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CSRFT2 Fl. 331 1 330 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 35301.009002/200496 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202002.966 – 2ª Turma Sessão de 06 de novembro de 2013 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS CARACTERIZAÇÃO SEGURADOS EMPREGADOS Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado RÁDIO GLOBO ELDORADO LTDA. ASSUNTO:CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1991 a 30/04/1998 NORMAS PROCEDIMENTAIS. DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA E CARACTERIZAÇÃO DE SEGURADOS EMPREGADOS. PRESSUPOSTOS BÁSICOS. Somente nas hipóteses em que restar constatada a efetiva existência dos elementos constituintes da relação empregatícia entre o suposto "tomador de serviços" e os "prestadores de serviços", poderá o Auditor Fiscal caracterizar o contribuinte individual (autônomo) como segurado empregado, ou mesmo promover a desconsideração da personalidade jurídica das empresas prestadoras de serviços, com fulcro no artigo 229, § 2°, do Regulamento da Previdência SocialRPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048/99. RELATÓRIO FISCAL DA NOTIFICAÇÃO. OMISSÕES E/OU INCORREÇÕES NA DESCRIÇÃO DO FATO GERADOR DO TRIBUTO. VÍCIO DE NATUREZA MATERIAL. NÃO APLICABILIDADE TESE DA AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. O Relatório Fiscal tem por finalidade demonstrar/explicitar de forma clara e precisa todos os procedimentos e critérios utilizados pela fiscalização na constituição do crédito previdenciário, indicando precisamente o fato gerador do tributo, o sujeito passivo, a base de cálculo e a matéria tributável, nos termos do artigo 142 do Código Tributário Nacional, possibilitando ao contribuinte o pleno direito da ampla defesa e contraditório. Omissões ou incorreções no Relatório Fiscal, relativamente aos critérios de apuração do crédito tributário levados a efeito por ocasião do lançamento fiscal, que impossibilitem o exercício pleno do direito de defesa e contraditório do contribuinte, enseja a nulidade material da autuação/notificação, mormente tratandose de desconsideração de personalidade jurídica e caracterização de segurados empregados, onde os ACÓRDÃO GERADO NO PGD-CARF PROCESSO 35301.009002/2004-96 Fl. 1 DF CARF MF Impresso em 12/12/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓPIA Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/12/2 013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 22/11/2013 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA

CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS … · do tributo, o sujeito passivo, a base de cálculo e a matéria tributável, nos termos do artigo 142 do Código Tributário Nacional,

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    CSRFT2 MINISTRIODAFAZENDACONSELHOADMINISTRATIVODERECURSOSFISCAISCMARASUPERIORDERECURSOSFISCAIS

    Processon 35301.009002/200496

    Recurson EspecialdoProcurador

    Acrdon 9202002.9662TurmaSessode 06denovembrode2013

    Matria CONTRIBUIESPREVIDENCIRIASCARACTERIZAOSEGURADOSEMPREGADOS

    Recorrente FAZENDANACIONAL

    Interessado RDIOGLOBOELDORADOLTDA.

    ASSUNTO:CONTRIBUIESSOCIAISPREVIDENCIRIASPerododeapurao:01/01/1991a30/04/1998

    NORMAS PROCEDIMENTAIS. DESCONSIDERAOPERSONALIDADEJURDICAECARACTERIZAODESEGURADOSEMPREGADOS.PRESSUPOSTOSBSICOS.

    Somente nas hipteses em que restar constatada a efetiva existncia doselementosconstituintesdarelaoempregatciaentreosuposto"tomadordeservios"eos"prestadoresdeservios",poderoAuditorFiscalcaracterizarocontribuinteindividual(autnomo)comoseguradoempregado,oumesmopromover a desconsiderao da personalidade jurdica das empresasprestadorasdeservios,comfulcronoartigo229,2,doRegulamentodaPrevidnciaSocialRPS,aprovadopeloDecreton3.048/99.

    RELATRIO FISCAL DA NOTIFICAO. OMISSES E/OUINCORREESNADESCRIODOFATOGERADORDOTRIBUTO.VCIODENATUREZAMATERIAL.NOAPLICABILIDADETESEDAAUSNCIADEPREJUZO.

    ORelatrioFiscaltemporfinalidadedemonstrar/explicitardeformaclaraeprecisa todos os procedimentos e critrios utilizados pela fiscalizao naconstituiodocrditoprevidencirio,indicandoprecisamenteofatogeradordo tributo, o sujeito passivo, a base de clculo e amatria tributvel, nostermos do artigo 142 do Cdigo Tributrio Nacional, possibilitando aocontribuinteoplenodireitodaampladefesaecontraditrio.

    Omissesou incorreesnoRelatrioFiscal, relativamenteaos critriosdeapurao do crdito tributrio levados a efeito por ocasio do lanamentofiscal, que impossibilitem o exerccio pleno do direito de defesa econtraditrio do contribuinte, enseja a nulidade material daautuao/notificao, mormente tratandose de desconsiderao depersonalidade jurdica e caracterizao de segurados empregados, onde os

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    Impresso em 12/12/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 21/11/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 10/12/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 22/11/2013 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA

    35301.009002/2004-96 9202-002.966 CMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Especial do Procurador Acrdo 2 Turma 06/11/2013 CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS - CARACTERIZAO SEGURADOS EMPREGADOS FAZENDA NACIONAL RDIO GLOBO ELDORADO LTDA. Recurso Especial do Procurador Negado Crdito Tributrio Exonerado CARF Rycardo Henrique Magalhes de Oliveira 2.0.4 92020029662013CARF9202ACC Assunto: Contribuies Sociais Previdencirias Perodo de apurao: 01/01/1991 a 30/04/1998 NORMAS PROCEDIMENTAIS. DESCONSIDERAO PERSONALIDADE JURDICA E CARACTERIZAO DE SEGURADOS EMPREGADOS. PRESSUPOSTOS BSICOS. Somente nas hipteses em que restar constatada a efetiva existncia dos elementos constituintes da relao empregatcia entre o suposto "tomador de servios" e os "prestadores de servios", poder o Auditor Fiscal caracterizar o contribuinte individual (autnomo) como segurado empregado, ou mesmo promover a desconsiderao da personalidade jurdica das empresas prestadoras de servios, com fulcro no artigo 229, 2, do Regulamento da Previdncia Social-RPS, aprovado pelo Decreto n 3.048/99. RELATRIO FISCAL DA NOTIFICAO. OMISSES E/OU INCORREES NA DESCRIO DO FATO GERADOR DO TRIBUTO. VCIO DE NATUREZA MATERIAL. NO APLICABILIDADE TESE DA AUSNCIA DE PREJUZO. O Relatrio Fiscal tem por finalidade demonstrar/explicitar de forma clara e precisa todos os procedimentos e critrios utilizados pela fiscalizao na constituio do crdito previdencirio, indicando precisamente o fato gerador do tributo, o sujeito passivo, a base de clculo e a matria tributvel, nos termos do artigo 142 do Cdigo Tributrio Nacional, possibilitando ao contribuinte o pleno direito da ampla defesa e contraditrio. Omisses ou incorrees no Relatrio Fiscal, relativamente aos critrios de apurao do crdito tributrio levados a efeito por ocasio do lanamento fiscal, que impossibilitem o exerccio pleno do direito de defesa e contraditrio do contribuinte, enseja a nulidade material da autuao/notificao, mormente tratando-se de desconsiderao de personalidade jurdica e caracterizao de segurados empregados, onde os requisitos do vnculo empregatcio devem restar circunstanciadamente comprovados. O vcio de natureza material constatado no lanamento enseja de pronto a nulidade do feito, no atraindo para si a tese da inexistncia de prejuzo, tendo em vista que a ausncia da descrio do fato gerador ou qualquer elemento necessrio validade do ato administrativo prescrito no artigo 142 do CTN, representa, por si s, evidente cerceamento ampla defesa e contraditrio do contribuinte, por impossibilitar a compreenso do lhe est sendo imputado. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres - Presidente em exerccio (Assinado digitalmente) Rycardo Henrique Magalhes de Oliveira Relator EDITADO EM: 11/11/2013 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres (Presidente em exerccio), Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhes de Oliveira e Elias Sampaio Freire. RDIO GLOBO ELDORADO LTDA., contribuinte, pessoa jurdica de direito privado, j qualificada nos autos do processo administrativo em referncia, teve contra si lavrada Notificao Fiscal de Lanamento de Dbito NFLD n 35.442.205-7, em 03/04/2003 (AR fl. 37), exigindo-lhe crdito tributrio referente a diferena de contribuies previdencirias devidas e no recolhidas pela notificada, concernentes parte dos segurados, incidentes sobre a remunerao dos empregados caracterizados, em relao ao perodo de 01/1991 a 04/1998, conforme Relatrio Fiscal da Notificao, s fls. 34, e Aditivo de fls. 73/74, e demais documentos que instruem o processo.Aps regular processamento, interposto recurso voluntrio ao Segundo Conselho de Contribuintes contra deciso da ento Delegacia da Receita Previdenciria no Rio de Janeiro/RJ - Centro, DN n 17.401.4/641/2004, s fls. 174/179, que julgou procedente em parte o lanamento fiscal em referncia, a egrgia 5a Cmara, em 04/09/2008, por maioria de votos, achou por bem conhecer do Recurso da contribuinte e DAR-LHE PROVIMENTO, o fazendo sob a gide dos fundamentos consubstanciados no Acrdo n 205-01.084, com sua ementa abaixo transcrita:Assunto: Contribuies Sociais PrevidenciriasPerodo de apurao: 01/01/1991 a 30/04/1998Ementa: DECADNCIA - O Supremo Tribunal Federal, atravs da Smula Vinculante n 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras do Cdigo Tributrio Nacional.ENQUADRAMENTO SEGURADO EMPREGADO - SUBORDINAO E NO-EVENTUALIDADE - RELATRIO FISCAL INCOMPLETO.Relatrio Fiscal incompleto, pela no demonstrao da subordinao e demais elementos caracterizadores da relao de emprego Cerceamento de defesa caracterizado.Processo AnuladoIrresignada, a Procuradoria da Fazenda Nacional interps Recurso Especial, s fls. 220/229, com arrimo no artigo 7, inciso I, do ento Regimento Interno da Cmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n 147/2007, procurando demonstrar a insubsistncia do Acrdo recorrido, desenvolvendo em sntese as seguintes razes:Aps breve relato das fases ocorridas no decorrer do processo administrativo fiscal, insurge-se contra o Acrdo atacado, alegando ter contrariado a legislao que contempla a matria, mais precisamente os artigos 11, 59 e 60, do Decreto n 70.235/72, bem como provas constantes dos autos, impondo seja conhecido o recurso especial da recorrente, uma vez comprovada contrariedade lei argida.Em defesa de sua pretenso, assevera que a notificao e demais termos do processo administrativo fiscal somente sero declarados nulos na ocorrncia de uma das seguintes hipteses: a) quando se tratar de ato/deciso lavrado ou proferido por pessoa incompetente; b) resultar em inequvoco cerceamento de defesa parte, como preleciona os artigos 59 e 60 do Decreto n 70.235/72, o que no se vislumbra no caso vertente.Acrescenta que a jurisprudncia administrativa estabelece que no h se declarar a nulidade do lanamento quando inexistir prejuzo defesa do contribuinte, sobretudo quando este apresenta seu insurgimento de forma ampla e geral, contemplando toda matria posta nos autos, notadamente quando sequer suscita a nulidade acolhida de ofcio pelo decisrio combatido.Ope-se ao entendimento adotado pela Turma recorrida, alegando que a presente notificao, por se tratar de complemento, ou seja, exigncia de diferena de contribuies, decorrentes das NFLDs 35.441.685-5 e 35.442.186-7, no tem obrigao de se aprofundar na descrio dos fatos que permeiam o lanamento, especialmente na despersonalizao de pessoa jurdica.Por fim, requer o conhecimento e provimento do Recurso Especial, impondo a reforma do decisum ora atacado, nos termos encimados.Submetido a exame de admissibilidade, o ilustre Presidente da ento 5 Cmara do 2 Conselho de Contribuintes entendeu por bem admitir o Recurso Especial da Procuradoria, sob o argumento de que a recorrente logrou comprovar que o Acrdo recorrido, em tese, contrariou a legislao tributria, especialmente os artigos 11, 59 e 60, do Decreto n 70.235/72, conforme Despacho n 205-044/2009, s fls. 231/233.Instada a se manifestar a propsito do Recurso Especial da Fazenda Nacional, a contribuinte apresentou suas contrarrazes, s fls. 240/244, corroborando os fundamentos de fato e de direito do Acrdo recorrido, em defesa de sua manuteno. o relatrio. Conselheiro Rycardo Henrique Magalhes de Oliveira, RelatorPresentes os pressupostos de admissibilidade, sendo tempestivo e acatada pelo ilustre Presidente da ento 5 Cmara do 2o Conselho de Contribuintes, a contrariedade lei suscitada, conheo do Recurso Especial e passo anlise das razes recursais.Consoante se positiva dos elementos que instruem o processo, notadamente Relatrio Fiscal da Notificao, no presente lanamento exige-se crdito tributrio referente a diferena de contribuies previdencirias devidas e no recolhidas pela notificada, concernentes parte dos segurados, incidentes sobre a remunerao os empregados caracterizados.Por sua vez, ao analisar a demanda, a Turma recorrida entendeu por bem decretar a improcedncia do feito, acolhendo a decadncia de parte do crdito tributrio, nos termos do artigo 173, inciso I, do Cdigo Tributrio Nacional, declarando, ainda, a nulidade do lanamento em face da ausncia da descrio do fato gerador do tributo ora lanado, razo do insurgimento da Procuradoria da Fazenda Nacional.Inconformada, a Procuradoria da Fazenda Nacional interps Recurso Especial, aduzindo, em sntese, que as razes de decidir do Acrdo recorrido contrariaram a legislao de regncia, notadamente os artigos 11, 59 e 60, do Decreto n 70.235/72 e, bem assim, o conjunto probatrio constante dos autos.A fazer prevalecer sua pretenso, assevera que a notificao e demais termos do processo administrativo fiscal somente sero declarados nulos na ocorrncia de uma das seguintes hipteses: a) quando se tratar de ato/deciso lavrado ou proferido por pessoa incompetente; b) resultar em inequvoco cerceamento de defesa parte, como preleciona os artigos 59 e 60 do Decreto n 70.235/72, o que no se vislumbra no caso vertente.Acrescenta que a jurisprudncia administrativa estabelece que no h se declarar a nulidade do lanamento quando inexistir prejuzo defesa do contribuinte, sobretudo quando este apresenta sua defesa de forma ampla e geral, contemplando toda matria posta nos autos, mormente quando sequer suscita nulidade acolhida de ofcio pelo decisrio combatido.Ope-se ao entendimento adotado pela Turma recorrida, alegando que a presente notificao, por se tratar de complemento, ou seja, exigncia de diferena de contribuies, decorrentes das NFLDs 35.441.685-5 e 35.442.186-7, no tem obrigao de se aprofundar na descrio dos fatos que permeiam o lanamento, notadamente na despersonalizao de pessoa jurdica.Em que pesem os argumentos da recorrente, seu inconformismo, contudo, no tem o condo de prosperar. Da simples anlise dos autos, conclui-se que o Acrdo recorrido apresenta-se incensurvel, devendo ser mantido em sua plenitude, como passaremos a demonstrar.Antes mesmo de se adentrar s demais questes de mrito propriamente ditas, de bom alvitre trazer baila a distino das 03 (trs) concluses possveis, a priori, de serem levadas a efeito em um julgamento em favor do contribuinte, quais sejam, vcio formal, material ou (im) procedncia do lanamento.O vcio formal, em nosso entender, relaciona-se aos requisitos de validade do ato administrativo, ou seja, os pressupostos sem os quais referido ato no produziria efeitos. Em outras palavras, guarda relao com as formalidades legais extrnsecas do lanamento. Os artigos 10 e 11, do Decreto n 70.235/72, so os exemplos mais ntidos que podemos encontrar a respeito do tema, in verbis:Art.10. O auto de infrao ser lavrado por servidor competente, no local da verificao da falta, e conter obrigatoriamente:I - a qualificao do autuado;II - o local, a data e a hora da lavratura;III - a descrio do fato;IV - a disposio legal infringida e a penalidade aplicvel;V - a determinao da exigncia e a intimao para cumpri-la ou impugn-la no prazo de trinta dias;VI - a assinatura do autuante e a indicao de seu cargo ou funo e o nmero de matrcula.Art.11. A notificao de lanamento ser expedida pelo rgo que administra o tributo e conter obrigatoriamente:I - a qualificao do notificado;II - o valor do crdito tributrio e o prazo para recolhimento ou impugnao;III - a disposio legal infringida, se for o caso;IV - a assinatura do chefe do rgo expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicao de seu cargo ou funo e o nmeroAo tratar da matria, a Lei n 4.717/65, que regulamenta a Ao Popular, em seu artigo 2, pargrafo nico, alnea b, estabelece que o vcio formal : [...] a omisso ou observncia incompleta ou irregular de formalidades indispensveis existncia ou seriedade do ato.Como se observa, o ato administrativo somente ter validade se observados os pressupostos formais, extrnsecos, insculpidos nos dispositivos legais supra, entre outros, sob pena de ser anulado por vcio formal. Repita-se, o requisito formal do lanamento representa a observncia dos ditames estabelecidos por lei no momento de sua exteriorizao.A jurisprudncia administrativa, que se ocupou do tema, mansa e pacfica nesse sentido, seno vejamos:PROCESSUAL LANAMENTO VCIO FORMAL NULIDADE nula a Notificao de Lanamento emitida sem o nome do rgo que a expediu, sem identificao do chefe desse rgo ou outro servidor autorizado e sem a indicao do respectivo cargo e matrcula, em flagrante descumprimento s disposies do art. 11, do Decreto n 70.235/72. Precedentes da Terceira Turma da Cmara Superior de Recursos Fiscais.Recurso Especial improvido. (3 Turma da Cmara Superior de Recursos Fiscais, Recurso n 201-108717 Acrdo n CSRF/03-03.305, Sesso de 09/07/2002)PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - NULIDADE - VCIO FORMAL - LANAMENTO FISCAL COM ALEGADO ERRO DE IDENTIFICAO DO SUJEITO PASSIVO - INEXISTNCIA - Os vcios formais so aqueles que no interferem no litgio propriamente dito, ou seja, correspondem a elementos cuja ausncia no impede a compreenso dos fatos que baseiam as infraes imputadas. Circunscrevem-se a exigncias legais para garantia da integridade do lanamento como ato de ofcio, mas no pertencem ao seu contedo material. O suposto erro na identificao do sujeito passivo caracteriza vcio substancial, uma nulidade absoluta, no permitindo a contagem do prazo especial para decadncia previsto no art. 173, II, do CTN. [...] (8 Cmara do 1 Conselho, Recurso n 143.020 Acrdo n 108-08.174, Sesso de 23/02/2005) (grifamos)O Acrdo n 107-06695, da lavra do Conselheiro representante da Fazenda, Dr. Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, nos traz com muita propriedade a diferenciao entre vcio formal e material, nos seguintes termos:[...]RECURSO EX OFFICIO NULIDADE DO LANAMENTO VCIO FORMAL. A verificao da ocorrncia do fato gerador da obrigao, a determinao da matria tributvel, o clculo do montante do tributo devido e a identificao do sujeito passivo, definidos no artigo 142 do Cdigo Tributrio Nacional CTN, so elementos fundamentais, intrnsecos, do lanamento, sem cuja delimitao precisa no se pode admitir a existncia da obrigao tributria em concreto. O levantamento e observncia desses elementos bsicos antecedem e so preparatrios sua formalizao, a qual se d no momento seguinte, mediante a lavratura do auto de infrao, seguida da notificao ao sujeito passivo, quando, a sim, devero estar presentes os seus requisitos formais, extrnsecos, como, por exemplo, a assinatura do autuante, com a indicao de seu cargo ou funo e o nmero de matrcula; a assinatura do chefe do rgo expedidor ou de outro servidor autorizado, com a indicao de seu cargo ou funo e o nmero de matrcula.[...] (7 Cmara do 1 Conselho de Contribuintes Recurso n 129.310, Sesso de 09/07/2002)Por sua vez, o vcio material do lanamento ocorre quando a autoridade lanadora no demonstra/descreve de forma clara e precisa os fatos/motivos que a levaram a lavrar a notificao fiscal e/ou auto de infrao. Guarda relao com o contedo do ato administrativo, pressupostos intrnsecos do lanamento.Destarte, o artigo 142 do Cdigo Tributrio Nacional, ao atribuir a competncia privativa do lanamento a autoridade administrativa, igualmente, exige que nessa atividade o fiscal autuante descreva e comprove a ocorrncia do fato gerador do tributo lanado, identificando perfeitamente o sujeito passivo, como segue:Art. 142. Compete privativamente autoridade administrativa constituir o crdito tributrio pelo lanamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, determinar a matria tributvel, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicao da penalidade cabvel.Alis, o artigo 37 da Lei n 8.212/91, com mais especificidade, impe ao fiscal autuante a discriminao clara e precisa dos fatos geradores do dbito constitudo, in verbis:Art. 37. Constatado o atraso total ou parcial no recolhimento de contribuies tratadas nesta Lei, ou em caso de falta de pagamento de benefcio reembolsado, a fiscalizao lavrar notificao de dbito, com discriminao clara e precisa dos fatos geradores, das contribuies devidas e dos perodos a que se referem, conforme dispuser o regulamento. (grifamos)No mesmo sentido, o artigo 50 da Lei n 9.784/99 estabelece que os atos administrativos devem conter motivao clara, explcita e congruente, sob pena de nulidade, vejamos:Art. 50. Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e fundamentos jurdicos [...]1 A motivao deve ser explcita, clara e congruente [...]Consoante se infere dos dispositivos legais encimados, para que o lanamento encontre sustentculo nas normas jurdicas e, conseqentemente, tenha validade, dever o fiscal autuante descrever precisamente e comprovar a ocorrncia do fato gerador do tributo. A ausncia dessa descrio clara e precisa, especialmente no Relatrio Fiscal da Notificao, ou erro nessa conduta, macula o procedimento fiscal por vcio material.Outro no o entendimento do ilustre Dr. Manoel Antnio Gadelha Dias, ex-Presidente do 1 Conselho de Contribuinte, conforme se extrai do excerto de sua obra O Vcio Formal no Lanamento Tributrio, nos seguintes termos:[...]O defeito na descrio do fato, por exemplo, no pode caracterizar-se mero vcio formal, pois a descrio do fato est intimamente ligada valorao jurdica do fato jurdico, requisito fundamental do lanamento.A descrio do fato defeituosa tanto pode configurar nulidade de direito material como de direito processual.Estaremos diante da primeira situao quando o vcio atinge o motivo do ato, ou seja, o seu pressuposto objetivo, que corresponde ocorrncia dos fatos que ensejaram a sua prtica. (Trres, Heleno Taveira et al. coordenao Direito Tributrio e Processo Administrativo Aplicados So Paulo : Quartier Latin, 2005, p. 348)A jurisprudncia administrativa no discrepa desse entendimento, consoante se positiva dos julgados com suas ementas abaixo transcritas: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO EX OFFICIO nulo o Ato Administrativo de Lanamento, formalizado com inegvel insuficincia na descrio dos fatos, no permitindo que o sujeito passivo pudesse exercitar, como lhe outorga o ordenamento jurdico, o amplo direito de defesa, notadamente por desconhecer, com a necessria nitidez, o contedo do ilcito que lhe est sendo imputado. Trata-se, no caso, de nulidade por vcio material, na medida em que falta contedo ao ato, o que implica inocorrncia da hiptese de incidncia. (1 Cmara do 1 Conselho de Contribuintes, Recurso n 132.213 Acrdo n 101-94049, Sesso de 06/12/2002, unnime)LANAMENTO NULIDADE - VCIO MATERIAL DECADNCIA - Nulo o lanamento quando ausentes a descrio do fato gerador e a determinao da matria tributvel, por se tratar de vcio de natureza material. Aplicvel o disposto no artigo 150, 4, do CTN. (2 Cmara do 1 Conselho, Recurso n 138.595 Acrdo n 102-47201, Sesso de 10/11/2005)Antes de seguir com o estudo, cabe aqui fazer um parntese, relativamente ao efeito prtico de se declarar a nulidade do lanamento por vcio formal ou material. No primeiro caso, o prazo decadencial restabelecido, passando a ser contado a partir da data da deciso definitiva que declarou a nulidade por vcio formal do lanamento. o que se extrai do artigo 173, inciso II, do CTN.Por outro lado, tratando-se de vcio material, o prazo decadencial continua a ser contado da ocorrncia do fato gerador do tributo, no caso do artigo 150, 4, do CTN, ou do 1 dia do exerccio seguinte quele em que o lanamento poderia ter sido efetuado, tratando-se dos artigos 173 do CTN. Ou melhor, poder o Fisco promover novo lanamento, corrigindo o vcio material incorrido, conquanto que dentro do prazo decadencial acima estipulado.Retornando diferenciao das concluses de julgamento, j o provimento ao recurso (improcedncia da autuao), implica inferir que, diante dos elementos de provas e razes ofertados pela autoridade lanadora, chegou-se concluso da inexistncia do fato gerador do tributo exigido. Ou seja, adentrando-se ao mrito da questo, o lanamento efetuado no deve prosperar, uma vez que no restou comprovada a ocorrncia do fato gerador, o que impede o Fisco de promover novo lanamento a partir dos mesmos fatos.A rigor, a linha entre a nulidade por vcio material e/ou a improcedncia do feito muito tnue, fazendo com que em inmeras oportunidades haja uma certa dvida em relao qual resultado seria mais adequado.Entrementes, como o efeito prtico basicamente o mesmo, inexistem maiores celeumas quanto ao tema, ao contrrio do que se vislumbra com a nulidade por vcio formal, onde todo o procedimento a ser seguido pela autoridade fiscal passa a ser conduzido de maneira totalmente diferente.Diante de tais consideraes, voltemos hiptese dos autos, onde o fiscal autuante promoveu o lanamento a partir da desconsiderao da personalidade jurdica de empresas prestadoras de servios, com a respectiva caracterizao dos funcionrios como segurados empregados da notificada, sem conquanto demonstrar e comprovar os pressupostos bsicos de aludido procedimento excepcional.Em outras palavras, deveria constar do Relatrio Fiscal da Notificao de forma destrinada a demonstrao da efetiva existncia dos requisitos necessrios caracterizao dos trabalhadores das pessoas jurdicas desconsideradas como segurados empregados da notificada, corroborado com quadro contendo nome de todos os prestadores de servios tidos como empregados da recorrente e respectivos servios desenvolvidos, possibilitando a contribuinte o exerccio pleno da ampla defesa e do contraditrio, sob pena de incorrer em cerceamento do direito de defesa.No presente caso, ao promover o lanamento levando a efeito a caracterizao dos funcionrios das prestadoras de servios (pessoas jurdicas) como segurados empregados, o ilustre fiscal autuante, em seu Relatrio Fiscal, de fl. 33, e Aditivo, s fls. 73/74, simplesmente inferiu ter efetuado tal enquadramento, a partir da desconsiderao da personalidade jurdica daquelas empresas, sem conquanto demonstrar/comprovar de forma pormenorizada seu entendimento, to somente se reportando a outras duas notificaes (NFLDs 35.441.685-5 e 35.442.186-7), maculando o lanamento em comento.Tais fatos, alis, j restaram circunstanciadamente esclarecidos no voto da insigne relatora subscritora do voto condutor do Acrdo recorrido, razo pela qual me abstenho de repeti-los, eis que a questo nuclear posta nos autos se fixa em definir se aludido vcio no lanamento tem o condo de causar sua nulidade.Com efeito, o insurgimento da Procuradoria encontra amparo na argumentao de que o Acrdo recorrido malferiu os preceitos dos artigos 11, 59 e 60 do Decreto n 70.235/72 e, bem assim, o conjunto probatrio constante dos autos, no havendo se falar, ainda, em nulidade do feito, eis que o caso dos autos no se enquadra em uma das hipteses inscritas naqueles dispositivos legais.Mais a mais, arremata inferindo que a jurisprudncia administrativa estabelece que no h se declarar a nulidade do lanamento quando inexistir prejuzo defesa do contribuinte, sobretudo quando este apresenta sua defesa de forma ampla e geral, contemplando toda matria posta nos autos.Como afirmado acima, razo no assiste recorrente em suas alegaes, como passaremos a demonstrar.De incio, ressalta-se que a nulidade que fulminou o presente lanamento, na linha do decidido no Acrdo recorrido, se deu em razo de vcio de natureza material, consoante explicitado alhures, maculando os preceitos do artigo 142 do Cdigo Tributrio Nacional.Melhor elucidando, a ausncia da perfeita descrio do fato gerador do tributo lanado malfere os ditames do artigo 142 do CTN, acima transcrito, determinando a nulidade material do ato administrativo.A jurisprudncia deste Colegiado firme e mansa neste sentido, determinando que o defeito na descrio do fato gerador da exigncia fiscal fulmina o lanamento por vcio material, seno vejamos:PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE MATERIAL.No presente caso a nulidade foi declarada em face da ausncia da perfeita descrio do fato gerador do tributo, em virtude de no restar constatada a efetiva existncia dos elementos constituintes da relao empregatcia entre o suposto "tomador de servios" e os "prestadores de servios", o que caracteriza violao ao art. 142 do CTN e, especificamente, ao art. 37 da Lei n 8.212/91 e ao art. 229, 2 do Regulamento da Previdncia Social RPS, aprovado pelo Decreto n3.048/1999. o lanamento, por vcio material, quando ausentes a descrio do fato gerador e a determinao da matria tributvel, em especial quando o crdito constitudo com base na caracterizao de segurado empregado e deixam de ser demonstrados os elementos caracterizadores do vnculo empregatcio. [...] (2 Turma da CSRF Processo n 12045.000613/2007-94 Acrdo n 9202-001.924, Sesso de 30/11/2011, Relator Conselheiro Elias Sampaio Freire)No Acrdo com sua ementa retro, esta Egrgia Turma se debruou em tema idntico ao presente, concluindo pela nulidade material do lanamento, reforando a tese constante do decisum recorrido, no se cogitando, assim, em afronta aos artigos 11, 59 e 60, do Decreto n 70.235/72, que se reportam precipuamente a casos de vcios de natureza formal, o que no se vislumbra nestes autos.De outra banda, igualmente, no merece guarida a alegao da recorrente no sentido de que a eventual ausncia de prejuzo defesa da contribuinte afastaria a nulidade apontada pelo Acrdo recorrido.Isto porque, alm de discordar dessa tese, por atribuir ao contribuinte e/ou seu patrono obrigao que da autoridade fazendria, ou seja, promover o lanamento devidamente fundamentado na legislao de regncia, esta Colenda Turma j consagrou o entendimento que se tratando de vcio material no lanamento, a eventual ausncia de prejuzo defesa no tem o condo de rechaar a nulidade incorrida, mormente em face do estabelecido no artigo 142 do CTN, consoante restou devidamente assentado nos Acrdos com suas ementas abaixo, in verbis:CONTRIBUIO PREVIDENCIRIAPerodo de apurao: 01/03/1999 a 31/03/2005LANAMENTO. NULIDADE. VCIO MATERIAL. FATO GERADOR NO CLARAMENTE DEMONSTRADO. IRRELEVNCIA DA PREVISO DO ARTIGO 59 DO DECRETO N 70.235/72.Os vcios materiais de que padecem o lanamento, sobretudo quando referente ausncia de demonstrao clara dos elementos fticos caracterizadores do fato gerador do tributo conduzem necessariamente decretao de sua nulidade, com base no artigo 142 do CTN, independentemente do quanto disposto no artigo 59 do Decreto n 70235/72. (2a Turma da CSRF Processo n 13896.002263/2007-42 Acrdo n 9202-002.023 Sesso de 20/03/2012)Assunto: Contribuies Sociais PrevidenciriasPerodo de apurao: 01/01/1997 a 30/09/2005PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE MATERIAL.No houve a precluso apontada pela Fazenda Nacional, conforme se depreende da leitura do recurso voluntrio que aponta a ausncia de fundamentao do relatrio fiscal.Para que no houvesse incidncia de contribuies previdencirias, a legislao vigente poca dos fatos geradores exigia que todos empregados e dirigentes tivessem acesso s bolsas de estudos. Entretanto, no me parece que a autoridade fiscal tenha logrado xito em demonstrar e muito menos comprovar que a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa no tiveram acesso s bolsas de estudos.Ocorre vcio material quando o lanamento no permitir ao sujeito passivo conhecer com nitidez a acusao que lhe imputada, quer pela insuficincia na descrio dos fatos, quer pela contradio entre seus elementos, igualmente nulo por falta de materializao da hiptese de incidncia e/ou o ilcito cometido.No presente caso a nulidade foi declarada em face da ausncia da perfeita descrio do fato gerador do tributo, em virtude de no restar demonstrado que a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa no tiveram acesso s bolsas de estudos, o que caracteriza violao ao art. 142 do CTN e, especificamente, ao art. 37 da Lei n 8.212/91 e ao art. 229, 2 do Regulamento da Previdncia Social RPS, aprovado pelo Decreto n3.048/1999.Quando nos deparamos com um vcio de natureza formal o princpio pas de nullit sans grief ou princpio do prejuzo deve ser amplamente aplicado, isto porque, a adoo de sistema rgido de invalidao processual impede a eficiente atuao da Administrao Pblica.Cabe a autoridade lanadora o nus de descrever a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, determinar a matria tributvel, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicao da penalidade cabvel, conforme descrito no art. 142 do CTN.A declarao de nulidade ante a ausncia da perfeita descrio do fato gerador do tributo, decorre do fato de a autoridade fiscal no ter se desincubido do nus de descrever a ocorrncia do fato gerador da obrigao, o que faz com que o prejuzo ao contribuinte seja intrnseco declarao de nulidade por vcio material. Recurso especial negado. (2a Turma da CSRF Processo n 36944.005076/2006-12 Acrdo n 9202-002.375 Sesso de 06/11/2012)Como se observa, a nulidade em razo de vcio material, por se referir ao contedo do ato administrativo, sem o qual no oferece condies de validade, bem como de defesa ao contribuinte, no pode ser afastado com base na tese de ausncia de prejuzo ao autuado.Ademais, o prejuzo defesa do contribuinte evidente, tendo em vista que o vcio de natureza material, in casu, a ausncia da descrio do fato gerador, mais precisamente dos pressupostos necessrios desconsiderao da personalidade jurdica da empresa e caracterizao de segurados empregados, limita sobremaneira a compreenso do contribuinte do que lhe est sendo atribudo, cerceando, por conseguinte, seu direito de defesa, como se constata no caso vertente, o que rechaa de pronto a argumentao da Fazenda Nacional.Dessa forma, escorreito o Acrdo recorrido devendo, nesse sentido, ser mantido o provimento ao recurso voluntrio da contribuinte, na forma decidida pela ento 5a Cmara do 2o Conselho de Contribuintes, uma vez que a recorrente no logrou infirmar os elementos que serviram de base ao decisrio atacado.Por todo o exposto, estando o Acrdo recorrido em consonncia com as normas que regulamentam a matria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO ESPECIAL DA PROCURADORIA E NEGAR -LHE PROVIMENTO, pelas razes de fato e de direito acima esposadas.

    (Assinado digitalmente)Rycardo Henrique Magalhes de Oliveira

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    requisitos do vnculo empregatcio devem restar circunstanciadamentecomprovados.

    O vcio de naturezamaterial constatado no lanamento enseja de pronto anulidade do feito, no atraindo para si a tese da inexistncia de prejuzo,tendo em vista que a ausncia da descrio do fato gerador ou qualquerelementonecessriovalidadedoatoadministrativoprescritonoartigo142do CTN, representa, por si s, evidente cerceamento ampla defesa econtraditrio do contribuinte, por impossibilitar a compreenso do lhe estsendoimputado.

    Recursoespecialnegado.

    Vistos,relatadosediscutidosospresentesautos.

    Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negarprovimentoaorecurso.

    (Assinadodigitalmente)

    HenriquePinheiroTorresPresidenteemexerccio

    (Assinadodigitalmente)

    RycardoHenriqueMagalhesdeOliveiraRelator

    EDITADOEM:11/11/2013

    Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Henrique PinheiroTorres(Presidenteemexerccio),SusyGomesHoffmann(VicePresidente),LuizEduardodeOliveira Santos, Gonalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior,GustavoLianHaddad,MariaHelenaCottaCardozo,RycardoHenriqueMagalhesdeOliveiraeEliasSampaioFreire.

    Relatrio

    RDIO GLOBO ELDORADO LTDA., contribuinte, pessoa jurdica dedireitoprivado,jqualificadanosautosdoprocessoadministrativoemreferncia,tevecontrasi lavrada Notificao Fiscal de Lanamento de Dbito NFLD n 35.442.2057, em03/04/2003 (ARfl.37), exigindolhecrdito tributrio referente adiferenadecontribuiesprevidenciriasdevidasenorecolhidaspelanotificada,concernentespartedossegurados,incidentes sobre a remunerao dos empregados caracterizados, em relao ao perodo de01/1991 a 04/1998, conforme Relatrio Fiscal da Notificao, s fls. 34, e Aditivo de fls.73/74,edemaisdocumentosqueinstruemoprocesso.

    Aps regular processamento, interposto recurso voluntrio ao SegundoConselhodeContribuintescontradecisodaentoDelegaciadaReceitaPrevidencirianoRiodeJaneiro/RJCentro,DNn17.401.4/641/2004,sfls.174/179,quejulgouprocedenteem

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  • Processon35301.009002/200496Acrdon.9202002.966

    CSRFT2Fl.332

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    parteolanamentofiscalemreferncia,aegrgia5aCmara,em04/09/2008,pormaioriadevotos, achouporbemconhecer doRecurso da contribuinte eDARLHEPROVIMENTO, ofazendo sobagidedos fundamentos consubstanciadosnoAcrdon 20501.084, comsuaementaabaixotranscrita:

    Assunto:ContribuiesSociaisPrevidencirias

    Perododeapurao:01/01/1991a30/04/1998

    Ementa:DECADNCIAOSupremoTribunalFederal,atravsda Smula Vinculante n 08, declarou inconstitucionais osartigos45e46daLein8.212,de24/07/91,devendo,portanto,seraplicadasasregrasdoCdigoTributrioNacional.

    ENQUADRAMENTO SEGURADO EMPREGADO SUBORDINAO E NOEVENTUALIDADE RELATRIOFISCALINCOMPLETO.

    Relatrio Fiscal incompleto, pela no demonstrao dasubordinao e demais elementos caracterizadores da relaodeempregoCerceamentodedefesacaracterizado.

    ProcessoAnulado

    Irresignada,aProcuradoriadaFazendaNacional interpsRecursoEspecial,s fls. 220/229, com arrimo no artigo 7, inciso I, do ento Regimento Interno da CmaraSuperiordeRecursosFiscais,aprovadopelaPortariaMFn147/2007,procurandodemonstrarainsubsistnciadoAcrdorecorrido,desenvolvendoemsnteseasseguintesrazes:

    Apsbreverelatodasfasesocorridasnodecorrerdoprocessoadministrativofiscal, insurgese contra o Acrdo atacado, alegando ter contrariado a legislao quecontemplaamatria,maisprecisamenteosartigos11,59e60,doDecreton70.235/72,bemcomoprovas constantesdosautos, impondosejaconhecidoo recursoespecialda recorrente,umavezcomprovadacontrariedadeleiargida.

    Emdefesadesuapretenso,asseveraqueanotificaoedemaistermosdoprocesso administrativo fiscal somente sero declarados nulos na ocorrncia de uma dasseguintes hipteses: a) quando se tratar de ato/deciso lavrado ou proferido por pessoaincompetenteb) resultarem inequvococerceamentodedefesaparte, comoprelecionaosartigos59e60doDecreton70.235/72,oquenosevislumbranocasovertente.

    Acrescenta que a jurisprudncia administrativa estabelece que no h sedeclararanulidadedolanamentoquandoinexistirprejuzodefesadocontribuinte,sobretudoquando este apresenta seu insurgimento de forma ampla e geral, contemplando todamatriaposta nos autos, notadamente quando sequer suscita a nulidade acolhida de ofcio pelodecisriocombatido.

    Opese ao entendimento adotado pela Turma recorrida, alegando que apresente notificao, por se tratar de complemento, ou seja, exigncia de diferena decontribuies,decorrentesdasNFLDs35.441.6855e35.442.1867,notemobrigaodeseaprofundar na descrio dos fatos que permeiam o lanamento, especialmente nadespersonalizaodepessoajurdica.

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    Porfim,requeroconhecimentoeprovimentodoRecursoEspecial,impondoareformadodecisumoraatacado,nostermosencimados.

    Submetido a exame de admissibilidade, o ilustre Presidente da ento 5Cmara do 2 Conselho de Contribuintes entendeu por bem admitir o Recurso Especial daProcuradoria,soboargumentodequearecorrentelogroucomprovarqueoAcrdorecorrido,emtese,contrarioualegislaotributria,especialmenteosartigos11,59e60,doDecreton70.235/72,conformeDespachon205044/2009,sfls.231/233.

    InstadaasemanifestarapropsitodoRecursoEspecialdaFazendaNacional,acontribuinteapresentousuascontrarrazes,sfls.240/244,corroborandoosfundamentosdefatoededireitodoAcrdorecorrido,emdefesadesuamanuteno.

    orelatrio.

    Voto

    ConselheiroRycardoHenriqueMagalhesdeOliveira,Relator

    Presentes os pressupostos de admissibilidade, sendo tempestivo e acatadapeloilustrePresidentedaento5Cmarado2oConselhodeContribuintes,acontrariedadeleisuscitada,conheodoRecursoEspecialepassoanlisedasrazesrecursais.

    Consoante sepositivadoselementosque instruemoprocesso,notadamenteRelatrioFiscaldaNotificao,nopresentelanamentoexigesecrditotributrioreferenteadiferena de contribuies previdencirias devidas e no recolhidas pela notificada,concernentes parte dos segurados, incidentes sobre a remunerao os empregadoscaracterizados.

    Por sua vez, ao analisar a demanda, a Turma recorrida entendeu por bemdecretara improcednciadofeito, acolhendoadecadnciadepartedocrdito tributrio,nostermosdoartigo173,incisoI,doCdigoTributrioNacional,declarando,ainda,anulidadedolanamentoemfacedaausnciadadescriodofatogeradordotributooralanado,razodoinsurgimentodaProcuradoriadaFazendaNacional.

    Inconformada, a Procuradoria da Fazenda Nacional interps RecursoEspecial,aduzindo,emsntese,queasrazesdedecidirdoAcrdorecorridocontrariaramalegislaode regncia, notadamenteos artigos11,59 e60,doDecreto n70.235/72e, bemassim,oconjuntoprobatrioconstantedosautos.

    Afazerprevalecersuapretenso,asseveraqueanotificaoedemaistermosdoprocessoadministrativo fiscalsomenteserodeclaradosnulosnaocorrnciadeumadasseguintes hipteses: a) quando se tratar de ato/deciso lavrado ou proferido por pessoaincompetenteb) resultarem inequvococerceamentodedefesaparte, comoprelecionaosartigos59e60doDecreton70.235/72,oquenosevislumbranocasovertente.

    Acrescenta que a jurisprudncia administrativa estabelece que no h sedeclararanulidadedolanamentoquandoinexistirprejuzodefesadocontribuinte,sobretudoquandoesteapresentasuadefesadeformaamplaegeral,contemplandotodamatriapostanosautos,mormentequandosequersuscitanulidadeacolhidadeofciopelodecisriocombatido.

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  • Processon35301.009002/200496Acrdon.9202002.966

    CSRFT2Fl.333

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    Opese ao entendimento adotado pela Turma recorrida, alegando que apresente notificao, por se tratar de complemento, ou seja, exigncia de diferena decontribuies,decorrentesdasNFLDs35.441.6855e35.442.1867,notemobrigaodeseaprofundar na descrio dos fatos que permeiam o lanamento, notadamente nadespersonalizaodepessoajurdica.

    Em que pesem os argumentos da recorrente, seu inconformismo, contudo,no tem o condo de prosperar. Da simples anlise dos autos, concluise que o Acrdorecorridoapresentaseincensurvel,devendosermantidoemsuaplenitude,comopassaremosademonstrar.

    Antesmesmodeseadentrarsdemaisquestesdemritopropriamenteditas,debomalvitretrazerbailaadistinodas03(trs)conclusespossveis,apriori,deseremlevadas a efeito em um julgamento em favor do contribuinte, quais sejam, vcio formal,materialou(im)procednciadolanamento.

    Ovcioformal,emnossoentender,relacionaseaosrequisitosdevalidadedoato administrativo,ou seja, ospressupostos semosquais referido atonoproduziriaefeitos.Emoutraspalavras,guardarelaocomasformalidadeslegaisextrnsecasdolanamento.Osartigos10e11,doDecreton70.235/72,soosexemplosmaisntidosquepodemosencontrararespeitodotema,inverbis:

    Art.10. O auto de infrao ser lavrado por servidorcompetente, no local da verificao da falta, e conterobrigatoriamente:

    Iaqualificaodoautuado

    IIolocal,adataeahoradalavratura

    IIIadescriodofato

    IVadisposiolegalinfringidaeapenalidadeaplicvel

    V adeterminaodaexigncia ea intimaoparacumprilaouimpugnlanoprazodetrintadias

    VI a assinatura do autuante e a indicao de seu cargo oufunoeonmerodematrcula.

    Art.11. A notificao de lanamento ser expedida pelo rgoqueadministraotributoeconterobrigatoriamente:

    Iaqualificaodonotificado

    IIovalordocrditotributrioeoprazopararecolhimentoouimpugnao

    IIIadisposiolegalinfringida,seforocaso

    IV a assinatura do chefe do rgo expedidor ou de outroservidor autorizado e a indicao de seu cargo ou funo e onmero

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    Aotratardamatria,aLein4.717/65,queregulamentaaAoPopular,emseuartigo2,pargrafonico,alneab,estabelecequeovcioformal:

    [...] a omisso ou observncia incompleta ou irregular deformalidadesindispensveisexistnciaouseriedadedoato.

    Comoseobserva,oatoadministrativosomente tervalidadeseobservadosos pressupostos formais, extrnsecos, insculpidos nos dispositivos legais supra, entre outros,sob pena de ser anulado por vcio formal. Repitase, o requisito formal do lanamentorepresentaaobservnciadosditamesestabelecidosporleinomomentodesuaexteriorizao.

    Ajurisprudnciaadministrativa,queseocupoudotema,mansaepacficanessesentido,senovejamos:

    PROCESSUAL LANAMENTO VCIO FORMAL NULIDADEnulaaNotificaodeLanamentoemitidasemonomedorgoqueaexpediu,semidentificaodochefedessergo ou outro servidor autorizado e sem a indicao dorespectivo cargo e matrcula, em flagrante descumprimento sdisposiesdoart.11,doDecreton70.235/72.PrecedentesdaTerceira Turma da Cmara Superior de RecursosFiscais.Recurso Especial improvido. (3 Turma da CmaraSuperiordeRecursosFiscais,Recurson201108717AcrdonCSRF/0303.305,Sessode09/07/2002)

    PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL NULIDADE VCIO FORMAL LANAMENTO FISCAL COM ALEGADOERRO DE IDENTIFICAO DO SUJEITO PASSIVO INEXISTNCIA Os vcios formais so aqueles que nointerferemnolitgiopropriamentedito,ouseja,correspondemaelementos cuja ausncia no impede a compreenso dos fatosque baseiam as infraes imputadas. Circunscrevemse aexigncias legais para garantia da integridade do lanamentocomo ato de ofcio, mas no pertencem ao seu contedomaterial. O suposto erro na identificao do sujeito passivocaracteriza vcio substancial, uma nulidade absoluta, nopermitindo a contagem do prazo especial para decadnciaprevisto no art. 173, II, do CTN. [...] (8 Cmara do 1Conselho,Recurson143.020Acrdon10808.174,Sessode23/02/2005)(grifamos)

    OAcrdon10706695,dalavradoConselheirorepresentantedaFazenda,Dr. Francisco de Sales Ribeiro deQueiroz, nos traz commuita propriedade a diferenciaoentrevcioformalematerial,nosseguintestermos:

    [...]

    RECURSOEXOFFICIO NULIDADEDOLANAMENTOVCIOFORMAL.A verificao da ocorrncia do fato geradorda obrigao, a determinao damatria tributvel, o clculodo montante do tributo devido e a identificao do sujeitopassivo,definidosnoartigo142doCdigoTributrioNacionalCTN,soelementosfundamentais,intrnsecos,dolanamento,semcujadelimitaoprecisanosepodeadmitiraexistnciadaobrigaotributriaemconcreto.Olevantamentoeobservnciadesses elementos bsicos antecedem e so preparatrios suaformalizao, a qual se d no momento seguinte, mediante a

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  • Processon35301.009002/200496Acrdon.9202002.966

    CSRFT2Fl.334

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    lavraturadoautodeinfrao,seguidadanotificaoaosujeitopassivo, quando, a sim, devero estar presentes os seusrequisitosformais,extrnsecos,como,porexemplo,aassinaturadoautuante,comaindicaodeseucargooufunoeonmerodematrcula a assinatura do chefe do rgo expedidor ou deoutro servidor autorizado, com a indicao de seu cargo oufunoeonmerodematrcula.[...](7Cmarado1ConselhodeContribuintesRecurson129.310,Sessode09/07/2002)

    Por sua vez, o vcio material do lanamento ocorre quando a autoridadelanadoranodemonstra/descrevede formaclaraeprecisaos fatos/motivosquealevaramalavrar a notificao fiscal e/ou auto de infrao. Guarda relao com o contedo do atoadministrativo,pressupostosintrnsecosdolanamento.

    Destarte, o artigo 142 do Cdigo Tributrio Nacional, ao atribuir acompetnciaprivativadolanamentoaautoridadeadministrativa,igualmente,exigequenessaatividade o fiscal autuante descreva e comprove a ocorrncia do fato gerador do tributolanado,identificandoperfeitamenteosujeitopassivo,comosegue:

    Art.142.Competeprivativamenteautoridadeadministrativaconstituirocrditotributriopelolanamento,assimentendidooprocedimentoadministrativotendenteaverificaraocorrnciado fato gerador da obrigao correspondente, determinar amatria tributvel, calcular o montante do tributo devido,identificarosujeitopassivoe,sendocaso,proporaaplicaodapenalidadecabvel.

    Alis, o artigo 37 da Lei n 8.212/91, commais especificidade, impe aofiscal autuante a discriminao clara e precisa dos fatos geradores do dbito constitudo, inverbis:

    Art.37.Constatadooatraso totalouparcialnorecolhimentode contribuies tratadas nesta Lei, ou em caso de falta depagamento de benefcio reembolsado, a fiscalizao lavrarnotificao de dbito, com discriminao clara e precisa dosfatosgeradores,dascontribuiesdevidasedosperodosaquesereferem,conformedispuseroregulamento.(grifamos)

    Nomesmo sentido, o artigo 50 da Lei n 9.784/99 estabelece que os atosadministrativosdevemcontermotivao clara, explcita e congruente, sobpenadenulidade,vejamos:

    Art. 50. Os atos administrativos devero ser motivados, comindicaodosfatosefundamentosjurdicos[...]

    1Amotivaodeveserexplcita,claraecongruente[...]

    Consoanteseinferedosdispositivoslegaisencimados,paraqueolanamentoencontre sustentculo nas normas jurdicas e, conseqentemente, tenha validade, dever ofiscalautuantedescreverprecisamenteecomprovaraocorrnciadofatogeradordotributo.Aausnciadessadescrioclaraeprecisa,especialmentenoRelatrioFiscaldaNotificao,ouerronessaconduta,maculaoprocedimentofiscalporvciomaterial.

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    OutronooentendimentodoilustreDr.ManoelAntnioGadelhaDias,exPresidentedo1ConselhodeContribuinte,conformeseextraidoexcertodesuaobraOVcioFormalnoLanamentoTributrio,nosseguintestermos:

    [...]

    O defeito na descrio do fato, por exemplo, no podecaracterizarsemerovcioformal,poisadescriodofatoestintimamente ligada valorao jurdica do fato jurdico,requisitofundamentaldolanamento.

    A descrio do fato defeituosa tanto pode configurarnulidadededireitomaterialcomodedireitoprocessual.

    Estaremos diante da primeira situao quando o vcioatingeomotivodoato,ouseja,oseupressupostoobjetivo,quecorresponde ocorrncia dos fatos que ensejaram a suaprtica. (Trres, Heleno Taveira et al. coordenao Direito Tributrio e Processo Administrativo Aplicados SoPaulo:QuartierLatin,2005,p.348)

    Ajurisprudnciaadministrativanodiscrepadesseentendimento,consoantesepositivadosjulgadoscomsuasementasabaixotranscritas:

    PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO EXOFFICIO nulo o Ato Administrativo de Lanamento,formalizado com inegvel insuficincia na descrio dos fatos,nopermitindoqueosujeitopassivopudesseexercitar,comolheoutorga o ordenamento jurdico, o amplo direito de defesa,notadamente por desconhecer, com a necessria nitidez, ocontedo do ilcito que lhe est sendo imputado. Tratase, nocaso, de nulidade por vcio material, na medida em que faltacontedo ao ato, o que implica inocorrncia da hiptese deincidncia. (1 Cmara do 1 Conselho de Contribuintes,Recurso n 132.213 Acrdo n 10194049, Sesso de06/12/2002,unnime)

    LANAMENTO NULIDADE VCIO MATERIAL DECADNCIA Nulo o lanamento quando ausentes adescrio do fato gerador e a determinao da matriatributvel,porsetratardevciodenaturezamaterial.Aplicvelo disposto no artigo 150, 4, do CTN. (2 Cmara do 1Conselho,Recurson138.595Acrdon10247201,Sessode10/11/2005)

    Antesdeseguircomoestudo,cabeaquifazerumparntese,relativamenteaoefeito prtico de se declarar a nulidade do lanamento por vcio formal ou material. Noprimeirocaso,oprazodecadencialrestabelecido,passandoasercontadoapartirdadatadadecisodefinitivaquedeclarouanulidadeporvcioformaldolanamento.oqueseextraidoartigo173,incisoII,doCTN.

    Poroutrolado,tratandosedevciomaterial,oprazodecadencialcontinuaasercontadodaocorrnciadofatogeradordotributo,nocasodoartigo150,4,doCTN,oudo1diadoexerccioseguintequeleemqueolanamentopoderiatersidoefetuado,tratandosedosartigos173doCTN.Oumelhor,poderoFiscopromovernovolanamento,corrigindoovciomaterialincorrido,conquantoquedentrodoprazodecadencialacimaestipulado.

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  • Processon35301.009002/200496Acrdon.9202002.966

    CSRFT2Fl.335

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    Retornandodiferenciaodasconclusesde julgamento, joprovimentoaorecurso(improcednciadaautuao),implicainferirque,diantedoselementosdeprovase razes ofertados pela autoridade lanadora, chegouse concluso da inexistncia do fatogeradordotributoexigido.Ouseja,adentrandoseaomritodaquesto,olanamentoefetuadonodeveprosperar,umavezquenorestoucomprovadaaocorrnciadofatogerador,oqueimpedeoFiscodepromovernovolanamentoapartirdosmesmosfatos.

    Arigor,alinhaentreanulidadeporvciomateriale/ouaimprocednciadofeitomuito tnue, fazendocomqueem inmerasoportunidadeshajaumacertadvidaemrelaoqualresultadoseriamaisadequado.

    Entrementes, como o efeito prtico basicamente o mesmo, inexistemmaioresceleumasquantoaotema,aocontrriodoquesevislumbracomanulidadeporvcioformal,ondetodooprocedimentoaserseguidopelaautoridadefiscalpassaaserconduzidodemaneiratotalmentediferente.

    Diante de tais consideraes, voltemos hiptese dos autos, onde o fiscalautuante promoveu o lanamento a partir da desconsiderao da personalidade jurdica deempresas prestadoras de servios, com a respectiva caracterizao dos funcionrios comoseguradosempregadosdanotificada,semconquantodemonstrarecomprovarospressupostosbsicosdealudidoprocedimentoexcepcional.

    Em outras palavras, deveria constar do Relatrio Fiscal da Notificao deforma destrinada a demonstrao da efetiva existncia dos requisitos necessrios caracterizao dos trabalhadores das pessoas jurdicas desconsideradas como seguradosempregadosdanotificada,corroboradocomquadrocontendonomedetodososprestadoresdeservios tidos como empregados da recorrente e respectivos servios desenvolvidos,possibilitandoacontribuinteoexerccioplenodaampladefesaedocontraditrio,sobpenadeincorreremcerceamentododireitodedefesa.

    No presente caso, ao promover o lanamento levando a efeito acaracterizaodosfuncionriosdasprestadorasdeservios(pessoasjurdicas)comoseguradosempregados,oilustrefiscalautuante,emseuRelatrioFiscal,defl.33,eAditivo,sfls.73/74,simplesmente inferiu ter efetuado tal enquadramento, a partir da desconsiderao dapersonalidade jurdica daquelas empresas, sem conquanto demonstrar/comprovar de formapormenorizada seu entendimento, to somente se reportando a outras duas notificaes(NFLDs35.441.6855e35.442.1867),maculandoolanamentoemcomento.

    Tais fatos, alis, j restaram circunstanciadamente esclarecidos no voto dainsigne relatora subscritora do voto condutor do Acrdo recorrido, razo pela qual meabstenhoderepetilos,eisqueaquestonuclearpostanosautossefixaemdefinirsealudidovcionolanamentotemocondodecausarsuanulidade.

    Com efeito, o insurgimento da Procuradoria encontra amparo naargumentao de que o Acrdo recorridomalferiu os preceitos dos artigos 11, 59 e 60 doDecreton70.235/72e,bemassim,oconjuntoprobatrioconstantedosautos,nohavendosefalar, ainda, em nulidade do feito, eis que o caso dos autos no se enquadra em uma dashiptesesinscritasnaquelesdispositivoslegais.

    Mais a mais, arremata inferindo que a jurisprudncia administrativaestabelecequenohsedeclararanulidadedolanamentoquandoinexistirprejuzodefesa

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    do contribuinte, sobretudo quando este apresenta sua defesa de forma ampla e geral,contemplandotodamatriapostanosautos.

    Como afirmado acima, razo no assiste recorrente em suas alegaes,comopassaremosademonstrar.

    Deincio,ressaltasequeanulidadequefulminouopresentelanamento,nalinha do decidido no Acrdo recorrido, se deu em razo de vcio de natureza material,consoante explicitado alhures, maculando os preceitos do artigo 142 do Cdigo TributrioNacional.

    Melhor elucidando, a ausncia da perfeita descrio do fato gerador dotributo lanadomalfere os ditames do artigo 142 doCTN, acima transcrito, determinando anulidadematerialdoatoadministrativo.

    A jurisprudncia deste Colegiado firme e mansa neste sentido,determinando que o defeito na descrio do fato gerador da exigncia fiscal fulmina olanamentoporvciomaterial,senovejamos:

    PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADEMATERIAL.

    Nopresentecasoanulidadefoideclaradaemfacedaausnciadaperfeitadescriodofatogeradordotributo,emvirtudedeno restar constatada a efetiva existncia dos elementosconstituintesdarelaoempregatciaentreosuposto"tomadorde servios"eos"prestadoresde servios",oque caracterizaviolaoaoart.142doCTNe,especificamente,aoart.37daLei n 8.212/91 e ao art. 229, 2 do Regulamento daPrevidncia Social RPS, aprovado pelo Decreton3.048/1999.

    o lanamento, por vcio material, quando ausentes adescrio do fato gerador e a determinao da matriatributvel,emespecialquandoocrditoconstitudocombasena caracterizao de segurado empregado e deixam de serdemonstrados os elementos caracterizadores do vnculoempregatcio. [...] (2 Turma da CSRF Processo n12045.000613/200794 Acrdo n 9202001.924, Sesso de30/11/2011,RelatorConselheiroEliasSampaioFreire)

    NoAcrdocomsuaementaretro,estaEgrgiaTurmasedebruouemtemaidntico ao presente, concluindo pela nulidade material do lanamento, reforando a teseconstantedodecisumrecorrido,nosecogitando,assim,emafrontaaosartigos11,59e60,doDecreton70.235/72,quesereportamprecipuamenteacasosdevciosdenaturezaformal,oquenosevislumbranestesautos.

    Deoutrabanda,igualmente,nomereceguaridaaalegaodarecorrentenosentido de que a eventual ausncia de prejuzo defesa da contribuinte afastaria a nulidadeapontadapeloAcrdorecorrido.

    Isto porque, alm de discordar dessa tese, por atribuir ao contribuinte e/ouseu patrono obrigao que da autoridade fazendria, ou seja, promover o lanamentodevidamente fundamentado na legislao de regncia, esta Colenda Turma j consagrou oentendimentoquesetratandodevciomaterialnolanamento,aeventualausnciadeprejuzodefesanotemocondoderechaaranulidadeincorrida,mormenteemfacedoestabelecido

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  • Processon35301.009002/200496Acrdon.9202002.966

    CSRFT2Fl.336

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    no artigo 142 do CTN, consoante restou devidamente assentado nos Acrdos com suasementasabaixo,inverbis:

    CONTRIBUIOPREVIDENCIRIA

    Perododeapurao:01/03/1999a31/03/2005

    LANAMENTO. NULIDADE. VCIO MATERIAL. FATOGERADOR NO CLARAMENTE DEMONSTRADO.IRRELEVNCIA DA PREVISO DO ARTIGO 59 DODECRETON70.235/72.

    Os vcios materiais de que padecem o lanamento, sobretudoquando referente ausncia de demonstrao clara doselementos fticos caracterizadores do fato gerador do tributoconduzem necessariamente decretao de sua nulidade, combase no artigo 142 do CTN, independentemente do quantodisposto no artigo 59 doDecreto n 70235/72. (2a Turma daCSRFProcesson13896.002263/200742Acrdon9202002.023Sessode20/03/2012)

    Assunto:ContribuiesSociaisPrevidencirias

    Perododeapurao:01/01/1997a30/09/2005

    PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADEMATERIAL.

    No houve a precluso apontada pela Fazenda Nacional,conforme se depreende da leitura do recurso voluntrio queapontaaausnciadefundamentaodorelatriofiscal.

    Para que no houvesse incidncia de contribuiesprevidencirias, a legislao vigente poca dos fatosgeradores exigia que todos empregados e dirigentes tivessemacesso s bolsas de estudos. Entretanto, no me parece que aautoridade fiscal tenha logrado xito em demonstrar e muitomenoscomprovarqueatotalidadedosempregadosedirigentesdaempresanotiveramacessosbolsasdeestudos.

    Ocorre vcio material quando o lanamento no permitir aosujeito passivo conhecer com nitidez a acusao que lhe imputada, quer pela insuficincia na descrio dos fatos, querpela contradio entre seus elementos, igualmente nulo porfalta dematerializao da hiptese de incidncia e/ou o ilcitocometido.

    Nopresentecasoanulidadefoideclaradaemfacedaausnciadaperfeitadescriodo fatogeradordo tributo,emvirtudedeno restar demonstrado que a totalidade dos empregados edirigentesdaempresanotiveramacessosbolsasdeestudos,oquecaracterizaviolaoaoart.142doCTNe,especificamente,aoart.37daLein8.212/91eaoart.229,2doRegulamentoda Previdncia Social RPS, aprovado pelo Decreton3.048/1999.

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    Quando nos deparamos com um vcio de natureza formal oprincpiopasdenullitsansgriefouprincpiodoprejuzodeveser amplamente aplicado, isto porque, a adoo de sistemargidode invalidaoprocessual impedeaeficienteatuaodaAdministraoPblica.

    Cabeaautoridadelanadoraonusdedescreveraocorrnciado fato gerador da obrigao correspondente, determinar amatria tributvel, calcular o montante do tributo devido,identificarosujeitopassivoe,sendocaso,proporaaplicaodapenalidadecabvel,conformedescritonoart.142doCTN.

    Adeclaraodenulidadeanteaausnciadaperfeitadescriodofatogeradordotributo,decorredofatodeaautoridadefiscalnotersedesincubidodonusdedescreveraocorrnciadofatogerador da obrigao, o que faz com que o prejuzo aocontribuinte seja intrnseco declaraode nulidade por vciomaterial. Recurso especial negado. (2a Turma da CSRF Processon36944.005076/200612Acrdon9202002.375Sessode06/11/2012)

    Como se observa, a nulidade em razo de vciomaterial, por se referir aocontedodoatoadministrativo,semoqualnooferececondiesdevalidade,bemcomodedefesa ao contribuinte, no pode ser afastado com base na tese de ausncia de prejuzo aoautuado.

    Ademais,oprejuzodefesadocontribuinteevidente,tendoemvistaqueovciodenaturezamaterial,incasu,aausnciadadescriodofatogerador,maisprecisamentedos pressupostos necessrios desconsiderao da personalidade jurdica da empresa ecaracterizaode seguradosempregados, limitasobremaneiraacompreensodocontribuintedo que lhe est sendo atribudo, cerceando, por conseguinte, seu direito de defesa, como seconstatanocasovertente,oquerechaadeprontoaargumentaodaFazendaNacional.

    Dessa forma, escorreito o Acrdo recorrido devendo, nesse sentido, sermantidooprovimentoaorecursovoluntriodacontribuinte,naformadecididapelaento5aCmara do 2o Conselho deContribuintes, uma vez que a recorrente no logrou infirmar oselementosqueserviramdebaseaodecisrioatacado.

    Por todo o exposto, estando o Acrdo recorrido em consonncia com asnormasqueregulamentamamatria,VOTONOSENTIDODECONHECERDORECURSOESPECIALDAPROCURADORIAENEGARLHEPROVIMENTO,pelasrazesdefatoededireitoacimaesposadas.

    (Assinadodigitalmente)

    RycardoHenriqueMagalhesdeOliveira

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  • Processon35301.009002/200496Acrdon.9202002.966

    CSRFT2Fl.337

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