Conjuntiv_2

Embed Size (px)

Citation preview

  • Oftalmologia Geral

    CONJUNTIVA

    1. ANATOMIA E FISIOLOGIA

    EMBRIOLOGIA

    - Est ligada ao das plpebras (no 3 ms, as plpebras esto aderentes umas

    s outras, separando-se ao 7 ms).

    EPITLIO

    - As clulas basais tm morfologia cubide, transformam-se em clulas

    polidricas, aplanadas medida que alcanam a superfcie.

    ESTROMA - Formado por tecido conjuntivo ricamente vascularizado. A camada

    superficial adenide contm tec. linftico que no se desenvolve at aos 2-3

    meses ps-natal . Por este motivo, a infl. conjuntival no neonato pode produzir

    uma reaco folicular .

    A CONJ. CONTM 2 TIPOS DE GL.

    As secretoras mucina e as gl. lacrimais acessrias.

    As secretoras de mucina so as principais responsveis pela lubrificao.

    plpebras: cl. GLOBET, criptas Henle e Manz.

    As gl. lacrimais acessrias so as de Krause e Wolfring .

    CONJUNTIVA PALPEBRAL

    - Delgada, transparente, hmida e brilhante.

    * Conj. MARGINAL - atrs linha orifcios Meibomius.

    * Conj. TARSAL - vascularizada, aderindo intimamente ao tarso.

    * Conj. ORBITRIA- mais espessa e rosada, do tarso ao fundo-saco.

    FUNDO SACO CONJUNTIVAL

    - A reflexo da conjuntiva leva formao dum fundo-saco circular, contnuo.

    - Permite os movimentos do globo ocular, independentemente das plpebras.

    CARNCULA LACRIMAL

    - Salincia avermelhada 4 mm dimetro, no ngulo interno.

    - Constitudo por 10-12 folculos pilosos com gl. Sebceas.

  • Oftalmologia Geral

    PREGA SEMI-LUNAR

    - Prega conjuntiva verticalmente por fora da carncula, de cncavidade externa.

    - Rudimento da 3 plpebra.

    CONJUNTIVA BULBAR

    - Poro escleral 8 do funo-saco at 3 mm crnea.

    - Poro lmbica (anel 3 mm largura que circunscreve crnea).

    VASCULARIZAO ARTERIAL

    - Artrias conjuntivais posteriores - da art. palpebrais superior e inferior.

    - Artrias conj. anteriores - das art. ciliares anteriores, dividindo-se a 3 mm dele .

    VASCULARIZAO VENOSA

    - Conj. posterior drena para as veias plpebrais

    - Conj. anteriores drenam para as veias ciliares anteriores .

    INERVAO

    - SENSITIVO- ramo oftlmico Willis, n. ciliares anteriores e nervo infraorbitrio

    - SENSORIAL- inervao parasimptica.

    FUNO PROTECTORA CONJUNTIVA

    - Proteco mecnica

    - Fagocitose

    - Proteco imunolgica

    - Proteco antibacteriana

    PERMEABILIDADE

    - Permeabilidade aos alergenos, vrus e bactrias.

    FLORA MICROBIANA CONJUNTIVAL

    - Flora bacteriana normal tem um papel to importante no equilibrio fisiolgico.

    - Densidade flora conjuntival aumenta com a velhice.

    - A explorao vias lacrimais liberta novas espcies bacterianas

    - Espcies bacterianas anaerbias e flora fngica.

    ANOMALIAS DA CIRCULAO

    - Hipermia difusa (alcoolismo, diabetes, hipercolesterolmia).

  • Oftalmologia Geral

    - Cianose (por obstruco venosa mecnica e aumento viscosidade sangunea -

    leucemia, macroglobulinmia, mieloma mltiplo).

    - ANEMIA (SOBRETUDO NA PLPEBRA INFERIOR).

    - Fragmentao coluna sangunea.

    - Irregularidades calibre de vasos (telangiectasias, varicosidades, aneurismas -

    manifestao de infl. ocular, traumatismos, arteriosclerose, HTA, diabetes.

    - Equimose ( traumatismos cranianos, alt. vasculares conjuntivais, doenas hemo-

    vasculares, conjuntivites agudas, infeco generalizada aguda ).

    HEMORRAGIA CONJUNTIVA

    - Hemoflicos

    - Histricos

    - Telangiectasia hered. Rendu-Osler

    2. SINAIS CLNICOS DA CONJUNTIVA

    A conjuntiva uma membrana mucosa transparente e fina, que reveste a superfcie

    interna das plpebras (conjuntiva palpebral) aderindo firmemente ao tarso at atingir

    os fundo-saco conjuntivais, onde se reflecte (superior e inferior), revestindo depois a

    superfcie escleral anterior (conjuntiva bulbar).

    Adere cpsula Tenon, onde se funde com ela, ao nvel da insero esclero-

    corneana.

    Permite um movimento independente das plpebras e do globo ocular

    A sua funo servir de barreira de defesa defensiva face infeco, devido

    abundncia de estruturas linfticas e presena de lisozima (substncia bactericida).

    O globo ocular serve de primeira barreira fsica invaso de agentes patognicos,

    devido s foras de adeso intercelular e sua capacidade de cicatrizao por

    agresses externas. Tem uma flora saprfita bacteriana (que inibe o alojamento de

    bactrias potencialmente patognicas).

  • Oftalmologia Geral

    A substncia prpria da conjuntiva,

    formada por tecido conjuntivo laxo,

    ricamente vascularizada por ramos das

    artrias ciliares anteriores e palpebrais.

    Apresenta uma grande densidade de

    vasos linfticos, os quais permitem o

    fcil acesso de clulas para o tecido

    inflamado.

    Hipermia conjuntival.

    Os vasos linfticos da conjuntiva palpebral interna drenam para os gnglios

    submandibulares, enquanto que os ramos linfticos da conjuntiva palpebral externa

    drenam para os gnglios pr-auriculares ipsilaterais.

    O estroma mais superficial contm abundantes elementos de proteco, entre os

    quais, macrofagos, mastcitos e numerosos linfticos, que formam o tecido adenide

    associado mucosa (CALT).

    Entre as clulas estratificadas do epitlio, encontram-se numerosas clulas

    caliciformes (10% das clulas basais do epitlio da conjuntiva constituda por estas

    glndulas mucosas unicelulares). A sua funo produzir glicoprotenas ou mucina

    (forma a camada mais interna do filme lacrimal), em relao estreita com o glicoclix

    das clulas epiteliais (facilitando a distribuio uniforme e a manuteno da camada

    aquosa sobre a superfcie corneana).

    Basicamente, a diferena entre o epitlio conjuntival e o epitlio lmbico a ausncia

    de clulas caliciformes no limbo.

    No estroma da conjuntiva, localizam-se as glndulas lacrimais acessrias (Krause e

    Wolfring), responsveis pela secreo aquosa lacrimal basal.

    A conjuntiva tarsal ligeiramente mais grossa do que a conjuntiva bulbar.

    O fundo saco conjuntival inferior pode explorar-se facilmente, traccionando com

    facilidade a plpebra inferior para baixo.

    O fundo saco conjuntival inferior tem menos vasos sanguneos do que o fundo saco

    conjuntival superior, mas tem mais tecido linftico e mais glndulas produtoras muco.

    O fundo saco conjuntival no se pode ver directamente, sendo necessrio uma

    everso para se inspeccionar.

    Os vasos sanguneos da conjuntiva tarsal superior derivam das aracadas palpebrais.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    5

    O limbo esclerocorneano a zona de transio entre o epitlio conjuntival e o epitlio

    corneano.

    A) HIPERMIA CONJUNTIVAL

    o sinal mais frequente e caracterstico da inflamao da superfcie ocular, mas a sua

    intensidade varivel consoante as diversas formas clnicas.

    Resulta da dilatao dos vasos da superfcie ocular, conjuntivais e episclerais.

    Pode dever-se a uma inflamao aguda ou crnica ou em resposta a factores irritantes

    crnicos.

    Segundo a vasodilatao afecte o sistema vascular predominante (vasos conjuntivais

    posteriores e ciliares superiores) assim ter a denominao de hipermia conjuntival

    ou hipermia ciliar.11

    Na conjuntivite aguda, a hipermia conjuntival difusa, especialmente no fundo saco

    conjuntival.

    Na conjuntivite crnica, a inflamao afecta principalmente a conjuntiva tarsal.

    Hipermia Conjuntival

    O aumento do nmero, do dimetro e a

    tortuosidade dos vasos conjuntivais

    superficiais produz o caracterstico

    aspecto de cor vermelho brilhante.

    Frequentemente associa-se a um

    aumento da permeabilidade vascular,

    ocasionando edema localizado ou

    difuso, infiltrao ou hemorragia

    subconjuntival.

    A hemorragia subconjuntival uma forma de olho vermelho que no secundria a

    uma dilatao vascular. formada por uma coleco de sangue subconjuntival,

    secundria a uma ruptura de um vaso conjuntival. No requer tratamento e reabsorve-

    se espontaneamente em semanas, sem deixar sequelas oftalmolgicas. Geralmente

    secundria a uma manobra de valsalva, e sobretudo na presena do uso de um

    antiagregante plaquetrio, e tambm se associada hipertenso arterial.

    A hipermia dos vasos conjuntivais pode ser:

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    6

    ACTIVA A dilatao dos vasos sanguneos ocorre por mecanismos inflamatrios

    (agudos ou crnicos). A colorao vermelho brilhante. Pode ocorrer por:

    Irritao directa (corpos estranhos)

    Irritao reflexa (defeitos de refraco ptica, irritao nasofarngea)

    Doenas metablicas (gota)

    Doenas dermatolgicas (acne roscea)

    Infeces locais (conjuntivite)

    Infeces sistmicas (leptospirose icterohemorragica)

    Alergias

    PASSIVA Ocorre por obstruo venosa ou por aumento da viscosidade sangunea.

    Os vasos apresentam-se dilatados e tortuosos.

    A colorao vermelho escuro ou cor violcea, porque tem sangue venoso no seu

    interior, com uma baixa tenso de 02.

    Surge em tumores rbita, tromboflebites, fstulas cartido-cavernosas, policitmia.

    H 3 formas de hipermia conjuntival:

    a) HIPERMIA CONJUNTIVAL SUPERFICIAL

    Representa a dilatao dos vasos da superfcie da conjuntiva. Afecta

    difusamente toda a conjuntiva bulbar, manifestando uma menor intensidade na

    regio perilimbica. So fceis de mobilizar.

    A colorao vermelho escarlate ou

    vermelho tijolo.

    Hipermia Conjuntival Superficial

    b) HIPERMIA CILIAR

    produzida pela dilatao dos vasos conjuntivais mais profundos e episclerais

    No se mobilizam ao tentarmos desloc-la com a plpebra.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    7

    Provoca uma cor vermelha escura, ou violcea, sobretudo perilimbica, radiaria

    em toda a crnea. Corresponde vasodilatao dos vasos ciliares anteriores.

    A dilatao dos vasos que rodeiam a crnea, maiores e mais profundos, indica

    um processo inflamatrio mais profundo como a episclerite, a esclerite, uveites

    ou infeco crnea.

    A hipermia ciliar no diminui

    nem desaparece aps a

    instilao tpica de

    vasoconstritores.

    Hipermia Ciliar

    c) HIPERMIA MISTA

    a dilatao conjunta dos vasos superficiais e profundos.

    Hipermia Conjuntival Mista

    B) EDEMA TECIDUAL

    Corresponde a uma transudao lquida dos vasos de soro ou exsudado atravs da

    parede dos vasos sanguneos para os tecidos circundantes, levando a um aumento de

    volume.

    Traduz-se em toda a conjuntiva bulbar, pois o tecido subconjuntival laxo.

    uma tumefaco translcida da conjuntiva bulbar. Ocasionalmente, se o edema de

    grande magnitude pode levar a uma protuso da conjuntiva bulbar atravs da fenda

    palpebral, impedindo a ocluso palpebral completa e podendo originar dessecao por

    exposio e leso tecidual.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    8

    Pode associar-se a: qualquer inflamao, infeces, alergias (libertao de

    mediadores qumicos capazes de alterar a permeabilidade vascular) e as doenas

    inflamatrias da rbita, onde h comprometimento da drenagem venosa ou linftica.

    Pode igualmente ocorrer em doenas sistmicas, acompanhadas por reteno hdrica.

    EDEMA CONJUNTIVA (QUEMOSE)

    O edema da conjuntiva manifesta-se como uma bolha, mais ou menos transparente,

    segundo o grau de hipermia presente.

    Edema Conjuntival (Quemose)

    ) SECREO CONJUNTIVAL

    Representa a chegada de clulas de defesa regio do foco inflamatrio.

    produzida a partir da exsudao filtrada atravs do epitlio, ao qual se juntam os

    restos epiteliais, lgrimas, muco, fibrina, clulas polinucleares e, nalguns casos, soro e

    outros componentes sanguneos, bem como a secreo de algumas glndulas

    conjuntivais.

    As caractersticas da secreo colocam

    a pista sobre a etiologia da conjuntiva.

    A natureza e a quantidade de secreo

    conjuntival, devem ser verificados

    mediante o exame biomicroscopico

    lmpada de fenda.

    Secreo conjuntival no canto interno.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    9

    A secreo purulenta espessa, branco amarelada e com pus.

    A secreo serosa transparente.

    A secreo mucosa caracteriza-se por cordes esbranquiados no fundo saco

    conjuntival e no bordo palpebral.

    A existncia de grande quantidade de fibrina, confere secreo uma caracterstica

    particular, com formao de pseudomembranas, as quais tm a particularidade de ser

    fceis de descolar.

    A anlise citopatolgica pode determinar a natureza exacta da secreo.

    1. SECREO PURULENTA

    uma secreo abundante, amarelada ou esverdeada, que cola as pestanas,

    sobretudo ao despertar.

    caracterstica da conjuntivite bacteriana ou por clamideas. Mas pode ocorrer

    tambm em casos de inflamao e necrose conjuntival intensa, como na

    queratoconjuntivite epidmica grave ou no penfigide cicatricial ocular agudo.

    A hipermia muito intensa com clulas inflamatrias, pode produzir uma secreo

    mucopurulenta.

    A secreo pode provocar irritao,

    sensao corpo estranho e viso

    desfocada.

    No caso da conjuntivite bacteriana

    hiperaguda, provocada pela Neissria

    Gonorreia, a secreo esverdeada

    to abundante que d a impresso de

    ser um abcesso que se drena.

    Secreo conjuntival mucopurolenta.

    2. SECREO MUCOSA

    Representa o excesso de actividade das glndulas caliciformes conjuntivais perante

    uma irritao crnica.

    uma secreo conjuntival, de colorao esbranquiada, habitualmente pouco

    abundante e com caractersticas filamentares.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    10

    tpica das conjuntivites alrgicas.

    Secreo conjuntival mucosa. Filamento mucoso.

    3. SECREO AQUOSA

    Caracteriza-se por um aumento da secreo lacrimal reflexa.

    tpica das conjuntivites virais,

    irritativas ou alrgicas. H uma

    abundante secreo serosa,

    igualmente provocando uma

    aglutinao das pestanas e das

    plpebras, ao acordar.

    Secreo sero-aquosa.

    D) LINFADENOPATIA PR-AURICULAR

    A adenopatia pr-auricular representa a regio de drenagem da conjuntiva.

    Ocorre nas infeces vricas, por clamdeas e gonoccicas graves.

    E) HEMORRAGIA

    Sinnimo de petquias e hemorragia subconjuntival.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    11

    Surgem, quase sempre espontaneamente, sob a colorao vermelho brilhante,

    estendendo-se at regio do limbo esclerocorneano. Pode associar-se a uma

    inflamao conjuntival aguda, com a hiperemia consequente.

    Pode haver hemorragias conjuntivais petequiais, na endocardite bacteriana subaguda.

    A hemorragia subconjuntival isolada quase sempre espontnea e no se associa a

    patologia sistmica. Os doentes acordam com a hemorragia ocular, sem dor, sem

    irritao, nem perda viso.

    Raramente, a hemorragia

    subconjuntival se deve a HTA mal

    controlada, a anemia, alterao da

    coagulao sangunea, coagulao

    intravascular disseminada,

    disproteinmias e discrasias

    sanguneas.

    Hemorragia subconjuntival.

    Na reabsoro da hemorragia ocorre

    uma modificao da colorao, de

    vermelho brilhante a castanho e

    posteriormente a amarelo,

    desaparecendo em 7-12 dias.

    As hemorragias subconjuntivais podem

    repetir-se sobretudo em doentes com

    factores de risco sistmicos.

    Hemorragia subconjuntival.

    Tipicamente desaparecem sem sequelas.

    A evidncia duma hemorragia subconjuntivalextensa, sem limites posteriores, na

    sequncia dum traumatismo craniano, dever colocar a hiptese duma fractura do

    andar anterior e mdio craniano.

    PATOGENIA - A maioria deve-se a um aumento da presso venosa, como acontece

    no acto de tossir ou espirrar (manobra de valsalva). Raramente, se produzem por

    discrasias sanguneas, anomalias vasculares ou traumatismos directos.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    12

    3. REACO CONJUNTIVAL INTERMDIA A CRNICA A DOENAS E LESES

    a) FOLICULOS

    Tambm chamados folculos linfoides.

    Os estmulos inflamatrios, quando so persistentes e crnicos, levam inevitavelmente

    ao aparecimento de uma hiperplasia epitelial e um infiltrado linfocitico subepitelial,

    chamado folculo.

    Apresentam-se como formaes

    elevadas, rosadas ou cinzentas

    plidas, translcidas, grandes,

    redondas, por baixo do epitlio

    conjuntival.

    Foliculos na conjuntiva tarsal superior.

    So estruturas avasculares, arredondadas e elevadas. Medem 0.5 -2 mm dimetro. Na

    infeco por clamidea so maiores.12

    Os folculos desenvolvem-se no bordo do tarso e no fundo saco conjuntival, em

    resposta a alergenos, txicos e infeces vricas.

    A poro central dos folculos avascular, contrariamente s papilas, as quais

    apresentam vasos sanguneos a dirigir-se para a convexidade.

    Representam basicamente uma reaco linfocitica.

    Histologicamente, uma hiperplasia do tecido linfide no estroma da conjuntiva, sem

    uma organizao evidente. constituda por grandes linfcitos mononucleares.

    O prognstico dos folculos depender da sua causa especfica. So uma reaco

    tecidual inespecfica a uma irritao e desaparecem sem deixar sequelas.

    CONJUNTIVITE FOLICULAR AGUDA - infeces virais e conjuntivite de incluso, por

    clamdeas.

    CONJUNTIVITE FOLICULAR CRNICA - Clamidea trachomatis, moraxella, molusco

    contagiosum e D. Lyme.

    CONJUNTIVITE TXICA - por exposio crnica a medicamentos tpicos, como

    antivirais, antihipertensivos oculares, ciclopegicos.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    13

    Nalguns casos, paralelamente ao aparecimento dos folculos, ocorrem fenmenos

    importantes e variveis de fibrose, com consequente esclerose restritiva e sequelas

    cicatriciais (tracoma).

    b) PAPILAS

    Aparece na conjuntiva bulbar, durante a fase inflamatria aguda.

    So hiperplasias teciduais, numa estrutura que j existe na conjuntiva normal.

    Surgem como formaes carnosas, vascularizadas no centro, comprimidas umas

    contra as outras, tipo favo de mel, separadas umas das outras por linhas brancas

    fibrosas. O seu tamanho varivel (em mdia 0.1-0.2 mm).

    Cada papila tem uma arterola central dilatada.

    A resposta papilar um sinal inespecfico de inflamao conjuntival. E desaparecem

    quando se resolve a inflamao conjuntival.

    A conjuntivite papilar crnica, pode dever-se a: 13

    Infeco lacrimal

    Anomalia palpebral

    Corpo estranho

    Reaco txica

    Agresso mecnica

    Cicatrizes da conjuntiva bulbar

    Suturas no globo ocular

    Lentes de contacto hidrfilas

    O prognstico depender da causa subjacente.

    Quando so de tamanho mdio, assumem uma forma tipo empedrado ou mosaico.

    As papilas gigantes aparecem como vegetaes papilomatosas e desenvolvem-se por

    uma ruptura da matriz fibrosa fina, da substncia prpria. So maiores do que 1 mm

    dimetro, localizando-se habitualmente na conjuntiva tarsal superior. Surgem

    normalmente em: 14

    Conjuntivite alrgica

    Conjuntivite primaveril

    Queratoconjuntivite atpica.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    14

    As papilas surgem quando a inflamao aguda ocasiona uma dilatao e um aumento

    da permeabilidade do vaso sanguneo central, tal como o extravasamento de lquido e

    protenas para o tecido circundante.

    A conjuntivite papilar aguda quase sempre se deve a infeces bacterianas (N.

    gonorreia e N.meningitidis).

    A conjuntivite papilar crnica unilateral pode dever-se a neoplasia intraepitelial,

    carcinoma clulas sebceas, dacricistite, canaliculite crnica, corpo estranho

    conjuntival.14

    c) FLICTNULA

    Consiste numa vescula, pequena, ou um ndulo ulcerado, no tecido subepitelial,

    adjacente ao limbo esclerocorneano. Recurrentes.15

    Ao redor, ocorre uma congesto vascular.

    Desaparecem espontaneamente sem deixar cicatrizes. Correspondem a uma reaco

    de hipersensibilidade retardada s protenas do bacilo de Koch, estafilococos,

    cndidas ou clamdeas.12

    d) PSEUDOMEMBRANAS

    Ocorrem nas conjuntivites agudas ou hiperagudas.

    Caracteriza-se pela formao dum tecido brilhante, esbranquiado, revestindo a

    conjuntiva.

    HISTOLOGIA Acumulao de clulas inflamatrias, muco fibrinoso, formando um

    cogulo sobre a superfcie da conjuntiva.

    No produz hemorragia quando se retira.

    e) MEMBRANAS

    Tpico da conjuntivite diftrica. Ocorre tambm no E. pneumoniae e E. aureus.

    HISTOLOGIA Necrose de clulas epiteliais conjuntivais, provocada por uma

    aderncia firme fibrovascular entre o cogulo e o estroma da conjuntiva.

    Provoca hemorragia quando se retira.

    f) SIMBLFARO

    Cicatrizao e consequente aderncia entre a conjuntiva bulbar e a conjuntiva tarsal,

    resultado da inflamao aguda ou crnica do estroma da conjuntiva.12

    Provoca uma diminuio da secreo mucosa e aquosa das glndulas lacrimais.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    15

    ETIOLOGIA traumatismos, queimaduras qumicas, tracoma, eritema multiforme,

    penfigide ccatricial ocular.

    4. DOENAS DA CONJUNTIVA

    A) PINGUCULA

    A pingucula uma degenerescncia elstica da conjuntiva, frequente, elevada,

    banco-amarelada, amorfa, adjacente mais comumente vertente nasal do limbo, na

    zona interpalpebral da conjuntiva bulbar.

    Geralmente bilateral e assintomtica.

    Pode ocorrer simultaneamente no lado nasal e temporal.

    Etiopatogenia - Ocorre isoladamente ou associada com exposio crnica luz

    ultravioleta ou microtraumas.

    A pingucula pode inflamar-se, acompanhando-se duma hipermia localizada

    (pinguculite).

    Pingucula inflamada. Pingucula inflamada.

    A pingueculite uma forma especfica de episclerite localizada leso epibulbar.

    Os sintomas so:

    Vermelhido localizada

    Irritao ocular

    Secura ocular

    Sensao corpo estranho

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    16

    Histolgicamente, as pinguculas caracterizam-se por hializao do tecido conjuntivo

    subepitelial.

    PATOGENIA: Desconhecida. A prevalncia aumenta com a idade. Evidente a

    exposio crnica radiao ultravioleta e aos microtraumatismos.

    Originam-se a partir dos fibroblastos activados actnicamente, pela sua proliferao e

    porque segregam grande quantidade de enzimas que degradam a matriz conjuntival.

    B) PTERIGIUM

    uma proliferao conjuntival subepitelial, triangular ou trapezoidal, fibrovascular,

    carnosa, que passa o limbo esclero-corneano, invadindo a crnea, no meridiano

    horizontal da fenda interpalpebral.

    Localiza-se predominantemente na conjuntiva bulbar nasal.

    Uni ou bilateral.

    Pterigium inflamado. Pterigium inflamado.

    Pode ficar quiescente ou crescer em qualquer altura.

    Clnica ardor, irritao, sensao corpo estranho, astigmatismo e diminuio da

    acuidade visual.

    Pode provocar diplopia horizontal.

    Prevalncia de at 22,5% nas regies equatoriais, enquanto que no paralelo 40, a

    prevalncia de 2%.19

    Pode ser duplo (nasal e temporal).

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    17

    PATOGNES:

    TEORIAS ANTIGAS

    Teoria inflamatria

    Teoria tumoral

    Teoria pinguecular

    Teoria trfica

    TEORIA MODERNA (coexistncia de 2 tipos de factores )

    Factores intrnsecos - Predisposio hereditria

    - Hiposecreo e alt. qualitativa lacrimal

    - Estado carencial

    Factores extrnsecos - Radiaes actnicas

    - Microtraumatismos pelas poeiras

    - Infeces microbianas ou virais

    FORMAO DE PTERIGIUM

    ETAPA CONJUNTIVAL (hipermia e dilatao vasos conjuntivais)

    - se as agresses extrnsecas continuarem .

    ETAPA CORNEANA (junto ao debrum justa-lmbico, cria-se uma descontinuidade do

    filme lacrimal precorneano).

    PREDISPOSIO NASAL

    - blefarosespasmo, predomina na poro temporal

    - no pestanejo, a plpebra inferior projectada para dentro .

    Tipos clnicos20

    I - < 2 mm extenso

    II - 2-4 mm extenso

    III - Estende-se a mais de 4 mm na

    crnea, afectando a zona ptica e

    provocando diminuio da acuidade

    visual.

    Pterigium inflamado.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    18

    TIPOS EVOLUTIVOS

    PTERIGIUM ESTACIONRIO (pouco saliente, corpo delgado e atrfico).

    PTERIGIUM PROGRESSIVO (corpo do pterigium charnoso, com numerosos

    vasos activos).

    PTERIGIUM MALIGNO - Extenso rpida para o centro da crnea.

    ANATOMIA PATOLGICA

    HERVOUET - explica a evoluo do pterigium pela formao de ilhus fuchs adiante

    da cabea do pterigium.

    ILHUS FUCHS - so as formaes ovalares de tecido conj. adiante da zona de

    progresso .

    MORFOLOGIA

    CABEA - (arredondada e aderente).

    COLO

    CORPO - (representa a base do pterigium) - mvel e no adere aos planos

    profundos.

    TRATAMENTO

    -PROFILCTICO (proteco raios UV e microtraumatismos).

    - MDICO (anti-spticos e corticides locais).

    - AGENTES FSICOS (radioterapia, betaterapia, crioterapia e fotocoagulao).

    - CIRURGIA

    DIFERENTES TCNICAS CIRRGICAS

    1- DESVIOS

    2- EXCISES

    3- TRANSPLANTES

    TCNICA DESVIOS

    MAC REYNOLDS - enfia a cabea do pterigium num tnel s 6 horas.

    KNAPP - separa o pterigium em 2.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    19

    TCNICAS EXCISO

    - Exciso com exposio da esclera, com ou sem cauterizao qumica ou trmica da

    esclera (KAMEL, KIM, SUGAR).

    - Exciso com translao de fragmentos da conj. (HERVOUET - viso restabelecer a

    circulao fisiolgica normal).

    TCNICA TRANSPLANTES

    CONJUNTIVAL - dermo-epidrmica, mucosa bucal, conj. olho adelfo e conj. do mesmo

    olho .

    QUERATOPLASTIAS- lamelar, lamelar associada a transplantes conj. e lamelar

    combinada.

    MEMBRANA AMNITICA

    ANTIMITTICOS

    THIOPECA E MITOMYCINA

    CRITRIOS EVOLUO

    ZONA PROGRESSIVA FUCHS (banda infiltrao corneana esbranquiada).

    ILHOTAS FUCHS (ilhotas aberrantes, profundas, sub-epiteliais que precedem a zona

    de progresso).

    O pseudopterigium causado pela aderncia, unicamente pelo vrtice, duma prega da

    conjuntiva bulbar a uma zona de adelgaamento corneano ou ps lcera crnea

    perifrica (o pterigium verdadeiro adere completamente s estruturas subjacentes).

    Usualmente ocorre aps uma inflamao ou um trauma, podendo ocorrer em qualquer

    meridiano.

    C) CONJUNTIVITES

    Conjuntivite uma inflamao da mucosa conjuntival, provocada por agresso

    qumica, bactrias, vrus ou reaco medicamentosa. O termo inclui um enorme

    polimorfismo clnico e etiolgico. Isto acontece porque a correlao entre o quadro

    clnico e a etiologia muito varivel para cada caso individual, e porque, em muitos

    casos, a etiologia difcil de precisar.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    20

    A camada subconjuntival superficial contm clulas linfides em quantidades variveis

    (esto ausentes nas crianas at aos 3 meses de idade).

    A variabilidade clnica pode ser classificada segundo vrios critrios:

    Aguda, subaguda e crnica (segundo a forma de incio e a sua evoluo no

    tempo).

    Conj serosas, mucosas, purulentas e pseudomembranosas (de acordo com a

    secreo produzida).

    Conj foliculares, papilares, flictenulares, papilar gigante (segundo as alteraes

    estruturais da prpria mucosa, ou seja, pela reaco tecidual, que se produza).

    Conj alrgicas, bacterianas, vricas, inespecificas (classificao segundo o

    agente microbiano causal).

    Blefaroconjuntivite, queratoconjuntivite (segundo afectem ao mesmo tempo, as

    estruturas oculares da vizinhana).

    O quadro clnico que traduz a reaco da conjuntiva a um agente externo diferente

    segundo a gravidade e a patogenicidade do agente infeccioso, a resposta imunolgica

    e a tolerncia do hospedeiro.

    FISIOPATOLOGIA GERAL

    O agente causal provoca vasodilatao dos vasos sanguneos (hipermia) e dano

    endotelial (aumento da permeabilidade vascular).

    Com consequente:

    1) Extravasamento de fluidos e clulas para o espao extravascular (edema).

    2) A libertao de mediadores e catabolitos da inflamao estimulam as

    terminaes sensoriaisdas fibras nervosas, dando a sintomatologia tipo

    conjuntivite (hipersecreo).

    Por sua vez, a irritao vai levar a que as glndulas conjuntivais aumentem a sua

    actividade, quer das glndulas lacrimais, quer das globet cells, produtoras de muco

    (segundo predominam um ou outro mecanismo, variam as caractersticas da secreo

    conjuntival:

    Aquosa (lgrimas)

    Serosa (exsudao)

    Mucosa (mucina)

    Mucopurulenta (inf bacteriana aguda e por Clamydea)

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    21

    Purulenta (inf. gonococos)

    A evoluo prolongada da inflamao leva a que a resposta tecidual origine alteraes

    morfolgicas especficas, cujo aspecto pode ajudar a estabelecer o diagnstico:

    Papilas

    Folculos

    Flictnula

    Granulomas

    Pseudomembranas

    Membranas

    Todas as manifestaes clnicas tm em comum o desenvolvimento e a libertao de

    mediadores celulares e humorais, em resposta a diversas agresses.

    A resposta inflamatria da conjuntiva pois uma reaco inespecfica s agresses da

    conjuntiva (infecciosa, txica, por produtos qumicos ou fsica).

    A inflamao da conjuntiva a inflamao da camada mucosa.

    QUADRO CLNICO

    SINTOMAS:

    Os primeiros sintomas so sensao corpo estranho, sensao de picadas, calor.

    Dor e fotofobia (quando existe afeco concomitante do epitlio corneano).

    Diminuio da acuidade visual (por lacrimejo e acumulao de secrees conjuntivais).

    SINAIS

    Hipermia (constante)

    Edema

    Hipersecreo

    Alterao morfolgica tecidual

    CONJUNTIVITES AGUDAS

    CLASSIFICAO

    1. INFECCIOSAS

    Virais

    Bacterianas

    Protozorios

    Fngicas

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    22

    2. NO INFECCIOSAS

    a) ALRGICAS

    Sazonal e perene

    Atpica

    Vernal

    Por Ag bacterianos

    Conj papilar gigante

    b) MECNICAS

    Entropion

    Ectropion

    Triquase

    Corpos estranhos

    Lentes contacto

    c) QUIMICAS

    d) RADIAO

    A conjuntivite pode levar cegueira, por atingimento da crnea.

    CLASSIFICAO:

    1) INFECCIOSAS

    A defesa primria contra a infeco a camada epitelial, que reveste a conjuntiva.

    Uma ruptura desta barreira origina a infeco.

    As conjuntivites vricas ou bacterianas podem subclassificar-se em ligeiras ou graves,

    em funo de dois factores: a virulncia do agente infeccioso e a imunidade do

    hospedeiro.

    As conjuntivites a fungos so raras, mas graves e de evoluo trpida, afectando

    frequentemente a crnea.

    A conjuntivite a parasitas produz conjuntivites com caractersticas similares s

    fngicas, no que se refere ao diagnstico, gravidade e ao prognstico.

    A) CONJUNTIVITES BACTERIANAS

    A conjuntivite bacteriana um processo inflamatrio da conjuntiva bulbar ou

    tarsal, causada por um agente bacteriano. Uni ou bilateral.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    23

    CONJUNTIVITE BACTERIANA LIGEIRA (AGUDA)

    Entidade frequente. Autolimitada. Benigna. Ocasionalmente grave.

    As principais causas so: S.aureus, S. pneumoniae, Hemofilus influenza e

    Moraxella.

    Podem ter um incio sbito. Uni ou bilateral.

    Causadas por contacto directo com secrees conjuntivais infectadas. Aparece

    frequentemente em epidemias.

    Edema palpebral presente, mas apenas ligeiro.

    Secreo aquosa tpica, inicialmente, que em poucas horas evolui para secreo

    mucopurulenta moderada.

    Sem adenopatia preauricular

    Hipermia conjuntival difusa e ligeira. Reaco papilar intensa na conjuntiva tarsal

    Sem alteraes corneanas ou eroses epiteliais corneanas punctiformes

    superficiais.

    Sem manifestaes sistmicas.

    Os sintomas podem desaparecer em 7-14 dias, inclusive sem tratamento.

    Sem sequelas permanentes.

    CONJUNTIVITES BACTERIANAS GRAVES (HIPERAGUDA OU PURULENTA)

    As causas so: S. aureus, S. pneumoniae, N.gonorreia, N. meningitidis e

    Hemofilus influenza.

    Incio agudo. uma infeco grave da conjuntiva, que se pode complicar de

    lceras corneana e perfurao.

    Uni ou bilateral.

    Edema e tumefaco palpebral intensa.

    Secreo purulenta, amarelo-esverdeada, espessa, abundante.

    Quemose. Olho vermelho doloroso.

    Hipermia conjuntival bulbar intensa.

    Adenopatia prauricular proeminente.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    24

    Formao de membranas.

    O perodo de incubao varia entre poucos dias e 3 dias.

    A conjuntivite purulenta hiperaguda uma doena de rpida evoluo (a causa

    mais frequente a N. Gonorreia).14

    A N.meningitidis pode causar uma conjuntivite hiperaguda associada com

    infeco respiratria alta.

    A evoluo da inflamao fulminante (A queratite por N. gonorreia evolui para

    perfurao corneana, na ausncia de tratamento).

    A N.meningitidis pode provocar meningococmia, meningite e morte.

    O H.influenza pode acompanhar-se de febre, celulite pr-septal e orbitaria.

    CONJUNTIVITES BACTERIANAS CRNICAS

    Definida como uma conjuntivite de durao superior a 3 semanas.

    Hipermia conjuntival difusa, mais importante no fundo saco conjuntival.

    Secreo aquosa ou mucosa mnima, caracteristicamente seca pela manh.

    ETIOLOGIA E. aureus e Moraxella os mais comuns.

    TRACOMA

    Infeco crnica da superfcie ocular, causada por uma Clamidea Trachomatis,

    serotipos A-C.

    uma das causas principais de cegueira. Bilateral.

    Queratoconjuntivite folicular crnica no tarso superior. Cicatrizes conjuntivais.

    Opacidades corneanas.

    Evoluo lenta. Mltiplas reinfeces originam uma cicatrizao da crnea, conjuntiva

    e plpebras.

    Transmisso relacionada com m higiene (mos, gua, moscas).

    O diagnstico de tracoma essencialmente clnico.

    Os 5 sinais clnicos para a classificao do tracoma so: folculos, hiperplasia papilar,

    cicatriz conjuntival, triquase e opacidades corneanas.21

    Mac Callan22 classifica 4 estadios:

    - Estdio 1 hiperplasia linfide

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    25

    - Estdio 2 folculos+ hipertrofia papilar

    - Estdio 3 tracoma cicatricial atrofia dos folculos (fossetas de Herbert)

    - Estdio 4 cicatriz conjuntival simblfaro, triquase e queratite seca

    CONJUNTIVITE POR INCLUSO DO ADULTO

    Conjuntivite folicular crnica, bilateral.

    Resulta duma infeco pela Clamdea Trachomatis, serotipos D-K.

    Transmisso por mos contaminadas com secrees uretrais e vaginais. Tambm

    ocorre em piscinas com pouco cloro.

    Secreo mucopurulenta, hipermia intensa, queratite epitelial, edema lmbico

    .Hipertrofia papilar e folicular. Pannus limbar superior. Opacidades subepiteliais.

    Adenopatia pr-auricular.

    B) CONJUNTIVITES VIRAIS

    CONJUNTIVITE POR ADENOVRUS

    Comuns. O diagnstico habitualmente clnico.

    Clnica - lacrimejo unilateral, olho vermelho, sensao corpo estranho e fotofobia. O

    olho adelfo afectado 1- 2 dias depois, sendo significativamente menos afectado.

    A infeco caracterizada comumente por uma reaco conjuntival folicular aguda e

    uma adenopatia prauricular.

    Conjuntivite viral bilateral.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    26

    CLNICA: 14

    CONJUNTIVITE FOLICULAR AGUDA

    a forma mais ligeira de infeco ocular a adenovrus.

    Incio agudo

    Unilateral inicialmente

    Hipermia conjuntival, queratite, hemorragia subconjuntival, quemose ligeira

    Autolimitada

    A transmisso do vrus altamente contagiosa.

    Adenopatia pr-auricular

    Conjuntivite viral.

    FEBRE FARINGO-CONJUNTIVAL

    Febre, cefaleias, conjuntivite folicular no purulenta e faringite.

    Transmite-se por secrees em pessoas com infeces das vias respiratrias superiores.

    Hipertrofia folicular proeminente, com edema do fundo de saco conjuntival inferior. Quemose ligeira. Secreo aquosa.

    Adenopatia prauricularem 90% dos casos.

    Queratite em 30% (raramente grave).

    Uni ou bilateral.

    QUERATOCONJUNTIVITE EPIDMICA

    Serotipos 8, 19, 37

    Faringite e rinite

    a forma mais grave de conjuntivite a adenovrus.

    Transmisso por dedos contaminados e contacto com lgrimas.

    Secreo serosa uni ou bilateral

    O envolvimento corneano varivel : queratite epitelial ponteada difusa que pode evoluir para queratite subepitelial (Ocorrem em 50 - 80% dos casos. Podem deixar sequelas).

    Hemorragias subconjuntivais e edema palpebral.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    27

    Adenopatia prauricular.

    Frequente a formao de membranas (1/3 dos casos) e pseudomembranas.

    Pseudomembrana. Extrao da pseudomembrana.

    Secreo conjuntival sero-aquosa. Secreo conjuntival sero-aquosa.

    EVOLUO - Perodo de incubao de 8 dias, com um perodo de contgio durante

    14 dias.

    ESTADIOS TARDIOS - Infiltrados subepiteliais.

    COMPLICAES

    Macroulcerao epitelial.

    Formao membranas ou pseudomembranas.

    Secura ocular.

    Opacidades subepitelais, que desaparecem gradualmente durante meses e anos (diminuem a acuidade visual em 25% dos casos).

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    28

    A via habitual de transmisso por

    contacto pessoa a pessoa, ou por

    instrumentos oftlmicos contaminados.

    Secreo conjuntival sero-aquosa abundante.

    CONJUNTIVITE POR HERPES SIMPLES

    Pode ser uma primoinfeco ou uma infeco recidivante. Edema com vesculas

    herpticas no bordo palpebral ou queratite epitelial (ocorre em 1/3 dos casos).

    Unilateral em 80% dos casos.

    Herpes simples no canto externo.

    Pode associar-se a faringite ou rinite.

    Adenopatia pr-auricular.

    Secreo conjuntival serosa. Conjuntivite folicular e papilar, hemorragia subconjuntival.

    Envolvimento corneano queratite epitelial ponteada, infiltrados marginais e lcera

    dendrtica.

    Autolimitada. Desaparece em 2-3 semanas.

    A luz ultravioleta pode desencadear os sintomas.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    29

    CONJUNTIVITE HEMORRGICA AGUDA EPIDMICA

    Quemose, hipermia conjuntival, fotofobia, lacrimejo, sensao corpo estranho e

    conjuntivite folicular.

    Hemorragias subconjuntivais, sobretudo na conjuntiva tarsal superior, que podem ser

    difusas.

    Edema palpebral.

    Adenopatia pr-auricular.

    Incio unilateral.

    Perodo de incubao curto (18-30 horas).

    Autolimitada. Evoluo espontnea em 3-5 dias, sem sequelas.

    A evoluo muito rpida e a curta durao fazem o diagnstico diferencial com a

    conjuntivite adenovrica.

    VRUS EPSTEIN-BARR (Mononucleose infecciosa)

    Febre, faringite, poliartrite, miosite e linfadenopatia generalizada.

    Conjuntivite folicular ou membranosa.

    Autolimitada. Raras vezes provoca cicatrizao conjuntival.

    MOLUSCUM CONTAGIOSO

    Provoca uma conjuntivite folicular difusa.

    1 ) NO INFECCIOSAS

    CONJUNTIVITES TXICAS

    CONJUNTIVITES ALRGICAS

    CONJUNTIVITES TXICAS

    Tambm chamada conjuntivite irritativa.

    Provocada por agentes qumicos diludos, slidos ou gasosos. Outros pilocarpina,

    neomicina e conservantes (EDTA, mertiolato).

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    30

    As substncias com PH baixo ou alto, provocam a destruio das clulas epiteliais

    superficiais da conjuntiva e da crnea.

    Conjuntivite folicular.

    No afecta a pele das plpebras.

    CONJUNTIVITES ALRGICAS

    So importantes pela sua frequncia, cronicidade e clnica.

    So provocadas por um mecanismo de hipersensibilidade mediado pelo Ig E.

    Entidade mltipla, com um diagnstico difcil.

    CLASSIFICAO

    CONJ. ALRGICA SAZONAL E PERENE

    QUERATOCONJUNTIVITE VERNAL

    QUERATOCONJUNTIVITE ATPICA

    QUERATOCONJUNTIVITE PAPILAR GIGANTE

    CONJUNTIVITE ALRGICA SAZONAL E PERENE

    Chamada conjuntivite alrgica ou conjuntivite sazonal e perene (variante, com

    sintomas menos graves).

    Conjuntivite alrgica bilateral.

    Queixas nasais e farngeas (associao com rinite crnica comum).

    O alergeno desencadeador habitual da conjuntivite sazonal o plen e o alergeno desencadeante da conjuntivite perene o caro.

    Quemose ligeira e moderada, hipermia rosada da conjuntiva, hipertrofia papilar ligeira e edema palpebral.

    Prurido ocular ligeiro e periocular, sensao queimadura e secreo conjuntival aquosa.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    31

    Episdios de exacerbao e remisses, com queixas de prurido durante todo o ano.

    Autolimitada.

    No h envolvimento corneano.

    Antecedentes de hipersensibilidade. Alergenos (p, acaros, penas aves).

    a forma mais frequente de doena alrgica ocular.23

    Conjuntivite alrgica. Conjuntivite alrgica.

    2 - QUERATOCONJUNTIVITE ATPICA

    Processo inflamatrio crnico grave.

    Rara. Bilateral. Simtrica.

    Doena hereditria.

    Incio entre a 2 e a 5 dcada de vida.

    Desenvolve-se habitualmente em jovens sexo masculino, associada a dermatite atpica.

    Sintomatologia clnica frequente durante todo o ano, embora piorem no tempo frio.

    Alt superfcie ocular.

    Pode levar cegueira.

    Associao com eczema e asma.

    CLNICA

    O sintoma mais habitual o prurido, que pode ser intenso e persistente. Lacrimejo,

    secreo mucosa, olho vermelho, viso turva, fotofobia e dor.

    Dermatite eritemato-descamativa periocular.

    Blefarite

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    32

    Hipertrofia papilar mais proeminente na conjuntiva tarsal inferior.

    Outros sinais conjuntivais (fibrose subepitelial, encurtamento fundo-saco, simblfaro) e

    cicatrizao da carncula.

    O atingimento corneano comum.

    CRNEA - queratite epitelial punctiforme no tero inferior crnea.

    - Vascularizao superficial crnea

    - Queratopatia grave - neovascularizao, adelgaamento recidivante

    Evoluo sazonal

    ETIOLOGIA plen

    A queratoconjuntivite atpica tende a ser crnica. No remite. Os sintomas podem

    regredir com o avanar da idade. Morbilidade visual alta.

    O diagnstico clnico.

    3 - CONJUNTIVITE VERNAL

    Ou Conjuntivite Primaveril.

    Doena inflamatria conjuntival crnica, bilateral, comumente associada com uma

    histria familiar ou pessoal de doena atpica.

    Os episdios de crise so mais comuns em regies de clima quente.

    IDADE - antes dos 10 anos idade (mdia de idade aos 7 anos)

    EVOLUO - extingue-se com o tempo (durao de 4-10 anos). So frequentes as

    reagudizaes estacionais, normalmente na Primavera e Vero.

    CLNICA - Podem apresentar sintomas leves ou sintomas mais intensos.

    - Prurido - fotofobia - lacrimejo - secreo mucosa espessa, em cordes- sensao

    corpo estranho blefaroespasmo.

    FORMAS CLNICAS

    1) FORMA PALPEBRAL afecta sobretudo a conjuntiva tarsal superior. a forma

    mais frequente. Pode associar-se com a forma corneana.

    Macropapilas (> 1 mm) no tarso superior, com depsito de muco interpapilas.

    Com a cronicidade, a fibrose subepitelial toma a forma de linha de ARLTS (cicatriz

    branca paralela ao rebordo palpebral).

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    33

    2) FORMA LMBICA Papilas gelatinosas na conjuntiva, adjacente ao limbo.

    Caracteriza-se pela presena de manchas brancas nos seus vrtices.

    Manchas TRANTAS - So coleces focais de clulas epiteliais degeneradas.

    3) FORMA MISTA

    QUERATOPATIA Mais frequente na forma palpebral (eroses epiteliais

    punctiformes, macroeroses epiteliais, lceras crnea em escudo, pseudogerontoxon).

    HISTOLOGIA - Papilomatose, com invaginao profunda do epitlio conjuntival no

    crion sub-jacente.

    ETIOLOGIA - Controversa (indicados factores fsicos, como a luz e alt. endcrinas).

    LABORATRIO - aumento Ig. E lacrimal (e no a Ig. A).

    95% dos casos remite at ao final da adolescncia.

    Os doentes com queratoconjuntivite vernal tm uma incidncia aumentada de

    queratocone.

    4 - CONJUNTIVITE PAPILAR GIGANTE

    Patologia inflamatria, no infecciosa, que afecta a conjuntiva tarsal superior e se

    caracteriza por hipertrofia papilar maior do que 0.3 mm de dimetro e que resulta dum

    traumatismo mecnico da conjuntiva palpebral superior.

    Causada por corpos estranhos em superfcies oculares (complicao frequentemente

    associada com o uso de lentes de contacto, mas tambm com a existncia de outros

    estmulos mecncios, como suturas e ampolas filtrantes).

    PATOGENIA

    Traumatismos repetidos da conjuntiva tarsal.

    Material antignico cobrindo a lente contacto.

    CLNICA

    Os primeiros sintomas incluem : olho vermelho,, sensao de corpo estranho,

    presena duma maior quantidade de muco no canto nasal e prurido. Tambm

    lacrimejo e intolerncia ao uso de lentes de contacto.

    Papilas na plpebra superior (gigantes - maiores do que 1 mm dimetro).

    Micropannus e queratite ponteada so achados caractersticos (a queratopatia

    rara, devido a uma menor secreo de cotocinas txicas).

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    34

    ETIOPATOGENIA - O Ag em causa no corresponde ao material da lente, mas sim

    aos depsitos que se observam na face anterior da lente.

    Bom prognstico.

    CONJUNTIVITE POR ALERGIA MICROBIANA

    Papel da hipersensibilidade tipo IV.

    A bactria mais frequentemente encontrada o estafilococos.

    PATOGENIA - O alergeno responsvel na conjuntivite no o agente microbiano ele

    mesmo, mas as toxinas secretadas por eles.

    Olho seco, hipermia conjuntival. Sem secreo conjuntival. Blefarite marginal.

    Alterao papilar e queratite superficial so caractersticas.

    ETIOLOGIA

    Estafilococos, estreptococos, bacilo Koch (conj. flictenular).

    Cndidas.

    CONJUNTIVITE FLICTENULAR

    uma inflamao perilmbica, secundria a uma reaco de hipersensibilidade da

    crnea e conjuntiva.

    Sexo feminino mais afectado.

    1 e 2 dcadas .

    Isolada ou associada com D.Beets, tuberculose, H.I.V., roscea.

    Lacrimejo, irritao ocular, fotofobia.

    ETIOLOGIA estafilococos.

    Secreo mucopurulenta.

    Leso flictenular na conjuntiva ou crnea, 1-3 mm, elevada, branco-amarelada,

    sobretudo no limbo inferior.

    Recurrncias frequentes.

    D) CONJUNTIVITES MICTICAS (ou fngicas)

    Rara.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    35

    Placas brancas e elevadas sobre a conjuntiva palpebral (leso nodular ou

    papilomatosa localizada).

    Conjuntivite folicular e ulcerativa.

    TIPOS: Conjuntivite por cndida, esporotricose, rinosporidose conjuntival e

    coccidiodomicose.

    A esporotricose conjuntival inicia-se como um ndulo amarelado, mole, que ulcera e

    forma granulomas. Secreo purulenta. Adenopatia regional. Cicatrizao conjuntival.

    A rinosporidiose conjuntival apresenta-se com lacrimejo, olho vermelho, fotofobia,

    secreo conjuntival e ectropion. As leses so pequenas, vascularizadas e que

    sangram com facilidade.

    A cocciodiodomicose pode ter manifestaes conjuntivais agudas e crnicas.

    Conjuntivite folicular aguda e crnica. Autolimitada. Flictnulas lmbicas e bulbares.

    Sem cicatrizao e granulomas conjuntivais.

    E) CONJUNTIVITES PARASITRIAS

    ONCOCERCOSE

    Ou cegueira dos rios.

    18 milhes de pessoas infectadas pelo parasita Onchocerca Volvulus, estando

    270.000 destas atingidas pela cegueira.24

    Leso cutnea, com exantema eritematoso-papular e prurido intenso.

    As alteraes oculares decorrem da reaco inflamatria, resultante da morte dos

    nemtodos.

    Conjuntivite crnica precoce, com edema palpebral, hipermia conjuntival ligeira,

    quemose e inflamao na regio lmbica.

    A leso mais precoce a queratite (reas arredondadas s 3 e 9 horas).

    Evoluo da queratite para opacidades do estroma, queratite esclerosante, pannus

    fibrovascular e cegueira.

    A queratite esclerosante a leso mais grave do segmento anterior do globo ocular,

    caracterizada por uma reaco fibrtica irreversvel, que comea na periferia da

    crnea e se estende para a regio central, afectando a viso.

    Uveite granulomatosa, corioretinite e neurite ptica.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    36

    Patogenia picada da mosca negra Simulium, com transmisso das microfilrias.

    LOIASE

    Quemose, com hiperemia conjuntival associada.

    As filarias migram pelos tecidos subcutneos.

    Patogenia- infeco por picada duma mosca fmea do gnero Chrysops.

    3) CONJUNTIVITE LENHOSA

    uma conjuntivite crnica pouco frequente.

    Caracteriza-se pela presena de leses pseudomembranosas, com aspecto de

    madeira, firmes, recurrentes, densas em fibrina.25

    Habitualmente bilaterais.

    Desenvolvem-se principalmente na conjuntiva tarsal.

    Leses conjuntivais, cobertas por uma secreo mucide branco-amarelada espessa.

    Depsitos subepiteliais, ricos em fibrina e tecido de granulao.

    Cicatrizao corneana, vascularizao.

    4) OFTALMIA DO RECM-NASCIDO

    Ou conjuntivite neonatal.

    uma conjuntivite bilateral purulenta, que ocorre dentro das duas primeiras semanas

    de vida.

    Grave, devido ausncia de imunidade do recm-nascido e pela imaturidade da

    superfcie ocular (ausncia de tecido linfoide e pelcula lacrimal escassa).

    ETIOLOGIA N.gonorreia (rara, mas grave)

    - C. trachomatis

    - outros (E.aureus. E. pneumoniae e H.influenza).

    - txica (nitrato de prata).

    CLINICA:

    Edema palpebral bilateral (grave nas infeces goncocicas).

    Inicialmente a secreo serosanguinolenta e, posteriormente, mucopurulenta.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    37

    Reaco conjuntival papilar e quemose.

    Associao pseudomembranas.

    Complicaes corneanas (lceras e perfurao corneana na N.gonorreia)

    Cicatrizao conjuntival e pannus corneano superficial na C. trachomatis sem tratamento).

    D) DISQUERATOSE

    um termo que abrange uma variedade de alteraes patolgicas no epitlio

    conjuntival e crnea.

    Apresenta-se clinicamente como uma placa esbranquiada, translcida, na superfcie

    do globo ocular (leucoplaquia), em forma de V, predominantemente na regio do

    limbo.

    E) PAPILOMATA

    Surge na conjuntiva, como uma leso pedunculada, rosada e de superfcie irregular.

    Ocorre acima dos 40 anos de idade.

    Quando ocorre no limbo

    esclerocorneano, pode irradiar para a

    crnea, ficando firmemente aderente.

    Papilomata.

    F) NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CONJUNTIVAL

    Doena unilateral e lentamente progressiva,

    Factores de risco exposio a radiao ultravioleta, H.I.V+, pigmentao clara da

    pele, exposio e derivados petrleo, tabaquismo.

    Em 1978, Pizzarello e Jakcobiec afirmaram que a displasia epitelial, o carcinoma in

    situ e o carcinoma espinocelular no representam entidades separadas, mas formam

    uma doena conhecida como neoplasia intraepitelial.28

    Acredita-se que as neoplasias intraepiteliais tenham origem a partir das clulas

    germinativas (stem cells) do limbo, razo pela qual ocorrem nesta localizao

    invariavelmente.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    38

    HISTOLOGIA

    A) DISPLASIA EPITELIAL CONJUNTIVAL

    So leses do limbo, na fenda interpalpebral.

    Mais comum no sexo masculino e acima dos 60 anos de idade.

    Superfice elevada, cor rosada, invadindo a crnea.

    Atipia celular presente nas camadas basais do epitlio.

    B) DOENA BOWEN ou CARCINOMA IN SITU

    As clulas displsicas afectam toda a espessura do epitlio.

    um carcinoma, com extenso lateral no epitlio, sem invaso do tecido

    subjacente.

    Ocorre em idosos.

    Carcinoma in situ.

    Envolvimento do limbo.

    Crescimento lento.

    C) CARCINOMA CLULAS ESCAMOSAS (EPITELIOMA) DA CONJUNTIVA

    As leses so semelhantes s anteriores, mas tipicamente apresentam-se mais

    elevadas.

    O tumor ultrapassa a camada basal, invadindo o estroma subjacente.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    39

    Manifestao inicial como um ndulo

    pequeno, acinzentado, gelatinoso,

    translcido (assemelha-se a um

    pterigium).

    Mais tarde evolui para uma massa

    carnosa papilomatosa, rosada.

    Carcinoma clulas escamosas.

    Mais comum na regio perilmbica (zona interpalpebral).

    O tumor cresce lentamente.

    Podem assumir um aspecto de crescimento leucoplsico ou um crescimento

    papilomatoso, dependendo da quantidade de produo de queratina pelo tumor.27

    Raramente progride para invaso intraocular (devido resistncia das membranas de

    Bowman).

    Desenvolvem-se vasos largos nutritivos.

    Olho vermelho e irritao ocular so os sintomas mais comuns.

    O prognstico bom para as leses totalmente excisadas.

    G) HEMANGIOMA CONJUNTIVA

    uma proliferao focal dos vasos sanguneos, delimitada por clulas endoteliais

    normais.

    Vasos nutritivos intensos.

    H) LESES LINFOPROLIFERATIVAS

    Olho vermelho, irritao ocular, indolor, bilateral.

    A) HIPERPLASIA LINFOIDE BENIGNA DA CONJUNTIVA

    Crescimento lento e difuso do tumor, envolvendo a conjuntiva bulbar e fundo-saco

    conjuntival. Cor salmo.

    A conjuntiva no afectada normal. Raramente provoca uma leso difusa, que simula

    uma conjuntivite crnica.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    40

    B ) LINFOMA CONJUNTIVAL

    Massa cor salmo conjuntival ou rbita.

    A localizao mais comum o funo-saco-conjuntival inferior.

    Bilateralidade em 20%.

    Assintomticos ou sensao corpo estranho.

    Podem crescer rapidamenteem certas formas.

    Jovens. Envolvimento sistmico comum.

    I) MELANOMA DA CONJUNTIVA

    Representa cerca de 2% de todas as neoplasias malignas oculares.

    Pode surgir espontaneamente dum nevus pr-existente ou duma rea de melanose

    pr-cancerosa.

    Sem predileco sexual.

    Mais frequente entre os 40 e os 60 anos de idade.

    Clnica:

    Ndulo de cor negra ou acinzentada, que contm vasos nutitivos dilatados.

    Tumores amelnicos, de cor rosa, liso.

    Localizao na regio lmbica e, posterior, invaso da crnea.

    J) SARCOMA DE KAPOSI

    Leso nodular ou difusa (elevadas). Cor vermelho brilhante, similar a uma hemorragia

    subconjuntival.

    Frequentemente, localiza-se no fundo saco conjuntival inferior.

    Crescimento lento.

    Indolor. Irritao ocular.

    K) ) AMILOIDOSE

    Forma localizada ou difusa, secundria a processos sistmicos.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    41

    A inflamao conjuntival crnica pode levar amiloidose localizada secndria.

    Pode afectar qualquer parte da conjuntiva.

    Uni ou mltiplas, elevaes, indolores, com forma fusiforme ou polipoideia.

    Geralmente encontra-se nos fundo de saco conjuntival, particularmente no fundo saco

    conjuntival superior.

    Hemorragias subconjuntivais recurrentes.

    L) LESES DIVERSAS DA CONJUNTIVA

    Leses relativamente frequentes, benignas. Geralmente assintomticas.10

    CONJUNTIVOCALAZA

    uma conjuntiva bulbar redundante, laxa, com pregas, no edematosas, localizadas

    entre a superfcie ocular e a plpebra inferior, que protui sobre o bordo palpebral.

    Diagnostico diferencial com conjuntivite

    alrgica (no existe edema da

    conjuntiva).

    Prevalncia alta em idosos.

    Pode localizar-se na zona interna,

    central e externa da plpebra inferior.

    Conjuntivocalaza.

    Causa no identificada (stress mecnico da conjuntiva, desencadeado pelo olho

    seco?)

    Patogenia - enzimas de degradao da lgrima do lugar a colagenlise e

    degenerescncia elstica.

    Assintomtica ou olho vermelho, similar episclerite.

    Tipos (leve, moderada e grave).

    M) LINFANGIECTASIAS CONJUNTIVAIS

    So dilataes dos vasos linfticos da conjuntiva bulbar e, ocasionalmente, do fundo

    saco conjuntival.

  • Tratado de Oftalmologia Geral

    42

    Aparecem sob a forma de espaos quisticos, de contedo transparente.

    Isoladas ou em forma de colar de prolas.

    Etiopatogenia - a dialtao dos vasos linfticos conjuntivais primria (benigna) ou

    secundria obstruco de drenagem linftica da conjuntiva aos gnglios pr-

    auriculares ou submandibulares.

    Clnica:

    Quistos do tamanho varivel, contedo claro e paredes finas.

    Localiza-se na conjuntiva bulbar, paralelos ao limbo.

    Habitualmente assintomticos.

    Quemose persistente.

    N) CONCREES CONJUNTIVAIS

    Tambm chamadas calcificao ou litase conjuntival.

    So depsitos de cor branco-amarelados, localizados na superfcie da conjuntiva

    tarsal inferior e fundo saco conjuntival.

    Concreo conjuntival. Extrao com agulha duma concreo conjuntival.

    Isoladas ou mltiplas (habitualmente).

    Histopatologia- Compostos por produtos de degenerescncia de clulas epiteliais e

    restos de secreo mucosa das glndulas conjuntivais.

    Costumam aparecer em doentes com irritao conjuntival crnica, queratoconjuntivite

    atpica, tracoma.

    Podem associar-se a pingucula e pterigium.

    Sensao de corpo estranho, causando eroso do epitlio conjuntival, irritando a

    superfcie da crnea e conjuntiva bulbar (resultado do endurecimento das concrees).