CONSIDERAÇÕES SOBRE O CÓDIGO DE PROCESSO NOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS

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  • 8/6/2019 CONSIDERAES SOBRE O CDIGO DE PROCESSO NOS TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS

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    CONSIDERAES SOBRE O CDIGO DE PROCESSO NOS

    TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS (CPTA)1

    Por meio processual ou forma de aco entende-se asformalidades processuais que o pedido interposto junto do tribunal

    competentedevenecessariamenteseguir.

    o Importa distinguir entre meios processuais principais emeios processuais cautelares.

    No que concerne aos meios processuais principais,importa considerar que os mesmos se traduzem em

    processos dirigidos prolao de uma deciso de

    mrito, isto , de uma deciso sob o fundo da causa.

    So meios processuais, por um lado, os meios

    processuais principais no urgentes, como o caso

    da aco administrativa comum (artigos 37. e 42.

    CPTA) e o caso da aco administrativa especial (artigo

    46. CPTA) e, por outro lado, podemos ainda

    identificar,dentro dos processos principais, osmeios

    processuais principais urgentes, a que se refere o

    artigo 36., n.1, alneas a), b), c) e d) e n.2 CPTA,

    previstos mais especificadamente nos artigos 97. e

    seguintes CPTA, podendo-se distinguir entre

    impugnaese intimaes.

    Por outro lado, j os processos cautelares soprocessos urgentes (artigo 36., n.1, alnea e) e n.2

    CPTA e artigos 112. e seguintes CPTA), que no se

    dirigem a uma deciso sobre o mrito da causa,

    desempenhando, ao invs, uma funo de preveno,isto , a tutela cautelar procura garantir a utilidadeda

    sentena a proferir no mbito do processo principal,

    1Os apontamentos apresentados foram recolhidos em aulas prticas de Direito Administrativo II,

    ministradas pela Exma. Professora Doutora Juliana Coutinho,na Faculdadede Direito da Universidade

    do Porto (FDUP),no ano lectivo 2010/2011.

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    seja ele urgente ou no. Desta funo decorrem as

    seguintes caractersticas:

    y Instrumentalidade (ou dependncia) em relao aco principal. Se no for intentada aco

    principal, a providncia cautelar caduca;y Provisoriedade, associada ao facto da tutela

    cautelar no visar uma deciso de fundo do

    litgio;

    y Carctersumrio,na medida em que,no mbitodos processos cautelares, e porque no se

    procura uma deciso definitiva sobre o mrito da

    causa, a apreciao da prova meramente

    sumria, com menor complexidadee intensidadeface ao que sucede ao nvel do processo

    principal.

    As providncias cautelares podem ser antecipatrias,isto ,visam antecipar o efeito a proferir no processo

    principal para salvaguardar a utilidade da sentena a

    proferir e o tempo necessrio para se fazer justia, caso

    em que os critriosdedeciso so,e sem prejuzo do

    disposto do artigo 132., n.6 CPTA, os definidos na

    alnea a) do artigo 120. CPTA ou na alnea c) do n.1 e

    no n.2 do artigo 120. CPTA; ou conservatrias , ou

    seja,visam a manuteno da situao fctica existente

    no momento do incio do processo, caso em que os

    critrios de deciso so, sem prejuzo do disposto no

    artigo 132., n.6 CPTA, os definidos na alnea a) do

    artigo 120. CPTA ou na alnea b) do n.1 eno n.2 do

    artigo 120. CPTA.

    Nos processos urgentes, a tramitao acelerada,sumria, havendo encurtamento dos prazos que

    correm inclusive em perodo de frias judiciais. J os

    processos no urgentes tm uma tramitao mais

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    complexa, havendo suspenso de prazos nas frias

    judiciais.

    Pressupostos processuais: os vrios pedidos que podero serapresentados devero seguir uma das formas de aco acima

    referidas, devendo-se verificar, em relao a cada um deles, os

    pressupostos processuais, isto , os requisitosde quedepende o

    poder-dever do juiz de conhecer o pedido apresentado.

    o Os pressupostos processuais so apreciados no despachosaneador, podendo levar remessa do processo para o

    tribunal competente, ao convite para aperfeioamento ou

    absolviodainstncia,esta ltima quesetraduz na extino

    do processo por questes formais (artigos 88. e 89. CPTA).

    Os pressupostos processuaisso osseguintes:

    1. Legitimidadey Legitimidade activa, que se traduz na

    titularidade de uma posio jurdica subjectiva

    necessitada detutela; no caso do particular, fala-

    se em interesse directo e pessoal em agir,

    resultando estedo carcter lesivo do acto;

    y Legitimidade passiva, correspondente entidade contra a qual apresentado o pedido e

    que ocupa,no processo, a posio processual de

    ru;

    y Contra-interessados , isto , os particularestitulares de posies jurdicas s quais a

    procedncia do pedido apresentado pelo autor

    directamente prejudicial. O seu interesse

    identifica-se com o do ru e, por isso, integram

    com este um litisconsrcio necessrio passivo

    (interesse idntico ao do ru, identificando-se

    com ele, estando ligados a ele de modo

    incidvel).

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    2. Interesseemagir, quesetraduz na necessidade real,efectiva e actual de recurso aos tribunais, sem o qual

    no possvel o acesso;

    3. Prazo, que expressa uma exigncia detempestividade do pedido, isto , que este sejaapresentado em tempo;

    4. Tribunalcompetente (artigo 212.,n.3 CRP, artigos1. e 4. ETAF)

    y Em primeiro lugar,tem lugar a determinao dajurisdiocompetente,definindo-se a jurisdio

    administrativa com baseno conceito de relao

    jurdico-administrativa, nos termos do artigo

    212.,n.3 CRP e artigos 1. e 4. ETAF;

    y Em segundo lugar, determinada a jurisdioadministrativa como competente, importa

    averiguar qual o tribunal da jurisdio

    administrativa competente em razo da

    hierarquia. Em regra, vale a competncia

    residual egenrica dos Tribunais Administrativos

    de Crculo, definida em funo do disposto nos

    artigos 24., 25. e 37. ETAF,todos aplicando o

    argumento a contrario sensu, e artigo 44.

    ETAF;

    y Em terceiro lugar, determinar o tribunalcompetente em razo do territrio,nos termos

    dos artigos 16. a 22. CPTA, aplicando-se

    primeiramente as regrasespeciais (artigos 17. a

    22. CPTA) e, supletivamente, a regra geral

    contida no artigo 16. CPTA.

    Acrescem ainda duas exigncias, que passam pela

    constituioobrigatriadeadvogadoede que resulta

    a exigncia de juno ao processo da respectiva

    procurao e, por outro lado, ovalordaaco.

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    Dos pressupostos processuais distinguem-se as condies deexistncia da aco (artigo 78. CPTA) as partes, o pedido, a

    causa do pedido e o tribunal competente cuja falta implica a

    recusa do recebimento da petio inicial pela secretaria do tribunal

    onde a mesma foi apresentada.

    Mecanismos de impugnao contenciosa de acto administrativooudeomissodeactoilegal

    o 1. Identificao do acto administrativo para efeitossubstantivosouprocedimentais,nos termosdo artigo 120.

    CPA, considerando as duas concepes doutrinrias

    paradigmticas, ou seja, por um lado, a concepo ampla de

    acto administrativo, quesesatisfaz com a mera produo de

    efeitos jurdicos (internos ou externos) e, por outro, a

    concepo estrita que exige do acto carcter regulador e

    efeitos jurdicosexternos;

    o 2. Considerando a concepo estrita de acto administrativo e,por isso mesmo, a tendencial correspondncia ou

    identificao entre acto administrativo para efeitos

    substantivose acto administrativo para efeitos contenciosos

    e, sem prejuzo das excepes, como as referentes aos

    pareceres vinculativos e aos actos dotados de eficcia

    interna, importa verificar o preenchimento dos seguintes

    critrios de recorribilidade previstos no artigo 51., n.1

    CPTA, artigo 100.,n.1 CPTA e artigo 268.,n.4 CRP:

    Susceptibilidade de produo de efeitos jurdicosexternos, tal como resulta do artigo 51. CPTA, no

    sendo necessria a efectiva produo de efeitos

    externos, mas apenas que o acto administrativo emcausa tenda sua produo. Esta uma questo

    prvia, colocada no plano objectivo da impugnabilidade

    do acto e queno se confunde com a lesividadedeste,

    na medida em que susceptvel de impugnao um

    acto administrativo que tenda a produzir efeitos

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    jurdicos externos, mesmo que este no se ja lesivo,

    pelo que a lesividade se reconduz a u m critrio de

    legitimidade activa eno de recorribilidade;

    Ilegalidade do acto: apesar deste critrio poder serconfundido com uma condio de precedncia daaco,no deixa estede se assumir como um critrio

    de recorribilidade, na medida em que a justi a

    administrativa, sem prejuzo da tutela dos direitos

    subjectivos e interesses legalmente protegidos dos

    particulares, tende sempre garantia objectiva da

    legalidade, independentemente do interesse dos

    particulares a no serem lesados. Este critrio dever

    ser concretizado atravsda identificao dosvciosdo

    acto e correspondentessanes.

    o 3. Delimitao do contedo do acto administrativoimpugnvel, para, em funo disso, determinar o pedido

    adequado.

    1. Tipodeacto Actodecontedopositivo:y Acto que introduz uma modificao na ordem

    jurdica e queno se confunde com a atribuio

    de benefcios ou vantagens aos particulares.

    Por exemplo: actos que aplicam sanes (actos

    punitivos), como a pena disciplinar dedemisso

    ou desuspenso; actos ablativos, como os actos

    queexpropriam um bem (declarao de utilidade

    pblica); actos de excluso de candidatos num

    procedimento pr-contratual;

    y Ora, porque o que se pretende em relao aestes actos a sua remoo da ordem jurdica e

    a reposio das coisas no estado em que se

    encontrariam se o acto no fosse praticado, o

    pedido adequado o pedidodeimpugnaode

    acto administrativo. Este pedido tem por

    objecto o acto administrativo e dirige-se, em

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    funo dosseusvcios, anulao, declarao

    de nulidade ou declarao de inexistncia

    jurdica do acto e podeser deduzido sob a forma

    da aco administrativa especial (artigo 46.,

    n.1,n.2, alnea a) en.3 CPTA) ou sob a formada aco urgentedo contencioso pr-contratual

    (artigo 100., n.1 CPTA), esta ltima se

    estivermos perante um procedimento tendente

    formao de um dos contratos taxativamente

    elencados.

    o Hiptese 1:se o pedido de impugnao fordeduzido sob a forma da aco

    administrativa especial, os pressupostos

    processuais so definidas nos seguintes

    termos:

    Legitimidade activa: artigo 55.CPTA;

    Legitimidade passiva: artigo 10.CPTA;

    Contra-interessados: artigo 57.CPTA;

    Interesseemagir Prazos: artigos 58. e 59. CPTA; Tribunal competente, identificado

    nostermos referidos anteriormente.

    O pedido seguir a tramitao

    prevista nos artigos 78. eseguintes

    CPTA.

    o Hiptese2:se o pedido de impugnao fordeduzido sob a forma da acourgentedo

    contencioso pr-contratual , os

    pressupostos processuais so definidas

    nosseguintestermos:

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    Legitimidade activa: artigo 55.CPTA, ex vi artigo 100., n.1

    CPTA;

    Legitimidade passiva: artigo 10.CPTA;

    Contra-interessados: artigo 57.CPTA, ex vi artigo 100., n.1

    CPTA;

    Interesseemagir Prazos: artigo 101. CPTA e artigo

    36.,n.2 CPTA (prazo no suspende

    em frias judiciais);

    Tribunal competente, identificadonostermos referidos anteriormente.

    O pedido seguir a tramitao

    prevista nos artigos 78. eseguintes

    CPTA, aplicveisex vi artigo 102.,

    n.1 CPTA e com asespecificidades

    previstasno artigo 102.,nmeros 2

    e 3 CPTA e artigo 103. CPTA.

    2. Tipodeacto: Actodecontedonegativo y Acto que recusa a introduo de uma alterao

    na ordem jurdica, indeferindo a pretenso

    apresentada pelo particular.

    Por exemplo: actos que indeferimento liminar ou

    de recusa do pedido deduzido pelo particular;

    y So actos de indeferimento liminar ou nasequncia de uma apreciao sobre o mrito do

    pedido apresentado, que recusam assim a

    introduo de modificaes no ordenamento

    jurdico;

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    y Como, in casu, o interessedo requerenteno sesatisfaz com a mera remoo do acto de

    indeferimento, o pedido adequado para tutela

    da sua posio jurdica o pedido de

    condenao prtica de acto legalmentedevido,nostermosdo artigo 67.,n.1, alnea b)

    ou c) CPTA. O objecto deste pedido a

    pretenso do requerentee podeser apresentado

    sob a forma da aco administrativa especial ou

    da aco urgentedo contencioso pr-contratual

    (artigo 46., n.1, n.2, alnea b) e n.3 CPTA e

    artigo 100.,n.1 CPTA)

    o Hiptese 1:se o pedido de impugnao fordeduzido sob a forma da aco

    administrativa especial, os pressupostos

    processuais so definidas nos seguintes

    termos:

    Legitimidade activa: artigo 68.,n.1 CPTA;

    Legitimidade passiva: artigo 10.CPTA;

    Contra-interessados: artigo 68.,n.2 CPTA;

    Interesseemagir Prazos: artigo 69., nmeros 2 e 3

    CPTA;

    Tribunal competente, identificadonostermos referidos anteriormente.

    o Hiptese2:se o pedido de impugnao fordeduzido sob a forma da acourgentedo

    contencioso pr-contratual , os

    pressupostos processuais so definidas

    nosseguintestermos:

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    Legitimidade activa: artigo 68.,n.1 CPTA

    Legitimidade passiva: artigo 10.CPTA;

    Contra-interessados: artigo 68.,n.2 CPTA

    Interesseemagir Prazos: artigo 101. CPTA e artigo

    36.,n.2 CPTA (prazo no suspende

    em frias judiciais);

    Tribunal competente, identificadonostermos referidos anteriormente.

    Em qualquer um dos casos, o pedido

    de condenao prtica de acto

    legalmente devido segue a

    tramitao dos artigos 78. e

    seguintes CPTA, com as

    especificidades, no caso da aco

    competente ser a aco urgentedo

    contencioso pr-contratual, dos

    artigos 102. e 103. CPTA.

    3. Tipo de acto: Acto administrativo deindeferimentoparcial

    y Acto administrativo que indefere apenasparcialmente um pedido apresentado pelo

    particular, ficando aqum da satisfao total dos

    interessesdeste.

    y Porque o que o particular pretende aampliao da vantagem que lhe foi concedida e

    no a remoo desta, o pedido adequado o

    pedido de condenao prtica de acto

    legalmente devido, nos termos do artigo 67.,

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    n.1, alnea b) CPTA, deduzido sob a forma da

    aco administrativa especial (artigo 46.,n.1 e

    n.2, alnea b) en.3 CPTA) ou da aco urgente

    do contencioso pr-contratual (artigo 100.,n.1

    CPTA);y Em ambos os casos, os pressupostos processuais

    regem-se nos termos referidos anteriormente

    (acto de indeferimento), o mesmo valendo para

    a tramitao do pedido.

    4. Tipodeacto: Omissoilegaldeactoadministrativoy A ilegalidade de uma omisso pressupe a

    apresentao de um pedido que constitua a

    Administrao Pblica no dever de decidir, sem

    que esta o faa no prazo estabelecido para o

    efeito (prazo ordinrio de 90 dias) e sem que

    esta omisso possa ser considerada como um

    acto de deferimento tcito (artigo 108. CPA,

    artigo 109., nmeros 2 e 3 CPA e artigo 67.,

    n.1, alnea a) CPTA);

    y O pedido de condenao prtica do actolegalmente devido o pedido adequado,neste

    caso, e tem por objecto a pretenso do

    requerente que ficou sem resposta. Este pedido

    pode ser deduzido sob a forma da aco

    administrativa especial (artigo 46., n.1, n.2,

    alnea b) en.3 CPTA) ou sob a forma da aco

    urgente do contencioso pr-contratual (artigo

    100.,n.1 CPTA).

    o Hiptese 1:se o pedido de impugnao fordeduzido sob a forma da aco

    administrativa especial, os pressupostos

    processuais so definidas nos seguintes

    termos:

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    Legitimidade activa: artigo 68.,n.1 CPTA;

    Legitimidade passiva: artigo 10.CPTA;

    Contra-interessados: artigo 68.,n.2 CPTA;

    Interesseemagir Prazos: artigo 69.,nmero 1 CPTA; Tribunal competente, identificado

    nostermos referidos anteriormente.

    o Hiptese2:se o pedido de impugnao fordeduzido sob a forma da acourgentedo

    contencioso pr-contratual , os

    pressupostos processuais so definidas

    nosseguintestermos:

    Legitimidade activa: artigo 68.,n.1 CPTA

    Legitimidade passiva: artigo 10.CPTA;

    Contra-interessados: artigo 68.,n.2 CPTA

    Interesseemagir Prazos: artigo 101. CPTA e artigo

    36.,n.2 CPTA (prazo no suspende

    em frias judiciais);

    Tribunal competente, identificadonostermos referidos anteriormente.

    Em qualquer um dos casos, o pedidode condenao prtica de acto

    legalmente devido segue a

    tramitao dos artigos 78. e

    seguintes CPTA, com as

    especificidades, no caso da aco

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    aco administrativa especial (artigo 46., n.1,

    n.2, alnea a) e n.3 CPTA) ou sob a forma da

    aco urgente do contencioso pr-contratual

    (artigo 100.,n.1 CPTA).

    o Hiptese 1:se o pedido de impugnao fordeduzido sob a forma da aco

    administrativa especial, os pressupostos

    processuais so definidas nos seguintes

    termos:

    Legitimidade activa: artigo 55.CPTA;

    Legitimidade passiva: artigo 10.CPTA;

    Contra-interessados: artigo 57.CPTA;

    Interesseemagir Prazos: artigos 58. e 59. CPTA e

    artigo 144. CPC;

    Tribunal competente, identificadonostermos referidos anteriormente.

    Acresce a disposio prevista no

    artigo 21. CPTA (cumulao de

    pedidos).

    o Hiptese2:se o pedido de impugnao fordeduzido sob a forma da acourgentedo

    contencioso pr-contratual , os

    pressupostos processuais so definidas

    nosseguintestermos:

    Legitimidade activa: artigo 55.CPTA, ex vi artigo 100., n.1

    CPTA;

    Legitimidade passiva: artigo 10.CPTA;

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    Contra-interessados: artigo 57.CPTA, ex vi artigo 100., n.1

    CPTA;

    Interesseemagir Prazos: artigo 101. CPTA e artigo

    36.,n.2 CPTA (prazo no suspende

    em frias judiciais);

    Tribunal competente, identificadonostermos referidos anteriormente.

    Acresce a disposio prevista no

    artigo 21. CPTA (cumulao de

    pedidos).

    Em qualquer um dos casos, o pedido

    de condenao prtica de acto

    legalmente devido segue a

    tramitao dos artigos 78. e

    seguintes CPTA, com as

    especificidades, no caso da aco

    competente ser a aco urgentedo

    contencioso pr-contratual, dos

    artigos 102. e 103. CPTA.

    A cumulao de pedidos

    meramente facultativa, ou seja, o

    interessado pode apresentar apenas

    um pedido de impugnao do acto

    de contedo ambivalente,

    aguardando que, em fase de

    execuo de sentena, e com vistaao restabelecimento da situao

    que existiria se o acto no tivesse

    sido praticado,esteseja substitudo

    por outro que, pelo menos, no

    reincida nas mesmas ilegalidades.

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    Mais complicado ser se o

    interessado apresentar apenas um

    pedido de condenao da

    Administrao substituio

    daquele acto por outro, caso emque, por se admitir implcito o

    pedido de impugnao, poder o

    tribunal corrigir ex officio a falta

    de explicitao formal deste ltimo

    pedido,no dependendo assim esta

    correco de um convite para

    aperfeioamento dirigido ao autor

    com a possibilidade de, no sendo

    cumprido, haver lugar a absolvio

    da instncia (artigos 88. e 89.

    CPTA).

    Considerando o disposto anteriormente em relao s formas deaco aplicveis, devero seguir a forma da aco administrativa

    especial todos os pedidos dirigidos a actos administrativos ou

    omisses que no tenham lugar no mbito de um procedimento

    pr-contratual. Pelo contrrio, podero seguir a forma da aco

    administrativa especial ou a forma da aco urgente do

    contencioso pr-contratual os pedidos apresentados contra actos

    administrativos pr-contratuais ou omisses que tenham lugar no

    mbito de procedimentos pr-contratuais. Neste caso, para

    determinar a forma de aco aplicvel, necessrio atender ao tipo

    de contrato a que o procedimento pr-contratual sedirige, ou seja,

    sese tratar de um contrato deempreitada,de concesso de obraspblicas, de prestao de servios ou de fornecimento de bens

    (elenco taxativo), o pedido apresentado contra o acto

    administrativo pr-contratual ou a omisso ilegal ocorrida dever

    seguir a forma da aco da aco urgente do contencioso pr -

    contratual (artigo 36., n.1, alnea b) e n.2 CPTA e artigo 100.,

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    n.1 CPTA). Em todos osdemais casos, os pedidosdirigidos a actos

    administrativos pr-contratuais ou omisses ilegais ocorridas no

    mbito de procedimentos pr-contratuaisseguem a forma da aco

    administrativa especial,nostermosdo artigo 46.,n.3 CPTA.

    Tutelacautelaro As providncias cautelares desempenham, nos termos do

    artigo 112., n.1 CPTA, uma funo de preveno,

    procurando garantir a utilidade da deciso definitiva a

    proferir no processo principal. Desta funo decorrem as

    caractersticasessenciaisdas providncias cautelares, queso

    o seu carcter sumrio e provisrio e a sua

    instrumentalidade. Sobre este ltimo aspecto, se verdade

    que os processos cautelares so processados

    autonomamente como processos urgentes (artigo 36.,n.1,

    alnea e) en.2 CPTA), o facto quedependem do processo

    principal, conforme resulta dos artigos 113., 114., 116. e

    20., n.6 CPTA, podendo, por isso, ser apresentados como

    preliminares ou como incidentes ao processo principal (artigo

    113., n.1 CPTA), no tribunal competente para decidir a

    causa principal (artigo 20.,n.6 CPTA);

    o As providncias cautelares podem ser conservatrias , casoem que procuram a manuteno, a ttulo provisrio, do

    equilbrio de interesses existente aquando da apresentao

    do pedido principal; ou antecipatrias, as quais visam

    antecipar, a ttulo provisrio, uma situao jurdica nova :

    aquela que resultar, a ttulo definitivo,do processo principal.

    As providncias cautelares conservatrias, no caso, a

    suspenso de eficcia de acto administrativo (artigo 112.,n.1 en.2, alnea a) CPTA) devero ser apresentadas quando

    o acto administrativo praticado tenha um contedo positivo

    ou ambivalente, uma vez que o competente pedido de

    impugnao a apresentar nestes casos carece,em regra,de

    efeito suspensivo (artigo 50.,n.2 CPTA). Por outro lado, as

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    providncias cautelares antecipatrias devero ser

    apresentadas quando o acto administrativo tenha contedo

    negativo ou esteja em causa uma omisso ilegal,sem prejuzo

    da cumulao desta providncia com providncias cautelares

    conservatrias,no caso, por exemplo,do acto administrativoter contedo ambivalente (neste caso, poder cumular uma

    providncia cautelar conservatria de suspenso de eficcia

    de acto com uma providncia cautelar conservatria de

    suspenso do procedimento concursal e ainda com uma

    providncia cautelar antecipatria de admisso provisria em

    concurso). So providncias cautelares antecipatrias as

    indicadasnas alneas b) a f) do n.2 do artigo 112. CPTA.

    o No que respeita suspenso de eficcia de actoadministrativo, esta providncia cautelar pode ser

    apresentada quer com vista suspenso deeficcia de actos

    pr-contratuais (regime especial), caso em que,

    independentemente do contrato em causa, os critrios de

    deciso so osdefinidosno artigo 132.,n.6 CPTA; quer com

    vista suspenso de eficcia de actos administrativos que

    no se jam pr-contratuais (regimenormal), caso em que os

    critriosdedeciso so osdefinidosna alnea b) do n.1 do

    artigo 120. CPTA e n.2 desta mesma disposio. Estes

    critriosdedeciso so os critrios aplicveisem situaesde

    normalidade, sendo derrogados, em situaes excepcionais,

    pelo critrio da evidncia de procedncia da aco principal,

    previsto na alnea a) do n.1 do artigo 120. CPTA (regime

    excepcional). Independentemente do decretamento ou no

    de providncia cautelar, decorre, por mero efeito da

    apresentao do pedido de suspenso edo recebimento do

    seu duplicado pela entidade requerida, a proibio deexecutar o acto administrativo at que seja decidido o

    decretamento ou no da providncia cautelar. Este efeito

    previsto no artigo 128., nmeros 1 e 2 CPTA, poder ser

    automaticamente afastado se a entidade administrativa

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    requerida apresentar resoluo fundamentada (artigo 128.,

    n.1,in fine CPTA e artigo 128.,nmeros 4, 5 e 6 CPTA).

    Critrios de deciso da providncia cautelarconservatria: so osdefinidosna alnea b) do n.1 e no n.2 do artigo 120. CPTA

    y 1. Critrio Periculum in mora oucritriodaperigosidade: traduz-se na exigncia, para

    decretamento da providncia,de constituio de

    factos consumados ou de prejuzos de difcil

    reparao que obstem utilidadetotal ou parcial

    da sentena a proferir no processo principal.

    Para verificar o preenchimento deste requisito, o

    juiz deve fazer um juzo de prognose pstuma,

    colocando-se na hiptese de procedncia da

    aco principal para, considerando as provas

    apresentadas pelo requerente, procurar verificar

    se tero lugar prejuzos de difcil reparao ou

    factos consumados que tornem a sentena uma

    mera proclamao acadmica intil;

    y 2. Critrio Critrio dajuridicidade material:porque se trata de uma providncia cautelar

    conservatria, suficiente que o juiz considere

    como no evidente a falta de fundamento do

    pedido apresentado na aco principal. Neste

    caso, o tribunal basta-se com um mero juzo

    negativo de juridicidade (fumus non malus),

    ao contrrio do que acontece com as

    providncias cautelares antecipatrias, em que

    se exige um juzo positivo de probabilidade de

    procedncia (fumus boni iuris);

    y 3. Critrio Critrio da proporcionalidade: otribunal dever negar a concesso da

    providncia cautelar requerida, substitui-la por

    outra, ouvidas as partes, ou decretar contra-

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    providncias quando,e apesar deverificados os

    outros requisitos, considerar que os prejuzos

    resultantesda concesso da providncia cautelar

    so superiores queles que se procurar evitar

    com a mesma (artigo 120., nmeros 2, 3 e 4CPTA).

    Sendo a providncia em causa uma providncia

    desuspenso deeficcia de acto administrativo,

    por mero efeito da apresentao do seu pedido e

    citao do mesmo entidade administrativa

    demandada,h lugar proibio deexecuo do

    acto, que se prolongar ao longo do processo

    cautelar e at deciso sobre o mesmo, a menos

    que se ja apresentada pela entidade

    administrativa demandada, resoluo

    fundamentada (artigo 128. CPTA), com efeito

    automtico de desparalizao, mesmo que no

    fundamentada ou sem verificao do grave

    pre juzo para o interesse pblico, porqueno

    apreciada pelo juiz,excepto quando o particular

    requer, incidentalmente, a apreciao.