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1 XIII CONGRESSO MUNDIAL DE CRIMINOLOGIA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CRIMINOLOGIA TEMA : CRIMINOLOGIA CLÍNICA RIO DE JANEIRO DE 10 A 15 DE AGOSTO DE 2003 O ARQUIVO DATILOSCÓPICO CRIMINAL BRASILEIRO: OS TIPOS FUNDAMENTAIS E SUAS FREQÜÊNCIAS Marcos Elias Cláudio de Araújo Jânio Lázaro Santana Lander de Miranda Bossois

Congresso Mundial

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    XIII CONGRESSO MUNDIAL DE CRIMINOLOGIA

    SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CRIMINOLOGIA

    TEMA : CRIMINOLOGIA CLNICA

    RIO DE JANEIRO DE 10 A 15 DE AGOSTO DE 2003

    O ARQUIVO DATILOSCPICO CRIMINAL BRASILEIRO: OS

    TIPOS FUNDAMENTAIS E SUAS FREQNCIAS

    Marcos Elias Cludio de Arajo

    Jnio Lzaro Santana

    Lander de Miranda Bossois

    Jnio Lzaro Santana Marcos Elias Cludio de Arajo

  • ANLISE DO ARQUIVO DATILOSCPICO CRIMINAL BRASILEIRO: OS TIPOS FUNDAMENTAIS E SUAS FREQNCIAS

    Conforme as palavras do criminlogo austraco Roland Grassberger, Criminologia o sistema das cincias auxiliares do Direito Penal sobre as causas, prova e preveno do crime1. Tambm o jurisconsulto e criminlogo lvaro Mayrink da Costa claro ao definir o princpio bsico da Criminologia Clnica como a anlise e pesquisa de todos os aspectos estruturais, funcionais e racionais, com o fim de descortinar a personalidade do delinqente2. Para tanto de extrema importncia a conjugao de diversos ramos do conhecimento.

    Para que possamos diferenciar uma pessoa da outra necessrio que haja um mtodo destinado a estabelecer sua identidade, ou seja, determinar um conjunto de caracteres prprios que possam individualizar pessoas ou coisas entre si. Afinal, mais do que identificar pessoas, precisamos precisamos individualiz-las.

    Historicamente3 dentre os vrios mtodos j utilizados o Papiloscpico resultou como sendo o mais eficaz, entre outros motivos, por conseguir individualizar as pessoas tanto civil quanto criminalmente. A papiloscopia (papilla=papila e scopin=examinar) a cincia que trata da identificao humana atravs das papilas drmicas, e que tem exercido seu papel de relevncia no mbito da pesquisa criminolgica. Como cincia detm seus princpios: perenidade, imutabilidade e variabilidade dos desenhos papilares. Seu campo de atuao divide-se em Datiloscopia ((dactilo=dedos e scopin=examinar), Quiroscopia (quiro=mos e scopin=examinar) e Podoscopia ((podo=ps e scopin=examinar).

    Juan Vucetich (1858-1925) foi o criador do primeiro sistema de identificao humana com base em impresses digitais. Reunindo os conhecimentos de Francis Galton e do sistema Antropomtrico de Bertillon (tcnica de mensurao do corpo humano ou de suas vrias partes), este novo mtodo recebeu primeiramente o nome de Icnofalangometria e posteriormente passou a denominar-se Datiloscopia. Fundamentado nos estudos de Johannes Evangelliste Purkinje e Jos Engel, entre outros estudiosos, ele dividiu as impresses digitais em 4 tipos fundamentais: Arco (1); Presilha Interna (2); Presilha Externa (3) e Verticilo (4). Atualmente foram acrescentados mais 3 tipos, o Anmalo (5), a Cicatriz (6) e Amputao (7). O Sistema Vucetich tem como mrito a criao de um elevado nmero de frmulas datiloscpicas (710 = 282.475.249) apenas utilizando-se da combinao dos tipos primrios, onde em uma nica ficha (a individual datiloscpica), so tomadas as impresses digitais dos dez dedos, o que possibilita o posterior arquivamento desta individual pela sua respectiva frmula.

    Respeitando os princpios do conhecimento cientfico, ao estabelecer leis vlidas para todos os casos da mesma espcie, o Processo Papiloscpico foi introduzido no Brasil em 05 de fevereiro de 1903 e posteriormente coube ao Instituto Nacional de Identificao - INI, rgo do Departamento de Polcia Federal, fundado em 1963, com sede em Braslia, a tarefa de centralizar todas as informaes criminais no Brasil, usando este processo, agregado aos dados antropolgicos, como forma de individualizao dos delinqentes.

    O presente trabalho, com base nos arquivos datiloscpicos criminais do Instituto Nacional de Identificao, vislumbra um enorme conjunto de possibilidades, entre elas a pesquisa na busca da reduo da criminalidade, soluo de crimes e de polticas sociais. Seu estudo aprofundado pode respaldar critrios tcnicos na elaborao de leis referentes identificao civil e criminal, servir como suporte aos sistemas informatizados de pesquisa de impresses digitais (AFIS Automated Fingerprint Identification System) e fornecer subsdios para estudos nos campos da biologia e antropologia, dentre outros temas. Seus desdobramentos so, como a prpria Criminologia, multifacetados, com repercusso em si mesma e em outras reas do conhecimento humano.

    1 Fernandes, Newton & Fernandes, Valter. Criminologia Integrada. Ed. Revista dos Tribunais, So Paulo, 2. Edio, 2002,

    pg. 34. 2 Idem. Pg. 178.

    3 Manual de Identificao Papiloscpica Instituto Nacional de Identificao/Departamento de Polcia Federal. Braslia-DF:

    Ed. Servio Grfico do DPF, 1987.

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    HOMENS

    EVOLUO NO TEMPO DAS INCIDNCIAS DOS TIPOS FUNDAMENTAIS

    0,00%

    5,00%

    10,00%

    15,00%

    20,00%

    25,00%

    30,00%

    35,00%

    Arco Presilha Interna Presilha Externa Verticilo Anmalo Cicatriz Amputao

    At 1910

    1911-1920

    1921-1930

    1931-1940

    1941-1950

    1951-1960

    1961-1970

    1971-1980

    1981-1982

    Grfico 2 Evoluo Histrica dos Tipos Fundamentais

    - Homem

    1. Viso por Sexo: Podemos ento, objetivamente, aps observamos 502.052 criminosos brasileiros, traarmos um quadro datiloscpico com os 4 Tipos Fundamentais, conforme a Tabela 1Tabela 1Tabela 1tabela abaixo:

    ARCO PRESILHA INTERNA PRESILHA EXTERNA

    VERTICILO

    Total H M Total H M Total H M Total H M

    Mo

    Dir

    eit

    a Polegar 3,16 2,93 5,27 0,56 0,56 0,56 45,36 44,85 49,97 50,44 51,16 43,86

    Indicador 15,42 15,38 15,78 13,40 13,89 8,83 35,13 34,37 42,09 34,02 34,24 32,02

    Mdio 8,54 8,41 9,70 1,22 1,29 0,57 69,67 69,14 74,51 19,06 19,59 14,20

    Anular 3,05 2,93 4,14 1,05 1,05 0,97 47,22 46,43 54,52 47,72 48,59 39,70

    Mnimo 2,75 2,57 4,40 0,38 0,39 0,29 79,28 78,84 83,35 16,43 17,00 11,15

    Mo

    Esq

    ue

    rda

    Polegar 5,54 5,27 8,07 51,88 52,20 48,98 0,78 0,72 1,26 41,16 41,15 41,26

    Indicador 16,93 16,61 19,89 36,51 36,72 34,60 12,78 12,78 12,80 31,22 31,25 30,93

    Mdio 11,58 11,15 15,56 66,04 66,29 63,73 1,10 1,08 1,31 19,84 19,99 18,43

    Anular 4,20 3,96 6,41 55,70 55,71 55,57 0,55 0,51 0,95 38,59 38,81 36,52

    Mnimo 3,85 3,54 6,67 81,64 81,80 80,17 0,21 0,19 0,35 13,14 13,26 12,04

    Mdia 7,50 7,28 9,59 30,84 30,99 29,43 29,21 28,89 32,11 31,16 31,51 28,01

    Tabela 1 Tipos Fundamentais em Percentagem

    Ao estudarmos o arquivo datiloscpico do INI constatamos que o tipo primrio Verticilo o de maior incidncia (31,16%), seguido da Presilha Interna (30,84%), Presilha Externa (29,21), Arco (7,50%). Os tipos primrios Anmalo, Cicatriz e Amputao, somados no passam de 1,5% de ocorrncia, por isso o estudo enfatizar apenas as relaes existentes entre os chamados tipos fundamentais, compostos pelos tipos primrios Arco, Presilha Interna, Presilha Externa e Verticilo.

    Uma primeira anlise foi feita com relao ao sexo, dividindo a amostra entre o grupo Homem e Mulher. Observou-se que a populao masculina representa 90,16% da amostra total enquanto que a feminina representa 9,84%.

    Como primeira constatao percebe-se que no grupo Mulher o tipo fundamental mais freqente a Presilha Externa (32,11%), seguido pela Presilha Interna (29,43%), Verticilo (28,01%) e Arco (9,59%), enquanto que no grupo Homem a maior incidncia est no tipo fundamental Verticilo (31,51%), seguido pela Presilha Interna (30,99%), Presilha Externa

    (28,89%) e Arco (7,28%). importante notar as diferenas de incidncias

    entre os grupos Homem e Mulher. O grupo Homem tem maior freqncia dos tipos fundamentais Verticilo e Presilha Interna enquanto que o grupo Mulher destaca-se nos tipos fundamentais Presilha Externa e Arco (Grfico 1Grfico 1Grfico 1Grfico 1).

    Percebe-se nitidamente a inverso de incidncia dos tipos fundamentais Presilha Interna e Externa nas mos direita e esquerda nos dois grupos estudados. A mo direita

    tem clara predominncia do tipo fundamental Presilha Externa enquanto a mo esquerda pelo tipo fundamental Presilha Interna, para ambos os grupos de Sexo (princpio da Simetria).

    Enquanto os dedos Indicadores, tanto direito quanto esquerdo, possuem o melhor grau de distribuio das freqncias, nos dois grupos, o dedo Mnimo demonstra ter o pior grau. Tal fato esclarece o equvoco histrico em utilizar-se do polegar direito e no do indicador direito como padro nos nossos documentos de identidade.

    J os dedos Mnimos so os que possuem a maior freqncia absoluta de incidncia de um tipo fundamental, Presilha Externa (83,35%, Mnimo Direito)

    QUADRO COMPARATIVO

    0,00%

    10,00%

    20,00%

    30,00%

    40,00%

    50,00%

    60,00%

    70,00%

    80,00%

    90,00%

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    DEDOS

    PE

    RC

    EN

    TA

    GE

    M

    Arco Homem

    Presilha Interna Homem

    Presilha Externa Homem

    Verticilo Homem

    Anmalo Homem

    Cicatriz Homem

    Amputao Homem

    Arco Mulher

    Presilha Interna Mulher

    Presilha Externa Mulher

    Verticilo Mulher

    Anmalo Mulher

    Cicatriz Mulher

    Amputao Mulher

    Grfico 1 Comparativo entre o grupo Sexo

  • 1

    e Interna (80,17%, Mnimo Esquerdo) no grupo Mulher, e o inverso, Presilha Interna (81,80%, Mnimo Esquerdo) e Externa (78,84%, Mnimo Direito) no grupo Homem.

    2. Viso por Anos: O Grfico 2Grfico 2Grfico 2Erro! A origem da referncia no foi encontrada. e o Grfico 3Grfico 3Grfico 3Grfico 3 demonstram a evoluo histrica das impresses digitais nos grupos Homem e Mulher, numa anlise feita por 9 dcadas, desde 1910 at 1982.

    H um questionamento sobre a influncia do tempo sobre as impresses digitais. Na prtica isto significa saber se com o passar dos anos as freqncias datiloscpicas so alteradas significativamente. Conforme este estudo, historicamente os grupos Homem e Mulher tiveram no tipo fundamental Verticilo sua maior variao, porm as variaes encontradas, inclusive no tipo fundamental Verticilo, no so suficientes para afirmar que o tempo um fator de alterao das incidncias datiloscpicas.

    importante ressaltar que as caractersticas gerais encontradas na primeira anlise no item 1, como dedos e tipos fundamentais mais freqentes, permanecem vlidas para qualquer anlise em que se tenha o tempo como referencial.

    3. Viso por local de nascimento: Outro grande questionamento que envolve o conhecimento sobre impresses digitais referente origem de nascimento, ou seja, se a regio geogrfica onde o criminoso nasceu afeta suas impresses digitais. No caso brasileiro, culturas to diversas quanto da regio sul e da regio nordeste, levam-nos, no mnimo, a perguntar se tal diferena no afetaria biologicamente a formao das cristas papilares e, conseqentemente, o datilograma.

    Tais variaes podem ser constatadas na Tabela 2Tabela 2Tabela 2Tabela 2. Do ponto de vista regional, para o grupo Homem, o tipo fundamental Arco tem maior

    incidncia na regio Norte e Nordeste (7,48%), as Presilhas Interna e Externa na regio Sudeste (31,37% e 29,30%, respectivamente), Verticilo na regio Norte (33,33%). A mesma anlise para o grupo Mulher tem maior incidncia do tipo fundamental Arco na regio Norte (10,00%), as Presilhas Interna e Externa na regio Sudeste (29,76% e 32,49%, respectivamente), Verticilo na regio Norte (29,14%).

    Observa-se ainda que, independentemente do grupo, Homem ou Mulher, os tipos fundamentais tendem a incidirem igualmente nas regies, ou seja, para o tipo fundamental Arco as regies Norte ou Nordeste so a de maior incidncia; Presilha Interna ocorre mais na regio Sudeste; Presilha Externa incide mais na regio Sudeste; Verticilo mais freqente na regio Norte.

    4. Viso por Ctis A miscigenao brasileira, sob a tica

    da ctis, nos traz alguns inconvenientes na hora de avaliarmos imparcialmente a tez de cada criminoso. Apesar disto dividimos nossa amostra em 4 conjuntos: Branco, Negro, Pardo e Amarelo. Nossa tarefa no a de sabermos at onde vai o divisor de

    MULHERES

    EVOLUO NO TEMPO DAS INCIDNCIAS DOS TIPOS FUNDAMENTAIS

    0,00%

    5,00%

    10,00%

    15,00%

    20,00%

    25,00%

    30,00%

    35,00%

    40,00%

    Arco Presilha Interna Presilha Externa Verticilo Anmalo Cicatriz Amputao

    At 1910

    1911-1920

    1921-1930

    1931-1940

    1941-1950

    1951-1960

    1961-1970

    1971-1980

    1981-1982

    Grfico 3 Evoluo Histrica dos Tipos

    Fundamentais - Mulher

    CTIS

    HOMEM

    0,00%

    5,00%

    10,00%

    15,00%

    20,00%

    25,00%

    30,00%

    35,00%

    40,00%

    A R C O PRESILHA INTERNA PRESILHA EXTERNA V E R T I C I L O

    Branco

    Negro

    Pardo

    Amarelo

    Pardo,

    Grfico 54 Tipos Fundamentais Ctis/Homem

    CTIS

    MULHER

    0,00%

    5,00%

    10,00%

    15,00%

    20,00%

    25,00%

    30,00%

    35,00%

    40,00%

    A R C O PRESILHA INTERNA PRESILHA EXTERNA V E R T I C I L O

    Branco

    Negro

    Pardo

    Amarelo

    Grfico 45 Tipos Fundamentais Ctis/Mulher

    Tipo Fundamental

    HOMEM MULHER

    Maior Incidncia

    % Menor

    Incidncia %

    Maior Incidncia

    % Menor

    Incidncia %

    Arco RR 8,24 SP 6,89 AP 10,80 GO 8,06

    Presilha Interna

    RN 31,80 RR 28,99 SE 32,05 AM 28,14

    Presilha Externa

    RN, RJ 29,44 AP 27,21 SE 33,10 AP 30,27

    Verticilo AP 34,20 RN 30,09 AM 30,67 SE 24,39

    Tabela 2 Incidncias dos Tipos Fundamentais por Estado

  • 1

    cada epiderme, mas sim a de estudarmos se esses conjuntos influenciam o aspecto datiloscpico.

    Constatou-se que o conjunto Amarelo, para ambos os grupos sexuais, com relao aos tipos fundamentais Arco, Presilha Interna e Presilha Externa, tem uma incidncia menor que para os outros conjuntos de ctis e muito maior quando se trata do tipo fundamental Verticilo.

    A maior incidncia do tipo fundamental Arco no conjunto Negro, para o grupo Homem, e no conjunto Pardo no caso do grupo Mulher. A Presilha Interna ocorre mais no conjunto Branco para ambos os grupos sexuais enquanto que a Presilha Externa incide com maior freqncia no conjunto Negro, tanto no grupo Homem quanto Mulher. A incidncia de Verticilo, como j destacada anteriormente, maior no conjunto Amarelo (Grfico 4Grfico 4Grfico 4Grfico 4 e Grfico 5Grfico 5Grfico 5Grfico 5).

    5. Viso por Incidncia Criminal Outra investigao na rea criminal referente ao fato de saber se, dependendo do crime, haveria uma ocorrncia maior de determinados tipos fundamentais do que de outros. Este estudo contempla mais de 2.300 diferentes tipificaes criminais, das quais demonstraremos os seguintes crimes: Homicdio (Artigo 121 do CPB), Leses Corporais (Artigo 129 do CPB), Furto (Artigo 155 do CPB), Roubo (Artigo 157 do CPB), Estelionato (Artigo 171 do CPB), Estupro (Artigo 213 do CPB) e relacionados a Entorpecentes (Lei 6368/76).

    interessante observar que das tipificaes criminais relacionadas acima o grupo Mulher tem maior participao em Estelionato (16,13%) e Entorpecentes (10,79%) enquanto que o grupo Homem se destaca nos crimes de Estupro (99,59%), evidentemente, Roubo (96,86%) e Homicdio (95,80).

    Do ponto de vista datiloscpico constata-se que os tipos fundamentais mantm as propores da amostra (Grfico 6Grfico 6Grfico 6Grfico 6 e Grfico 7Grfico 7Grfico 7Grfico 7), independente da tipificao criminal, ou seja, o grupo Mulher tem maior incidncia nos Arcos e Presilhas Externas e o grupo Homem nas Presilhas Internas e Verticilos. Enquanto no grupo Homem podemos observar uma maior linearidade em relao s incidncias, o grupo Mulher um pouco mais instvel, principalmente em relao ao tipo fundamental Verticilo.

    As diferenas encontradas em relao aos 7 crimes destacados so mnimas, o que nos leva a concluir que no h influncia das impresses digitais na anlise destes crimes.

    6. Viso sobre as Frmulas Datiloscpicas Outro fator importante de se analisar so as freqncias das Frmulas Datiloscpicas no contexto criminal. Observe que, de acordo com a Tabela 3Tabela 3Tabela 3Tabela 3, a Frmula Datiloscpica de maior incidncia a que possui todos os dedos da mo direita com Presilha Externa e todos os dedos da mo esquerda com Presilha Interna, independentemente do grupo Sexo.

    INCIDNCIA CRIMINAL

    HOMEM

    0,00%

    5,00%

    10,00%

    15,00%

    20,00%

    25,00%

    30,00%

    35,00%

    A R C O PRESILHA INTERNA PRESILHA EXTERNA V E R T I C I L O

    Homicdio

    Leses Corp.

    Furto

    Roubo

    Estelionato

    Estupro

    Entorpecentes

    Grfico 7 Incidncia Criminal / Homem

    INCIDNCIA CRIMINAL

    MULHER

    0,00%

    5,00%

    10,00%

    15,00%

    20,00%

    25,00%

    30,00%

    35,00%

    A R C O PRESILHA INTERNA PRESILHA EXTERNA V E R T I C I L O

    Homicdio

    Leses Corp.

    Furto

    Roubo

    Estelionato

    Estupro

    Entorpecentes

    Grfico 6 - Incidncia Criminal / Mulher

    GERAL HOMEM MULHER Frmula

    Datiloscpica %

    Frmula Datiloscpica

    % Frmula

    Datiloscpica %

    3-3333 4,19

    3-3333 4,10

    3-3333 5,02

    2-2222 2-2222 2-2222 4-4444

    2,51 4-4444

    2,58 4-4443

    1,96 4-4444 4-4444 4-4442 4-4443

    2,07 4-4443

    2,09 4-4444

    1,81 4-4442 4-4442 4-4444 4-3333

    1,39 4-3333

    1,35 4-3333

    1,79 4-2222 4-2222 4-2222 4-4444

    1,10 4-4444

    1,13 3-3333

    1,32 4-4442 4-4442 2-1222

    Tabela 3 Freqncia Datiloscpica

    Formatado: Fonte: 12 pt

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    Formatado: Fonte: 12 pt

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    Percebe-se que a incidncia de Presilhas no grupo Mulher (5,02% para 3-3333 na mo direita e 2-2222 na mo esquerda) muito mais acentuado do que no grupo Homem (4,10% para a mesma frmula), enquanto que o tipo fundamental Verticilo comporta-se de modo inverso (2,58% para 4-4444 na mo direita e 4-4444 na mo esquerda no grupo Homem e 1,81% para o grupo Mulher, na mesma frmula).

    Baseado na Tabela 4Tabela 4Tabela 4Tabela 4 podemos perceber que a probabilidade de ocorrer pelo menos um dedo com o tipo fundamental Arco e Verticilo a mais baixa combinao possvel (15,83% para Homem e 16,61% para Mulher). Isto prova que os tipos Arco e Verticilo so os menos harmnicos, devido s suas naturezas morfolgicas, e por outro lado, os tipos Presilha Interna e Presilha Externa provam ser os mais consonantes, justamente devido s suas caractersticas de estrutura, alcanando probabilidades acima de 90%, para ambos os grupos de Sexo.

    7. Ajudando na soluo de crimes O objetivo final de todo este levantamento traar perfis, baseado nas impresses digitais, para facilitar a investigao criminal reduzindo e orientando o mximo possvel o universo de suspeitos de terem cometido determinado delito, diminuindo com isto o tempo e os custos e aumentando a eficincia policial.

    Suponha que em uma determinada cena de crime tenhamos encontrado o fragmento de 4 impresses digitais e que o papiloscopista as classificou como sendo dos tipos fundamentais Arco, Arco, Presilha Externa, Presilha Externa, respectivamente. Percebe-se que tais dedos poderiam ser Polegar, Indicador, Mdio e Anular, da mo direita ou esquerda, ou ainda, Indicador, Mdio, Anular e Mnimo, da mo direita ou esquerda, ou seja, 4 possveis combinaes assim representadas: 1-133X ou X-1133 (o X representa as impresses digitais

    desconhecidas) para ambas as mos. A partir destes dados podemos gerar a Tabela 5Tabela 5 Tabela 5 que ir demonstar qual a maior probabilidade de termos as impresses digitais que faltam, o sexo e sua posio quanto ao dedo e mo.

    Dentre os criminosos apenas 3,07% deles possuem as 4 possveis combinaes deste fragmento datiloscpico. Destes, 88,06% so do sexo masculino e 11,94% do sexo feminino. A probabilidade destas impresses serem da mo direita de 99,82% e 0,18% da mo esquerda. A maior chance de que tais fragmentos sejam, independente do grupo sexo, o Indicador, o Mdio, o Anular e o Mnimo da mo direita. Observe tambm que a frmula datiloscpica mais provvel a mesma para ambos os grupos sexuais (3-1133/2-1122). A Tabela 5Tabela 5Tabela 5Tabela 5 est apenas com os 5 primeiros resultados mais provveis, quando eles existem, devido impossibilidade de representar todo o rol e baixa probabilidade que eles representam.

    importante ressaltar que das variveis estudadas estamos analisando apenas o aspecto do grupo sexual, se se trata de Homem ou Mulher. Se tivssemos outras caractersticas, tais como local e/ou data de nascimento, ctis e a incidncia criminal, a lista

    TIPOS FUNDAMENTAIS

    Presilha Interna Presilha Externa Verticilo

    Homem Mulher Homem Mulher Homem Mulher

    Arco 30,09% 33,95% 30,35% 34,89% 15,83% 16,61%

    Presilha Interna 90,29% 91,83% 71,95% 67,85%

    Presilha Externa 70,10% 68,57% Tabela 4 Probabilidade de Combinaes entre os Tipos Fundamentais

    HOMEM: 88,06 MULHER: 11,94%

    85,40% 14,44% 0,13% 0,03% 77,77% 21,96% 0,22% 0,03% X1133 1133X XXXXX XXXXX X1133 1133X XXXXX XXXXX XXXXX XXXXX X1133 1133X XXXXX XXXXX X1133 1133X

    Frmula % Frmula % Frmula % Frmula % Frmula % Frmula % Frmula % Frmula %

    3-1133 12,05

    1-1333 19,54

    3-3333 11,11

    3-3333 25,00

    3-1133 11,18

    1-1333 16,58

    3-1133 50,00

    3-1313 100,00

    2-1122 1-1222 2-1133 1-1332 2-1122 1-1222 2-1133 1-1332 3-1133

    6,79 1-1333

    12,86 2-3122

    5,56 1-1121

    25,00 1-1133

    5,17 1-1333

    8,66 1-1111

    25,00

    2-1222 1-1122 3-1133 1-1331 1-1122 1-1122 1-1133 1-1133

    4,11 1-1333

    6,84 3-3313

    5,56 3-1121

    25,00 4-1133

    4,61 1-1333

    6,68 4-3133

    25,00

    1-1122 1-2222 2-1133 1-1333 4-1122 1-2222 2-1133 4-1133

    3,98 1-1333

    5,20 3-1133

    5,56 3-4333

    25,00 3-1133

    4,54 1-1333

    4,46

    4-1212 2-1222 3-1133 1-1332 2-1112 2-1222 3-1133

    3,37 1-1333

    2,91 1-1111

    5,56

    3-1133

    4,26 1-1333

    3,71

    2-1112 1-3222 1-1133 2-1222 1-1112

    Tabela 5 - Probabilidade de cada Frmula Datiloscpica para a hiptese 1331 Homem e Mulher

    Formatado: Fonte: No Negrito, Noverificar ortografia ou gramtica

    Formatado: Fonte: No Negrito

  • 1

    gerada apontaria outras frmulas e probabilidades diferentes da que esto na Tabela 5Tabela 5Tabela 5Tabela 5.

    Formatado: Fonte: No Negrito

  • 1

    Informaes Pessoais

    Marcos Elias Cludio de Arajo ([email protected]) Papiloscopista Policial h 17

    anos. graduado em Cincias Econmicas pela Universidade Catlica de Braslia e

    especializado em Anlise de Sistemas pela Universidade de Braslia. Ex-chefe do

    Ncleo de Informtica do Instituto Nacional de Identificao, participou da

    elaborao do Projeto RIC (Registro de Identidade Civil nico) do Ministrio da

    Justia e dos estudos para implantao do Sistema AFIS. Lecionou na Academia

    Nacional de Polcia a disciplina de Identificao. Atualmente lotado no Setor de

    Identificao e Percias Papiloscpicas do INI/DPF.

    Lander de Miranda Bossois ([email protected]) Papiloscopista

    Policial Federal h 4 anos. bacharel em Direito pela Universidade Federal de

    Gois. Leciona na Academia Nacional de Polcia a disciplina de Identificao.

    Atualmente lotado no Setor de Identificao e Percias Papiloscpicas do INI/DPF

    e j foi Chefe do Setor de Criminalstica na Superintendncia Regional do

    Departamento de Polcia Federal no Estado do Amap.

    Jnio Lzaro Santana ([email protected])

    Papiloscopista Policial Federal h 19 anos. Freqenta o curso de Direito da

    Universidade Paulista. Participou dos estudos para implantao do Sistema AFIS

    no Instituto Nacional de Identificao/Departamento de Polcia Federal. Leciona na

    Academia Nacional de Polcia a disciplina de Identificao. Atualmente o Chefe

    do Setor de Identificao e Percias Papiloscpicas do INI/DPF.