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CONSEQÜÊNCIAS DE SITIOS ARQUEOLÓGICOS
ESCAVADOS E NÃO INUNDADOS PELO LAGO DA USINA
HIDRELÉTRICA DE SERRA DA MESA.
Goiânia, 2006/2
Sérgio Henrique de O. Mesquita 1 Antônio Pasqualetto2
Acadêmico: Acadêmico de Engenharia Ambiental – UCG. [email protected] Orientador: Prof. Dr. Universidade Católica de Goiás e Centro Federal de Educação Tecnológica – CEFET Goiás.Coordenador Núcleo de Pesquisa em Engenharia (NUPENGE). [email protected]
Resumo No interior de Goiás foi erguida uma barragem no curso do rio Tocantins para
viabilizar a construção da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, cuja represa resultou em um lago de cerca de 1.780 km2. A referida área abrange, parcialmente, oito municípios daquele estado, e compreende região cuja ocupação histórica legou importantes sítios arqueológicos que são testemunhos do período colonial: a ocupação bandeirante, que apresenta importantes vestígios de áreas de mineração, a ocupação agropastoril e antigas vilas e lugarejos. O salvamento histórico arqueológico procedeu-se durante três anos ininterruptos de pesquisa de campo, evidenciando riquíssimo patrimônio cultural. Este trabalho tem como propósito apresentar e avaliar os resultados do estudo realizado.
Palavras-chave: Salvamento Arqueológico, Usina Hidrelétrica Serra da Mesa.
Abstract
In the interior of Goiás a barrage in the course of the river Tocantins was raised to make possible the construction of the Plant Hidrelétrica de Serra of the Table, whose dam resulted in a lake of about 1.780 km2. The related area encloses, partially, eight cities of that state, and understands a region whose historical occupation bequeathed important archaeological small farms that are today certifications of the colonial period: the bandeirante occupation, that presents important vestiges of mining areas, the agropastoril occupation and old villages and lugarejos. The archaeological historical rescue proceeded during three years uninterrupted from research from field, evidencing one riquíssimo cultural patrimony. This work has as intention to present and to evaluate the results of the carried through study.
Rey-Words:Archaeological rescue, Plant Hidrelétrica Serra of the Mesa.
2
1 Introdução
O crescimento demográfico ocorrido em Goiás na década de 40 com a
construção e transferência da capital para Goiânia, e intensificado no início da década de
60 com a construção de Brasília, provocou maior articulação territorial e conseqüente
crescimento econômico para o Estado. A situação da falta de disponibilidade de energia
elétrica nesse período alcançava índices alarmantes, comprometendo a demanda da
produção industrial, agravados pela construção de Brasília, com isso já se visava o
aproveitamento hidrelétrico do rio Tocantins, cuja zona de influência correspondia a
40% da superfície e 30% da população do Estado, previa ainda a regularização da vazão
do Alto Tocantins, ou seja a futura usina do lago Serra da Mesa. (FURNAS CENTRAIS
ELÉTRICAS S.A. E NACIONAL ENERGÉTICA S.A. FURNAS, 1997).
Com o desenvolvimento de projetos arqueológicos na Região Niquelândia
(UHE-Serra da Mesa), desde a década de 1970, além de evidenciar rico potencial,
possibilitou a identificação de sítios importantes para o conhecimento arqueológico
goiano, brasileiro e de toda a América. A UFG, com interveniência do Museu
Antropológico, realizou a execução do Projeto de salvamento Arqueológico Pré-
Histórico da UHE Serra da Mesa-GO), testemunhos de manifestações culturais das
ocupações humanas pretéritas, encontradas na área de influência direta (cota de 460m de
altitude) e de influência indireta (cota de 470m de altitude) do futuro reservatório da
UHE-Serra da Mesa, por meio das etapas de reconhecimento geral, levantamento,
prospecção e escavação (MARTINS, 1998). Foram localizados 93 sítios, cinqüenta
ocorrências arqueológicas e 1.082 pontos prospectados, constituindo acervo de 55.000
testemunhos.
No dia 24 de outubro de 1996, houve o fechamento das comportas de desvio
do rio Tocantins, dando início ao processo de formação do lago; que atingiria cota de
460m de altura e espelho d’água com 1.784 Km2 (FURNAS, 1996).
O lago da UHE-Serra da Mesa não atingiu sua cota máxima, com isso teve
sítios expostos a céu aberto. Com o sobe e desse das águas, e o não enchimento do
reservatório os sítios arqueológicos também estão sujeitos a um tipo de perturbação
artificialmente induzida pela ação antrópica. Nos reservatórios das usinas hidrelétricas, a
3
oscilação da lâmina d’água e o embate das ondas os afetam. Não se sabe exatamente o
que acontecerá, sempre haverá um vestígio para as populações futuras.
4
2 LEGISLAÇAO
Os estudos de arqueologia são definidos legalmente para serem realizados antes
das ações potencialmente impactantes. As ações a serem aplicadas devem obedecer às
normas da pesquisa arqueológica e tem como meta preservar, por meio da pesquisa, o
patrimônio arqueológico, a fim de gerar conhecimento científico, incorporando a
memória nacional e disponibilizando à sociedade em geral.
A arqueologia possui normas legais específicas, sendo que a legislação
brasileira que comanda o patrimônio cultural é relativamente antiga, ou seja, do início do
século XX (BRASIL-Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937). A partir daí,
publica-se a Lei Federal nº 3.924, de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os
monumentos arqueológicos e pré-históricos. É nesse instrumento legal que se
estabelecem normas para a execução da pesquisa arqueológica, e nele se definem
procedimentos para a obtenção de autorização para a prática arqueológica em território
nacional. A autorização passa a ser emitida pelo órgão representante da União, nesse
caso, o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – IPHAN que tem
também, como obrigatoriedade promover a fiscalização do trabalho realizado.
O patrimônio arqueológico brasileiro constitui uma história das gerações do
passado, e assim compete às gerações do presente valorizar e proteger essa história que é
avaliado como recurso cultural finito e irrenovável. (BRASIL-Decreto-Lei nº 25, de 30
de novembro de 1937).
Aos instrumentos legais, citados anteriormente, juntam-se outros dispositivos
com o propósito de garantir a preservação e o conhecimento do patrimônio arqueológico
brasileiro (Art.20, X, CF; Art. 23, III, CF.; Art. 1 caput, CF) e dos assuntos ambientais
(Cap. VI, 225, CF.), e mais recentemente, a portaria nº 230, de 17 de dezembro de 2002
(IPHAN,2002).
Com isso fica claro o cumprimento, por parte do empreendedor, das diferentes
etapas que compõem a prática arqueológica, conforme a legislação prevista para os
licenciamentos ambientais de obras que afetam o patrimônio arqueológico brasileiro,
nesse caso em específico, o da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa, em Goiás.
5
3 A ARQUEOLOGIA
Os estudos de arqueologia no Brasil se intensificaram a partir da segunda
metade do século XX, mais especificamente, a partir da década de 1970 com a execução
de projetos em diversas regiões do país (MARTINS, 1998). O desenvolvimento desses
projetos não só permitiu ter idéia da presença humana e diversidade cultural existente no
país, em uma época anterior à colonização européia, como também mostrou a
importância da realização de estudos de arqueologia para o conhecimento de uma
história do Brasil muito pouco entendido, e explorado, até então. Existem no Brasil
vários centros especializados no estudo da arqueologia. Sendo que os principais estão
ligados às instituições acadêmicas e a museus. A pesquisa arqueológica no Brasil cresce
a cada ano e as maiorias dos trabalhos em desenvolvimento são da chamada arqueologia
por contrato e são trabalhos realizados em áreas que irão sofrer algum tipo de impacto
(FERNANDES, 2001).
Em Goiás se tem notícia de evidências arqueológicas desde a década de1930.
Mas, foi somente na década de 1970 que se iniciaram os primeiros planejamentos de
pesquisa arqueológica. (ANDREATTA, 1975-1985). Com isso, a divisão regional para o
cadastramento de sítios arqueológicos do Estado contemplando a sua antiga divisão
geopolítica e administrativa, foi organizada conforme Melo e Breda (1972),
considerando as bacias hidrográficas em quatro áreas: Araguaia (GO-A), Tocantins
(GO-T), Paranaíba (GO-P), São Francisco (GO-F) e seus afluentes.O universo desta
pesquisa está localizada na Área Tocantins, Região Quarta, denominada Niquelândia –
Região Ni (Figura 1).
A História das pesquisas arqueológicas na Região Arqueológica Niquelândia
(GO-Ni) data da década de 1970. O registro de vários sítios arqueológicos dos tipos:
líticos, lito-cerâmicos e abrigados incorpora os dados levantados por diferentes
programas arqueológicos. Da mesma forma, a datação mais recuada para a Região
Centro-Oeste, até o momento, localiza-se na Área Arqueológica Tocantins, na Região do
lago de Serra de Mesa - GO, identificada sob a sigla GO-Ni. (SCHIMITZ, et al.,
1976/1977; MARTINS 1993/1998/1999).
7
4 A HIDRELETRICIDADE E A QUESTÃO AMBIENTAL
A pressão internacional pela utilização de fontes energéticas com menor
potencial poluidor contribui, ainda que em caráter secundário, para o direcionamento da
política energética do país no caminho da expansão da geração hidrelétrica. A queima de
22 combustíveis fósseis (principalmente o petróleo e o carvão) e o desmatamento por
queimadas, são os principais emissores de gás carbônico (CO2) para a atmosfera, o que
afeta o clima em termos de mudanças globais. Um dos problemas associados à opção
hidrelétrica é a falta de estudos conclusivos sobre o impacto ambiental quantitativo de
uma usina de grande porte. Estima-se que o alagamento de áreas extensas florestadas,
tem influência direta nos níveis de CO2 e metanos (CH4) lançados para a atmosfera
regionalmente. Resultados obtidos por Tavares de Lima (1998), identificaram no
reservatório de Tucuruí uma fonte considerável de CH4 para a atmosfera, especialmente
nos períodos de estiagem, sendo que parcela significativa de material orgânico provém
de bancos de macrófitas aquáticas. Outros trabalhos similares somam um grande esforço
de pesquisa para a quantificação de fluxos de gases estufa para a atmosfera, a partir de
grandes reservatórios.
No entanto, existem poucos dados quantitativos e estudos conclusivos sobre
estas emissões, o que empobrece a definição da hidroeletricidade como energia limpa.
Além da questão das emissões de gases estufa, o mau dimensionamento de
reservatórios em fase de projeto ocasiona outros tipos de danos ambientais e sócio-
econômicos. O alagamento de áreas consideradas não alagáveis, a necessidade de
deslocamento de comunidades inteiras e a baixa relação potência/área alagada são
problemas conhecidos da comunidade científica voltada para estudos de reservatórios.
No Brasil, destacam-se os casos de Tucuruí, no qual, em fase de enchimento,
teve que se proceder um novo deslocamento populacional em função do alagamento não
planejado de áreas adjacentes; Balbina, cuja relação potência/área é da ordem de 0,1
MW/km2, considerada baixíssima; e Sobradinho, cujo projeto definiu o deslocamento de
cerca de 60.000 pessoas (Dias Leite, 1997; Müller, 1995).
8
Em média, um terço dos acidentes com barragens verificados no mundo têm
sido decorrentes da capacidade inadequada dos seus vertedouros, os quais são sujeitos a
suportar cargas maiores do que as especificadas no projeto (PESSOA, 1992).
O desenvolvimento de novas técnicas e a proposição de modelos mais
realísticos para o cálculo de parâmetros de alagamento de reservatórios hidrelétricos,
pode contribuir para a otimização dos projetos, de certa forma minimizando os impactos
ambientais e sócios econômicos associados a estes empreendimentos.
5 RESERVATÓRIOS: IMPORTÂNCIA E RELAÇÕES
AMBIENTAIS
Margalef (1983) definiu reservatório como sendo um sistema híbrido entre um
rio e um lago. Segundo este, o rio represado regula e retarda seu fluxo; o repositório de
águas apresenta um equilíbrio mais avançado, tanto em termos dos limites físicos,
quanto em termos de suporte à vida (figura 2).
FIGURA 2 – BARRAGEM DA UHE
A taxa de renovação da água nos reservatórios é menor que em um rio, porém
maior que em um lago e as organizações verticais de um lago e horizontais de um
rio,assumem característica intermediária em um reservatório, o que determina a
necessidade de estudos específicos relativos a estes meios, como os ambientais.
9
Os impactos ambientais do represamento de rios estão associados ao tamanho e
volume do reservatório, tempo de residência da água e localização geográfica, sendo os
principais: inundação de áreas agrícolas, empecilho à migração de peixes, perda de
vegetação e fauna, mudanças na fauna e flora aquáticas, mudanças no regime
hidrológico, alterações no transporte de sedimentos, proliferação de vetores de doenças
de veiculação hídrica, perda do patrimônio histórico/cultural, efeitos sociais na
população local e mudanças nas atividades econômicas locais (TUNDISI, 1986).
Os rios com maior potencial de aproveitamento hidrelétrico, geralmente
suportam vários empreendimentos, que são construídos em cascata. A regularização da
vazão, obtida com o represamento, potencializa o uso hidrelétrico à jusante, favorecendo
novos empreendimentos. Este efeito acaba por multiplicar os impactos decorrentes
destas construções.
Em decorrência da construção de usinas hidrelétricas no Brasil, originaram-se
muitos tipos de degradação ambiental, entre elas, a redução do fluxo d'água,
modificando a distribuição vertical e horizontal de características bióticas e abióticas,
resultando frequentemente em processos de eutrofização. De acordo com Tundisi
(1986), as principais causas da eutrofização são os despejos de esgotos domésticos,
industriais e resíduos agrícolas, a poluição atmosférica na forma de precipitação e a
vegetação remanescente em represas não desmatadas antes do fechamento das
comportas. Este último fator, associado à lixiviação de insumos agrícolas, aplica-se
diretamente a reservatórios hidrelétricos.
A eutrofização, segundo Tundisi (1986), é um fator importante no
“envelhecimento” dos reservatórios no hemisfério sul, sendo comum neste processo uma
fase de dominância de macrófitas aquáticas. O estudo comparativo deste processo é
importante na determinação da vida útil dos reservatórios hidrelétricos.
Silva (1994) descreve o aumento dos gradientes físicos, químicos e biológicos
como fator condicionante ao surgimento de compartimentos de água com características
diferenciadas que, por si, alteram a estrutura espacial do reservatório. Esta estrutura,
determinante do funcionamento da represa, depende dos níveis de entrada e saída de
água, bem como do volume e área de alagamento. O balanço hídrico, neste caso,
10
representa um importante fator ecológico, agindo na modificação dos níveis de oxigênio
dissolvido e no transporte de nutrientes, organismos planctônicos e sedimentos.
Tal constatação é corroborada por Pereira Filho (1991), para o qual, grandes
reservatórios dendríticos, com tipos de sub-bacias e profundidades variáveis,
determinam variações espaciais na qualidade da água e condições de vida no interior dos
mesmos.
6 A USINA HIDRELÉTRICA DE SERRA DA MESA
As referências que se seguem foram extraídas do Relatório (FURNAS, 1997).
O local escolhido para implantação dessa obra hidrelétrica, foi onde o rio Tocantins
atravessa uma intrusão granítica (Serra da Mesa), de excelentes características,
considerando que a mesma é de grande porte, tais como: a casa de força em caverna
escavada no interior desse “domo granítico” com um baixíssimo consumo de concreto,
se comparado com a maioria das demais obras desse tipo no Brasil. A Usina com 1.293
MW de potência nominal, tem sua barragem de enrocamento com núcleo de argila com
altura de 150 m em sua crista. Foram escavados, em rocha, dois túneis com 680 m de
comprimento cada, totalizando a retirada de 290.000 m3 de rocha. Serra da Mesa tem o
maior reservatório do Brasil em volume de água, com 54,4 bilhões de m3,
profundidade média de 30 m e máxima de 145 m junto à barragem, totalizando uma área
de 1.784 Km2. O túnel de acesso à casa de força tem o comprimento de 440m, 10m de
largura e 7,60m de altura, e a escavação em rocha foi de 30.020m3. A casa de força é a
parte do sistema de geração onde se alojam as turbinas e geradores e diversos outros
equipamentos auxiliares e acessórios necessários a produção eficiente de energia
elétrica, como mostra no quadro 1.” Características do Projeto Serra da Mesa.”
A barragem foi totalmente escavada em rocha, com volume de 178.336m3, com
cumprimento de 137m, largura de 29,20m e altura de 69,80m.
11
Quadro 1. Características do Projeto da Usina Hidrelétrica da Serra da Mesa.
MOTORIZAÇÃO
Potencia instalada (MW) 1275
Energia garantida (MW/ano) 650
RESERVATORIO
Nível máximo (m) 460
Área inundada na cota máxima (Km2) 1784
Volume total (Km3) 54,4
Volume útil (Km3) 43,25
CASA DE FORÇA
Tipo Subterrânea
Numero de unidades 3
Potencia unitária (MW) 425
Tipo de turbina Francis/Eixo vertical
Altura de queda nominal (m) 129
Vazão máxima turbina/unidade (m3/s) 390
FONTE: FURNAS (1996).
A geração de energia ocorre através de três turbinas Francis/eixo (Figura 3)
vertical de 431MW de potência nominal, A primeira turbina entrou em operação em
abril de 1998; a segunda, em setembro de 1998 e a terceira em dezembro de 1998.
FIGURA 3 – TURBINA FRANCIS/EIXO
A ligação da Usina com o sistema foi feita através de uma linha de transmissão
de 500 KV entre a Usina e a estação de Samambaia, em Brasília. Também será o elo de
ligação entre os sistemas SUL/SUDESTE/CENTRO-OESTE e NORTE/NORDESTE,
12
através da ligação com o sistema de Linhas de Transmissões de concessões de
FURNAS.
O lago da Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa “atingira” ao final do
enchimento, 460m acima do nível do mar e, quando ao pé da barragem, a profundidade
será de 145m. A maior largura será no leito do rio Bagagem próxima á CODEMIM, com
16 km, e a margem mais próxima de uma cidade é em Uruaçu. (Figura 4)
FIGURA 4 – RIO BAGAGEM
O lago vai inundar uma área de 1.784 Km2, serão 54,4bilhões de m3 de água,
com a formação de mais de 200 ilhas. De um lado, vai acontecer um impressionante
impacto ambiental, que afetará mais de 36 mil hectares de cerrado e milhares de espécies
animais, além de expulsar moradores de 1,1 mil propriedades que ficaram embaixo
d’água. De outro, vai se produzir em energia o equivalente a cinco vezes o consumo
de Brasília, o que entre outras coisas, rende anualmente 12 milhões de reais em
“royalties” para os municípios atingidos pelo lago.
Soma-se a isso, a criação de um imenso potencial turístico para a região e a
própria possibilidade de desenvolvimento gerado pela energia, tanto na agropecuária
como na indústria (RODRIGUES, 1997).
Quando estiver completamente cheio, o lago será o quarto maior do país,
perdendo para os reservatórios de Sobradinho (BA), Tucuruí (PA) e Balbina (AM). A
profundidade média do lago, que é de 30m, corresponde a uma altura de um prédio de
15 andares.
O funcionamento da usina proporciona ao rio Tocantins uma vazão maior da
anterior ao represamento, de 600m3 /s, beneficiando o surgimento de outras Usinas a
13
Jusante (Cana Brava, Lajeado, Peixe) e o maior aproveitamento da produção de energia
na Usina de Tucuruí (PA) (CULLEN, 1964).
No quadro 2 está a área dos municípios atingidos pela UHE de Serra da Mesa e
na figura 5 ,a localização da barragem da UHE Serra da Mesa.
Quadro 2. Área dos municípios atingidos pela UHE de Serra da Mesa , Go
Municípios
Área (Km2)
Município
Área (Km2)
Inundada
Área do Município
Inundada (%)
Área Município Inundada, área total
(%)
Minaçu 2.860 47,7 1,67 2,67
Campinorte 1.069,6 3,5 0,33 0,20
Campinaçu 1.976,9 332,3 16,81 18,62
Colinas do Sul 1.707,6 68,5 4,01 3,84
Uruaçu 2.135,3 277,5 13,00 15,55
Niquelândia 9.847,2 1.018,7 10,35 57,09
Barro Alto 2.046,1 35,8 1,35 2,01
São Luis Norte 723,8 0,5 0,07 0,03
TOTAL 22.366,5 1.784,5 7,98 100,00
FONTE: FURNAS (1997).
15
A Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa está localizada no norte do Estado de
Goiás, na cidade de Minaçu (13°50’ S / 48°18’ W), Figura 6.
FIGURA 6 - ÁREA DE ESTUDO: USINA HIDRELÉTRICA DE SERRA DA MESA - MINAÇU/GO
Trata-se de um represamento do rio Tocantins em sua porção mais à montante.
Envolve a descarga dos três principais tributários da nascente do Tocantins: rio
Bagagem, rio Maranhão ou Tocantinzinho e rio Claro.
A área de abrangência do reservatório compreende uma porção crustal antiga
(anterior ao pré-cambriano), com formações de interesse geológico-econômico. No
entanto, boa parte destes recursos continuará disponível por estar em locais com altitude
bem mais elevada que a cota máxima do reservatório. É o caso do complexo
Niquelândia, que margeará dois grandes braços da represa. (margem esquerda, figura 7).
FIGURA 7 – MARGEM ESQUERDA DE NIQUELANDIA
16
Algumas formações sedimentares recentes são encontradas à jusante da região
de alagamento. O solo predominante no local é do tipo latossolo vermelho-amarelo
distrófico, que cobre boa parte do Planalto Central Goiano.
O relevo apresenta variações rápidas com formas aguçadas, com diferentes
ordens de grandeza, separadas geralmente por vales em “V”. A vegetação predominante
é o cerrado típico, arbóreo aberto com florestas de galeria e presença mínima de trechos
com vegetação densa (Projeto RADAMBRASIL, 1981, (Figura 8)).
Esta característica de relevo propicia o alagamento em forma dentrítica,
favorecendo o surgimento de compartimentos ou corpos d’água, alguns com
comportamento estanque em termos de hidrodinâmica.
Uma grande variação do nível do reservatório pode ser estabelecida pelo regime
hídrico da região. As cotas pré-definidas como mínima e máxima são 413 e 460 metros,
respectivamente, afetando consequentemente o volume e a vazão da represa,
alternadamente, em épocas secas e chuvosas.
(A
(B) (C)
FIGURA 8 – FOTOGRAFIAS DO RESERVATÓRIO: (A) VISÃO PANORÂMICA DA MARGEM
ESQUERDA DO RESERVATÓRIO;
(B) VISTA AÉREA DO RESERVATÓRIO; (C) VISTA AÉREA DA BARRAGEM.
17
A região de abrangência do reservatório mantém as condições climáticas
peculiares ao centro oeste brasileiro, apresentando uma estação chuvosa no verão, com
médias de precipitação mensal em torno de 250-350 mm, e uma estação seca no inverno,
quando a média cai para 0-25 mm mensais.
A forte seca que acontece nos meses de julho-agosto-setembro determina uma
espécie de “ciclo do fogo”, quando ocorrem queimadas na região. A vegetação começa a
se regenerar no início de novembro e atinge um máximo de produção no fim do verão.
Estas variações são importantes do ponto de vista do analista de dados de
sensoriamento remoto, uma vez que estes padrões podem afetar a imagem de diversas
formas.
6.1 Justificativas para o não enchimento do reservatório
A velocidade de enchimento do reservatório (de acordo com o projeto inicial, o
reservatório atingiria sua cota máxima – 460 metros – em 2 anos, ou seja, em
outubro/98), pode ter sido reduzida por vários fatores, muitos dos quais relacionados a
erros sistemáticos de projeto. Outro fator que pode ter influenciado o processo de
enchimento foi o aumento do período de estiagem na região. Sabe-se que a precipitação
dominante do processo de enchimento está relacionada aos meses de outubro a março,
quando o volume precipitado é maior, permitindo um escoamento superficial mais
consistente e conseqüente descarga na represa. Durante os outros meses,
correspondentes ao período seco, boa parte do volume precipitado (que já é pequeno),
retorna à atmosfera por processos de evapotranspiração. A contribuição do período de
estiagem para o enchimento dos reservatórios é mínima.
Dados fornecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL (1998),
indicam uma precipitação nos meses de outubro a dezembro de 1997, em média 35%
menor que a série histórica dos últimos 33 anos para a região. Apesar dos dados não
estarem completos (as medidas de precipitação para o ano de 1998 ainda não foram
tabuladas pela ANEEL), percebe-se aqui um fator determinante da velocidade de
enchimento do reservatório.( Quadro 3 ).
18
Quadro 3: Dados pluviométricos ANEEL – Estação São Félix.
FONTE: ANNEL (1998)
Coincidentemente, no biênio 97/98 se manifestou uma das mais intensas séries
de fenômenos climáticos associados ao El Niño (INPE/CPTEC, 1998). Apesar de a
região Centro-Oeste estar localizada em uma faixa de estabilidade em relação ao
fenômeno El Niño, caberia investigações pormenorizadas sobre a influência do mesmo
no regime hídrico local.
6.2 Estudos de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento
A metodologia apresentada é de fácil aplicação. Os valores encontrados foram
compatíveis com estudos similares realizados pela empresa Furnas S. A. e consultores
contratados, indicando uma razoável confiabilidade do método, ainda que relativa. Tais
valores permitem concluir que:
. Mantêm-se as indicações do erro médio apontado por trabalhos preliminares
sobre o volume e área da represa da UHE Serra da Mesa, da ordem de 30% a menor para
o volume e 50% a menor para a área, em relação aos valores projetados;
. O erro de projeto já afeta as estimativas de geração hidrelétrica da UHE Serra
da Mesa na mesma proporção ao erro médio de volume, ou seja, a usina tem uma vazão
de consumo cerca de 30% menor que o previsto para a cota atual de alagamento (446
metros) (figura 9).
19
FIGURA 9 – COTA DE 446 METROS
Com relação cota-dia da UHE Serra da Mesa, FURNAS S.A. (1997), quadro 4.
e figura 10, do mosaico de imagens JERS-1/SAR da região da UHE Serra da Mesa,
identificadores 388/324 e 389/324, obtidas em 19.11.97.
Quadro 4 – Cota-dia da UHE Serra da Mesa.
FONTE: FURNAS, (1997).
FIGURA 10 – MOSAICO DE IMAGENS JERS-1/SAR DA REGIÃO DA UHE SERRA DA MESA,
IDENTIFICADORES 388/324 E 389/324, OBTIDAS EM 19.11.97.
20
Com isso boa parte dos projetos das grandes hidrelétricas brasileiras foi
desenvolvida há cerca de duas décadas, quando os recursos computacionais ainda não
estavam disponibilizados como da forma atual. Este é o caso da Usina Hidrelétrica de
Serra da Mesa. O levantamento topográfico realizado durante a fase pré-projeto data de
1981. A obra esteve paralisada durante alguns anos por embargo judicial, quando foi
questionado o Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental da obra.
O fato é que este levantamento apresenta erros tanto na planimetria quanto na
altimetria. No entanto, tais erros, apesar de evidentes, são de difícil mensuração a partir
dos dados existentes, uma vez que estes dados foram obtidos com base naquele
levantamento.
Para se obter um refinamento ainda maior das determinações de volume e área,
seria necessária a retificação da base cartográfica existente. Esta tarefa poderia ser
realizada de duas maneiras, não exatamente excludentes:
. Realização de uma extensa rede de amostragens sobre o reservatório, com o
levantamento de cotas batimétricas e posicionamento com GPS.
Tal procedimento é realizado com sucesso em reservatórios norte-americanos,
especialmente os que estão sob os cuidados da Texas Water Development Board
(SOLIS, 1998). Ali, os dados são obtidos de transects ao longo da represa com
espaçamento de cerca de 155 metros e estações a cada 6.3 metros. As informações são
processadas no programa Arc-View (ESRI), através de redes triangulares irregulares;
. Geração de um modelo numérico de terreno a partir de imagens SAR
estereoscópicas, anteriores ao alagamento, baseado em técnicas de interferometria. Este
modelo seria completamente independente da base de dados atual, comprovadamente
problemática. No entanto, seria preciso fazer uma pesquisa sobre a existência de tais
imagens para este estudo.
Ainda, de forma a se obter uma análise comparativa ao método proposto,
poderiam ser realizados os seguintes estudos:
. A determinação de área e volume em outro programa de geoprocessamento,
utilizando a representação de malha triangular irregular para todo o processo;
21
6.3 Sítios Arqueológicos
Foram referenciados dois sítios arqueológicos pré-históricos e dois históricos.
No total, foram registrados in loco, pelo Projeto de Salvamento Arqueológico Pré-
Històrico da UHE Serra da Mesa – GO (PA-SALV-SM), no período de fevereiro de 1995
a março de 1998, (37 meses de trabalho), 93 sítios arqueológicos, 50 ocorrências
arqueológicos, e percorridos 1082 pontos no universo de trabalho. O acervo constituído
por cerca de 55000 testemunhos.
Várias foram as instituições e equipes envolvidas no resgate arqueológico de
Serra da Mesa como:Universidade Federal de Goiás; Universidade Católica de Goiás;
Universidade de São Paulo; Universidade Estadual Paulista; Universidade Católica Dom
Bosco de Campo Grande; Universidade de Brasília.
Os 93 sítios arqueológicos estão registrados em vários municípios: sendo 37
sítios em Niquelândia; 25 em Campinaçu; 13 em Minaçu; 9 em Barro Alto; 6 em Uruaçu
e 3 em Colinas do Sul.
Sendo que 33 sítios (Quadro 5 ), ou seja, 30.69% dos mesmos sofrem com a
oscilação da cota das águas, e o não enchimento do reservatório. Os sítios arqueológicos
também estão sujeitos a um tipo de perturbação artificialmente induzida pela ação
antrópica: nos reservatórios das usinas hidrelétricas, a oscilação da lâmina d’água e o
embate das ondas afetam os sítios arqueológicos alçados pelo soerguimento da lâmina
d’água. Não se sabe exatamente o que acontecerá com os sítios arqueológicos afogados
pelo enchimento da usina hidrelétrica.
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Quadro 5 - Sítios arqueológicos não inundados pelo lago da Usina Hidrelétrica de Serra
da Mesa.
Líticos Idade do Material(anos) Método de Datação GO-Ni.200 Sítio Peixe Borboleta ___ ___ GO-Ni.202 Sítio Piracanjuba 570 C14 GO-Ni.210 Sítio Branquinha ___ ___ GO-Ni.211 Sítio Arapuá 360 TL GO-Ni.212 Sitio Surubim ___ ___ GO-Ni.219 Sucupira ___ ___ GO-Ni.193 Costa Santos ___ ___ GO-Ni.142 Serra Grande ___ ___ GO-Ni.145 Água Boa ___ ___ GO-Ni.129 Palmeira ___ ___ GO-Ni.178 Lapa Riacho Fundo ___ ___ GO-Ni.192 Serra da Conceição ___ ___ GO-Ni.177 Abrigo Pedra Negra ___ ___ GO-Ni.171 Pedra Rolada ___ ___ GO-Ni.169 Sítio Santa Cruz 1.131 TL GO-Ni.160 Boa Sorte ___ ___ GO-Ni.137 Corego do Meio 987 TL GO-Ni.127 Lajinha 280 TL GO-Ni.147 Sítio Bateias ___ ___ GO-Ni.149 Flor da Mata ___ ___ GO-Ni.132 Sítio Manoel Candido 817 TL GO-Ni.133 Sitio Bom Jardim 1.089 TL GO-Ni.138 Aroeira ___ ___ GO-Ni.139 Guatambu ___ ___ GO-Ni.140 Córrego do Prata ___ ___ GO-Ni.141 Barbosa ___ ___ GO-Ni.134 Abrigo Polague 1.204 TL GO-Ni.136 Gruta C. Carneiro 1.127 TL GO-Ni.143 Córrego Brasilinho ___ ___ GO-Ni.128 Sitio Três Ranchos 354 TL GO-Ni.159 Sitio Cordeiro ___ ___ GO-Ni.150 Igrejinha dos Barbosas ___ ___ GO-Ni.152 Sítio Toqueiro 483 TL Legenda:
TL - Termoluminescência.
C14 – Datação Radiocarbônica.
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No PA-SALV-SM, a obtenção de datações absolutas dos sítios arqueológicos
foi considerada como dado importante, complementar às demais informações obtidas
por meio das análises dos testemunhos materiais líticos, cerâmico, de ossos (humanos e
animais), pinturas rupestre, etc., que proporcionariam a inserção dos sítios numa escala
cronológica. Foram utilizados, para tanto, três métodos de datações:
1. Os ensaios de termoluminescência (TL);
2. A datação radiocarbonica (C14);
3. O método de ressonância paramagnética eletrônica (RPE).
Foram encaminhadas 48 amostras de sítios arqueológicos registrados na área de
Serra da Mesa para datações por termoluminescência (TL), duas amostras para exames
por ressonância paramagnética eletrônica (RPE) e 22 amostras de carvão para cálculo de
idade radiocarbônica (C14). (MARTINS, 1999).
Do resultado das análises, pode-se afirmar que a ocupação humana na área de
Serra da Mesa desenrolou-se desde aproximadamente 10.250 anos (margem de erro
entre + - 90 anos). A idade do GO-Ni.148 (Sítio Fidalgo), único sítio lítico que forneceu
material (carvão associado a objetos líticos, numa profundidade de 1,40 cm), para a
datação, (Análise feita por C14), conforme a cronologia da Região Arqueológica de
Niquelândia - Ni-, no Estado de Goiás (MELO E BRENDA, 1972).
Mas não é a mais antiga do Estado de Goiás, as amostras de carvão do sítio
GO-Ni.49, no município de Hidrolândia – GO, foram datadas e comprovadas a idade de
10.750 anos (SCHMITZ, 1976).
Já os resultados de datações por termoluminescência (TL), na área de Serra da
Mesa no caso do GO-Ni.176 (Abrigo Pedra Talhada), aproximadamente 2.860 anos
(Análise feita por TL).
A pesquisa arqueológica de Serra da Mesa, juntamente com as demais
realizadas no Estado de Goiás, proporcionam o melhor entendimento da ocupação e do
cotidiano das populações pré-coloniais, a partir de sua intensificação e aprofundamento.
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7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Sem perder de vista a peculiaridade da área de Serra da Mesa, tanto no que se
refere à sua ambientação quanto nos aspectos arqueológicos, conclui-se que o estado de
conservação dos sítios foi um dos principais problemas enfrentados na investigação
arqueológica. À medida que vão sendo ampliadas as atividades de extrativismo mineral
e vegetal, bem como a pecuária extensiva e de aproveitamento para lavouras de soja e
arroz, os sítios arqueológicos tornam-se cada vez mais alterados, diminuindo o nível de
informações arqueológicas oferecidas e também à possibilidade de serem localizados
por futuros pesquisadores.
Correntes de fundo, ao erodir o novo leito, dispersarão evidências
arqueológicas redepositando-as em outros locais. Ou, ainda, o assoreamento poderá
soterrá-las sob espessas camadas de lama. A avaliação deste tipo de impactos é, hoje,
altamente especulativa.
A partir de então, recomenda-se o resgate dessa memória cultural, de pelo
menos os 11 (onze) sitos arqueológicos, ou seja, 25% dos não inundados pelo
enchimento do reservatório, pois apresentam alto potencial de importância para gerações
futuras, devido suas datações variarem desde 280 anos até 1204 anos antes do presente,
devendo-se isolar as áreas, pois se sabe que a região está sendo ocupada, com construção
de casas, hotéis, pousadas, criação de gado e agricultura irrigada, uma ocupação
desorganizada que gera grandes prejuízos para o nosso meio ambiente e que acarretará
em um curto período o desaparecimento total de todos os sítios existentes nessa região
denominada Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa - GO.
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DICIONÁRIO
A engenharia de barragens e a hidrologia estabeleceram alguns conceitos
relativos a reservatórios hidrelétricos, os quais são explanados a seguir para melhor
entendimento do texto:
MONTANTE – região da rede de drenagem, bacia ou manancial hídrico, localizada em
nível altimétrico superior ao do objeto referenciado;
JUSANTE – contrário de “montante”, ou seja, região da unidade de estudo (rede de
drenagem, bacia ou manancial hídrico) localizada em nível altimétrico inferior ao do
objeto referenciado;
COTAS – valor “z” em um sistema de eixos tridimensional “x,y,z”, atribuído a uma
localização no terreno. Uma sequência de pontos com a mesma cota se constitui numa
isolinha. Esta é a representação básica de uma curva de nível (Ex.: cota 460 representa a
curva de nível de 460 metros);
NÍVEL MAXIMUM MAXIMORUM – nível do reservatório projetado como nível
máximo de suporte ao alagamento;
NÍVEL MÁXIMO NORMAL – nível projetado como máximo de suporte operacional da
usina;
NÍVEL MÍNIMO NORMAL – nível mínimo de operação, abaixo do qual não há
geração de energia pelas turbinas;
VOLUME MORTO – volume contido abaixo do nível mínimo normal do reservatório;
VOLUME ÚTIL – volume contido entre os níveis mínimo e máximo normais do
reservatório;
EXUTÓRIO – ponto mais à jusante de uma bacia hidrográfica, por onde se dá o
escoamento do canal principal da bacia;
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REFERÊNCIAS
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