CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: O MARCO LEGAL ......2013/05/03 · 2 1. Apresentação • Participação cidadã e as mudanças das políticas sociais a partir da Constituição

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Carlos Frederico B. Kraemer

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: O MARCO LEGAL PARA A PARTICIPAÇÃO

SOCIAL DO BRASIL

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1. Apresentação

• Participação cidadã e as mudanças daspolíticas sociais a partir da ConstituiçãoFederal de 1988 (CF)

• Políticas de proteção social a partir dapromulgação de 1988

– Universalizante, democrático e participativo

• “Constituição cidadã”

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2. Redemocratização no Brasil

• Podemos tratar em três fases:

– Primeira fase: 1974 a 1982

– Segunda Fase: 1982 a 1985

– Terceira Fase: 1985 a 1990

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2. Redemocratização no Brasil

• Primeira fase: 1974 a 1982

– Fatores que influenciaram a abertura política:

• Eleições em 1974 com um desempenhorelevante do MDB.

• Fatores econômicos: esgotamento doprocesso de substituição das importações.Crises do petróleo.

• Conflito interno das forças armadas.

– Em 1979 há a anistia.

– Fim do bipartidarismo.

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2. Redemocratização

• Segunda fase: 1982 a 1985

– 1982 – Novas eleições, inclusive paragovernadores. Ascensão do PMDB.

– Sucessão presidencial em 1985.

• Diretas já!!

• Formação da Aliança democrática comPMDB e PFL (dissidentes do PDS) –Tancredo e Sarney.

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• Terceira fase: 1985 a 1990

– Morte de Tancredo Neves. Assume Sarney.

– A democratização segue seu caminho – NovaRepública.

– Refundação da estrutura constitucional brasileira coma promulgação da Constituição Federal de 1988.

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3. Constituição Federal de 1988

• Discussão entre vários grupos políticos,econômicos e sociais

• Novos pactos e compromissos políticos esociais

• Eleições de 1986

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• 1987 – Instaurada a Assembleia NacionalConstituinte (ANC): 559 membros, dos quais72 senadores e 487 deputados federais.

• Partidos: PMDB e PFL / PT, PDT, PSB, PC do Be PCB.

• ANC não exclusiva.

• Campanha para emendas populares (art. 24).

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• 122 movimentos populares enviaramemendas à ANC, assinadas por mais de 12milhões de eleitores, e 83 foram defendidasna ANC.

– Emendas populares: 30.000 eleitores, sob aresponsabilidade de três entidades da sociedade civil.

• Organizações da sociedade civil tiveram umaatuação ativa no processo constituinte juntoaos políticos.

• Instrumentos institucionais da participaçãopopular.

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• Méritos

– Mecanismos de uma democracia representativa forammantidos.

– Desconcentração de poder.

– Processo de descentralização política efinanceira• Um novo federalismo e favorecendo a consolidação da

democracia

– Liberdade de organização partidária.

– Padrões de proteção social sob um modelo maisigualitário e universalista.

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• Méritos

– O fortalecimento da cidadania:

• Ação popular, a ação civil pública, a açãodireta de inconstitucionalidade, o direito àinformação, a ampla liberdade demanifestação de imprensa.

• A inserção de instrumentos associados àdemocracia direta: o plebiscito, o referendo ea iniciativa popular .

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3.1 Política social: novas configurações

• Políticas públicas voltadas para o bem estar e a proteção social

– Saúde,a previdência, assistência social, educação e habitação

• Década de 1980

– Modelo excludente

– Proteção era voltada para uma parcela da classe trabalhadora brasileira

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• Modelo de seguro social na área previdenciária

– Os benefícios são condicionados às contribuições passadas

– Os direitos sociais estavam condicionados à inserção dos indivíduos na estrutura produtiva - cidadania regulada

• Modelo assistencial

– Ações estão dirigidas aos grupos de pobres mais vulneráveis

– Perspectiva caritativa e de caráter emergencial

– Medidas compensatórias

– Não se configura uma relação de direito social

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• Com a CF - Modelo de seguridade social

– A inclusão da previdência, da saúde e da assistência social como partes da seguridade social, introduz a noção de direitos sociais, antes restritos à população beneficiária da previdência

– Os benefícios dão um caráter universal à cobertura

– Cidadania: que agora abrange os direitos sociais em um sentido universal e inclusivo

– Descentralização

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3.2 Mecanismos de democracia direta

• Relevância da participação popular;

• É um processo permanente de educaçãopara a cidadania ativa;

• O regime democrático é fortalecido com acobrança e controle da população;

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• Corrige os vícios de sistemas de governodesassociados da opinião pública;

• Os pequenos partidos, apoiados pela opiniãopública, são fortalecidos;

• No âmbito municipal, o cidadão pode decidirsobre questões que lhe dizem respeito;

• Criação de novas lideranças a partir depequenas comunidades.

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• Art. 14, incisos I, II e III.

• Lei 9.709/98.

• Plebiscito

– Consulta prévia à população sobredeterminada questão de interesse coletivo.

– A consulta é realizada antecipadamente à suaformulação legislativa.

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• Plebiscito – exemplos:

– 1993: Monarquia ou República / Parlamentoou presidencialismo.

– Incorporação, subdivisão e desmembramentode Estados ou fusão, incorporação, criação edesmembramento de Municípios.

– Proposta de divisão do Pará em até trêsEstados, criando as unidades de Tapajós eCarajás.

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• Plebiscito – exemplos:

– "Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado de Carajás?" e "Você é a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado do Tapajós?"

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• Referendo

– O referendo é uma consulta à opinião públicapara a confirmação ou rejeição dedeterminada lei, projeto de lei ou emendaconstitucional.

– Outubro de 2005 – referendo sobre odesarmamento.• não permitiu a entrada do artigo 35 do Estatuto que

tratava da seguinte situação: “É proibida acomercialização de arma de fogo e munição em todo oterritório nacional, salvo para as entidades previstas noart. 6º desta Lei".

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• Iniciativa popular

– A iniciativa popular dá ao povo a oportunidadede apresentar ao Poder Legislativo um projetonormativo de interesse coletivo, o qual, apósdiscussão parlamentar e respeitados osrequisitos do processo legislativo, pode setransformar em lei.

– 1 % do eleitorado nacional, distribuído pelomenos por 05 (cinco) Estados, com nãomenos de 0,3% (três décimos por cento) doseleitores de cada um deles.

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• Iniciativa popular

– Nova redação para crimes hediondos, Lei8.930/94, incluindo homicídio qualificado.

– Lei Complementar nº 135, a Lei da FichaLimpa, sancionada em junho de 2010 pelopresidente Lula.

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3.2 Instâncias de participação contemporâneas

• Instrumentos jurídicos de participaçãopopular:

a) Colegiados de Órgãos Públicos (art. 10): assegura aparticipação de trabalhadores e empregadores noscolegiados de órgãos públicos em que seusinteresses profissionais ou previdenciários sejamobjeto de discussão e deliberação.

b) Planejamento Público (art. 29, XII): estabelece aobrigatoriedade de participação no planejamentopúblico, em nível municipal, das associaçõesrepresentativas.

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• Instrumentos jurídicos de participaçãopopular:

c) Ensino Público (art. 206, VI): admite-se, em carátergenérico, a gestão democrática do ensino publico,remetendo-se à lei sua regulamentação.

d) Cultura (art. 216, § 1°): prevê a participação dacomunidade, juntamente com o Poder Público, emtodas as ações voltadas à defesa e promoção dopatrimônio cultural.

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• Instrumentos jurídicos de participação popular:

e) Seguridade Social (art. 194, § único, VII): determinao caráter democrático e descentralizado da gestãoadministrativa da seguridade social. Direitos relativosà saúde, previdência e assistência social. Oaspecto democrático remete à participação dacomunidade, em especial dos trabalhadores,empresários e aposentados, na gestão, conformedispuser a lei de organização de cada setor.

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• O exemplo da seguridade social - Saúde

– A Lei Orgânica da Saúde ( lei 8.080/90): dispõesobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e ofuncionamento dos serviços correspondentes.

– A Lei 8.142/90: dispõe sobre a participação dacomunidade na gestão do Sistema Único deSaúde (SUS).

– As formas de participação configuraram nosconselhos.

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• Orçamento Participativo

– A sua criação não está vinculada diretamente àCF, apesar de sofrer influência por causa do seucaráter democrático e descentralizante .

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Bibliografia

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• AVRITZER, Leonardo. Reforma Política e Participação no Brasil. In: AVRITZER,Leonardo; ANASTASIA, Fátima. (Org.). Reforma Política no Brasil. Belo Horizonte:Editora UFMG, 2006, p. 35-44.

• FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. A Constituição de 1988 – Um Balanço apósDezesseis Anos de Vigência. Direito Público, v1, n.8 , Abr-Maio-Jun, 2005.

• FLEURY, S.. Iniciativa Popular. In: AVRITZER, Leonardo; ANASTASIA, Fátima. (Org.).Reforma Política no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006, p. 94-102.

• FONSECA, Francisco. Democracia e participação no Brasil: descentralização ecidadania face ao capitalismo contemporâneo. Rev. katálysis, Florianópolis, v. 10, n.2, dez. 2007..

• KINZO, Maria D'Alva G.. A democratização brasileira: um balanço do processo políticodesde a transição. São Paulo em Perspectiva. São Paulo, v. 15, n. 4, Dec. 2001.Disponível em:

• SOUZA, Celina. Federalismo e descentralização na Constituição de 1988: processodecisório, conflitos e alianças. Dados, Rio de Janeiro, v. 44, n. 3, 2001. Disponível em:

• TENÓRIO, F. G. Inovando com democracia, ainda uma utopia. In: Novos CadernosNAEA Belém, NAEA (Núcleo de Altos Estudos da Amazônia)/UFPA, v. 2, n. 1, p. 149-162, jun./1999.

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