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COMUNICADO DE IMPRENSA Justiça e Assuntos Internoseuropa.eu/rapid/press-release_PRES-09-51_pt.pdf · Os Ministros da Justiça debateram os aspectos essenciais do projecto de decisão-quadro

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I M P R E N S A

R u e d e l a L o i 1 7 5 B – 1 0 4 8 B R U X E L A S T e l . : + 3 2 ( 0 ) 2 2 8 1 5 3 8 9 / 6 3 1 9 F a x : + 3 2 ( 0 ) 2 2 8 1 8 0 2 6 [email protected] http://www.consilium.europa.eu/Newsroom

6877/09 (Presse 51) 1 PT

CONSELHO DAUNIÃO EUROPEIA PT

6877/09 (Presse 51)

(OR. en)

COMUNICADO DE IMPRENSA

2927.ª reunião do Conselho

Justiça e Assuntos Internos

Bruxelas, 26 e 27 de Fevereiro de 2009

Presidente Ivan Langer Ministro do Interior da República Checa Jiří Pospíšil Ministro da Justiça da República Checa

26.-27.II.2009

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Principais resultados do Conselho

O Conselho aprovou conclusões relativas ao desenvolvimento da segunda geração do Sistema de Informação Schengen "SIS II".

Os Ministros dos Assuntos Internos debateram uma nova proposta relativa à criação do Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo e a situação específica da imigração ilegal no Mediterrâneo, além de trocarem informações sobre a situação dos refugiados iraquianos.

Durante o almoço, os Ministros procederam a uma troca de opiniões informal sobre a situação em Guantánamo.

Os Ministros da Justiça debateram os aspectos essenciais do projecto de decisão-quadro sobre a prevenção e resolução de conflitos de competência em acções penais e registaram os progressos alcançados em matéria de criação de um portal europeu de justiça electrónica. Por último, aprovaram um mandato de negociação para um futuro acordo em matéria de auxílio judiciário mútuo com o Japão.

Além disso, o Conselho aprovou sem debate seis actos legislativos que fazem parte do terceiro pacote relativo à segurança marítima, bem como a directiva relativa aos níveis de garantia de depósitos bancários.

26.-27.II.2009

1 Nos casos em que tenham sido formalmente aprovadas pelo Conselho declarações, conclusões ou resoluções, o facto é indicado no título do ponto em questão e o texto está colocado entre aspas.

Os documentos cuja referência se menciona no texto estão acessíveis no sítio Internet do Conselho http://www.consilium.europa.eu.

Os actos aprovados que são objecto de declarações para a acta que podem ser facultadas ao público vão assinalados por um asterisco; estas declarações estão disponíveis no sítio Internet do Conselho acima mencionado ou podem ser obtidas junto do Serviço de Imprensa.

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ÍNDICE1

PARTICIPANTES............................................................................................................................. 6

PONTOS DEBATIDOS

GABINETE EUROPEU DE APOIO EM MATÉRIA DE ASILO ..................................................... 8

IMIGRAÇÃO ILEGAL NO MEDITERRÂNEO................................................................................ 9

LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DOS CIDADÃOS DA UE NO INTERIOR DA COMUNIDADE ................................................................................................................................ 10

SITUAÇÃO DOS REFUGIADOS IRAQUIANOS NA EUROPA .................................................. 11

CONFLITOS DE COMPETÊNCIA EM ACÇÕES PENAIS ........................................................... 12

NEGOCIAÇÕES UE/JAPÃO SOBRE AUXÍLIO JUDICIÁRIO MÚTUO..................................... 14

PLANO DE ACÇÃO SOBRE A JUSTIÇA ELECTRÓNICA ......................................................... 15

COMITÉ MISTO............................................................................................................................... 17

DIVERSOS ........................................................................................................................................ 18

Guantánamo ....................................................................................................................................... 18

Política de luta contra a droga............................................................................................................ 18

Rede "SWIFT" – Programa de Detecção do Financiamento do Terrorismo ..................................... 18

Despenhamento de avião em Amesterdão ......................................................................................... 19

Poluição por navios............................................................................................................................ 19

Tribunal Internacional do Direito do Mar, Hamburgo....................................................................... 19

Política de transparência .................................................................................................................... 19

Cimeira Mundial de Procuradores-Gerais em Bucareste................................................................... 19

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OUTROS PONTOS APROVADOS

JUSTIÇA E ASSUNTOS INTERNOS

– Sistema de Informação Schengen (SIS II) – Conclusões do Conselho.................................................................. 20

– Convenção sobre os Acordos de Eleição do Foro – Direito internacional privado ............................................... 24

– Conselho da Europa – Convenção sobre o financiamento do crime e do terrorismo ............................................ 24

– Trabalhos legislativos do Conselho da Europa no domínio da justiça penal – Conclusões do Conselho.............. 24

– Registo criminal – Intercâmbio de informações entre Estados-Membros ............................................................. 26

– Processos "por contumácia" .................................................................................................................................. 26

– Sistema de Informação Aduaneiro – Relatório intercalar...................................................................................... 27

– EUROPOL – Quitação da execução do orçamento de 2007 ................................................................................. 27

– EUROPOL – Índia ................................................................................................................................................ 27

QUESTÕES ECONÓMICAS E FINANCEIRAS

– Medidas de protecção dos depositantes................................................................................................................. 27

– Fundo de Solidariedade da UE – Roménia............................................................................................................ 28

RELAÇÕES EXTERNAS

– EUNAVFOR – Operação militar Atalanta – Cooperação com o Quénia.............................................................. 29

– Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia – Medidas restritivas.............................................................. 29

– UE/Albânia – Acordo de Estabilização e de Associação ...................................................................................... 29

ASSUNTOS COMERCIAIS

– Regime comum aplicável às importações.............................................................................................................. 30

– Marca comunitária................................................................................................................................................. 30

– Companhias de transportes marítimos regulares ................................................................................................... 30

– Regras de concorrência nos sectores dos transportes ferroviários, rodoviários e por via navegável..................... 30

AMBIENTE

– Estatísticas de resíduos – Procedimento de regulamentação com controlo ........................................................... 30

EMPREGO

– Reconhecimento de qualificações profissionais .................................................................................................... 31

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PESCAS

– Estatísticas ............................................................................................................................................................. 31

TRANSPORTES

– Terceiro pacote relativo à segurança marítima*.................................................................................................... 31

TRANSPARÊNCIA – ACESSO DO PÚBLICO A DOCUMENTOS

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PARTICIPANTES

Os Governos dos Estados-Membros e a Comissão Europeia estiveram representados do seguinte modo:

Bélgica: Stefaan DE CLERCK Ministro da Justiça

Bulgária: Miglena Ianakieva TACHEVA Ministra da Justiça Kalin SLAVOV Ministra Adjunta do Interior

República Checa: Jiří POSPÍŠIL Ministro da Justiça Ivan LANGER Ministro do Interior

Dinamarca: Birthe RØNN HORNBECH Ministra para os Refugiados, a Imigração e a Integração e

Ministra dos Cultos Brian MIKKELSEN Ministro da Justiça

Alemanha: Brigitte ZYPRIES Ministra Federal da Justiça Wolfgang SCHÄUBLE Ministro Federal do Interior

Estónia: Rein LANG Ministro da Justiça Jüri PIHL Ministro do Interior

Irlanda: Dermot AHERN Ministro da Justiça, da Igualdade e da Reforma Legislativa

Grécia: Nikos DENDIAS Ministro da Justiça

Espanha: Alfredo PÉREZ RUBALCABA Ministro do Interior

França: Rachida DATI Guarda-Selos, Ministra da Justiça Eric BESSON Ministro da Imigração, da Integração, da Identidade

Nacional e do Desenvolvimento Solidário

Itália: Roberto MARONI Ministro do Interior

Chipre: Louas LOUCA Ministro da Justiça e da Ordem Pública Neoklis SYLIKIOTIS Ministro do Interior

Letónia: Mārtiņš LAZDOVSKIS Secretário de Estado, Ministério da Justiça Ziedonis RUBEZIS Secretário Parlamentar, Ministério da Justiça

Lituânia: Raimundas PALAITIS Ministro do Interior Paulius GRICIUNAS Secretário de Estado, Ministério da Justiça

Luxemburgo: Luc FRIEDEN Ministro da Justiça, Ministro do Tesouro e Orçamento

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Hungria: Tibor DRASKOVICS Ministro da Justiça e da Ordem Pública Judit FAZEKAS Subsecretária/Subsecretário de Estado, Ministério da

Justiça e da Ordem Pública

Malta: Carmelo MIFSUD BONNICI Ministro da Justiça e do Interior

Países-Baixos: Nebahat ALBAYRAK Secretária de Estado da Justiça

Áustria: Hans-Dietmar SCHWEISGUT Representante Permanente

Polónia: Andrzej CZUMA Ministro da Justiça Piotr STACHAŃCZYK Subsecretário de Estado, Ministério do Interior e da

Administração

Portugal: Rui PEREIRA Ministro da Administração Interna João TIAGO SILVEIRA Secretário de Estado, Ministério da Justiça

Roménia: Dan NICA Vice-Primeiro Ministro, Ministério do Interior Alina BICA Secretário de Estado, Ministério da Justiça

Eslovénia: Katarina KRESAL Ministra do Interior Aleš ZALAR Ministro da Justiça

Eslováquia: Anna VITTEKOVA Secretário de Estado, Ministério da Justiça

Finlândia: Tuija BRAX Ministra da Justiça Anne HOLMLUND Ministra do Interior Astrid THORS Ministra da Migração e dos Assuntos Europeus

Suécia: Beatrice ASK Ministra da Justiça Tobias BILLSTRÖM Ministro para as Questões relativas à Migração

Reino Unido: Jacqui SMITH Ministra do Interior Lord BACH Secretário de Estado, Ministério da Justiça Frank MULHOLLAND Procurador Geral Adjunto (Governo Escocês)

Comissão: Jacques BARROT Vice-Presidente

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PONTOS DEBATIDOS

GABINETE EUROPEU DE APOIO EM MATÉRIA DE ASILO

O Conselho procedeu, em sessão aberta ao público, a uma primeira troca de opiniões sobre uma nova proposta relativa à criação de um Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo, no contexto do desenvolvimento de um sistema europeu comum de asilo (6700/09).

O Conselho congratulou-se com a proposta e solicitou às instâncias competentes do Conselho que levassem por diante os trabalhos nesta matéria o mais rapidamente possível.

Os debates incidiram sobre aspectos essenciais da proposta e permitiram dar orientações para a continuação da análise no âmbito do processo de co-decisão entre o Conselho e o Parlamento.

Esta proposta foi apresentada em 18 de Fevereiro pela Comissão e debatida juntamente com um projecto de decisão complementar relativa à transferência de financiamento do Fundo Europeu para os Refugiados para o Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo (6702/09).

As principais tarefas deste Gabinete seriam as seguintes:

– facilitar, coordenar e reforçar a cooperação em matéria de asilo entre os países da UE, melhorando deste modo a protecção internacional dos requerentes de asilo;

– ajudar os Governos da UE a comparar boas práticas e organizar formação a nível da UE a fim de desenvolver uma política de asilo na UE que seja mais coerente e transparente;

– coordenar as equipas de peritos nacionais que podem ser destacadas a pedido de qualquer país da UE que se veja confrontado com um afluxo maciço de refugiados;

– prestar assistência científica e técnica em cooperação com as autoridades nacionais e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados;

– reforçar a cooperação prática em matéria de asilo entre a UE e países terceiros.

Em Outubro do ano passado, o Conselho Europeu aprovou o Pacto Europeu sobre a Imigração e o Asilo (13440/08) e solicitou que fosse instituído, "em 2009, um gabinete de apoio europeu que terá por missão facilitar os intercâmbios de informações, análises e experiências entre Estados-Membros e desenvolver cooperações concretas entre as administrações encarregadas da análise dos pedidos de asilo".

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IMIGRAÇÃO ILEGAL NO MEDITERRÂNEO

O Conselho procedeu a uma troca de opiniões sobre a imigração ilegal no Mediterrâneo com base num documento apresentado por Chipre, Grécia, Itália e Malta.

Este documento, que se destina a chamar a atenção e a sugerir medidas a nível da UE para os desafios que se colocam em matéria de migração ilegal e asilo na região do Mediterrâneo, inspira-se no Pacto Europeu sobre a Imigração e o Asilo aprovado pelo Conselho Europeu em Outubro de 2008. O documento indica a forma como os princípios fundamentais que o Pacto enuncia se poderiam traduzir numa série de medidas a aplicar tanto a nível da UE como no plano nacional.

O Conselho congratulou-se com a iniciativa, que considera um contributo valioso para a preparação do próximo programa de Estocolmo1.

A iniciativa comum destina-se a reforçar as medidas práticas de cooperação e a estabelecer sinergias coordenadas, a fim de conferir aos Estados-Membros maior capacidade para protegerem a vida dos migrantes ilegais e regularem os fluxos migratórios que dão entrada pelas suas fronteiras marítimas ou terrestres. Estas medidas práticas incluem a intensificação dos esforços mediante o reforço da Frontex (Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas da UE) e a continuação das operações conjuntas na região do Mediterrâneo.

Os quatro países mediterrânicos instam também a que sejam tomadas medidas complementares para ajudar os países vizinhos nos domínios da gestão dos fluxos de migração mistos, do controlo das fronteiras e do combate à migração ilegal.

As conclusões do Conselho de 27-28 de Novembro de 2008, relativas à Abordagem Global das Migrações, reflectem a atenção prestada à migração proveniente do Mediterrâneo (16041/08Error! Hyperlink reference not valid.). A Abordagem Global constitui, com efeito, um quadro político comum que permite uma melhor integração das questões relacionadas com as migrações nas relações externas da União Europeia, com base numa parceria efectiva e equilibrada com os países terceiros.

1 O programa de Estocolmo é o futuro plano de acção quinquenal para a cooperação no domínio da justiça e dos assuntos internos que substituirá o Programa da Haia para 2005--2009 actualmente em vigor.

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LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO DOS CIDADÃOS DA UE NO INTERIOR DA COMUNIDADE

O Conselho tomou conhecimento de um relatório sobre a aplicação da Directiva 2004/38/CE, relativa ao direito de livre circulação e residência dos cidadãos da União e dos membros das suas famílias no território dos Estados-Membros (5553/09).

O relatório, elaborado pela Comissão, traça uma panorâmica da transposição da Directiva 2004/38/CE1 para o direito nacional e da sua aplicação no quotidiano. Por outro lado, exorta os Estados-Membros a lançarem campanhas de sensibilização para informar os cidadãos da UE sobre os direitos que lhes assistem ao abrigo da directiva.

O Conselho congratulou-se, em especial, com a intenção da Comissão de, logo que possível, prestar informações e assistência aos Estados-Membros, traçando orientações sobre uma série de questões como expulsões e a luta contra o abuso, a fim de facilitar a aplicação eficaz da directiva.

Em Novembro de 2008, o Conselho aprovou conclusões sobre abusos e desvios do direito à livre circulação de pessoas. Nessas conclusões, o Conselho deixou em aberto a possibilidade de vir a analisar esta questão mais aprofundadamente depois de a Comissão apresentar um relatório sobre o funcionamento da directiva.

Além disso, estas conclusões sublinharam a importância que os Estados-Membros da UE atribuem à protecção do direito de livre circulação face aos abusos provocados, nomeadamente, pela imigração ilegal (ver comunicado de imprensa 16325/1/08Error! Hyperlink reference not valid., página 27).

O artigo 39.° da Directiva 2004/38/CE estipula que a Comissão deve acompanhar a aplicação da directiva e informar o Parlamento Europeu e o Conselho.

1 Publicada no JO L 158 de 30.4.2004, p. 77.

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SITUAÇÃO DOS REFUGIADOS IRAQUIANOS NA EUROPA

A Comissão informou os Ministros sobre os progressos registados no que respeita à recepção de refugiados iraquianos na sequência da aprovação das conclusões do Conselho sobre o assunto em Novembro de 2008. O Conselho decidiu acompanhar o evoluir da situação, tendo tomado conhecimento de uma informação fornecida pelos Países Baixos sobre a criação de um "balcão temporário para o Iraque". O balcão tem por missão determinar de que forma os serviços da imigração podem melhorar a sua cooperação prática em matéria de protecção, pressões especiais, reinstalação e retorno.

Em Novembro passado, o Conselho aprovou conclusões baseadas num relatório da Comissão sobre uma missão na Síria e na Jordânia destinada a analisar as possibilidades de reinstalação de refugiados iraquianos em Estados-Membros dispostos a acolhê-los (16325/1/08, página 23).

Nessas conclusões, o Conselho realça que o principal objectivo é criar condições para que os deslocados no Iraque e os refugiados nos países vizinhos possam regressar em segurança às suas casas, velando pela protecção e defesa dos direitos humanos de todos os iraquianos. Solicitou ainda à Comissão que apresentasse um relatório no início de 2009 sobre as informações recebidas dos Estados-Membros.

Em 1 e 2 de Dezembro de 2008, os Países Baixos organizaram uma reunião de alto nível na Haia no intuito de contribuir para uma reposta coordenada da UE aos fluxos migratórios provenientes de ou com destino ao Iraque.

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CONFLITOS DE COMPETÊNCIA EM ACÇÕES PENAIS

O Conselho procedeu a um debate de orientação em torno dos principais elementos do projecto de decisão-quadro sobre a prevenção e resolução de conflitos de competência em acções penais, com vista a definir orientações políticas para os trabalhos futuros (5208/09).

As delegações da UE reconheceram o mérito desta iniciativa conjunta da República Checa, da Polónia, da Eslovénia, da Eslováquia e da Suécia, lançada no passado mês de Janeiro.

Os debates centraram-se principalmente nos objectivos e no âmbito de aplicação do futuro instrumento, na natureza das autoridades competentes para actuar ao abrigo da decisão-quadro e nos procedimentos de comunicação.

A conveniência de restringir o âmbito de aplicação do instrumento a situações em que a mesma ou as mesmas pessoas são objecto de acções penais paralelas em Estados-Membros diferentes, o que poderá dar origem a uma dupla decisão definitiva sobre os mesmos factos (o chamado princípio jurídico ne bis in idem), foi objecto de amplo consenso.

Num espaço comum de liberdade, segurança e justiça, é necessário assegurar que as autoridades nacionais tenham conhecimento, numa fase precoce, dos factos na base de uma acção que são da competência de dois ou mais Estados-Membros e chegar a acordo para, na medida do possível, concentrar numa única jurisdição as acções penais relativas a esses factos.

Para pôr estes princípios em prática, são propostas as seguintes medidas:

– evitar, numa fase tão precoce quanto possível, situações em que a mesma pessoa é objecto de acções penais paralelas em Estados-Membros diferentes;

– assegurar, logo desde a fase inicial, um intercâmbio de informações suficiente entre Estados-Membros sobre as acções pendentes que apresentem um vínculo significativo a outro Estado-Membro;

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– estabelecer regras transparentes e critérios comuns a aplicar quando os Estados-Membros procuram chegar a acordo sobre a jurisdição mais adequada;

– possibilitar que as autoridades nacionais envolvidas dêem início a consultas directas para chegar rapidamente a acordo.

A decisão-quadro destina-se a melhorar a cooperação judiciária na UE e a contribuir para uma melhor aplicação do princípio do reconhecimento mútuo, tanto na fase anterior como na fase posterior ao julgamento. Pretende igualmente que se atenda mais aos direitos e interesses dos indivíduos no que diz respeito ao lugar do julgamento, incluindo a vertente da protecção das vítimas. Para evitar burocracias desnecessárias, quando existirem instrumentos ou convénios mais flexíveis entre Estados-Membros, tais instrumentos ou convénios deverão prevalecer.

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NEGOCIAÇÕES UE/JAPÃO SOBRE AUXÍLIO JUDICIÁRIO MÚTUO

No seguimento da análise das condições-quadro para um mandato de negociação, o Conselho autorizou a Presidência da UE a encetar negociações com o Japão com vista à celebração de um futuro acordo em matéria de auxílio judiciário mútuo com este país. A Comissão Europeia será plenamente associada ao processo de negociação.

Este acordo poderá contribuir para reforçar e facilitar o auxílio judiciário mútuo entre o Japão e os 27 Estados-Membros da UE, salvaguardando simultaneamente direitos fundamentais e garantindo o respeito pelos valores partilhados pelos Estados-Membros. O acordo é também mais um elemento no âmbito da parceria estratégica entre a UE e o Japão.

O lançamento de contactos preliminares sobre a cooperação no domínio do auxílio judiciário mútuo em matéria penal foi acolhido favoravelmente por ocasião da 16.ª Cimeira UE/Japão, em Junho de 2007. As duas partes organizaram reuniões informais em 2007 e 2008 para avaliar a viabilidade da celebração de um acordo neste domínio.

Actualmente, não existe nenhum acordo bilateral deste tipo entre um Estado-Membro da UE e o Japão.

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PLANO DE ACÇÃO SOBRE A JUSTIÇA ELECTRÓNICA

O Conselho inteirou-se do ponto da situação no que respeita à implementação do Plano de Acção sobre a justiça electrónica europeia (15315/08) aprovado em Novembro de 2008, que prevê, nomeadamente, a criação de um portal europeu de justiça electrónica.

O Conselho subscreveu os trabalhos efectuados até à data para desenvolver e lançar o portal até Dezembro de 2009 e tomou conhecimento dos trabalhos em curso sobre o sistema de videoconferência.

Esta funcionalidade é um aspecto importante do sistema de justiça electrónica europeia, o que, aliás, foi sublinhado na reunião informal do Conselho realizada em Janeiro de 2009 em Praga. A fim de promover e facilitar o recurso à videoconferência em processos transfronteiriços, foram já efectuados trabalhos no intuito de elaborar um caderno informativo e está a ser preparado um projecto de manual. Além disso, serão analisadas questões relacionadas com um sistema de reservas destinadas a marcar videoconferências e com a interpretação por meio de videoconferências.

O Conselho registou ainda a intenção da Comissão de apresentar um inventário de recursos disponíveis no orçamento da UE para financiar projectos no domínio da justiça electrónica aquando da próxima reunião dos Ministros da Justiça agendada para o mês de Abril.

O sistema de justiça electrónica europeia constitui um passo rumo à concretização do espaço europeu de justiça, destinando-se a simplificar a tramitação de processos transfronteiriços e a facilitar o acesso à justiça.

O sistema destina-se a servir de instrumento não apenas aos profissionais da justiça, autoridades judiciais e empresas, mas também aos cidadãos em geral, informando-os dos seus direitos e da forma como podem exercer esses direitos, tendo por finalidade o desempenho de três funções básicas:

– proporcionar amplo acesso à informação no domínio da justiça, especialmente através do portal;

– permitir a utilização de comunicações electrónicas em processos judiciais e extra--judiciais entre o tribunal e as partes no processo;

– melhorar a comunicação entre autoridades judiciais, nomeadamente através de videoconferências.

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A criação do portal europeu de justiça electrónica, o sistema de videoconferências e questões técnicas ligadas à segurança foram outros dos tópicos debatidos numa conferência internacional sobre "Justiça electrónica sem barreiras" realizada a 17 e 18 de Fevereiro de 2009 (ver www.justice2009.cz/en).

* * *

Durante o almoço, os Ministros da Justiça debateram o procedimento relativo à celebração de acordos entre a Comunidade Europeia e Estados terceiros se esses acordos incluírem medidas coercivas ou disposições penais.

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COMITÉ MISTO

O Comité Misto UE/Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein reuniu-se em 26 de Fevereiro à margem do Conselho, tendo tomado conhecimento do ponto da situação no que respeita à segunda geração do Sistema de Informação Schengen (SIS II). Subsequentemente, o Conselho aprovou, sem debate, as suas conclusões sobre o SIS II.

Estas conclusões registam os progressos alcançados no que respeita ao Sistema de Informação sobre Vistos, cujo lançamento está previsto para antes do final de 2009.

No seguimento de uma missão complementar de avaliação às fronteiras aéreas suíças no âmbito da avaliação de Schengen, o Comité Misto registou que o relatório final será debatido em 17 de Março por um grupo de peritos, que determinará se estão reunidas todas as condições que permitem a abolição dos controlos nas fronteiras internas nas fronteiras aéreas suíças a partir de 29 de Março de 2009. Os controlos nas fronteiras terrestres entre a Suíça e os seus vizinhos da UE foram suprimidos em 12 de Dezembro de 2008 (15698/08).

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DIVERSOS

Guantánamo

Os Ministros dos Assuntos Internos procederam a uma primeira troca de opiniões sobre o encerramento do campo de detenção dos EUA em Guantánamo, tendo concluído que é necessário obter mais informações e estudar a questão em todos os seus aspectos. De acordo com os resultados do debate anteriormente havido no Conselho (Assuntos Gerais e Relações Externas), os Ministros entendem que é desejável continuar a discutir esta questão com os Estados Unidos.

Política de luta contra a droga

O Conselho tomou conhecimento das prioridades da Presidência no domínio da política de luta contra a droga, entre as quais se contam:

– apoio ao desenvolvimento e à introdução de indicadores da eficácia das intervenções no domínio da redução da oferta;

– abuso de drogas no contexto da livre circulação de pessoas e bens no interior da UE, com especial destaque para os países da Europa Oriental vizinhos da UE;

– coordenação das posições da UE nas negociações em instâncias internacionais, em particular no âmbito do processo de revisão da Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre Drogas (SEAGNU).

Rede "SWIFT" – Programa de Detecção do Financiamento do Terrorismo

O Conselho registou as informações prestadas pela Comissão sobre a revisão dos procedimentos aplicáveis ao tratamento, utilização e divulgação de registos de transacções financeiras da UE que se processam através da rede SWIFT e que são obtidos pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos para apoiar o Programa de Detecção do Financiamento do Terrorismo (TFTP). A Comissão confirmou que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos procurou desde o início respeitar as garantias que regem o tratamento de dados pessoais incluídas no TFTP e a limitação estrita do seu objectivo à luta contra o terrorismo. A Comissão designou o juiz Jean-Louis Bruguière como "personalidade europeia eminente" encarregada de elaborar um primeiro relatório para efeitos de verificação da protecção de dados pessoais provenientes da UE.

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Despenhamento de avião em Amesterdão

A Delegação Neerlandesa recebeu manifestações de pesar das restantes delegações pelo recente despenhamento de um avião nos arredores de Amesterdão.

Poluição por navios

O Conselho inteirou-se do ponto da situação dos trabalhos respeitantes à alteração da Directiva 2005/35/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa à poluição por navios e à introdução de sanções em caso de infracções, a fim de chegar a acordo em primeira leitura com o Parlamento Europeu no âmbito do procedimento legislativo de co-decisão.

Tribunal Internacional do Direito do Mar, Hamburgo

O Conselho tomou conhecimento das informações prestadas pela Delegação Alemã sobre esta questão.

Política de transparência

A Delegação Sueca chamou a atenção para a importância da política de transparência em todos os domínios das actividades institucionais da UE, em especial no domínio da Justiça e Assuntos Internos, enquanto meio para reforçar a confiança dos cidadãos nas instituições da UE.

Cimeira Mundial de Procuradores-Gerais em Bucareste

A Delegação Romena anunciou a realização da Cimeira Mundial de Procuradores-Gerais, Advogados-Gerais e Procuradores agendada para 23 a 25 de Março, em Bucareste. http://www.summitgp2009.ro/

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OUTROS PONTOS APROVADOS

JUSTIÇA E ASSUNTOS INTERNOS

Sistema de Informação Schengen (SIS II) – Conclusões do Conselho

O Conselho aprovou as seguintes conclusões:

"No seguimento da troca de opiniões realizada na reunião informal dos Ministros JAI a 15 de Janeiro de 2009, em Praga, e com referência à Nota da Presidência reproduzida no documento 6067/09, o Conselho,

Reafirmando que a rápida entrada em funcionamento do SIS II continua a ser a prioridade absoluta,

Tomando nota da situação do actual projecto SIS II, em que persistem alguns problemas, e da opinião da Comissão segundo a qual todas as questões pendentes poderão ser resolvidas sem uma profunda reformulação da aplicação SIS II,

1. Aprova a implementação de um plano de análise e reparação para o SIS II, que permita a identificação de todos os problemas e a sua imediata solução, bem como a avaliação da arquitectura técnica, por forma a assegurar um sistema SIS II estável e sem falhas;

2. Congratula-se com a implementação de uma abordagem de gestão global do programa SIS II que envolva os Estados-Membros, no âmbito da Task Force SIS II criada em conformidade com as conclusões do Conselho de 5 de Outubro de 2006, em colaboração com a Comissão, de acordo com as respectivas competências tais como juridicamente definidas, assegurando assim uma melhor gestão e coordenação do conjunto formado pelo projecto SIS II e pelas actividades conexas (incluindo o plano de emergência), bem como a coerência entre o desenvolvimento do sistema central e os dos sistemas nacionais;

3. Congratula-se com a revisão da metodologia de ensaio do SIS II, que garante um maior envolvimento dos Estados-Membros na definição e gestão dos ensaios e propicia uma utilização eficaz dos recursos financeiros e humanos;

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4. Lamenta que, atendendo ao tempo necessário para resolver as questões pendentes, a data de migração do SIS 1+ para o SIS II, fixada para Setembro de 2009, tenha deixado de ser realista;

5. Congratula-se com a conclusão de um estudo de viabilidade que servirá de base para criar um cenário técnico alternativo e funcional de desenvolvimento do SIS II a partir da evolução do SIS 1+ no âmbito de um plano de emergência;

6. Solicita que, logo possível, e o mais tardar até Maio de 2009, a Presidência e a Comissão, em estreita cooperação com a Task Force SIS II e em consulta com as instâncias adequadas, apresentem ao Conselho um relatório que contenha a avaliação e comparação aprofundadas de ambos os cenários, à luz dos critérios estabelecidos no anexo. No tocante ao cenário alternativo, este relatório deveria basear-se em elementos detalhados fornecidos em tempo útil pelas instâncias preparatórias do Conselho;

7. Propõe-se, logo que possível e o mais tardar na sua reunião de 4/5 de Junho de 2009, com base no relatório referido no ponto (6) e nos critérios de análise definidos no Anexo às presentes conclusões, nomeadamente,

– o calendário para a entrada em funcionamento do SIS II,

– o calendário para a integração no SIS da Irlanda, do Reino Unido, de Chipre, da Bulgária, da Roménia e do Liechtenstein, partindo do princípio de que estarão preenchidos todos os requisitos,

– os impactos orçamentais e a qualidade técnica,

– as eventuais implicações jurídicas:

– avaliar os progressos registados no desenvolvimento do SIS II,

– analisar, no caso do cenário alternativo, a capacidade de realizar os objectivos do SIS II enunciados no quadro jurídico que rege o estabelecimento, o funcionamento e a utilização do SIS II, com base na evolução técnica do SIS 1+,

– definir uma solução técnica que permita a participação de mais países no SIS, de acordo com o calendário por eles anunciado, e decidir a futura orientação a dar a este projecto;

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8. Insta a Comissão e os Estados-Membros a cooperarem plenamente com vista a atingir estes objectivos comuns;

9. Convida a Comissão a informar periodicamente o Parlamento Europeu e o Conselho, de forma cabal, sobre as despesas relacionadas com o projecto do SIS II e as medidas adoptadas para garantir total transparência financeira;

10. Convida a Presidência e a Comissão a informar plenamente o Parlamento Europeu sobre os problemas relacionados com o SIS II e sobre o caminho a seguir.

ANEXO

Critérios de análise para a tomada de decisão sobre cenários alternativos para o SIS II

1. CRITÉRIOS POLÍTICOS E JURÍDICOS

a) Factor tempo

– Calendário para pôr um sistema a funcionar, pelo menos todas as funcionalidades legalmente exigidas

– Perspectivas de curto prazo (2009), médio prazo (meados de 2010) e longo prazo (até 2012)

b) Calendário de integração para os Estados-Membros que não participam no SIS 1+ (UK, IE, BG, RO, CY, FL) – as datas por Estado-Membro deverão ser especificadas

c) Credibilidade do projecto

– Correcto funcionamento do intercâmbio de informações Schengen

– Mais-valia para a segurança interna do espaço de liberdade, segurança e justiça

d) Compatibilidade com o quadro regulamentar do SIS II (incluindo a governação e as responsabilidades)

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2. CRITÉRIOS FINANCEIROS

a) Despesas para o orçamento da UE e para os Estados-Membros (individual e conjuntamente)

b) Protecção do investimento – "reutilizabilidade" dos investimentos já consagrados ao desenvolvimento do SIS II e preparação para o seu funcionamento

c) Custo total da apropriação

d) Implicações contratuais para a Comissão e para os Estados-Membros

3. CRITÉRIOS TÉCNICOS

a) Viabilidade técnica e riscos correspondentes (incluindo a migração)

b) Capacidade de integrar todas as funcionalidades exigidas para o SIS II (novos tipos de indicações, registo, segurança, …) e funções de pesquisa biométrica

c) Robustez, adequação e fiabilidade de cada solução (estabilidade da rede e do sistema e arquitectura do sistema)

d) Ausência de impacto negativo sobre a entrada em funcionamento do VIS

e) Impacto sobre a continuidade das operações

f) Gestão do projecto

g) Compatibilidade com os sistemas nacionais SIS II já desenvolvidos

h) Conformidade com os requisitos de segurança".

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Convenção sobre os Acordos de Eleição do Foro – Direito internacional privado

O Conselho aprovou uma decisão relativa à assinatura da Convenção sobre os Acordos de Eleição do Foro (16248/08).

A Convenção sobre os Acordos de Eleição do Foro, celebrada em Junho de 2005 no âmbito da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado, destina-se a promover a autonomia das partes em transacções comerciais internacionais e a aumentar a previsibilidade das soluções judicias nessas transacções.

A Convenção afecta o direito derivado da Comunidade relativo à eleição do foro pelas partes, bem como em matéria de reconhecimento e execução das correspondentes decisões judiciais, em especial o Regulamento (CE) n.° 44/2001, relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil.

A Comunidade actua em prol da criação de um espaço judiciário comum baseado, nomeadamente, no princípio do reconhecimento mútuo das decisões judiciais.

Conselho da Europa – Convenção sobre o financiamento do crime e do terrorismo

O Conselho aprovou uma decisão relativa à assinatura, em nome da Comunidade Europeia, da Convenção do Conselho da Europa relativa ao branqueamento, detecção, apreensão e perda dos produtos do crime e ao financiamento do terrorismo.

A nova Convenção n.° 198 relativa ao branqueamento, detecção, apreensão e perda dos produtos do crime e ao financiamento do terrorismo foi aberta à assinatura em Maio de 2005.

Trabalhos legislativos do Conselho da Europa no domínio da justiça penal – Conclusões do Conselho

O Conselho aprovou as seguintes conclusões:

"CONSCIENTE dos importantes resultados alcançados pelo Conselho da Europa ao criar um quadro definido por tratados para a cooperação judiciária em matéria penal entre os membros do Conselho da Europa;

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SALIENTANDO que muitas das convenções do Conselho da Europa fazem parte integrante da base da cooperação judiciária em matéria penal entre os Estados-Membros da União Europeia;

TENDO EM CONTA que deve ser evitada, tanto quanto possível, a duplicação de esforços na medida em que os objectivos perseguidos também possam ser atingidos através da ratificação e aplicação das convenções do Conselho da Europa em todos os Estados-Membros da UE;

RECORDANDO o papel crucial desempenhado pelo Conselho da Europa na aproximação da legislação penal na Europa no que respeita a questões fundamentais;

SALIENTANDO em particular o facto de que, muitas vezes, as convenções do Conselho da Europa lançaram os alicerces indispensáveis para uma maior aproximação da legislação dos Estados--Membros da União Europeia;

REMETENDO para a necessidade de os Estados-Membros assinarem e/ou ratificarem, nomeadamente, a Convenção Penal n.º 173 sobre a Corrupção, a Convenção n.º 196 para a Prevenção do Terrorismo, a Convenção n.º 197 relativa à Luta contra o Tráfico de Seres Humanos, a Convenção n.º 198 do Conselho da Europa relativa ao Branqueamento, Detecção, Apreensão e Perda dos Produtos do Crime e ao Financiamento do Terrorismo e a Convenção n.º 201 para a Protecção das Crianças contra a Exploração e os Abusos Sexuais;

RECONHECENDO que, em alguns casos, poderá ser necessário prever regras mais específicas e detalhadas entre os Estados-Membros da União Europeia; que essa integração mais profunda não põe em causa a importância da natureza das convenções do Conselho da Europa;

SALIENTANDO que as convenções do Conselho da Europa desempenham um papel essencial na cooperação entre os Estados-Membros da UE e os países terceiros,

1. Reitera o seu respeito pelas actividades legislativas do Conselho da Europa no domínio da justiça penal;

2. Reafirma a sua intenção de prosseguir a estreita cooperação entre a União Europeia e o Conselho da Europa neste domínio;

3. Exorta os Estados-Membros a assinarem, ratificarem e aplicarem as convenções do Conselho da Europa no domínio da cooperação internacional em matéria penal e sobre a aproximação da legislação penal se for caso disso, em particular quando as disposições dessas convenções estão integradas no acervo da UE."

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Registo criminal – Intercâmbio de informações entre Estados-Membros

O Conselho aprovou uma decisão-quadro relativa ao intercâmbio de informações extraídas do registo criminal entre os Estados-Membros (13017/08).

A decisão-quadro do Conselho relativa à organização e ao conteúdo do intercâmbio de informações extraídas do registo criminal entre os Estados-Membros destina-se a melhorar o intercâmbio de informações relativas às condenações penais pronunciadas contra nacionais dos Estados-Membros. Estabelece as regras básicas aplicáveis à transmissão de informações sobre condenações ao país de nacionalidade da pessoa, bem como à conservação dessas informações por esse país e à retransmissão, quando solicitada, a outros Estados-Membros. A decisão-quadro aborda ainda a questão do intercâmbio de informações resultantes de condenações por crimes sexuais contra crianças.

Processos "por contumácia"

O Conselho aprovou uma decisão-quadro que reforça os direitos processuais das pessoas e promove a aplicação do princípio do reconhecimento mútuo no que se refere às decisões proferidas na ausência do arguido (processos "por contumácia") (11638/08).

As abordagens divergentes na UE estão na origem de incerteza e atrasos em casos em que os requeridos foram condenados na sua ausência. As salvaguardas processuais estabelecidas nesta decisão-quadro, em especial o direito a novo julgamento ou recurso se o requerido não tiver sido devidamente informado sobre o julgamento inicial e não tiver designado um advogado para o representar, permitirão aos Estados-Membros executar as respectivas sentenças, com maiores garantias de que os direitos de defesa da pessoa são plenamente respeitados.

Os instrumentos existentes em matéria de reconhecimento mútuo (decisões-quadro relativas ao mandado de detenção europeu, às sanções financeiras, às decisões de perda, à transferência de pessoas condenadas e à supervisão das medidas de vigilância e das sanções alternativas) deverão ser alterados para atender às disposições desta decisão-quadro.

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Sistema de Informação Aduaneiro – Relatório intercalar

O Conselho tomou conhecimento de um relatório sobre a aplicação do Sistema de Informação Aduaneiro (SIA) no período compreendido entre Janeiro e Outubro de 2008.

O SIA foi criado com o objectivo de armazenar informações a fim de prestar assistência na prevenção, investigação e repressão de actos que infrinjam a legislação aduaneira e agrícola ou de infracções graves à legislação nacional e está em funcionamento desde 2003.

EUROPOL – Quitação da execução do orçamento de 2007

O Conselho tomou conhecimento de um relatório de auditoria e deu quitação ao Director da Europol relativamente à execução do orçamento da Europol para 2007 (17160/08 + ADD1).

EUROPOL – Índia

O Conselho aprovou uma decisão com vista a acrescentar a Índia à lista de países com os quais o Director da Europol está autorizado a encetar negociações para a celebração de acordos de cooperação (5439/09).

QUESTÕES ECONÓMICAS E FINANCEIRAS

Medidas de protecção dos depositantes

O Conselho aprovou uma directiva que aumenta os níveis de garantia e reduz os prazos de reembolso em caso de indisponibilidade dos depósitos de um banco (3743/08).

A nova directiva inclui disposições que:

– aumentam o nível de cobertura para um montante mínimo de EUR 50 000 a partir de 30 de Junho de 2009, em vez dos actuais EUR 20 000;

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– estabelecem o nível de cobertura em EUR 100 000 a partir de 31 de Dezembro de 2010;

– encurtam o prazo de reembolso para 25 dias úteis (cinco dias úteis para verificar que uma instituição de crédito não restituiu depósitos vencidos e exigíveis, e 20 dias úteis, com uma eventual prorrogação de 10 dias úteis, para proceder ao reembolso). Os períodos correspondentes são actualmente de 21 dias úteis e três meses, com a possibilidade de duas prorrogações por três meses.

A directiva aprovada destina-se a contribuir para restabelecer a confiança no sector bancário mediante o reforço da protecção dos depositantes, nomeadamente: reduzindo drasticamente os prazos de reembolso, eliminando o mecanismo do co-seguro, aumentando o mais rapidamente possível o nível de cobertura para EUR 50 000 e ulteriormente para EUR 100 000 até ao final de 2010, e reforçando a cooperação transfronteiras entre o Estado-Membro de origem, onde o banco está autorizado, e o Estado-Membro de acolhimento, onde está situada a sucursal estrangeira.

A directiva entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia.

Fundo de Solidariedade da UE – Roménia

O Conselho aprovou uma decisão relativa à mobilização do Fundo de Solidariedade da UE num montante de EUR 11 785 377 a fim de contribuir para compensar os prejuízos causados na Roménia pelas graves inundações e deslizamento de terras que assolaram parte do país em Julho de 2008 (5778/09).

Os documentos relativos ao orçamento rectificativo para a mobilização do Fundo serão transmitidos ao Parlamento Europeu.

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RELAÇÕES EXTERNAS

EUNAVFOR – Operação militar Atalanta – Cooperação com o Quénia

O Conselho aprovou uma decisão relativa à troca de cartas entre a União Europeia e o Governo do Quénia sobre as condições e modalidades de transferência, da EUNAVFOR para o Quénia, e ulterior tratamento das pessoas suspeitas de actos de pirataria detidas pela EUNAVFOR e dos bens apreendidos na posse da EUNAVFOR (5348/09).

Em Novembro de 2008, o Conselho aprovou a Acção Comum 2008/851/PESC, relativa à operação militar da UE tendo em vista contribuir para a dissuasão, a prevenção e a repressão dos actos de pirataria e dos assaltos à mão armada ao largo da costa da Somália (operação "Atalanta") (JO L 301 de 12.11.2008, p. 33). A operação foi lançada em 8 de Dezembro de 2008.

Para mais informações sobre a EUNAVFOR: www.consilium.europa.eu/eunavfor-somalia.

Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia – Medidas restritivas

O Conselho aprovou uma posição comum que prorroga por 12 meses, até 16 Março de 2010, a Posição Comum 2004/293/PESC, sobre as medidas de apoio ao exercício efectivo do mandato do Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia (TPIJ) (6334/09).

As medidas destinam-se a impedir a entrada na UE a pessoas envolvidas em actividades que ajudam pessoas acusadas da prática de crimes pelo TPIJ a continuar em liberdade, eximindo-se à justiça, ou que de algum outro modo actuam por forma a poder obstruir o exercício efectivo do mandato do TPIJ. A lista de pessoas, elaborada pela primeira vez em Abril de 2003, inclui agora os nomes de 34 pessoas objecto de uma proibição de viagens.

UE/Albânia – Acordo de Estabilização e de Associação

O Conselho aprovou uma decisão relativa à conclusão do Acordo de Estabilização e de Associação com a Albânia (8161/06). Além disso, aprovou uma decisão relativa a um Protocolo Adicional a esse acordo, a fim de ter em conta a adesão da República da Bulgária e da Roménia à União Europeia (7999/08).

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ASSUNTOS COMERCIAIS

Regime comum aplicável às importações

O Conselho aprovou um regulamento relativo ao regime comum aplicável às importações (9533/08). O texto é uma versão codificada do Regulamento n.º 3285/94.

Marca comunitária

O Conselho aprovou um regulamento sobre a marca comunitária (17435/08). O texto é uma versão codificada do Regulamento n.º 40/94.

Companhias de transportes marítimos regulares

O Conselho aprovou um regulamento relativo à aplicação do n.º 3 do artigo 81.º do Tratado a certas categorias de acordos, decisões e práticas concertadas entre companhias de transportes marítimos regulares (17436/08). O texto é uma versão codificada do Regulamento n.º 479/92.

Regras de concorrência nos sectores dos transportes ferroviários, rodoviários e por via navegável

O Conselho aprovou uma versão codificada do regulamento relativo à aplicação de regras de concorrência nos sectores dos transportes ferroviários, rodoviários e por via navegável (5059/09). O novo regulamento substitui os vários actos incorporados no Regulamento n.º 1017/68, preservando embora o seu teor.

AMBIENTE

Estatísticas de resíduos – Procedimento de regulamentação com controlo

O Conselho aprovou um regulamento que altera o Regulamento n.º 2150/2002, relativo às estatísticas de resíduos, por forma a adaptá-lo às novas regras de comitologia (3694/08), na sequência do acordo em primeira leitura com o Parlamento.

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EMPREGO

Reconhecimento de qualificações profissionais

O Conselho decidiu não se opor à aprovação pela Comissão de um regulamento que altera o Anexo II da Directiva 2005/36, relativa ao reconhecimento das qualificações profissionais.

PESCAS

Estatísticas

O Conselho aprovou regulamentos que reformulam a actual legislação em matéria de comunicação de estatísticas sobre as capturas e a actividade de pesca dos Estados-Membros que pescam no Noroeste do Atlântico (3633/08 e 3648/08), bem como de estatísticas de capturas efectuadas em certas zonas, com exclusão das do Atlântico Norte (3620/08).

TRANSPORTES

Terceiro pacote relativo à segurança marítima*

O Conselho aprovou seis actos legislativos que fazem parte do terceiro pacote relativo à segurança marítima, com base em textos conjuntos sobre os quais chegou a acordo com o Parlamento Europeu no âmbito do procedimento de conciliação Parlamento-Conselho.

Os seis actos legislativos aprovados inserem-se num pacote de medidas, constituído por um total de sete propostas legislativas1 destinadas a reforçar a segurança dos transportes marítimos na Europa, melhorando a prevenção de acidentes e os inquéritos a acidentes e reforçando o controlo da qualidade dos navios.

1 São as seguintes as sete propostas iniciais da Comissão:

- proposta de directiva relativa às regras comuns para as organizações de vistoria e inspecção dos navios e para as actividades relevantes das administrações marítimas (reformulação) (5912/06 );

- proposta de directiva que altera a Directiva 2002/59/CE, relativa à instituição de um sistema comunitário de acompanhamento e de informação do tráfego de navios (5171/06 );

- proposta de directiva que estabelece os princípios fundamentais que regem a investigação de acidentes no sector do transporte marítimo e altera as Directivas 1999/35/CE e 2002/59/CE (6436/06 );

- proposta de directiva relativa à inspecção de navios pelo Estado do porto (5632/06 ); - proposta de regulamento relativo à responsabilidade das transportadoras de passageiros por mar em caso de

acidente (6827/06 ); - proposta de directiva relativa ao cumprimento dos deveres do Estado de bandeira (6843/06 ); - proposta de directiva relativa à responsabilidade civil e às garantias financeiras dos proprietários de navios

(5907/06 ).

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Os textos aprovados pelo Conselho figuram nos seguintes documentos:

– directiva relativa às regras comuns para as organizações de vistoria e inspecção dos navios e para as actividades relevantes das administrações marítimas 3719/08;

– regulamento relativo às regras comuns para as organizações de vistoria e inspecção de navios 3720/08;

– directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à inspecção de navios pelo Estado do porto 3721/08;

– directiva que altera a Directiva 2002/59/CE, relativa à instituição de um sistema comunitário de acompanhamento e de informação do tráfego de navios 3722/1/08 , 6536/09 ADD1;

– directiva que estabelece os princípios fundamentais que regem a investigação de acidentes no sector do transporte marítimo e altera as Directivas 1999/35/CE e 2002/59/CE 3723/08 ;

– regulamento relativo à responsabilidade das transportadoras de passageiros por mar em caso de acidente 3724/08 , 6538/09 ADD1.

Para mais informações ver Comunicado de Imprensa 16939/08 .

TRANSPARÊNCIA – ACESSO DO PÚBLICO A DOCUMENTOS

O Conselho aprovou:

– a resposta ao pedido confirmativo 01/c/01/09 apresentado por Eva MORAGA GUERRERO, com os votos contra das Delegações Finlandesa e Sueca (5475/09);

– a resposta ao pedido confirmativo 02/c/01/09 (5955/09);

– a resposta ao pedido confirmativo 03/c/01/09, com os votos contra das Delegações Estónia, Finlandesa e Sueca (5990/09); e

– a resposta ao pedido confirmativo 04/c/01/09 apresentado por Matthew CAMPBELL, com os votos contra das Delegações Dinamarquesa e Sueca (6038/09).