas enfrentam. O apoio externo não deve debilitar as capacidades dos beneficiários alvos. Existe poder em mobilizar respostas comunitárias para responder as necessidades e ansiedades diárias urgentes, incluindo os problemas experimentados pelas crianças no contexto do HIV e SIDA, pobreza e conflictos. As perguntas que as organizações podem colocar a si mesmas incluem:

Será que a nossa organização reconhece as habilidades e competências que as crianças e comunidades já possuem para lutarem contra os problemas que elas enfrentam?

Será que a nossa organização cria oportunidades para as crianças, suas famílias e suas comunidades para estarem significativamente involvidas em todos os aspectos dos diferentes ciclos dos programas relacionados com as intervençõesa elas direcionadas?

Será que a nossa organização ajuda as comunidades a mobilizarem recursos com a finalidade de se apoiarem e apoiarem as suas crianças?

Será que a nossa organização promove e se involve em repostas multi-sectoriais que incluem formação de professores e outros practicantes de cuidados das crianças para responder efectivamente aos problemas delas?

Será que a nossa organização encoraja as crianças, provedores de cuidados e comunidades a se engajarem em projectos de geração de rendimentos para melhorarem a sua capacidade de enfrentarem com êxito os problemas, financeiramente?

Será que a nossa organização assiste as comunidades a criarem grupos de apoio para crianças, provedores de cuidados, PVHSIDA avós, etc?

Nota: É importante estar ciente que todos estes elementos indicados no modelo devem trabalhar juntos para garantirem o bem estar psicossocial. Nenhum deles deve ser visto de maneira isolada.

Pontos fortes do Modelo dos Indicadores do PSS:

Este modelo promove o bem estar psicossocial assim que convida os programadores de COVs a se focalizarem não apenas nas experiências da criança de maneira isolada, mas também a prestarem atenção aos sistemas de cuidados e apoio que são providenciados pela família e pela comunidade.

Coloca uma ênfase particular em não olhar para as crianças, famílias e comunidades como víctimas. Pelo contrário, reconhece que elas possuem habilidades e capacidades que podem ser usadas para lutar contra os desafios que elas enfrentam.

Este modelo oferece sugestões sobre os tipos de actividades que os programadores/organizações podem implementar assim como os valores e princípios que devem adoptar para garantirem que estas actividades providenciam cuidado e apoio psicossocial adequados.

Pontos chaves da aprendizagem:

O Modelo dos Indicadores do APS:

Enfatiza a importância de estar centralizado na criança (isto é, colocar as experiências das crianças no centro) e criar um espaço seguro no qual as crianças podem expressar as suas próprias realidades.

Não olha para as crianças como indivíduos isolados, mas se focaliza em apoiá-las no contexto das suas famílias e comunidaes.

Reconhece que as crianças e suas famílias e comunidades possuem habilidades e recursos importantes que elas podem usar para lutarem contra os problemas que elas experiementam nas suas vidas.

Contém valores importantes que são centrais às provisões e procura o bem estar psicossocial para crianças, suas famílias e comunidades.

Deve ser visto como complementar ao Modelo da Roda.

3. O Modelo da Pirâmide de Intervenção

“O Modelo da Pirâmide de Intervenção foi adoptado das Directrizes do Comité da Inter - Agência Permanente sobre a Saúde Mental e Cuidado e Apoio Psicossocial em Situações de Emergência. O objectivo deste modelo é de demostrar a natureza das camadas múltiplas dos serviços e intervenções de APS exigidos por individuais e comunidades.”

O MODELO PIRÂMIDE

2. Fortificação de famílias e cuidado e apoio comunitário; activando as redes sociais (grupos de apoio); providenciando informação sobre os métodos constructivos de lutar contra os problemas, recursos disponíveis e educação sobre a saúde mental comunitária

4. Apoio psicológico e psiquiátrico e serviços especializados dos médicos tradicionais para os que experimentam dificuldades significativas no funcionamento básico diário.

Comentário [R13]: Inter Agency Committe... not well translated into

Portuguese

Adaptado do Comité Permanente da Agência Inter (2007)

Pense nas intervenções que a sua organização já esta realizando e escreve-nas no nível que você pensa que eles pertencem. Identifique outras organizações que são fortes nos níveis que você sente que a sua organização não é , e faça a lista destas nestes diferentes níveis.

Pontos chaves de aprendizagem:

O Modelo da Pirâmide de Intervenção reflecte um modelo de camadas múltiplas de redes de apoio. Todas as camadas devem estar no lugar permanentemente e deve existir um maior grau de referência e coordenação entre elas.

Os diferentes tipos de apoio e intervenções variam no seu alcançe potencial.

O alcançe das necessidades em cada nível da pirâmide pode contribuir de forma enorme ao bem estar psicossocial.

1. Inclui advocacia para os serviços básicos, documentação do impacto dos serviços sobre o bem estar e/ou saúde mental

3. Intervenções das crianças, jovens, famílias e grupos por pessoas formadas e trabalhadores fiscalizados. Isto inclui crianças e jovens que possuem necessidades especias de lutar contra os problemas, tais como sobreviventes da violência baseada no gênero e os que experimentaram formas complicadas de dor.

Comentário [R14]: Words into the pyramid still in English

Comentário [R15]: Translation into this box need to be checked

Comentário [R16]: There is a properd desidnation of the inter agency committe..

A pirâmide termina em direcção ao topo, indicando que relativamente poucas pessoas exigem serviços especializados. A base é ampla assim que toda a gente exige a provisão de serviços básicos e segurança.

Outros conceitos da programação psicossocial

Abordagem Psicossocial A abordagem psicossocial tem o objectivo de criar um ambiente que promove o bem estar psicológico e social de todos os indivíduos. Esta abordagem olha para os individuos como estando num estado de interação constante e dinâmica com os seus ambientes sociais e culturais. O foco da abordagem psicossocial inclui grandes unidades sociais, tais como os membros das famílias, as famílias e comunidades, assim como o indivíduo.

Cuidado Psicossocial vs. Apoio Psicossocial vs. Cuidado e Apoio Psicossocial Tentativas foram feitas para diferenciar o “cuidado psicossocial” e o “cuidado e apoio psicossocial.” O significado dos termos “cuidado” e “apoio” varia de país para país. Isto é especialmente verdade para o termo “cuidado”. A REPSSI usa APS como abreviatura de “Cuidado e Apoio Psicossocial.” Uma dimensão importante de cuidado é a auto-cuidado, isto é, aquele que os indivíduos são capazes de oferecer a si mesmos, ao contrário do que é oferecido pelos outros (provedores de cuidados). Saúde Mental A Declaração Alma Ata define a saúde mental como sendo o estado duma pessoa que está em boa condição física, socialmente integrado e emocional e socialmente competente. i A Saúde Mental da Criança e do Adulto é definida como sendo a capacidade de alcançar e manter um óptimo funcionamento e bem estar psicológico. Está directamente relacionado ao grau e ao desenvolvimento físico, psicológico e social da idade apropriada, alcançada usando recursos disponíveis (Dawes, 2003).

Comentário [R17]: Too much

repetition of the same term in one sentence can be avoided

Reflecção pessoal:

O que é que foi novo para mim?

O que é que foi melhorado?

O que é que paaaarei a fazer de maneira diferente?

As minhas anotações adicionais:

Referências e sugestões para leitura adicional

Dawes, A. (2003). Report on the child and family health policy guidelines. Department of Health. South Africa. HSRC.

Government of Botswana. (2008): Providing psychosocial care and support for orphans and vulnerable children: Participants manual. Gaborone Botswana.

International HIV/AIDS Alliance. Psychosocial care and support: Resources for Communities working with Orphans and Vulnerable Children. Retrieved on the 24th November, 2010 from www.ovcsupport.net.

Inter Agency Standing Committee. (2007). Guidelines on Mental Health and Psychosocial Support in Emergency Settings. Geneva.

Inter Agency Standing Committee. (2008). Guidelines on Mental Health and Psychosocial care and support in Emergency settings. Check List for Field Use. Geneva.

Killian, B. (2003). Psychosocial care and support for children affected by AIDS, poverty and violence. Participant’s training manual. South Africa. University of Natal.

REPSSI. (2008). Psychosocial Care and Support Mainstreaming Guidelines. Johannesburg. REPSSI.