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S AÚD E CONECTADO ANO 1 NÚMERO 5 JANEIRO/2013 R$ 8,00 CIDADÃO P ALHAÇO Conheça cidade onde “é proibido ficar doente” Santas Casas se revoltam contra Tabela SUS Livro conta história de Hospital do Câncer de Barretos Tucano sai do ninho para dar atenção à saúde ENQUANTO GRUPO DE CLOWS SE MOBILIZA PARA TRANSFORMAR VELHA VERANEIO EM JARDINEIRA DA ALEGRIA, CIDADÃO DE JAÚ SOFRE COM CAOS NA SAÚDE PÚBLICA

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Revista Conectado Saúde 5 - jaú

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SAÚDECONECTADO

Ano 1 número 5 jAneiro/2013 R$ 8,00

CIDADÃOPALHAÇO

Conheça cidade onde “é proibido ficar doente”

Santas Casas se revoltam contra Tabela SUS

Livro conta história de Hospital do Câncer de

Barretos

Tucano sai do ninho para dar atenção à saúde

ENQUANTO GrUpO DE CLOWS sE mObilizA pArA TrANsfOrmAr vElhA vErANEiO Em JArDiNEirA DA AlEGriA, CiDADÃO DE JAÚ

sOfrE COm CAOs NA sAÚDE pÚbliCA

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EXPEDIENTE AO LEITOR

PROIbIDO fICAR DOENTE! ATé quANDO?prEfEiTO ElEiTO prECisA TirAr sAÚDE DA “sEGUNDA DivisÃO” E COlOCá-lA NA EliTE

Quatro anos atrás quando a cidade de Jaú esperava pelo início de um novo mandato na prefeitura local a expectativa era de ver uma adminis-tração focada na área da saúde. O prefeito eleito era médico, dois verea-dores aliados eram médicos. Tudo indicava que a “bancada da medicina” faria de tudo e mais um pouco pela área.

Os anos se passaram e nada de excepcional foi feito. Ou melhor, foi sim: o pronto-socorro municipal herdado da administração anterior te-ve suas portas fechadas. Começava ali a degringolar um setor já caren-te no município.

O que parecia ruim conseguiu ficar pior tão logo as urnas de outubro reprovaram a administração - o prefeito médico caiu fora, como também um vereador. Dias depois, a cidade viu fechar postos de saúde em horá-rios noturnos, conviveu com restrição de atendimento no Pronto Socor-ro da Santa Casa e ouviu ameaça de fechamento de hospital psiquiátrico.

Em suma, ficou proibido ficar doente em Jaú. Cabe à nova administra-ção tentar resgatar a saúde local da “segunda divisão” e levá-la para a eli-te. O novo secretário de Saúde tem experiência na função – não é médi-co, o que é bom sinal, afinal terá disponibilidade de horário para gerir a saúde em tempo integral.

Também se espera que o secretário de Saúde tenha peito para exigir o cumprimento da jornada pelos médicos dos postinhos. Essa questão, ali-ás, por si só, resolveria grande parte dos problemas. Médico em tempo integral nas unidades básicas é tudo o que a população quer. Que se po-nha fim à famigerada lista de 16 consultas diárias por profissional.

Na legislatura 2013-2016 um vereador promete ser o defensor da saú-de no município. Ele sai do ninho do PSDB e tem mais de duas déca-das de vivência no setor. Convive com a população e suas dificuldades de atendimento. Não é médico, mas pretende dar atenção total à saúde.

Outra reportagem desta edição também chama a atenção: a mobiliza-ção das Santas Casas e hospitais filantrópicos em busca de mais recursos. Pleiteiam correção na Tabela SUS, condição para que deixem de atender no prejuízo.

Destaque ainda para a campanha iniciada no Facebook pelos Remé-dicos do Riso, que querem transformar uma velha Veraneio num veículo alegre para o grupo de clows ligados a hospital oncológico. Essa matéria da “lata velha”, aliás, é nosso tema de capa. A Conectado Saúde entrou nessa causa tão logo o primeiro post foi parar na rede social. Boa sorte aos clows. Boa leitura a vocês.

PublicaçãoConectado Editora ME.

Av. Deputado João Lázaro de Almeida Pra-do, 176

Jardim Novo Horizonte – Jaú – SPCEP - 17.209-851

CNPJ 15.619.454.0001/12Inscrição Estadual: Isenta

[email protected]

DIRETORESAdriana Bueno

Paulo César Grange

JORNALISTA RESPONSÁVELPaulo César Grange (MTB/SP nº 22.931)

[email protected]: (14) 9752-9286

DIRETORA COMERCIALAdriana Bueno (MTB/SP nº 56.889)[email protected]

Fone: (14) 9772-4560 / 9781-9282

FOTOSAdriana Bueno

Paulo César GrangeAssessorias de imprensa

FOTO CAPARemédicos do Riso

COLABORAÇÃOCaroline França Pinto

Renan Floret Turini Claro

Distribuição (dirigida/assinatura) Clínicas médicas e odontológicas, clínicas de beleza e estética, órgãos públicos, profissio-nais liberais, hospitais, faculdades, empresas

Cidades: Jaú, Bauru, Barra Bonita, Bariri, Bo-caina, Dois Córregos, Itapuí, Brotas, Torrinha, Pederneiras, Araraquara, Botucatu, Marília,

Lençóis Paulista, São Manuel e outras regiões

Impressão:Grupo Tiliform

Bauru – SP0800-7079990

[email protected]

[email protected]

Esta revista aceita, para fins de publicação, artigos científicos originais e inéditos que

apresentem afinidade com o tema saúde, beleza e bem-estar. É de responsabilidade exclusiva dos autores

o conteúdo dos artigos publicados

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SAúDe reBAiXADA

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Gilson sCatimburGo, seCretário de saúde de jaú: urGênCia Para Para amPliar

atendimento nas unidades básiCas de saúde

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JAÚ pAssA pOr DrAmA DA rEDUçÃO NO ATENDimENTO básiCO, DA limiTAçÃO DE ATENDimENTO NO prONTO-sOCOrrO, DA fAlTA DE rEméDiOs NAs UNiDADEs DE sAÚDE DO mUNiCípiO E pOssibiliDADE DE fEChAmENTO DE hOspiTAl. NOvO prEfEiTO prECisA rECOlOCAr sAÚDE NA DivisÃO DE EliTE, mAs AlErTA QUE ACErTAr As fiNANçAs é priOriDADE

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O atendimento médico em Jaú sem-pre foi criticado. Entra governo e sai governo e a solução definitiva não apa-rece. Os investimentos aumentam, mas não são suficientes para fechar a conta. No fim de 2012 Prefeitura e Santa Ca-sa restringiram o atendimento, deixan-do no ar a sensação de que é proibi-do ficar doente em Jaú. O que era ruim conseguiu ficar pior.

Como será em 2013, 2014....? O novo secretário da Saúde de Jaú, Gilson Au-gusto Scatimburgo, vai conseguir con-ciliar as demandas de atendimento com o fluxo de caixa do orçamento? Algum remédio milagroso ele vai ter de tirar da cartola. A saúde jauense foi rebaixada para a segunda divisão. Cabe aos novos administradores colocá-la na elite.

Cenário caótico - Tão logo ter-minou a eleição municipal, na qual o então prefeito Osvaldo Franceschi Jú-nior (PV) foi “atropelado” por Rafael

sCatimburGo: CurríCulo liGado à área de saúde e indiCação de Presidente da aPm Para o CarGo

Agostini (PT), a Prefeitura de Jaú baixou norma reduzindo a jornada nos pron-tos-atendimentos e nas unidades bá-sicas de saúde. O que tinha até então não dava conta da demanda. O que fi-cou nem se fala.

Temendo uma “invasão” de doentes no seu pronto-socorro, a Santa Casa de Jaú não titubeou. Avisou que só aten-dimentos de urgência e emergência te-riam prioridade. Não negou atender a todos, mas alertou que os incontáveis casos de baixa complexidade ficariam na fila.

Para justificar a decisão, provedor e diretor clínico vieram a público para apresentar números do prejuízo cau-sado pelo pronto-socorro de portas abertas para todo tipo de doente. No balanço com números de setembro o prejuízo beirava a casa do R$ 1 milhão. Nota da assessoria do hospital diz que “... o pronto-socorro voltou a gerar no-vo déficit no valor de R$ 147.359,22,

elevando o prejuízo da Santa Casa de Jaú para R$ 832.475,31”. Na virada do ano o déficit já era milionário.

Esse dinheiro a Santa Casa queria re-ceber da Prefeitura, que, primeiro, pre-cisa reconhecer a dívida. Nem mesmo a renovação do convênio entre Muni-cípio e hospital ocorreu até o dia 31 de dezembro, quando findou o acor-do anterior que previa repasses men-sais do poder público na casa dos R$ 640 mil.

Sobre a não renovação do convênio, a assessoria do hospital divulgou no-ta alertando para a “uma readequação nos atendimentos” dos prontos-so-corros (adulto e infantil) da Santa Ca-sa. O motivo alegado seria “contenção de gastos e por não haver proposta de renovação do convênio com o muni-cípio”. Cabe ao novo secretário, Gilson Scatimburgo, iniciar as tratativas para normalizar a parceria.

Para completar o cenário caótico do fim de 2012, dirigentes da Associação Hospitalar Thereza Perlatti manifesta-ram preocupação com as dívidas e com a possibilidade de fechar as portas no início de 2013, tão logo terminasse o contrato de cinco anos com o governo do Estado (31/12/12). A administração apontava déficit mensal de R$ 150 mil por conta do repasse insuficiente para cobrir os custos dos pacientes psiquiá-tricos. Menos mal que antes da virada do ano já se vislumbrava a renovação do contrato e a continuidade no aten-dimento.

O prefeito Rafael Agostini tem se es-forçado em dizer nas entrevistas que não concorda com a destinação de mais e mais recursos para a Santa Casa. No entendimento dele, a solução do caos na saúde jauense passa antes pela melhoria da rede básica.

O diagnóstico está feito. Agora é precisa colocar a cabeça para funcionar e buscar soluções. A população quer ter o direito de ser bem atendida quan-do ficar doente. E doença não tem hora para aparecer.

Paulo César Grange

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“Carta branca” para novo gestor

Para recolocar a saúde de Jaú na elite o novo secretário municipal tem pouco tempo para agir. Gilson Au-gusto Scatimburgo, 47 anos, um ad-ministrador da área, recebeu car-ta branca do prefeito eleito Rafael Agostini (PT). Disse o prefeito na en-trevista em que apresentou o novo homem-forte da saúde que Scatim-burgo “tem carta branca para cobrar resultado das partes envolvidas”.

Agostini aposta no currículo do secretário. Segundo ele, os resul-tados pregressos de Scatimburgo o habilitam a dirigir o time da saú-de em Jaú. Gilson tem mais de 20 anos de experiência na área. É oriun-do da Secretaria de Estado da Saú-de. Já conviveu com a realidade da saúde em Jaú como secretário-ad-junto na primeira gestão do tuca-no João Sanzovo Neto (2001/2004). Nos quatro anos seguintes, também sob administração do PSDB, coorde-nou o programa Saúde da Família lo-cal. No último mandato foi diretor de

PAS ou se será preciso contratar novos.Em relação ao extinto Pronto-Socor-

ro Municipal, que funcionava no Hospi-tal São Judas Tadeu até o fim de 2011, o secretário da Saúde disse que só após estudos será possível tomar uma deci-são: se volta o PS ou se cria no local um pronto-atendimento central em horá-rio expandido. Ele reconheceu que Jaú tem poucas unidades básicas de saú-de e que é preciso reestruturar o ho-rário de atendimento dos médicos pa-ra que se amplie o número de pacien-tes atendidos com a mesma estrutura física atual.

“Padrinho” - Presidente da Asso-ciação Paulista de Medicina Regional de Jaú (APM), o médico Paulo Mattar teceu elogios à escolha de um nome técnico para a área. Ele não deixou cla-ro, mas teria partido dele a indicação do nome de Gilson Scatimburgo para a função. “A saúde está acima da educa-ção, da segurança e do emprego... Va-mos cuidar da saúde pra não ter de tra-tar da doença”.

Mattar, presidente do PSD em Jaú, um dos 12 aliados de Rafael Agostini, também foi decisivo na nomeação da secretária de Assistência Social. A esco-lhida pelo prefeito eleito é esposa de Mattar, Maria Izilda Mattar.

Saúde em Dois Córregos. Agora, volta às origens.

Estudos - Scatimburgo prometeu buscar uma solução rápida para ten-tar restabelecer o atendimento que era praticado nos postinhos antes da última eleição municipal. Não deu prazo para isso, mas deixou no ar a quase impossi-bilidade de readotar o atendimento no-turno logo no primeiro mês. Talvez se-jam necessários dois meses ou mais.

“A princípio, de imediato, a priori-dade é retomar tudo o que é essen-cial para a área da saúde. A reabertu-ra dos postos de atendimento em ho-rário ampliado é essencial no PAS do Itamaraty e do Jardim Padre Augusto Sani”, comentou. Para tanto, disse que será preciso fazer um estudo do qua-dro de quadro de funcionários, anali-sar os contratos com médicos para sa-ber se tem profissionais para voltar aos

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políticA

Quando defendia na campanha elei-toral para vereador que sua priorida-de era a saúde, Fabinho do SUS não fa-lava só da boca pra fora como centenas de outros candidatos que só sabem que existem postinhos de saúde em época eleitoral. Fábio Bueno Dorneles, 51 anos, vive o dia a dia da saúde e o martírio dos pacientes há 27 anos. Ele é agente admi-nistrativo no NGA-25, o Núcleo de Ges-tão Assistencial do SUS em Jaú, também chamado de Ambulatório de Especiali-dades Dr. Edwin Benedito Montenegro.

Fabinho do SUS (PSDB) foi eleito ve-reador em Jaú com 1,74% dos votos válidos (1.232). É tucano e conhece o “ninho” da saúde na cidade como pou-cos. Ele cita alguns gargalos na saúde local e aponta o caminho. Para ele, se a cidade não tiver eficiência e resolutivi-dade nos postos de atendimento bási-co não tem como o NGA e a Santa Ca-sa darem conta da demanda.

Antes de chegar a Jaú, Fabinho mo-rava em São Paulo. No SUS, bate o car-tão da 7h às 13h. Na Câmara, promete ser atuante com foco no setor de saúde. “Cada um dos novos vereadores eleitos

“NÃO TEm CONCUrsO pArA rEpOr”

(CéLIA CONCEIÇÃO VIENA BASSAN, AUxILIAR DE SERVIÇOS NO LABORATóRIO DO NGA, NA

DESPEDIDA DOS COLEGAS APóS SE APOSENTAR, SOBRE A REDUÇÃO DO qUADRO DE FUNCIONÁRIOS)

Vereador que vem do ‘ninho da saúde’JAÚ ElEGE TUCANO QUE vivE O DiA A DiA E O mArTíriO DOs pACiENTEs; fAbiNhO DO sUs ApONTA sOlUçõEs

tem uma área para brigar. Eu vou bri-gar pela saúde, incluindo a saúde bucal. Tem outras coisas para defender, mas não adianta querer fazer tudo de uma vez só. Vamos começar pela saúde.”

Ele justifica: “A população está sem mé-dico, sem lugar para ser atendida. Teve es-se impasse entre a Santa Casa e a Prefei-tura. Nunca vi em Jaú a saúde tão largada. Só pode ser resultado da eleição”, comen-ta, lembrando que o prefeito de 2009 a 2012, Osvaldo Franceschi Júnior (PV), não foi reeleito – teve 17,82% dos votos, con-tra 59,31% do vencedor, o petista Rafael Agostini, que assumiu em 1º de janeiro.

“Estamos vendo o caos que está a saúde. Tenho várias idéias e já as passei para o Rafael. É sobre laboratórios pa-ra exames, sobre o SUS e postinhos de saúde. É em cima disso que temos de trabalhar . Se não der uma retaguarda aos postinhos de saúde a Santa Casa e o NGA não dão conta da saúde”, garante.

“As unidades básicas de saúde preci-sam de pediatra, clínico geral e ginecolo-gista que atendam as pessoas com cons-ciência e que tenham condições de fazer alguns exames na hora”, recomenda.

Apesar de ter sido eleito por uma coligação opositora à do prefeito elei-to, Fabinho não se vê como oposicio-nista na Câmara. “Não sou situação e nem oposição, temos de ser o melhor para Jaú”. E provou isso na eleição pa-ra a Mesa Diretora da Câmara, votando na chapa dos petistas, na qual ele tam-bém foi incluído - é segundo secretário

Especialistas - O próprio NGA,

segundo ele, está sem estrutura e pre-cisa de um choque de governo para se reerguer. Até os bancos para pacien-tes precisam ser trocados. O problema vai além, com falta de funcionários, fal-ta de médicos em diversas especiali-dades, falta de kits para fazer exames básicos, equipamentos quebrados, de-mora para agendamento de consultas, filas intermináveis de cirurgias e exces-so de pacientes em busca de especia-listas...

Ele diz que o NGA carece até mesmo de faxineira e que já viu dentista fazen-do limpeza no consultório para poder oferecer o mínimo de higiene aos pa-

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NGA: devolução para o estado

A municipalização do NGA-25 pu-blicada no Diário Oficial do Estado em 29 de julho de 2011 foi um mal negócio, conforme opina Fábio Dor-neles. “Não foi bom negócio. Eu re-verteria a situação e devolveria para o Estado. Acredito que nas mãos do Estado tem mais chance de resolver os problemas. Na mão do município é difícil solucionar tudo. Se for ficar com o município precisa ser feito um grande trabalho e investimento”.

Em setembro de 2011, o prefei-to Osvaldo Franceschi Junior este-ve no NGA assumindo oficialmen-te o Ambulatório de Especialidades Dr. Edwin Benedito Montenegro. Na

1.232votos foi a votação de Fábio do SUS

ocasião, ele citou que os 180 funcio-nários federais, estaduais e municipais davam conta da demanda.

“Quando forem se aposentando ou deixarem o serviço público por algum motivo, a Prefeitura poderá contratar por concurso outros para substituí-los”, prometeu. Até agora nada de concur-so. A promessa era de que o prédio se-ria reformado com recursos do Estado. Nada foi feito até agora. O atual secre-tário de Saúde, quando da sua nomea-ção, descartou reverter a municipaliza-ção do NGA-25.

cientes. A falta de médicos é a principal carência, segundo ele, que destaca co-mo ponto alto o fato de atender toda a região e oferecer 22 especialidades.

Fabinho reclama dos encaminha-mentos feitos por médicos da rede bá-sica de saúde.

Segundo ele, em muitos casos, o médico do Ambulatório de Especiali-dades precisa refazer o exame clínico porque o paciente chega sem exame algum, nem mesmo os básicos de urina ou raio-x. “Isso dificulta o atendimento. Tem de começar tudo de novo.” A fal-ta de laboratórios municipais é a causa, aponta, uma vez que o laboratório do NGA ou os conveniados na cidade não dão conta da demanda.

Ao lado da colega Maria Aparecida Mansini, que corria atrás para agendar exames e atendimentos em hospitais da região (Bauru, Botucatu...), Fabinho do SUS lembrou que um exame de ele-troencefalograma demora seis meses para ser agendado e outros seis meses para ficar pronto.

Célia ConCeição Viena bassan se desPede do ColeGa aPós se aPosentar: sem rePosição de mão de obra

irene ozanete e marlene santos Com Fabinho na entrada do

nGa: Carinho no atendimento

“CONhEçO EssE mENiNO fAz mUiTO ANOs. sE EU pUDEssE fAriA UmA hOmENAGEm prA ElE. ATENDE mUiTO bEm E COm mUiTO CAriNhO”(MARLENE F. SANTOS, PACIENTE DO NGA-25, SOBRE O AGENTE ADMINISTRATIVO FABINhO DO SUS)

O vereador garante que um simples convênio com a Prefeitura de Jaú po-deria sanar o problema, tendo em vista que há aparelho disponível na cidade sem uso. O ecocardiograma também exige paciência do paciente e muita

sorte para não morrer antes. “São de quatro a cinco meses para ficar pron-to”. Isso sem contar os três meses pa-ra a consulta e outros dois meses pa-ra marcar o retorno para apresentar o resultado.

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reAjUSte jÁ!

A mobilização das Santas Casas ga-nha corpo com atos em dezenas de ci-dades paulistas. No mais recente en-contro, instituições de todo o País es-tiveram em Votuporanga e redigiram uma carta em que a paralisação do atendimento de rotina começa a ser cogitado. O desdobramento foi o ato realizado em Brasília em dezembro. Novas discussões vão ocorrer, mas não está descartada a radicalização do mo-vimento “Tabela SUS, Reajuste Já!”

A “Carta de Votuporanga”, discutida e aprovada em plenária com dirigentes que somam 13 mil leitos hospitalares, pede o reajuste de 100% sobre os cem procedimentos de média e baixa com-plexidade e a anistia das dívidas rela-cionadas a tributos e/ou contribuições, bem como a reestruturação do endivi-damento bancário dos hospitais.

O documento que apresenta as pro-postas de reajuste dos procedimentos da Tabela SUS e o perdão das dívidas constituídas em razão da defasagem dos repasses foi entregue ao assessor

Ato em Brasília dá prazo até 31 de janeiro“CArTA” COm prAzO ExiGiNDO sOlUçÃO pArA TAbELA SUS é ENTrEGUE AO miNisTrO DA sAÚDE; ENCONTrO GiGANTE Em vOTUpOrANGA DECiDE AçõEs DAs sANTAs CAsAs pArA CONsEGUir rEAJUsTE

especial do Ministério da Saúde, Faus-to Pereira dos Santos, no dia 12 de de-zembro.

No encontro, o assessor do ministro Alexandre Padilha foi informado sobre a força da campanha. Ficou convenia-do que o movimento espera uma res-posta do ministro até o dia 31 de ja-neiro de 2013. “Como ex-provedor da Santa Casa, compreendo a agonia pe-la qual passa a saúde pública no país, e nós, políticos, devemos nos unir em benefício da população de nossas cida-des, fazendo o que for necessário para apoiar uma causa como esta do movi-mento”, ressalta o prefeito reeleito de Votuporanga, Júnior Marão.

“Até o fim do prazo estipulado a mo-bilização será mantida. Caso não haja uma resposta a contento do movimento vamos reunir os participantes novamen-te e tomar as medidas que a maioria en-tender necessárias. Esta é uma campa-nha pacífica e de união, onde solicitamos um reajuste digno dos recursos destina-dos às instituições filantrópicas”, diz Ed-son Rogatti, Presidente da Fehosp.

O documento foi encaminhado pe-lo deputado federal Antonio Brito, que esteve presente em Votuporanga - ele é presidente da Frente Parlamentar de apoio às Santas Casas, Hospitais e Enti-dades Filantrópicas e relator na Comis-são de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.

Coube à Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Bra-sil (CMB) convocar os mais de 2,1 mil filiados para se reunirem em assem-

bléia geral. Os participantes no encon-tro no interior também decidiram criar uma conta para que a CMB gerencie os recursos a serem arrecadados para a manutenção das ações do movimento – cada hospital vai depositar R$ 5 por leito que dispõe.

Paralisação – Em Brasília, as San-tas Casas e Hospitais Filantrópicos che-garam a cogitar a possibilidade de in-terromper os atendimentos de roti-na. Ou seja, as instituições só mante-riam serviços de urgência e emergên-cia, deixando atendimentos de rotina paralisados.

Além de Antonio Brito, estiveram outras autoridades no evento em Vo-tuporanga, como o presidente da CMB, José Reinaldo Nogueira de Oliveira Jú-nior, presidentes das Federações Esta-duais, como Edson Rogatti (São Paulo), diversos deputados, como João Dado, Edinho Araújo, Eleuses Paiva e Darcísio Perondi.

edson roGatti, da FehosP, e diriGentes do moVimento leVam Carta de VotuPoranGa ao ministério da saúde

Fotos: divulgação

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Spigolon analisa proposta do ms

O jauense superintentendente da CMB, José Luiz Spigolon, não foi a Vo-tuporanga porque foi convocado para uma reunião na Agência Nacional de Saúde Suplementar no Rio de Janeiro. Lá, ele discutiu “uma nova forma e cri-térios para a remuneração dos serviços hospitalares pelas operadoras de pla-nos de saúde”. Segundo Spigolon, “é um trabalho que já dura mais de dois anos”, informou – a previsão era con-cluí-lo no fim dezembro.

Spigolon está envolvido em inicia-tivas que garantam mais recursos às Santas Casas e filantrópicos. Dias atrás se reuniu no Ministério da Saúde com o secretário de Atenção à Saúde, Hel-vécio Miranda, e toda a equipe técnica.

“O Ministério colocou em consulta pública duas novas propostas: Reforma da Política Hospitalar Brasileira e Diretri-zes para Contratualização”, explica, lem-brando que as duas Consultas Públicas (19 e 20) podem ser analisadas no site www.saude.gov.br. Ele participa de gru-po técnico das federações estaduais para discutir e contribuir com contribuições.

Saúde 10 - Recentemente, San-

tas Casas e hospitais filantrópicos na região de Araraquara e São Car-los fizeram mobilização para reivin-dicar reajuste na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS). Funcionários dos hospitais foram às ruas com fai-xas pedindo a correção na tabela. Ad-ministradores hospitalares são unâ-nimes em afirmar a verba repassada pelo SUS é insuficiente para manter os serviços.

Em Araraquara, 500 enfermeiros e

funcionários e alguns médicos aderi-ram ao movimento, portando uma fai-xa preta amarrada nos braços, pescoço e presa na roupa. Na Santa Casa de São Carlos, a manifestação contou com 900 funcionários segurando faixas. O obje-tivo é sensibilizar os governos Federal e Estadual com a campanha “Por uma saúde 10”, que pretende coletar 1,5 mi-lhão de assinaturas para garantir legi-timidade ao repasse de 10% do orça-mento público para a saúde.

FunCionários da santa Casa de são Carlos Vestiram Preto Para Protestar

Cidade de VotuPoranGa Foi esColhida Para sediar enContro de líderes de hosPitais FilantróPiCos: busCa de alternatiVas Para salVar santas Casas

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SAúDe púBlicA

Entra ano e sai ano e o que mais se ouve sobre a crise na saúde pública é que as Santas Casas pedem socorro e que vão fechar as portas. Algumas fe-charam. Muitas outras podem encer-rar as atividades. A avaliação é do pre-sidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Édson Rogatti, que tem se reunido com gestores de hospi-tais filantrópicos.

Documentos foram endereçados à presidente Dilma Rousseff e ao gover-nador Geraldo Alckmin. Nele, pedem--se o reajuste de, no mínimo, 100% da Tabela SUS para os procedimentos ambulatoriais e hospitalares e a reso-lução das dívidas atuais dos hospitais decorrentes da defasagem da Tabela SUS.

Jaú esteve na rota das andanças de Rogatti pelo Estado. Ele convidou diri-gentes de cerca de 50 hospitais da Co-ordenadoria Regional de Ourinhos pa-ra o encontro realizado na Santa Casa de Jaú – mais da metade não compare-ceu à reunião que tratou da crise e dis-cutiu propostas.

Ele prevê “uma luz no fim do túnel para 2013”. Mas ressalta que se não ti-ver uma solução conjunta, envolvendo recursos novos do governo, Santas Ca-sas e hospitais filantrópicos estão fada-

“Andamos com a bandeja na mão, pedindo esmola”prEsiDENTE DA fEhOsp prEvê lUz pArA CrisE DAs sANTAs CAsAs; ENQUANTO issO sUGErE bUsCA pOr “miGAlhAs” COm DEpUTADOs

dos a fechar as portas.

Recursos extras - Enquan-to não se cria um modelo de financia-mento que cubra os custos dos proce-dimentos médicos, Rogatti sugere aos gestores hospitalares que peçam “es-molas” para deputados. No encontro, Édson Rogatti e o provedor da Santa Casa de Marília, Milton Tédde, sugeri-ram correr atrás de emendas de depu-tados em busca de recursos adicionais.

“Andamos com a bandeja na mão, pedindo esmola. Como não temos ou-tros recursos vamos atrás dos deputa-dos. É uma ajuda extra. O que nós, das Santas Casas e filantrópicos, queremos de fato é que o governo nos pague o que custa o atendimento. Como ele não paga temos de buscar emendas, fazer leilão, bazar da pechincha, tele-marketing, pedir ajuda da população. Se o governo pagar aquilo que custa cada atendimento não precisaríamos de emendas”, sentencia Rogatti.

Ele lembra que levantamento recen-te da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) mostra que as dívidas dos associados chegam a R$ 11 bilhões, podendo atingir R$ 15 bilhões no fim de 2013 “se o governo não tomar providência”. Essa dívida, se-gundo ele, não é por má gestão, mas

sim porque o governo não paga o que deveria.

“Vejam os valores dos procedimen-tos. Qualquer valor pago pelo gover-no pelos procedimentos é ridículo. Ci-rurgia que hospital privado cobra R$ 3 mil, R$ 4 mil, o governo nos paga R$ 1 mil, ou R$ 1,5 mil pra gente”. Dian-te desse quadro, o dirigente hospita-lar garante que “várias Santas Casas fe-charam as portas e algumas estão sob intervenção”.

Ele não lista os hospitais que encer-raram as atividades, mas aponta Mogi Mirim como cidade que está sob o co-mando da Prefeitura local desde maio último. A alegação do prefeito era de que os médicos estavam sem receber, apesar do repasse financeiro do Muni-cípio. A diretoria rebateu e questionou a legalidade da intervenção com uso de força policial.

Milhões em emendas – O pro-vedor da Santa Casa de Jaú, Alcides Ber-nardi Júnior, disse que seu hospital foi

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agraciado com R$ 8 milhões de emen-das de deputados, mas que ainda espe-ra pelo dinheiro. Além disso, questiona a destinação do dinheiro dos parlamen-tares – para reforma e equipamentos

“Se só mandar dinheiro para reforma ou construção não tem jeito. Precisa-mos de dinheiro para custeio, para com-prar remédios”, alerta. E ele ainda apon-ta a tentativa de alguns deputados de cobrarem 10% do valor da emenda. Ber-nardi garante que na Santa Casa jauen-se essa prática do “pedágio” ou da “co-missão” é rechaçada de imediato.

Jaú esteve na rota das palestradas da Fehosp, mas metade dos dirigentes de 50 hospitais convidados não compareceu ao encontro realizado na Santa Casa de Jaú. Abaixo, o presidente da Federação, Edson Rogatti, e os provedores das Santas Casas de Jaú e de Marília, Alcides Bernardi Júnior e Milton Tédde

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14 CONECTADO SAÚDE

Está para ser concluído o proje-to Custos, realizado em parceria com a Planisa, consultoria especializada na área de saúde. A Fehosp quer mapear os custos de dez entidades para avaliar os gastos com os procedimentos mais comuns. O objetivo é comparar os cus-tos com a Tabela SUS (base utilizada pelo governo para pagar contratos ou convênios).

“O ministro Alexandre Padilha (da Saúde) vai cair de costa quando vir es-sa planilha. Ele vai ver que quem banca o SUS são as Santas Casas”, diz o presi-dente da Fehosp, Édson Rogatti. “Que-remos mostrar para o governos muni-cipal, federal e estadual que o que re-cebemos pelos procedimentos médi-cos cobre apenas 60% dos custos. Os outros 40% os administradores têm de correr atrás.”

Segundo Rogatti, a Tabela SUS não tem correção desde 2008. “Queremos que o governo nos pague essa defasa-gem. Se vai ser com aumento da tabe-la ou com incentivo é problema dele.”

Para o provedor jauense, Alcides Bernardi Júnior, “não é só a Tabela SUS que tem defasagem. Temos também uma briga com os convênios particula-res. Não é só com o governo não”. Re-centemente, ele determinou reajuste na tabela de todos os convênios. Citou ser inadmissível uma cooperativa mé-dica pagar por um leito da UTI valores

Pesquisa aponta custostão diferentes: “R$ 670 para o Hospital Amaral Carvalho e R$ 300 e pouco para a Santa Casa de Jaú.”

Luz – “Estamos negociando com os governos um reajuste da tabela ou que o governo federal dê um incentivo tan-to para hospitais contratualizados ou não. A portaria está quase pronta”, ex-plica Rogatti.

Ele lembra do estudo feito na re-gião de Franca (SP). “Estamos fazendo um modelo piloto para os hospitais de pequeno porte (HPP). Para que depois possa se desenvolver no Estado inteiro para hospitais com até 50 leitos. Tenho falado com o Ministério da Saúde, que está quase para publicar uma portaria.”

Pela proposta do HPP, hospitais me-nores cedem leitos para hospitais de referência regional quando há a neces-sidade. Em entrevista recente, o supe-rintendente da Santa Casa de Franca, comentou o projeto. Fernando Bueno, disse que o HPP é uma iniciativa que favorece a população.

“No caso de um paciente que neces-site de um tratamento agudo, imedia-to, a Santa Casa de Franca fará. Se a in-ternação for necessária por períodos longos, ela será continuada pelos hos-pitais de pequeno porte. Desta forma, os nossos leitos estarão livres para pa-cientes que necessitem mais da estru-tura da Santa Casa”.

OLíMPIA RESTRINGE O SUS “A santa Casa de Olímpia fechou esta semana o atendimento de urgência e emergência e suspendeu as cirurgias eletivas de pacientes do sistema Único de saúde (sUs). O hospital alega que possui r$ 2,5 milhões em dívidas e que a verba do sUs não é suficiente para manter o serviço” (DIÁRIO DE RIO PRETO, 24/10/2012)

SANTA CASA DE RIO PRETO CORTA ATENDIMENTO DO IAMSPE“A santa Casa de rio preto suspendeu o atendimento de pacientes do iamspe sob alegação de defasagem nos valores pagos por procedimentos e falta de pagamento por parte do convênio. A medida atinge 110 mil usuários do plano na região noroeste. O hospital alega que o teto mensal de r$ 800 mil tem sido ultrapassado, mas que o plano não tem feito o reembolso dos valores. O provedor da instituição, Nadim Cury, calcula prejuízo mensal de r$ 100 mil.”(DIÁRIO DE RIO PRETO, 24/10/2012)

“A maioria das santas Casas e hospitais está agonizando e se não fossem os recursos extras do governo do Estado de sp já estariam fechadas”(DEPUTADO ESTADUAL PEDRO TOBIAS (PSDB), EM SEU TwITTER, EM 27/04/2012 - @PEDROTOBIAS)

divulgação

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CONECTADO SAÚDE 15

CONECTADO NOTÍCIAS

Raízen: açãona pediatRia

A Fundação Raízen realiza anualmente

o ‘Projeto Viver um Conto’ na Santa

Casa de Jaú. Na última edição, em

13 de novembro, quatro professoras

da fundação apresentaram história e

música para as crianças internadas na

pediatria. As responsáveis por alegrar a

garotada foram Ana Olívia Lopes, Elen

Silva Neves, Jéssica Caldeira e Michele

Silva Nascimento. A assistente de

coordenação da fundação, Melina Gomes

de Abreu, entregou vários fantoches para

a brinquedoteca do hospital.

Santa CaSa: melhoRiaSno pRonto-SoCoRRo

A Santa Casa de Jaú desenvolve projeto para

propiciar melhorias ao Pronto-Socorro. O objetivo

é padronizar as ações de enfermagem nas rotinas

de atendimento, buscando ver as dificuldades

e soluções nos casos de urgência e emergência

prestados a população. A coordenadora do Pronto-

Socorro, Regiane Laborda, diz que já se nota

avanços, mas sabe que o trabalho “demanda

esforço e mudança de atitude em todos os

segmentos do atendimento, desde a recepção

até os médicos”. Nas fotos, duas equipes: foto

1, Marcos, Shirley, Eliezer, Maria Lina, Eliana,

Aline, Jaqueline, Érica, Tânia, Valdirene, Marcilea,

Geyce, Gláucia, Claúdia, Fernanda e Lidiane;

foto 2, Cristiane, Lilian, Elaine, Andrea, Márcia,

Adriana, Alessandra, Luis Paulo, Nak; Lusinete,

Ilmara, Lidiane, Beatriz, Priscila, Janaina.

Rifa SolidáRia valeCamiSaS de ClubeS

O Departamento de Comunicação

e Marketing da Fundação Amaral

Carvalho organizou Rifa Solidária

para obter recursos para a compra

de medicamentos e para pacientes

atendidos pela cidade. Os prêmios

foram camisas oficiais autografadas dos

clubes Santos, São Paulo, Palmeiras e

Corinthians. O sorteio ocorreu em 22 de

dezembro. Ganharam as camisas Camila

Aparecida Bueno (Corinthians), Joesimar

Garcia Sanchez (São Paulo), Gerson José

dos Santos Junior (Santos) e Guilherme

Voveromo (Palmeiras).

Sangue ‘RuSSo’

Jovens do blog Modo

Russo (www.modorusso.

blogspot.com) fizeram

sua parte e conseguiram

levar cerca de 100

pessoas ao Hemonúcleo

de Jaú no dia 24 de

novembro. O agito foi

para conseguir doação de

sangue e contou com a

presença dos Remédicos

do Riso. A campanha

precedeu o Dia Nacional

do Doador de Sangue.

divulgação/haC

divulgação/santa Casa

divulgação

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16 CONECTADO SAÚDE

reDe SociAl

“Queridos amigos do Facebook! Es-tamos lançando a campanha “Zica no Lata Velha – Luciano Huck transforme a nossa Zica em uma linda Jardineira”. Contamos com todos vocês para que essas mensagens cheguem até ele. Va-mos lá turmaaaaaaaaa!”

Esta é uma das postagens que to-maram conta do Facebook nos últi-mos dias por uma boa causa. O gru-po Remédicos do Riso se mobilizou para comover o apresentador Lucia-no Huck a reformar um antigo veículo

RIsOrEméDiCOs DO risO mObilizAm rEDE sOCiAl pArA “CAlDEirÃO DO hUCk” TrANsfOrmAr vElhA vErANEiO Em JArDiNEirA DA AlEGriA

da marca Veraneio, transformando--o numa Jardineira para que os clo-wns (palhaços) possam promover de uma forma mais alegre suas campa-nhas beneficentes.

Com o perfil de “Zica – Lata Velha”, o grupo revela que ter uma Jardineira para usar nos eventos é um sonho de todos. Os integrantes dos Remédicos do Riso se vestem e se pintam de pa-lhaços para animar pacientes interna-dos no Hospital Amaral Carvalho, em Jaú (SP), e para participar de ações so-lidárias.

O objetivo é ter uma condução de divulgação do grupo e, principalmente, para chamar a atenção das pessoas pa-ra a necessidade da doação de medula óssea e de sangue. O HAC é hospital de referência nacional quando se fala em transplante de medula óssea, com mais de 200 procedimentos por ano.

“Estamos prontos para qualquer prova para trazermos nossa ‘Zica’ de volta, linda e poderosa, assim como o

amor pelo nosso próximo”, diz trecho da campanha no Facebook, conforme informa o coordenador Rogério César Fabre, 40 anos, que está no grupo há 12 anos. O também coordenador João Alberto Rosin, 48 anos, é clown há três anos.

Captura – João Rosin é mecânico. Ele conta que encontrou a Veraneio por meio de um cliente que tem uma igual. O cliente indicou o veículo que perten-cia a uma pessoa na cidade de Brotas (SP). Como tinha planos de criar uma jardineira para os Remédicos e, saben-do que a Veraneio dá para ser adapta-da, Rosin foi atrás e comprou por R$ 3 mil graças à colaboração de duas em-presas solidárias.

Rogério Fabre diz que a idéia inicial era o grupo promover eventos benefi-centes para transformar a Veraneio na sonhada jardineira: pizzada, baile, do-ação... tudo estava nos planos para le-vantar recursos para a reforma. Eis que,

Lata Velha doFotos: divulgação

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CONECTADO SAÚDE 17

Curso de 1 ano forma clown

Hoje, os Remédicos do Riso são 27 integrantes na ativa e mais 38 em trei-namento no curso que dura cerca de um ano. Para ser um clown é preciso passar por esse processo de formação envolvendo psicoterapia, musicotera-pia, psicologia e artes cênicas.

Os ativos se reúnem mensalmen-te em oficina de atualização. No grupo estão pessoas de idades variadas (20 a 62 anos), de diferentes profissões e re-ligiões distintas. “O que todos têm em comum no grupo é disponibilidade e comprometimento. Essa é nossa fór-mula”, comenta Rogério.

Padrinho - O coordenador João Rosin ressalta que um dos grandes in-centivadores do grupo foi o médico ra-diologista Ricardo Cesarino Brandão, que morreu em 20 de novembro des-te ano. Brandão era presidente da Fun-dação Amaral Carvalho e padrinho dos Remédicos do Riso. “Ele abraçou a cau-sa do grupo. O crédito que ele depo-sitava no grupo mostrou à direção do hospital que vale a pena apostar no Re-médicos”.

www.remedicosdoriso.blogspot.com.brwww.facebook.com/[email protected]:rogério: (14) 9719-6622joão: (14) 9773-3997

numa reunião do grupo, surgiu a idéia da inscrição no quadro “Lata Velha” do programa de Luciano Huck (Caldeirão). A inscrição formal foi feita por meio do site do programa.

“A idéia de tentar participar do La-ta Velha surgiu no grupo e ganhou as redes sociais. No Facebook pegou fo-go”, conta Rogério, sobre a enorme re-percussão com centenas de “curtir” e “compartilhar”. “Além de ganhar a re-forma, o programa do Luciano ajuda-ria a divulgar o hospital”, diz ele, na es-perança de que a publicidade em nível nacional contribua para obter mais re-cursos para a Entidade Anna Marcelina

de Carvalho, ao qual o grupo é filiado.

Voluntários - A Entidade Anna Marcelina é a mantenedora do volun-tariado da Fundação Amaral Carvalho. A ela estão ligados outros grupos vo-luntários que prestam ajuda a pacien-tes em tratamento contra o câncer. Os Remédicos fazem visitas exclusivas no HAC e atua em campanhas como Doa-ção de Sangue dos Bombeiros, Encon-tro do Voluntariado), McDia Feliz, Cam-panha de Doação de Órgãos, Fórum da Alegria e Semana da Humanização (pa-lestras em faculdade, empresas ou para outros grupos de clowns).

inteGrantes do GruPo remédiCos do riso utilizam FaCebooK Para Chamar atenção de aPresentador: Carro Velho Para uma boa Causa

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18 CONECTADO SAÚDE

lUto

Dias antes de completar o mandato de três anos de presidente da Funda-ção Amaral Carvalho, o médico radio-logista Ricardo Cesarino Brandão, 70 anos, não resistiu às complicações de-correntes de uma doença no pulmão e morreu. Sua morte ocorreu em 20 de novembro, deixando uma lacuna na medicina oncológica.

Ricardo era filho de Pedro de Paula Brandão, precursor no tratamento con-tra o câncer em Jaú e um dos pioneiros da radiologia no Brasil. O filho seguiu os passos do pai. Ricardo Brandão con-tribuiu para resgatar a credibilidade do Hospital Amaral Carvalho nos anos 80, levando a instituição a ser reconhecida como sinônimo de tratamento oncoló-gico no país.

Ele era diretor de Ética e Defesa Pro-fissional da Sociedade Brasileira de Biologia,Medicina Nuclear e Imagem Molecular. Era atuante na medicina nu-clear desde 1972, ano em que o Amaral Carvalho deu os primeiros passos para se transformar no hospital de referên-cia que é hoje. Seu lugar na instituição passa a ser de Alcindo Storti, que era vice e foi nomeado presidente na elei-ção realizada no fim de novembro.

A Associação Paulista de Medicina (APM – Regional de Jaú) publicou no-ta sobre a morte de seu integrante. Foi na sede da entidade que o corpo foi velado. Diz a nota: “Externamos nos-

Fundação Amaral Carvalho perde seu presidente: Ricardo Brandão

so profundo pesar aos familiares, pelo passamento, hoje, de nosso colega: Dr. Ricardo Cesarino Brandão, médico ra-diologista, ex-presidente da APM Jaú, períodos 1975/1976 e 1979/1980. Atu-

almente exercia o cargo de Diretor de Defesa Profissional em nossa Regio-nal. Nossos sinceros sentimentos pe-la perda irreparável de um profissional exemplar, pai, colega e amigo.”

riCardo Cesarino brandão

divulgação

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CONECTADO SAÚDE 19

BoA AÇÃo

Quando o time do Corinthians es-teve no Japão para disputar o Mundial de Clubes, um grupo de torcedores co-rintianos se envolveu numa ação nobre em Jaú. Foi realizada em 15 de dezem-bro a 10ª edição da Campanha Sangue Corinthiano. Em 2013 tem mais, afir-mam os organizadores.

No Japão, o Corinthians fez sua pri-meira partida no dia 12. Depois, deci-diu o título no dia 16, faturando um tí-tulo inédito. Em Jaú, a coleta de san-gue ocorreu no dia 15, das 7h30 às 12h, no Hemonúcleo Regional. A estimativa dos organizadores era superar o recor-de de 2011, quando 230 pessoas fize-ram doação. No balanço final, no en-tanto, foram 130 doações efetivas.

Adriano Camargo, da torcida corin-tiana jauense, diz que apesar do menor número de doadores o resultado da campanha foi um sucesso, “A campa-nha só vem crescendo. Foram 136 bol-sas no primeiro ano em Jaú, em 2009, depois passou para 189 e 230”, lembra, alertando para a necessidade maior de doadores no fim e no início do ano, no período que compreende as festas na-talinas e o carnaval.

Um chamariz para atrair torcedores de outras equipes foi o sorteio de ca-misas oficiais de clubes como Corin-thians, São Paulo, Palmeiras e Santos. Quem doou sangue concorreu ao prê-mio. “Quando se fala em ajudar o pró-ximo não se distingue torcida”, disse Adriano. O sorteio das camisas foi fei-

CAmpANhA sANGUE COriNThiANO COlETA 130 bOlsAs E prEmiA DOADOrEs COm CAmisAs OfiCiAis DE ClUbEs DE fUTEbOl

to dias depois.

Medula - Os organizadores lembram o “dia de corinthiano doar sangue” tem a parceria da AMEO (Associação da medu-la óssea do Estado de São Paulo). A cam-panha cadastrou doadores voluntários de medula óssea. Idealizador do projeto, Mil-ton Oliveira, fala da crença do torcedor corintiano para mostrar a importância de ser um doador de sangue e de medula.

“A chance de encontrar um doador de medula compatível no registro bra-sileiro é, em média, uma em 100 mil. Acreditar, quando poucos acham pos-sível, está no DNA do corinthiano. Mais do que confiar, podemos ajudar a mu-dar estes números e incentivar milhares de brasileiros”, afirma Milton.

A campanha é um projeto nacional idealizado e promovido pela Fiel e que tem como objetivo usar a força e união da torcida mais apaixonada do país para mobilizar a população sobre a importância de doar sangue.mesmo com o fim da campanha, os corintianos pedem que a população continuem a fazer doações todos os meses do ano. para doar sangue precisa ter entre 16 e 68 anos de idade e pesar no mínimo 50 kg, entre outras exigências. Uma triagem inicial define se o candidato a doador pode ou não efetivar a doação.

Saiba maiSLocal: Hemonúcleo regional de jaú – Hospital Amaral carvalhoEndereço: rua Dona Silvéria, 150 – centroAcesse: www.sanguecorinthiano.com.br

Sangue que vale camisa

masCote do Corinthians ajudou a diVulGar a ação

Fotos: divulgação

o Corintiano adriano CamarGo reCebeu ColeGas torCedores de outros Clubes na CamPanha

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20 CONECTADO SAÚDE

oBeSiDADe

Nenhum jovem de 16 a 18 anos fez parte do grupo de 2012 atendido pe-la equipe multidisciplinar de cirurgia bariátrica do Hospital Amaral Carva-lho, de Jaú, um dos centros médicos credenciados no interior paulista pelo SUS (Serviço Único de Saúde). O mé-dico Celso Roberto Passeri, cirurgião credenciado pelo SUS e que realiza as operações no HAC, é quem coordena a equipe. Ele prevê apenas para o iní-cio deste ano os primeiros encaminha-mentos da Divisão Regional da Saúde (DRS-6) de Bauru.

A cirurgia de “redução de estômago” para jovens (bariátrica teen) foi autori-zada pelo Ministério da Saúde, que vai custear todas as despesas. Portaria as-sinada pelo ministro Alexandre Padilha fez parte das ações pelo Dia Nacional de Prevenção à Obesidade, celebrado em 11 de outubro.

No HAC, Passeri diz que não recebeu nenhum encaminhamento de casos de obesidade nesta faixa etária para ava-liação cirúrgica. Segundo ele, “o motivo é que esta normatização é recente pe-lo SUS, portanto, não houve tempo há-bil para que isto ocorresse, porém, com certeza, no decorrer deste ano, estare-mos recebendo esse tipo de caso”.

Incomum - Passeri explica que não é comum a realização de cirurgias para

Bariátrica ‘TEEN’na espera no HACprOCEDimENTO AUTOrizADO pElO sUs pArA JOvENs DE 16 A 18 ANOs mANTém rEsTriçõEs DE ADUlTOs

essa faixa etária. “Mas sabemos que este procedimento já era realizado por vários serviços particulares de cirurgia bariátri-ca. Na verdade os critérios de indicação são os mesmos dos pacientes em outras faixas etárias, o que realmente importa é que o paciente tenha seu desenvolvi-mento ósseo já completo.”

Independentemente da faixa etária, o cirurgião do HAC avisa que os critérios

clínicos de indicação cirúrgica devem ser “seguidos à risca”. Ele alerta que além dos benefícios do procedimento (per-da de peso o primeiro deles), a cirurgia “também acarreta alterações crônicas de nutrição, que podem, em algumas cir-cunstâncias, se o paciente for mal acom-panhado no seu pós-operatório tardio, trazerem prejuízos algumas vezes até maiores que a própria obesidade.”

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CONECTADO SAÚDE 21

Desde 2003, o número de cirurgia bariátrica saltou de 1.773 para 5.332 (em 2011), representando aumento de 200%. os recursos investidos pelo SUS cresceram proporcionalmente (427%), passando de R$ 5,7 milhões, em 2003, para R$ 30 milhões, em 2011. nos três primeiros meses de 2012 foram realizadas 1.286 cirurgias com investimentos de R$ 7 milhões.

Desde 2010, até o início de novem-bro, a equipe multidisciplinar do HAC atendeu 359 pacientes, todos encami-nhados através da DRS-Bauru. Nesse período foram realizadas 70 cirurgias, mas o número deve superar 80 até o fim de 2012. “Temos por contrato o atendimento de quatro casos novos e a realização de duas cirurgias por sema-na”, explica Celso Passeri.

constatado que 21,7% dos brasileiros de 10 a 19 anos apresentam excesso de peso – o índice era de apenas 3,7% em 1970.

O Ministério da Saúde estabelece que a cirurgia bariátrica pelo SUS é o último recurso para perda de peso. Antes de ir para a mesa de cirurgia, o obeso passa por avaliação clínica e cirúrgica e tem acompanhamento de equipe multidisciplinar por no míni-mo um ano. Só quando outros méto-dos e dietas não resolvem a obesida-de, a bariátrica é recomendada.

Quando da assinatura da nova por-taria, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que as propostas têm o objetivo de ampliar o acesso e dar mais qualidade à cirurgia bariátrica. “Quere-mos aprimorar o que já existe no SUS de acesso ao procedimento cirúrgico. A primeira medida a ser tomada é am-pliar a faixa etária”, diz ele, lembrando que obesidade na juventude pode le-var a complicações como hipertensão e diabetes.

Política de combate à obesidade graveA redução de 18 para 16 anos da

idade mínima para as pessoas que precisam de uma cirurgia bariátrica faz parte da nova política de comba-te à obesidade grave do Ministério da Saúde. O procedimento só é autoriza-do e custeado pelo SUS em casos em que há risco de vida do paciente. Os demais critérios utilizados para cirur-gias em adulto são todos seguidos à risca quando o paciente é “teen”.

Estudos do MS apontam aumento crescente da obesidade entre adoles-centes. Na Pesquisa de Orçamento Fa-miliar de 2009 (POF), por exemplo, foi

Fotos: divulgação

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22 CONECTADO SAÚDE

Ele foi campeão de montaria na dé-cada 90 e ajuda a fazer da cidade de Barretos a terra do rodeio. Mas antes disso ele fez de sua vida um tributo ao pai, ajudando a transformar em reali-dade um sonho de mais de 50 anos. Henrique Duarte Prata, diretor-geral do Hospital de Câncer de Barretos (HCB), resolveu contar em livro a saga inicia-da pelo seu pai, o oncologista Dr. Pau-lo Prata.

Henrique transformou o pequeno hospital geral São Judas Tadeu, em Bar-retos (SP), num centro de excelência no atendimento, tratamento, prevenção e pesquisa oncológicas. Hoje, o HCB é conhecido internacionalmente. A his-tória da instituição se mescla à histó-ria familiar, resultando no livro “Acima de tudo o amor”, lançado recentemen-te pela Editora Gente.

50 anos atrás - A assessoria de imprensa do HCB conta que tudo co-meçou em 1962, quando o pai de Hen-rique, o oncologista Paulo Prata, ideali-zava realizar atendimento humanizado, de alta qualidade e gratuito aos doen-tes de câncer mais carentes da região. Ele tratava dos pacientes, mas as con-tas do hospital ficavam sempre no ver-melho.

Henrique era um dos principais crí-ticos do projeto e ia desativar o hos-

literAtUrA

Livro retrata história do “peão” da oncologia“ACimA DE TUDO O AmOr” mOsTrA COmO é pOssívEl DAr TrATAmENTO DE 1º mUNDO AO pObrE COm CâNCEr

pital, quando um cirurgião do São Ju-das despertou uma luz na consciência do fazendeiro.Convenceu-o de que a compra de um simples equipamento aceleraria os procedimentos e reduziria o tempo de espera dos pacientes para as terapias.

Alguns cálculos e uma “vaquinha” entre amigos deram ao hospital um fo-co cirúrgico e a Henrique Prata a certe-za de que mesmo sem ser médico, po-deria salvar vidas. Ele é um dos pionei-ros das bem sucedidas parcerias públi-co-privadas.

Abraçou a obra sonhada pelo pai, enfrentou dificuldades, mas com do-ações de empresários, fazendeiros, ar-tistas, cantores e personalidades públi-cas, mantém o complexo, hoje com 107 mil metros quadrados de área e 100 mil atendimentos do SUS por ano.

O livro traz histórias que acontecem todos os dias no hospital. Ainda hoje, para fechar a conta no azul o HCB con-

ta com apoio incondicional de pessoas do bem que faz com que as portas per-maneçam abertas. As receitas públicas, infelizmente, não cobrem o custo ope-racional mensal. O caminho aberto por Henrique Prata sim.

Sobre o autorEmpreendedor nato, é fazendeiro,

agropecuarista e piloto privado e co-mercial. Cedo optou pelo trabalho em detrimento dos estudos. Aos 15 anos, já trabalhava na fazenda de seu avô. Incansável, já percorreu 21 países pa-ra trazer as melhores técnicas de me-dicina para o Hospital, o que já rendeu prêmios e prestígio internacional.

Hoje, a cidade de Barretos é famosa pelo Hospital e também por sua Fes-ta do Peão, da qual Henrique também participa como “madrinheiro”, aprovei-tando o universo “boiadeiro” para cap-tar mais recursos para o HCB. Ele cria cavalos de rodeio e já foi campeão de montaria na década de 90.

No lançamento oficial do livro “Aci-ma de tudo o Amor”, a dupla João Bos-co & Vinícius se apresentou na casa de shows Credicard Hall, em São Paulo, no dia 6 de novembro. A renda foi rever-tida para o Hospital de Câncer de Bar-retos.

SeRviçoTítulo: Acima de tudo o amor Autor: Henrique prataEditora: GenteGênero: BiografiaPreço: r$ 29,90Mês e ano de publicação: outubro/2012

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CONECTADO SAÚDE 23

socialO Hospital Amaral Carvalho abriu as portas da Ro-nald McDonald Jahu em 27 de novembro. O local hospeda crianças e adolescentes em tratamento no HAC e seus acompanhantes. O espaço abriga até 64 pessoas. O imóvel de três andares tem ambien-te moderno com brinquedoteca, adoleteca, sala de convivência com TV, cozinha, refeitório, lavanderia, além de salas de recepção, reuniões e administra-ção. E 20 quartos.Com chancela internacional para sediar a Ca-sa Ronald McDonald, Jaú passa a fazer parte do programa Ronald McDonald House Charities (RMHC), sistema beneficente global que tem por objetivo oferecer “uma casa longe de casa” para jo-vens pacientes em tratamento oncológico longe de suas cidades de origem e de seus familiares. Con-fira as fotos:

Antonio Luis Cesarino de Moraes Navarro, superintendente da Fundação Amaral Carvalho, e Francisco Neves, superintendente do Instituto Ronald McDonald comemoram a conquista

Clélia Vargas (gerente financeira da Casa Ronald McDonald Jahu), Josemara Carneiro (FAC), Sérgio Martins (analista de projetos do Instituto Ronald McDonald), Rita Fiorelli Bernini e Aline Spuri (gerente da Casa Ronald McDonald Jahu)

Descerramento da Placa: José Antonio Barata de Almeida Bueno (presidente Casa Ronald McDonald Jahu), Oscar Rafael (consultor de operações das Franquias McDonald), Antonio Luis Cesarino de Moraes Navarro (superintendente da FAC), Sigefredo Griso (vice-prefeito eleito de Jaú), Francisco Neves (superintendente do Instituto Ronald McDonald), Emerson Ortholan (franqueado Bauru e embaixador do Instituto Ronald McDonald) e Luis Amadeu Sadalla (franqueado Araraquara)

Eduardo Tadeu Guedes Piragino (diretor de Operações da FAC), Roberto Mack (gerente-geral do Instituto Ronald McDonald), Francisco Neves (superintendente do Instituto Ronald McDonald) e José Antonio Barata de Almeida Bueno (presidente da Casa Ronald McDonald Jahu)

O superintendente do Instituto Ronald McDonald, Francisco Neves, rodeado por membros da equipe da pediatria do Hospital Amaral Carvalho

Fotos: divulgação

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24 CONECTADO SAÚDE

Aline Queiroz Teixeira e Neura Prado LyraMair Pedro de Souza e a esposa, Sidelma Leite de Souza (Pepa)

Alexandre Brandão e a esposa, a também médica Gabriela Sálvio BrandãoAndré Milhomen Pereira, Matheus Canhete e Otaviano da Silva Cardoso Felício

Denise Miranda Prado, Paulo Mattar (presidente da APM) e o diretor clínico da Santa Casa de Jaú, Luiz Alfredo Teixeira

Jenifer Schiavoni de Oliveira e o namorado, Thomas Kolmar, e o assistente dela, Jymmy Silva

Médicos em festaToda a classe médica esteve reunida para comemorar o “Dia do Médico”. O evento organizado pela direto-ria da Associação Paulista de Medicina Regional Jaú, sob comando do presidente Dr. Paulo Mattar, reuniu personalidades da área médica. A foi comemorada em grande estilo num clima de muita descontração na Algodeira Eventos

Fotos: adriana bueno

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CONECTADO SAÚDE 25

José Getúlio Martins Segalla e a esposa, Mirtes SegallaMarcos Augusto Mauad e Lenira Queiroz Mauad

Paulo de Conti e a esposa, Ana Clotilde Sajovic de Conti

Ricardo Cury e a esposa, Maithe Mattar Cury

Paulo de Conti e a filha que seguiu os passos do pai, Ana Luiza de Conti. Na festa em homenagem à categoria, Ana foi acompanhada do esposo

José Craveiro Faria, presidente da Unimed Jaú, e a namorada, Tizuru Suzuki

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26 CONECTADO SAÚDE

eDUcAÇÃo

Um mercado que se abre para profis-sionais de enfermagem vai além de se-ringas, medicamentos e cuidados com pacientes. A oportunidade do momen-to, segundo especialista em segurança do trabalho, é a consultoria para em-presas que buscam se adequar às nor-mas para evitar as multas provenientes das doenças ocupacionais.

Carlos César Nunes Valbueno, um bombeiro prestes a se aposentar, deci-diu investir em segurança do trabalho e hoje é professor e coordenador da área no Senac (unidade de Jaú). Segundo ele, o mercado para auxiliares, técnicos, enfermeiros e médicos do trabalho es-tá em expansão. Recentemente, ele pa-lestrou para dezenas de alunos da área de enfermagem para mostrar os vários

Enfermagem do trabalho ou

multa EmprEsAs iNvEsTEm Em CONsUlTOriA DE prOfissiONAis DA árEA DA sAÚDE pArA sE ADEQUAr às NOrmAs

Acidentes mais comuns

Fraturas, luxações, amputações e outros ferimentos lesões por esforço repetitivo e Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (ler/Dort) Dores nas costas transtornos mentais e comportamentaisDepressão, estresse, ansiedade

Alternativas anti-estresse

melhorar o relacionamento com colegas, chefes e subordinados; controlar o estresse e a raiva; Gerenciar bem o tempo de cada atividade; realizar testes periódicos de estresse; Buscar horários flexíveis; campanhas de esclarecimento e repúdio ao assédio moral; Sala de relaxamento; Atividade física e alimentação adequada (convênios com academias e nutricionistas); psicoterapia.Fonte: ministério da Saúde e www.medicina-do-trabalho.info

campos de atuação.“Esse trabalho conscientiza os alu-

nos de que existe outra área dentro da enfermagem que pode trabalhar dire-cionado à saúde do trabalhador. Foge do tradicional hospital, clinica... Sai da parte ambulatorial e trabalha no sen-tido de evitar que os efeitos agressivos nas plantas industriais, os agentes no-civos, afetem a saúde do trabalhador”, diz Valbueno.

Ele fez referência ao Fator Acidentá-rio de Prevenção (FAP), em vigor des-de 2010 e que resultou em economia

Carlos César Nunes Valbueno faz palestra

a alunos do Senac-Jaú: professor informa

que mercado para auxiliares, técnicos,

enfermeiros e médicos do trabalho

está em expansãodivulgação

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CONECTADO SAÚDE 27

números de 2011

número de acidentes: 711.164 (*)mortes no trabalho: 2.884R$ 70 bilhões anuais gastos com esse tipo de acidente

(*) sem contar os casos não notificados oficialmenteFonte: Anuário estatístico da previdência Social

de taxas. Valbueno explica: “Esse recur-so obriga as empresas a pagarem mais impostos, conforme o índice de aciden-te de trabalho. É como se a empresa ti-vesse que devolver uma indenização ao governo pelo acidente causado.”

Curso - Para tentar evitar essa “multa”, a saída é ter própria equipe de segurança do trabalho (as exigên-cias variam a partir de uma centena de empregados) ou investir em consulto-rias de médicos e enfermeiros do tra-balho. Para dar conta dessa tendência, o Senac oferece curso técnico em en-fermagem do trabalho – são 340 horas de aula. Informações: (14) 2104-6400 ou [email protected].

Carlos Valbueno lembra que existem muitas normas regulamentadoras de profissão. Uma delas fixa o trabalho da saúde dentro de uma indústria. “As em-

presas que são isentas de ter em seu corpo de funcionários com a forma-ção de segurança e medicina do traba-lho não estão isentas do cumprimento das demais normas vigentes.” As con-sultorias entram nessa hora, quando se precisa de programas de promoção da saúde do trabalhador.

Acidentes – O especialista em se-gurança do trabalho diz que ainda são muitos os acidentes profissionais, mas ressalta que houve redução nos últi-mos anos. Mesmo assim, diz, muitos acidentes não são tabulados porque ocorrem em trabalhos informais e ou em acidentes que não se relacionam com acidentes de trabalho – o de traje-to, por exemplo.

Na área da saúde, Valbueno diz que está em vigor a NR-32, com normas para o trabalho em ambientes hospi-

talares. Uma nova como essa evita le-sões e contaminações? “O fato de ter a norma não vai influenciar. O que tem de ter é a aplicabilidade dessa norma.” Ele lembra que a fiscalização cabe ao Ministério do Trabalho, que age por meio de denúncias. “O curso estimula a conscientização. É uma necessidade conhecer os direitos para poder exigir.”

CONECTADO NOTÍCIASCoRRida pedeStRe SolidáRia

Outra opção de fazer o bem sem olhar a

quem é participar do 1º Desafio Solidário

do Vila Real Hotel. A corrida pedestre

será realizada em 20 de fevereiro, com

inscrições até o dia 15 de fevereiro pelo

site www.corpuseventos.com.br. O evento

pretende divulgar o serviço realizado pelos

voluntários do Hospital Amaral Carvalho e

arrecadar brinquedos para a Casa Ronald

McDonald. Começa com caminhada puxada

pelos Remédicos do Riso (a todos, sem

valor de inscrição). A corrida terá percurso

de 5km e 10km, com a participação de

Diamantino dos Santos (vencedor da

Maratona de São Paulo) e Marizete Rezende

(vencedora da São Silvestre).

CaRRo paRa quem faz o bemFord Fiesta Rocam, Xbox 360, TV LED de 42 polegadas, iPad e iPhone.

Que tal concorrer a um desses prêmios e ainda ajudar a Fundação

Amaral Carvalho (FAC) na construção de casas de apoio aos pacientes

em tratamento oncológico no Hospital Amaral Carvalho (HAC), em Jaú?

Colabores com a campanha “Apoie a Vida”, promovida pela Fundação em

parceria com a Federação Brasileira das Entidades de Combate ao Câncer

(Febec).

Com doação no valor de R$ 10, feita pela internet, qualquer pessoa pode

participar e concorrer aos cinco prêmios, além de colaborar com o projeto

para construção de cinco casas de apoio para os pacientes carentes e seus

acompanhantes, e com a manutenção das três casas já existentes, mantidas

pela FAC.

Para colaborar com a construção das casas de apoio que abrigarão os

pacientes carentes do Hospital Amaral Carvalho, basta acessar o sitewww.

apoieavida.org.br e participar. Após cadastro o pagamento é feito pelo

sistema eletrônico PagSeguro, da Uol. O sorteio ocorre pela Loteria Federal

do Brasil, no dia 27 de abril de 2013. É possível se cadastrar para efetuar a

doação e participar, até o dia 20 de abril. Informações: (14) 3602-1174.

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28 CONECTADO SAÚDE

CONECTADO NOTÍCIAS

Jaú: último ato doCRaque alex alveS

Ele fez sucesso no Vitória, passou pelo Palmeiras,

Cruzeiro, Vasco e outros clubes. Encerrou a carreira por

conta de uma doença, mas ainda queria fazer um jogo de

despedida com os amigos. Poderia ter ocorrido em Jaú o

jogo do adeus do craque Alex Alves. Mas não teve jogo,

teve apenas adeus. O ex-jogador de futebol morreu após

dois meses internado no Hospital Amaral Carvalho.

A morte do jovem de 37 anos de idade repercutiu até na

Alemanha, onde ele atuou por alguns anos. Foram várias

as notícias desencontradas sobre a morte de Alex Alves.

Em entrevista coletiva, os médicos Mair Pedro de Souza,

José Getúlio Martins Segalla e Marcos Augusto Mauad

explicaram a causa que levou o atleta a óbito após passar

por transplante de medula óssea. Os médicos também

deixaram claro que todo o tratamento foi pago com

recursos do SUS.

Alexsandro Alves do Nascimento faleceu de “falência

de múltiplos órgãos após transplante de medula óssea”,

segundo o médico que o tratou, Mair de Souza. Alex foi

vítima de uma doença rara, diagnosticada na própria

medula óssea, chamada de Hemoglobinúria Paroxística

Noturna (HPN). O corpo do atleta foi para Salvador (BA),

onde foi cremado.

exemplo: mutiRão da viSão em bRotaSExemplo a ser seguido por todas as prefeituras vem de Brotas. Foi realizado na

cidade o Mutirão de Oftalmologia, numa parceria entre a Secretaria de Saúde

e UNESP/Botucatu. Ao longo do dia 271 pessoas foram examinadas no Centro

Comunitário, selecionados previamente em consulta na rede municipal de

saúde. Dos pacientes, 28 foram encaminhados para o hospital da Unesp para dar

continuidade ao tratamento especializado ou, quando necessário, para cirurgias.

“ReviSta de exCelente qualidade, ReComendo a todoS!”

(Paulo Nardy, médico oftalmologista, no Facebook,

sobre a revista Conectado Saúde)

CongReSSo ContRamoRteS do CoRação

Os maiores especialistas do mundo em prevenção de

doenças do coração estiveram no Rio de Janeiro na virada

de novembro para dezembro. O III Brasil Prevent’ & I Latin

America Prevent transformou a cidade na capital mundial

sobre o tema. O evento teve como objetivo discutir

alternativas para reduzir drasticamente as 17,3 milhões de

mortes que ocorrem a cada ano no mundo em decorrência

de doenças cardíacas - 320 mil só no Brasil. Detalhes no

site www.cardiol.br/brasilprevent/2012/

Fotos: divulgação

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CONECTADO SAÚDE 29

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30 CONECTADO SAÚDE

Os exercícios aeróbios como caminha-da, corrida ou aquela voltinha de bicicleta, tão praticados no verão a céu aberto, são estratégias válidas quando pensamos na saúde física e mental. Os benefícios come-çam logo nos primeiros minutos, trazendo bem estar e melhora na qualidade de vida.

Pesquisa do Colégio Americano de Me-dicina Esportiva informa que uma cami-nhada com um volume de 2.000 a 7.000 passos, ou durante 30 minutos, com uma frequência de três a cinco vezes por sema-na é suficiente para o desenvolvimento do condicionamento físico. Dentre os efeitos dessa prática estão os relacionados à he-modinâmica.

Hemodinâmica é o capítulo da Fisiologia que estuda a circulação do sangue.

O sistema cardiovascular sofre ação di-reta tanto na fase aguda (durante e pou-cas horas após o treino) como crônica (durante semanas de treinamento), mos-trando que o homem sempre foi o “ser do movimento”.

Estudos que analisaram os efeitos da prática de exercícios físicos, tanto em situ-ações saudáveis como patológicas, prova-ram que estão associados ao aumento da Frequência Cardíaca Máxima, Volume Sis-tólico (quantidade de sangue que é eje-tado do coração), Débito Cardíaco (Fre-quência Cardíaca multiplicada pelo Volu-me Sistólico) e Enchimento Diastólico do Ventrículo Esquerdo (câmara cardíaca). O exercício físico resultou também no au-mento do fluxo sanguíneo e melhora do

Cardiologia do exercícioOs cuidados com o coração que os atletas devem ter em todas as idades

renan turini

metabolismo do músculo esquelético.As evidências mostram que os exercí-

cios físicos aeróbios são excelentes fer-ramentas para a promoção da saúde car-diovascular. Aproveite os benefícios des-sa prática simples e barata para cuidar do seu corpo. Portanto, pratique-os com re-gularidade e sob orientação profissional.

Alterações cardíacas resultantes do esforço

Hipertrofia cardíaca (aumento no ta-manho da célula muscular) Aumento do metabolismo da gordu-

ra do coração Aumento tamanho das câmaras car-

díacas Melhor hemodinâmica

Renan Turinié professor. Especialista em fisiologia do exercício e mestrando em fisiopa-tologia em clínica médica. CREF: 042534-G/SP

Estrutura do coração se altera para otimizar função de bomba sanguínea

Diâmetro do ventrículo esquer-do do coração e espessura da parede centricular no coração sedentário.

Diâmetro do ventrículo esquer-do do coração e espessura da parede ventricular no coração treinado

Referências: 1) Mezzani A, Corrà U, Giannuzzi P. Cen-tral adaptations to exercise training in patients with chronic heart failure. Heart Fail Rev 2008; 13: 13-20.2) Mckelvie RS. Exercise training in pa-tients with heart failure: clinical outco-mes, safety, and indications. Heart Fail Rev 2008; 13: 3-11.

Fotos: divulgação

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