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Comunicação Externa em Business-to-Business Estudo de Caso: Shamir Optical Ana Filipa de Jesus Carvalho Relatório de Estágio Mestrado em Assessoria de Administração Porto 2015 INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DO PORTO INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO

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Comunicação Externa em Business-to-Business

Estudo de Caso: Shamir Optical

Ana Filipa de Jesus Carvalho

Relatório de Estágio

Mestrado em Assessoria de Administração

Porto –2015 INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DO PORTO

INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO

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Comunicação Externa em Business-to-Business

Estudo de Caso: Shamir Optical

Ana Filipa de Jesus Carvalho

Relatório de Estágio

Apresentado ao Instituto de Contabilidade e Administração do Porto para

a obtenção do grau de Mestre em Assessoria de Administração, sob

orientação da Professora Doutora Isabel Ardions

Esta versão não contém as críticas e sugestões dos elementos do júri

Porto – 2015

INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DO PORTO

INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO

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Resumo

O presente trabalho enquadra-se no âmbito da realização do relatório de estágio para a

obtenção do grau de mestre em Assessoria de Administração e tem como título a

Comunicação Externa em Business-to-Business (Estudo de Caso: Shamir Optical).

Este relatório visa o estudo da importância da comunicação externa de organizações que

praticam business-to-business, e analisar as suas ferramentas e componentes. A escolha do

tema deve-se ao facto de se verificar uma preocupação crescente em relação à comunicação

externa a nível global, abrangendo também as organizações de business-to-business. Nestas

organizações, os processos comunicacionais utilizados não foram, até ao momento, alvo de

muitos estudos ao contrário do que acontece nas organizações de business-to-consumer.

Para a sua concretização, além de um estágio profissional, foi realizado um estudo de caso.

Este estudo teve o intuito de analisar a comunicação externa na empresa de business-to-

business do setor ótico Shamir Optical.

Foram realizadas pesquisas e estudos no ambito do tema abordado com o objetivo de

descobrir e analisar aspetos peculiares da comunicação externa das organizações de

business-to-business. Para isso, foram convergidos dados recolhidos através de uma

entrevista semiestruturada, observação participante e análise documental.

Das informações recolhidas extrapolamos que a comunicação externa tem vindo a assumir

uma importância crescente no panorama organizacional global, inclusive nas organizações de

business-to-business, como é o caso da Shamir Optical sendo cada vez mais recursos

redirecionados para esta área.

Palavras chave: comunicação externa, business-to-business, imagem organizacional, público

externo

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Abstract

This paper is enclosed in the ambit of the internship report to obtain a master's degree in

Administrative Assistence and is titled as External Communication in Business-to-Business

(Case Study: Shamir Optical).

This report aims to study the importance of the external communication, of organizations

involved in business-to-business, and analyze the tools and components used. The choice of

the research topic is owing to fact that there is a growing concern about global external

communication, also incluing business-to-business organizations. In these organizations, the

communication processes used were not so far, the subject of lots of studies, opposing what

happens with business-to-consumer subject.

An internship and a case study was done to accomplish the goals. This study aimed to analyze

the external communication in business-to-business organization Shamir Optical.

Researches and studies were made on the subject in order to discover and analyze the atypical

aspects of the external communication of business-to-business organizations. In order to

accomplish this, was collected data through an interview, participant observation and

documental investigation.

We extrapolated from the information collected that external communication has become

increasingly important in the global organizational landscape, including the business-to-

business organizations, such the case of Shamir Optical increasingly resources sent to this

area.

Key words: external communication, business-to-business, organizacional image, external

public.

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Dedicatória

“Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos.”

Friedrich Nietzsche

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Agradecimentos

Em primeiro lugar, um agradecimento especial à Professora Doutora Isabel Ardions pela

disponibilidade, paciência e apoio na realização deste Relatório. Agradeço imenso os

conselhos e conhecimentos que partilhou comigo.

Gostaria de também agradecer à Dr. Carla Luz, Diretora do Departamento de Marketing, pela

oportunidade que me deu de realizar o estágio profissional na Shamir Optical. Um obrigado a

todos os colaboradores do Departamento de Marketing, em especial à Joana Rocha, pela

disponibilidade e por todo o auxílio que me prestou.

Por fim, agradeço à minha família e aos meus amigos pela constante motivação e

encorajamento. Um obrigado muito especial ao meu namorado, João, pelo apoio incondicional

em todos os momentos.

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Lista de Abreviaturas

B2B – Business-to-Business

B2C – Business-to-Consumer

CAO – Congresso Anual de Optometria

CNOO – Congresso Anual de Ótica Ocular

SPO – Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

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Índice Geral

INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 1 Enquadramento do Estudo ------------------------------------------------------------------------------------- 2

Estágio Profissional ----------------------------------------------------------------------------------------------- 2

Objetivos------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2

Relevância do Estudo -------------------------------------------------------------------------------------------- 3

CAPÍTULO I ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 5 Abordagem Conceptual da Comunicação Externa ------------------------------------------------------ 5

1.1. Conceito de Comunicação -------------------------------------------------------------------------------- 6

1.1.1. Processo da Comunicação ---------------------------------------------------------------------- 7

1.2. Comunicação Organizacional ---------------------------------------------------------------------------- 9

1.3. Comunicação Organizacional Externa --------------------------------------------------------------- 10

1.3.1. Objetivos da Comunicação Externa --------------------------------------------------------- 11

1.3.2. A Comunicação Externa e a Imagem Organizacional ---------------------------------- 12

1.3.3. Público-alvo --------------------------------------------------------------------------------------- 13

1.3.4. Ferramentas da Comunicação Organizacional Externa -------------------------------- 15

1.3.5. A relação entre a Comunicação Externa e a Comunicação Interna----------------- 16

CAPÍTULO II --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18 Conceito de Business-to-Business ------------------------------------------------------------------------- 18

2.1. Diferenças entre comércio Business-to-Business (B2B) e comércio Business-to-

Consumer (B2C) ------------------------------------------------------------------------------------------------- 19

2.2. Prática Comercial Business-to-Business ------------------------------------------------------------ 20

2.1.1. O modelo de negócio Business-to-business ---------------------------------------------- 20

CAPÍTULO III A Shamir Optical ------------------------------------------------------------------------------- 24 3.1. Introdução --------------------------------------------------------------------------------------------------- 25

3.2. Caracterização da Shamir Optical ------------------------------------------------------------- 25

3.2.1. A Shamir no Mundo ----------------------------------------------------------------------------- 26

3.2.2. Missão, Visão e Valores ----------------------------------------------------------------------- 26

3.2.3. Produtos ------------------------------------------------------------------------------------------- 27

3.2.4. Responsabilidade Social ----------------------------------------------------------------------- 27

CAPÍTULO IV Estudo de Caso-------------------------------------------------------------------------------- 28 4.1. Estudo do Caso -------------------------------------------------------------------------------------------- 29

4.2. Técnica de Recolha de Dados - Observação Participante, Análise Documental e

Entrevista Semiestruturada ----------------------------------------------------------------------------------- 31

4.2.1. Observação Participante ----------------------------------------------------------------------- 31

4.2.2. Análise Documental ----------------------------------------------------------------------------- 32

4.2.3 Entrevista Semiestruturada -------------------------------------------------------------------- 33

4.2.3.1. Sujeitos de Pesquisa ------------------------------------------------------------------------- 37

4.2.3.2 Tratamento dos dados ------------------------------------------------------------------------ 37

4.3. Triangulação de Metodologias ------------------------------------------------------------------ 38

4.4- Resultados -------------------------------------------------------------------------------------------------- 39

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4.5 - Reflexão sobre o estudo realizado ------------------------------------------------------------ 45

CONCLUSÃO ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 48 Considerações Finais ------------------------------------------------------------------------------------------ 49

Experiência de Estágio ---------------------------------------------------------------------------------------- 49

Propostas Futuras ----------------------------------------------------------------------------------------------- 50

Bibliografia -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 51

Apêndices --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 53

Anexos ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 54

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Índice de Tabelas

Tabela 1 Validação do guião de entrevistas ............................................................................... 35

Tabela2 Dados categorizados……………………...………………………………..………………..37

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Índice de Figuras

Figura 1 Processo Comunicacional .............................................................................................. 8

Figura 2 Percentagem de Marketeers de B2B que usaram várias Social Media em 2014 ....... 22

Figura 3 Instalações da Shamir Optical ..................................................................................... 25

Figura 4 Organograma da Shamir Optical Industry.................................................................... 26

Figura 5- Triangulação de Metodologias utilizadas neste Estudo de Caso ............................... 39

Figura 6 Shamir no 57º Congresso da SPO ............................................................................. 42

Figura 7 Campanha Motivacional da Shamir ............................................................................. 42

Figura 8 Parceria entre a Shamir e Federação .......................................................................... 43

Figura 9 Press Release da campanha Shamir Autograph Intouch ............................................ 43

Figura 10 Brochura Shamir Summer Navy ................................................................................ 44

Figura 11 Anúncio Publicitário Shamir Relax ............................................................................. 44

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Introdução

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Enquadramento do Estudo

A comunicação externa é um ramo da comunicação que tem vindo adquirir cada vez mais

importância em todas as organizações no século XXI, inclusive nas que praticam comércio

business-to-business. Pelo facto de a comunicação ser uma ferramenta poderosa para

construir e solidificar a imagem da empresa e também para se diferenciar da crescente

concorrência, foi escolhido como tema A importância da Comunicação Externa em Contexto

Business-to-Business.

A escolha do tema deste trabalho prende-se também no facto de existir, pouca ou praticamente

nenhuma informação factual, sobre como é efetuada a comunicação externa em organizações

comerciais de business-to-business.

Este trabalho visa entender, examinar e compreender a importância da comunicação externa

numa organização de business-to-business. Isto porque independentemente da proporção ou

do negócio de uma organização, a comunicação externa cumpre um papel crucial na

concretização dos objetivos comerciais e nas ligações com o mundo exterior à organização

propriamente dita.

Como forma de averiguar os pressupostos acima referidos, foi feita uma pesquisa no campo da

comunicação externa, com o objetivo de comprovar a importância deste tipo de comunicação

no panorama organizacional dos dias de hoje.

Estágio Profissional

Como suporte ao enquadramento teórico-problemático acima referido, optou-se pela realização

de um estudo de caso na Shamir Optical, uma empresa que produz e fornece lentes oftálmicas

mundialmente e pratica comércio business-to-business, onde foi realizado um Estágio

Profissional no Departamento de Marketing.

A realização de um estágio é benéfica por permitir o contacto com a realidade de uma

organização e estando a ser realizado um mestrado num instituto de ensino superior

politécnico faz todo o sentido que a sua conclusão revista uma forma prática de testar os

conhecimentos adquiridos ao longo deste percurso académico.

Objetivos

O objetivo específico e fulcral deste trabalho é compreender a importância dada (ou não) à

comunicação externa em organizações que pratiquem business-to-business, neste caso

a Shamir Optical.

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3

Para adquirir uma compreensão total do principal objetivo deste trabalho, criaram-se

subalíneas mais específicas, para a explorar os diversos pormenores a analisar, e que

permitissem de forma mais fundamentada dar resposta à questão de partida, ou seja:

Definir e contextualizar os conceitos de comunicação organizacional externa e de

business-to-business;

Entender as diferenças na comunicação externa utilizada nas organizações de

business-to-consumer e nas de business-to-business;

Relacionar os conceitos de comunicação externa, imagem organizacional e o público-

alvo.

Definir o conceito de público-alvo e expor o público-alvo da Shamir Optical;

Definir os objetivos da comunicação organizacional externa e elencar os objetivos

definidos pela Shamir Optical

Analisar as ferramentas e meios de comunicação que geralmente as organizações

adotam para difundir a informação e compreender quais são ferramentas

comunicacionais utilizadas na Shamir Optical;

Analisar o papel da comunicação externa na Shamir Optical na sua amplitude;

Relevância do Estudo

Visto que a comunicação organizacional externa é, atualmente, uma ferramenta

imprescindível e estratégica para a concretização, dinamização e acesso de qualquer

organização ao mundo exterior, considera-se de enorme relevância o seu estudo.

A comunicação externa em organizações de prática comercial business-to-business,

também merece especial atenção e destaque. Ao contrário das típicas empresas de

business-to-consumer que se baseiam nas tradicionais estratégias de comunicação

externa, as de business-to-business têm de recorrer a outras ferramentas e meios

comunicacionais diferentes e não tão óbvios

Portanto, este tema revela-se pertinente, proveitoso e útil para descobrir quais são os

aspetos peculiares existentes na comunicação externa das organizações de business-to-

business, ainda pobremente abordado.

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Este trabalho está dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo é uma abordagem

conceptual à comunicação externa onde se definem, contextualizam e exploram-se os

conceitos de comunicação, comunicação organizacional e comunicação organizacional

externa. O segundo capítulo é sobre a contextualização da prática comercial business-to-

business. Este capítulo contem ainda as diferenças entre os conceitos de business-to-

business e business-to-consumer e uma explicação do modelo de negócio B2B. No terceiro

capítulo é apresentada e caraterizada a Shamir Optical, empresa sobre a qual foi realizado

o estágio profissional.

Por fim, no quarto e último capítulo, é apresentado o estudo de caso, as metodologias que

foram adotadas para a sua realização, assim como os resultados obtidos.

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Capítulo I

Abordagem Conceptual da Comunicação Externa

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1.1. Conceito de Comunicação

De acordo com Aristóteles (III a.C.), o homem é naturalmente um ser social que tem

necessidade de estar em relação com o mundo e fazer uso da comunicação para se organizar

e integrar pois é compreensível enquanto código para todos que dela participam. Partindo

desta ideia, é importante contextualizar o termo ''comunicação'', conceito introdutório fulcral e

essencial para a abordagem completa da temática deste trabalho.

Etimologicamente a palavra comunicação é proveniente do latim, do verbo communicare, cujo

significado é tornar comum e partilhar.

A comunicação é uma necessidade intrínseca do ser humano e uma parte vital da vida

pessoal, organizacional e educacional e de todas as situações em que existe convívio. Esta

área de conhecimento é muito abrangente e pluridisciplinar, é associada a várias disciplinas

como a sociologia, a filosofia, a psicologia, a ciência política, a linguística, entre outras. Por ser

um conceito universal e tão vasto existem diversas abordagens do assunto por diversos

teóricos, que visam definir da melhor forma este conceito. Desde há muito tempo que a

comunicação é investigada, de modo a que seja possível compreendê-la melhor e formular

teorias de comunicação. Por isso mesmo, grande parte dos estudos realizados, para perceber

o conceito de comunicação, não são recentes, no entanto continuam atuais e fidedignos.

Kail (1991) define comunicação como transmissão de informação entre uma fonte e um

destinatário e McQuail (2005), afirma que se trata de um processo de partilha de ideias,

informação e mensagens com outros num tempo e local específico. Existe comunicação

sempre que uma fonte influencia outra, através da manipulação de símbolos, afirma Osgood

(1990).

Cooley (citado por Santos, 1992) afirma que a comunicação é como um mecanismo através do

qual existem e se desenvolvem as relações humanas. Para Alves (2006) a comunicação é a

transmissão da informação e compreensão de uma pessoa para outra.

Através da análise destas definições é possível concluir que apesar de diferentes, todas têm

dois pontos de concordância em comum: para haver comunicação tem de haver pelo menos

dois indivíduos envolvidos (um emissor e um recetor) e o objetivo principal da comunicação é a

transmissão de uma mensagem.

É possível distinguir dois tipos de comunicação, a verbal e a não-verbal. Por comunicação

verbal, entende-se o uso da fala e da escrita como forma de expressão, enquanto a

comunicação não-verbal é uma forma de expressão através de um conjunto de sinais, imagens

ou gestos produzidos pelo ser-humano. Ambos os tipos de comunicação apesar de diferentes,

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complementam-se e são importantes para que esta seja eficaz.

Conclui-se então que o conceito de comunicação é amplo e híbrido, no entanto, é unanime que

a comunicação eficiente é essencial para o bom funcionamento da sociedade. É importante

referir que quando a comunicação é clara e concisa e objetiva proporciona, quer no ambiente

pessoal ou profissional, o desenvolvimento de relações humanas com base na interação e

compreensão.

1.1.1. Processo da Comunicação

Rego (2007) afirma que sem comunicação, não existe qualquer organização. A comunicação é

eficaz quando um indivíduo é capaz de transmitir ideias e essas ideias são captadas pelos

indivíduos a quem a mensagem é destinada, quer seja de forma oral ou escrita.

Qualquer produção discursiva, linguística ou extralinguística, apresenta funções da

comunicação. De acordo com Castro (2009), em toda comunicação está incluída

necessariamente seis funções fundamentais: emissor, recetor, mensagem, contexto, contacto e

código. As funções da linguagem indicam a direção da mensagem para um ou mais

componentes do circuito da comunicação.

Cada uma das comunicações tem uma função correspondente:

Emissor – Aquele que produz e envia a mensagem

Recetor – Aquele que recebe a mensagem

, Mensagem – Qualquer informação preparada para possível de transmissão por qualquer

meio de comunicação.

Contexto – É o conjunto de circunstâncias em que se produz a mensagem que se deseja

emitir

Contacto – Conserva abertos os canais de comunicação;

Código – Adaptam a linguagem e os códigos consoante aos públicos a que se destinam.

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Figura 1 Processo Comunicacional

Fonte: Rego (2010, p. 54)

Geralmente ocorrem fatores que impossibilitam efetuar uma comunicação bem-sucedida,

chamadas de barreiras ou ruídos, como podemos observar na figura 1. Estas barreiras podem

ocasionar perdas, distorções, interferências ou vazamentos, na mensagem transmitida pelo

emissor, mensagem que chegará ao destino com lesões. De acordo com Bilhim (2008) as

barreiras comuns no processo comunicações organizacional são: o status (quando quem diz é

mais importante do que aquilo que diz), o número de transmissões (a mensagem original vai se

alterando devido ao elevado numero de pessoas a quem é passada), lutas internas na

organização (quando colaboradores tentam ser superiores uns aos outros), a ameaça

económica (quando a instabilidade profissional altera a forma de comunicar) e por fim,

sobrecargas de informação (quando o o excesso de comunicação que congestiona).

Para que a informação nas organizações não se danifique é preciso transmitir mensagens

claras e criar um clima de confiança e entreajuda entre colaboradores para alcançar mais

facilmente um objetivo comum.

Em síntese, é possível concluir que a comunicação eficaz implica necessariamente que o

destinatário interprete corretamente a mensagem que se pretende transmitir. Quando as

mensagens não são interpretadas de forma correta, os objetivos da organização não são

entendidos e provavelmente correm risco de insucesso.

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1.2. Comunicação Organizacional

Os negócios das organizações dependem da sua comunicação, Bernsteen (1991). Produzir,

planear, gerir, organizar, vender e motivar os funcionários exige inegavelmente comunicação.

Esta premissa, justifica a importância e a consciencialização de que a comunicação, não é

apenas uma ferramenta banal, mas sim, de acordo com Westphalen (2000) essencial e

imprescindível ao funcionamento da organização.

Miller (2002) define a comunicação organizacional como um trabalho em equipa para atingir

metas comuns e individuais, enquanto para McCroskey (2009) trata-se de um conjunto

organizado de indivíduos que trabalham de forma interdependente num sistema estruturado,

organizado e relativamente aberto para atingir objetivos.

Bueno (1999) afirma que se trata de um conjunto integrado de ações, estratégias, planos,

políticas e produtos planeados e desenvolvidos por uma organização para estabelecer a

relação permanente e sistemática com todos os seus públicos de interesse. Na ótica de Eadie

(2009) trata-se de um programa que incide sobre os processos e dinâmicas gerais de

comunicação dentro das organizações.

Pereira (2004) afirma que existe necessidade de responder com rapidez às exigências

realizadas pelo público externo para se atingir os objetivos propostos, no entanto, este defende

que dar resposta não é o suficiente é também necessário saber administrar a comunicação de

forma eficiente.

Através da análise destas abordagens, verifica-se que a comunicação organizacional promove

a comunicação desde colaboradores ao público externo e que é vocacionada para obtenção de

determinados objetivos pré-estabelecidos.

A comunicação desempenha as mais variadas funções numa organização. De acordo com

Brault (1992), existem sete funções da comunicação organizacional, são elas:

Informativa - Função da comunicação que tem o intuito de transmitir a informação da

empresa.

Integração – Função que promove o desenvolvimento do sentimento de inclusão e

coesão nos colaboradores, através da partilha dos valores da empresa. A partilha

destes valores influência de forma positiva o ambiente interno, influenciando também a

nível externo.

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Retroação – Função que assenta no retorno das mensagens enviadas com o intuito de

verificar a sua compreensão. É através dela que o público exprime o seu desagrado ou

satisfação.

Sinal – Função que tem o intuito de fazer entender a empresa como um todo coerente

através de logotipos, comportamentos, slogans, atitudes e valores.

Comportamental - Função com a finalidade de conduzir a organização numa direção

específica que permite a concretização coletiva de decisões.

Mudança - Função da comunicação que permite a mudança de imagem da

organização passando pela mudança real das mentalidades, das atitudes e das

relações. A nível interno motiva as pessoas e modifica as relações.

Imagem – Função que tem a finalidade de transmitir ao público interna e externo uma

imagem favorável da empresa.

Por outro lado, a comunicação organizacional que se divide em externa e interna, tem vindo a

ganhar importância dia após dia, isto porque as organizações têm a necessidade de responder

aos desafios globais, à concorrência e à exigência do público-alvo. Vivemos na era do

conhecimento, o mundo organizacional está em constante mutação e predomina a

concorrência e a competição. Esta mutação do mundo organizacional exige, de acordo com

Cardoso (2006, p. 1132):

No âmbito interno das organizações empresariais, as relações com os empregados, os

diferentes estilos administrativos, assim como as ações humanas, demandam novos

rumos de gestão que superem os modelos lineares, verticais e impositivos e alcancem

novas formas de ação administrativa que envolvam e valorizem o trabalho em equipa

baseado na maior participação e autonomia dos envolvidos. Na esfera externa, as

relações empresariais demandam propostas inovadoras para as atividades de serviço,

de mercado e de marketing e especial atenção para as questões culturais, éticas e

sociais que envolvem as ações organizacionais.

A comunicação organizacional torna-se assim num fator crucial e diferencial, que é importante

abordar e que contribuí para a compreensão da temática deste trabalho.

1.3. Comunicação Organizacional Externa

A comunicação externa é um ramo da comunicação organizacional que tem vindo a adquirir

cada vez mais importância para as organizações, é uma ferramenta poderosa para construir e

solidificar a imagem que a organização quer passar de si própria e é fulcral para se diferenciar

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da crescente concorrência. Independentemente da proporção do negócio onde está inserida, a

imagem de uma organização é o produto de numerosas ações de comunicação e cumpre

portanto um papel crucial na concretização dos seus objetivos comerciais.

Oliver (2008) define a comunicação externa como a que ocorre entre gestores e pessoas de

fora da organização. Para Boone e Kurtz (2010) é a troca significativa de mensagens

transmitidas entre uma organização e os seus públicos principais. Isto porque o êxito de uma

organização depende do conhecimento que se tem das oportunidades e dos desafios do

mercado.

Guffey e Lowey (2010) definem que a comunicação externa abrange consumidores, clientes,

fornecedores, serviços governamentais, e todo o público que é afetado pela media.

Compreende todo tipo de informação que esteja ligada com as atividades que a organização

desenvolve com o intuito de atingir seu público

De acordo com Cheney (2005), a comunicação externa é toda a comunicação que abandona o

departamento ou a organização. O seu foco é a opinião pública. E como está sempre em

constante mudança, a organização tem como dever acompanhar as tendências.

Através da análise das definições de comunicação externa, dos teóricos acima citados, é

possível concluir que existe consensualidade ao considerar que a comunicação organizacional

externa é toda a troca de informações que uma organização desenvolve com o intuito de se

promover e comunicar com outras organizações ou indivíduos fora da estrutura física e formal

da organização propriamente dita.

Analisar a importância do processo de comunicação externa é uma mais-valia para qualquer

organização que quer ser bem-sucedida na sua área de negócio. Segundo Sandeurs (1999), o

processo de comunicação externa contribui significativamente para os ganhos da empresa. É

necessário então, perceber de que forma a comunicação é desenvolvida, quais são os seus

objetivos e as suas ferramentas, no sentido de construir uma imagem positiva da organização

junto dos seus públicos-alvo.

1.3.1. Objetivos da Comunicação Externa

O objetivo fulcral da comunicação externa é facilitar a cooperação e a colaboração com o

público externo. Mas, também pertence à comunicação externa os objetivos de divulgar a

missão e valores da empresa, estabelecer o posicionamento e assegurar o reconhecimento do

público geral, oferecer imagem positiva da organização perante a opinião pública, fortalecer

nos públicos externos sentimentos de confiança e apreciação e proporcionar maior visibilidade

às atividades da empresa.

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Numa organização a comunicação externa tem como objetivo melhorar o desempenho geral,

satisfazer os desejos do público-alvo e dar uma imagem corporativa positiva à organização. De

acordo com Pontes (2011), a comunicação externa é a responsável pelo posicionamento e

imagem de qualquer organização na sociedade, e que tem como propósito promover a sua

imagem, com vista à obtenção de atitudes favoráveis por parte dos públicos externos.

Garante também que todas as partes envolvidas com a organização se mantenham bem

informadas e atualizadas, oferece orientação e demonstra o progresso. Quando cumpridos

estes objetivos cria-se uma relação de confiança e segurança entre a organização e o público-

externo, porque quando uma organização realiza uma comunicação eficaz, clara e coesa a sua

imagem pública torna-se favorável.

Para concretizar este objetivo as organizações deverão estar providas de recursos humanos,

com formação e competências práticas para efetuar uma comunicação competente, eficaz e

útil, preparados para planificar e concretizar as suas estratégias Devem também estar munidas

de recursos monetários suficientes pois para concretizar objetivos é geralmente necessário

despender alguns recursos, de acordo com Pontes (2011).

1.3.2. A Comunicação Externa e a Imagem Organizacional

Bahia (1995) afirma que a comunicação externa é essencial no âmbito da empresa porque é

responsável pela forma como uma empresa é vista, apreciada e como se evidencia na

sociedade. Portanto, ao abordar o tema da comunicação organizacional externa é

indispensável falar da imagem organizacional.

Como já foi acima referido, a comunicação externa visa promover a imagem da empresa,

sobretudo através da divulgação das ações, eventos e campanhas que esta realiza. Essas

ações são trabalhadas em volta da gestão da imagem organizacional e estão relacionadas aos

conceitos e aos temas que as concretizam.

Para Costa (1995, p. 45), a imagem é essencialmente,

Resultante da identidade organizacional, expressa nos feitos e nas mensagens.

Para a empresa a imagem é um instrumento estratégico, um conjunto de

técnicas mentais e materiais, que têm por objetivo criar e fixar na memória do

público, os ‘valores’ positivos, motivadores e duradouros. Estes valores são

reforçados ao longo do tempo (impregnação da mente) por meio dos serviços,

das atuações e comunicações. A imagem é um valor que sempre se deseja

positivo – isso é, crescente e acumulativo –, e cujos resultados são o suporte

favorável aos êxitos presentes e sucessivos da organização.

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Isto significa que é através da construção de uma imagem positiva que uma organização

conquista a credibilidade e a confiança de seus diversos públicos, resultando muitas vezes na

conquista e na fidelização de clientes.

A imagem pode ser percebida tanto pelo público externo como público interno. Isto porque para

o público a imagem vai funcionar como a explicação da identidade da organização, ou seja, da

visão externa da empresa. Kotler (1998) afirma que diferentes pessoas podem ter diferentes

imagens de uma mesma organização.

É possível afirmar que a imagem organizacional revela um enorme potencial para a empresa,

através da influência que exerce nas opções e deliberações sobre o serviço ou produto que se

quer destacar.

Outro fator que tem bastante importância na construção da imagem da organização é a

questão social. Atualmente quando um consumidor compra um bem, pensa não só no

benefício direto que este proporciona, mas também no benefício que trará a sociedade. As

organizações procuram direcionar investimentos em campanhas sociais com a finalidade de

melhorar sua imagem perante o mercado e a sociedade.

Neves (1998), afirma que a comunicação externa que constrói a imagem da organização tanto

pode enriquecer como levar à falência. A imagem positiva ou negativa da organização resulta

da forma como é pensada e desenvolvida a comunicação externa desta, sendo um instrumento

estratégico importante capaz de influenciar o sucesso ou insucesso dos negócios.

Apesar de essencial à empresa, a comunicação externa é uma ferramenta complexa e poderá

tornar-se num risco para o futuro da organização quando não são criadas estratégias de

comunicação adequadas ao ambiente externo que sejam coerentes e eficazes.

Conclui-se que toda organização contemporânea e competitiva deverá estar ciente de que é

imprescindível cuidar da imagem organizacional porque é uma questão de permanência e

subsistência no mercado. A imagem organizacional é o resultado de todas as experiências,

conhecimentos, sentimentos e impressões que as pessoas têm em relação à organização e

aos seus produtos e serviços. Está relacionada diretamente com o público-alvo da empresa, e

por isso mesmo deve ser extraordinariamente bem tratada.

1.3.3. Público-alvo

Entende-se por público um conjunto de indivíduos, com uma certa homogeneidade

relativamente ao relacionamento que estabelecem com a organização e com os quais esta

comunica, define Tajada (2001).

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A classificação tradicional dos públicos de uma organização baseia-se em três critérios: nível

de relacionamento entre públicos e organização, existência de interesses em comum e na

proximidade física. De acordo com esta classificação os públicos podem ser internos e

externos.

O público interno diz respeito a todos aqueles que estão dentro da instituição, refere Azevedo

(1979). São considerados público interno, os funcionários, colaboradores e os seus familiares.

Considera-se um público estratégico capaz de gerar resultados desde que devidamente

comprometido com a organização.

De acordo com Breguez (2007), o público externo é um grupo de pessoas divididas por

interesses comuns em relação à sociedade, que possam estar relacionadas de forma direta ou

indireta com uma organização. Ou seja, públicos que não estão na organização mas

relacionam-se com ela- acionistas da empresa,organizações concorrentes,clientes,

consumidores, fornecedores, governo,imprensa revendedores e a comunidade no geral- são

chamados de público externo.

Dentro da segmentação do público externo, frisamos o público-alvo que é considerado

relevante para este estudo. Este público é constituído por clientes atuais, potenciais clientes,

indivíduos que tomam a decisão de compra e os que a influenciam, de acordo com Monteiro

(2003). O público-alvo pode ser composto por indivíduos, grupos públicos ou particulares, ou

pelo público em geral.

Palhares (2012) afirma que público-alvo quando analisado sob o ponto de vista do processo

básico de comunicação, corresponde ao conjunto dos recetores que interessam à organização

(emissor).

È possível afirmar que o público-alvo é um conjunto de pessoas que possuem as mesmas

características ou interesses. Para determinar os diferentes públicos podem-se utilizar vários

padrões, como idade, sexo, nível económico, estrato social, interesses, por exemplo.

Definir o público-alvo vai depender de critérios da organização ou de um estudo de mercado. A

organização deve-se esforçar ao máximo para atender todas as necessidades do público em

questão. Através da delimitação do público-alvo é possível que a organização elabore uma

oferta que atenda as necessidades do “alvo” e que assim o seu negócio seja divulgado através

das ferramentas mais eficientes e mais adequadas ao cliente.

Conclui-se então que a comunicação deve ser desenvolvida de acordo com a especificidade de

cada público, porque cada um deles tem as suas caraterísticas e interesses próprios. A

identificação dos potenciais clientes irá encaminhar a elaboração e a divulgação de produto ou

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serviço, possibilitando que as ferramentas de comunicação externa utilizadas sejam

direcionadas aos alvos corretos, de forma a economizar tempo e dinheiro.

A organização deverá independentemente da maneira como produz a mensagem para o seu

público-alvo, manter a sua identidade e imagem organizacional e para isso deverá utilizar as

ferramentas de comunicação externa adequadas para esse fim.

1.3.4. Ferramentas da Comunicação Organizacional Externa

Existem várias ferramentas através dos quais se manifesta a comunicação empresarial

externa, que são o meio utilizado para entregar a mensagem pretendida pela organização. A

comunicação envolve diversas ferramentas de comunicação, cada uma delas tem

características peculiares e servem para situações específicas no processo de comunicação.

Kotler e Armstrong (2003), afirmam que as ferramentas de comunicação das empresas

consistem num mix de publicidade, venda pessoal, promoção de vendas, relações públicas e

estratégias de marketing. Estes autores referem ainda algumas das ferramentas de

comunicação externa:

Na publicidade são anúncios impressos, transmissões eletrônicas, outdoors e outras

formas. Entre as vendas pessoais estão apresentações de vendas, feiras comerciais e

programas de incentivo. As promoções de vendas incluem displays em pontos-de-

venda, prêmios, descontos, coupons, brindes e demonstrações. O marketing direto

inclui catálogos, telemarketing, fax, quiosques, internet e outros. Graças aos avanços

tecnológicos, as pessoas podem agora se comunicar pela mídia tradicional (jornais,

rádio, telefone, televisão), bem como por mídias mais modernas (fax, telefones

celulares, pagers e computadores). (Kotler e Armsntrong, 2003, p.363)

As ferramentas da comunicação externa frequentemente utilizadas pelas organizações são

diversas, entre as nomeadas pelos diversos autores podemos enumerar:

Website - É rápido e de fácil acesso, o site é uma excelente ferramenta para promover

programas, serviços e produtos da organização. É importante manter o website fácil de

navegar, atualizado e atraente.

Reuniões - Os encontros cara-a-cara são a melhor forma de passar a mensagem que a

organização pretende sem o risco de ser mal interpretada.

Eventos - Promover um negócio através de um evento, como seminários ou congressos, é

uma forma de aumentar a rede de contactos e dar a conhecer a organização e as suas

atividades.

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Correio eletrónico - É uma ferramenta importante para enviar atualizações, informações e

agradecimentos, a um grande número de pessoas num curto espaço de tempo.

Telefone - Um telefonema pode ser um meio eficaz de comunicação, especialmente quando é

necessário obter uma resposta imediata ou se for necessário compartilhar informações mais

profundas.

Redes Sociais - Também conhecidas por social media, atualmente são indispensáveis a

qualquer organização porque entre outros benefícios oferecem dinamismo e comunicação

instantânea.

Impressões - Distribuir materiais publicitários impressos, como folhetos promocionais ou

brochuras, é uma forma de obter a atenção do público externo.

Cartas - Apesar de estarem a cair em desuso, convites, pedidos de patrocínios e cartas de

agradecimento aos sócios ou clientes são uma forma tradicional de obter e até criar apreço

entre a organização e o público.

Mass Media - O rádio, televisão e a imprensa são uma forma eficaz de chegar a uma vasta

quantidade de pessoas.

É importante referir que as organizações têm sentido o impacte da tecnologia, que não para de

avançar e por isso vão surgindo frequentemente novas ferramentas de comunicação.

Podemos concluir que existe uma grande variedade de ferramentas de comunicação externa,

mas é necessário que haja planeamento prévio para escolher as ferramentas mais viáveis para

se obterem os objetivos desejados. De acordo com Leal (2011) é necessário que as

organizações tenham atenção no momento de escolher as ferramentas para efetuar a

comunicação a fim de construir relacionamentos duráveis, assim com o seu público-alvo.

No entanto, o público-alvo de uma determinada organização não recebe informações apenas

através das ferramentas de comunicação externa acima referidas, as informações também

podem ser transmitidas, de forma direta, por meio de formadores de opinião, especialistas do

setor e também pelo público interno – é aqui que o papel da comunicação interna é essencial.

1.3.5. A relação entre a Comunicação Externa e a Comunicação Interna

É imprescindível falar de comunicação externa sem mencionar a comunicação interna. A

comunicação interna quando é aplicada de forma eficiente é uma ferramenta estratégica

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impulsionadora de resultados positivos, que pode afetar a estrutura da organização de forma

positiva.

De acordo com Inácio et al. (2008), comunicação interna é aquela que é desenvolvida dentro

de uma organização e que tem o intuito de criar um clima de recetividade entre todos os

indivíduos que lhe pertencem. As suas principais funções são informar o público interno das

organizações das diretrizes e normas, promover o envolvimento dos funcionários nos objetivos

da organização e especialmente atender o público externo de forma eficiente.

Para que a comunicação interna seja eficiente, é de fundamental importância conhecer em

profundidade o público interno da empresa. É necessário um contato pessoal em que se

estabeleça uma relação de confiança, que possa transmitir as suas expectativas, ansiedades e

interesses entre a organização e o seu público interno. Portanto a comunicação interna tem um

papel crucial neste ponto, especialmente de informar a parte do público interno que tem contato

direto com o meio exterior, das ações de comunicação e dos objetivos pretendidos.

O público interno pode potencializar o processo de divulgação e reforçar a mensagem

destinada a clientes e consumidores. Caso o público interno não esteja envolvido neste

processo, pode atuar involuntariamente de forma contrária aos objetivos pretendidos pela

comunicação, gerando conflito ao público externo, que receberá informações conflituosas,

refere Crescitelli (2005).

É, então, possível afirmar que existem influências positivas em ter o cuidado de transmitir

informações primeiramente aos colaboradores da organização e somente depois ao público

externo. Porque de acordo com Westphalen e Libaert (2009), quando a organização deposita

confiança nos colaboradores, e trata-os com respeito, isso irá motivá-los a transmitir uma boa

imagem organizacional ao público externo.

Por isso podemos considerar a comunicação interna uma grande aliada da comunicação

externa consolidação e construção da imagem organizacional quando são trabalhados valores

como missão, visão,cooperação e integração.

Conclui-se então que a comunicação interna e a comunicação externa estão interligadas e são

conceitos indissociáveis. É possível afirmar que uma condiciona a outra, quanto mais efetiva a

comunicação interna se revelar maior será o envolvimento e empenho dos colaboradores

originando por consequência um aumento da produtividade da organização. Portanto, percebe-

se que a comunicação interna torna-se externa e esta por sua vez é responsável pela imagem

organizacional e ambas as comunicações devem ser estrategicamente planeadas com a

finalidade de projetarem uma imagem positiva e consequentemente aumentarem os lucros da

organização.

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Capítulo II

Conceito de Business-to-Business

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2.1. Diferenças entre comércio Business-to-Business (B2B) e comércio

Business-to-Consumer (B2C)

O objetivo deste estudo é compreender a importância dada à comunicação externa nas

empresas que praticam business-to-business, para isso é importante perceber as

particularidades deste tipo de comércio e o que o difere das demais empresas que praticam

business-to-consumer.

Primeiramente, é necessário distinguir ambos os conceitos, o Business-to-consumer traduz as

transações feitas entre a empresa e o consumidor final enquanto o Business-to-business se

traduz em transações entre empresas.

A maioria das empresas categorizam o seu estilo de comércio e marketing como B2B ou B2C

que são dois estilos bastante distintos. Uma das principais diferenças entre estes dois modelos

de comércio, é o tempo do processo de tomada de decisão de compra, que é mais longo em

B2B que em B2C. Isto porque em B2B existem mais pessoas envolvidas no processo de

compra (comitês). Além disso o processo de compra é geralmente informal em B2C, enquanto

em B2B é mais formal.

Os materiais de B2C geralmente custam pouco em comparação com produtos B2B, no entanto

o processo de venda envolve custos elevados.

O público-alvo de B2B são usualmente executivos com poder de influência nas respetivas

empresas, enquanto o B2C quer atingir o comprador final que procura um certo serviço ou

produto. Além de se diferenciarem pelo público-alvo, empresas de B2B e B2C usam diferentes

estratégias de marketing para se relacionarem com eles: o B2C opta pelo marketing relacional

enquanto o B2B opta pelos nichos específicos de mercado. Marketing relacional corresponde

ao trabalho de marketing voltado para o relacionamento com clientes. Nichos são segmentos

ou públicos cujas necessidades particulares são pouco exploradas ou são inexistentes.

Outras características importantes que diferenciam ambos, de acordo com Stone e Jacobs

(2001) são:

As empresas de B2C compram para próprio, enquanto as de B2B compram para

benefício da organização

O B2C é baseado nas transações e o B2B é baseado no relacionamento.

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As organizações de B2C efetuam em média um tamanho relativamente pequeno de

compras comparado com o tamanho médio de compras de uma organização B2B que

tende a ser grande.

O valor tempo de vida dos produtos de empresas B2C é geralmente baixo, enquanto

nos produtos de B2B pode ser muito vasto.

As organizações de B2C têm maior facilidade em chegar até as pessoas, as de B2B

apresentam maiores dificuldades.

Em síntese o Business-to-Business e o Business-to-Consumer são dois modelos de comércio

muito distintos. É possível afirmar que o B2C aposta no lado emocional do consumidor,

enquanto o B2B utiliza dados e informações concretas que estão ao seu alcance para atingir o

público-alvo.

2.2. Prática Comercial Business-to-Business

O comércio business-to-business é um conceito crucial para a abordagem e compreensão da

temática do trabalho, portanto, é importante proceder à sua definição. Wright (2004) afirma,

que o B2B trata-se de uma prática mercantil de uma organização, que vende e comercializa

bens ou serviços para outra organização, para que esta usufrua ou revenda-os. Portanto, B2B

ocorre quando uma organização está a comprar materiais para o seu processo de produção,

quando precisa dos serviços de outra por razões operacionais ou quando revende bens e

serviços produzidos por outras empresas.

Esta prática comercial facilita a transferência de matérias-primas, peças e componentes a

partir do qual é derivado o lucro adicional, através de fabricação ou vendas a consumidores

finais. Isto significa que o produto em si não acaba nas mãos dos consumidores, mas sim, o

produto final da organização que faz a compra.

2.1.1. O modelo de negócio Business-to-business

A típica cadeia de funcionamento de B2B envolve múltiplos negócios de transações, as

empresas adquirem componentes e outras matérias-primas para usar nos seus processos de

fabricação e o produto quando é acabado pode então ser vendido a particulares via transações

business-to-consumer. O B2B tem tudo a ver com o ir ao encontro das necessidades de outras

empresas. Como se efetuam muitas pequenas transações para criar um produto para o

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consumidor final, as empresas de B2B tendem a ter um alto volume de transações muito maior

que as restantes, de acordo com Sandhusen (2008).

Como todos os modelos de negócio, o B2B exige um planeamento cuidadoso para obter êxito.

De acordo com Pitt e Honeycutt (2001), as estratégias de comércio B2B incluem: rápido

desenvolvimento de produtos e serviços, encurtar o ciclo de vida dos produtos, novos

processos de venda e distribuição, atendimento customizado ao cliente e necessidade de criar

e manter relacionamentos de longo prazo. Após conquistar um cliente novo, as organizações

podem geralmente procuram aprofundar o conhecimento a respeito do cliente, a respeito dos

seus negócios e com isto oferecer produtos e serviços customizados, ou seja, adaptados ao

cliente.

Gerenciar um relacionamento com o cliente, no mercado B2B, assume grandes proporções. De

acordo com Prieto e Carvalho (2005), o mercado de business-to-business é constituído por

organizações de grande porte e é menor em número de clientes o que leva a que o montante

das negociações seja alto. Portanto, um cliente tem enorme importância para a empresa a

longo prazo.

Perder um cliente tem impacto negativo para a empresa, por isso é dada maior atenção à

manutenção das relações com os clientes atuais do que à aquisição de novos clientes. O

interesse das empresas que atuam neste modelo de negócio é construir um relacionamento

baseado em interesses mútuos.

Uma importante característica das organizações de B2B é o contato com representantes,

compradores e fornecedores de outras organizações que têm o objetivo de comprar ou

influenciar a compra para as organizações que representam. Assim, o processo de venda

torna-se mais complicado, a ponto de exigir negociações com múltiplos grupos e uma grande

organização para controlar as fases desta negociação, afirmam Prieto e Carvalho (2005). Isto

porque os representantes de B2B têm a responsabilidade de tomar a decisão certa ao comprar

em nome de suas empresas. Os representantes têm o conhecimento necessário para

reconhecer uma boa oferta e optam por adotarem uma postura ativa nas negociações.

Manter uma estratégia de B2B sólida é fundamental para as empresas que querem obter

sucesso na comunicação com os seus parceiros e fornecedores. Estas estratégias pretendem

assim melhorar o serviço de atendimento ao cliente, efetuar estudos de mercado e produtos,

promoção de vendas, e publicidades.

De acordo com Miller (2014) o planeamento estratégico é um fator que contribui para o

sucesso de uma empresa de B2B pois como já foi acima referido, existem muitas pessoas

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envolvidas no processo de compra todas elas com diferentes perspetivas e qualquer uma

podendo vetar o negócio. Portanto, é necessário predefinir uma estratégia que comtemple

todos os aspetos do negócio, desde económicos aos técnicos. O mesmo autor afirma que a

confiança é a chave para construir uma relação duradoura entre o cliente e a organização. A

falta dela pode destruir a reputação de uma organização e diminuir o valor dos negócios.

Atualmente empresas B2B estão a investir nas mais recentes tecnologias e ferramentas de

comunicação externa, num esforço para cortar custos e integrar os seus parceiros comerciais.

Prova disso é o exponencial aumento da utilização da ferramenta de comunicação externa

Social Media pelos funcionários da área do marketing em organizações B2B.

Figura 2 Percentagem de Marketeers de B2B que usaram várias Social Media em

20141

1 :Retirado de : 2014 B2B Content Marketing Trends—North America: Content Marketing Institute/MarketingProfs em 18-10-2014

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Conclui-se que a comunicação externa nas organizações de business-to-business envolve

todos os atos relacionados com a divulgação dos produtos e está diretamente ligada à área do

marketing. O objetivo fundamental é elevar as vendas e, naturalmente, o lucro da empresa.

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Capítulo III A Shamir Optical

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3.1. Introdução

O estudo de caso em que este trabalho se insere é sobre a Importância da Comunicação

Externa em Contexto Business-Business, na Shamir Optical Lda., mais especificamente no

Departamento de Marketing local onde foi realizado um estágio profissional.

A Shamir Optical Lda pratica comércio business-to-business e é uma subsidiária da Shamir

Optical Industry, um dos principais fabricantes mundiais da sua área de negócio2. Por este

facto entende-se que o estudo desta empresa é oportuno para descobrir a relação entre dois

conceitos - comunicação externa e business-to-business- que é o objetivo fulcral da realização

deste trabalho.

3.2. Caracterização da Shamir Optical

A Shamir Optical, situa-se na freguesia de Vilar, no concelho de Vila do Conde em Portugal.

Estabeleceu-se em Portugal em 2001 e é uma empresa subsidiária da Shamir Optical

Industry.A Shamir Optical é uma empresa que investiga, desenvolve e produz lentes

oftálmicas. Tem neste momento duas unidades de produção e laboratório equipadas com as

mais recentes e tecnologicamente avançadas máquinas e instrumentos, utilizados na produção

de lentes oftálmicas. Com quadros altamente qualificados e tecnologia de ponta, assegura a

produção de lentes oftálmicas para o mercado nacional e europeu, sendo uma referência na

indústria de lentes oftálmicas europeia.

Figura 3 Instalações da Shamir Optical3

2 Retirado de www.dhltime.com.pt/semfronteiras em 20-10-2015

3 Retirado de http://www.shamir.pt/ consultado em 20-08-2015

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3.2.1. A Shamir no Mundo

A Shamir Optical Industry, Ltd estabeleceu-se em Israel em 1972 como fabricante de lentes

bifocais, converteu-se rapidamente ao desenvolvimento e produção de lentes progressivas,

tornando-se um dos maiores produtores mundiais de lentes oftálmicas. Além de fábricas de

produção e desenvolvimento em Israel, a Shamir conta com vários laboratórios espalhados por

todo mundo e com uma força de trabalho perto dos 3500 trabalhadores, com atividade em 24

países dos 4 continentes, de acordo com o site da Shamir (http://www.shamir.pt/).

A Shamir Optical em Portugal tem vindo a crescer tanto no mercado nacional como em termos

de exportações. O crescimento contínuo e sustentado tem permitido a criação de novos postos

de trabalho.

Figura 4 Organograma da Shamir Optical Industry

Fonte: Site da Shamir, http://www.shamir.pt/

3.2.2. Missão, Visão e Valores

A Shamir Optical, tem como lema e missão ''Recriar a Visão Perfeita''. Ser uma referência no

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mercado da ótica pelo foco no cliente, promover a sua satisfação e fidelização, pela aposta na

qualidade e rigor técnico, pela contínua inovação de produtos e serviços, pela melhoria

contínua dos processos de fabrico e pela criação de valor, oferecendo ao mercado as soluções

tecnologicamente mais avançadas, é a visão da empresa.

Os seus valores consistem em respeito pelos valores universais, trabalho em equipa, respeito

pelo meio ambiente, integridade, rigor e profissionalismo, criação de condições para o sucesso

e crescimento dentro da organização, e por fim, ambiente de trabalho saudável.

3.2.3. Produtos

A Shamir Optical aposta no desenvolvimento de tecnologias de ponta, de modo a poder criar

produtos inovadores. Os produtos Shamir são todos disponibilizados numa amplo gama de

matérias óticas, desde matérias orgânicas em todos os índices de refração utilizados no mundo

da ótica, incluindo matérias de elevada resistência ao impacto como o Trivex™e o

policarbonato.

Destacam-se as lentes desportivas e ocupacionais, na qual é e líder mundial na produção de

geometrias de lentes desportivas. As lentes Shamir estão ainda disponíveis numa ampla gama

de tratamentos, desde antirreflexo de alto desempenho a tratamentos especialmente dedicados

a lentes solares.

De entre as principais tecnologias desenvolvidas destacam-se a Eye-Point TechnologyIII, a

tecnologia As-Worn Quadro, a Intellicorridor e Natural Posture.

3.2.4. Responsabilidade Social

A Shamir Optical acredita que uma boa performance económica está intimamente ligada ao

bom desempenho ambiental e à preservação dos recursos naturais por isso é membro da

sociedade Ponto Verde. A empresa dispõe de uma ETAR industrial onde faz o tratamento dos

seus afluentes com posterior aproveitamento dessas águas. A Shamir considera o respeito e a

preservação do ambiente como uma responsabilidade de todos, e através de um melhor

controlo de processos e eliminação dos desperdícios, é possível obter uma gestão mais eficaz

dos consumos de água, energia e gestão dos resíduos.

A Shamir faz também iniciativas solidárias, todos os anos no natal a empresa escolhe uma ou

mais instituições e faz um donativo monetário para a compra de bens essenciais ao seu

funcionamento, aproveitando a verba destinada às prendas dos colaboradores.

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Capítulo IV Estudo de Caso

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4.1. Estudo do Caso

A entidade analisada para realização deste trabalho é a Shamir Optical, “uma das melhores e

maiores do seu setor” (http://www.shamir.pt/), por isso, é importante conhecer e avaliar a

comunicação que se estabelece entre esta empresa business-to-business e o seu meio

externo. Como o objetivo deste trabalho é aprofundar um caso individual e específico, optou-se

pelo caso de estudo como método de investigação.

Ponte (2006) define o caso de estudo como uma investigação que se assume como

particularística, ou seja, debruça-se deliberadamente sobre uma situação específica que se

supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspetos, procurando descobrir o que há

nela de mais essencial e característico e, dessa forma, contribuir para a compreensão global

de um certo fenómeno de interesse. Por outro lado, Yin (1994) define estudo de caso com base

nas características do fenómeno em estudo e com base num conjunto de características

associadas ao processo de recolha de dados e às estratégias de análise dos mesmos.

Fidel (1992) refere que o método de estudo de caso é um método específico de pesquisa de

campo. Estudos de campo são investigações de fenómenos à medida que ocorrem, sem

interferência significativa do investigador. Bell (1989) define o estudo de caso como um termo

guarda-chuva para uma família de métodos de pesquisa cuja principal preocupação é a

interação entre fatores e eventos.

Em síntese, o estudo de caso trata-se de uma abordagem metodológica de pesquisa adequada

para a compreensão, exploração e descrição de ocorrências e situações complexas, através da

utilização de um ou mais métodos qualitativos de recolha de informação.

Coutinho (2003) refere que quase tudo pode ser objeto (caso) de um estudo. Desde algo

definida e concreto como um indivíduo, um pequeno grupo, uma organização, uma

comunidade ou algo mais abstrato como uma decisão, processos ou mudanças

organizacionais.

Coutinho & Chaves (2002) faz referência a cinco características básicas de um estudo de caso:

Trata-se de uma técnica com limitações de tempo e procedimentos que nem sempre

são claros e precisos.

O caso é sobre algo, que precisa ser identificado para dar foco e direção à investigação

É necessário conservar o carácter único, específico, diferente, complexo do caso.

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A investigação decorre no meio natural.

O investigador vale-se de diversas fontes de dados e a métodos de recolha como

observações diretas e indiretas, entrevistas, questionários, narrativas, registros de

áudio e vídeo, diários, cartas, documentos, entre outros.

A opção deste método de pesquisa é adequado à realização deste trabalho porque os dados

podem ser recolhidos através de diversos meios, é uma pesquisa dirigida aos estágios de

exploração, e por ser um fenómeno possível de ser observado no seu ambiente natural, de

acordo com Benbasat et al (1987).

Yin (1994) afirma que o objetivo do estudo de caso é explorar, descrever ou explicar. De

acordo com este mesmo autor os estudos de caso são únicos ou múltiplos, e podem ser do

tipo:

Exploratórios: Adequado quando se querem encontrar informações preliminares sobre

o assunto estudado, ou seja, procuram hipóteses e proposições relevantes para

orientar estudos posteriores. Pretendem fornecer um certo suporte para a teorização

Descritivos: O objetivo é descrever um caso específico na sua totalidade. Os estudos

descritivos pretendem representar a descrição completa de um fenómeno inserido no

seu contexto.

Explanatórios: quando se quer problematizar ou produzir novas teorias que pretendem

problematizar o seu objeto. Procuram informação que possibilite o estabelecimento de

relações de causa-efeito.

A opção do tipo de caso depende da questão da pesquisa, do grau de controlo que o

investigador tem sobre os eventos e do foco temporal. Os tipos de estudo de caso podem até

ser combinados conforme a necessidade do trabalho.

Para a realização deste trabalho foi adotada a estratégia do estudo de caso apoiada pela

pesquisa do tipo exploratório-descritiva, tendo em conta os seguintes aspetos:

A importância da comunicação externa é um assunto ainda pouco estudado e

relativamente recente no contexto das organizações de business-to-business. (carácter

exploratório)

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Este estudo tem por objetivo ampliar o conhecimento existente sobre o tema. Estudar

com base na pesquisa teórica, a comunicação externa numa organização business-to-

business (Shamir Optical) e descrever a importância que lhe é dada. (carácter

descritivo)

4.2. Técnica de Recolha de Dados - Observação Participante, Análise

Documental e Entrevista Semiestruturada

Como para qualquer ato de investigação, é necessário pensar nas formas de recolher a

informação que a própria investigação irá proporcionar. De acordo com Reis (2010), a escolha

da técnica de recolha de dados depende dos objetivos que se pretende atingir com a pesquisa

e do universo a ser investigado.

O estudo de caso emprega vários métodos como entrevistas, observação participante e

estudos de campo, sustenta Hamel (1993). Isto significa que no processo de recolha de dados,

o estudo de caso recorre a várias técnicas próprias da investigação qualitativa, as quais

proporcionam a possibilidade de cruzamento de informação.

A possibilidade de utilizar várias fontes de evidência é um ponto forte importante dos estudos

de caso, afirma Yin (2005). Por fonte de evidência entende-se todos os dados que podem ser

utilizados para certificar que uma determinada afirmação é verídica ou falsa.

Recorrer à utilização de múltiplas fontes de evidência na construção de um estudo de caso,

permite considerar um conjunto mais diversificado de tópicos de análise e em simultâneo

permite corroborar o mesmo fenómeno. Como técnica de recolha de dados, optou-se pelas

seguintes fontes de evidências: observação participante, análise documental e entrevista

semiestruturada. Desta forma os potenciais problemas de validade do estudo são atendidos,

pois as conclusões, nestas condições, poderão ser validadas através das várias fontes de

evidência utilizadas.

4.2.1. Observação Participante

A observação participante consiste num método interativo de recolha de informação que

requer uma implicação do investigador nos acontecimentos e fenómenos que está a observar,

de acordo com Rodríguez et al. (1999). É possível afirmar que o fator crucial deste método de

recolha de dados é a integração do investigador no campo de observação.

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De acordo com Correia (2009), a observação participante é realizada em contacto direto,

frequente e prolongado do investigador, com os atores sociais, sendo assim o próprio

investigador o instrumento de pesquisa.

Yin (2005) afirma que a observação participante é um modo especial de observação, o

investigador não é meramente um observador passivo, mas pode assumir uma variedade de

papéis no estudo de caso, podendo mesmo participar em acontecimentos a serem estudados.

Em síntese, conclui-se que a observação participante é dinâmica e envolvente e o investigador

é simultaneamente instrumento na recolha de dados e na sua interpretação. Algumas das

vantagens deste método são uma melhor compreensão das motivações das pessoas,

aproximação à realidade dos dados e maior facilidade na interpretação das variáveis do

contexto de estudo.

A importância da observação participante prende-se no facto de ser uma oportunidade que

permite mostrar a realidade do ponto de vista de alguém dentro do estudo de caso, e não de

um ponto de vista externo, de acordo com Yin (2005).

A realização de um Estágio na Shamir Optical, permitiu que fosse utilizada a observação

participante como técnica de recolha de dados. O envolvimento no dia-a-dia do Departamento

de Marketing e o desempenho de diversas tarefas constituiu a forma privilegiada de observar a

forma de atuar da Shamir Optical no âmbito da comunicação externa e obter uma visão global

dos processos de trabalho que seguiu uma lógica de tomada de notas, para num momento

posterior ser possível obter uma visão global do que acontece na empresa e a análise da

mesma. Posteriormente houve a possibilidade de esclarecer os aspetos observados e

anotados através de uma entrevista semiestruturada. O que vai de encontro à opinião de

Correia (2009), que afirma que a observação geralmente é complementada com a entrevista

semiestruturada ou livre, embora também com outras técnicas como análise documental.

É possível afirmar que foi uma técnica essencial de recolha de dados para complementar a

realização deste trabalho, acima de tudo porque promoveu o contacto com o dia-a-dia e

aprofundamento da realidade específica da empresa.

4.2.2. Análise Documental

A análise documental constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja para

complementar informações obtidas através de outras técnicas, seja para revelar novos aspetos

de um determinado assunto, afirmam Ludke e André (1986). Esta análise é realizada a partir de

documentos, atuais ou retrospetivos, considerados autênticos.

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Gil (2008) afirma que a pesquisa documental tem estreitas semelhanças com a pesquisa

bibliográfica. A principal diferença entre ambas é a natureza das fontes: na pesquisa

bibliográfica os assuntos abordados recebem contribuições de diversos autores e na pesquisa

documental, os materiais utilizados geralmente não receberam ainda um tratamento analítico.

Ou seja, a diferença está na essência das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que

ainda não receberam tratamento e também daqueles que já foram processados, mas podem

receber outras interpretações.

É utilizada como uma técnica complementar de recolha de dados, onde o material recolhido é

analisado e utilizado para validar evidências de outras fontes e para acrescentar informações.

Foi concedido acesso aos documentos que constam do arquivo digital e físico da Shamir

Optical. Foram utilizados documentos de natureza diversa para a realização do estudo.

Inicialmente foram acedidos documentos que continham dados sobre a própria empresa, que

ajudaram na caracterização da Shamir Optical. Foram também analisados registos de eventos,

protocolos de patrocínios e parcerias, como também registos de ações de

marketing/comunicação. Estes auxiliaram a perceção de como é efetuada a comunicação

externa na empresa. Por fim, acedeu-se a material impresso de campanhas promocionais

(brochuras e panfletos), manuais para funcionários e press releases.

Estes documentos revelaram-se elucidativos e uma mais-valia para perceber a dinâmica da

comunicação externa de forma detalhada na Shamir.

4.2.3 Entrevista Semiestruturada

A última técnica de recolha de dados utilizada foi a entrevista, especificamente a

semiestruturada, como já referido, e como afirma Yin (2005) a entrevista é uma das fontes de

informação mais importantes e essenciais, nos estudos de caso.

A entrevista é considerada uma interação verbal entre, pelo menos, duas pessoas: o

entrevistado, que fornece respostas, e o entrevistador, que solicita informação para, a partir de

uma sistematização e interpretação adequada, extrair conclusões sobre o estudo em causa.

Segundo Gil (2008) pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se

apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados

que interessam à investigação.

A entrevista poderá ser classificada, consoante o controlo do entrevistador e a coerência dos

estímulos apresentados, em três tipos:

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Entrevistas não-estruturadas: Tem como objetivo uma visão geral do problema

pesquisado, sendo quase uma conversa na qual o entrevistador acompanha o

entrevistado. No entanto faz ocasionalmente perguntas para adequar o foco e para

esclarecer aspetos relevantes. Neste tipo de entrevista o entrevistador tem usualmente

um guia com os tópicos a serem abordados na entrevista, mas não tem uma ordem

específica porque o desenvolvimento desses tópicos irá depender do contexto da

conversação.

Entrevistas semiestruturadas: A entrevista semiestruturada existe um guião de

perguntas, que é igual para todos os entrevistados, mas é permito aos entrevistados

fazerem as reflexões e divagações que desejarem existindo maior flexibilidade para

colocar essas perguntas no momento mais apropriado, conforme as respostas do

entrevistado.

Entrevistas estruturadas: As perguntas estão claramente definidas e possuem um

número pré-determinado de respostas. A ordem das questões é rígida e permanece

invariável para todos os entrevistados, que usualmente são em grande número.

Foi pretendido com a realização da entrevista à Shamir Optical conhecer as ferramentas e

meios comunicacionais utilizados pela empresa, analisar a comunicação externa desta

empresa e conhecer as adaptações necessárias da comunicação externa à prática de

business-to-business.

O tipo de entrevista escolhida como método de recolha de dados, como foi anteriormente

referido, a entrevista semiestruturada. Segundo Flick (2004, p. 89), estas têm suscitado

interesse e têm sido frequentemente utilizadas:

Este interesse está associado com a expectativa de que é mais provável que os

sujeitos entrevistados expressem os seus pontos de vista numa situação de entrevista

desenhada de forma relativamente aberta do que numa entrevista estandardizada ou

num questionário.

A opção deste método de recolha de informações, prende-se no facto de existir flexibilidade e a

possibilidade de rápida adaptação, porque a entrevista pode ser ajustada quer ao indivíduo,

quer as circunstâncias.

As Entrevistas semiestruturadas permitem a organização prévia do tipo de informação que se

pretende recolher, através da combinação de questões abertas e fechadas, não existindo

assim risco de o entrevistado divagar ou não responder ao que é desejado. Por questão aberta

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entende-se uma pergunta que requer opinião ou explicação com as próprias palavras do

entrevistado. Questão fechada é uma pergunta que possui um número pré-determinado pelo

entrevistador de respostas.

A entrevista semiestruturada é uma mais-valia porque é um complemento da observação,

permite recolher dados sobre acontecimentos e aspetos subjetivos das pessoas, fornecendo o

ponto de vista do entrevistado e a possibilidade de interpretar significados, obtém elevadas

taxas de adesão dos respondentes, permite a clarificar um assunto através de questões

adicionais e pode fornecer informação sobre o significado intrínseco da forma de pensar dos

entrevistados.

No entanto, também revela pontos fracos pois a análise dos dados pode ser demorada, poderá

haver inabilidade ou incapacidade do entrevistado para responder e quando se trata de uma

entrevista presencial existem maiores custos financeiros e maior dispêndio de tempo

associado. Apesar das suas vulnerabilidades, com a devida validação, as entrevistas são uma

técnica fundamental de recolha de dados nos estudos de caso.

Para que fosse possível atingir os objetivos do nosso estudo foi criado um guião para os

sujeitos da pesquisa, com perguntas claras e concisas que se encontra em apêndice (apêndice

nº1).

Para validar o guião das entrevistas foi realizada a tabela nº1 com o intuito de verificar se há

adequação entre as questões formuladas e os objetivos referentes a cada uma delas, além da

relevância dessas mesmas questões para o estudo.

Tabela 1 Validação do guião de entrevistas

Questões Subquestões Objetivo Relevância

para o Estudo

Qual é o principal

objetivo da

comunicação externa na

empresa?

Qual é a

mensagem

que pretende

transmitir?

Elencar os objetivos da

comunicação externa da

Shamir

Muito relevante

Existe alguma

estratégia de

comunicação

previamente definida

pela empresa a qual

Qual?

Perceber o papel da

comunicação externa na

Shamir Optical

Relevante

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Questões Subquestões Objetivo Relevância

para o Estudo

deve ser seguida à

risca?

Quais são as

ferramentas/meios de

comunicação externa

utilizados pela Shamir?

Quais

considera

mais e menos

eficientes?

Como é

monitorizado

e controlado

o sucesso

dessas

ferramentas/

de

comunicação

externa?

Analisar as ferramentas e

meios de comunicação

que geralmente as

organizações adotam

para difundir a

informação e

compreender quais são

ferramentas

comunicacionais

utilizadas na Shamir

Optical;

Muito relevante

Quais são os públicos-

alvo da comunicação

externa da Shamir?

O que se

pretende

obter desses

públicos?

Analisar a relação entre a

comunicação externa e o

público-alvo

Muito relevante

Considera que os

recursos (humanos e

financeiros)

disponibilizados são

suficientes para atingir os

objetivos comunicacionais

pretendidos?

Se os recursos são

suficientes para atender

as necessidades do

mercado e do público

externo

Relevante

(para

complementar)

Considera que é dada a

mesma importância à

comunicação externa em

empresas de business-to-

business e de business-

to-consumer?

Quais as

principais

diferenças?

Entender as diferenças

na comunicação externa

utilizada nas

organizações de

business-to-consumer e

nas de business-to-

business;

Relevante

.

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4.2.3.1. Sujeitos de Pesquisa

O sujeito de pesquisa é alguém que depois de informado sobre os objetivos, a metodologia e

os riscos e benefícios do estudo, decide participar. Os sujeitos de pesquisa têm fundamental

importância para o desenvolvimento de um estudo, isso porque é através deles que se podem

recolher os dados necessários para a realização de uma investigação.

Os sujeitos de pesquisa deste caso de estudo foram sete, seis do sexo feminino e um do sexo

masculino, todos os membros do Departamento de Marketing da empresa Shamir Optical. O

guião da entrevista foi realizado especificamente para este departamento porque além de ser o

local onde foi realizado o estágio é este o departamento especializado na comunicação externa

da empresa.

4.2.3.2 Tratamento dos dados

O tratamento dos dados consiste nas tarefas de identificação, transcrição e organização da

base de dados, obtém-se uma base de dados a partir da qual são trabalhadas as fases

seguintes de análise dos dados. As questões das entrevistas que consistem em questões

abertas foram trabalhadas através da análise de conteúdo.

De acordo com Moraes (1999), a análise de conteúdo constitui uma técnica empírica de

pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de todo o género de documentos e

textos.

Optou-se por este método porque consiste na análise de frequências relativas a um certo

assunto num determinado texto o que permite tratar de forma simples e organizada o conteúdo

dos testemunhos, que poderão apresentar elevado grau de profundidade e complexidade.

Bardin (2004) aprofunda os conhecimentos sobre a Análise de Conteúdo e salienta que esta

deve ir além da mera descrição do conteúdo das mensagens, e incluir a inferência de

conhecimentos sobre as condições de produção/receção do conteúdo com o apoio de

indicadores.

Para analisar as respostas obtidas através das entrevistas realizadas na Shamir Optical

utilizou-se as cinco etapas da análise de conteúdo para tratar os dados obtidos, com base em

Moraes (1999) e Bardin (2004):

Preparação das informações – Foi realizada uma leitura dos dados obtidos através da

entrevista e verificar se todos eles estão efetivamente de acordo com os objetivos do estudo.

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Unitização – Após os dados serem devidamente preparados, foram transformados em

unidades de análise. Trata-se de um processo de fragmentação do texto da entrevista que

consiste em isolar frases ou palavras definidas pelo pesquisador. Estas são o elemento unitário

de conteúdo consideradas relevantes para o estudo e que mais tarde foram submetidas à

categorização.

Categorizações – De seguida, agruparam-se os dados com base na semelhança e

conformidades em comum que existem entre eles. Ou seja, foram criadas categorias onde se

encaixam os dados.

Descrição – Depois de definidas as categorias e identificado os dados pertencentes de cada

uma delas foi necessário transmitir o resultado do trabalho. Uma tabela foi, assim, elaborada

com o propósito de apresentar, resumidamente, as principais conclusões retiradas da análise

onde os dados recolhidos foram apresentados devidamente tratados e categorizados.

Interpretação - Os dados das entrevista realizadas na Shamir Optical foram sujeitas a uma

análise interpretativa do discurso de cada sujeito.

4.3. Triangulação de Metodologias

Para a realização deste Estudo de Caso foram utilizadas como fontes de evidência entrevista

semiestruturada, observação participante e análise documental.

A utilização de múltiplas fontes de evidências oferece condições para uma triangulação das

metodologias de forma a obter resultados mais eficientes e fidedignos. Por triangulação

entende-se a obtenção de dados para o estudo de duas ou mais metodologias qualitativas ou

quantiavas, referentes ao mesmo acontecimento, a fim de aumentar a fiabilidade da

informação. Representa um processo de múltiplas perceções para esclarecer significados,

verificando a repetição de observações e interpretações.

Para Yin (1994) a triangulação é uma estratégia de validação, para este autor se todas as

fontes de informação indicarem as mesmas respostas, os dados foram triangulados com

sucesso.

A triangulação pode ser usada para a investigação de um fenômeno em que o investigador

deve participar intensivamente da interpretação dos dados. Essa combinação de múltiplas

fontes de evidência é um fundamento importante para se criar um banco de dados para o

estudo de caso e manter um encadeamento de fontes, sendo este último relacionado com o

aumento da confiabilidade das informações em estudo de caso.

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Desta forma os potenciais problemas de validade do estudo são atendidos, pois as conclusões,

nestas condições, são validadas através de várias fontes de evidência. Isto porque o principal

objetivo da triangulação metodológica é a integração e convergência dos resultados da

investigação, resultados que serão válidos se conduzirem às mesmas conclusões. Ou seja, se

as conclusões a partir de cada um dos métodos forem as mesmas, então a validade é

estabelecida, de acordo com Guion (2002).

A triangulação de metodologias permitiu através da análise e da convergência dos dados

(recolhidos por via da entrevista semiestruturada, da análise documental e da observação

participante da realidade da empresa através do estágio profissional – Figura 5), concluir que a

comunicação externa é verdadeiramente importante para a para a Shamir Optical, como

apresentamos na alínea seguinte.

Figura 5- Triangulação de Metodologias utilizadas neste Estudo de Caso

Fonte: adaptado de Oliveira (2010)

4.4- Resultados

Como o objetivo fulcral deste trabalho é compreender a importância dada à comunicação

externa em organizações que pratiquem business-to-business, foi realizado o presente estudo

na Shamir Optical, uma empresa multinacional do setor ótico que utiliza a prática comercial

B2B. Este estudo mostrou-se oportuno para perceber a relação entre os dois conceitos

essenciais - comunicação externa e business-to-business- e como o primeiro pode

potencializar estas áreas de negócio em específico.

Podemos afirmar que a comunicação organizacional externa resume-se as todas as trocas de

informações que uma organização desenvolve com o intuito de se promover e comunicar,

através de estratégias e ferramentas, com outras organizações ou indivíduos fora da estrutura

física e formal da organização propriamente dita (Oliver,2008; Boone e Kurtz,2010; Guffey e

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Lowey,2010; Cheney, 2005).

Através da análise e da interpretação dos dados obtidos foi possível concluir que a Shamir

Optical considera que no mercado empresarial é necessário haver comunicação externa aliada

ao marketing para divulgar os seus produtos e serviços. Assim como também necessita de

receber informações do exterior para a troca de experiências e para se manter atualizada.

Com o intuito de objetivar estas as afirmações foi elaborada a tabela 1 com o propósito de

apresentar, resumidamente, as principais conclusões retiradas da entrevista realizada aos

colaboradores do departamento de Marketing da Shamir Optical.

Tabela 2 Dados resultantes da Entrevista na Shamir Optical

Categoria Síntese dos dados recolhidos

Importância dada à Comunicação Externa

na empresa .

Elevada e crucial para o bom funcionamento

da empresa;

Objetivos da Comunicação Externa da

Shamir Optical

Comunicar com os stakeholders; Atingir o

público-alvo; Divulgar a imagem da empresa;

Ferramentas de Comunicação Externa

utilizadas pela Shamir Optical

Presença em eventos do setor; Website;

Patrocínios; Parcerias; Oferta de

Merchandising; Redes Sociais; Folhetos e

Brochuras; Press Release;

Público-Alvo da Comunicação Externa da

Shamir Optical

Empresas/Lojas de Oftalmologia e

Optometria;

Definição da estratégia de Comunicação

Externa

Previamente definida pelo Departamento de

Marketing e atualizada conforme as

exigências. Criação de um plano de

comunicação e marketing.

Recursos Humanos e Monetários Suficientes e Satisfatórios

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Categoria Síntese dos dados recolhidos

Diferenças na Comunicação Externa de

Business-to-Business e Business-to-

Consumer

No B2C o objetivo é atingir diretamente ao

consumidor final; No B2B, é atingir outras

entidades que se disponibilizem a fazer a

revenda aos consumidores finais.

Ao convergir os dados resultantes da entrevista semiestruturada, da análise documental e da

observação participante foi possível concluir que a Shamir Optical reconhece importância da

comunicação organizacional externa. Esta organização define previamente a sua estratégia

através da realização de um plano de comunicação que de forma clara e eficaz resume todas

as ações que serão postas em prática, incluindo os custos, os materiais necessários e os locais

– anexo nº1.

Esta estratégia é orientada para o seu público-alvo. Como já referimos, público-alvo é o

conjunto de pessoas ou empresas que revelam interesse para a organização, e é para elas que

são dirigidas as campanhas e estratégias comunicacionais (Monteiro, 2003; Palhares, 2012).

Como a Shamir é uma empresa de business-to-busines - prática mercantil que consiste na

venda e comercialização para outras empresas e nunca com o consumidor final (Wright, 2004;

Sandhusen, 2008) – os seus produtos são maioritariamente vendidos a outras organizações

para que estas os revendam. Por essa razão, o público-alvo da Shamir Optical são empresas

de oftalmologia e optometria que revendem os produtos seus ao consumidor final nas suas

lojas.

Os objetivos desta comunicação externa na empresa são comunicar com os stakeholders

(acionistas, funcionários e consumidores), atingir o seu público-alvo (empresas e lojas de

oftalmologia e optometria) e divulgar a imagem da empresa. Podemos então, afirmar que a

comunicação externa é substancial no âmbito da empresa porque é responsável pela forma

como a organização é apresentada à sociedade em geral e por consequência ao seu público (

Bahia, 1995; Costa, 1995; Pontes, 2011).

No que concerne aos recursos humanos da empresa, existe um Departamento de Marketing e

um Departamento de Recursos Humanos que trabalham em conjunto na comunicação e

marketing externo e todos eles compartilham um objetivo comum em prol de promover a

empresa.

A Shamir Optical com a finalidade de se manter próxima ao público externo e alcançar o

público-alvo utiliza diversas ferramentas de comunicação externa utilizadas para atingir os

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42

Figura 6 Campanha Motivacional da Shamir

objetivos acima elencados. Foi-nos possível apurar que as ferramentas utilizadas variam entre

promoção de vendas, relações públicas e estratégias de marketing e cada uma tem a sua

finalidade específica (Kotler e Armstrong, 2003; Leal 2011). As ferramentas utilizadas pela

Shamir Optical consistem em:

Eventos: A participação em eventos do setor da optometria e oftalmologia permitem a

conquista de novos mercados, divulgação da marca e do produto, e potenciam as

vendas. Geralmente nestes eventos existe um espaço de exposição para cada

empresa e são fornecidos workshops. É a ferramenta mais utilizada e é considerada a

mais eficiente, dentro deste campo destacam-se:

I. Congressos: Encontro formal com os representantes de diferentes

organizações do setor da ótica, como por exemplo o CAO e o CPO,

onde a Shamir tem participado anualmente. É nos congressos que que

se estabelecem novas parcerias e se debatem inovações científicas.

II. Seminários: Consistem em ferramentas de formação, aprimoramento e

de atualização dos processos de trabalho e de práticas. São uma

ferramenta essencial de formação, para o desenvolvimento constante

da Shamir Optical.

III. Campanhas Motivacionais e Formação: Fornecidas constantemente a

equipas das óticas que revendem os produtos da Shamir Optical, onde

distribuem material de apoio aos comerciantes e transmitem as

filosofias e políticas gerais da empresa com o intuito de melhorar o

empenho na venda dos produtos da empresa.

Figura 7 Shamir no 57º Congresso da SPO

Fonte: Site Oftalpro http://www.oftalpro.pt/ Fonte: Arquivos Digitais da Shamir

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Fonte: Revista Ver (2013)

Figura 8 Press Release da campanha Shamir Autograph Intouch

Parcerias: Estratégia estabelecida entre organizações, instituições ou indivíduos que

têm objetivos estratégicos compatíveis e tem como objetivo melhorar a

sustentabilidade da empresa ou negócio. Os benefícios são maior rentabilidade,

melhoria no acesso ao mercado e confiança. A Shamir Optical detém atualmente

parceria com a Federação Portuguesa de Golfe, Comité Olímpico de Portugal,

KattyXiomara e o Douro Hog Rally.

Press Release: Comunicados feitos pela organização para a imprensa que têm como

objetivo divulgar uma notícia, acontecimento ou um lançamento.

Figura 9 Parceria entre a Shamir e Federação Portuguesa de Golfe

,

Fonte: Site da Shamir, http://www.shamir.pt/

Patrocínios: O objetivo é promover a marca através do apoio financeiro ou material a

um evento desportivo ou cultural com o intuito de retirar benefícios em termos de

vendas. A Shamir atualmente patrocina a Equipa Dias, inúmeros torneios de golfe e

diversos eventos do setor ótico. Geralmente os patrocínios permitem à empresa que o

seu logotipo apareça em todos os cartazes e material promocional de cada evento.

Website: É considerado a montra da empresa. A Shamir Optical, recentemente

reformulou o site onde se podem encontrar todas as informações sobre a empresa e

respetivos produtos, informações de contacto, bem como os serviços oferecidos. Pode

ser visitado em: http://www.shamir.pt/.

Merchandising: Visa aumentar as vendas, valorizar a imagem de marca e criar e

fortalecer relações de parceria. Geralmente a Shamir Optical oferece pequenos brindes

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Fonte: Arquivos Digitais da Shamir Optical

Figura 10 Brochura Shamir Summer

Navy

aos stakeholders, funcionários e aos participantes em eventos nos quais a empresa

participa. As ofertas consistem em canetas, blocos, sacos, panos de microfibras que

contém o slogan e o logótipo da empresa.

Folhetos e Brochuras: Utilizados passar informações ao público-alvo, oferecendo para

divulgar campanhas produtos e serviços.

Anúncios Publicitários: Divulgação de novos produtos e campanhas em revistas

especialistas do setor ótico. Para facilitar essa divulgação a Shamir criou recentemente

duas personagens, a Mrs e o Mr Attitude, para que através de curtas bandas

desenhadas expliquem as vantagens de usar o seu produto.

Figura 11 Anúncio Publicitário Shamir Relax

Fonte: Revista ver (2014)

Redes Sociais: A Shamir mantém-se atualizada em relação às novas tendências por

isso participa em redes sociais com o Youtube, Twitter, Google+ e Facebook.

Relativamente às receitas, a Shamir Optical não tem receitas diretas dos eventos, patrocínios

ou das feiras em que participa. As despesas relacionadas também são sempre indiretas,

através da oferta de brochuras (de lentes) e merchandising . Só nos congressos de ótica nos

quais a Shamir Optical participa, além do pagamento do espaço de exposição (por m2), os

encartes de brochuras/flyers nas pastas dos congressistas é que são custos diretos. Depois

existem os custos indiretos de todo o material que é enviado para o stand dos eventos, para

oferecer às visitas, como as canetas, brochuras, flyers, sacos e brindes.

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4.5 - Reflexão sobre o estudo realizado

O objetivo deste trabalho visava trabalho compreender a importância dada à comunicação

externa em organizações que pratiquem business-to-business. Através dos resultados retirados

das diferentes fontes de evidência, podemos afirmar que a Shamir Optical que pratica

business-to-business assume efetivamente a importância da comunicação organizacional

externa. Foi-nos possível, com base nos resultados obtidos aliados à revisão literária, retirar as

seguintes ilações relativas às questões de partida deste trabalho:

No que diz respeito à primeira subalínea conclui-se que a comunicação externa resume-se a

todas atividades, estratégias e ferramentas utilizadas para promover a organização e

comunicar com o público-alvo desta. Esta é o fator chave da eficácia organizacional quando

ajuda a aliar os objetivos da empresa com as expectativas do público-alvo. Conclui-se ainda

que o business-to-business consiste numa prática comercial que se aplica a organizações que

realizam comércio com outras organizações que revendem os seus produtos ao consumidor

final.

No que concerne à segunda subalínea conclui-se que a comunicação externa efetuada em

organizações business-to-business destina-se ao mercado corporativo que é pequeno e seleto

e dá preferência a estratégias que permitem contacto direto com o cliente, enquanto as

organizações de business-to-consumer destinam-se ao mercado massivo que é grande,

numeroso e disperso dando preferência aos tradicionais mass media para que haja maior

alcance do público em geral. A principal diferença é que no B2B raramente se utilizam mass

media para realizar a comunicação externa, há preferência pelo contacto personalizado entre

os responsáveis comerciais de ambas as partes.

Em relação à terceira subalínea é possível afirmar que a comunicação externa visa promove e

desenvolver a imagem da organização de modo a obter atitudes e sentimentos favoráveis por

parte do público externo. Extrapolamos que é Imprescindível cuidar da imagem organizacional

através da escolha de opções comunicacionais externas adequadas a cada caso em

específico. A organização deve manter a sua imagem positiva pois é uma questão de

permanência e competividade no mercado, visto que está intimamente relacionada com a

perceção do seu público-alvo.

No que se refere à quarta subalínea é possível afirmar que o público-alvo de uma organização

trata-se de um o conjunto específico, de pessoas ou empresas, consideradas de interesse para

uma determinada organização. A definição do público-alvo é importante para moldar o tipo de

comunicação a cada especificidade.

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Concluímos que o público-alvo da Shamir Optical é constituído por empresas ou lojas de

oftalmologia e optometria. Como se trata de uma empresa de setor ótico faz todo o sentido que

o seu público-alvo sejam parceiros comerciais do mesmo setor que revendem as lentes

oftálmicas ao consumidor final.

Relativamente à quinta alínea subalínea, é possível afirmar que o objetivo fulcral da

comunicação externa é garantir que todas as partes exteriores (público-alvo, imprensa,

stakeholders) envolvidas com a organização se mantenham bem informadas e atualizadas,

assim como promover dar-lhe visibilidade.

Os objetivos da comunicação externa da Shamir Optical estão previamente definidos e

consistem em alcançar o público-alvo, promover a imagem da empresa e cooperar com os

stakeholders. Podemos afirmar que quando os objetivos estão previamente esclarecidos é

mais fácil alcançar as metas pretendidas pela organização.

Relativamente à sexta subalínea conclui-se que atualmente existem inúmeras ferramentas,

meios e técnicas de comunicação que as organizações têm a seu dispor para comunicarem

com o mundo exterior e sobretudo com o seu público-alvo. No entanto a escolha dessas

ferramentas deve ser adequada à mensagem que se pretende transmitir e ao público que se

quer atingir, caso contrário, não haverá uma comunicação eficaz e adequada.

No caso da Shamir Optical, apesar das diversas ferramentas de comunicação externa

utilizadas, as mais empregadas e consideradas mais eficazes pelos seus colaboradores são as

que promovem o contacto direto e customizado com os atuais e potencias clientes como

presença em eventos do setor ótico (congressos, feiras, e seminários). No entanto, esta

organização também aposta em patrocínios e nas redes sociais para promover a sua marca.

Para finalizar, no que diz respeito à sétima subalínea, é possível afirmar que a comunicação

externa na Shamir Optical desempenha um papel de importância crucial para o funcionamento

da mesma. Pois, tal como toda organização que queira triunfar e permanecer competitiva, a

Shamir tem a necessidade de trabalhar a sua informação de forma credível, rigorosa e

planificada, de modo a favorecer a qualidade e a credibilidade da mesma tal como dos seus

produtos e serviços.

Estas considerações conduzem-nos ao objetivo fulcral deste trabalho que visava

compreender a importância dada à comunicação externa em organizações que praticam

business-to-business, atestamos que a comunicação externa é muito importante para o

funcionamento das organizações B2B, pois é-lhe concedida a responsabilidade de difusão de

toda a informação essencial para o seu bom funcionamento, quer a nível da coordenação como

do planeamento de toda e qualquer ação junto do universo exterior a esta.

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Em suma, uma comunicação externa trabalhada de forma clara e eficaz, com objetivos

definidos e que faz uso das ferramentas comunicacionais adequadas às especificidades do

público-alvo, é a receita do sucesso para todas as organizações, inclusive as que praticam

business-to-business.

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Conclusão

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Considerações Finais

O objetivo fulcral deste trabalho consistia em compreender a importância dada à comunicação

externa em organizações que praticam business-to-business

É, efetivamente possível concluir que a comunicação externa tem vindo a assumir uma

importância crescente no panorama organizacional global. É possível, quer através da

realização do estágio profissional quer do estudo de caso efetuado e dos dados obtidos através

da triangulação das metodologias, verificar que também nas organizações que praticam

business-to-business, mais especificamente na Shamir Optical, que a comunicação externa

assume um papel de extrema importância.

Este trabalho está dividido em quatro capítulos. O primeiro é uma abordagem conceptual à

comunicação organizacional externa e o segundo capítulo apresenta a prática comercial

business-to-business e as suas especificidades. No terceiro capítulo apresentamos e

caracterizamos a empresa Shamir Optical, onde foi realizado o estágio profissional. Para

finalizar, no quarto capítulo é apresentado o estudo de caso, as metodologias utilizadas e os

resultados obtidos.

Foi-nos possível observar que os objetivos comunicacionais externos da Shamir consistem em

comunicar com os stakeholders, alcançar o público-alvo e promover a imagem da empresa.

Para que estes objetivos sejam concretizados, esta empresa, utiliza diversas ferramentas da

comunicação externa, dando preferência aos congressos, feiras e seminários. O público-alvo

desta empresa consistem em lojas e empresas do setor ótico que revendam os produtos

Shamir.

Extrapolámos que esta organização dá efetivamente importância à comunicação externa

investindo nos diversos recursos ao seu dispor, quer eles sejam humanos ou monetários, na

concretização dos seus objetivos comunicacionais recorrendo a múltiplas ferramentas de

comunicação externa adequadas para o efeito, dando preferindo as que promovem contacto

direto com o seu público de interesse.

Tratando-se de um relatório de estágio o estudo feito cinge-se a Shamir Optical e os resultados

obtidos não podem ser generalizados. No entanto, ressalta-se que os resultados obtidos e

observados vão de encontro à revisão literária efetuada.

Experiência de Estágio

O estágio é um processo de aprendizagem indispensável a qualquer indivíduo que deseja estar

preparado para enfrentar os desafios de uma carreira profissional. Isto porque o período de

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estágio confronta a formação académica com a realidade, assim estas realidades

complementam-se e são fundamentais para o desenvolvimento de um novo profissional.

O estágio efetuado no Departamento de Marketing da Shamir Optical funcionou como um

verdadeiro complemento e suporte ao enquadramento teórico-problemático deste trabalho.

Possibilitou contato experienciado com os temas teóricos abordados e foi fulcral e uma mais-

valia para a realização do caso de estudo. Permitiu que houvesse contacto com a realidade da

empresa, permitindo através da observação do meio físico e social uma análise factual e

superior da comunicação externa da Shamir, não dependendo apenas de entrevistas e

investigação.

No estágio foram realizadas tarefas como clipping, mailling, gestão do arquivo digital e físico, e

planeamento das ações de marketing para 2015.

Propostas Futuras

Com a conclusão deste trabalho notou-se que existe muito mais a desenvolver sobre o tema da

comunicação externa em organizações de business-to-business, visto que é uma área em

constante mutação.

Como se trata de um estudo direcionado para a realidade específica de uma empresa, não se

podem generalizar os resultados, no entanto este caso de estudo poderá servir como ponto de

partida para que futuramente se realizem estudos mais aprofundados deste tema.

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Apêndices

Apêndice 1- Guião de Entrevista para o Departamento de Marketing da

Shamir Optical

1. Qual é o principal objetivo da comunicação externa na empresa? Qual é a mensagem que

pretende transmitir?

2. Existe alguma estratégia de comunicação previamente definida pela empresa a qual deve

ser seguida à risca? Se sim, qual?

3. Quais são as ferramentas/meios de comunicação externa utilizados pela Shamir?

3.1. Quais considera mais e menos eficientes?

3.2. Como é monitorizado e controlado o sucesso dessas ferramentas/meios de comunicação

externa?

4. Quais são os públicos-alvo da comunicação externa da Shamir?

4.1. O que se pretende obter desses públicos?

5. Considera que os recursos (humanos e financeiros) disponibilizados são suficientes para

atingir os objetivos comunicacionais pretendidos?

6. Considera que é dada a mesma importância à comunicação externa em empresas de

business-to-business e de business-to-consumer?

6.1. Quais as principais diferenças?

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Anexos

Anexo nº1- Exemplo de Plano de Comunicação e Marketing da Shamir –

Plano de 2014

Açaão

Programa

Identificar as

entidades

(Realizam/Patrocinam/Organiza

m)

Cópias

Comunicações Científicas ou Profissionais

Mapa das despesas e eventuais receitas

(Descrição sumária)

(Remeter para anexos, se necessário)

(Remeter para anexos, se necessário)

Patrocínio Torneio de Golfe Amarante

16/01/2014: Dia do Torneio (apresentação lente Shamir Golf - AM - e entrega de prémio)

Clube de Golfe de Amarante; Óptica Freitas (Shamir:FM/ AM/ MKT)

e-mails

1 Voucher como prémio;70Flyers Proline Golf;70 canetas Golf; 70 Microfibras Golf; 70 sacos Golf; 3 totens Golf c Flyers

Apresentação de Produto a equipa de oftalmologia Hospital Amadora Sintra

17/01/2014: 8,30h-9,30h Pequeno-almoço formativo Autograph III (AM)

Hospital Amadora Sintra; Maria Doceira (Shamir:SC/ AM/ MKT)

e-mails

Coffee-break (€); 20 sacos AIII; 20 Brochuras AIII, 20 cadeados AIII; 20 Blocos KX,20 Microfibras AIII

Congresso CAOS APLO 2013 Coimbra

20 e 21/01/2014: Presença como expositor e patrocinador do evento

APLO - Sandra Baiao (Shamir: JG/ SQ/MKT)

e-mails

Patrocínio anual (€): 280 sacos Intouch para congressistas ;monofolhas Intouch; brochuras Spark;canetas corporativas; oclusores

Patrocínio Torneio Associação Portuguesa de Seniores de Golfe - Aroeira

20/02/2014: Dia do Torneio (apresentação lente Shamir Golf - AM - e entrega de prémio)

APSG - António Rebelo (Shamir: AM/ MKT)

e-mails

1 Vouchercomo prémio;80Flyers Proline Golf;80 canetas Golf; 80 Microfibras Golf; 80 sacos Golf; 3 totens Golf c Flyers

Formação equipa Fabrióptica - 28 pessoas

13,15 e 17 Fev2014: Apresentação tabela Shamir + serviços e lentes perso

Fabrioptica: José Diogo (Shamir: JG e RM) e-mails

30 sacos+30 blocos+30canetas+30velas relax+30 brochuras AIII+30 monofolhas intouch + 30monofolhas Relax